inclui o jornal Órgão Informativo da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial maio 2010 edição 12 ano 1 Editorial Este editorial, que comemora o primeiro ano do Notícias - Medicina Laboratorial, é dedicado ao leitor. Isto mesmo, ao prezado leitor que, com suas sugestões, críticas, comentários, opiniões e esporádicas correções tornou dinâmica a realização dos 12 números deste jornal. Há pouco mais de um ano o desafio estava lançado: recriar um veículo de integração, um house organ no mais autêntico modelo de club, levando notícias de interesse comum à nossa comunidade, não necessariamente técnicas, porém intrigantes, no limite entre a utilidade pública, o fato relevante e o dado técnico e numérico que lastreia decisões administrativas. Por este labirinto de informações caminhamos soltos, mantivemos a periodicidade e a pontualidade prometidas e vimos aumentar gradativamente o número de leitores e anunciantes. Idosos são 11% dos usuários de planos de saúde Estudo da ANS mostra crescimento da população com 60 anos ou mais. Laboratórios devem se adequar para atender esse público. Página 2 A tarefa de editor-chefe tem sido, sobretudo, um exercício de criatividade e de total sintonia com você, leitor, na busca da matéria certa e no tempo certo, um exercício que me traz muito prazer. Conto com a ajuda indispensável da equipe de jornalismo, criação, diagramação e arte, cujo convívio de longa data e o respeito mútuo pelos limites de cada tarefa tornam nosso trabalho dinâmico, produtivo e muito divertido. Serão realizados seis cursos pré-congresso, todos no dia 13 de setembro, no centro de convenções. Página 5 Para caracterizar a consolidação desse segundo ano proponho que nós, assinantes e Conselho Editorial, nos empenhemos em contribuir efetivamente para cada nova edição. Desta forma, colheremos novas ideias, além de tornar nosso jornal um veículo que melhor representa a opinião e o modo de ver de nossa atividade profissional. ANS também determina nova data para operadoras e prestadores adaptarem os processos de envio e recebimento de guias codificadas com a TUSS. Página 11 Participem, mandem notícias, artigos e comentários para [email protected]. Boa leitura e um forte abraço! Armando Fonseca Editor-chefe Inscrições abertas para cursos do 44º Congresso da SBPC/ML Prestadores de serviços têm até agosto para se adequarem à TUSS RDC 7/2010 da Anvisa é importante para laboratórios Resolução estabelece conceitos e define formalmente diretrizes para UTIs que eram adotadas na prática. Página 6 reportagem 2 Idosos são 11% dos usuários de planos de saúde Laboratórios devem se adequar para atender a população acima de 60 anos, que aumenta no país Em 2009, cerca de 43 milhões de pessoas no Brasil possuíam plano de saúde. Desse total, 11,3% (4,825 milhões) tinham 60 anos de idade ou mais. Em 2000, essa participação era de 10,8% (3,300 milhões de pessoas). Nesses dez anos, o número de idosos com plano de saúde aumentou proporcionalmente mais do que cresceu a população brasileira da mesma faixa etária. No ano passado, 10% do total de habitantes do país possuíam 60 anos ou mais. Estima-se que serão 29% em 2050. Esses dados estão na edição de março de 2010 do Caderno de Informação da Saúde Suplementar, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Veja na figura abaixo. Perfil demográfico e projeção da população brasileira e de beneficiários de planos privados de assistência médica (Brasil - 2010, 2030 e 2050) Masculino Feminino A - População brasileira 2010 2030 2050 B - Beneficiários de planos privados de assistência médica, se mantidas as taxas de cobertura de 2009 2010 2030 2050 Notas: 1. As pirâmides de beneficiários em 2030 e 2050 foram calculadas aplicando-se sobre a prejeção da população do Brasil, publicada pelo IBGE, as taxas de cobertura referente a 2009. 2. As faixas etárias são apresentadas de 5 em 5 anos e a última faixa é 80 anos ou mais. Fonte: ANS Segundo a publicação, o aumento na longevidade dos habitantes ocorre em todo os países, com intensidade variada. Em 1990, a expectativa de vida no Brasil era de 67 anos. Passou para 73, em 2009, e acredita-se que será de 81 anos, em 2050, como é atualmente no Japão e na China. O “envelhecimento” da população ocorre porque as taxas de natalidade e de mortalidade no país reduziram. Por outro lado, melhoraram as condições de saúde e se intensificou o desenvolvimento tecnológico associado à medicina. Um número maior de idosos com planos de saúde representa mais movimento de clientes dessa faixa etária para os prestadores de serviços. Os laboratórios precisam estar preparados para atendêlos de forma diferenciada ? se já não o fazem ? , o que inclui adequações no espaço físico do posto de coleta e treinamento dos atendentes, flebotomistas e outros profissionais que têm contato com os clientes. Segundo o vice-diretor Científico da SBPC/ML, Murilo Melo, o idoso apresenta algumas condições que fazem parte do processo de envelhecimento, conhecidas como “7 D”: deficiência intelectual, deficiência da visão e audição, distúrbios do trato digestivo, desnutrição, desprovidos financeiramente, depressão e desequilíbrio (que leva a quedas). O patologista clínico explica que, aos 65 anos de idade, a quantidade de luz que chega à retina é apenas 1/3 em relação aos jovens, e, aos 85 anos, 1/5. Além disso, com a idade diminui a capacidade do indivíduo se adaptar a contrastes luminosos. “O ambiente ideal para receber idosos deve ter iluminação abundante e sem transições luz-esombra. Iluminação indireta, com sancas, por exemplo, facilita a adaptação visual”, diz Melo. Ele recomenda que se houver escadas estas tenham poucos detalhes visuais porque o idoso tem menor capacidade para processar múltiplos estímulos. Os degraus precisam de faixas antiderrapante pintadas reportagem 3 com cores vivas - em geral, usa-se amarelo. processo de envelhecimento natural do organismo. O piso não pode ser escorregadio e deve haver corrimãos, inclusive em locais planos e, principalmente, nos banheiros. Segundo o diretor da SBPC/ML, é importante demonstrar calor humano, atenção e cuidado, mas sem invadir sua independência. Um bom projeto arquitetônico oferece autonomia ao cliente idoso dentro de suas limitações. “Um exemplo é a ureia sérica, que pode estar aumentada, apesar da creatinina um pouco diminuída”, diz o médico. “No entanto, apesar dos amplos estudos de Norbert Tietz na década de 1990, definindo intervalos de referência para muitos analitos, a inexistência desses valores na bula dos kits analíticos fez com que muitos laboratórios não adotassem valores de referência específicos.” Atendimento e valores de referência Marco de mudanças O atendente deve dedicar atenção especial ao cliente com idade mais avançada. Como explica Murilo Melo, é preciso estar preparado para reservar-lhe mais tempo do que o normal, mostrar interesse para ouvir o que ele tem a contar e sorrir com sinceridade. Promulgado em 1º de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso (Lei 10.741) é considerado um marco na regulação dos direitos da população brasileira com 60 anos ou mais. Entre os benefícios, o Estatuto estabelece regras para reajustes de mensalidades dos planos de saúde. O capítulo IV, artigo 15, parágrafo 3º determina que “é vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade”. “Outro ponto importante é a clareza na fala. Todos nós, e idosos em particular, temos dificuldade para dizer que não entendemos alguma coisa. É crucial falar em tom de voz audível, com boa pronúncia, e solicitar que o paciente repita as instruções mais importantes sem constrangê-lo”, alerta o patologista clínico. Em 22 de dezembro do mesmo ano a ANS publicou a Resolução Normativa (RN) 63, que define os limites de variação de preço por faixa etária dos beneficiários. Disponível no site da Agência (www.ans.gov.br), a RN estabelece que o valor fixado para a última faixa etária (59 anos ou mais) não pode ser superior a seis vezes o valor da primeira faixa (0 a 18 anos). As regras passaram a vigorar em 1º de janeiro de 2004 e valem para os planos contratados ou adaptados à Lei 9.656, de 1998, que regulou o mercado de saúde suplementar. As técnicas usadas na coleta de sangue são as mesmas para todos os pacientes, mas pode haver dificuldade em idosos. O quadro da