Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013 A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Marta Garcia Maia de Almeida Regina Canedo de Souza Adriana Maiarotti Justo Danielle Vargas Silva Baltazar 2 Painel 39/148 Gestão de pessoas no SUS e no SUAS A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIADE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Marta Garcia Maia de Almeida Regina Canedo de Souza Adriana Maiarotti Justo Danielle Vargas Silva Baltazar RESUMO A Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão (CGESG) da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ) tem como missão contribuir para a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, por meio da Educação em Saúde, entendida como estratégia político-pedagógica de construção de práticas e saberes em saúde. Por Educação em Saúde compreende-se um conjunto amplo de diretrizes e práticas que se propõe a nortear tanto a formação quanto a qualificação dos profissionais. Os debates nesse campo de atuação ganham especial contorno mediante paradigmas estruturantes que norteiam a condução da gestão da educação, sendo aqueles elencados como essenciais a todo e qualquer trabalho realizado pela CGESG: a problematização dos processos de trabalho em saúde, a ação regionalizada, essencial à percepção das especificidades e singularidades de cada uma das nove regiões de saúde do estado e a valorização e democratização das relações de trabalho. Tal direcionalidade da gestão da educação no estado do Rio de Janeiro busca atender os princípios da universalidade, equidade, integralidade, descentralização, regionalização, hierarquização e participação social, preconizados pelo Sistema Único de Saúde - SUS. Nessa direção, a CGESG reafirma o descrito pela Política Nacional de Saúde, quanto à imperiosa necessidade de articulação entre a gestão dos processos de educação, trabalho e contextualização/singularidades de cada um desses processos. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde se insere nesse contexto da gestão educação em saúde no estado do Rio de Janeiro enquanto política que define e direciona a condução do trabalho em saúde. Instituída pela Portaria Ministerial n 198/2004, a Política Nacional de Educação Permanente em saúde ganha suas diretrizes para implementação na portaria nº1996/2007. A portaria nº1996/2007 trata de estratégias de problematização dos processos de trabalho como espaço e construto essencial à gestão, lançando luz à importante discussão acerca de gestores, trabalhadores e suas dinâmicas no contexto institucional. A articulação entre os processos formadores e de qualificação dos profissionais e a vivencia laboral representa estratégia pedagógica essencial que se propõe a estabelecer relações orgânicas entre gestores, trabalhadores e processos de trabalho. Assim, a referida política considera em seus processos de capilaridade, nas diferentes instâncias e regiões nas quais é implementada, as especificidades de cada uma das regiões de saúde, 3 dos seus trabalhadores e dos serviços assistenciais e de gestão. A construção coletiva constitui tarefa essencial que objetiva acolhimento às diferentes demandas, integração, comprometimento, e principalmente propostas de co-gestão, almejando o protagonismo e implicação de todos os profissionais na condução dos processos de trabalho. A Reestruturação Produtiva na “Era da Informação” trouxe importantes mudanças no mundo do trabalho e na forma de se estruturarem as ações de Desenvolvimento de Pessoas. A principal característica dessa nova fase são as constantes e rápidas mudanças, impostas pelas incertezas e desdobramentos no mundo contemporâneo. Nesse contexto, as organizações precisaram buscar adaptação rápida aos novos tempos e ao mundo, agora tecnológico, mais dinâmico e complexo. Mudam-se as relações de trabalho, o clima, a velocidade das informações, a economia e a produção de conhecimento. As organizações são desafiadas a se adequarem a essa nova era e buscam agilidade, inovação e novas formas de produzir ações frente a cada cenário de incerteza que se estabelece. O desafio que se coloca ao profissional é o de colocar à serviço da produção a sua experiência, seus talentos pessoais, seus conhecimentos de cursos, leitura, prática, aprendizagem formal e informal. Assim, dispor de pessoas melhor qualificadas é imprescindível no novo cenário. Cabe destacar que nesse cenário não há uma proposta de análise e problematização dos processos de trabalho. Esses são pensados como dados e definidos por um contexto macro e micropolítico inquestionáveis. Assim, cabe ao profissional a adaptação e uma certa resignação as exigências impostas pelo trabalho. Ao contrário desta formulação, a Política Nacional de Educação Permanente nos conduz a uma nova forma de agir-pensar e educar quando promove e amplia a articulação entre gestores, profissionais, e instituição colocando-as para refletir sobre suas