UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
WAGNER FERREIRA ANTUNES
PERFIL DOS PARTICIPANTES DE ASSESSORIAS DE CORRIDA DE
FLORIANÓPOLIS
Palhoça
2014
WAGNER FERREIRA ANTUNES
PERFIL DOS PARTICIPANTES DE ASSESSORIAS DE CORRIDA DE
FLORIANÓPOLIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Educação Física da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Educação Física.
Orientador: Profa. Elinai dos Santos Freitas Schutz Msc.
Palhoça
2014
Dedico este trabalho primeiramente aos meus
pais pela educação, valores e caráter que me
ensinaram desde a infância e que procuro
exercitá-los diariamente. À minha esposa
amada, parceira e guerreira que me apoiou e
me deu força nos momentos mais difíceis desta
caminhada. À Deus, que me guia e renova sua
graça a cada dia em minha vida.
RESUMO
O objetivo geral deste estudo foi descrever o perfil dos participantes de assessorias
de corrida Florianópolis. Os resultados deste estudo apontam para os dados a
seguir: com relação aos dados demográficos, a maioria dos participantes eram
homens (n=52) com pouca diferença com relação às participantes do sexo feminino
(n=48), faixa etária predominante foi de 27 a 36 anos, o peso aproximado foi de 57 a
66 quilos para ambos os sexos e IMC dentro da classificação de normalidade da
Organização Mundial de Saúde. A grande maioria dos participantes apresentou nível
superior completo (81%) e renda mensal familiar de 5 a 10 salários mínimos (R$
3.621,00 à R$ 7240,00).No que diz respeito aos hábitos de corrida dos participantes
de assessorias de corrida, 32% deles relataram praticar corrida entre 1 e 2
anos,tendo como principal objetivo o condicionamento físico (44%) e como o período
preferido para treinar, o noturno, com 63% da preferência dos mesmos. A metragem
semanal percorrida em treinos foi de 11 a 20 quilômetros (34% dos participantes) e o
tempo médio por quilômetro para 27% deles foi entre 5:31 a 6:00 minutos por
quilômetro (min./km). A maioria dos treinos realizados é no piso de asfalto e cimento,
respectivamente, com duração de até 60 minutos para uma sessão, com 52% das
repostas positivas para este item. Provas de menos de 10 km são as preferidas para
38% dos participantes, seguido de provas de 10 km para 32% deles. Dos 100
participantes, 67 praticam outra modalidade esportiva além da corrida, sendo
musculação a mais praticada com 61% da preferência. Os participantes tem um
tempo médio de pratica dessas modalidades esportivas de 1 a 5 anos (34%), sendo
que 32% praticam com frequência de três vezes por semana e 71% deles tem
duração da sessão de treino de 31 até 60 minutos, além disso, foi identificado que
33% dos corredores de assessorias de Florianópolis praticam somente a corrida
como modalidade esportiva. O principal motivo para a adesão às assessorias de
corrida reveladas por 42% dos participantes foi a orientação profissional, além disso,
os serviços mais oferecidos pelas assessorias esportivas foram os treinos em grupo
(40%),seguido de sessões de alongamento, educativos de corrida e hidratação para
os atletas. O investimento mensal em assessoria esportiva ficou entre 51 e 100
reais. Dos corredores, 38% consideram-se com uma experiência intermediária e
31% são novatos. Dos participantes, 61% costumam alongar sempre antes de
treinos e competições e 64% costumam alongar após. Porém, com relação ao
aquecimento antes de treinos e competições, 69% realizam aquecimentos pré-treino
e 42% desaquecem ou “voltam à calma” apenas algumas vezes.Com relação aos
tênis, 53% dos corredores os trocam com uma frequência de 6 meses a 1 ano,
sendo o desgaste da estrutura o maior motivo de troca para 58% dos corredores.
Dos participantes, 79 deles revelou utilizar tênis com algum tipo de característica
especial de amortecimento, estabilidade ou controle de movimento, com 86%
cientes do seu tipo de pisada, sendo a pisada neutra a predominante entre os
participantes (40%). A forma de avaliação de pisada mais utilizada foi a observação
e filmagem na esteira (31%), na qual o profissional de Educação Física e/ou
treinador de corrida foram responsáveis por 37% das avaliações de pisada
realizadas. As lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida afetaram 60% dos
participantes no passado, sendo a mais comum a Canelite, porém atualmente, 83%
dos participantes afirmam não estar lesionados.Dos participantes entrevistados, 63%
frequentam academias e pagam mensalidades que variam de 101 a 200 reais.
Desses, a maioria relatou não haver assessoria esportiva relacionada à corrida na
academia. A marca de tênis preferida entre os corredores foi a Asics (45%), seguido
da Mizuno (18%) da preferência. 58% dos participantes compram até 2 pares de
tênis por ano e investem entre 201 e 400 reais nos mesmos. Já a marca preferida
de roupa para correr identificada pela pesquisa foi a Nike, com 23% da preferência,
porém,24% dos participantes relataram não possuir preferência por marca específica
de roupa para correr. O shopping é o lugar onde 34% dos corredores de assessorias
costumam comprar suas roupas esportivas, valor similar aos 33% dos que preferem
comprar em lojas no exterior. A utilização de suplementos durante a prática
esportiva é comum para 60% dos corredores, sendo o BCAA (n=34), Whey Protein
(n=23) e gel de carboidrato (n=21) os mais utilizados. Possuem bicicleta 60% dos
participantes. Com relação aos eventos de corrida, o meio de comunicação mais
utilizado pelos corredores para se informar sobre as provas é a assessoria esportiva
(29%), com participação de 3 a 5 corridas por ano em média para 45% dos
participantes, sendo a “simples prática do esporte”, o principal motivo que leva os
corredores à se inscrever em eventos. As provas preferidas nesses eventos são as
de 5km (n=32), seguido das provas de 10km (n=28) e meia maratona (n=19).Dos
corredores participantes da pesquisa, 72% afirmaram participar de eventos de
corrida fora de suas cidades de origem, realizando um gasto de mais de 400 reais
nestas cidades. Já no exterior, esses valores são superiores à 1.000 reais.
Palavras-chave: Perfil, Corridas de Rua, Assessorias de Corrida.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - gênero e faixa etária................................................................................. 21
Tabela 2 - evolução do número de corredores concluintes de 2012-2013................ 22
Tabela 3 - peso aproximado e estatura......................................................................23
Tabela 5 - treinos realizados em diferentes tipos de piso por semana...................... 28
Tabela 6 - duração média do treino de corrida.......................................................... 29
Tabela 7 - número de concluintes de provas nos eua em 2013................................ 30
Tabela 8 - outras modalidades esportivas praticadas................................................ 31
Tabela 9 - tempo de prática, frequência semanal e tempo de duração da sessão de
treino de outras modalidades..................................................................................... 32
Tabela 10 - objetivos pelos quais os praticantes de corrida praticam corrida........... 33
Tabela 11 - benefícios da corrida............................................................................... 34
Tabela 12 - principais motivos que levam os corredores a procurar assessorias de
corrida e serviços oferecidos......................................................................................35
Tabela 13 - investimento mensal em assessoria de corrida...................................... 36
Tabela 14 - alongamento antes e após treinos e competições.................................. 38
Tabela 15 - aquecimento / desaquecimento antes e após treinos e competições.....38
Tabela 16 - fatores levados em consideração para a troca do tênis de corrida.........39
Tabela 17 - tênis com característica especial e tipo de pisada predominante........... 40
Tabela 18 - forma de avaliação da pisada................................................................. 42
Tabela 19 - utilização de palmilha.............................................................................. 43
Tabela 20 - lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida ocorridas no passado
e atualmente...............................................................................................................43
Tabela 21 - frequência à academia, valor de mensalidade e assessoria esportiva... 45
Tabela 22 - marca de tênis preferida pelos corredores..............................................46
Tabela 23 - utilização de suplementos durante a prática esportiva........................... 50
Tabela 24 - uso de bicicleta e pretensão de compra nos próximos 6 meses............ 50
Tabela 25 - meios de comunicação e eventos de corrida por ano.............................51
Tabela 26 - motivos que levam corredores à eventos de corrida.............................. 52
Tabela 27 - frequência de participação em eventos de corrida em outras cidades e
gastos......................................................................................................................... 53
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Evolução das corridas nos EUA de 1990 a 2013 .................................... 22
Gráfico 2 - Nível de escolaridade .............................................................................. 24
Gráfico 3 - Renda mensal familiar ............................................................................. 24
Gráfico 4 - Tempo de prática de corrida .................................................................... 25
Gráfico 5 - Frequência de treinos semanais .............................................................. 26
Gráfico 6 - Período dos treinos de corrida ................................................................. 26
Gráfico 7 - Tipo de prova que corre com maior frequência ....................................... 29
Gráfico 8 - Tendência de prevalência de prática de musculação .............................. 31
Gráfico 9 - Experiência dos corredores ..................................................................... 37
Gráfico 10 - Frequência da troca de tênis ................................................................. 39
Gráfico 11 - Marca de roupa preferida para correr .................................................... 48
Gráfico 12 - Marca de roupa e tênis preferidos pelas mulheres ................................ 48
Gráfico 13 - Local de compra de material esportivo .................................................. 49
Gráfico 14 - Provas preferidas em eventos de corrida .............................................. 53
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ............................................. 10
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 12
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14
2.1 CORRIDA NA PRÉ-HISTÓRIA, ERA ROMANA E ERA CRISTÃ ........................ 14
2.2 CORRIDA DE RUA ............................................................................................. 15
3 MÉTODO................................................................................................................ 18
3.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 18
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ....................................................................... 18
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ......................................................................... 19
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................................... 19
3.5 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................... 20
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................... 21
4.1 DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS ...................................................................... 21
4.2 HÁBITOS DE CORRIDA ..................................................................................... 25
4.3 ASSESSORIAS ESPORTIVAS ........................................................................... 35
4.4 TÊNIS .................................................................................................................. 39
4.5 LESÕES .............................................................................................................. 43
4.6 HÁBITOS DE CONSUMO ................................................................................... 45
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES.............................................................................. 55
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58
ANEXO ..................................................................................................................... 62
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA
Em decorrência dos hábitos da vida moderna, no último século o homem
torna-se cada vez mais ligado à tecnologia, porém sedentário, contrariando os
hábitos dos seus ancestrais que percorriam em torno de 20 a 40 quilômetros por dia
efetuando a caça, a pesca e a coleta. Na atualidade, estima-se que com as
atividades rotineiras urbanas o homem moderno caminha cerca de 2km por dia
(WEINECK, 2003).
Por outro lado, o número de indivíduos que estão buscando a prática de
algum tipo de atividade física vem se tornando cada vez mais expressivo na
atualidade, dentre os quais, observa-se o desenvolvimento de atividades físicas ao
ar livre, como as caminhadas e as corridas. Como será analisado neste estudo, as
corridas, especificamente, às corridas de rua, que praticadas em praças e parques,
tem apresentado um rápido crescimento do número de provas e praticantes
atualmente. Acredita-se que este fato se deve a peculiaridades como: ser acessível
a toda população apta, demandar baixo custo para os organizadores, assim como
para o treinamento e a participação, caracterizando-se como uma atividade física
popular ou de massa, consideradas atividades também relevantes na perspectiva do
lazer, já que uma grande parcela da população pode ter acesso a ela (WEINECK,
2003).
Depois de muito tempo em evolução lenta, a corrida de rua no Brasil, que nas
décadas de 70 e 80 era focada na prática militarista e em corredores de alto
rendimento no atletismo de pista, teve um grande crescimento pela influência do
movimento americano jogging boom, promovido pelo Dr. Kenneth Cooper, que
difundiu seu famoso “Teste de Cooper”. Ele criou uma tabela que mede o
desempenho dos corredores em velocidade constante, com índices que variam de
acordo com a idade, sexo e seus desempenho (profissional ou amador). (SILVA,
2009). A partir de então, a prática da modalidade cresceu de maneira sem
precedentes na história. Ainda nesta mesma época surgiram provas onde era
permitida a participação popular junto aos corredores de elite – cada grupo largando
nos respectivos pelotões (SALGADO et al. 2006).
11
Corrida de rua é hoje, no Brasil, um assunto que parece estar na moda. A
disponibilidade de tantas informações e materiais em fontes públicas e privadas é
um reflexo direto do interesse do mercado pelo tema (LIMA, 2007).
A corrida de rua é um dos esportes que mais vêm ganhando espaço no país
do futebol, principalmente nos grandes centros urbanos. Apesar da prática de
corrida teoricamente necessitar apenas uma camiseta, um calção em um par de
tênis , acompanhado do crescimento do número de participantes, houve explosão do
número de grupos de corridas, provas,assessorias esportivas, modelos de tênis,
artigos do vestuário, etc. Uma das maiores consultorias do país aponta que são
aproximadamente três bilhões de reais movimentados pela corrida de rua em um
ano (CROWE HORWATH, 2010).
Em 2013, a Corpore, uma entidade de utilidade pública e que organiza
eventos de corrida em São Paulo, divulgou a evolução dos participantes de corridas
organizadas por esta instituição de 1994 a 2013. Em 1994 foram 4,3 mil inscritos no
eventos de corrida organizados durante aquele ano, já em 2013 este número saltou
para 89 mil participantes nas provas organizadas. O número de eventos também
cresceu de 6 no ano de 1994 para 18 em 2013. (CORPORE, 2014).