página 4 mostra o que fazer quando há problemas na flebotomia. Essas sugestões estão publicadas nas Recomendações da SBPC/ML para coleta de sangue venoso, disponível na Biblioteca Digital SBPC/ML (www.bibliotecasbpc.org.br) para consulta, download e impressão gratuitos. O Caderno de Informação da Saúde Suplementar mostra a distribuição dos beneficiários por faixa etária, entre 2000 e 2009 (tabela abaixo). Os valores de referência também deveriam receber atenção especial porque eles podem ser alterados pelo Distribuição de beneficiários de planos privados de assistência médica, segundo faixas etárias (Brasil - 2000 - 2009) Faixas Etárias Total (1) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 30.670.042 31.096.723 31.067.441 31.733.637 33.636.983 35.077.800 36.898.289 38.752.703 40.849.843 42.835.185 Faixas Etárias 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total (1) 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 0 a 9 anos 4.940.896 4.888.226 4.771.972 4.787.900 5.046.067 5.157.854 5.322.365 5.507.256 5.630.812 5.834.137 0 a 9 anos 16.1 15.7 15.4 15.1 15.0 14.7 14.4 14.2 13.8 13.6 10 a 19 anos 4.732.035 4.683.676 4.527.320 4.465.836 4.692.013 4.776.991 4.972.174 5.118.899 5.266.311 5.440.271 10 a 19 anos 15.4 15.1 14.6 14.1 13.9 13.6 13.5 13.2 12.9 12.7 20 a 29 anos 5.107.913 5.333.024 5.443.566 5.654.214 6.135.187 6.617.818 7.030.970 7.449.007 8.008.075 8.365.136 20 a 29 anos 16.7 17.1 17.5 17.8 18.2 18.9 19.1 19.2 19.6 19.5 30 a 39 anos 5.309.509 5.358.533 5.313.974 5.363.079 5.634.716 5.879.892 6.231.434 6.633.127 7.163.577 7.715.639 30 a 39 anos 17.3 17.2 17.1 16.9 16.8 16.8 16.9 17.1 17.5 18.0 40 a 49 anos 4.448.499 4.546.032 4.586.583 4.718.204 4.973.545 5.164.109 5.422.082 5.642.682 5.930.431 6.146.855 40 a 49 anos 14.5 14.6 14.8 14.9 14.8 14.7 14.7 14.6 14.5 14.4 50 a 59 anos 2.830.738 2.925.651 3.009.391 3.171.798 3.388.912 3.575.347 3.813.251 4.047.296 4.290.346 4.507.304 50 a 59 anos 9.2 9.4 9.7 10.0 10.1 10.2 10.3 10.4 10.5 10.5 60 anos ou mais 3.300.452 3.361.581 3.414.635 3.572.606 3.766.543 3.905.789 4.106.013 4.354.436 4.560.291 4.825.843 60 anos ou mais 10.8 10.8 11.0 11.3 11.2 11.1 11.1 11.2 11.2 11.3 70 anos ou mais 1.472.110 1.527.526 1.575.473 1.655.167 1.766.812 1.860.755 1.968.772 2.091.437 2.188.220 2.322.307 70 anos ou mais 4.8 4.9 5.1 5.2 5.3 5.3 5.3 5.4 5.4 5.4 569.228 617.856 80 anos ou mais 1.3 1.3 1.4 1.5 1.6 1.6 1.7 1.8 1.8 1.9 80 anos ou mais 399.460 Fonte: ANS - 12/2009 419.349 439.513 475.355 521.587 679.675 730.445 801.065 (1) Não inclui beneficiários com idade inconsistente 4 reportagem Segundo a publicação, o percentual de beneficiários idosos nos dois anos é maior nas operadoras classificadas como filantropia e autogestão. Algumas empresas desta última categoria asseguraram aos aposentados o direito de permanecer como beneficiário, independente do tempo de contribuição no período que estiveram na ativa. Nas cooperativas médicas e empresas de medicina de grupo o percentual de idosos manteve-se próximo da média do setor, e ficou abaixo dela nas operadoras especializadas em saúde. A publicação da ANS apresenta também a concentração de idosos por estados e mostra que, em geral, ela é semelhante à da população brasileira, com pequenas alterações para mais ou para menos. Em 2009, foi superior à média de 11,3% do país nos estados do Acre, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba e Rio de Janeiro e no Distrito Federal (figura ao lado). Proporção de idosos na população brasileira (A) e entre beneficiários de planos privados de assistência médica (B), segundo Unidades da Federação (Brasil - dezembro/2009) 4,5 (A) 4,6 5,6 7,5 6,7 9,4 8,8 6,1 8,0 6,5 9,7 10,9 9,9 7,9 8,4 9,6 7,5 7,2 8,9 Percentual de idosos na população 11,1 9,7 9,4 11,0 até 8,5 8,5 --| 9,5 9,5 --| 10,5 10,5 --| 11,5 11,5 --| 13,0 12,6 10,7 8,2 10,4 (B) 7,7 13,0 4,3 8,2 9,6 11,3 10,5 11,7 9,4 10,1 9,7 9,5 14,9 10,4 11,3 10,6 8,4 10,7 8,4 Percentual de beneficiários idosos até 8,5 8,5 --| 9,5 9,5 --| 10,5 10,5 --| 11,5 11,5 --| 15,2 12,6 9,6 11,4 10,7 15,2 10,7 10,9 10,3 Fonte: ANS Como superar dificuldades na coleta de sangue Extraído de Recomendações da SBPC/ML para coleta de sangue venoso, 2ª edição. Disponível na Biblioteca Digital SBPC/ML (www.bibliotecasbpc.org.br) - Trocar a posição da agulha: se a agulha penetrou profundamente na veia, tracione-a um pouco para trás; se não penetrou o suficiente, avance-a até atingir a veia. - Se, durante o ato da coleta, houver suspeita de colabamento da veia puncionada, recomenda-se virar lenta e cuidadosamente a agulha para que o bisel fique desobstruído, permitindo a recomposição da luz da veia e a liberação do fluxo sanguíneo. Realocação lateral da agulha nunca deve ser tentada para se alcançar a veia basílica, devido à sua proximidade com a artéria braquial. - Tentar coletar o material com outro tubo, se o utilizado inicialmente falhar por qualquer defeito (por exemplo, por falta de vácuo). - Não são recomendados os movimentos de busca aleatória da veia; este tipo de movimento pode ser doloroso e pode produzir perfurações arteriais, resultando em: hematoma, compressão do nervo ou lesão direta do nervo. - Não é recomendável que o mesmo flebotomista tente mais de duas vezes uma venopunção. Se possível, outra pessoa deve ser acionada para completar a coleta no paciente ou o médico deve ser notificado. O Estatuto do Idoso está disponível para consulta, impressão e download gratuitos na Biblioteca Digital SBPC/ML (www.bibliotecasbpc.org.br), no item “Legislação/Ministério da Saúde”. notícias 5 Inscrições abertas para cursos do 44º Congresso da SBPC/ML Estão abertas as inscrições para os cursos pré-congresso do 44º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, que será de 14 a 17 de setembro, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Todos os cursos serão no dia 13 de setembro, no centro de convenções. Para participar não é preciso estar inscrito no congresso. Foto: arquivo SBPC/ML As vagas nos cursos são limitadas e as inscrições terminam assim que elas forem preenchidas. A ficha de inscrição e as informações completas sobre cada curso estão no site do 44º Congresso da SBPC/ML (www.cbpcml.org.br). Conheça os temas dos cursos: 1. Validação de métodos qualitativos e quantitativos 2. Especificação da qualidade analítica: como aplicar em seu laboratório 3. Controle da qualidade em microbiologia 4. Controle da qualidade em hematologia 5. Análise do líquido cefalorraquiano nas situações mais frequentes 6. Ferramentas para gestão da qualidade Curso a distância aborda interferentes em imunoensaios SBPC/ML - 2010 educação continuada No dia 23 de junho a SBPC/ML vai realizar mais um curso a distância. O tema é “Interferentes em imunoensaios”. O palestrante é o médico patologista clínico Eduardo Emery. O curso será transmitido ao vivo, pela Internet, das 13h às 15h (hora de Brasília). Os laboratórios podem montar auditório e reunir seus colaboradores para assistir, ao custo de apenas uma inscrição. O curso é gratuito para associados da SBPC/ML. As inscrições terminam em 18 de junho. Para se inscrever ou obter mais informações entre na página de Ensino a Distância (http://ead.sbpc.org.br) do site da SBPC/ML. SBPC/ML divulga patologistas clínicos Inscrição com desconto no 44º Congresso da SBPC/ML Com o objetivo de fortalecer a especialidade Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, a SBPC/ML vai divulgar em seu site (www.sbpc.org.br) os nomes dos médicos que possuem Título de Especialista em Patologia Clínica (TEPAC) e um currículo resumido do profissional. A divulgação é opcional. Só serão apresentados os nomes daqueles que concordarem. No começo de maio, a SBPC/ML enviou e-mails aos médicos oferecendo essa possibilidade de divulgação. Se você tem Título de Especialista em Patologia Clínica e deseja ter seu nome incluído no site, mas ainda não foi procurado pela SBPC/ML, entre em contato conosco pelo e-mail [email protected]. Quem se inscrever antecipadamente, pela Internet, no 44º Congresso da SBPC/ML vai obter desconto de 25% a 32%, dependendo da categoria em que for participar. E também poderá parcelar o pagamento em até três vezes nos cartões de crédito Visa e Mastercard. O primeiro prazo de inscrição antecipada termina em 14 de junho. Estudantes devem ficar