ações e “esferas de fazer” em saúde. A política Nacional de Educação Permanente em Saúde favorece o desenvolvimento de pessoas na medida em que busca a atuação reflexiva e transformadora dos processos de trabalho, associando os processos de educação a alterações nos cenários de trabalho. A capacitação tem sido tomada frequentemente como uma estratégia para o enfrentamento dos problemas de desenvolvimento dos serviços de saúde. Elas se configuram como ações planejadas com o intuito de fortalecer conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas nas instituições. Essas capacitações surgem de condições institucionais, políticas, ideológicas e culturais que definirão os limites e possibilidades de seu alcance. Nesse contexto, as capacitações se reduzem a um problema de educação pessoal, que em muitos casos são possíveis de serem resolvidos com a aplicação de métodos e técnicas pedagógicas. Traduz uma visão instrumental da educação, como um meio de se alcançar um objetivo pontual e não como uma estratégia de mudança institucional. Aqui se coloca um dos aspectos fundamentais que a diferenciam da Educação Permanente enquanto uma política que articula gestão do trabalho e gestão da educação. A proposta da educação permanente, enquanto metodologia para ação político-pedagógica pretende que as ações de educação não se reduzam a atualização de conhecimentos e competências técnicas específicas, mas que, ao contrário disso, produzam a promoção de mudanças na organização dos serviços. É necessário, portanto, considerar a coerência e a relação entre as propostas de capacitação e as políticas de transformação de serviços de saúde. É preciso pensar nas intenções que acompanham as ações de gestão dos recursos humanos, de modo que esses possam impulsionar mudanças por meio das ações educativas, e não manter o mesmo enfoque da administração burocratizada de pessoal. A 4 proposta deste trabalho e o que apresentamos a título de considerações finais é um desafio de se pensar a Educação em Saúde como uma estratégia multifacetada e complexificada. Assim, o trabalho propõe como eixo central de transformação das práticas de educação em saúde, a problematização e o favorecimento de movimentos reflexivos em prol da melhoria dos processos de trabalho. As ações de qualificação e de capacitação deverão ser pensadas e propostas a partir das diretrizes apresentadas pela Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. A Política Nacional de Educação Permanente constitui-se como matriz de referencia político-pedagógica que norteia as ações desenvolvidas e que, em nossa avaliação, poderão ser aplicadas ao desenvolvimento de pessoas e das instituições. Por fim, esse trabalho se propõe a apresentar a metodologia da Educação Permanente com a perspectiva de que esta seja aplicada e contemplada por diferentes campos da gestão pública do país. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..........................................................................................................06 UMA GESTÃO DA EDUCAÇÃO PAUTADA NOS PRECEITOS PROBLEMATIZADORES DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE..................................................................................... 11 O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS E A INTERFACE COM A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE..................................................................................... 13 OBJETIVO................................................................................................................ 15 METODOLOGIA....................................................................................................... 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS (CONCLUSÃO)........................................................... 20 REFERÊNCIAS........................................................................................................ 21 6 Trabalhar não é apenas dedicar-se a uma atividade. É também estabelecer relações com os outros, envolver-se em formas de cooperação e de troca, inscrever-se numa divisão de postos e das tarefas, confrontar os pontos de vista e as práticas, experimentar e dar visibilidade às capacidades e aos recursos de cada um, transmitir saberes e capacidades, validar as contribuições singulares (...). É enfim, ser capaz de pôr sua marca no seu ambiente e no curso das coisas. LHUILIER, D., 2006. INTRODUÇÃO A Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão (CGESG) da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ) tem como missão contribuir para a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira 1 , por meio da Educação em Saúde, entendida como estratégia político-pedagógica de construção de práticas e saberes em saúde. Por Educação em Saúde compreende-se um conjunto amplo de diretrizes e práticas que se propõe a nortear tanto a formação quanto a qualificação dos profissionais. Enquanto um campo multifacetado e complexo, no qual a troca de saberes se constitui matriz essencial metodológica, a educação em saúde objetiva propiciar espaço dialógico entre gestores e profissionais. A constituição de um espaço que permite a circulação de percepções, idéias e demandas favorece com que gestores e trabalhadores, no cotidiano de suas práticas, trabalhem em coletivo, favorecendo assim instâncias de cogestão. A estratégia político-pedagógica possui foco na construção. Tal construção persegue incessantemente o movimento circular de problematização e troca de conhecimentos, inscrevendo cada um dos atores na cena institucional como protagonista e co-responsável pelos objetivos que se pretende alcançar. 