Já nos Estados Unidos, outra instituição, a Running USA, fez um mapa da
corrida no país, com um total de 26.370 eventos de corrida organizados em 2012,
com a participação de mais de 15 milhões de corredores que finalizaram essas
provas. (RUNNING USA, 2014).
Ano após ano, os eventos de corrida de rua vêm conquistando os espaços
públicos das grandes metrópoles, atraindo novos adeptos. Seja simplesmente pelo
desejo de praticar atividade física, seja pela busca de um estilo de vida mais
saudável, este é um esporte que encontrou seu espaço na vida contemporânea. O
seu grande crescimento também foi potencializado pelo surgimento de assessorias
esportivas, empresas formadas por profissionais de Educação Física especializados
em corrida, que passaram a organizar os treinamentos em grupo para atletas
amadores. As assessorias esportivas popularizaram o acesso ao esporte e
facilitaram, principalmente, o ingresso de corredores iniciantes nesse meio. (LIMA,
2007).
Além de planejar e orientar o treinamento, muitas assessorias também
oferecem acompanhamento de outros profissionais relacionados a este esporte,
como nutricionistas, psicólogos, massagistas, ortopedistas, além de parcerias com
12
academias, lojas de materiais esportivos e laboratórios médicos. Essas empresas
especializaram-se em treinamentos para grupos de atletas. (LIMA, 2007).
Segundo a ATC-SC (Associação de Treinadores de Corrida de Santa Catarina) uma
das principais causas desse sucesso é o seu valor social. A corrida faz com que as
pessoas se aproximem, por afinidades, estilos de vida, etc. Com isso, o número das
Assessorias de Corrida só tem aumentado. No estado de Santa Catarina, temos
aproximadamente 40 assessorias. As assessorias vêm ajudando muito no
crescimento e no amadurecimento do mercado. Elas oferecem serviços de
treinamentos especializados, nutricionistas e até massagistas, disponibilizando
maior conforto e muita segurança ao praticante. (ATCSC, 2014).
A partir do exposto formulou-se o seguinte problema de pesquisa: qual o perfil
dos participantes de Assessorias de Corrida de Florianópolis?
1.2 OBJETIVO GERAL
Descrever o perfil dos participantes de Assessorias de Corrida de
Florianópolis?
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•
Identificar os dados sociodemográficos dos participantes das assessorias de
corrida de Florianópolis;
•
Verificar os hábitos de corrida desses participantes;
•
Identificar o histórico de lesões desses participantes;
•
Verificar os hábitos de consumo desses participantes;
•
Identificar os aspectos relacionados à participação em eventos de corrida.
1.4 JUSTIFICATIVA
Pessoas se deslocam, nacional e internacionalmente, treinam por vários
meses, adotam hábitos rigorosos de alimentação e de repouso, se privam de outras
práticas no seu tempo livre, para correr. A competição existe, reúne milhares de
pessoas, ainda que a possibilidade de vitória exista para apenas alguns poucos.
13
Empresas
produzem
equipamentos,
organizam
eventos,
prestam
serviços,
patrocinam atletas e provas. Cabe então estudar a corrida de rua como forma de
expressão de sociedade nos dias de hoje, marcada por uma multiplicidade de
valores e hábitos, por transformações drásticas e rápidas, que se vale do apoio
intensivo da tecnologia, sobretudo para a disseminação das informações e para
deslocamentos, como fenômeno sociocultural. Compreender as corridas contribui
para a compreensão do tempo atual. (DALLARI, 2009)
No período de março a abril de 2013, a empresa Iguana Sports, referência no
mercado de Running no Brasil, realizou uma pesquisa intitulada “Panorama das
Assessorias Esportivas”, com o objetivo de conhecer o mercado das assessorias
esportivas de todo o Brasil.
Do total das 164 assessorias participantes da pesquisa, 47% eram de São
Paulo, 31% Rio de Janeiro e 22% de outros estados como Brasília, Rio Grande de
Sul e Minas Gerais. Foram abordadas na pesquisa questões como tempo de
existência, locais de treino, perfil dos clientes, gênero dos atletas, período dos
treinos, faixa etária, prática de outros esportes, técnica e tecnologia, fidelidade e
permanência, serviços oferecidos, infraestrutura, promoções e ações diretas,
comunicação, atualização profissional, divulgação e captação de novos clientes,
apoio e patrocínio, divulgação de eventos, planejamento, média de inscritos por
evento, motivos para participação em eventos de corrida. (IGUANA SPORTS, 2013).
Este estudo se justifica pela carência de publicações relacionadas ao perfil de
participantes de assessorias de corrida, mais especificamente em Santa Catarina e
Florianópolis. Esta pesquisa poderá beneficiar o meio acadêmico, os Profissionais
de Educação Física, treinadores de Assessorias de Corrida e a comunidade, através
de informações relevantes como dados sociodemográficos, hábitos de corrida,
incidência de lesões em corredores, hábitos de consumo e informações referentes à
escolha de eventos de corrida.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CORRIDA NA PRÉ-HISTÓRIA, ERA ROMANA E ERA CRISTÃ
As primeiras evidências do ato de correr vem dos tempos mais antigos, mais
exatamente na representação de dois corredores em um vaso da civilização
Micênica 16 a.C., naquela época a corrida era a diferença entre a vida e a morte
(YALOURIS, 2004).
O homo sapiens corria para caçar ou fugir de seus predadores. Com o
desenvolvimento da cultura e formação de povoados e civilizações o
homem passou a utilizar animais como meio de transporte diminuindo o
papel da corrida na vida diária. Com a invenção de outras formas de
deslocamento o homem passou a correr cada vez menos. (NIADA,
2011.p.18)
Na batalha de Maratona, que ocorreu durante a Primeira Guerra Médica em
setembro de 490 a.C. em Atenas, Milcíades, comandante das tropas atenienses
avisado do desembarque persa, enviou Fidípiades a Esparta para solicitar ajuda,
correndo cerca de 200 quilômetros em menos de um dia a pé. Os espartanos
prometeram enviar ajuda, mas argumentaram que, por razões religiosas (já que se
encontravam no nono dia do mês lunar), não poderiam fazê-lo antes de seis dias.
Não podendo esperar tanto, Milcíades atacou os persas com o efetivo que dispunha.
Após uma batalha com grande resistência dos persas e muitas baixas dos
atenienses, Fidípiades foi mandado por Milcíades a correr os 42 quilômetros (250
estádios) que separavam Maratona de Atenas para anunciar a vitória grega. Diz a
lenda que após anunciá-la com a frase “Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!”,
caiu morto devido ao esforço. (STAPASSOLI, 2012).
Segundo Nogueira (2002), nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna
realizados em 1896 e idealizados pelo Barão de Coubertin, o filólogo Michel Bréal
sugeriu a realização de uma prova de Maratona a Atenas em homenagem ao
soldado Fidípiades. O vencedor foi Spiridon Louis, com o tempo de 2h58min50sec,
fazendo a média de 4min28 por quilômetro. Somente em 1908, nos Jogos Olímpicos
de Londres, que o percurso de 42.195 metros foi estabelecido para que a família real
britânica pudesse assistir ao início da prova do jardim do Castelo de Windsor, essa
distância é a mesma utilizada atualmente como oficial.
15
Na bíblia cristã a corrida é citada em vários versículos, seja no Antigo
Testamento com o profeta Isaías, exaltando a Deus pela renovação das forças dos
seus “filhos” e dos que Nele creem.
Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. Até os
jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas
aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como
águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam. Isaías
(40:29-31)
Seja no Novo Testamento com o Apóstolo Paulo, discípulo de Jesus Cristo.
Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para
mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o
ministério que o Senhor Jesus Cristo me confiou, de testemunhar do
evangelho da graça de Deus. Atos dos Apóstolos (20:24)
2.2 CORRIDA DE RUA
A IAAF (2013) (Associação Internacional das Federações de Atletismo) define
as corridas de rua como “provas de pedestrianismo disputadas em ruas
pavimentadas, a ser realizadas numa distância padrão:10km, 15km, 20km, Meia
Maratona,25km, 30km, Maratona (42.195m), 100km e Maratona de Revezamento
em percurso de rua”.
As Corridas de Rua surgiram e se popularizaram na Inglaterra no século
XVIII. Posteriormente, a modalidade expandiu-se para o restante da Europa
e Estados Unidos. No final do século XIX, após a primeira Maratona
Olímpica, as Corridas de Rua difundiram-se ainda mais, particularmente nos
Estados Unidos (RUNNERS WORLD,1999 p10)
Em
1993,
1.010
corredores
participaram
da
primeira
Maratona de
Revezamento do Pão de Açúcar (42.195m), a maior corrida de rua do Brasil,
realizada em São Paulo nas proximidades do Parque do Ibirapuera. Em 2002, a
prova foi transferida para a Cidade Universitária e contou com aproximadamente
22.000 corredores. A edição de 2003 reuniu 25.840 corredores, representando um
recorde absoluto de participantes na América Latina. Em 2004, em sua 12ª edição, o
evento teve mais de 30.000 inscritos e, em 2005, teve que ser transferido da Cidade
Universitária para o parque do Ibirapuera, uma vez que a USP não tinha
infraestrutura suficiente para comportar uma prova deste porte. (SALGADO et al.
2006).
Sendo também espaço de publicidade para produtos voltados para corrida, as
provas de corrida têm aumentado e ganhado ampla diversidade de temas. É
16
importante destacar que há dois tipos de provas. Há as corridas convencionais
vinculadas à valores mais tradicionais da corrida, populares com participantes de
baixa renda e de nível técnico mais alto, também existem as corridas “fashion”:
elitizadas, inscrições de valores mais altos, produção mais elaborada, ocorre maior
divulgação de marcas e há convite para a participação de corredores de alto nível.
(OLIVEIRA, 2006).
Não só as corridas convencionais tem ganhado mais popularidade, mas
principalmente as corridas “fashion”. O quadro abaixo mostra o ano de criação de
provas repetidas anualmente em diferentes cidades do Brasil. Assim como marcas
de isotônicos, outras marcas de material esportivo utilizam esses eventos para se
aproximar com o público corredor.
Quadro 1 - Exemplos de Grandes Eventos de Corrida (fashion)
Evento
Patrocinadora
Ano de Início
Circuito de Corridas da
Caixa Econômica Federal
2004
Circuito das Estações
Adidas
2006
Circuito Run Series
Track & Field
2004
Nike 600k
Nike
2009
Caixa
Fonte: Niada (2011)
Ainda segundo Niada (2011), o aumento do número de provas comprova-se
também pela atratividade financeira, pois os valores que giram em cada prova são
altos: “Cada prova movimenta entre R$1,44 milhão e R$6 milhões, dependendo do
total de participantes. Esse valor corresponde à hospedagem, alimentação, lazer,
transporte e as compras”. Diante dessa perspectiva, a própria atividade de correr, na
sociedade ocidental, foi transformada num produto de consumo.
“O consumo é o momento onde ocorrem trocas simbólicas, que determinam
e reproduzem o código social, onde há uma ativa apropriação de signos.
Não seria, portanto, um fim, mas um instante, onde muito é criado e
produzido. Ao invés da visão econômica, de um ato, privado e pessoal, de
destruição do produto pelo consumidor, o consumo é, de fato, um ato de
natureza eminentemente social, onde significados simbólicos, códigos
sociais, ideologias e relacionamentos são produzidos e reproduzidos.”
(ROSSI, HOR-MEYLL,2001,p.6 apud STAPASSOLI, 2012, p.45)
Lima (2007,p.31) diz que “outro indicador do crescimento de mercado das
corridas de rua é o aumento da quantidade de publicações especializadas no
assunto, voltadas para o público que participa de corridas.” Até 2003, havia uma
17
única revista vendida em bancas voltada para corredores: a Contra-Relógio.
Atualmente convivem com ela nas bancas de jornal, outros quatro títulos
direcionados exclusivamente para este público: WRun, O2porminuto, Finisher e
Runner´s World Brasil.
2.3 ASSESSORIAS ESPORTIVAS
As assessorias esportivas trouxeram para a corrida uma infraestrutura que
atraiu e agradou as pessoas com maior poder aquisitivo: o conforto de ter à
disposição dos atletas água, bebidas isotônicas (como Gatorade e Marathon), frutas
e barras de cereal, disponibilizar espaço para estacionar o carro com segurança e
tranquilidade, organizar a participação dos atletas em corridas selecionadas,
escolher lugares bonitos e variados para treinar (USP, Aldeia da Serra, parques da
cidade), oferecer uniformes patrocinados por grandes empresas etc. Quando
surgiram, em 1994, existiam apenas seis assessorias esportivas em São Paulo: a
4any1(For any one), a M.P.R. (Marcos Paulo Reis), a Miguel Sarkis, a Run & Fun, a
Run For Life e a Race. Em 2002, quando já eram 28 empresas, foi fundada a
Associação de Treinadores de Corrida de Rua (A.T.C.), responsável pelo
cadastramento de todas as assessorias esportivas atuantes na capital paulista.
(LIMA,2007)
Hoje, o objetivo da associação é progredir com qualidade, organizando o
crescimento para que ele não seja passageiro. A ATC paulista estima que 5000
corredores sejam associados às cerca de 100 assessorias cadastradas em São
Paulo (LIMA,2007).