atentos porque, antes de se inscrever, é preciso enviar para a sede da SBPC/ML uma declaração da instituição de ensino comprovando que está matriculado regularmente em 2010. A declaração deve ser original (não aceitamos cópia nem envio por fax ou e-mail). Enviar também nº do CPF, telefone e e-mail de contato. Mais informações: www.cbpcml.org.br. 6 notícias Resolução da Anvisa sobre UTI é importante para laboratórios rança de pacientes e profissionais”, informa Shcolnik. “A RDC 7 não altera a rotina da maioria dos laboratórios hospitalares, porém estabelece conceitos e define formalmente diretrizes até então, em parte, adotadas apenas na prática”, diz Louise Fabri, biomédica e membro da Comissão de Acreditação de Laboratórios Clínicos (CALC), da SBPC/ML, que comenta o texto da RDC para o Notícias - Medicina Laboratorial. O inciso XXV, do artigo 4º, define o Teste Laboratorial Remoto (TRL) como “teste realizado por meio de um equipamento laboratorial situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico”. Como exemplos de TLR, a RDC cita glicemia capilar, hemogasometria, eletrólitos sanguíneos, marcadores de injúria miocárdia, testes de coagulação automatizados e outros de natureza similar. No dia 24 de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou a Resolução RDC nº 7, que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A Resolução foi publicada no dia seguinte, no Diário Oficial da União. Segundo o médico patologista clínico e diretor de Acreditação da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, dirigentes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) consideram que essa RDC é uma grande conquista porque traz avanços significativos para o setor. Segundo Fabri, o artigo 28 complementa a definição acima ao determinar que a realização de TLR nas dependências da UTI está condicionada ao cumprimento das disposições da RDC 302, da Anvisa, de 13 de outubro de 2005. “Esta situação ainda é polêmica porque, em muitos casos, os equipamentos são adquiridos pelo hospital e este nem sempre aceita que o controle seja feito pelo laboratório”, alerta. A RDC estabelece conceitos e define formalmente diretrizes antes adotadas na prática “A AMIB já vinha trabalhando em fóruns de defesa profissional, no sentido de estabelecer padrões mínimos para o bom funcionamento das unidades de terapia intensiva e reduzir riscos e aumentar a segu- Ela diz que a instituição hospitalar é obrigada a garantir por meios próprios ou terceirizados vários serviços à beira do leito, entre eles, o de laboratório clínico, incluindo microbiologia e hemogasometria, como estabelece o inciso XXIII do artigo 18. “Seria prudente estabelecer que os laboratórios dispusessem de equipamento extra para contingências”, acrescenta Louise Fabri. notícias 7 Atendimento humanizado “Em tempos onde muito se fala e nem tanto se faz em termos de atendimento humanizado, esse tema tão importante é abordado no artigo 24, que obriga todos os profissionais que atuam na UTI a preservar a identidade e a privacidade do paciente, assegurando um ambiente de respeito e dignidade. O inciso II do mesmo artigo determina que eles também devem fornecer orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência a ser prestada desde a admissão até a alta. “Na mesma linha, o artigo 26 define que o paciente consciente deve ser informado quanto aos procedimentos a que será submetido e sobre os cuidados requeridos para execução dos mesmos”, informa Fabri. Ainda nesse artigo, o parágrafo único do mesmo artigo determina que o responsável legal pelo paciente deve ser informado sobre as condutas clínicas e procedimentos a que ele será submetido. “E como não poderia deixar de ser, fica determinado no artigo 45 o envolvimento interdisciplinar entre a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), farmácia hospitalar e laboratório de microbiologia com o objetivo do uso racional de antimicrobianos pela UTI”, diz. Para Louise Fabri é preciso destacar a qualidade e competência que o setor de microbiologia deve ter para apoiar a CCIH em relação à disponibilidade de materiais adequados, equipamentos de hemocultura, pessoal qualificado, treinado e atualizado nas alterações anuais de conceitos utilizados para interpretação dos resultados de testes de sensibilidade a antimicrobianos. Gerenciamento de riscos e eventos adversos Na RDC 7/2010, da Anvisa, devem ser destacados alguns requisitos de interesse da área laboratorial, como biossegurança — inclui transporte de amostras — e prevenção e controle de infecções, além da Seção VII, dedicada ao gerenciamento de riscos e notificação de eventos adversos. O artigo 34 desta seção recomenda que os estabelecimentos de saúde procurem reduzir a ocorrência de eventos relacionados a: 1. Procedimentos de prevenção, diagnóstico, tratamento ou reabilitação do paciente; 2. Medicamentos e insumos farmacêuticos; 3. Produtos para saúde, incluindo equipamentos; 4. Uso de sangue e hemocomponentes; 5. Saneantes; 6. Outros produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária utilizados na unidade. No artigo 35, na monitorização e gerenciamento de risco, a equipe da UTI deve: 1. Definir e monitorar indicadores de avaliação da prevenção ou redução dos eventos adversos pertinentes à unidade; 2. Coletar, analisar, estabelecer ações corretivas e notificar eventos adversos e queixas técnicas, conforme determinado pelo órgão sanitário competente. A RDC 7/2010 está disponível na Biblioteca Digital SBPC/ML (www.bibliotecasbpc.org.br) para consulta, impressão e download gratuitos. 8 notícias STJ autoriza cobrança retroativa da Cofins O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem julgado procedentes as ações rescisórias da Fazenda Nacional que se referem à cobrança retroativa da Cofins das sociedades de profissionais liberais, como laboratórios, clínicas e escritórios de advocacia. A ação rescisória é proposta em até dois anos após transitar em julgado, isto é, quando não cabe mais recurso. A polêmica em torno da cobrança da Cofins é antiga mas se agravou em 2003, quando o STJ publicou a Súmula nº 276, que isentava do pagamento as sociedades civis de prestação de serviços profissionais. Mas em 17 de setembro de 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em última instância, quando não cabe mais recurso, que Cofins pode ser cobrada retroativamente à decisão do STF, de 2008. Cofins é a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, que deve ser recolhida por pessoas jurídicas que optaram pelo lucro presumido mediante a aplicação da alíquota mensal de 3% sobre o faturamento mensal. essas sociedades estão obrigadas a recolher a Cofins. Todos os recursos julgados a partir daquela data devem seguir a orientação do STF. Ela foi criada em 1991, pela Lei Complementar nº 70, que isentava os profissionais liberais do pagamento. A briga com o Governo começou em 1996, quando a Lei Ordinária 9.430 revogou a legislação anterior e obrigou as sociedades civis de prestação de serviços regulamentados a fazer o recolhimento. Em abril deste ano, a 1ª Seção do STJ foi além e decidiu, por unanimidade, contra um escritório de advocacia de Pernambuco, que a Fonte: jornal Valor Econômico Crescem importações no setor de diagnóstico in vitro Foto: Nina Chantrasmi/stock.xchng Aumentaram em 55%, no primeiro bimestre de 2010, as importações de kits, reagentes e meios de cultura para diagnóstico, comparado ao mesmo período do ano passado. É o que informa a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), entidade que reúne mais de 40 empresas do setor no país. Segundo seu secretário-executivo, Carlos Gouvêa, o crescimento é resultado de alguns fatores, entre eles “um maior investimento no setor de saúde e o aumento da conscientização para o diagnóstico precoce, que têm sido fatores constantes nos últimos anos para o aumento do mercado”. Ele reconhece que é preciso fazer ressalvas ao comparar com o primeiro bimestre do ano passado porque naquela época houve uma grande retração no mercado devido à explosão da crise econômica, em setembro de 2008. “De qualquer forma, tivemos um aumento de 13% nas importações nos últimos 12 meses, percentual realmente significativo”, diz Gouvêa. O executivo da CBDL destaca, ainda, o aumento no número de vagas geradas nos dois primeiros meses