1 A Reforma Sanitária Brasileira foi um movimento com participação de profissionais de saúde, gestores, comunidade, profissionais da academia e representantes dos conselhos de profissionais que almejavam a reformulação do sistema público de saúde do país. O objetivo principal se direcionava ao fortalecimento da cidadania mediante uma saúde pública com caráter universal, integral e equitativo. 7 Assim, compreendida como mais do que qualificação ou ações de formação dos profissionais, a educação em saúde vem sendo trabalhada pela Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão (CGESG) como proposta que provoca a ampliação do diálogo, a discussão e potencialização reflexiva das práticas, podendo produzir movimentos de mudanças nos processos de trabalho. Nessa perspectiva, mediante o objetivo de qualificar e ampliar as ações de educação em saúde no estado do Rio de Janeiro, a Coordenação identificou a necessidade de uma reestruturação interna de seu organograma e de seus processos de trabalho. Nesse processo de reestruturação foi identificada a importância da criação de uma instância de articulação entre as Divisões de Educação em Saúde, dos Centros de Estudos e de Gestão Acadêmica e a Coordenação, sendo esta instância a assessoria Pedagógica e de Planejamento e Gestão. Na figura 1, pode ser observado o organograma da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, sendo neste desenho possível perceber que a Gestão da Educação, na Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, se propõe à articulação frente aos debates da Gestão do Trabalho. A aposta em uma subsecretaria que articulasse trabalho e educação não se deu sem motivo aparente, na medida em que se compreende que, conforme descrito anteriormente, a gestão de processos de formação e qualificação dos trabalhadores não se faz independe da compreensão, questionamento e diagnose da forma como o trabalho se constitui, em suas diferentes facetas. 8 Figura1: Organograma da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES Fonte: Acervo da Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão - SGTES – SES/RJ Mediante tal entendimento de condução do trabalho em saúde, a construção e problematização das diretrizes, atribuições, bem como o planejamento e organização do processo de trabalho da CGESG/SGTES/SES/RJ vem sendo realizado de forma conjunta e pactuada, buscando contemplar o conhecimento, necessidades e participação de todas as áreas técnicas da CGESG. Esse movimento para além da estruturação do trabalho visa disseminar o conhecimento, promover o desenvolvimento das pessoas, das equipes e dos processos de trabalho, contribuindo assim para a articulação entre a gestão do trabalho e a gestão da educação, com vistas a assegurar as competências requeridas às necessidades estratégicas em saúde. Em sendo assim, além das diretrizes dadas pela SGTES, baseadas na Política Nacional de Saúde2, a CGESG vem realizando uma construção coletiva de seus processos de trabalho bem como de suas atribuições, através de reuniões de todos os diretores, técnicos e administrativos do setor com a Coordenação. 2 A direção da Política Nacional de Saúde para a Gestão do Trabalho e da Educação versa sobre “Contribuir para a adequada formação, alocação, qualificação, valorização e democratização das relações de trabalho”. 9 Desse processo ainda em curso, é possível apresentar um primeiro desenho das atribuições que a CGESG se propõe frente ao sistema de saúde estadual (figura 2), bem como descrever as principais atividades desenvolvidas por cada uma das divisões que a compõem, já apresentadas anteriormente. Figura 2: Atribuições da Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão Fonte: Material elaborado pela equipe de profissionais da Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão Quanto as atividades das assessorias e das divisões da CGESG é possível descrever, que a assessoria pedagógica, de planejamento e gestão, apesar de ainda recentemente inserida nas atividades da CGESG, possui como objetivo principal de atuação e a oferta de apoio e transversalidade as ações propostas e encaminhadas pelas três divisões que compõem a CGESG. O caráter transversal de sua proposta versa sobre o entendimento de que a articulação entre as ações, informações e troca de experiências adquiridas são essenciais para o bom funcionamento e qualificação do trabalho e do trabalhador, produzindo ações práticas de relevância e valorização das experiências do grupo. A Divisão de Gestão Acadêmica viabiliza a execução de estágios de níveis superior e médio nas áreas técnicas e administrativas, nas unidades assistenciais e no nível central da SES/RJ. Responde técnica e normativamente por estes, visando a qualificação profissional em saúde voltada às necessidades do Sistema Único de Saúde no estado do Rio de Janeiro. 