Pena de Morte à luz da Doutrina Espírita De: Ciro Francisco Amantéa No ítem 760 de “O Livro dos Espíritos”, obra fundamental da Doutrina Espírita, está a pergunta que Allan Kardec, seu Codificador, dirige aos Espíritos do Senhor, a respeito da Pena de Morte desaparecerá um dia da legislação humana? Responderam os Espíritos: “A pena de morte desaparecerá." Quando os homens forem mais incontestavelmente e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Os homens não terão mais necessidade de ser julgados pelos homens. Falo de uma época que ainda está muito longe de vós. Kardec comenta então: “O progresso social ainda deixa muito a desejar, mas seríamos injustos para com a sociedade moderna se não víssemos um progresso nas restrições impostas á pena de morte entre os povos mais adiantados, e á natureza dos crimes aos quais se limita a sua aplicação. Se compararmos as garantias de que a justiça se esforça para cercar hoje o acusado, a humanidade com que o trata, mesmo quando reconhecidamente culpado, com o que se praticava em tempos que não vão muito longe, não poderemos deixar de reconhecer a via progressiva pela qual a Humanidade avança.” Após outras questões que coloca para os Espíritos, de não menor importância, chega ao ítem 765, que se mostra muito atual para os dias de hoje: “Que pensar da pena de morte imposta em nome de Deus resposta dos Espíritos é taxativa: “Isso equivale a tomar o lugar de Deus na prática da Justiça. Os que assim agem revelam quanto estão longe de compreender a Deus e quanto têm ainda a expiar. É um crime aplicar a pena de morte em nome de Deus, e os que o fazem são responsáveis por esses assassinatos .” Ficamos estarrecidos anos atrás, com a morte que o casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé, impuseram aos pais da moça, com enorme repercussão por toda a sociedade. A opinião do rabino Henry Sobel, que sempre respeitamos pela sua postura de defensor dos direitos humanos, publicamente, concordou com a Pena de Morte “para este caso”, como disse, o que nos deixou mais estarrecidos ainda. Sua opinião aliás não foi referendada pelo presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. O rabino Sobel, a nosso ver, mostra total ignorância a respeito da vida além da morte, que constitui o cerne do Espiritismo. O cerceamento imediato e total da liberdade dos assassinos é necessária pois a impunidade ajuda a gerar mais crimes. Há que se colocar os criminosos em locais adequados onde teriam que trabalhar para se sustentarem no processo de seus reajuste e reeducação, hoje, anárquico. Dizer que isso é impossível ou que o melhor é elimina‐los também, matando‐os, é confessar ignorância, incompetência e fragorosa falência das instituições responsáveis. Dirá alguém, com todo o direito : Você diz isso por que não se trata de alguém de sua família. Ora, sabemos muito bem o que se passa no coração de um pai, esposo ou esposa numa hora como esta. Realmente não é fácil. É uma prova dificílima que ninguém deseja para alguém. Só que também sabemos o que sucede com aqueles que são eliminados de forma tão brutal quando lhe são aplicadas a Pena de Morte. E sabemos alguma coisa disso porque nos interessamos em analisar este e outros tantos assuntos no estudo de uma Filosofia absolutamente racional, que não apenas fala da existência da alma mas, através de uma literatura investigativa, séria, idônea e científica, mostra‐nos a verdade da situação desses espíritos que se libertam cheios de ódio e revolta contra a sociedade humana que os desprezou. Filosofia aliás que está a disposição de todos. E o que se vai fazer com eles dirão outros? Vai‐se trata‐los como boas pessoas? Não! Não é isso que estamos defendendo. Estamos afirmando que não é através da morte desses indivíduos, não é matando‐os, que vamos ajudar a sociedade a melhorar. Com isso só demonstramos incompetência e desatino tão grandes quanto os dos próprios assassinos, além de ignorância total no que diz respeito ao destino de seus espíritos imortais, já que, matando‐os, inclusive “legalmente” como dizemos, nós não estamos afastando‐os de nossa sociedade, mas enviando‐os para a continuação dela, no plano espiritual, de onde aliás poderão melhor ainda nos prejudicar. Inteligentes e conscientes que somos, mais do que eles quero crer, precisamos encontrar meios para cercear‐ lhes totalmente a liberdade, que não merecem, e aplicar‐lhes a devida punição, mas sempre acobertados pelas que nos Lei, que, se ainda não é igual a de Deus, deve gradualmente caminhar para isso, pois é a Lei de Deus afirma há cerca de quatro mil anos o não matarás , ou será que até essa Lei Divina dirão que nunca ouviram falar, ou, se ouviram, não se sentem na obrigação de cumprir? Entendemos que ao aniquilarmos fisicamente esses indivíduos, só fazemos devolver ao Criador aqueles de seus filhos que ainda respiram no clima do Mal e permitiu nascerem no mundo, para que outros de seus filhos, aqueles que já melhor que Ele, o Pai de todos nós, compreendem o Bem, pudessem ajuda‐los de alguma maneira a deixar as Trevas para caminharem igualmente É claro que precisamos ter muita paz no coração para para a Luz. Ou esses tais não são filhos de Deus? pensarmos assim, o que demanda um processo, ás vezes longo, de reconciliação com o Bem. Assim nos ensina a pensar o Espiritismo, com Jesus e com Kardec! 
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