deste ano. “Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, foram 1.051 novas vagas no setor de Materiais e Equipamentos para Medicina e Diagnóstico como um todo, o que indica, também, que o setor acaba sendo responsável por mais de 133 mil empregos diretos no próximo elo da cadeia, que é o de Serviços de Complementação Diagnóstica e Terapêutica”, destaca ele. Fonte: Assessoria de Imprensa da CBDL 10 notícias Relatório mostra situação de poliovírus selvagem em laboratórios Dez instituições no Brasil possuem poliovírus selvagem e/ou vacinal ou têm material potencialmente infectante para o vírus. Esta é a conclusão do relatório sobre a fase 1 das atividades de contenção do poliovírus selvagem nos laboratórios brasileiros. O trabalho foi coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. O documento também mostra que existem no Brasil 7.652 laboratórios de alta e média complexidade, públicos e privados, que possuem materiais infectantes e potencialmente infectantes para o poliovírus selvagem. Com essas informações será possível direcionar as próximas etapas da contenção da poliomielite. Os dados apresentados no relatório foram coletados em 2009, através de um questionário eletrônico no site do Ministério e também divulgado por várias instituições científicas, entre elas a SBPC/ML. O relatório foi aprovado por uma comissão nacional, da qual faz parte uma representante da SBPC/ML, a presidente regional em Minas Gerais/Capital, Paula Távora. O documento foi apresentado na 5ª Reunião da Comissão Regional da América para Certificação e Contenção de Poliovírus em Laboratórios, que aconteceu em março deste ano, em Buenos Aires (Argentina). Segundo o MS, o último caso de poliomielite no país foi registrado em 1989. Em 1994, o Brasil recebeu o certificado de erradicação da pólio. Fonte: SVS-MS O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, comprometeu-se a atender duas reivindicações de entidades médicas - Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam). No encontro, realizado em março, no Ministério, Temporão disse que vai convidar representantes das entidades para participar de dois grupos de trabalho. O primeiro está encarregado de definir os critérios e parâmetros para ser criada uma carreira nacional de médicos do Sistema Único de Saúde (SUS). O outro grupo vai estabelecer protocolos e diretrizes assistenciais para o SUS. “É o reconhecimento por parte do Ministério da Saúde de que não se pode discutir questões tão sensíveis, como mudanças na área de recursos humanos e nos fluxos de assistência, sem ouvir aqueles que fazem o atendimento nos ambulatórios e hospitais. Esperamos que esse diálogo se mantenha”, disse o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila. Fonte: Imprensa do CFM Caixa Econômica quer lançar plano de saúde A proposta da instituição financeira é entrar no ramo do seguro saúde para atender a população de baixa renda e quem não tem condições financeiras para pagar um plano de saúde. “É um segmento do qual participam as demais instituições financeiras e é estratégico para nossa instituição oferecer esses produtos e serviços, sobretudo para as camadas mais baixas da população”, disse, em entrevista à Agência Brasil, a presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Gomes Coelho. Para ela, o crescimento da economia vai estimular as empresas a oferecerem vantagens a seus empregados em relação aos planos de saúde. Ainda este ano deve ficar pronto um estudo de viabilidade. “Tudo indica que entraremos com parcerias, mas ainda estamos estudando o perfil, os setores e segmentos possíveis”, acrescentou a presidente da CEF. Fonte: Agência Brasil Foto: Luís Oliveira - MS Ministério vai atender reivindicações de médicos notícias 11 Prestadores de serviço têm até agosto para se adequarem à TUSS A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) prorrogou para 15 de agosto o prazo para os prestadores de serviço adequarem seus sistemas à codificação da Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS). Após essa data, operadoras e prestadores terão até 15 de outubro para adaptarem os processos de envio e recebimento das guias do padrão TISS (Troca de Informações em Saúde Suplementar) codificadas com a TUSS. O novo prazo foi divulgado em nota esclarecedora publicada no site da ANS (www.ans.gov.br), no dia 5 de maio. O objetivo da TUSS é acabar com as diferentes tabelas de códigos usadas atualmente, motivo de glosas e desentendimentos entre operadoras e prestadores de serviço. Leia a nota da ANS “A Associação Médica Brasileira (AMB) é a entidade autora e responsável pela elaboração da terminologia relacionada aos procedimentos médicos e ficará responsável pela indicação das inclusões, com seus respectivos códigos e descrições nos modelos estabelecidos, conforme a Instrução Normativa n.º 34, de 13 de fevereiro de 2009, e acordo firmado com a ANS. Cabe à ANS, por intermédio da Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES), disponibilizar os procedimentos em seu sítio eletrônico, após aprovação do Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (COPISS) e da ANS. Para a inclusão de novos procedimentos na TUSS, é imprescindível o encaminhamento, pelas entidades com essa atribuição, de formulário específico e padronizado à AMB, em respeito ao que está descrito no fluxo de inclusão de novos procedi- mentos na TUSS. O fluxo de inclusão de novos procedimentos e o formulário padronizado estarão disponíveis no sítio (www.ans.gov.br). Em nenhuma outra hipótese o padrão TUSS poderá ser modificado. Enfatiza-se que as regras de negócio em vigência para o pagamento de serviços devem ser respeitadas, inclusive no que concerne aos atributos dos procedimentos. Em relação à remuneração dos procedimentos baseados nas tabelas antigas da AMB, a ANS esclarece que a utilização dessas tabelas pelas operadoras de planos de saúde deve-se a uma questão contratual na qual a Agência não intervirá. Portanto, quando necessário, as regras poderão ser renegociadas com o objetivo de atender ao processo de adaptação ao novo padrão terminológico. As operadoras deverão apresentar à rede credenciada, exceto nos casos em que o prestador de serviço possuir tabela própria*, documentação que contenha obrigatoriamente o relacionamento entre todos os atributos dos procedimentos (por exemplo, porte anestésico, número de auxiliares etc.), os códigos, as descrições e os valores de remuneração presentes nas tabelas em vigência em seus instrumentos contratuais para o pagamento de serviços e a TUSS procedimentos médicos. Cabe ao prestador que possuir tabela própria para pagamento de serviços realizar o relacionamento de suas tabelas com a TUSS procedimentos médicos. O código 16 da tabela de domínio “Tabelas” deverá ser utilizado para a cobrança dos procedimentos descritos e codificados na TUSS. Para a cobrança de pacotes deve-se utilizar o código 98 da tabela de domínio “Tabelas” e o código do pacote acordado entre as partes. Este procedimento é válido para todas as áreas de prestação de serviços. Operadoras e prestadores devem utilizar em seus sistemas os códigos e descrições da TUSS para o registro interno dos procedimentos que compõem o pacote. Será instituído o monitoramento do processo de implementação do padrão TUSS através de reuniões regulares do COPISS destinadas à discussão específica do tema. Considerando os debates ocorridos na última reunião do COPISS, o prazo para os prestadores de serviço adaptem seus sistemas ao padrão TUSS será prorrogado até 15/08/2010, após publicação de Instrução Normativa da DIDES respectiva sobre o assunto. Após esta data tanto a operadora de plano privado de assistência à saúde quanto o prestador de serviço terão mais sessenta dias, ou seja, até 15/10/2010, para adaptação dos processos de envio e recebimentos das guias no padrão TISS codificadas com a TUSS. *Considera-se tabela própria aquela que é fornecida pelo prestador de serviços e não pela operadora.” Fonte: ANS 12 notícias Mycobacterium tuberculosis usa camuflagem O Mycobacterium tuberculosis (MTb) tem uma grande capacidade de se disfarçar para não ser identificado pelo sistema imunológico do hospedeiro e manter-se ativo por décadas. Esse mecanismo é alvo de uma pesquisa feita no Instituto Nacional de Pesquisas Médicas - MRC (www.nimr.mrc.ac.uk), em