Considerações sobre o
PITCE
Física Para um Brasil Competitivo
encomendado pela Capes e realizado por
Adalberto Fazzio
Alaor Chaves
Celso Pinto de Melo
Rita Maria de Almeida
Roberto Mendonça Faria
Ronald Cintra Shellard
A Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior –
PITCE foi elaborada em 2004 pelo governo brasileiro com o
objetivo de impulsionar a atividade econômica e de difundir
tecnologias que agreguem potencial competitivo à indústria
do País e que melhorem seu desempenho no comércio
internacional.
Porque inovar?
Competitividade:
• Diferenciação de produtos
• Antecipação em relação aos
concorrentes
• Otimização dos processos
• Aumento do valor agregado
Temos alternativas?
A ciência é a plataforma da tecnologia contemporânea, e sem
ciência forte nenhum país pode ter tecnologia competitiva. Dentre
as ciências, a física tem um papel de destaque como geradora de
novas tecnologias. Um terço do PIB dos EUA é oriundo de
tecnologias baseadas na mecânica quântica, e indústrias baseadas
na física têm um avanço diferenciado nos países mais
desenvolvidos. Vale ressaltar que o valor agregado de produtos
cresce com o avanço da tecnologia necessária para produzí-lo.
Em 26 de janeiro de 2006, a então Líder da Minoria do
Congresso dos EUA, deputada Nancy Pelosi, em discurso a
seus pares, ressaltou a importância da pesquisa científica
para a inovação e a tecnologias futuras, e opinou que isso
justificava a duplicação de investimentos federais na
pesquisa básica das ciências físicas. Cinco dias depois desse
discurso, o presidente George Bush declarou o compromisso
do governo americano de dobrar os recursos para pesquisas
na área da física nos dez anos seguintes (ver Relatório Anual
de 2007 da Semiconductor Industry Association dos EUA,
(www.sai-online.org/downloads/SAI_AR_2007.pdf)
Em todo o mundo amadurecido cientifica e tecnologicamente – vale dizer,
em todos os países desenvolvidos – as universidades e as empresas se
complementam para formar um organismo altamente adaptado à era do
conhecimento, e o papel de cada um desses atores é muito claro: ciência
e fromação de RHs na universidade, tecnologia e inovação na empresa.
Isso não significa que tecnologia seja produzida só nas empresas, pois as
universidades e o Estado também contribuem para sua geração. No caso
das universidades, a tecnologia gerada é quase sempre um subproduto
de sua pesquisa básica em ciências. Já o Estado, tem nesses países
desenvolvidos um papel central e decisivo no desenvolvimento
tecnológico.
A inclusão de ciência na vida dos países latino-americanos, e um
desempenho mais satisfatório em tecnologia e inovação,
requerem um conjunto de ações consistentes e até mesmo uma
mudança de postura da sociedade e do Estado diante desse
desafio. O esforço estatal na formação de quadros de cientistas
e engenheiros altamente qualificados tem de ser continuado com
vigor ainda maior. No caso do Brasil, deve-se salientar que,
sendo a 9ª economia do mundo, ocupar o 15o lugar na produção
científica não pode ser tomado no sentido de dever cumprido. É
também forçoso reconhecer que, apesar desses indicadores
quantitativos positivos, o Brasil está longe de atingir a
maturidade científica. O Brasil e seus vizinhos ainda não são
capazes de formular sua própria agenda científica e, dentro dela
empreender projetos altamente desafiadores.
Diretrizes da PITCE
Dinamizar a estrutura produtiva por
meio da inovação tecnológica e da
ampliação do comércio exterior
Inovação e Desenvolvimento
Tecnológico
Desenvolver o Sistema Nacional de Inovação

