ARQUITETURA A PARTIR DOS ANOS DE 1950 AULA 02 - A REVISÃO FORMAL NOS ESTADOS UNIDOS. Contexto Histórico: - Afirmação cada vez maior dos Estados Unidos como pólo irradiador de cultura. - Pós Guerra e profunda crise na Europa/ Destruição das cidades e desarticulação das organizações sociais - Guerra Fria, domínio dos E.U.A. no mundo Capitalista. - Liderança da arquitetura norte-americana a partir de 1945. - Emigração de intelectuais, artistas e arquitetos europeus. Ex.: Mondrian, Marcel Duchamp, Mies Van der Rohe, Walter Gropius, E Mendelson, etc. - POTENCIAL ECONÔMICO : Forte transformação do território e das cidades – surgimento grandes escritórios de arquitetura Complexidade do contexto da arquitetura americana – produção ainda vinculada ao domínio do Estilo Internacional No sentido de revisão - 3 ARQUITEOS TIVERAM INFLUÊNCIA FUNDAMETAL E SINGULAR NO PANORAMA DA ARQUITETURA AMERICANA E MUNDIAL NOS ANOS 50: FRANK L. WRIGHT, EERO SAARINEN E LOUIS I. KAHN. CONTINUAÇÃO E TRADIÇÃO NA OBRA DE FRANK L. WRIGHT - Wright apresentou sempre uma posição muito radicalista dentro do panorama da arquitetura Moderna - Obra desenvolve-se como uma unidade estéticamente autônoma, independente do padrão comercial ou acadêmico. ANOS 50 – Obra de Wright volta a apresentar-se com grande importância dentro da arquitetura internacional, demonstra sua alta capacidade de invenção. Museu de Guggenheim – Nova York - Linhas de projetos experimentais com figuras do círculo e da espiral realizados a partir dos nos 40. - Obra urbana com caráter anti-urbano pela relação e referência urbana. - Sintetiza no museu todos os aspectos fundamentais da sua obra: Referência ao sólido, ao construtivo, ao tectônico, à natureza - organicismo Volta-se para o interior do edifício e ao mesmo tempo trabalha com o dinamismo das formas externas, movimento. - Singularidade da Obra – rejeita qualquer relação tipológica de escala e modulação com o entorno urbano - Nova tipologia de museu. - Desejada Anti-funcionalidade/ Wright não pensa em um museu no sentido tradicional - Espaço para experimentação artística. - Valor dos volumes escultóricos e articulados. EERO SAARINEN Embora preocupado com a difusão do M.M. nos EUA sua obra desenvolveu em dois polos diferentes: 1. 2. Obras racionalistas baseadas em formas retas e simples de influência mesiana. Ex. Centro Técnico da General Motors, Michigan, 1955/ Centro John Deere concluída em 1955 por Kevin Roche Obras expressionistas, simbólicas e ornamentadas baseadas no alarde estrutural, nas formas livres e orgânicas. Ex. TWA no Aeroporto Kennedy, 1956 e 1962/ Intenacional Dalles em Chantilly, 1958, 1962/ Edifícios Universitários em Yale - Primeiro arquiteto posterior ao M.M. que tenta incorporar a metáfora à arquitetura situando as exigências funcionalistas em uma posição secundária. - Segunda Fase - Busca novas formas estruturais e de cobertura que permitem um outro repertório formal. - Curvas, coberturas e estruturas expressivas, dinamismo estrutural e espacial – FORMAS DINÂMICAS, EXPRESSÃO DE MOVIMENTO - