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PERFIL DOS FUNCIONÁRIOS DA CENIBRA QUANTO AOS FATORES DE RISCO
PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL
THE EXHIBITION OF OFFICIALS OF CENIBRA TO RISK FACTORS FOR
HYPERTENSION
Priscila Montesano Félix
Enfermeira. Graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UnilesteMG
[email protected]
Breno Ávila Costa
Enfermeiro. Graduado pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UnilesteMG
[email protected]
Maione Silva Louzada Paes
Enfermeira. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Docente do Centro Universitário do Leste de
Minas Gerais – UnilesteMG. [email protected]
RESUMO
A hipertensão arterial é uma doença de grande incidência entre os brasileiros, caracterizada como
uma patologia multifatorial que se não controlada pode acarretar complicações graves. As
complicações mais comuns da hipertensão arterial são o infarto agudo do miocárdio, o acidente
vascular encefálico e complicações renais. Tais complicações levam a altas taxas de morbidade, o
que interfere diretamente na vida dos trabalhadores, ocasionando absenteísmo, gastos com
tratamentos e intervenções, afastamento de suas atividades laborais e até mesmo aposentadoria
precoce. O estudo teve como objetivo identificar quais fatores de risco para a hipertensão arterial que
os funcionários de uma empresa de celulose estão expostos. A pesquisa foi desenvolvida adotandose a abordagem quantitativa de caráter descritivo. Foi realizada na Celulose Nipo-Brasileira
(CENIBRA) que localiza-se na cidade de Belo Oriente-MG, em 2009, mediante aplicação de um
questionário e avaliação de índice de massa corporal. Participaram do estudo 247 trabalhadores.
Foram encontrados alguns fatores de risco nos funcionários da CENIBRA, prevalecendo sobrepeso e
obesidade em 48,6%, ingestão de bebida alcoólica em 54,2%, sedentarismo em 43,5%, consumo de
cafeína em 88%, estresse em 58% e história familiar de hipertensão arterial em 69%. Conclui-se que
se faz necessária a realização medidas educativas e de conscientização por parte de profissionais da
saúde e da Instituição afim de prevenir a hipertensão arterial, incentivando a mudança dos hábitos de
vida e reduzindo os fatores de risco modificáveis.
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão. Fatores de Risco. Saúde do trabalhador.
ABSTRACT
The arterial hypertension is a high incidence disease among the Brazilians. It is a multifactor
pathology that if not controlled can cause serious complications. The most common complications of
the arterial hypertension are sharp heart attack of the myocardium, cerebrovascular accident and
kidney complications. These complications cause high levels of mortality and interfere directly on the
workers life. It causes absenteeism, treatment costs and interventions, move the workers away from
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their labor’s activities and it can even cause earlier retirement. Based on those considerations, these
work has as purpose the identification of the arterial hypertension risk factors that workers of a
cellulose mill are exposed. The research was developed following the quantitative approach with a
descriptive character. It was carried out in 2009, at the Celulose Nipo-Brasileira (CENIBRA), that is
localized in Belo Horiente-MG, Brazil. The research was carried out through questionnaires and
corporal mass indices evaluations, 247 workers participated. It was found some risk factors on the
CENIBRA’s employees, prevailing overweight and obesity on 48.6%, alcohol consume on 54.2%,
sedentary life style on 43.5%, caffeine consume on 88%, stress on 58%, family history of arterial
hypertension on 69%. Based on the results, it is noticeable that educational provisions and
conscietization are necessary. They should be done by the health professionals and the institution, in
order to prevent the arterial hypertension. They should motivate the change of life style and reduce
the risk factors that can be modified.
KEY WORDS: Hypertension. Risk Factors. Occupational Health.
INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial é uma doença de grande incidência entre os brasileiros,
cerca de 35% da população brasileira acima de 40 anos possui a doença,
constituindo assim um grande problema de Saúde Pública (BRASIL, 2003).
