TERMODINÂMICA QUÍMICA CAPÍTULO 19 Leonardo de A. Mendes Marcus Vinicíus R. Calzavara Prof. Elcio Barrak TEMAS ABORDADOS: ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ Processos espontâneos Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Interpretação molecular da entropia Variações de entropia nas reações químicas Energia livre de Gibbs Energia livre e temperatura Energia livre e constante de equilíbrio Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. (“Antoine Lavoisier”) Processos Espontâneos • 1ª Lei da termodinâmica: Energia de um sistema é conservada = variação da energia interna = calor absorvido pelo sistema = trabalho realizado pela vizinhança Processos Espontâneos • Espontâneo Não Espontâneo Processos Espontâneos Espontâneo para T > 0 Espontâneo para T < 0 Processos Espontâneos • Processos Reversíveis: o sistema pode ser restaurado ao seu estado original sob as mesmas condições de energia. • Processos Irreversíveis: não podem simplesmente ser revertidos para se restaurar o sistema ao estado original. Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica • Expansão espontânea de um gás: Espontâneo Não Espontâneo Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica Entropia (S): é uma grandeza termodinâmica que expressa a desordem. = variação de entropia do sistema = transferência de calor (‘rev’ indicando reversibilidade) = temperatura constante Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica A entropia do universo deve aumentar durante um processo espontâneo mesmo a entropia do sistema diminuindo Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica • Geralmente, quando um aumento na entropia em um processo está associado a uma diminuição na entropia em outro sistema, predomina o aumento em entropia. • A entropia é uma função de estado. • Para um sistema, S = Sfinal - Sinicial • Se S > 0, a desordem aumenta, se S < 0 a ordem aumenta. Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica • Para um sistema isolado, Ssis = 0 para um processo reversível e Ssis > 0 para um processo espontâneo. • Para um processo reversível: Suniv = 0. • Para um processo espontâneo (e irreversível): Suniv > 0. Entropia e a 2ª Lei da Termodinâmica • Existem três modos atômicos de movimento: – translação (o movimento de uma molécula de um ponto no espaço para outro); – vibração (o encurtamento e o alongamento de ligações, incluindo a mudança nos ângulos de ligação); – rotação (o giro de uma molécula em torno de algum eixo). 3ª Lei da Termodinâmica • No zero absoluto, a entropia de uma substância cristalina pura é zero: S(0 K) = 0 3ª Lei da Termodinâmica • A entropia varia dramaticamente em uma mudança de fase. • Ao aquecermos uma substância a partir do zero absoluto, a entropia deve aumentar. • Se existem duas formas de estado sólido diferentes para uma substância, a entropia aumenta na mudança de fase do estado sólido. 3ª Lei da Termodinâmica 3ª Lei da Termodinâmica Segundo Ludwig Boltzmann, para um sistema isolado, a entropia é: S = k ln W Constante de Boltzmann: k = 1,38 x 10-²³ J/K ln: logaritmo natural W: número de arranjos possíveis no sistema Energia livre de Gibbs • Geralmente um processo espontâneo ocorre com aumento na entropia. Mas há exceções, como a formação do NaCl em que mesmo sendo espontâneo há uma diminuição na entropia. • A energia livre de Gibbs, G, de um estado é definida como: G = H – TS • Mas Gibbs chegou a conclusão que mantendo a temperatura e a pressão constante conseguiria saber se a reação era espontânea ou não. Energia livre de Gibbs • Variação da energia livre de Gibbs: ∆G = ∆H - T∆S • O sinal de ∆G nos indica se a reação é espontânea ou não: Se ∆G é negativo, a reação é espontânea no sentido direto, ou seja, da esquerda para a direita. ii. Se ∆G é zero, passamos a indicar a variação de energia livre como ∆G0 e a reação está em equilíbrio. i. Energia livre de Gibbs iii. Se ∆G é positivo, quer dizer que a reação direta (esquerda para a direita) não é espontânea, ou seja, esta passando de um lugar de maior energia para um de menor energia, assim o sistema tem que fornecer energia para que ela ocorra, então a reação inversa (direita para a esquerda) é espontânea. Energia livre de Gibbs • Considere a formação de amônia a partir de nitrogênio e hidrogênio: N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) • Q < Keq, ocorre no início, enquanto a amônia esta sendo produzida espontaneamente. • Q > Keq, ocorre após um certo tempo, quando a amônia produz N2 e H2 espontaneamente. • Q = Keq, ocorre no equilíbrio, quando a quantidade de N2 e H2 produzida é igual à quantidade produzida de amônia Energia livre de Gibbs Energia livre de Gibbs Variações da energia livre padrão • Energia livres padrão de formação: ∆G0 = Σn∆G0f (produtos) - Σm∆G0f (reagentes) ∆G0f ∆G0 < 0 ∆G0 > 0 ∆G0 = 0 energia livre padrão espontâneo não-espontâneo em equilíbrio Energia livre e temperatura • Para se relacionar a variação de entropia com a temperatura utilizamos: • ∆H • ∆S G H TS H (TS ) Termo da entalpia Termo da entropia Energia livre e constante de equilíbrio • Equação utilizada somente quando o sistema encontra-se em seu estado padrão: ∆G = ∆H - T∆S • Equação utilizada para sistemas que não se encontram em seu estado-padrão: ΔG = ΔG° + RTlnQ Q Quociente de reação correspondente à mistura em questão. R Constante ideal do gás T Temperatura absoluta Energia livre e constante de equilíbrio • Sob condições padrão as concentrações de todos os reagentes e produtos são iguais a 1, então, Q = 1 e lnQ = 0 Assim, ΔG = ΔG° • A expresão para Q é idêntica à expressão da constante de equilíbrio, exceto porque os reagentes e os produtos não estão em equilíbrio. Energia livre e constante de equilíbrio • Quando temos um sistema em equilíbrio: Q = Keq e ΔG = 0, assim obtemos uma nova equação: Energia livre e constante de equilíbrio • Da equação podemos concluir que: i. ΔG° < 0, logo K > 1 ii. ΔG° = 0, logo K = 1 iii. ΔG° > 0, logo K < 1 • A equação também nos permite calcular o valor da Keq, se conhecermos o valor de ∆G0. K eq e G o RT Referência Bibliográficas • Livro-texto: T. L. Brown, H. E. LeMay Jr., B. E. Bursten e J. R. Burdge. Química: A Ciência Central, 9ª. ed.. São Paulo: Pearson, 2005.