18
3 MÉTODO
3.1 TIPO DE PESQUISA
Quanto à natureza, este estudo trata-se de uma pesquisa aplicada, segundo
Gil (2010), este tipo de estudo destina-se à aquisição de conhecimentos voltados à
aplicação numa situação específica. Ainda, segundo Andrade (2001), o objetivo é
gerar conhecimentos, buscando transformar em ação concreta os resultados do
trabalho.
Quanto a abordagem do problema, a pesquisa classifica-se como quantitativa.
De acordo com Silva et al. (2011), a pesquisa quantitativa considera tudo que pode
ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para
classificá-las e analisá-las. Nesse caso específico será feito o levantamento do perfil
dos participantes de assessorias de corrida de Florianópolis, utilizando técnicas
estatísticas para o tratamento os dados.
Quanto aos objetivos, classifica-se como exploratória. Piovesan e Temporini
(1995) colocam que este tipo de pesquisa é realizada quando se tem por objetivo
familiarizar-se com o fenômeno a ser investigado ou conseguir melhor compreensão,
frequentemente para poder formular um problema de pesquisa mais preciso ou criar
novas hipóteses.
Quanto aos procedimentos técnicos, esse é um estudo empírico, do tipo
exploratório e transversal, pois os dados coletados num determinado momento
representam o estado de uma determinada população nesse momento (GIL,2010)
.
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA
Participaram da pesquisa 100 corredores das 23 Assessorias de Corrida de
Florianópolis afiliadas à ATC-SC (Associação de Treinadores de Corrida de Santa
Catarina), sendo 52 do sexo masculino e 48 do sexo feminino, na faixa etária dos 17
aos 56 anos.
A escolha dos participantes foi feita de forma não aleatória, intencional e com
participação voluntária.
Sendo os critérios de inclusão na pesquisa: a) concordar em participar do
estudo de forma voluntária; b) Assinar o Termo de Consentimento Livre e
19
Esclarecido; c) Ser participante de Assessoria de Corrida filiada a ATC-SC
(Associação de Treinadores de Corrida de Santa Catarina). Os critérios de exclusão
são: a) não participar de Assessoria de Corrida filiada a ATC; b) Não estar treinando
corrida atualmente.
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA
Foi utilizado um questionário elaborado e validado para este estudo,
composto por 58 questões abertas, fechadas e mistas. Este questionário passou por
um teste de validade e fidedignidade para verificar se ele mede o que pretende
medir. No quesito validade do conteúdo, foram convidados a participar 3
Profissionais de Educação Física especialistas em treinamento de corrida e no
quesito clareza, 3 corredores de rua, com características semelhantes à amostra.
Para a validação cada indivíduo participante respondeu se a questão estava
INVÁLIDA, POUCO VÁLIDA OU VÁLIDA (validade do conteúdo); e CONFUSA,
POUCO CONFUSA ou CLARA (clareza). Após o teste as questões que estivam
inválidas ou confusas foram retiradas, as questões pouco válidas ou pouco claras
reformuladas e as questões válidas e claras foram mantidas.
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Inicialmente foi feito contato com as Assessorias de Corrida através da ATCSC e os treinadores. Posteriormente, assinado o Termo de Concordância entre as
Instituições Envolvidas, nesse caso entre a UNISUL e a ATC-SC (Associação de
Treinadores de Corrida de Santa Catarina).
O trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP)
da Unisul sob nº CAAE: 25914814.0.0000.5369. Após a aprovação do CEP, foram
agendados os dias e horários para a aplicação do questionário. Além disso, foi
disponibilizado aos participantes o questionário através da ferramenta online
“Google drive”, onde as respostas foram armazenadas em um banco de dados.
No dia, local e horário de treinamento das Assessorias, foram apresentados
os objetivos da pesquisa, TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) e o
questionário.
20
3.5 ANÁLISE DE DADOS
Para a análise de dados foi utilizada a estatística descritiva, permitindo a partir
dos dados, retirar as conclusões e também exprimir o grau de confiança que devese ter nessas conclusões.
De acordo com as variáveis obtidas, foram utilizados os seguintes
parâmetros: frequências simples e relativa, médias e desvio padrão (dp)
apresentados através de gráficos e tabelas.
Ao término da análise a tabulação de dados, os mesmos serão armazenados
por um período de 5 anos, sendo deletado e incinerado após esse período.
Após a conclusão dos dados, será marcada uma reunião com os treinadores
filiados à ATC, para a exposição dos resultados da pesquisa.
21
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS
Neste tópico são apresentados os dados sociodemográficos dos corredores
participantes de assessorias de corrida de Florianópolis.
Tabela 1 - Gênero e Faixa Etária
Classificação
Frequência
GÊNERO
n=100
% de participantes
Masculino
52
52%
Feminino
48
48%
27 a 36 anos
42
42%
37 a 46 anos
33
33%
17 a 26 anos
13
13%
47 a 56 anos
11
11%
Mais de 56 anos
1
1%
FAIXA ETÁRIA
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Conforme apresentado na tabela 1, a amostra caracteriza-se pela
predominância de participantes do sexo masculino (52%), com uma diferença pouco
significante com relação ao número de mulheres corredoras (48%).
Ainda na tabela 1, foi verificado que a faixa etária predominante é de adultos
entre 27 e 36 anos, mostrando um potencial de crescimento de mercado para as
faixas etárias abaixo dos 17 anos e acima dos 56 anos. De maneira geral, a corrida
proporciona a integração entre diferentes gêneros e faixas etárias.
Segundo uma pesquisa realizada em 2009, 81% dos participantes de eventos
de corrida de rua eram homens e 19% eram mulheres (CROWE HORWATH, 2010).
Já em 2014, uma pesquisa realizada pela maior empresa se eventos de
corrida no Brasil, revelou que as mulheres já são a maioria dos participantes em
corridas de rua nos Estados Unidos com 60% de participação em provas e no Brasil
esse número chega a 45% e tende a aumentar. (IGUANA SPORTS, 2014).
A faixa etária predominante das mulheres corredoras no Brasil é de 35 a 45
anos (49%), seguido de mulheres com idades entre 25 e 35 anos (37%), além de um
22
grande crescimento do número de jovens corredoras com menos de 25 anos,
mostrando que hoje a corrida é dominada por um público que tem autonomia e alto
poder de consumo. IGUANA SPORTS (2014).
Em 2014, a organização Running USA divulgou um relatório das corridas nos
Estados Unidos no ano de 2013, como mostrado na tabela abaixo.
Tabela 2 - Evolução do número de corredores concluintes de 2012-2013
Corredores Concluintes
Aumento de Concluintes
Percentual de Aumento
2012
2013
15.534.000 milhões
19.025.000 milhões
Homens
Mulheres
1.345.800 milhões
2.145.000 milhões
19,68%
24,66%
Fonte: Running USA, 2014
O número de 19.025.000 milhões é o numero de concluintes, porém não quer
dizer que seja o número de corredores nos estados Unidos, já que alguns podem ter
concluído mais de uma prova no ano. Outra curiosidade, é que desde 1990 as
mulheres são maioria em provas de cinco quilômetros a meia maratona. Elas são
58% dos concluintes nos cinco quilômetros, 57% nos dez e 61% nas provas de meia
maratona. Somente nas maratonas elas não são maioria, com 43% das concluintes.
O gráfico abaixo mostra essa evolução de 1990 até 2013 (RUNNING USA,2013).
Gráfico 1 - Evolução das corridas nos EUA de 1990 a 2013
Fonte: Running USA, 2014
O que pode ser mostrado nessa e em outras pesquisas é o grande
crescimento do número de mulheres nos eventos de corrida e, consequentemente,
nas assessorias de corrida. Fato esse confirmado com o crescente interesse das
23
empresas na participação feminina e criação de provas voltadas exclusivamente
para esse público, como as corridas Outubro Rosa, Circuito Floripa Run e Challenge
Woman, realizadas em Florianópolis.
Tabela 3 - Peso aproximado e estatura
Classificação
Frequência
PESO APROXIMADO (kg)
n=100
% de participantes
De 57 a 66 quilos
30
30%
De 67 a 76 quilos
29
29%
De 47 a 56 quilos
18
18%
De 77 a 86 quilos
14
14%
De 87 a 96 quilos
8
8%
Mais de 96 quilos
1
1%
Entre 164 e 173
38
38%
Entre 174 e 183
27
27%
Entre 154 e 163
24
24%
Entre 184 e 193
8
8%
Mais de 193
3
3%
ESTATURA (cm)
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Na tabela 3 encontram-se as classificações de peso aproximado e estatura
dos participantes da pesquisa. Observa-se que o peso aproximado predominante
entre homens e mulheres foi entre 57 e 66 quilos (30%) e a estatura foi entre 164 e
173 centímetros para ambos os sexos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2012), a obesidade é um dos
fatores de risco mais comuns na sociedade contemporânea, onde a oferta de
alimentos e o sedentarismo são cada vez maiores. Embora fatores genéticos
possam estar implicados, os fatores ambientais representados por modificações no
estilo de vida têm sido as melhores justificativas para o aumento progressivo do
excesso de peso. A obesidade é a causa de morte de 2,8 milhões de pessoas por
ano e hoje 12% da população mundial é obesa.
Na amostra, foram verificados diversos níveis de escolaridade e renda mensal
familiar, tornando relevante a análise desses dados e a relação entre eles. Os
gráficos 2 e 3 apresentam esses dados.
24
Gráfico 2 - Nível de escolaridade
3% 2% 1%
Superior Completo
13%
Superior Incompleto
Médio Incompleto
81%
Médio Completo
Fundamental Completo
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Gráfico 3 - Renda mensal familiar
De 5 à 10 salários mínimos
(R$ 3.621,00 à R$ 7.240,00)
14%
5%
40%
De 10 à 20 salários mínimos
(R$ 7.241,00 à R$ 14.480,00)
Mais de 20 salários mínimos
(mais de R$ 14.480,00)
18%
23%
De 3 à 5 salários mínimos (R$
2.173,00 à R$ 3.620,00)
Até 3 salários mínimos (até R$
2.172,00).
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Verifica-se
se nos gráficos 2 e 3 acima que a grande maioria dos participantes
da pesquisa possui um alto nível de escolaridade, possuindo nível superior completo
(81%). Esses dados são coerentes com a pesquisa realizada pela Crowe Horwath
(2010) e Niada (2011), na qual 75% e 75,6% dos corredores de rua,
respectivamente, possuem nível superior. Ainda sobre e escolaridade,
escolarida
os estudos de
Hespanhol Junior et al. (2012) revelaram que dos 200 corredores da cidade de São
Paulo (SP) pesquisados, 42,5% possuíam nível superior e 43% pós-graduação.
pós
Além disso, grande parte da amostra classifica-se
se nas faixas de renda familiar B2 e
B1 (40%) e classe A (23%) conforme Critério de Classificação Econômica Brasil
(CCEB), adotado atualmente pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de
pesquisa). (ABEP, 2014)
25
A mesma pesquisa realizada em 2010 por Crowe Horwath revelou que 60%
dos corredores
redores de rua possuem salários acima de 5 mil reais por mês. (NIADA,
2011).
Com relação às mulheres corredoras, pesquisa recente mostra que 45% das
participantes da pesquisa possuem renda familiar entre R$ 1.734 e R$ 7.475 e 27%
possuem renda mensal acima de R$ 9.745, sendo que 83% delas possui nível
superior e 40% pós-graduação
graduação (IGUANA SPORTS, 2014).
4.2 HÁBITOS DE CORRIDA
erão abordados dados referentes aos hábitos de corrida dos participantes de
Serão
assessorias de corrida de Florianópolis. O gráfico 4 apresenta o tempo de prática de
corrida dos participantes de assessorias de corrida.
cor
Gráfico 4 - Tempo de prática de corrida
9%
Entre 1 e 2 anos
7% 3%
10%
14%
32%
Entre 3 e 4 anos
Entre 5 e 6 anos
25%
Mais de 10 anos
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Os sujeitos da pesquisa na sua maioria praticam corrida entre 1 e 4 anos
(57% dos participantes). Mais uma vez os resultados condizem com os resultados
encontrados por Niada (2011), na qual 52,6% dos corredores de rua de Curitiba
tinham o mesmo tempo de prática, sendo considerados corredores experientes pela
autora. Ainda segundo Tristão et al. (2011), 18% dos corredores entrevistados na
cidade de Anápolis (GO) praticavam a modalidade entre 2 e 5 anos. Em São Paulo,
de 200 corredores participantes de uma pesquisa, 127 (63,5%) tinham experiência
de corrida de até 5 anos de prática. Em um estudo recente realizado com mulheres,
foi verificado que 34% delas tem entre 1 e 3 anos de experiência e 27% praticam
corrida há até 1 ano, mostrando o aumento de novas corredoras. (IGUANA
SPORTS, 2014).
26
O gráfico 5 e 6 respectivamente, apresentam os resultados da pesquisa no
que diz respeito à frequência semanal de treinos e o período que costuma correr.