No Brasil, 27,4% dos óbitos ocorrem por doenças cardiovasculares, onde a
hipertensão arterial explica 40% das mortes por acidente vascular encefálico (AVE)
e 25% por doença coronariana (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2006).
Para Smeltzer e Bare (2005) a hipertensão arterial se define como pressão
arterial (PA) sistólica superior ou igual a 140mmHg e pressão diastólica superior ou
igual a 90mmHg, sendo que para que possa ser diagnosticada deve-se fazer
aferição da PA durante aproximadamente um mês, e nos mesmos horários.
Os fatores de risco para a hipertensão arterial são: idade, histórico familiar,
sobrepeso, sedentarismo, ingestão excessiva de sódio, alimentação não
balanceada, tabagismo e etilismo, estresse e consumo de cafeína. A hipertensão
arterial é uma doença geralmente assistomática (RABELLO; FORTE; GALVÃO,
2000; SMELTZER; BARE, 2005).
O risco de complicações cardiovasculares como acidente vascular encefálico,
insuficiência cardíaca e renal e cardiopatia isquêmica, aumenta simultaneamente ao
aumento da pressão arterial, tornando-se clinicamente e epidemiologicamente
importante para o grupo de pessoas que com pressão arterial sistólica entre 130-139
mmHg e pressão diastólica entre 80-85mmHg. Portanto, indivíduos que apresentam
os níveis pressóricos dentro dos padrões normais, mas que possuem histórico
familiar de hipertensão representa um dos grupos de risco para o desenvolvimento
da hipertensão arterial (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).
As complicações mais comuns da hipertensão arterial são o infarto agudo do
miocárdio, o acidente vascular encefálico (AVE) e complicações renais. As doenças
cardiovasculares correspondem a 65% dos óbitos na faixa etária de 30 a 69 anos
(BRASIL, 2003).
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Quando os níveis pressóricos não são controlados adequadamente graves
consequências podem surgir em órgãos vitais. Os órgãos alvo da hipertensão
arterial são o coração, os rins, o cérebro, os olhos e as artérias periféricas, podendo
triplicar o risco de ataque cardíaco e aumentar em sete vezes as chances de ocorrer
um AVE (BRASIL, 2006; PÉRES; MAGNA; VIANA, 2003).
As várias consequências da hipertensão arterial a coloca como uma das
maiores causas da redução da qualidade e expectativa de vida da população, sendo
também responsável por alta incidência de internação (BRASIL, 2003). Estas
complicações levam a altas taxas de morbidade o que interfere diretamente na vida
das pessoas economicamente ativas, ou seja, na vida dos trabalhadores,
ocasionando absenteísmo, gastos com tratamentos e intervenções, afastamento de
suas atividades laborais e até mesmo aposentadoria precoce.
A hipertensão arterial é uma doença de curso crônico que pode gerar agravos
à saúde do trabalhador, incapacitando-o para exercer seu trabalho, porém é uma
doença passível de prevenção se hábitos saudáveis forem adquiridos ao longo da
vida, o que garantirá ao trabalhador uma melhor qualidade de vida. Mediante as
possibilidades de se prevenir a hipertensão, a pesquisa se norteou pela pergunta:
quais fatores de risco para hipertensão arterial os trabalhadores da Celulose NipoBrasileira (CENIBRA) estão expostos.
A pesquisa objetivou identificar quais fatores de risco para a hipertensão
arterial os funcionários da CENIBRA estão expostos.
METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida adotando-se a abordagem quantitativa de caráter
descritivo. O local de estudo foi a CENIBRA, uma empresa de fabricação de celulose
situada na cidade de Belo Oriente-MG, sendo a coleta de dados realizada nos dias
2, 3 e 6 de abril de 2009. A população da pesquisa foram os funcionários da
CENIBRA que totalizam 1.300 funcionários segundo dados de 2009 do Setor de
recursos humanos da CENIBRA. Já a amostra foi obtida através do cálculo
estatístico pelo programa Diman 1.0 com grau de confiança de 95%, porcentagem
de erro de 5%, totalizando 247 participantes.
