Fundamentos de Electrónica Semicondutores Metais Os metais possuem uma estrutura química tal que os electrões de valência não estão associados a um determinado átomo. Pelo contrário estes circulam por todo o metal. Os electrões de valência dos metais são designados de electrões livres e são os responsáveis pela corrente eléctrica. Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 2 Semicondutores Semicondutores Os materiais semicondutores tais como o Germânio e o Silício são cristais com quatro electrões de valência por átomo. Estes associam-se a átomos vizinhos através de ligações covalentes em que existe uma partilha de electrões entre os átomos. Daqui resulta uma orbital de oito electrões, o que corresponde a um sistema bastante estável. Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 3 Estrutura de um cristal semicondutor Átomo de Silício com quatro electrões de valência Núcleo dos átomos de Silício Electrões de valência +4 +4 +4 Ligações covalentes +4 +4 Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 +4 4 Portadores de corrente Os electrões de valência partilhados nas ligações covalentes forte ligação ao núcleo Á temperatura ambiente libertam-se electrões das ligações e originam electrões livres. Para cada electrão livre deve existir uma falha na ligação covalente: lacuna ou buraco Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 5 Formação de pares electrão lacuna Temperatura ambiente Electrão livre +4 +4 +4 Lacuna ou buraco +4 +4 +4 Ligações covalentes Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 6 Portadores de corrente Electrões livres Cargas negativas responsáveis pela geração de corrente Lacunas Falhas nas ligações covalente que são equivalentes a cargas positivas. O deslocamento de electrões de forma a ocupar a lacuna é equivalente à deslocação da lacuna no sentido inverso. São igualmente responsáveis pela geração de corrente Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 7 Resistência Resistência á temperatura ambiente: < metais >> isolantes Um cubo de Sílicio com um centímetro de lado apresenta uma resistividade de 230k. Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 8 Deslocamento de lacunas Campo eléctrico Deslocamento de lacunas +4 Deslocamento de electrões +4 A existência de uma ligação covalente incompleta torna fácil o deslocamento de um electrão de uma ligação para outra. Tal provoca o movimento das lacunas no sentido contrário, ou seja como, Cargas positivas Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 9 Ionização e recombinação Á temperatura ambiente são produzidas pares electrões lacunas, devido as colisões entre átomos: ionização Quando um electrão livre se encontra com uma lacuna, este preenche a lacuna, eliminando-se mutuamente: recombinação Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 10 Densidade de portadores ni B T e 2 Dos fenómenos de ionização e recombinação resulta que a uma dada temperatura a concentração de electrões livres e de lacunas é dada por.. B 5.4 1031 (silício) Eg 1.12eV(silício) k 8.6210-5 eV / K k - constantede bolt zmann n densidade de electrõeslivres p - densidade de lacunas Num cristal de silício (intrínseco) puro temos Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 3 Eg kT n p ni 2 n. p ni 11 Mecanismos de formação de corrente Metais Deriva Semicondutores Deriva Movimentação dos electrões livres e das lacunas sobe acção de um campo eléctrico Difusão Movimentação dos electrões livres e das lacunas devido a variação de concentração destes. Produz uma deslocação das cargas da zona de maior concentração para a zona de menor concentração. Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 12 Corrente de difusão Notar que (relação de Einstein): p Concentração de lacunas Dn + + + + + x n Dp p VT Corrente de difusão Densidade de corrente de difusão de lacunas: Carga do electrão dp J p q D p dx Densidade de corrente Constante de difusão Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 q 1.6091019 C Densidade de corrente de difusão de electrões livres: dn J n q Dn dx 13 Corrente de deriva Deslocamento de portadores sobe acção de um campo eléctrico Lacunas vd P E J pD q p vd q p P E Campo eléctrico vd n E J nD q n vd q n n E electrões Velocidade de deslocamento das partículas Mobilidade (dos electrões) Daqui resulta: Densidade de corrente de deriva 1 q p p n n Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 14 Semicondutores Dopados Introdução de impurezas nos semicondutores altera as suas características eléctricas de forma a que um dos portadores se torna maioritário. Tipo n - introdução de impurezas dadoras que fornecem electrões, nomeadamente com cinco electrões de valência. Tipo p – introdução de impurezas receptoras com défice de electrões, nomeadamente com três electrões de valência. Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 15 Semicondutores Dopados +4 +4 +5 Impureza dadora +4 +4 +4 +4 +3 Impureza aceitadora lacuna +4 Electrão livre +4 +4 Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 +4 Semicondutor tipo-n Impurezas com 5 electrões de valência Semicondutor tipo-p Impurezas com 3 electrões de valência 16 Densidade de portadores em semicondutores dopados nn 0 N D Tipo – n O número de electrões livres é aproximadamente igual ao número de átomos de impurezas introduzidas. Sabe-se que, nn0 pn0 ni donde 2 2 ni pn 0 ND Tipo - p O número de lacunas é aproximadamente igual ao número de átomos de impurezas introduzidas. Semicondutores, Paulo Lopes, ISCTE 2003 p p0 ND donde n p0 2 ni ND 17