Londres, Reino Unido. Assim como ocorre com outras bactérias patogênicas, o MTb produz minúsculas moléculas — chamadas de pequenos RNAs — que podem assumir a produção dos componentes da molécula principal, quando identificam ameaças do sistema imunológico. Este comportamento ajuda a preservar o patógeno e permitir que ele se prolifere nos tecidos dos pulmões. Esse comportamento já é conhecido em outras bactérias patogênicas como Salmonella spp, Staphylococcus aureus e Vibrio cholerae. “Acreditamos que os pequenos RNAs sejam uma peça chave para permitir que o MTb modifique sua expressão genética em resposta ao que ocorre à sua volta durante o processo de infecção no hospedeiro”, explica Kristine Arnvig, que lidera a pesquisa. Para ela, a compreensão desse sistema regulatório vai ajudar a desenvolver novas drogas que ataquem especificamente a capacidade do MTb de esconder-se do sistema imunológico e resistir aos tratamentos já existentes. Fonte: AlphaGalileo Foto: Luca Zaninoni/stock.xchng Megaprojeto combate malária na Amazônia tos”, explica o coordenador do projeto, Carlos Corbett, professor do Departamento de Patologia da FMUSP e responsável pelo Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas da universidade. A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM) começam, em junho, um grande trabalho para combater a malária em 47 municípios de estados do norte do país. O Projeto para Prevenção e Controle da Malária na Amazônia Brasileira pretende reduzir em 50% os casos da doença na região nos próximos cinco anos. O projeto foi elaborado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas). A coordenação é da Fundação Faculdade de Medicina, com sede em São Paulo, encarregada do sistema de gestão. O custo total é de R$ 100 milhões, financiados pelo Fundo Global de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária, do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia). “Será implantado, a cada grupo de dois municípios, um núcleo de gerenciamento de saúde para coordenar o trabalho de prevenção e combate à malária, incluindo o diagnóstico precoce e a distribuição de medicamen- Ele acrescenta que alguns municípios são habitados principalmente por indígenas. Neles, está prevista a realização de estudos antropológicos para identificar a melhor forma de abordagem dessas populações. Os 47 municípios selecionados representam 70% dos casos da doença no Brasil. A região amazônica concentra 99% dos casos nacionais de malária. Serão contratadas 250 pessoas, entre técnicos e microscopistas, e adquiridos 200 microscópios, importantes para diagnosticar a doença. “Se você fizer o diagnóstico rápido e o tratamento rápido, diminui muito a transmissão da malária e reduz a mortalidade”, diz Corbett. Os medicamentos, fornecidos pelo Ministério da Saúde, serão usados para reduzir a quantidade do parasita no sangue das populações infectadas. Também serão comprados e instalados 1,1 milhão de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração. Ao mesmo tempo, o projeto prevê parcerias com países vizinhos para tentar uma controle melhor da malária nos municípios próximos das fronteiras. Fonte: Assessoria de Imprensa da USP notícias 13 Chip plástico monitora funções do corpo Pe s q u i s a d o r e s d o I n s t i t u t o Fraunhofer (www.igb.fraunhofer.de), da Alemanha, desenvolveram um dispositivo semelhante a um relógio de pulso que pode monitorar várias funções do corpo do usuário. A partir de uma gota de sangue, suor ou saliva, o “laboratório portátil” verifica a temperatura corporal, pressão, batimentos, umidade da pele, para mostrar indícios de desidratação, entre outras funções. Portadores de marca-passo também se beneficiam porque o dispositivo mostra a proximidade de campos eletromagnéticos que podem atrapalhar o funcionamento do implante. As informações aparecem em uma tela luminosa. O dispositivo foi desenvolvido inicialmente para indicar ao usuário Fabricado em plástico para viabilizar sua produção e venda ao público, ele usa biochips sensores que analisam fluidos corporais - e inclui recursos que os técnicos chamam de “ sistemas politrônicos” . Este termo define a união do uso de polímeros com a eletrônica para produzir materiais de baixo custo. Esta área também atende pelo nome de eletrônica orgânica. o risco de apresentar trombose provocada por voos demorados problema que afeta cerca de 80 mil pessoas na Alemanha, segundo o Instituto Fraunhofer - mas pode ser usado também por fumantes, gestantes, obesos e atletas. Estes podem monitorar a resposta do organismo durante os treinamentos. “Esse é um exemplo das possibilidades da politrônica. Em um mundo voltado para as pessoas, precisamos de dispositivos baratos e multifuncionais”, diz Karlheinz Bock, da Divisão de Sistemas Politrônicos do Instituto. Fonte: Fraunhofer Institute Receptores em mosquitos da malária detectam suor humano Uma pesquisa realizada nas universidades Yale (www.yale.edu) e Vanderbilt (www.vanderbilt.edu) identificou mais de 20 receptores no mosquito Anopheles gambiae, transmissor da malária, que o ajudam a identificar o suor do corpo humano. “O mundo precisa desesperadamente de novas maneiras para controlar esses mosquitos que se mostrem eficientes, baratas e não prejudiciais ao meio ambiente. Alguns desses receptores podem se tornar alvos excelentes para o controle do comportamento desses mosquitos”, diz John Carlson, professor em Yale e líder da pesquisa. Ele acrescenta que os mosquitos nos encontram pelo olfato, mas pouco se sabe como isso ocorre. Carlson identificou os primeiros receptores de odores em insetos em 1999, em pesquisa com a mosca-da-fruta (Drosophila). Usando moscas geneticamente modificadas, sem receptores de odores, os pesquisadores encontraram diversos receptores que respondiam a componentes químicos encontrados no suor humano. “Agora, estamos pesquisando componentes que interajam com esses receptores. Compostos que confundam esses receptores, por exemplo, podem ser usados para diminuir a capacidade de o mosquito encontrar o homem. Ou compostos que os estimulem podem atrair os insetos para armadilhas”, disse Carlson. O artigo Odorant reception in the malaria mosquito Anopheles gambiae foi publicado na edição on line de 3 de fevereiro de 2010 da revista Nature (www.nature.com). Fonte: Agência Fapesp 14 notícias Consórcio internacional analisa transcriptoma do barbeiro Compreender a interação entre o barbeiro Rhodnius prolixus e Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, e entender o que ocorre no aparelho digestivo do inseto para tentar interferir no mecanismo da infecção. Esses são alguns dos objetivos do trabalho de um consórcio que reúne pesquisadores do Brasil, Argentina, Uruguai, Canadá, Estados Unidos e Alemanha. O estudo começou em 2009, após o sequenciamento do genoma do barbeiro. Até agora, já foram analisados de 4 mil a 5 mil genes. “Está sendo feita uma espécie de grande anatomia molecular da digestão dos insetos. O que descobrimos é aplicado como um catálogo esclarecedor da biologia do barbeiro”, disse, em entrevista à Agência Fapesp, Pedro Lagerblad de Oliveira, professor do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos centros de pesquisa envolvidos no projeto. “O barbeiro tem uma microbiota intestinal que permite a interação entre ele e o protozoário”, acrescenta. Segundo Oliveira, a interação com o sistema de membranas do tubo digestivo do inseto faz com que o T. cruzi passe de uma forma não infec- tante para uma infectante. O ambiente que facilita essa diferenciação é gerado pelo genoma expresso no intestino. “Então, as proteínas envolvidas nesta interação provavelmente se encontram em suas membranas”, explica Lagerblad. Os pesquisadores tentam descobrir o que faz o protozoário se diferenciar em uma forma infectante. Eles também querem saber se, ao identificarem os genes responsáveis pela interação e diferenciação do T. cruzi, será possível interferir no mecanismo da infecção. “Se tivermos bastante informação sobre o barbeiro, poderemos imaginar uma vacina recombinante. Desenha-se uma proteína para injetar na pessoa, que gera um anticorpo e que, por sua vez, vai interagir com a proteína crítica do barbeiro”, diz o professor Walter Terra, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, que também