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Quando o imóvel vira renda
Programa Elas & Lucros, Rádio Brasil 2000 FM 107,3
Coluna minha cidade, meu jeito de morar e investir
Quando o imóvel vira renda
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QUANDO O IMÓVEL VIRA RENDA
Aqueles com menos de 30 anos não têm lembrança clara de como
funcionava o mercado brasileiro na época da inflação. A instabilidade dos juros e
o aumento desenfreado dos preços não permitiam planos a longo prazo, afinal,
o dinheiro se desvalorizava a cada minuto. Financiamentos eram tiros no escuro:
podiam facilmente se transformar em dívidas crescentes sem prazo de validade.
Felizmente, a economia mudou. Hoje os juros são mais previsíveis – e baixos
– e a prática do financiamento ficou acessível a diferentes camadas da população.
E um dos mercados em que essa transformação é bastante evidente é o imobiliário.
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Transformar compra, venda e aluguel de imóveis em dinheiro é
uma prática consolidada: esse tipo de investimento reinava na época
da alta inflação pois oferecia um retorno acima da perda inflacionária.
O que se vê de novidade nesse cenário é o perfil do investidor. O
financiamento está mais barato, permitindo o alongamento do prazo e
a redução do capital inicial, o que deixa essa modalidade mais acessível.
A rentabilidade pode vir tanto pela valorização do bem
(localização que se torna mais privilegiada ao longo do tempo, por
exemplo) ou através de aluguel. Entre 2004 e 2009, os preços de casas
e apartamentos novos subiram, em média, entre 30% e 40% na capital
paulista, ante os 22% de inflação do período.
O risco fica na possibilidade de depreciação do imóvel
(incêndio, enchentes, desgaste do tempo) e na sua baixa liquidez, além da
inadimplência dos inquilinos e os períodos de desocupação, que deixam
por conta do proprietário gastos com IPTU, condomínio e manutenção.
Mas é preciso analisar todos os fatores antes de partir para a
ação. Investir para locação, por exemplo, só vale a pena se o patrimônio
for adquirido por preço baixo que permita que o dividendo (aluguel)
seja superior ao rendimento da renda fixa, que fica em torno de 10%
ao ano. O ganho com a locação de unidades bem localizadas chega
a 1% ao mês ou 12,6% ao ano, segundo o Conselho Regional dos
Corretores de Imóvel (Creci). Alugar um imóvel financiado é uma forma de
alavancagem: o investidor recebe dividendos sobre 100% do imóvel
sem possuir a totalidade deste.
QUANDO O IMÓVEL VIRA RENDA
Há algumas décadas o sonho da casa própria era inatingível
para a maior parte dos brasileiros. Mas a facilidade dos financiamento
e a expansão do mercado imobiliário no país permitiram que o imóvel
transcenda seu papel de objeto de desejo para virar investimento.
Fonte: http://images03.olx.com.br/
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Fundos imobiliários
Administrado por uma instituição financeira, o empreendimento imobiliário ou parte dele é construído com o dinheiro dos
investidores que aplicam no fundo. Opções como shoppings,
flats, hospitais e prédios comerciais são maioria na composição
das carteiras. O rendimento para o investidor pode vir do
pagamento de aluguéis ou da valorização da cota comprada
pelos participantes do fundo.
Letras Hipotecárias
São aplicações em títulos de crédito de renda fixa remunerados
pela TR ou por um porcentual de CDI (juro de referência do
mercado financeiro, que acompanha a taxa Selic ), emitidos
por instituições financeiras que atuam na concessão de financiamentos habitacionais. São indicadas para investidores com
perfil conservador, porque combinam risco baixo e rentabilidade. É isenta de Imposto de Renda.
Letras de Crédito Imobiliário
São títulos de crédito imobiliário garantidos por hipoteca
ou por alienação de imóveis. Também são indicados por
especialistas para quem tem perfil conservador, por se tratar
de um ativo de renda fixa, sem riscos exagerados. A Caixa
Econômica, maior ofertante de crédito imobiliário, está no topo
das ofertas de LCIs.
Para não perder dinheiro em um investimento de dezenas de
milhares de reais, no mínimo, é preciso informação e racionalidade.
Há de se analisar todos os detalhes para fazer o investimento render,
deixando de lado os filtros que normalmente influenciam na compra da
casa própria ou do escritório para a empresa. Quer vai comprar o alugar
esse imóvel é o seu cliente, e são as necessidades dele que devem ser
atendidas. Planta e localização precisam ser analisadas a fundo sob o
ponto de vista do negócio.
Quem se assusta com tantas variáveis não precisa se
preocupar: a outra boa nova é que, na última década, popularizaram-se novas
modalidades de investimento imobiliário. O mercado se democratizou e
as opções, antes restritas a comprar, vender ou alugar unidades físicas,
agora contam com fundos imobiliários, letras hipotecárias e as letras de
crédito imobiliário, que abrem as portas dessa modalidade a quem só pode
dispor de pequenas quantias – é possível virar dono de parte de um hotel,
shopping ou prédio comercial com apenas R$ 1.000,00.
Para definir qual é a melhor opção deve-se levar em conta a
interação entre as melhores condições de segurança, rentabilidade e
liquidez. Mas, seja qual for a modalidade de investimento imobiliário
escolhida, são necessários análise e planejamento. Isso a época
pós-inflação não apenas permite: é uma exigência dos tempos atuais.
QUANDO O IMÓVEL VIRA RENDA
INVESTIR SEM COMPRAR
Fonte: Valor Econômico
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