Como critérios de inclusão dos sujeitos foram estabelecidos: concordância em
assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, ter mais de 18 anos e se
encontrar na empresa nos dias da coleta de dados.
Para a coleta de dados foi utilizado um questionário contendo 10 questões de
múltipla escolha abordando a presença ou não de fatores de risco para hipertensão
arterial como: idade, etnia, sexo, etilismo, tabagismo, sedentarismo, ingestão de sal,
e café, atividades de lazer e descanso adotadas, presença de hipertenso na família
e se está submetido a estresse.
Foi realizada a mensuração das medidas antropométricas (peso e altura).
Utilizou-se uma balança antropométrica digital eletrônica marca Welmy com
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antropômetro. Após a obtenção das medidas antropométricas foi calculado o índice
de massa corpórea (IMC) através da fórmula IMC = peso (Kg) ÷ altura(m)².
Os dados tratados e interpretadas utilizando estatística descritiva. A pesquisa
foi autorizada pela empresa através da assinatura do Termo de Autorização da
Instituição para Realização de Pesquisa. Cada participante assinou e recebeu uma
cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Os dados referentes aos questionários foram apresentados de maneira
anônima. Esta pesquisa seguiu a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde
que regulamenta pesquisas com seres humanos (BRASIL, 1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na TAB.1 é apresentado o perfil dos 247 pesquisados quanto a idade, sexo,
etnia e tempo de trabalho exercido na empresa.
TABELA 1 - Perfil dos Participantes da Pesquisa. Ipatinga, MG, 2009.
Variáveis
Idade (anos)
18 a 27
28 a 37
38 a 47
48 a 59
≥ a 60
N
%
39
76
65
64
3
15,8
30,8
26,3
25,9
1,2
Sexo
Masculino
Feminino
Não Respondeu
146
82
19
59,1
33,2
7,7
Etnia
Branco
Moreno
Negro
Amarelo
Não Respondeu
135
36
15
6
55
54,6
14,6
6,1
2,4
22,3
24
79
44
84
16
9,7
31,9
17,8
34
6,5
Tempo de Empresa
(anos)
< de 1
1a9
10 a 19
≥ a 20
Não Respondeu
FONTE: dados da pesquisa
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Em relação à idade observou-se que 30,8% dos pesquisados encontravam-se
na faixa etária entre 28 e 37 anos. A média da idade dos trabalhadores participantes
do estudo foi de 40,1 anos. Quanto ao sexo observou-se 59,1% são homens.
Quando questionados sobre a etnia 54,6% declararam-se branco. Em relação
ao tempo de trabalho na empresa, predominou os trabalhadores com tempo igual ou
superior à 20 anos, representando 34% da amostra.
A partir do IMC calculado foi construída a TAB. 2, que representa o perfil dos
participantes quanto ao seu IMC.
TABELA 2 - Perfil dos Participantes Quanto ao Índice de Massa Corporal (IMC). Ipatinga, MG, 2009.
N
%
Valores de Referência de
2
IMC(kg/m )*
Adultos
Magreza - < 18,4
10
4,09
Adequado – 18,5 a 24,9
116
47,54
Sobrepeso – 25 a 29,9
91
37,29
Obesidade - ≥ 30
27
11,06
Idosos
Magreza - < 18,5
0
Adequado – 18,5 a 24,9
1
33,33
Obesidade - ≥ 30
2
66,67
FONTE: dados da pesquisa
*Os valores de referência foram utilizados de acordo com Frank e Soares (2004) e Gibney, Vorster e
Kok (2005).
Percebeu-se que 47,54% dos pesquisados estão com o IMC entre 18,5 e
24,9, o que representa que a maior parte dos participantes se encontra nos valores
considerados adequados de IMC. Esse resultado é positivo quando se trata de
fatores de risco para hipertensão já que a obesidade é um deles e dentre os
participantes apenas 11, 7% apresentavam obesidade. Mas obesidade e sobrepeso
quando somados atingem 48,35%, podendo ser considerado um fator de risco.