participa do grupo. O consórcio é coordenado internacionalmente por Erwin Huebner, pesquisador do Canadá. O financiamento é do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês), dos EUA. No Brasil, recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Fonte: Agência Fapesp Teste de urina ajuda no diagnóstico de pré-eclâmpsia Prever e diagnosticar pré-eclâmpsia usando um teste de urina simples com corante vermelho Congo. É o que sugerem pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Yale (http://med.yale.edu), nos EUA, em apresentação feita no 30º Encontro Anual da Sociedade para Medicina Materno-Fetal, no dia 4 de fevereiro, em Chicago. Eles apresentaram um estudo feito com 347 mulheres grávidas nos EUA. Segundo a equipe, o teste pode ser usado como marcador para identificar proteínas deformadas durante a gravidez que são atraídas pelo corante. Na pré-eclâmpsia, essas proteínas são eliminadas em uma taxa elevada. “Há uma grande necessidade de desenvolver métodos diagnósticos de baixo custo para a préeclâmpsia”, diz a autora principal do estudo, a médica Irina Buhimschi, professora associada do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas da Escola de Medicina de Yale. “Esse exame pode ajudar a identificar pacientes de alto risco que precisam ser levadas com urgência a hospitais para serem atendidas no caso de pré-eclâmpsia.” Segundo a médica, o teste é muito simples e pode ser realizado em locais remotos ou sem estrutura laboratorial. O resultado é obtido em 10 ou 15 minutos. Buhimschi acrescenta que no mesmo estudo encontraram uma associação entre a pré-eclâmpsia e outras doenças causadas por proteínas deformadas, como Alzheimer. Fonte: LabMedica.es notícias Diagnóstico de baixo custo é testado no Brasil Fotos: divulgação Uma técnica de diagnóstico com custo muito abaixo dos métodos tradicionais será testada em campo no município de Santa Luzia do Itanhy (SE), ainda no primeiro semestre, para identificar casos de diabetes, problemas renais e até desnutrição. Tema de uma reportagem publicada na edição de abril do Notícias - Medicina Laboratorial (página 18), essa técnica foi desenvolvida na Universidade de Harvard (EUA) e utiliza um kit com papel, tinta especial e reagentes. Ela foi trazida para o Brasil por Emanuel Carrilho (foto), professor do Instituto de Química de São Carlos, da USP, que participou do grupo de pesquisadores nos EUA. Inovação (IPTI), que está associado ao Programa Saúde da Família, do Governo Federal. Um agente do programa irá de casa em casa colhendo as amostras nas unidades do kit. A amostra pode ser uma gota de sangue ou de urina aplicada sobre um pedaço de papel poroso no qual estão a tinta à base de cera e reagentes em microquantidades. O resultado fica pronto em 30 minutos. A tinta funciona como um solvente que não se mistura com a água, direciona a amostra ao ponto desejado do papel e impede que ela se espalhe. A pesquisa de campo faz parte de um projeto piloto do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Segundo Carrilho, o custo reduzido desse método permite usá-lo no screening de uma população e encaminhar para exames mais completos somente os indivíduos que necessitarem. Também é possível empregá-lo para diagnosticar HIV e fazer análise de água e alimentos para detectar a presença de metais pesados e pesticidas. Fonte: Agência USP Estudo ajuda a prever desenvolvimento de AR Pesquisadores do Hospital da Universidade de Umea (www.umu.se), na Suécia, descobriram que níveis de citoquinas, de fatores relacionados a citoquinas e de quimioquinas aumentam significativamente vários anos antes da artrite reumatóide (AR) se manifestar. volver uma vida normal e menos probabilidades de sofrerem danos nas articulações. doença” , conclui o médico Rantapä-Dahlqvist, que lidera a pesquisa. Foram analisadas amostras de sangue de 86 indivíduos antes de surgirem sintomas de AR (prépacientes), de 69 pessoas antes da doença começar e de 256 pacientes controle (relação 1:3). Ainda não se conhece completamente a causa principal do desenvolvimento da AR. Segundo o Colégio Americano de Reumatología, o diagnóstico é difícil porque os sintomas iniciais podem ser sutis e semelhantes aos de doenças como lupus, osteoartrite e fibromialgia. As amostras apresentavam concentrações elevadas de citoquinas pró-inflamatórias, fatores relacionados às citoquinas e quimioquinas, o que indicava a ativação do sistema imunológico antes de surgirem os sintomas e das articulações a serem afetadas. Ele explica que observaram uma relação evidente entre as citoquinas e as células Th1, Th2, Treg, Th17 e a presença de anticorpos anti-CCP. “Isso confirma que o sistema imunológico foi estimulado e que a doença estava se desenvolvendo”, explica o pesquisador. Estudos mostram que indivíduos que recebem tratamento precoce para AR melhoram mais rápido, têm mais chances de desen- “Nossos estudos oferecem uma oportunidade de prever melhor o risco de desenvolver AR e, possivelmente, evitar a progressão da O estudo Up-Regulation of Cytokines and Chemokines Predates the Onset of Rheumatoid Arthritis foi publicado na edição de fevereiro de 2010 da revista Arthritis & Rheumatism, do Colégio Americano de Reumatologia. Fonte: Labmedica.es 15 16 notícias Equipamentos médicos poderiam apresentar menor risco ambiental Os equipamentos eletroeletrônicos empregados em diagnóstico, tratamento e monitoração de pacientes poderiam usar materiais que ofereçam menor risco de danos ambientais. Este é o tema do estudo realizado pelo físico Leandro Pidone (foto) como tese de mestrado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), de São Paulo. O objetivo é propor um modelo para que os equipamentos nacionais atendam às diretivas europeias RoHS (sigla em inglês de “Restrição de Certas Substâncias Perigosas”) e WEE (sigla em inglês de “Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos”). Pidone examina os componentes de um equipamento de fabricação nacional, verifica quais são prejudiciais ao meio ambiente e propõe uma solução economicamente viável para a substituição. Como exemplo, ele aponta o uso de chumbo e estanho nas soldas. O físico diz que essa liga poderia ser trocada por uma de prata, um pouco mais cara mas disponível no mercado e muito usada na Europa. Ao ser descartada, a prata é menos prejudicial que o chumbo. Segundo a orientadora de Pidone, Sônia Mello Castanho, muitos equipamentos têm eletrodos e eletroímãs fabricados com metais pesados. Ela alerta que é cada vez maior o uso de eletroeletrônicos em medicina, que são descartados sem controle, o que representa um grande problema ambiental. Foto: divulgação No momento, Pidone examina um estimulador neuromuscular, que tem cabos com ligas de cobre que são ligados ao braço do paciente. Ele diz que o cobre pode ser reaproveitado, assim como também são os cabos com ouro. Fonte: Agência USP de Notícias 25 mil amostras de câncer serão decodificadas Em abril, o Consórcio Internacional do Genoma do Câncer (ICGC, na sigla em inglês) lançou o projeto de decodificar o genoma de 25 mil amostras de câncer e criar um banco de dados de acesso gratuito e livre para pesquisadores de todo o mundo. Entre os objetivos estão identificar alterações no genoma de tumores que provocam o desenvolvimento do câncer, detectar novos alvos dos tratamentos e descobrir drogas que atuem no genoma dos tumores. Na ocasião, o ICGC também anunciou novos projetos na Itália e a colaboração da União Europeia nos trabalhos em andamento na Austrália, Canadá, França, Alemanha, Índia, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. Outros projetos da organização incluem o estudo de mais de 10 mil tumores de tipos de câncer de cérebro, mama, cólon, rim, fígado, pulmão, pâncreas, estômago, ovário, sangue e cavidade bucal. Um artigo publicado na revista Nature (www.nature.com) de 15 de abril, descreve como serão desenvolvidos os projetos e as normas éticas das pesquisas. “A produção de um catálogo de mutações de câncer humano vai exigir muito trabalho e colaboração pelos próximos anos”, disse Mike Stratton, que lidera as pesquisas do ICGC no Instituto Wellcome Trust Sanger (www.sanger.ac.uk), no Reino Unido. “A troca de informações, dados e recursos vai resultar em avanços no conhecimento e em benefícios para as futuras gerações de