Gráfico 5 - Frequência de treinos semanais
8%
2% 1%
3 vezes por semana
4 vezes por semana
10%
49%
5 vezes por semana
2 vezes por semana
30%
6 vezes por semana
7 vezes por semana
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
Gráfico 6 - Período dos treinos de corrida
70
60
50
40
30
20
10
0
63
Noite
Manhã
23
Tarde
8
Noite
Tarde
5
Manhã, Noite
1
Manhã, Tarde
Manhã,
Tarde
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
No gráfico 5, a frequência semanal de treinos predominante entre a maioria
dos participantes foi de 3 a 4 vezes por semana. Esses dados são similares aos
encontrados por Iguana Sports (2013),
), onde a maioria dos participantes pratica a
corrida de 3 a 4 vezes por semana, totalizando 72% dos participantes da pesquisa.
Já os estudos de Niada (2011) mostraram que 41,5% dos corredores da pesquisa
em questão corriam 3 vezes por semana em média.
média. Já outro estudo de Rosa et al.
(2003) feito com maratonistas brasileiros para verificar a dependência de exercícios
físicos revelou que a maioria treinava de 5 a 6 vezes por semana, sendo 45,2%
homens e 41,2% mulheres. Atualmente, um estudo feito com mulheres
mul
mostrou que
62% delas corre entre 3 e 4 vezes por semana. (IGUANA
IGUANA SPORTS,
SPORTS 2014).
27
Conforme mostrado no gráfico 6, a grande maioria dos participantes da
pesquisa treinam com maior frequência no período da noite, com uma diferença
significativa para os sujeitos que treinam do período da manhã. Somando-se os
corredores que correm de manhã e a noite, temos 86% deles treinando nesses dois
períodos. Em um estudo onde foi pesquisado o panorama de assessorias esportivas
do Rio de Janeiro e São Paulo, verificou-se que os períodos em que mais
acontecem os treinos são nos turnos da manhã e noite, com 55% da predominância
para ambos os turnos. (IGUANA SPORTS, 2013).
O volume de treino semanal e o tempo médio por quilometro (min/km) são
variáveis importantes na prescrição de treinos. Esses valores estão representados
na tabela 4 abaixo.
Tabela 4 - Quilometragem semanal percorrida em treinos e tempo médio por quilômetro (min/km)
METRAGEM SEMANAL (km)
% (n=100)
De 11 a 20
34%
De 21 a 30
25%
De 41 a 50
14%
De 31 a 40
13%
De 51 a 60
6%
De 5 a 10
4%
Mais de 60
4%
RITMO POR KM (min/km)
% (n=100)
Entre 5:31 e 6:00
27%
Entre 5:01 e 5:30
23%
Entre 4:31 e 5:00
19%
Entre 4:01 e 4:30
13%
Entre 6:01 e 6:30
5%
Acima de 7:00
5%
Entre 6:31 e 7:00
4%
Entre 3:50 e 4:00
4%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
A distância semanal percorrida verificada na tabela 4, entre os participantes
da pesquisa nos treinos semanais é de 11 a 30 quilômetros, com 59% dos mesmos
correndo dentro dessa faixa de distância.
Niada (2011), observou que corredores que costumam correr 3 vezes por
semana percorrem em média 25 quilômetros. Ainda Crowe Horwath (2012), verificou
28
que 44% das mulheres correm a distância média de 7 a 10 km por treino. Já os
homens percorrem 10 a 15 km,somando 34% dos participantes da pesquisa.
Ainda, em um estudo transversal, com participação de 200 corredores,
verificou-se que a quilometragem média semanal percorrida por eles era de 35 km.
HESPANHOL JUNIOR et al. (2012).
Alguns estudos foram realizados com o objetivo de se identificar possíveis
fatores de risco para lesões musculoesqueléticas em corredores, e os principais
fatores encontrados nesses estudos foram a distância percorrida semanal e a
presença de lesões prévias. Porém boa parte desses estudos foi feito em
maratonistas, sendo importante realizar estudos com corredores com um menor
volume de treino semanal, ou seja, praticantes de corrida recreativos e amadores.
HESPANHOL JUNIOR et al. (2012).
Na tabela 4 acima pode-se observar ainda que o ritmo médio por quilômetro
entre os participantes da pesquisa é entre 5:01 e 6:00 min/km, totalizando 50% dos
participantes da pesquisa. Já Hespanhol Junior et al. (2012), verificaram que 37%
tinham o ritmo de corrida por minuto entre 5 e 6 min/km.
São apresentadas na tabela 5 a seguir, quantas vezes por semana em média
os participantes costumam treinar em cada piso.
Tabela 4 - Treinos realizados em diferentes tipos de piso por semana
TIPO DE PISO
PARTICIPANTES
FREQUENCIA
MÉDIA DE
TREINAM PELO
SEMANAL TOTAL
TREINOS
MENOS 1X SEMANA
SEMANAIS POR
NO PISO
PARTICIPANTE
Asfalto
75
202
2,69
Cimento
56
130
2,32
Terra
33
38
1,51
Grama
17
19
1,11
Esteira
19
21
1,10
Cascalho/pedrisco
10
12
1,02
Areia/praia
0
0
0
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Os sujeitos da pesquisa apresentaram em sua maioria uma frequência
semanal de treinos realizada nos terrenos de asfalto e cimento, fato que pode estar
relacionado à maioria dos treinos de assessorias esportivas serem realizados em
locais com essas características.
29
Segundo pesquisa de Hespanhol
spanhol Junior et al. (2012), 94% dos corredores
corriam em piso rígido de 2 a 3 vezes por semana, seguido 54,5%que treinavam na
esteira pelo menos 1 vez por semana.
Na tabela 6 a seguir, serão apresentados os dados descritivos da duração
média de um treino de corrida em minutos.
Tabela 5 - Duração média do treino de corrida
Tempo (min.)
% (n=100)
Entre 31 e 60
52%
Entre 61 e 90
29%
Entre 10 e 30
14%
Entre 91 e 120
3%
Mais de 120
2%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Como observado na tabela 6,, houve uma predominância dos sujeitos que
treinam com um volume abaixo de 60 minutos ou igual.
Diferentemente de um estudo feito com maratonistas brasileiros sobre a
dependência de exercícios físicos, onde cerca de 81% dos entrevistados dedicavamdedicavam
se de uma a duas horas por dia às suas rotinas de treinos para a corrida.
(TEDESCO, 2006).
Ainda segundo
o Dallari (2009), a duração de cada sessão de corridas depende
da disponibilidade, disposição, ritmo e objetivos do corredor. No princípio, para que o
corpo adapte-se
se ao exercício, são necessárias sessões de cerca de uma hora, o que
inclui um tempo de preparação
preparação além da prática propriamente dita. Na medida em
que um corredor evolui, a necessidade de tempo aumenta.
Foram verificados os tipos de provas que os participantes de assessorias de
corrida participam com maior frequência. O gráfico 7 apresenta quais são as mais
concorridas.
Gráfico 7 - Tipo de prova que corre com maior frequência
Provas com menos de 10km
5% 5% 1%
10km
38%
19%
Meia Maratona (21.097m)
Maratona (42.195m)
32%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Provas com mais de 10km,porém
inferiores à Meia Maratona
Ultramaratona (superior à 42.195m)
30
Como verificou-se no gráfico 7, os participantes da pesquisa correm com mais
frequência provas de corrida com distâncias menores que 10 km , provas de 10 km e
meia maratona, respectivamente. Neste mesmo estudo verifica-se que o tempo de
prática de corrida de 32% dos participantes é de 1 a 2 anos, sendo condizente com
a preferência dos mesmos por provas mais curtas, por serem atletas iniciantes no
esporte.
Em um estudo de Niada (2011) realizado com corredores de Curitiba,
verificou-se um cenário um pouco diferente de Florianópolis, na qual as provas com
maior frequência de participação entre os corredores daquele local era de 10 km,
21km e 5km respectivamente. Já um estudo de Iguana Sports (2012), revela que
provas de 10 km são as preferidas dos homens com 40% de preferência, já as
mulheres preferiam neste estudo as provas de 5 km. Fato comprovado com um
estudo com mulheres realizado em 2014, onde se verificou que 38% das corredoras
com tempo de prática da modalidade entre 1 e 4 anos, referem provas de 5km,
totalizando 42% das participantes, seguido de provas de 10km preparando para
novos desafios com 34% de preferência das participantes da pesquisa e provas de
21km na sequencia, sendo a distância que mais deve aumentar a preferência entre
as corredoras nos próximos anos segundo a pesquisa. (IGUANA SPORTS, 2014).
Nos Estados unidos, a preferência por provas de 5 km também é dominante,
diferente apenas com a preferência por provas de meia maratona em segundo lugar,
seguido das provas de 10 km. Esse cenário é mostrado na tabela 7 abaixo, onde se
verifica o número de concluintes das provas em 2013 em todas as distâncias.
Tabela 6 - Número de concluintes de provas nos EUA em 2013.
DISTÂNCIA
CONCLUINTES EM 2013
% DO TOTAL
CRESCIMENTO
2012-2013
5km
8.300.000
43.6%
34%
Meia Maratona
1.960.000
10.3%
6%
10km
1.480.000
7.9%
1%
541.000
2.8%
11%
Outras provas
6.744.000
35.4%
22%
TOTAL
19.025.000
Maratona
Fonte: Running USA, 2014.
22%
31
Ainda nos Estados Unidos, as mulheres dominam as participações em provas
de 5k (58% dos concluintes), 10k (56% dos concluintes) e meia maratona (61% dos
concluintes), perdendo para os homens apenas na preferência por maratonas.
Várias são as modalidades esportivas praticadas em paralelo à corrida pelos
participantes de assessorias de corrida. A tabela 8 apresenta essas modalidades.
Tabela 7 - Outras modalidades esportivas praticadas
PRATICA OUTRA MODALIDADE
% (n=100)
ESPORTIVA
Sim
67%
Não
33%
MODALIDADES PRATICADAS
% (n=100)
Musculação
41%
Ciclismo
16%
Triatlon
9%
Pilates
9%
Natação
8%
Outras modalidades
8%
Artes Marciais
5%
Treinamento Funcional
4%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
A musculação é a modalidade mais praticada pelos participantes da pesquisa,
com o ciclismo como segunda modalidade praticada.
Em uma pesquisa realizada pela Vigitel em 2013, o percentual de
entrevistados que disseram praticar musculação cresceu 50% entre 2006 e 2013, na
qual foi 45,8% de aumento das adeptas do sexo feminino e 35,5% do sexo
masculino, segundo gráfico 8 abaixo.
Gráfico 8 - Tendência de prevalência de prática de musculação
Fonte: Vigitel, 2013.
32
No maior estudo feito com assessorias esportivas no Brasil, foi verificado que
90% dos participantes praticavam outras modalidades esportivas além da corrida.
Destes, 84% praticam musculação, 32% natação e 29% ciclismo. Já uma pesquisa
feita com mulheres corredoras, revelou que 26% de delas praticam musculação,
14% ciclismo e 13% natação. (IGUANA SPORTS, 2014).
Na tabela 9 observamos dados relativos ao tempo de prática de outras
modalidades esportivas, bem como a frequência semanal e a duração da sessão de
treino.
Tabela 8 - Tempo de prática, frequência semanal e tempo de duração da sessão de treino de outras
modalidades.
TEMPO DE PRÁTICA
% (n=100)
De 1 a 5 anos
34%
Não praticam
33%
De 6 a 10 anos
16%
De 11 a 15 anos
6%
De 16 a 20 anos
6%
Mais de 20 anos
3%
Até 6 meses
2%
FREQUENCIA SEMANAL
% (n=100)
3x por semana
32%
2x por semana
25%
4x por semana
14%
5x por semana
11%
1x por semana
9%
7x por semana
5%
6x por semana
4%
DURAÇÃO DA SESSÃO DE TREINO
% (n=100)
De 31 a 60 minutos
71%
De 61 a 90 minutos
9%
De 91 a 120 minutos
9%
Mais de 120 minutos
6%
Até 30 minutos
5%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Os participantes da pesquisa apresentaram em sua maioria um tempo de
prática de outras modalidades esportivas entre 1 e 5 anos. Além disso, treinam entre
33
2 a 3 vezes por semana com sessões de treino que variam de 31 a 60 minutos.
Lembrando que neste mesmo estudo, verificou-se que 52% dos participantes tinham
sessões de treino de corrida entre 31 e 60 minutos.
Interessante notar na tabela 9 acima, que apenas 5% dos participantes
praticam atividades concomitantes à corrida por até 30 minutos. Uma revisão feita
por Mccarthy et al (2002), mostrou que os treinos com frequências semanais ou
volumes mais elevados mostraram uma pior interação entre a musculação e as
demais atividades, como a corrida por exemplo. A realização de treinos
concomitantes deve adequar-se ao volume e intensidade totais, tendo em mente que
ambas atuam sobre o mesmo sistema fisiológico e que haverá interação entre as
adaptações de cada uma. (OSTROWSKI, 1997). Com relação ainda ao volume de
treino, dados da composição corporal em atletas de alto nível mostram que
maratonistas e corredores de fundo não apresentaram menores percentuais de
gordura que velocistas, sendo que em mulheres, as velocistas normalmente
possuem percentuais de gordura menores que as fundistas. (GENTIL, 2010).
Os objetivos pelos quais os participantes de assessorias correm são os mais
variados possíveis. Na tabela 10 são mostrados os principais deles.