10 A Divisão dos Centros dos Estudos tem como objetivo promover, estimular, planejar, coordenar e acompanhar as atividades de cunho técnico, científico e cultural a partir do desenvolvimento dos recursos humanos das unidades assistenciais da rede própria da SES/RJ, visando contribuir para a melhoria das ações de saúde prestadas à população. A Divisão de Educação em saúde tem como objeto principal de sua ação a promoção de ações relacionadas às políticas de Educação em saúde no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, contribuindo com a formação dos processos, das práticas pedagógicas em saúde e na organização dos serviços e no trabalho com qualidade. Cabe também à Divisão de Educação em Saúde a condução da Política Nacional de Educação Permanente em saúde no estado do Rio de Janeiro, além de ações de capacitação dos profissionais que compõem a rede de assistência estadual. Nessa perspectiva, a elaboração das bases essenciais à uma política de Educação em saúde no estado do Rio de Janeiro encontra-se em processo de elaboração, etapa esta que vem sendo debatidas coletivamente pela equipe da Coordenação. Esses debates ganham especial contorno mediante paradigmas estruturantes que norteiam a condução da gestão da educação, sendo aqueles elencados como essenciais a todo e qualquer trabalho realizado pela CGESG: A problematização dos processos de trabalho em saúde A ação regionalizada, essencial à percepção das especificidades e singularidades de cada uma das nove regiões de saúde do estado3, A valorização e democratização das relações de trabalho; Tal direcionalidade do trabalho da gestão da educação no estado do Rio de Janeiro busca atender os princípios da universalidade, equidade, integralidade, descentralização, regionalização, hierarquização e participação social, preconizados pelo Sistema Único de Saúde - SUS. Nessa direção, é possível compreender a importante articulação proposta pela CGESG, na medida em que reafirma o descrito pela Política Nacional de Saúde, quanto à imperiosa necessidade de articulação entre a gestão dos processos de educação, trabalho e contextualização/singularidades de cada um desses processos. 3 O estado do Rio de Janeiro é dividido em nove regiões de saúde, a saber: Serrana, Médio Paraíba, Metropolitana I, Metropolitana II, Baía de Ilha Grande, Noroeste, Norte , Centro Sul e Baixada Litorânea 11 UMA GESTÃO DA EDUCAÇÃO PAUTADA NOS PROBLEMATIZADORES DA POLÍTICA NACIONAL DE PERMANENTE EM SAÚDE PRECEITOS EDUCAÇÃO A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde se insere nesse contexto da educação em saúde no estado do Rio de Janeiro enquanto política que define e direciona a condução do trabalho em saúde. No campo de discussões da saúde pública do país, a Política Nacional de Educação Permanente foi amplamente discutida e aprovada na XII Conferência Nacional de Saúde e no Conselho Nacional de Saúde, enquanto uma estratégia do SUS para a formação e desenvolvimento de trabalhadores para a saúde. Instituída pela Portaria Ministerial n 198/2004, a Política Nacional de Educação Permanente em saúde ganha suas diretrizes para implementação na portaria nº1996/2007. A portaria nº1996/2007 trata de estratégias de problematização dos processos de trabalho como espaço e construto essencial à gestão, lançando luz à importante discussão acerca de gestores, trabalhadores e suas dinâmicas no contexto institucional. A articulação entre os processos formadores e de qualificação dos profissionais e a vivencia laboral representa estratégia pedagógica essencial que se propõe a estabelecer relações orgânicas entre gestores, trabalhadores e processos de trabalho. Assim, a referida política considera em seus processos de capilaridade, nas diferentes instâncias e regiões nas quais é implementada, as especificidades de cada uma das regiões de saúde, dos seus trabalhadores e dos serviços assistenciais e de gestão. A construção coletiva constitui tarefa essencial que objetiva acolhimento às diferentes demandas, integração, comprometimento, e principalmente propostas de co-gestão, almejando o protagonismo e implicação de todos os profissionais na condução dos processos de trabalho. Nessa perspectiva, a política versa sobre o debate e à implementação de ações que visam o fortalecimento da co-gestão, do