pacientes.” Segundo o ICGC, mais de 7,5 milhões de pessoas em todo o mundo morrem de câncer atualmente. Em 2007, foram diagnosticados mais de 12 milhões de novos casos da doença. Caso essa progressão não seja contida, estima-se que em 2050 o total de mortes será de 17,5 milhões, e o de novos casos alcance a marca de 27 milhões. O site do ICGC (www.icgc.org) apresenta dados de estudos sobre câncer de mama, fígado e pâncreas. Fontes: AlphaGalileo e ICGC notícias 17 Pesquisadores debatem infecções bacterianas Fazer uma revisão crítica dos mecanismos de resistência às infecções bacterianas e virais. Este é o objetivo da Escola São Paulo de Ciência Avançada sobre Imunodeficiências Primárias: desvendando a fisiologia imunológica humana. O evento será de 28 de novembro a 4 de dezembro, em São Paulo, e vai reunir jovens pesquisadores brasileiros e estrangeiros e renomados imunologistas do Brasil e do exterior. Serão selecionados 50 pósgraduandos e pós-doutorandos da área de ciências biomédicas e biológicas. A escolha será de 25 do Brasil e 25 de outros países. Estão programadas conferências, minicursos com aulas práticas relacionadas à genômica, apresenta- ções e discussão de casos clínicos. Entre os conferencistas, nove são do Brasil. O encontro será no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Os interessados em participar devem enviar um email contendo suas informações acadêmicas inclusive instituição, orientador e dados pessoais, uma carta explicando motivações para participar do curso, resumo do atual projeto de pesquisa, currículo e uma carta de recomendação. Todo o evento será apresentado em inglês. Mais informações: www.icr.usp.br/espca-pid e [email protected]. Fonte: Agência Fapesp Pesquisa na Unicamp avança no diagnóstico da Síndrome de Turner “De 1970 a 2008, foram diagnosticados 260 casos da síndrome por exames realizados no mesmo laboratório da FCM. Desse total, 19 casos se referem aos anos de 1970 a 1980, com uma média de 1,7 caso por ano. De 1981 a 1988, foram 41 casos, média de 5,1 casos por ano. De 1989 a 2008, foram identificados 200, o que corresponde a 76,9% do total, em média de dez casos Um estudo coordenado pelo pediatra por ano”, diz Guerra-Júnior. Gil Guerra-Júnior (foto), professor do Ele explica que o aumento ocorreu Departamento de Pediatria da porque mais casos sob suspeita Faculdade de Ciências Médicas (FCM) foram encaminhados ao serviço de da Unicamp, apresenta aperfeiçoa- referência do Hospital das Clínicas mentos ao diagnóstico cromossomial da Unicamp e da FCM. Além disso, da ST. após a década de 1980 foram aperfeiçoados os métodos diagnóstiO trabalho foi dividido em três etapas. cos. Na primeira, os pesquisadores conheceram os casos diagnosticados da doença no Laboratório de Citogenética Humana do Departamento de Genética Médica da FCM. Depois, através de técnicas de biologia molecular e citogenética molecular, identificaram os casos com sequências de cromossomo Y. Na terceira etapa, foram pesquisados nesses casos as pacientes com tumor gonadal. Ele alerta que é comum o diagnóstico tardio da ST, após 11 ou 12 anos, por desconhecimento do pediatra ou porque ele não tem acesso ao exame de cariótipo. “Os principais pontos são baixa estatura nas crianças, ausência de puberdade espontânea nas adolescentes e infertilidade nas mulheres adultas. A situação ideal é a de ter um diagnóstico preciso e precoce, com a instalação de medidas terapêuticas adequadas para cada fase da vida, e a atuação de um psicólogo junto com a equipe médica para apoio da paciente e da família”, afirma. O artigo A inclusão de novas técnicas de análise citogenética aperfeiçoou o diagnóstico cromossômico da síndrome d e Tu r n e r f o i publicado na revista Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, disponível na biblioteca on line SciELO. “Alguns trabalhos apontam que a análise do DNA pela biologia molecular, especialmente quando utilizada a técnica de nested-PCR, não é um bom método para a pesquisa de Y na Síndrome de Turner, por poder apresentar diagnósticos falso-positivos. Nosso trabalho mostrou que os dois métodos (PCR e FISH) apresentam resultados exatamente iguais. Aquelas Para a primeira parte foi realizado um em que não se consegue diagnosticar Fonte: Agência estudo retrospectivo, publicado na por um método não se consegue com Fapesp revista Arquivos Brasileiros de outro. E vice-versa. A correlação foi de 100%”, afirma Guerra-Júnior. Endocrinologia & Metabologia. Foto: divulgação Entre os principais sinais clínicos da Síndrome de Turner (ST), que só atinge meninas, está o déficit de crescimento, com ou sem atraso no desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas. Citogeneticamente a síndrome é caracterizada pela perda parcial ou completa de um dos cromossomos sexuais (X ou Y), e atinge uma em cada 2 mil meninas. 18 notícias Novo estudo mostra relação entre HIV e infecção por Salmonella Um estudo realizado com adultos africanos com HIV mostra que uma falha na resposta imunológica permite infecções por certas linhagens da Salmonella. Os resultados explicam porque a bactéria é responsável pelas altas taxas de mortalidade em indivíduos HIV positivo. O autor principal do trabalho, Calman MacLennan, da Universidade de Birmingham (www.bham.ac.uk), no Reino Unido, diz que os portadores do vírus HIV geram grande quantidade de anticorpos contra a Salmonella, mas eles impedem que os anticorpos de adultos saudáveis ataquem a bactéria. Os pesquisadores descobriram que os portadores do vírus da aids têm grande concentração de anticorpos direcionados especificamente para as proteínas do lipopolissacarídeo bacteriano (LPS) em paredes celulares. Testes in vitro mostraram que, ao remover o LPS das amostras, os anticorpos voltaram a agir normalmente e combateram a bactéria. “Nós costumamos pensar em portadores de HIV como mais suscetíveis a infecções por conta de deficiências em seu sistema imunológico. Mas nesse estudo descobrimos que é, na realidade, o excesso de anticorpos que causa o problema”, afirma MacLennan. Para ele, o que acontece é mais a consequência de um desarranjo imunológico do que uma deficiência imunológica propriamente dita. O artigo Dysregulated Humoral Immunity to Nontyphoidal Salmonella in HIV Infected African Adults foi publicado na edição de 23 de abril de 2010 da revista Science (www.sciencemag.org). Fontes: Agência Fapesp e Agência Aids Roupas inteligentes monitoram organismo Foto: divulgação Uma camiseta que monitora os batimentos cardíacos, a respiração e analisa o suor. E ainda fornece energia suficiente para alimentar o celular ou um aparelho de Mp3. Um travesseiro que examina nossas ondas cerebrais enquanto dormimos. Parece brincadeira ou delírio futurista, mas pode se tornar realidade mais cedo do que se espera. Pelo menos é o que pretende o professor Juan Hinestroza (foto), diretor do Laboratório de Nanotecnologias Têxteis da Universidade de Cornell (www.cornell.edu), nos EUA. Ele e sua equipe desenvolveram fibras de algodão recobertas com nanopartículas metálicas que podem conduzir eletricidade e serem alimentadas por energia solar. À primeira vista, poderia parecer tratar-se de uma desengonçada armadura. Na verdade, os tecidos que resultam dessa combinação pouco comum produzem roupas tão confortáveis como qualquer outra que temos em nosso armário. Tanto que foram apresentadas em um desfile de modas realizado em março, na universidade. O trabalho foi realizado em conjunto com pesquisadores das universidades Bologna e Cagliari, na Itália. “Já existem fibras que podem conduzir corrente elétrica, mas são rígidas e pesadas. Com nossa técnica criamos fios que podem ser usados em tecelagens, máquinas de costura ou até costurados à mão”, afirma Hinestroza. Fontes: Cornell University e Diário da Saúde notícias 20 Pesquisa mostra uso de nanopartículas com RNA interferente Foto: divulgação Os estudos para desenvolver a técnica de interferência de RNA (RNAi, na sigla em inglês) ganharam aliados importantes: as nanopartí- culas (1nm = 1 milionésimo de mm). Uma equipe do Instituto de Tecnologia da Califórnia - Caltech (www.caltech.edu) mostrou que nanopartículas podem ser direcionadas para penetrar em células de tumores e descarregar, em seu interior, os interferentes de RNA que neutralizarão genes específicos do