Tabela 9 - Objetivos pelos quais os praticantes de corrida praticam corrida
OBJETIVOS
% (n=100)
Condicionamento físico
44%
Busca de melhor desempenho
15%
Emagrecimento
10%
Lazer
10%
É atleta de performance
9%
Recomendação médica /saúde
4%
Estética
2%
Prazer
2%
É atleta de outro esporte
1%
Acompanhar familiares /amigos
1%
Superação
1%
Vício
1%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Como verificado na tabela 10, a maioria dos participantes tem como objetivo
principal para praticar a corrida o condicionamento físico e busca de melhor
desempenho.
34
Condicionamento físico é a interação de várias valências físicas, visando o
melhor funcionamento musculoesquelético e metabólico do indivíduo. As principais
valências
físicas
relacionadas
são:
força
muscular,
potência,
resistência
cardiovascular, resistência muscular localizada e flexibilidade (POWERS,2009).
Os achados deste estudo vão de encontro á outros relacionados aos motivos
que levam os participantes a correr. Em 2012, verificou-se que 52% dos homens e
43% das mulheres corriam em busca de um melhor condicionamento físico, seguido
de lazer (25%) para os homens e emagrecimento (28%) para as mulheres (IGUANA
SPORTS, 2012). Mais recentemente, uma pesquisa feita exclusivamente com
mulheres revelou que elas correm primeiramente para melhorar a qualidade de vida
e ter um corpo mais bonito. (IGUANA SPORTS, 2014).
Além das melhoras na saúde física, ao praticar a corrida há melhoras na
saúde emocional e social, conforme colocadas na tabela 11 abaixo.
Tabela 10 - Benefícios da corrida
Melhoria da saúde física
Melhoria da saúde
Melhoria da saúde social
emocional e cognitiva
Controle da pressão
Redução do estressa, da
Sentimento de
arterial; melhor capacidade
depressão; melhoria da
pertencimento ao grupo;
de respiração; melhor
ansiedade, do humor;
criação de laços de amizade;
capacidade de ejeção do
liberação da endorfina;
incentivo de valores como
coração; controla nível do
estímulo de novos
humildade e educação.
colesterol bom (HDL); e
neurônios; melhora
diminui o ruim (LDL);
oxigenação do cérebro.
controle do peso corporal;
controle da osteoporose;
fortalecimento da
musculatura.
Fonte: adaptado de Silva (2009).
Mesmo sendo um esporte individual, não há impeditivos para que seja
praticado em grupo. Duas formas que facilitam a prática coletiva são os grupos de
corrida e as competições. Além do prazer da companhia de outras pessoas, esses
encontros servem também para aprimorar a identificação do corredor com o esporte
(LIMA, 2007).
35
4.3 ASSESSORIAS ESPORTIVAS
Assessorias esportivas são empresas formadas por Profissionais de
Educação Física, especializados em corrida, que oferecem serviços especializados
aos seus clientes. Na tabela 12, verificou-se os principais motivos dos participantes
da pesquisa a aderir à uma assessoria esportiva,além dos serviços oferecidos por
essas empresas.
Tabela 11 - Principais motivos que levam os corredores a procurar assessorias de corrida e serviços
oferecidos
OBJETIVOS
% (n=100)
Orientação profissional
42%
Socialização/integração/amizade
18%
Melhora na performance / rendimento
14%
Outros motivos
6%
Evitar lesões
4%
Planilha individualizada /personalizada
4%
Melhora da técnica de corrida
4%
Segurança na prescrição de treinos
4%
Periodização dos treinamentos
3%
Indicação de amigo/ corredor
1%
SERVIÇOS OFERECIDOS
PARTICIPANTES
Treinos em grupo
40
Sessões de alongamento
37
Sessões de educativos de corrida
36
Hidratação
36
Convênio com outros profissionais (médicos,
fisioterapeutas, nutricionistas, profissionais de
educação física)
33
Planilha semanal
31
Planilha mensal
24
Treinamento Funcional
17
Viagem
17
Convênio com lojas esportivas
17
Transporte
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
4
36
Verificou-se acima que 42% dos corredores de assessorias, citaram como o
principal motivo para a escolha desse serviço a orientação profissional, seguido da
socialização e melhoria na performance, respectivamente. Cabe ressaltar nesses
resultados, a importância do profissional de educação física na prescrição e
orientação dos treinamentos. Além disso, em estudos similares verificou-se que
48,5% dos participantes da pesquisa não possuíam acompanhamento de um
profissional especializado em corrida, contra 41% que possuíam orientação.
HESPANHOL JUNIOR et al. (2012).
Dentre os serviços oferecidos pelas assessorias esportivas, os mais
recorrentes são treinos em grupo, sessões de alongamento, educativos de corrida,
hidratação e planilha semanal, respectivamente. Já em um estudo para verificar o
panorama das assessorias de corrida, foi verificado que os principais serviços
oferecidos aos participantes da pesquisa eram planilhas personalizadas, hidratação
e nutricionista, nessa ordem.
No estudo de Iguana Sports (2013), foi verificado que os serviços mais
oferecidos pelas assessorias esportivas participantes foi planilhas de treino
personalizadas, com 93% das respostas positivas para esse item.
Na tabela 13 a seguir, são apresentados os valores médios de investimento
dos participantes em assessorias esportivas em Florianópolis.
Tabela 12 - Investimento mensal em assessoria de corrida
INVESTIMENTO
% (n=100)
R$ 51 a R$ 100
44%
R$ 101 a R$ 150
20%
R$ 20 a R$ 50
16%
R$ 0 (zero) / convênio
14%
Patrocínio/apoio
3%
R$ 151 a R$ 200
2%
Mais de R$ 200
1%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Conforme apresentado na tabela 13 acima, a maioria dos participantes de
assessorias de corrida investe entre R$ 51 e R$ 150,00 neste serviço, totalizando
64% dos participantes.
Em São Paulo, fazer parte de uma assessoria esportiva custa algo em torno
de R$ 80 a R$ 200 reais. Além de planejar e orientar o treinamento, muitas
37
assessorias também oferecem o acompanhamento de outros profissionais
relacionados a este esporte, como nutricionistas, psicólogos, massagistas, além de
parcerias com academias, lojas de materiais esportivos e laboratórios
laboratóri
médicos
(LIMA,2007).
No gráfico 9,, verifica-se
verifica
a experiência dos corredores, classificados de
novatos à experientes.
Gráfico 9 - Experiência dos corredores
Corredor Intermediário
5%
Corredor Novato
38%
26%
Corredor Experiente
31%
Corredor com experiência
que está voltando a correr
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
No gráfico 9,, observou-se
observ
que a maioria dos participantes são corredores com
intermediária experiência, logo em seguida composta por corredores novatos e
experientes com uma diferença de 5% entre os resultados. Neste mesmo estudo foi
verificado o tempo de prática de corrida dos participantes,
participantes, verificando que 32% deles
tem de 1 a 2 anos, 25% entre 3 e 4 anos 3 e 14% entre 5 e 6 anos de prática de
corrida.
Em uma pesquisa realizada com 888 corredores em 2012, verificou-se
verificou
que
59% classificavam-se
se como corredores intermediários, 27% iniciantes
i
e 14%
avançados, mostrando uma realidade semelhante, mas não igual aos participantes
de Florianópolis (RUNNERS WORLD, 2013).
201
Identificamos o hábito de alongar antes e após treinos e competições entre os
participantes
da
desaquecimento
pesquisa,
(volta
a
bem
calma)
como
antes
a
e
realização
realização
após
de
treinos
aquecimento
e
e
competições,
respectivamente. Nas tabelas
tabela 14 e 15 seguem os resultados referentes a esses
fatores.
38
Tabela 13 - Alongamento antes e após treinos e competições
ALONGA ANTES
% (n=100)
Sempre
61%
Algumas vezes
26%
Nunca
13%
ALONGA DEPOIS
Sempre
64%
Algumas vezes
27%
Nunca
8%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Tabela 14 - Aquecimento / desaquecimento antes e após treinos e competições
AQUECIMENTO ANTES
% (n=100)
Sempre
69%
Algumas vezes
24%
Nunca
7%
DESAQUECIMENTO DEPOIS
Algumas vezes
42%
Sempre
39%
Nunca
19%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Na tabela 14, podemos observar que a grande maioria dos participantes
costuma alongar sempre antes e após seus treinos e/ou competições, como
mostrado em outros estudos.
Esses dados vão de encontro aos achados de um estudo realizado com 200
corredores, cujo objetivo era verificar possíveis associações entre os hábitos e as
características de treinamento com lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas
à corrida. Neste estudo mais de 90% dos participantes alongavam antes do treino,
94% antes da corrida e 73,5% após a corrida (HESPANHOL JUNIOR et al, 2012).
O fato de uma alta porcentagem dos corredores realizar exercícios de
flexibilidade antes ou após a atividade de corrida pode estar relacionado ao fato de
os atletas e treinadores acreditarem que a prática de tal exercício pode prevenir
lesões, apesar de falta de evidência científica que apoie tal crença até esse
momento. (ESPANHOL JUNIOR et al,2012).
39
Já na tabela 15, verificou-se
verificou
que os participantes de assessorias esportivas
de Florianópolis costumam, em sua maioria, aquecer sempre antes treinos e
competições. Porém verificou-se
verificou se que após treinos e competições, ocasionalmente
realizam o desaquecimento ou volta a calma.
4.4 TÊNIS
Um dos itens indispensáveis para a prática da corrida é o tênis, dos mais
simples aos mais tecnológicos. No gráfico 10 e tabela 16,
16 respectivamente,
visualiza-se a frequência de troca dos tênis e os motivos levados em consideração
para a compra do novo tênis.
tê
Gráfico 10 - Frequência da troca de tênis
Frequencia de troca
Participantes
60
Entre 6 meses e 1 ano
53
50
Entre 1 ano e 1 ano e
meio.
40
Não sei informar
30
Entre 1 ano e meio e 2
anos
21
20
10
10
9
0
Menos de 6 meses
6
1
Mais de 2 anos
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Tabela 15 - Fatores levados em consideração para a troca do tênis de corrida
MOTIVOS DA TROCA
% (n=100)
Desgaste da estrutura do tênis
58%
Quilometragem percorrida
19%
Valor
10%
Design, beleza
8%
Lançamentos disponíveis
5%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
De acordo com o gráfico 10 acima, mais da metade dos participantes troca de
tênis com uma frequência entre 6 meses e 1 ano de uso.
40
Os achados mostram-se semelhantes com os do estudo que mostrou que
44% trocam seus tênis a cada seis meses e 37% a cada ano. Já uma pesquisa mais
abrangente, foi verificada que 69%dos participantes trocavam seus pares de tênis a
cada seis meses.
Verificou-se na tabela 16 que o desgaste do tênis é o fator mais levado em
consideração no momento da decisão pela troca do tênis, como verificado na tabela
18. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Aarhus na Dinamarca, com
930 corredores durante 12 meses, o tempo de uso do tênis teria mais influência
sobre as lesões que o tipo de tênis inadequado para o tipo de pisada, além de outros
fatores como excesso de peso, volume de treinamento e lesões antigas (NIELSEN,
2013).
Para Barrios (2009), é importante prestar atenção em fatos como dores nas
pernas, desgastes visíveis ou inclinação do tênis quando colocado no chão.
Na tabela 17 verificamos a utilização de tênis com alguma característica
especial de amortecimento ou estabilidade, a ciência por parte dos corredores do
seu tipo de pisada e tipo de pisada predominante no grupo.
Tabela 16 - Tênis com característica especial e tipo de pisada predominante
CARACTERÍSTICA ESPECIAL
% (n=100)
Sim
79%
Não
21%
SABE O TIPO DE PISADA
% (n=100)
Sim
86%
Não
14%
TIPO DE PISADA
Neutra
40%
Supinada
27%
Pronada
20%
Não soube informar
13%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Na tabela 17, dos 100 participantes da pesquisa, a grande maioria diz usar
tênis com algum tipo de característica especial.
41
Neitz (2010) comenta que a tarefa de selecionar um tênis apropriado não é
simples. No mercado Há diversas opções de modelos e marcas, alguns oferecendo
estabilidade, amortecimento, outros para treinos de velocidade.
Os tênis classificados como de amortecimento tem sola mais macia e menor
suporte, indicados para atletas com pisada neutra ou supinada, já o tênis
classificado como de estabilidade e controle de movimento tem solado que
proporciona uma boa combinação de amortecimento e suporte, sendo indicado para
atletas com pisada pronada ou com leve pronação que precisam de um tênis com
algum suporte e boa durabilidade (NIADA,2011).
A tabela 17 mostrou que 86% dos participantes de assessorias de corrida
sabem o seu tipo de pisada, sendo a mais comum as pisadas neutra e supinada
respectivamente. O quadro abaixo mostra diferenças entre os 3 tipos de pisadas e
suas características.
QUADRO 2 - Tipos de pisada e características
Fonte: Oliveira, (2009)
Os achados das tabelas 17 foram similares aos de outro estudo feito com 200
atletas, na qual 83% usavam tênis com alguma característica especial e 83,5%
sabiam o seu tipo de pisada. Destes, 56,2% tinham pisadas neutras, 26% pronada e
17,2% supinada.
Atualmente, diversos profissionais da área da saúde que trabalham com a
corrida sugerem a prática de exercícios de flexibilidade e/ou à prescrição de
42
caríssimos tênis especiais para a corrida coma finalidade de se prevenir lesões
musculoesqueléticas, apesar da inexistência de estudos que demonstrem a eficácia
dessas medidas até o presente momento (HESPANHOL JUNIOR et al, 2012).