desenvolvimento dos profissionais e da instituição, a gestão setorial, o controle social e a democratização e fortalecimento das relações de trabalho, conforme pode ser observado em alguns dos trechos que serão a seguir apresentados 12 O art.1º da portaria 1996/2007 descreve que: A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde deve considerar as especificidades regionais, a superação das desigualdades regionais, as necessidades de formação e desenvolvimento para o trabalho em saúde e a capacidade já instalada de oferta institucional de ações formais de educação na saúde. A condução regional da Política Nacional de Educação Permanente em saúde, segundo o art. 2º se dará mediante os Colegiados de gestão regional (nomenclatura modificada para Comissão de Intergestora Regional pelo Decreto 7508 de junho de 2008 e pelas Comissões de Integração Ensino serviço (CIES) A condução regional da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde se dará por meio dos Colegiados de Gestão Regional, com a participação das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES). Art. 2º §1º Os Colegiados de Gestão Regional, considerando as especificidades locais e a Política de Educação Permanente em Saúde nas três esferas de gestão (federal, estadual e municipal), elaborarão um Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde coerente com os Planos de Saúde estadual e municipais, da referida região, no que tange à educação na saúde. Art. 2º §2º As CIES são instâncias intersetoriais e interinstitucionais permanentes que participam da formulação, condução e desenvolvimento da Política de Educação Permanente em Saúde previstas no Artigo 14 da lei 8080/90 e na NOB/RH – SUS. A lei 8080/90 citada na portaria 1996/2007 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. O artigo 14º dessa lei citado na portaria 1996/2007 determina que deverão ser criadas comissões permanente de integração entre os serviços de saúde e instituições de ensino profissional e superior. (Brasil, 1990) Conforme o texto legislativo essas comissões terão por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuadas dos recursos humanos do SUS, em suas esferas correspondentes, assim como também deverão se ocupar da pesquisa e cooperação técnica em sua área de abrangência. (Brasil, 1990) Assim como a lei 8080/90 a Norma Operacional Básica de recursos humanos para o SUS dispõe, dentre outros tópicos, sobre o planejamento e organização das ações de educação para os profissionais da saúde. Quanto ao movimento de estruturação das Comissões de Integração Ensino Serviço (CIES) no estado do Rio de Janeiro, é possível informar que o processo de sua consolidação 13 vem se dando sob dois pilares principais4: ações estruturantes e ações de condução dos preceitos da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. As ações estruturantes objetivaram a pactuação e constituição da CIES de cada uma das nove (9) regiões de saúde, bem como da elaboração e pactuação junto a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) dos Planos Regionais de Educação Permanente em saúde, que compuseram o Plano Estadual de Educação Permanente. Nessa perspectiva, apontamos a estruturação e a condução dos preceitos enquanto momentos que precisam ser continuamente articulados e apoiados pelo estado. O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS E A INTERFACE COM A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE A Reestruturação Produtiva na “Era da Informação” trouxe importantes mudanças no mundo do trabalho e na forma de se estruturarem as ações de Desenvolvimento de Pessoas. A principal característica dessa nova fase são as constantes e rápidas mudanças, impostas pelas incertezas e desdobramentos no mundo contemporâneo. Nesse contexto, as organizações precisaram buscar adaptação rápida aos novos tempos e ao mundo, agora tecnológico, mais dinâmico e complexo. Mudam-se as relações de trabalho, o clima, a velocidade das informações, a economia e a produção de conhecimento. As organizações são desafiadas a se adequarem a essa nova era e buscam agilidade, inovação e novas formas de produzir ações frente a cada cenário de incerteza que se estabelece. No afã de se encontrarem respostas para esse cenário, as soluções se apresentam frequentemente centradas no desenvolvimento de novas habilidades por parte dos profissionais, desafiando-os a se adaptarem as novas exigências através de maior flexibilidade e acréscimo de conhecimentos. 4 É importante ressaltar que a divisão entre ações estruturantes e ações de condução da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde é apenas didática com a finalidade de apresentar sua trajetória no estado do Rio de Janeiro, não sendo esta classificação uma determinação das portarias 198/2004 e 1996/2007. 