Instrumentalização de uma equipe multidisciplinar sobre
o psicodiagnóstico e o manejo clínico em um Caps.
Cristiane Maretti Marangoni Valli – [email protected]
Maria Fernanda Furlam de Macedo Soares – [email protected]
Tatiane Mariani Ojeda Baez – [email protected]
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A Reforma Psiquiátrica brasileira – iniciada em meados de 1970 e inspirada
Foram realizadas com os profissionais do Caps, sete das vinte oficinas
pela Reforma Psiquiátrica italiana, liderada por Franco Basaglia - trouxe
consigo uma importantíssima inflexão no conceito da doença mental que
previstas para o ano de 2014. A composição das oficinas respeitou a seguinte
lógica: as miniequipes passaram por uma nova divisão, isto é, cada uma foi
buscou abranger suas dimensões epistemológica, social e legal. Em
harmonia com esse novo paradigma acerca da assistência em Saúde
decomposta e formaram-se dois subgrupos, instituindo assim, 02
agrupamentos que geraram, por sua vez, duas oficinas semanais. O número
Mental, foi criado em 1987, o primeiro Caps, na cidade de São Paulo, que
fazia uma crítica veemente ao modelo hospitalocêntrico, operando a partir
de participantes em cada oficina foi em média de 04 pessoas - o que
preservou a fundamental possibilidade de comunicação. É necessário frisar
da lógica da territorialidade, integrado à rede de saúde municipal e
operando a partir da premissa da reabilitação psicossocial (KODA, 2002). A
que as oficinas foram ofertadas aos 43 funcionários, entretanto, nem todos
estes aderiram sistematicamente às propostas. Entende-se que há pessoas
viabilidade da reabilitação psicossocial - entendida pela Organização
Mundial da Saúde como o processo que objetiva minimizar os efeitos
indiretamente beneficiadas pela atividade, qual sejam: os usuários do Caps em
questão, aproximadamente 380 pessoas, e seus familiares. Compreende-se
incapacitantes decorrentes da doença mental objetivando integrar o sujeito
aos âmbitos familiar e comunitário - está diretamente ligada a
que haverá promoção de saúde da pessoa em sofrimento psíquico e
obrigatoriedade do Caps ser composto por uma equipe multiprofissional,
que busque romper com a hierarquização do modelo médico/psiquiátrico,
isto é, com o conjunto de profissionais que atuem de forma especializada e
isolada (com saberes, objetivos e métodos diferentes) sob a autoridade e o
crivo de um médico (ABUHAB et al., 2005). Desse modo, a equipe
multidisciplinar dos Caps deve trabalhar de forma articulada e integrada,
lançando mão de estratégias diversificas, a fim de enfrentar os múltiplos
efeitos do adoecimento mental - fruto de um fenômeno complexo e
multifatorial que envolve aspectos biológicos, psicológicos e sociais. É a
partir dessa perspectiva, de cuidado e atenção à pessoa com transtorno
mental, viabilizada pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que a
presente proposta de extensão pretende se alicerçar e se desenvolver.
OBJETIVOS
consequentemente melhora na qualidade de vida dos familiares envolvidos.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A partir da realização das oficinas, pode-se levantar diversas problemáticas
vivenciada pelos profissionais deste equipamento. Fora possível observar que
há uma sobrecarga dos funcionários da equipe, o que impossibilita que estes
participem, em sua maioria, das oficinas por eles mesmos solicitadas e
elaboradas em conjunto com a equipe de extensão. Não obstante, fora
elucidado pelo profissionais a dificuldade de trabalhar numa equipe
multiprofissional, mas com objetivos em comum, isto é, trabalhar com a saúde
mental, construir um psicodiagnóstico e delimitar técnicas de manejo. Neste
mesmo cenário fundamenta-se a problemática de como evitar os revesses que
o trabalho coletivo impõe, evidenciando o desafio profissional em estabelecer
o psicodiagnóstico numa equipe multidisciplinar. Outro ponto destacado pelas
o
oficinas refere-se ao fato de os técnicos assinalaram como imprescindível um
momento de reciclagem e instrumentalização. Tal movimento ainda revela o
psicodiagnóstico e o manejo clínico de pacientes neuróticos graves e
psicóticos. Para tanto, foram realizadas oficinas que se valeram de
empenho da equipe técnica em perceber o indivíduo em sofrimento psíquico,
de forma integral, sem negligenciar sua subjetividade. Observou-se a
dinâmicas de grupo e estudos de caso, abarcando os seguintes temas:
conceituações sobre psicopatologia; normalidade psíquica; princípios do
dificuldade que muitas vezes existe de se compreender a subjetividade do
sujeito em meio a uma crise, assim como se torna complexo atentar-se às
psicodiagnóstico – neuroses e psicoses; sintomatologia característica das
neuroses e psicoses; o pensamento, o juízo e suas alterações (delírios); a
questões sociais que perpassam a vida do sujeito em sofrimento. Ao final das
oficinas, pode-se verificar através do questionário ofertado que todos os
sensopercepção e suas alterações (alucinações); e, a neurose a psicose e a
psicoterapia individual.
funcionários responderam positivamente quanto à qualidade, utilidade e
aplicabilidade das mesmas.
Objetivou-se
instrumentalizar
uma
equipe
multiprofissional
sobre
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ABUHAB, D., SANTOS, A.B.A.P., MESSENBER, C.B, FONSECA, R.M.G.S., ARANHA E SILVA, A.L. O trabalho em equipe multiprofissional no CAPS III:
um desafio. Ver. Gaúcha Enfermagem, Porto Alegre, dez 2005; 26 (3): 369-80.
KODA, M. Y. Da negação do manicômio à construção de um modelo substitutivo em saúde mental: o discurso de usuário e trabalhadores de um núcleo de
atenção psicossocial. São Paulo, 2002, Doutorado – PUC-SP.
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