Há diversas formas de se avaliar o tipo de pisada, desde uma simples
observação do desgaste do tênis até testes feitos em laboratórios de biomecânica.
Veremos na tabela 18 quais são as formas de avaliação mais utilizadas e quais
profissionais realizaram essas avaliações.
Tabela 17 - Forma de avaliação da pisada
FORMA DE AVALIAÇÃO
% (n=100)
Observação e filmagem na esteira
31%
Pedígrafo/Baropodometria/ Plataforma de força
25%
Avaliação Física e Postural
16%
Desgaste do calçado
12%
Teste em lojas especializadas
10%
Teste do pé molhado
2%
Ultrassom
2%
Sites
2%
AVALIADOR
% (n=100)
Treinador de Corrida/Prof.Educação Física
37%
Um profissional de loja especializada
26%
Fisioterapeuta
25%
O próprio participante da pesquisa
9%
Médico
3%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
Na tabela 18, verificamos que a forma de avaliação mais utilizada pelos
corredores foi observação e filmagem na esteira, com uma pequena diferença para
testes realizados com plataformas de força e infravermelho. Na mesma tabela
observamos que o principal responsável pela avaliação do tipo de pisada foi o
profissional de Educação Física e treinador de corrida. Profissionais de lojas
especializadas e fisioterapeutas também são responsáveis por grande parte das
avaliações dos tipos de pisada dos participantes. Esses dados são bem diferentes
dos achados de Hespanhol Junior et al. (2012), onde foi verificado que 70% dos
sujeitos da pesquisa realizaram o teste da pisada em lojas de esportes, 7,2% em
43
fisioterapeutas,
6%
em
médicos
e
somente
5,4%
foram
realizadas
por
treinadores/profissionais de Educação Física.
Na tabela 19, é apresentado o uso de palmilhas pelos participantes da
pesquisa.
Tabela 18 - Utilização de palmilha
USO DE PALMILHA
% (n=100)
Sim
11%
Não
89%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
Como verificado na tabela 19 acima, quase 90% dos sujeitos da pesquisa não
usam palmilha com fim de correção postural ou tipo de pisada. Valor quase idêntico
ao achado com 200 corredores, na qual 179 relatavam não usar palmilha especial,
totalizando 89,5% dos corredores.
4.5 LESÕES
Na tabela 20 são apresentados a incidência e tipos de lesões relacionadas a
corrida, no passado e atualmente
Tabela 19 - Lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida ocorridas no passado e
atualmente.
LESÃO NO PASSADO
% (n=100)
Sim
60%
Não
40%
TIPO DE LESÃO
(n=30)
Canelite
9
Síndrome da Banda Iliotibial
5
Tendinopatias joelho e/ou calcanhar
5
Lesão Labral
5
Fasceite plantar
2
Outras lesões
4
44
LESÃO ATUALMENTE
% (n=100)
Sim
17%
Não
83%
TIPO DE LESÃO
(n=22)
Canelite
2
Tendinopatias joelho e/ou calcanhar
4
Lesão Labral
4
Lesão ligamentar
4
Lesão meniscal
4
Outras lesões
4
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
De acordo com a tabela 20, mais da metade dos participantes apresentaram
algum tipo de lesão relacionada á corrida no passado (60%), sendo a canelite a
lesão com maior incidência. Síndrome da banda iliotibial, tendinopatias e lesão labral
tiveram o mesmo número de ocorrência entre os corredores. Atualmente, 83% dos
participantes não apresentam lesões.
Em um estudo realizado com 115 participantes da Maratona de Blumenau e
Desafio Praias e Trilhas em 2006, foi relatado a prevalência de lesões em 37% deles
no período de um ano (PAZIN et al, 2008).
Já as lesões mais apresentadas em um grupo de 110 corredores no período
de 12 meses foram as tendinopatias e as lesões musculares, sendo o joelho a
articulação que foi mais acometida, a prevalência de lesões musculoesqueléticas
relacionadas à corrida deste estudo foi 55%. (ESPANHOL JUNIOR et al, 2012)
Já em 1970, em estudo longitudinal feito com corredores nos Estados Unidos,
verificou que de 1970 a 1986, o local com maior incidência de lesões por prática de
exercícios foi o joelho, com 23,2% de lesões em homens e 22,3% em mulheres,
sendo a Síndrome Patelo Femoral a com maior incidência, com 32,2% dos casos
(TEDESCO,2006).
Uma pesquisa feita em 2012 com 888 corredores revelou que 62% não
tinham tido uma lesão no ano anterior, porém dos 38% que reponderam sim à
questão 26% lesionaram o joelho (RUNNERS WORLD, 2013).
45
4.6 HÁBITOS DE CONSUMO
Na tabela 21, mostramos os resultados da frequência dos participantes da
pesquisa à academias, valor médio das mensalidades e se possuem assessorias
esportivas especializadas em corrida.
Tabela 20 - Frequência à academia, valor de mensalidade e assessoria esportiva
FREQUENTA ACADEMIA
% (n=100)
Sim
63%
Não
37%
VALOR DA MENSALIDADE
(n=63)
Entre R$ 101 e R$ 200
39
Até R$ 100
17
Entre R$ 201 e R$ 400
7
POSSUI ASSESSORIA DE CORRIDA
(n=63)
Não
35
Sim
28
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Verificou-se na tabela acima que os participantes da pesquisa, além de
participarem
de
uma
assessoria
esportiva,
frequentam
academias
com
mensalidades entre R$ 101 e R$ 200 reais. Sendo que uma pequena parcela
dessas academias possuem assessorias de corrida. Lembra-se ainda, que a
modalidade mais praticada nas academias frequentadas, segundo este estudo, é a
musculação com 41% da preferência.
Em uma pesquisa de 2012, denominada “DNA do Corredor”, foi verificado
que
72%
dos
participantes
frequentavam
academia,
com
29%
pagando
mensalidades entre R$ 100 e R$ 200 reais (IGUANA SPORTS, 2012).
Já um estudo mais recente, com 5.267 mulheres corredoras, revelou que 75%
delas frequentam academia, sendo que 32% delas usam as esteiras para
complementar seus treinos de corrida e 37% treinam exclusivamente em esteiras.
(IGUANA SPORTS,2014).
Já segundo dados da Vigitel (2013), 18,97% dos adultos optam pela
academia na busca da prática de atividades físicas
46
Outro estudo de 2014 verificou que 84% dos participantes de assessorias
esportivas
praticam
musculação,
mostrando
que
as
academias
são
um
complemento comprovado no mercado running (IGUANA SPORTS, 2014).
Um dos hábitos de consumo verificados por este estudo foi a preferência por
marcas específicas de tênis por seus consumidores. Na tabela 25 são mostradas as
marcas preferidas pelos participantes da pesquisa, além do número de pares
comprados ao ano e o valor investido nos mesmos.
Tabela 21 - Marca de tênis preferida pelos corredores
MARCA
% (n=100)
Asics
45%
Mizuno
18%
Saucony
9%
Nike
6%
Sem preferência
6%
Adidas
3%
New Balance
3%
North Face
3%
Brooks
2%
Skechers
2%
Salomon
1%
Under Armour
1%
Não informou
1%
PARES DE TÊNIS
% (n=100)
Até 2 pares
58
De 3 a 4 pares
40
5 ou mais pares
2
INVESTIMENTO
% (n=100)
Entre R$ 201 e R$ 400
64%
Entre R$ 401 e R$ 600
22%
Até R$ 200
8%
Acima de R$ 600
6%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
Asics foi a marca de tênis preferida pelos participantes, como mostrado
acima. Na sequencia vem Mizuno e Saucony. Interessante notar que grandes
47
marcas como Nike e Adidas ficaram apenas nas quartas e quintas colocações de
preferência respectivamente.
Entre os corredores de um estudo realizado em 2012, as marcas de tênis
preferidas pelos participantes foram as mesmas encontradas neste estudo, Asics e
Mizuno, tidas como referências no mercado e mais consumidas. Nike e Adidas
aparecem nas terceiras e quartas posições, sendo reconhecidas como grandes
marcas mundiais, mas não sendo reconhecidas como especialistas no mercado
running, segundo os participantes da pesquisa. Entre as mulheres a marca de tênis
preferida é a Mizuno (IGUANA SPORTS, 2012).
Lima (2007), identificou que as marcas Asics e Mizuno são as preferidas entre
os corredores de rua. No segmento de corrida essas marcas são identificadas como
proporcionando um resultado diferente das outras. Estes tênis são utilizados quase
que exclusivamente em treinos e provas.
Ainda segundo a autora acima, um dos motivos para a “economia” desses
tênis, seria o preço desses equipamentos.
Verifica-se ainda na tabela acima que a grande maioria dos participantes de
assessorias de corrida compra de até 2 pares de tênis por ano. E o investimento
médio nesses pares varia entre 200 e 400 reais.
Esses valores são semelhantes à outras pesquisas, onde 69% dos corredores
compravam até 2 pares de tênis por ano e o investimento médio era o mesmo dos
valores citados acima (IGUANA SPORTS, 2012).
Com base no exposto, é possível perceber a importância que uma marca
pode representar para o corredor de rua quando ela é capaz de proporcionar os
benefícios esperados e gerar confiança evitando riscos na compra do tênis. É
possível também perceber a imensa influência que a recomendação dos treinadores
exerce sobre o comportamento de compra dos atletas. Eles são vistos como
“especialistas” no esporte e, por isso, passam a ter autoridade e propriedade para
opinar sobre os equipamentos utilizados pelos atletas. (LIMA,2007).
Com relação às marcas de roupas preferidas pelos corredores, as
preferências foram diferentes no que diz respeito aos tênis. Observamos no gráfico
11 essas diferenças.
48
Gráfico 11 - Marca de roupa preferida para correr
8%
8%
12%
7%
3%
24%
15%
23%
Sem preferência
Nike
Adidas
Não informou
Outras marcas
Mizuno
Asics
Track&Field
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
No gráfico 11 observa-se
observa
que dentre as marcas citadas pelos participantes
participant da
pesquisa, 23% escolheram Nike, seguida de Adidas na segunda colocação.
colocação
Interessante notar que 24% dos participantes não tem preferência por alguma marca
específica de roupa para correr.
Em uma pesquisa de 2012, as marcas
marcas de roupas preferidas pelos corredores
em geral foi, pela ordem: Asics, Adidas, Mizuno e Nike. (IGUANA SPORTS, 2012)
No gráfico 12 abaixo é mostrado as marcas de tênis e roupas esportivas preferidas
pelas mulheres corredoras.
Gráfico 12 - Marca de roupa e tênis preferidos pelas mulheres
Fonte: Adaptado de (IGUANA SPORTS, 2014).
Observa-se nos gráficos acima que as preferências de marcas de tênis e
roupas esportivas diferem. Para as mulheres participantes da pesquisa, os tênis
preferidos pela maioria são das marcas Asics e Mizuno, já com as roupas preferidas
por elas são das marcas Adidas, Nike e Asics respectivamente.
Já no gráfico 13,, observa-se
observa se onde são comprados esses materiais esportivos.
49
Gráfico 13 - Local de compra de material esportivo
Compra de material esportivo
Participantes
40
Fora do Brasil
(exterior)
Internet
34 33
30
20
Lojas de rua
20
10
Shopping
4
4
0
3
2
Não informou
Outros lugares
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
No gráfico 13, verifica-se
verific
que os participantes costumam comprar seus
materiais esportivos em shoppings ou em lojas no exterior. Esse fato se deve
provavelmente ao alto poder aquisitivo para compras nesses locais, além da menor
carga tributária utilizada no exterior, reduzindo consideravelmente
consideravelmente o valor dos
materiais esportivos.
Este resultado difere dos encontrados em uma pesquisa abaixo, onde 39%
dos homens preferiam comprar pela internet e 37% em shoppings (IGUANA
SPORTS, 2012).
Já as mulheres tem um perfil de compras que difere do perfil masculino, o
shopping é o lugar preferido delas para realizar suas compras de materiais
esportivos, com 29% da preferência, seguido de lojas virtuais (19%), lojas esportivas
exclusivas de uma marca, loja de departamentos (14%) e no exterior (12%).
(12%)
A utilização de suplementos tem aumentado muito por praticantes de corrida
nos últimos anos. Na tabela 23 verifica-se a incidência de utilização e quais os
suplementos mais utilizados.
50
Tabela 22 - Utilização de suplementos durante a prática esportiva
SUPLEMENTO
% (n=100)
Sim
60%
Não
35%
Não informou
SUPLEMENTO UTILIZADO
5%
% (n=108)
BCAA
34%
Whey Protein
23%
Gel de Carboidrato
21%
Outros suplementos
8%
Maltodextrina
6%
Glutamina
5%
Repositor eletrolílico
3%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
Dos corredores participantes da pesquisa, 60% relataram utilizar algum tipo
de suplemento durante a prática esportiva. Destes, a maioria utiliza BCAA, whey
protein e gel de carboidrato. Dados muito parecidos com a pesquisa de IGUANA
SPORTS (2012), na qual 61% dos participantes utilizavam algum tipo de suplemento
alimentar durante a prática esportiva.
Foi verificado o uso de bicicleta como meio de transporte, lazer e/ou
treinamento pelos participantes da pesquisa, como apresentado na tabela 24 a
seguir.