Quando questionados sobre serem portadores da doença 84,7%
responderam não, 10,5% afirmaram possuir a patologia e 4,8% não souberam
responder. Esse dado é subjetivo, pois resulta do relato dos participantes. Porém é
importante, pois mostra que a maioria dos participantes não são portadores de
hipertensão arterial, sendo um público alvo para ações de educação em saúde com
o objetivo de prevenir esta doença.
Sobre o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, 54,2% dos pesquisados
responderam ter esse hábito. Estes foram questionados sobre os tipos de bebidas
alcoólicas mais consumidas (GRAF.1).
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GRÁFICO 1 - Bebidas Alcoólicas Ingeridas pelos Pesquisados. Ipatinga, MG, 2009.
2% 3%
29%
62%
4%
Cerveja
Aguardente
Vinho
Vodka
Outras
FONTE: dados da pesquisa
Nota-se que a cerveja é a bebida alcoólica mais ingerida, representando
61,94% da preferência dos pesquisados. Segundo Lins (2006) um fator que
influencia as pessoas a adotarem a cerveja como a bebida preferencial é o
marketing que a indústria do álcool exerce através da mídia.
O consumo do álcool exerce impactos na saúde do trabalhador,
principalmente se este consumo for crônico e excessivo. Bittencourt et al. (2001)
destacam que na concessão de benefícios por incapacidade para o trabalho
prestada pela Previdência Social, 40% das perícias médicas estão relacionadas ao
consumo excessivo de álcool.
A freqüência com que essas bebidas alcoólicas eram consumidas está
demonstrada no GRAF. 2.
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GRÁFICO 2 - Freqüência de Ingestão de Bebidas Alcoólicas. Ipatinga, MG, 2009.
4%
2%
45%
44%
5%
Diariamente
Semanalmente
Mensalmente
Esporadicamente
Outros
FONTE: dados da pesquisa
Nota-se que o consumo semanal é mais freqüente entre os participantes,
seguido do esporádico. A redução do consumo frequente de etanol diminui os níveis
pressόricos, sistólico e diastólico, sendo que o etanol ingerido fora do período das
refeições tem a maior propensão de desenvolver a hipertensão arterial,
independentemente do volume ingerido (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2006).
Quando questionados sobre o hábito de fumar a maioria não era tabagista,
representando 93,6% dos pesquisados. O uso do tabaco é um importante fator de
risco para o desenvolvimento de H.A e suas complicações. Segundo Araújo et al.
(2004), a nicotina presente nos cigarros atua no organismo promovendo
vasoconstrição nos vasos sanguíneos, consequentemente aumentando a PA.
Sobre a prática de atividade física 43,5% não realizam e 56,2% praticam. Dos
pesquisados que realizam atividade física 35% a realizam mais de 3 vezes por
semana, 36,4% realizam 3 vezes por semana, 22,2% realizam 2 vezes na semana e
6,4% realizam atividade física menos de 2 vezes por semana. Monteiro e Sobral
Filho (2004) destacam que a prática de exercício físico promove respostas
fisiológicas benéficas influenciando principalmente o sistema cardiovascular.
Ressalta-se que para ter respostas satisfatórias é recomendado realizar atividade
física 3 vezes por semana de no mínimo 30 minutos diários.
O sedentarismo é um grande fator de risco para H.A, onde indivíduos
sedentários têm aproximadamente 30% a mais de risco de desenvolver a patologia
do que as pessoas ativas fisicamente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2006).
No GRAF. 3 está representado o consumo de sal dos pesquisados.
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GRÁFICO 3 - Classificação do Consumo de Sal dos Participantes. Ipatinga, MG, 2009.
2% 2%
36%
60%
Não Consome
Consome Pouco
Consome de Forma Normal
Consome em Excesso
FONTE: dados da pesquisa
Obs.: Ressalta-se que esse dado é subjetivo já que é resultante da opinião dos participantes.