Lei de Inovação


Lei do Bem
Programa de modernização de institutos e centros de pesquisa

Lei “Rouanet” para Ciência & Tecnologia
Compromisso pela Produção
Foco
 Estímulo ao aumento da capacitação para
inovação na indústria
 Desenvolvimento de novos produtos, processos e
formas de uso (inovação e diferenciação)
 Expansão das exportações
Eixos da Política Industrial
Inovação e
desenvolvimento
tecnológico
Modernização
industrial
Alvo
Crescimento econômico,
aumento da eficiência
e da competitividade
Modernização Industrial
Visa ampliar a eficiência da indústria
brasileira:
Programa de extensão industrial
exportadora
Modermaq
Redução do Imposto de Importação
para máquinas sem similar nacional
Desoneração do IPI de máquinas e
equipamentos
Comissão mista para modernização da
política aduaneira (MDIC-MF-MAPA)
Opções Estratégicas
Semicondutores
Software
Bens de capital
Fármacos e Medicamentos
Portadores de Futuro
Biotecnologia
Nanotecnologia
Biomassa
SEMICONDUTORES (MICROELETRÔNIA)
No dia 5 de agosto de 2001 o colunista do Estado de São Paulo,
do caderno de Economia, Ethevaldo Siqueira escreveu um
artigo que causou um certo impacto na área da eletrônica
industrial brasileira. Iniciou seu artigo fazendo uma previsão
de colapso nesse setor devido à escassez de componentes
eletrônicos. Sua previsão se baseava em dois fatos: 1 – a
produção brasileira de componentes eletrônicos era
praticamente nula; e 2- a demanda vinha e deveria continuar
crescendo em ritmo acelerado.
Por que insistir numa indústria de
semicondutores?
Em 2005, segundo a Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica (Abinee), as importações do setor
totalizaram 15 bilhões de dólares, crescimento de 20% sobre
o ano anterior. E os componentes tiveram 65% de
participação deste valor.
Indústria que desenvolve e moderniza inúmeros outros
setores industriais e é vital para a Segurança Nacional.
Governo anuncia fábrica de semicondutores no Brasil
10/08/2004 - MDIC
Foi anunciado hoje (terça-feira), em Brasília, o primeiro investimento no setor de
semicondutores, considerado um dos quatro prioritários pela Política Industrial, Tecnológica e
de Comércio Exterior. Depois de intensas negociações com o Governo Federal, a norteamericana Smart Modular Technologies, localizada em Guarulhos, afirmou que irá implantar
uma fábrica de encapsulamento e montagem de memória (Back End) no Brasil, com
investimento total de US$ 30 milhões em dois anos. Pela primeira vez será produzido no País
este tipo de circuito integrado.
Wilson Brumer
Jornal Estado de Minas - 27/08/2006
O governo mineiro reservou um terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados na região de
Lagoa Santa, próximo ao aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte, para investimento
na instalação da fábrica, estimada em US$ 500 milhões. O montante já está sendo negociado no
(BNDES).
Quais os entraves para uma fábrica de semicondutores no Brasil?
Por Ralphe Manzoni Jr., editor executivo do IDG Now!
Publicada em 27 de março de 2006
Carga tributária, logística e processo aduaneiro não adequado
afugentam investimentos de uma indústria de semicondutores no
Brasil.
O estudo apontava cinco itens considerados críticos para que uma empresa de
semicondutores se instalasse no Brasil:
1) Disponibilidade de mão-de-obra especializada.Em notas de 1 a 5 , o Brasil estava
no estágio 2, pois o país tem poucos doutores nesta área.
2) Demanda local elevada: nenhuma fábrica de semicondutores é construída
pensando somente na demanda local, mas ela é um fator importante no processo
de decisão. A demanda brasileira ainda é muita baixa.
3) Proteção ao capital intelectual e lei de patentes: muito se evolui a partir de 2002,
mas ainda, este é um ponto crítico.
4) Disponibilidade e confiabilidade da infra-estrutura: inclui de porto a aeroportos à
infra-estrutura de escoamentos dos produtos, como as estradas.
5) Eficiência da estrutura de importação e de exportação. “Todo ano, há pelo menos
duas greves da Receita Federal”, diz Peres.
Semicondutores mantêm Brasil fora de sua rota
Carolina Saito e Carlos Eduardo Valim/ Gazeta Mercantil23/08/2007
Pesquisa da KPMG mostra que os incentivos atraem o interesse
a asiáticos e Estados Unidos. O mercado mundial de
semicondutores está aquecido, mas, por enquanto, o Brasil e
demais países da região estão fora dos planos de
investimentos dos principais fabricantes do setor.
Semicondutores
(estratégia)
Programa de recursos humanos
Incentivo à produção de chips
Projeto de lei da topografia de
circuitos integrados
Agenda de atração de investimentos
Prospecção de áreas portadoras de
futuro
Sugestões de foco do PITCE
Nichos da Microeletrônica de Silício
Elementos III-V, II-VI, novas cerâmicas e
óxidos, sistemas nanoestruturados.
Sistemas orgânicos (moléculas pequenas e
polímeros)
Spintrônica
Eletrônica Molecular

Fármacos e Medicamentos
A física pode contribuir muito para o
desenvolvimento da indústria de fármacos e
medicamentos por meio da determinação de
estruturas
de
biomoléculas,
de
cálculos
conformacionais e de dinâmica molecular que levam
a simulações e modelagens moleculares e que
auxiliam enormemente o desenho e o processo de
síntese de novas substâncias. Com isso, é necessário
montar grupos multidisciplinares de pesquisa
(físicos, químicos, farmacêuticos e bioquímicos) que
trabalhem em conjunto no desenvolvimento mais
científico de fármacos, medicamento e vacinas.
Recomendações p/ política de governo
§
O Governo deve gerar mecanismos que incentivem e
estimulem as empresas a criar laboratórios de pesquisa e
de inovação tecnológica.
§ O Governo deve incentivar as indústrias a contratar
pesquisadores com nível de doutoramento.
§ O Governo federal e os governos estaduais devem
fomentar ações que fortaleçam os parques tecnológicos
temáticos.
MUITO OBRIGADO
MUCHAS GRACIAS
Além desses semicondutores inorgânicos já
consagrados, há uma variedade de novos
compostos semicondutores orgânicos, e a
exploração de suas propriedades e de suas
possíveis aplicações ainda estão em fase
embrionária. Mesmo assim, a eletrônica e
optoeletrônica gerada por alguns desses
compostos já mostra um sucesso extraordinário, e
participa do avanço da tecnologia das
telecomunicações, do contínuo avanço na área de
lasers e de suas aplicações, da geração de novas
tecnologias de imagens e de dispositivos de
posicionamento, além de contribuir para a
popularização e sofisticação ainda maior da
informática.
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PITCE - Mesonpi