Tabela 23 - Uso de bicicleta e pretensão de compra nos próximos 6 meses
POSSUI BICICLETA
% (n=100)
Sim
60%
Não
40%
PRETENDE COMPRAR BICICLETA
(n=40)
Não
30
Sim
10
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
Observa-se na tabela 24 que a maioria dos participantes possui bicicleta. E
dos 40 que não possuem, apenas 10 pretendem compra-la nos próximos 6 meses.
Neste mesmo estudo, 16% dos participantes revelaram praticar a modalidade de
51
ciclismo e triatlon além da corrida, indicando que uma parte dos participantes utiliza
a bicicleta apenas como lazer ou meio de transporte.
O percentual de participantes desta pesquisa que possuem bicicleta (60%)
está semelhante com os encontrados em uma pesquisa onde 55% dos participantes
possuíam as mesmas. Além disso, 72% dos participantes dessa mesma pesquisa,
não pretendiam comprar uma bicicleta nos próximos 6 meses. (IGUANA SPORTS,
2012).
Foram verificados quais os meios de comunicação mais utilizados pelos
participantes para se informar sobre eventos de corrida. Os resultados são
apresentados na tabela 25.
Tabela 24 - Meios de comunicação e eventos de corrida por ano
MEIO DE COMUNICAÇÃO
% (n=100)
Assessoria Esportiva
29%
E-mail marketing
20%
Amigos / "Boca-a-Boca"
18%
Facebook
15%
Sites e Blogs
15%
Panfletagem
2%
Jornal
1%
TV
0%
EVENTOS CORRIDA / ANO
% (n=100)
De 3 a 5 corridas
45%
De 6 a 8 corridas
24%
De 9 a 11 corridas
14%
De 12 a 14 corridas
6%
Até 2 corridas
6%
Mais de 14 corridas
5%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
Na tabela 25 observa-se que o meio de comunicação mais utilizado pelos
participantes da pesquisa para buscar informações sobre eventos de corrida é
através das assessorias esportivas e e-mail marketing, mostrando ainda que meios
de comunicação como panfletos, jornais e TV já não são eficientes para informar
esse público.
52
Os consumidores de eventos running em geral utilizam como principal canal
de comunicação o e-mail marketing (58%) e boca-a-boca (20%). (IGUANA SPORTS,
2012).
Já outra pesquisa revela que 49% dos participantes de assessorias de corrida
ficam sabendo dos eventos running por sites e 39% por e-mail marketing. (IGUANA
SPORTS, 2014).
Os motivos que levam os corredores à participar de eventos de corrida são os
mais variados, vão desde a simples prática pelo esporte até se tornar um atleta
profissional. Na tabela 26, detalham-se os principais motivos.
Tabela 25 - Motivos que levam corredores à eventos de corrida
MOTIVOS
% (n=100)
Pela simples prática do esporte
28%
Performance / Busca de resultados
20%
Socialização
20%
Lazer
17%
Acompanhar amigos
14%
Desejo me tornar um atleta profissional
1%
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
A simples prática da corrida é o principal motivo que leva os corredores de
assessorias a se inscrever em eventos de corrida. Em segundo lugar, vem a busca
de resultados e a socialização que as corridas proporcionam entre os corredores e
amigos. Mais uma vez os resultados foram similares à outros estudos relacionados
à corrida, como um recente realizado em 2012, onde 59% dos participantes corriam
pela simples prática do esporte, com performance (18%) e lazer (14%) como os
outros dois principais motivos à inscrição em eventos de corrida. Fatores como
profissionalismo e desempenho são secundários neste estudo (IGUANA SPORTS,
2012).
Foram verificadas diversas provas preferidas pelos participantes em eventos
de corrida. No gráfico 14 observam-se esses resultados.
53
Gráfico 14 - Provas preferidas em eventos de corrida
Provas Preferidas
Ultramaratona
4
Corrida de Revezamento
4
42km (Maratona)
4
9
Corrida de Montanha
19
21km (Meia Maratona)
28
10km
32
5km
0
10
20
30
40
Fonte: Elaboração dos autores, 2014
No gráfico 14 acima, mostra-se
mostra
que a prova preferida entre os participantes
de assessorias de corrida de Florianópolis são as de 5km, seguidas das provas de
10km e meia maratona. As informações acima confirmam os resultados da grande
maioria das pesquisas realizadas no Brasil e exterior.
exterior
Já em estudos como os de Niada (2011) e Iguana Sports (2012), verificou-se
uma preferência maior pelas provas de 10km. Já outro estudo realizado em 2014
com público feminino de corridas, mostra-se
mostra se um quadro um pouco diferente, na qual
42% das participantes preferem a distância de 5km em eventos de corrida, com
10km na segunda colocação de preferência entre elas com 34%.
È cada vez maior o calendário de eventos de corrida no Brasil e no exterior.
Na tabela abaixo nota-se
se a participação de
de eventos em outras cidades e os gastos
médios em viagens para esses eventos.
Tabela 26 - Frequência de participação em eventos de corrida em outras cidades e gastos
CORRIDAS OUTRAS CIDADES
% (n=100)
Sim
72%
Não
28%
FREQUENCIA
(n=72)
Às vezes
65
Sempre
7
54
GASTO MÉDIO BRASIL
(n=72)
Mais de R$ 400
38
R$ 201 a R$ 400
17
R$ 101 a R$ 200
10
R$ 50 a R$100
GASTO MÉDIO EXTERIOR
7
(n=31)
Mais de R$ 1.000
24
R$ 200 a R$ 400
3
R$ 401 a R$ 800
3
R$ 801 a R$ 1.000
1
Fonte: Elaboração dos autores, 2014.
Na tabela 27, verifica-se o número cada vez maior de corredores participantes
de eventos de corrida fora de sua cidade, estados e até mesmo no exterior. Um
estudo similar de 2012 mostrou que 83% dos corredores participam de 1 a 10 provas
por ano e que 85% dos participantes dessa pesquisa gostariam de participar de
algum prova no exterior. Além disso, destaca-se o elevado poder aquisitivo dos
corredores de assessorias de corrida. (RUNNERS WORLD, 2013).
55
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Ao término deste estudo, que teve como objetivo descrever o perfil dos
participantes de assessorias de corrida de Florianópolis, pode-se realizar algumas
considerações dentro das questões específicas investigadas.
Em relação ao primeiro objetivo específico deste estudo, identificar os dados
sociodemográficos dos participantes da pesquisa, percebeu-se a quase igualdade
no número de participantes homens e mulheres nas assessorias de corrida, com
faixa etária predominante de 27 a 36 anos para ambos os sexos, peso aproximado
de 57 a 66 quilos e estatura média entre 1,64 e 1,73 metros. O nível superior
completo destaca-se entre os níveis de escolaridade dos corredores, bem como a
renda mensal familiar predominante de 5 a 20 salários mínimos. Interessante notar
nesses dados o grande crescimento das mulheres no mercado running, além do
poder socioeconômico e cultural dos participantes.
Verifica-se como segundo objetivo específico os hábitos de corrida, na qual o
tempo de prática da modalidade é de 1 a 4 anos, com uma frequência semanal de
treinos de três vezes por semana, com duração média de até 60 minutos por treino e
tendo como o período noturno o preferido para correr. Os participantes relataram um
volume semanal de treino de 11 a 20 quilômetros e um ritmo médio ou “pace” de
5:31 a 6:00 min/km. As provas mais frequentes realizadas pelos participantes são
com distâncias menores que 10 quilômetros. A grande maioria dos participantes de
assessorias de corrida de Florianópolis praticam modalidades paralelas à corrida,
como musculação e ciclismo, com uma frequência semanal de 3 vezes por semana
e com sessões de treino dessas modalidades esportivas variando entre 31 e 60
minutos. Além disso, esses praticantes têm de 1 a 5 anos de experiência nessas
modalidades. O condicionamento físico é o principal objetivo pelo qual os
participantes da pesquisa correm, seguido da busca de um melhor desempenho em
eventos de corrida.
A orientação profissional é de longe o principal motivo que leva os
participantes da pesquisa a escolher uma assessoria de corrida para o
acompanhamento dos seus treinos , destacando-se a importância do Profissional de
Educação Física nesse processo. A socialização entre os corredores durante os
treinos e eventos de corrida mostrou-se como tendo um papel importantíssimo na
adesão de clientes às assessorias. Os treinos em grupo, sessões de alongamento e
56
educativos de corrida e o fornecimento de hidratação aos corredores estão entre os
principais serviços prestados aos clientes. Nas assessorias, a grande maioria é de
corredores novatos e intermediários com experiência de 1 a 4 anos na modalidade.
Com relação ao quarto objetivo específico, identificação do histórico de
lesões, conclui-se que a maioria dos participantes sempre realiza alongamento pré e
pós-treinos e competições e aquecimento antes de treinos e competições. A
realização da troca de tênis ocorre com até um ano de uso, tendo como o fator
principal da troca o desgaste da estrutura do tênis. Ainda com relação ao tênis, notase que a grande maioria usa calçados com características de amortecimento e/ou
controle de movimento, têm ciência do seu tipo de pisada e apresentam com
predominância a pisada neutra. A forma de avaliação da pisada mais utilizada pelos
corredores foi a observação e filmagem em esteiras, sendo realizada principalmente
pelo profissional treinador de corrida. As lesões musculoesqueléticas relacionadas à
este esporte ocorridas no passado em 60% dos corredores foram: Canelite,
Tendinopatia de joelho e tornozelo, Síndrome da Banda Iliotibial e Lesão
Labral,respectivamente. Já atualmente, apenas 17% relataram estar lesionados,
tendo como as lesões mais comuns as tendinopatias e lesões labral, meniscal e
ligamentar, respectivamente.
Na análise dos dados relacionados aos hábitos de consumo dos participantes
de assessorias de corrida de Florianópolis, conclui-se que a maioria é frequentadora
de academias com valores de mensalidades que variam de R$ 101 a R$ 200 reais,
sendo que estas na sua maioria não possuem assessoria relacionada à corrida. Este
estudo mostrou que as marcas de tênis preferidas entre os participantes são Asics e
Mizuno e as de roupa esportivas destacam-se como as preferidas Nike e Adidas,
porém 24% dos participantes revelaram não possuir preferência por nenhuma marca
de roupa específica. O valor médio investido em um par de tênis é de até R$ 400
reais e os participantes compram até 2 pares de tênis para corrida por ano. A
compra de materiais esportivos é realizada normalmente em lojas localizadas em
shopping e no exterior pela grande maioria dos corredores. O uso de suplementos
verifica-se em 60% dos participantes da pesquisa, sendo os mais comuns o BCAA
(aminoácidos de cadeia ramificada), Whey Protein e géis de carboidrato ou a
combinação entre esses e outros suplementos relatados neste estudo.
Com relação aos aspectos relacionados à participação em eventos de corrida,
conclui-se que a assessoria esportiva é a maneira mais utilizada pelos corredores
57
para obter informações sobre estes eventos além de e-mail marketing e o “boca-aboca”. Os corredores participam de 3 a 5 corridas por ano em média e a simples
prática do esporte é o principal motivo que os leva à eventos de corrida, além da
busca por resultados e a socialização com os amigos. Nesses eventos, as provas
preferidas pelos corredores são as de 5km ,10km e 21km respectivamente,
observando-se o crescimento de corridas de montanha e revezamento na lista da
provas preferidas. Complementando, nota-se a busca cada vez maior por eventos
realizados em outras cidades do Brasil e exterior, movimentando a economia e o
turismo nesses lugares.
A partir deste estudo, mostrou-se com mais clareza o perfil dos participantes
de assessorias de corrida de Florianópolis, mais especificamente os dados
sociodemográficos, os hábitos de corrida e suas peculiaridades, incidência de lesões
mais comuns, seus hábitos de consumo e as informações relacionadas à
participação em eventos de corrida.
Como sugestões para novos estudos, sugere-se investigar corredores da
Grande Florianópolis não participantes de assessorias de corrida, afim buscar
informações sobre esse público, a fim de conscientizar a prática da corrida orientada
por Profissionais de Educação Física. Além disso, sugere-se um estudo mais
detalhado sobre as mulheres corredoras ,suas especificidades e necessidades, pois
nota-se o grande crescimento da participação do público feminino em assessorias e
eventos de corrida no Brasil e no mundo.
58
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Odysseus Editora, 2004. 334p.
62
ANEXO A – MODELO TCLE
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL
[email protected], (48) 3279.1036
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Você está sendo convidado a participar, como voluntário de uma pesquisa
intitulada: “Perfil dos Participantes de Assessorias de Corrida de Florianópolis”.
O objetivo é descrever o perfil dos participantes de Assessorias de corrida de
Florianópolis.
Atualmente a corrida de rua vem ganhando grande espaço nos grandes
centros urbanos. Com o crescimento do esporte e a maior necessidade de
orientação aos seus praticantes, surgiram as assessorias de corrida, com o intuito
de dar todo o aporte de conhecimento, treinamento e logística necessários aos
treinamentos e competições. Partindo desse pressuposto, surge a importância de
um estudo que possa identificar o perfil dos corredores de assessorias de corrida em
Florianópolis.