14 Diante dessa situação, os recursos humanos passam a ser considerados como capital intelectual da produção, ou seja, a ele caberia ser criativo a partir da articulação entre dados e informações recebidas gerando conhecimento. O desafio que se coloca ao profissional é o de colocar à serviço da produção a sua experiência, seus talentos pessoais, seus conhecimentos de cursos, leitura, prática, aprendizagem formal e informal. Assim, dispor de pessoas melhor qualificadas é imprescindível no novo cenário. A qualificação exigida não é apenas de conteúdo formal, mas de uma forma mais abrangente, como: valores pessoais, crenças, habilidades específicas, comunicação, relacionamentos interpessoais, autonomia, iniciativa, comprometimento, ou seja, talentos e potencial de crescimento. Cabe destacar que nesse cenário não há uma proposta de análise e problematização dos processos de trabalho. Esses são pensados como dados e definidos por um contexto macro e micropolítico inquestionáveis. Assim, cabe ao profissional a adaptação e uma certa resignação as exigências impostas pelo trabalho. Da mesma maneira, nesse cenário não há proposta de movimentos que favorecem a co-gestão entre gestores e profissionais. Num fluxo oposto ao dado por essa ótica do desenvolvimento de pessoas, vê-mos erguer-se uma Política Nacional de Educação Permanente que, a despeito de ser construída para atender as demandas do cenário da saúde, traz em seu bojo o desafio de uma nova forma de pensar, de forma articulada, os processos de trabalho e de educação. Na perspectiva do Desenvolvimento de Pessoas clássico “O sucesso na economia do conhecimento vem para aqueles que conhecem a si mesmo - seus pontos fortes, seus valores e como eles performam melhor” (Drucker,1999). Esse é o prognóstico para o futuro das organizações que buscam o desenvolvimento do seu capital humano-intelectual, produzindo soluções a partir da análise do grupo. Ao contrário desta formulação, a Política Nacional de Educação Permanente nos conduz a uma nova forma de agir-pensar e educar quando promove e amplia a articulação entre gestores, profissionais, e instituição colocandoas para refletir sobre suas ações e “esferas de fazer” em saúde. 15 A política Nacional de Educação Permanente em Saúde favorece o desenvolvimento de pessoas na medida em que busca a atuação reflexiva e transformadora dos processos de trabalho, associando os processos de educação a alterações nos cenários de trabalho. OBJETIVO O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar as principais diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente em saúde apresentando-as enquanto estratégia político-pedagógica de problematização dos processos de trabalho e de condução das ações referentes à Educação em saúde no estado do Rio de Janeiro. O debate acerca do desenvolvimento de pessoas se constrói mediante a discussão do texto da Política de Educação Permanente propondo que para além do campo da saúde pública do país, a aposta em uma metodologia reflexiva e problematizadora alcance outros campos da gestão pública do país. METODOLOGIA Nesse ponto do trabalho apresentaremos os aspectos da Política de Educação Permanente em Saúde que se destacam como fundamentais na forma de se pensar os processos de educação em serviço, problematizando o que tradicionalmente se denomina de capacitações em serviço. A capacitação tem sido tomada frequentemente como uma estratégia para o enfrentamento dos problemas de desenvolvimento dos serviços de saúde. Elas se configuram como ações planejadas com o intuito de fortalecer conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas nas instituições. Essas capacitações surgem de condições institucionais, políticas, ideológicas e culturais que definirão os limites e possibilidades de seu alcance. Nesse contexto, as capacitações se reduzem a um problema de educação pessoal, que em muitos casos são possíveis de serem resolvidos com a aplicação de métodos e técnicas pedagógicas. Traduz uma visão instrumental da 16 educação, como um meio de se alcançar um objetivo pontual e não como uma estratégia de mudança institucional. Aqui se coloca um dos aspectos fundamentais que a diferenciam da Educação Permanente enquanto uma política que articula gestão do trabalho e gestão da educação. Acompanhando o texto da Política Nacional de Educação Permanente nessa diferenciação, diz-se: Nem toda ação de capacitação implica um processo de educação permanente. Embora toda capacitação vise à melhoria do desempenho pessoal, nem todas estas ações representam parte substantiva de uma estratégia de mudança institucional, orientação essencial nos processo de educação permanente. (Pactos pela Saúde 2006, vol09, 2009, p.40) A proposta da educação permanente, enquanto metodologia para ação político-pedagógica pretende que as ações de educação não se reduzam a atualização de conhecimentos e competências técnicas específicas, mas que, ao contrário disso, produzam a promoção de mudanças na organização dos serviços. Assim, a educação permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A