Nota-se que 60% dos pesquisados consideraram que consomem sal de forma
normal e apenas 2% afirmam consumir sal em excesso. O consumo de sal diário
sem moderação nas refeições e a ingestão de alimentos com alto teor de sódio
contribui consideravelmente para o desenvolvimento de hipertensão arterial.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (2002) no mundo é
observada a baixa prevalência de hipertensão em comunidades cuja ingesta de sal é
inferior a 50 mEq/dia, já em comunidades cuja ingesta e superior a 100 mEq/dia, há
um aumento da prevalência de hipertensão arterial. Além da redução da pressão
arterial, a diminuição da ingesta de sal contribui para a diminuição da mortalidade
por acidente vascular encefálico e regressão da hipertrofia vascular esquerda. A
restrição do uso de sal pode ainda reduzir a excreção urinária de cálcio, ajudando na
prevenção de osteoporose em idosos.
Em relação ao hábito de consumir café, 88% dos participantes responderam
ingerir, 11% não consomem e 1% não respondeu. Para os participantes tem este
hábito foi questionada a quantidade aproximada em ml de café ingerida diariamente,
conforme pode ser visualizado no GRAF. 4.
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GRÁFICO 4 - Quantidade de café em mililitro (ml) ingerida diariamente pelos pesquisados.
Ipatinga, MG, 2009.
11%
7%
≤ 200 ml
10%
201 a 300 ml
> 300 ml
8%
64%
Não Respondeu
Não ingerem Café
FONTE: dados da pesquisa
Nota-se que 64% dos pesquisados ingere 200ml ou menos de café
diariamente e apenas 10% consomem mais de 300ml por dia. A cafeína é um
estimulante do sistema nervoso central, sendo necessário cuidado na associação
com outros estimulantes centrais e com seu consumo em excesso. O uso
concomitante da cafeína com alguns fármacos pode provocar distúrbios cardíacos e
hipertensão arterial (RABELLO; FORTE; GALVÃO, 2000). Sobre atividades de
lazer/descanso 85% dos pesquisados costumam priorizar isto em sua rotina, 14%
responderam não e 1% não respondeu. No GRAF. 5 está representada a frequência
com que essas atividades são realizadas.
GRÁFICO 5 - Freqüência com que as atividades de lazer/descanso são realizadas pelos
participantes. Ipatinga, MG, 2009.
14%
1%
15%
1%
5%
Exporadicamente
7%
1X por mês
A cada 15 dias
1X por semana
7%
14%
2X por semana
Mais de 2X por semana
Outros
Não realiza
36%
Não respondeu
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Evidenciou-se que 36% dos participantes realizam atividades de
lazer/descanso uma vez por semana. Estas atividades associadas a práticas de
exercícios físicos auxiliam na prevenção primária da hipertensão arterial, devendo
ser praticados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006).
Quando questionados sobre exposição a algum tipo de estresse 58%
responderam estar expostos, 41% não e 1% não respondeu. No GRAF. 6
GRÁFICO 6 - Tipos de estresse citados pelos participantes e suas respectivas freqüências.
Ipatinga, MG, 2009.
Profissional
8%
29%
Família
Estudo
Dinheiro
Barulho
41%
7%
7%
2%
3%
3%
Outros
Não se sente submetido a
estresse
Não respondeu
FONTE: dados da pesquisa
Observou-se que 41% dos participantes não se sentem submetidos a nenhum
tipo de estresse e dentre os que se sentem sob estresse, prevaleceu como fonte
geradora deste a profissão, com 29%. Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia
(2006) o controle do estresse é necessário e importante na prevenção da
hipertensão arterial já que há evidências de uma relação entre estresse e aumento
da pressão arterial e da reatividade cardiovascular.
Para controlar e evitar o estresse deve-se praticar exercícios físicos, dormir
bem, ser positivo diante da vida, compartilhar os problemas, realizar atividades de
lazer e descanso frequentemente, estar sempre perto de pessoas queridas e evitar
reações extremas (MARTINEZ; LATORRE, 2006).