A participação consiste em responder um questionário com 58 questões
fechadas, abertas e mistas. Sua estrutura se divide em cinco partes: a primeira parte
voltada aos dados pessoais; a segunda parte relacionada aos hábitos de corrida e
treinamento, a terceira parte contempla os aspectos relacionados ao histórico de
lesões dos corredores, a quarta parte verifica os hábitos de consumo e a quinta e
última parte visa identificar fatores levados em consideração na escolha de eventos
de corrida dos participantes da pesquisa
Você necessitará de aproximadamente 10 minutos para o preenchimento do
questionário.
63
Não é obrigatório responder todas as perguntas e poderá desistir de participar
da pesquisa a qualquer momento (antes, durante, ou depois de já ter aceitado
participar dela ou de já ter preenchido o questionário), sem ser prejudicado por isso.
A partir dessa pesquisa, participantes de Assessorias de corrida e Profissionais de
Educação Física serão beneficiados com um maior conhecimento sobre as
assessorias de corrida em Florianópolis e os motivos relacionados a adesão dos
participantes à serviço.
Você poderá quando quiser pedir informações sobre a pesquisa aos
pesquisadores. Este pedido pode ser feito pessoalmente, antes ou durante o
preenchimento do questionário, ou depois, por telefone, a partir dos contatos do
pesquisador que constam no final deste documento.
Todos os dados de identificação serão mantidos em sigilo e a identidade dos
participantes não será revelada em momento algum. Serão adotados números ou
códigos de identificação. Dessa forma, os dados de cada participante serão
mantidos em sigilo e, quando utilizados em eventos ou artigos científicos, a sua
identidade será sempre preservada.
Ao finalizar o trabalho será marcada uma palestra com os treinadores das
Assessorias de corrida afiliados a ATC-SC (Associação de Treinadores de Corrida
de Santa Catarina), para exposição dos resultados.
Por fim solicitamos sua autorização para a utilização dos dados desta
pesquisa para produção e publicação de artigos científicos e lembramos que a
participação é voluntaria, o que significa que o participante não poderá ser pago, de
nenhuma maneira.
Agradecemos a participação e colaboração!
Cordialmente,
____________________________________
Professora Elinai Schutz - (48) 8422-3895
Wagner Ferreira Antunes – (48) 8423-1204
Eu, _______________________________, abaixo assinado, concordo que participei
desse estudo como sujeito. Fui informado(a) e esclarecido(a) pelos pesquisadores
Elinai Freitas Schütz e Wagner Ferreira Antunes sobre o tema e o objetivo da
pesquisa, assim como a maneira como ela será feita. Recebi a garantia de que o
64
participante pode retirar-se a qualquer momento da pesquisa, sem que isto me traga
qualquer prejuízo.
Nome do participante:
RG:
Local e Data:
Assinatura:
Pesquisador responsável: Professora Elinai Schutz - (48) 8422-3895
Aluno orientado: Wagner Ferreira Antunes – (48) 8423-1204
65
ANEXO B – INSTRUMENTO DE PESQUISA
PERFIL DOS PARTICIPANTES DE ASSESSORIAS DE CORRIDA DE
FLORIANÓPOLIS
Parte I - Dados Pessoais
1. Qual a sua idade? _____anos.
2. Sexo: ( ) Masculino. ( ) Feminino.
3. Qual o seu peso aproximado? ___,__kg.
4. Qual a sua estatura? __,___ m.
5. Há quanto tempo você pratica corrida? _____ ano(s).
6. Qual o seu nível de escolaridade (concluído)?
( ) Fundamental Incompleto ( ) Fundamental Completo ( ) Médio Incompleto
( ) Médio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo
Parte II - Histórico de Corrida
1. Há quanto tempo você pratica corrida? _____ ano(s).
2. Com qual frequência você corre/treina? _____ vezes/semana.
3. Em qual período você costuma correr/treinar? ( ) Manhã. ( ) Tarde. ( ) Noite.
4. Qual é a metragem (km) semanal média? _____ km/semana.
5. Qual é o seu tempo médio por km (ritmo) ? _____minutos/km.
6. Quanto ao tipo de piso em que você treina, responda quantas vezes por semana
você costuma treinar em cada piso?
Asfalto
_____ vez(es).
Esteira
_____vez(es).
Terra
_____vez(es).
Grama
_____vez(es).
Cascalho/Pedrisco _____vez(es).
Cimento
_____vez(es).
Outro __________- _____vez(es).
7.
Quanto
tempo
dura
_____hora(s)_____minuto(s).
em
média
uma
sessão
de
treinamento?
66
8. Qual é o tipo de prova que você corre com maior frequência?
( ) Provas com menos de 10 km.
( ) 10 km.
( ) Provas com + 10 km, porém inferiores a ½ maratona.
( ) ½ Maratona.
( ) Maratona.
( ) Ultramaratona
9. Também pratica outras modalidades esportivas regularmente?
( ) Sim. ( ) Não.
9A.
Qual(is)
é(são)
a(s)
modalidade(s)
esportiva(s)
praticada(s)?
______________________________.
9B. Há quanto tempo você pratica a(s) modalidade(s) citada(s) acima ? _____anos.
9C. Com qual frequência você pratica essa(s) modalidade(s)? _____vezes/semana.
9D. Quanto tempo dura em média os treinos dessa(s) modalidade(s)? _____horas.
10. Qual é o seu principal objetivo para praticar corrida? Assinale por ordem de
prioridade,de 1 a 9, de maior para menor prioridade.
( ) Condicionamento Físico.
( ) Emagrecimento.
( ) Lazer.
( ) Recomendação médica
( ) É atleta de corrida.
( ) É atleta de outro esporte.
( ) Busca de melhor desempenho.
( ) Socialização
( ) Acompanhar familiares
( ) Outro(s) motivo(s), qual(is)?___________________________________.
11. Quais os principais motivos que te levaram a treinar com uma Assessoria
Esportiva?___________________________________________________________
___________________________________________________________.
11.A. Quais os serviços oferecidos pela Assessoria Esportiva? Assinale uma ou mais
opções.
( ) Planilhas Personalizada Semanal. ( ) Planilhas Personalizadas Mensal
Sessões de Alongamento. ( ) Treinamento Funcional.
( )
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( ) Hidratação. ( ) Viagem. ( ) Transporte. ( ) Convênio com lojas esportivas.
( ) Convênio com outros profissionais (médicos, fisioterapeutas, nutricionistas).
Outros, quais?_____________________________________________________.
11.B. Qual o valor pago pela Assessoria Esportiva? _____________________.
12. Como você se classificaria?
( ) Corredor Novato.
( ) Corredor Intemediário.
( ) Corredor Experiente.
( ) Corredor com experiência prévia que está voltando a correr.
( ) Corredor que sempre teve envolvimento com a corrida.
13. Você faz alongamento ANTES do treino/corrida (prova)?
( ) Sempre. ( ) Algumas vezes. ( ) Nunca.
13.A. Você faz alongamento DEPOIS do treino/corrida (prova)?
( ) Sempre. ( ) Algumas vezes. ( ) Nunca.
13.B. Você faz aquecimento ANTES do treino/corrida (prova)?
( ) Sempre. ( ) Algumas vezes. ( ) Nunca.
13.C. Você faz “Desaquecimento/volta a calma” DEPOIS do treino/corrida (prova)?
( ) Sempre. ( ) Algumas vezes. ( ) Nunca.
Com relação ao seu tênis, responda:
14. Quantos pares de tênis você tem disponibilizado para a prática de corrida?
_____________________________________________.
14.A. Com que frequência você troca o tênis?
( ) menos de 6 meses. ( ) Entre 1 ano e 1,5 ano. ( ) Entre 1,5 ano e 2 anos. ( ) Não
sei informar.
14.B. O que você leva em conta no momento de trocar o seu tênis?
( ) Desgaste da estrutura do tênis.
( ) Quilometragem percorrida.
( ) Lançamentos disponíveis.
( ) Design, beleza.
( ) Valor.
Outros,
quais?
______________________________________________________________.
14.C. Você utiliza tênis com alguma característica especial de amortecimento,
estabilidade ou controle de movimento? ( ) Sim. ( ) Não.
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15. Você sabe o seu tipo de pisada? ( ) Sim. ( ) Não.
15.A. Qual é o seu tipo de pisada? ( ) Pronadora. ( ) Neutra. ( ) Supinadora.
15.B. Qual foi a forma de avaliação utilizada para avaliar sua pisada?
_______________________.
15.C. Quem realizou a avaliação da sua pisada?
( ) Um profissional ligado a uma loja de tênis.
( ) Um treinador de corrida/Profissional de Educação Física.
( ) Um fisioterapeuta.
( ) Um médico.
( ) Outra forma de avaliação _________________________.
15.D. Você utiliza algum tipo de palmilha ou calcanheira dentro do tênis?
( ) Sim. ( ) Não.
Parte III – Histórico de Lesões
1. Apresentou (NO PASSADO) alguma(s) lesão(ões) musculoesquelética(s)
relacionada(s) à prática da corrida, localizada no membro inferior e/ou na coluna?
* Caso tenha tido mais de três lesões, favor descrever as três lesões mais graves
(incapacitantes)
( ) Sim, apenas uma lesão.
Descrição ____________________. Região do corpo ____________.
( ) Sim, duas lesões.
1) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
2) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
( ) Sim, três lesões.
1) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
2) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
3) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
( ) Não.
1.A.
Apresenta
(ATUALMENTE) alguma(s) lesão(ões) musculoesquelética(s)
relacionada(s) à prática da corrida, localizada no membro inferior e/ou na coluna?
* Caso tenha mais de três lesões, favor descrever as três lesões mais graves
(incapacitantes).
( ) Sim, apenas uma lesão.
Descrição ____________________. Região do corpo ____________.
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( ) Sim, duas lesões.
1) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
2) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
( ) Sim, três lesões.
1) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
2) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
3) Descrição ___________________. Região do corpo ____________.
( ) Não.
Parte IV – Hábitos de Consumo
1. Além da Assessoria de corrida, você frequenta academia? ( ) Sim. ( ) Não.
1.A. Se frequenta, a academia oferece a seus alunos o serviço de assessoria ou
grupo de corrida? ( ) Sim. ( ) Não.
1.B. Qual o valor da mensalidade da academia?
( ) Até R$ 100. ( ) Entre R$ 100 e R$ 200. ( ) Entre R$ 200 e R$ 400. ( ) Acima
de R$ 400.
2.Qual sua marca de tênis preferida?_____________________.
2.A. Quantos pares de tênis compra por ano? ( ) Até 2 pares. ( ) De 3 a 4 pares.
( ) 5 ou mais pares.
2.B. Qual a média de gasto com estes pares? ( ) Até R$ 200 ( ) Entre R$ 200 e
R$ 400. ( ) Entre R$ 400 e R$ 600. ( ) Acima de R$ 600.
3. Qual sua marca de roupa preferida para correr? _____________________.
4. Onde você costuma comprar seu material esportivo? ( ) Shopping. ( ) Internet.
( ) Lojas de Rua. ( ) Fora do Brasil. ( ) Outlets.
Outros______________________.
5. Utiliza algum suplemento alimentar durante a prática esportiva? ( ) Sim.
( ) Não.
Se sim, especifique:___________________________________________.
6. Você possui bicicleta? ( ) Sim. ( ) Não.
6.A. Se não possui, planeja comprar uma bicicleta nos próximos 6 meses?
Sim. ( ) Não.
Parte V – Eventos de Corrida
()
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1. Através de que meio de comunicação você fica sabendo dos eventos de
corrida?
( ) E-mail Marketing. ( ) Facebook. ( )Sites/Blogs. ( ) TV. ( ) Amigos/Boca-aboca.
( ) Jornal. ( ) Panfletagem. ( ) Assessoria Esportiva.
Outros_____________________.
2. Quanto eventos de corrida você participa em média por ano?
_______________ eventos.
3. Porque você vai a eventos de corrida? ( ) Pela simples prática do esporte.
( ) Performance ( ) Lazer. ( ) Acompanhar amigos. ( ) Desejo me tornar um
atleta profissional. Outros__________________________________.
4. Que tipo de prova é a sua preferida em eventos de corrida?
( ) 5km.
( ) 10km.
( ) 21km.
( ) 42km.
( ) Corrida de Aventura/Montanha.
( ) Corrida de Revezamento.
Outras, quais?____________________________________________.
5. Você participa de corridas em outras cidades do Brasil, que não a de
costume? ( ) Sim. ( ) Não. Com que frequência? ( ) Sempre. ( ) Ás vezes.
6. Você participa de corridas fora do Brasil/exterior? ( ) Sim. ( ) Não. Com que
frequência? ( ) Sempre. ( ) Ás vezes.
7. Qual a faixa média de gastos realizados em eventos de corrida fora da sua
cidade no Brasil?
( ) R$ 50 a R$ 100;
( ) R$ 100 a R$ 200;
( ) R$ 200 a R$ 400;
( ) Mais de R$ 400? Quanto?__________________________________.
8. Qual a faixa média de gastos realizados em eventos de corrida fora do
Brasil/exterior?
( ) R$ 50 a R$ 100;
( ) R$ 100 a R$ 200;
( ) R$ 200 a R$ 400;
( ) Mais de R$ 400? Quanto?__________________________________.
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ANEXO C – Parecer CEP
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ANEXO D – Ficha Frequência Sessões Orientação
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perfil dos participantes de assessorias de corrida de florianópolis