educação permanente pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. (Pactos pela Saúde 2006, vol09, 2009) É necessário, portanto, considerar a coerência e a relação entre as propostas de capacitação e as políticas de transformação de serviços de saúde. É preciso pensar nas intenções que acompanham as ações de gestão dos recursos humanos, de modo que esses possam impulsionar mudanças por meio das ações educativas, e não manter o mesmo enfoque da administração burocratizada de pessoal. Sabe-se que muitas transformações conceituais e práticas se deram em torno dos processos de educação, contudo, muitas ações ainda convivem com programas que conservam um viés mais clássico. Essa transformação dos enfoques educativos incorporaram discussões da sociologia das organizações, da análise institucional e da perspectiva da educação de adultos em situações de trabalho, contrastando os paradigmas da “Educação Continuada” com a “Educação Permanente”. A Educação Continuada se caracteriza por: 17 - representar uma continuidade do modelo escolar ou acadêmico, centralizado na atualização do conhecimento, geralmente com enfoque disciplinar, em ambiente didático e baseado em técnicas de transmissão, com fins de atualização; - conceituar tecnicamente a prática enquanto campo de aplicação de conhecimentos especializados (...) Por este fato se produz uma distância entre a prática e o saber e uma desconexão do saber como solução dos problemas da prática; - ser uma estratégia descontínua de capacitação com rupturas no tempo: são cursos periódicos sem sequência constante; - ter sido dirigida predominantemente ao médico e alcançado, com menos ênfase, o grupo de enfermagem. Centrada em cada categoria profissional, praticamente desconsiderou a perspectiva das equipes e diversos grupos de trabalhadores. Pactos pela Saúde 2006, vol09, 2009, p.44) Ao contrário, a Educação Permanente, inverte a lógica do processo: - incorporando o ensino e o aprendizado à vida cotidiana das organizações e às práticas sociais e laborais, no contexto real em que ocorrem; - modificando substancialmente as estratégias educativas a partir da prática como fonte de conhecimento e de problemas, problematizando o próprio fazer; - colocando as pessoas como atores reflexivos da prática e construtores do conhecimento e de alternativas de ação, ao invés de receptores; - abordando a equipe e o grupo como estrutura de interação, evitando a fragmentação disciplinar; - ampliando os espaços educativos, fora da aula e dentro das organizações, na comunidade, em clubes e associações, em ações comunitárias. (Pactos pela Saúde 2006, vol09, 2009, p.44) Figura 3: Quadro Educação Permanente e Educação Continuada Educação Continuada Educação Permanente Âmbito Individual Âmbito Coletivo Atualizações Técnicas Formação integral e contínua Tema de capacitação elaborado previamente O tema surge da necessidade de resolver um problema identificado no cotidiano do trabalho, na gestão e no controle social O objeto central são os temas técnicos e científicos O objeto central da aprendizagem é o processo de trabalho Capacitações pontuais Educação em serviço articulando a mudanças de práticas 18 A proposta de aproximar a educação na vida cotidiano dos trabalhadores é reconhecer o potencial educativo da situação de trabalho, transformando as situações diárias dos processos de trabalho em aprendizagem. A educação permanente é entendida com “aprendizagem-trabalho”, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. É construída a partir dos problemas enfrentados na realidade dos processos de trabalho dos profissionais e da problematização destes. E tem como objetivo transformar as práticas dos profissionais acompanhadas de transformações na própria organização do trabalho. Eis aí, o maior avanço e seu maior desafio! Trata, portanto, de uma estratégia integrada para a ação educativa que rompe com a tendência de reduzir os processos de educação ao mero inventário de técnicas pouco articuladas entre si. A educação permanente tem na problematização seu eixo e nessa perspectiva as diversas ações se inserem propondo um fluxo que segue da prática à informação e da informação à aquisição de competências e capacidades. Tal fluxo é apresentado de modo esquemático no texto da série Pactos pela Saúde 2006 em que trata Política Nacional de Educação Permanente através do quadro abaixo: 19 Figura 4: Fluxo de problematização das práticas P R O B L E M A T I Z A R IDENTIFIICAR PROBLEMAS Ação-ReflexãoInvestigação-Ação Estudo de Casos; Trabalho de Campo; Sistematização de dados locais; Construção e priorização de problemas. AMPLIAR CONHECIMENTO Acesso Bibliográfico Acesso a Dados Acesso a Educação Virtual Acesso a Outras Experiências Seminário de estudos; Estágio in loco; Grupos de Discussão; Teleconferências e Redes Interativas Aquisição de competências e capacidades específicas Supervisão – Capacitante; Treinamento focalizados