câncer. Os pesquisadores também mostraram que, quanto maior o número de nanopartículas na corrente sanguínea, maior a quantidade das que alcançam as células tumorais. “Esse estudo mostra que é possível desenvolver uma terapia à base de nanopartículas e interferentes de RNA, o que abre as portas para uma futura terapêutica que ataque o câncer e outras doenças em nível genético”, diz Mark Davis, autor principal e professor de Engenharia Química no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). “Existem muitos tipos de câncer que podem ser bloqueados em laboratório usando os interferentes de RNA, mas ainda é difícil obter os mesmos resultados na prática clínica com as drogas tradicionais de combate ao câncer”, explica Antoni Ribas, professor associado de medicina e cirurgia do Centro de Câncer Jonsson Comprehensive, da Universidade da Califórnia em Los Angeles - UCLA (www.cancer.ucla.edu). O artigo Evidence of RNAi in humans from systemically administered siRNA via targeted nanoparticles foi publicado na edição on line de 21 de março de 2010 da revista Nature (www.nature.com). Fontes: Medica.de e Caltech A ingestão de menos calorias pode estar relacionada a uma saúde melhor no envelhecimento e ao prolongamento da expectativa de vida. É o que sugere um estudo de biologia molecular liderado pelo médico Luigi Fontana (foto), da Escola de Medicina da Universidade de Washington (http://medschool.wustl.edu) e do Instituto Superior de Saúde (http://www.iss.it) em Roma, Itália. expediente Experiências feitas em roedores mostram que uma redução de 10% a 50% na ingestão de calorias reflete-se nas vias moleculares envolvidas no processo de envelhecimento, principalmente naquelas relacionadas à glicose e a o Fator do Crescimento do Tipo Insulina 1 (IGF-1, na sigla em inglês). Os animais apresentaram menos problemas relacionados à idade, como câncer, doenças cardiovasculares e problemas cognitivos. “Os estudos sobre dietas costumam tomar como base dados epidemiológicos. Agora, está claro que também devem ser considerados sob o ponto de vista da biologia molecular”, diz Fontana. Ele espera que esse conhecimento ajude as pessoas a viverem mais e melhor. O artigo Extending Healthy Life Span—From Yeast to Humans foi publicado na edição de 16 de abril de 2010 da revista Science (www.sciencemag.org). Fonte: Science Daily Notícias Medicina Laboratorial Jornal da SBPC/ML - Periodicidade mensal Rua Dois de Dezembro, 78 sala 909 CEP 22220-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel. (21) 3077-1400 Fax (21) 2205-3386 [email protected] http://www.sbpc.org.br Presidente 2010/2011 Carlos Ballarati Diretor de Comunicação Luiz Eduardo Martins Conselho Editorial Adagmar Andriolo Alvaro Martins Carlos Senne Elimar Antônio Bittar João Nilson Zunino José Carlos Lima Marilene Melo Mário Flávio Alcântara Ulysses Moraes de Oliveira Wilson Shcolnik Editor-chefe Armando Fonseca Diagramação e arte Rodrigo Paiva Jornalista responsável Roberto Duarte Reg. Prof. RJ 23830JP Assinaturas & Publicidade Ana Karina [email protected] Criação Valéria Monteiro Design To Ltda. Foto: divulgação Alimentação com menos calorias melhora qualidade de vida curtas 21 OMS aprova 16 novos exames de malária Foto: divulgação Os testes facilitam a detecção da doença em regiões remotas em que não é possível obter o diagnóstico em microscópio. Segundo a OMS, cerca de 40% da população mundial correm risco de contrair malária. A doença mata cerca de 860 mil pessoas por ano. Fonte: Saúde Business Web Projeto obriga bancos de sangue a fazer teste do HTLV Foto: Osmar Bustos / APM A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3556/2008, do deputado Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), que obriga bancos de sangue e hemocentros a fazerem teste de HTLV em doadores. O Projeto foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Fonte: Agência Câmara Associação Brasileira de Mulheres Médicas elege diretoria Tomou posse em 27 de março a diretoria para 2010/2011 da Associação Brasileira de Mulheres Médicas. A presidente é a patologista clínica Marilene Melo (foto), ex-presidente da SBPC/ML, membro do Conselho Fiscal da atual diretoria e membro do Conselho Editorial do Notícias - Medicina Laboratorial. A diretoria empossada também é formada pelas médicas Chang Yen-Li Chain, Francy Reis da Silva Patrício, Su Du Yin, Mara Gândara, Eliana Menabó, Maria de Fátima C. Pinto, Ieda Verreschi, Fátima Regina Abreu Alves, Anna Maria Martins, Jocely Levy Rosenber e Yvonne Capuano. Fonte: Imprensa da APM ANS tem novo presidente O médico gastroenterologista Maurício Ceschin (foto) é o novo diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Desde 2009, ele ocupa o cargo de diretor de Desenvolvimento Setorial. Formado pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro, Ceschin especializou-se em Administração em Sistemas de Saúde, Marketing e Finanças pela Fundação Getúlio Vargas. Ele substitui Fausto Pereira dos Santos, cujo mandato terminou em abril. Fonte: ANS Reivindicações de consumidores Em maio, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviou carta ao Ministro da Saúde e ao presidente da ANS com reivindicações dos consumidores de planos de saúde. Segundo o Idec, há dez anos seguidos o setor de saúde suplementar ocupa o ranking de reclamações dos consumidores. Fonte: Idec 22 classificados VENDA VENDA DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS VENDO LABORATÓRIO, LOCALIZADO NO SUL FLUMINENSE, DIVERSOS CONVÊNIOS. [email protected] .BR VOLTA REDONDA MARCELO (24) 9995-2189 PENTRA 80 APARELHO SEMINOVO. EM PERFEITO ESTADO [email protected] OM BH/MG CARLOS ASSUMPCAO (31) 9669-2016 EQUIPAMENTOS SELECTRA II REVISADO.............35.000,00 CELDIN SEMIAUTOMATIZADO.......15.00,00 LEITORA DE FITA PARA TESTES AGUA - MERCK....... 1000,00 2 AUTOCLAVES VERTICAL 30 LITROS............500,00 2 CENTRIFUGAS BIO ENG..........1000,00 [email protected] SALVADOR EDWARDO (71) 9994-3678 MICROS 45, MICROS60, KX21, T890, PENTRA60 APARELHOS REVISADOS EM ÓTIMO ESTADO. MICROS 60 - R$13.000,00 MICROS 45 - R$12.000,OO KX 21 - R$19.000,00 T890 - R$11.000,00 PENTRA 60 R$23.000,00 COBAS MIRA PLUS R$23.000,00 COBAS MIRA (MIRINHA) R$17.000,00 HITACHI -35.000,00 [email protected] RIO DE JANEIRO RENATO (21) 7813-8877 MICROS 60 SEMINOVO R$ 14,000 LABEQUIPMENTS@HOTMAIL. 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TOTAL:720H ESTÁGIO EXTRACURRICULAR NO HEMONÚCLEO DE SANTOS, LOCALIZADO NO HOSPITAL GUILHERME ALVARO. PASSANDO PELOS SETORES DE IMUNOHEMATOLOGIA DO DOADOR E RECEPTOR, FRACIONAMENTO, CADASTRO DE DOADORES, TRIAGEM, E PRÉ-TRIAGEM E SOROLOGIA TOTAL: 571H . PARTICIPAÇÃO DA CAMPANHA DE CADASTRAMENTO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA, NOS DIAS 9 E 10/2010. [email protected] SANTOS / SP LUCIANA FERREIRA NUNES (13) 9732-2432 FARMACÊUTICA-BIOQUÍMICA, ESPECIALISTA EM ANÁLISES RESIDENTE EM ANÁLISES CLÍNICAS DO HU/UFJF ONDE TEVE RESPONSABILIDADE PELAS SEÇÕES QUE FAZEM PARTE DO LABORATÓRIO CLÍNICO, TAIS COMO HEMATOLOGIA, BIOQUÍMICA CLÍNICA, IMUNOLOGIA CLÍNICA, MICROBIOLOGIA CLÍNICA, MICOLOGIA, PARASITOLOGIA, UROANÁLISE. [email protected] ISABELA OLIVEIRA-BIOQUIMICA (32) 8871-9276 DIRETOR TÉCNICO - MÉDICO PATOLOGISTA/ MG PROFISSIONAL GRADUADO EM MEDICINA COM RESIDÊNCIA EM PATOLOGIA CLÍNICA OU MEDICINA LABORATORIAL. EXPERIÊNCIA COMO MÉDICO PATOLOGISTA EM LABORATÓRIO DE ANÁLISE CLÍNICA, IRÁ GERENCIAR PROFISSIONAIS TÉCNICOS, LINHA DE PRODUÇÃO E QUALIDADE. CAMILABH@CATHOCONSULTOR IA.COM.BR BELO HORIZONTE / MG CAMILA ROCHA (31)3296-8266 EMPREGO SOU FORMADA EM TÉCNICA DE LABORATÓRIO, ESTOU A PROCURA DE EMPREGO, CASO QUEIRAM ME CONTRATAR, ENTREM EM CONTATO [email protected] ARACAJU SE ADENILZA DE LIMA (79) 8117-9995 EMPREGO BIOMÉDICA RS SOU BIOMÉDICA E TÉCNICA EM QUÍMICA E PROCURO COLOCAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO. TENHO HABILITAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS, EXPERIÊNCIA EM MICROBIOLOGIA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS, ALIMENTOS, ÁGUAS E EFLUENTES, HISTO E CITOPATOLOGIA E MANEJO DE COBAIAS [email protected] PORTO ALEGRE/RS NATÁLIA BARTH (51) 9214-1874 BIOMÉDICO LABORATÓRIO PROCURA BIOMÉDICO OU FARMACÊUTICO-BIOQUÍMICO COM EXPERIÊNCIA EM MICROBIOLOGIA. ENVIAR CURRICULUM. 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