Quanto à presença de familiares hipertensos 69% dos participantes possuem
parentes com hipertensão arterial. Ainda foi questionado qual o parentesco do
portador de hipertensão com o pesquisado, o que está representado no GRAF. 7.
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GRÁFICO 7 - Grau de parentesco dos participantes com os familiares hipertensos.
Ipatinga, MG, 2009.
24%
31%
1%
21%
11%
7%
Mãe
Tios
Irmãos
5%
Pai
Avós
Não respondeu
FONTE: dados da pesquisa
Nota-se que a presença da doença na família dos pesquisados é maior nos
pais onde 24% são as mães e 21% são os pais. Observou-se que 31% dos
participantes não possuíam familiar hipertenso. A história familiar de hipertensão é
um grande fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial, sendo que
as chances de uma pessoa desenvolver a doença são maiores quando filho de pais
hipertensos, sendo então necessárias medidas de prevenção e acompanhamento
dos mesmos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).
Os alimentos consumidos diariamente pelos pesquisados estão dispostos na
TAB. 3, incluindo as refeições realizadas fora da empresa e do horário de trabalho
também.
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TABELA 3 - Alimentos ingeridos diariamente pelos pesquisados nas principais refeições diárias.
Ipatinga, MG, 2009.
Alimentos
Freqüência
Percentual
Feijão
225
91,0%
Arroz
224
90,6%
Verduras de Folha
211
85,4%
Carne Vermelha
202
81,7%
Frutas
197
79,7%
Sucos
187
75,7%
Legumes
180
72,8%
Carne Branca
168
68,0%
Queijo
137
55,4%
Massas
103
41,7%
Manteiga
100
40,4%
Alimentos Cozidos
94
38,0%
Doces
90
36,4%
Pão Integral
82
33,1%
Cereais
74
29,9%
Leite Desnatado
68
27,5%
Peixe
66
26,7%
Bolo
64
23,4%
Refrigerante
58
23,4%
Alimentos Grelhados
55
22,2%
Presunto
54
21,8%
Leite Gordo
47
19,0%
Conservas
44
17,8%
Batata frita/Mortadela
40
16,1%
Ovo
39
15,7%
Linguiça
38
15,3%
Maionese
36
14,5%
Salgados Fritos
25
10,1%
Salsicha/Enlatados/Ervilha
19
7,6%
Katchup
16
6,4%
Bebidas Alcoólicas
10
4,5%
Mostarda
9
3,6%
Sushi
3
1,2%
Yakissoba
0
0,0%
FONTE: dados da pesquisa
Observou-se que feijão, arroz, verduras de folha, carne vermelha, frutas e
sucos, fazem parte da refeição diária da maior parte dos pesquisados. Segundo a
Sociedade Brasileira de Hipertensão (2002) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia
(2006) o controle do peso e adoção de hábitos alimentares saudáveis são formas de
prevenção primária da hipertensão sendo esses fatores de risco modificáveis.
CONCLUSÃO
No presente estudo, identificou-se nos funcionários da CENIBRA, a existência
de fatores de risco para hipertensão arterial, sendo: consumo de cafeína 88%,
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história familiar de hipertensão arterial 69%, estresse 58%, ingestão de bebida
alcoólica 54,2%, sobrepeso e obesidade 48,6%, sedentarismo 43,5%, ausência de
atividades de lazer/descanso 14%, habito de fumar 6,4%, etnia negra 6,1%,
consumo de sal em excesso 2% e idade avançada com 1,6%.
Ressalta-se que os principais fatores de risco encontrados são modificáveis
através da conscientização e mudança no estilo de vida, sendo eles: o consumo de
cafeína, o estresse, a ingestão de bebida alcoólica, o sobrepeso e obesidade e o
sedentarismo.
Não obstante, percebe-se a necessidade de realização de medidas
educativas por parte de profissionais da saúde e da instituição a fim de prevenir a
hipertensão arterial entre seus funcionários, incentivando a mudança dos hábitos de
vida, reduzindo os fatores de risco modificáveis.
REFERÊNCIAS
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