específicos; Oficinas de elaboração de projetos de trabalho. Coordenar condutas com outros e Trabalho em Redes Grupos Operativos de Qualidade; Oficinas de programação local; Avaliação de processos e resultados. A S P R Á T I C A S DESENVOLVER COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS E DA EQUIPE BUSCAR SOLUÇÕES; COLOCÁ-LAS EM PRÁTICA E AVALIÁ-LAS Fonte: Série Pactos pela Saúde, 2006, vol 09, 2009, p. 55 Pelo exposto, a educação permanente se apresenta como uma ferramenta de transformação das instituições, que permite uma melhor compreensão dos processos de trabalho e por consequência as ações de educação são construídas de modo contextualizado e integrado. Como prática de ensino-aprendizagem significa a produção de conhecimentos no próprio cotidiano nas instituições, a partir dos próprios profissionais e da experiência vivida por eles enquanto atores. E são essas 20 experiências, bem como os problemas enfrentados que serão tomados por base de interrogação e mudança, se apoiando, como exposto anteriormente, num conceito de “ensino-problematizador”. Como destaca Ceccim e Ferla no Dicionário de Verbetes da Fiocruz, é um conceito forte e desafiante para pensar as ligações entre educação e o trabalho em saúde para colocar em questão a relevância social do ensino e as articulações da formação com a mudança no conhecimento e no exercício profissional, trazendo, junto dos saberes técnicos e científicos, as dimensões éticas da vida, do trabalho, do homem, da saúde, da educação e das relações. Vê-se assim, que nas ações de educação o que se apresenta como de maior relevância não é o conteúdo formal da informação, mas o que esta é portadora em potencial. Ações de saúde construídas de maneira pulsátil, viva em seu significado, reflexiva e criativa, envolvendo profissionais, gestores e instituição. CONSIDERAÇÕES FINAIS (CONCLUSÃO) A proposta deste trabalho e o que apresentamos a título de considerações finais é um desafio de se pensar a Educação em Saúde como uma estratégia multifacetada e complexificada. Assim, o trabalho propõe como eixo central de transformação das práticas de educação em saúde, a problematização e o favorecimento de movimentos reflexivos em prol da melhoria dos processos de trabalho. As ações de qualificação e de capacitação deverão ser pensadas e propostas a partir das diretrizes apresentadas pela Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. A Política Nacional de Educação Permanente constitui-se como matriz de referencia político-pedagógica que norteia as ações desenvolvidas e que, em nossa avaliação, poderão ser aplicadas ao desenvolvimento de pessoas e das instituições. Por fim, esse trabalho se propõe a apresentar a metodologia da Educação Permanente com a perspectiva de que esta seja aplicada e contemplada por diferentes campos da gestão pública do país. 21 REFERÊNCIAS BRASIL/Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. A Educação Permanente Entra na Roda: pólos de educação permanente em saúde – conceitos e caminhos a percorrer. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. BRASIL/Ministério da Saúde. Portaria nº198de 13 de fevereiro de 2004. BRASIL/Ministério da Saúde. Portaria nº1996 de 20 de agosto de 2007 BRASIL/Ministério da Saúde.Série Pactos pela saúde. 2006. Volume 9. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, 2009 BARBIERE, Ugo Franco. Gestão de Pessoas nas organizações: práticas atuais sobre o RH estratégico. São Paulo: Atlas, 2012. CARVALHO, Y. M. & CECCIM, R. B. Formação e educação em saúde: aprendizados com a saúde coletiva. In: CAMPOS, G. W. S. et al. (Orgs.) Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec/Fiocruz, 2006. CECCIM, R. B. Educação Permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface - comunicação, saúde, educação, 9(16): 161-178, set. 2004-fev., 2005. CECCIM, R. B. 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B. & FERLA, A. A Educação Permanente em Saúde. Dicionário de Verbetes de Saúde, FIOCRUZ. 22 CHIAVENATO, Idalverto. Gestão de Pessoas; e o novo papel dos recursos humanos na organização. Rio de Janeiro: Elsivier, 2004. HADDAD, J.; ROSCHKE, M. A. & DAVINI, M. C. (Orgs.) Educación Permanente de Personal de Salud. Washington: OPS/OMS, 1994. MERHY, E. E. Saúde: cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec, 2002. 23 ___________________________________________________________________ AUTORIA Marta Garcia Maia de Almeida – Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Endereço eletrônico: [email protected] Regina Canedo de Souza – Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Endereço eletrônico: [email protected] Adriana Maiarotti Justo – Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Endereço eletrônico: [email protected] Danielle Vargas Silva Baltazar – Coordenação Geral de Educação em Saúde e Gestão da Subsecretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Endereço eletrônico: [email protected]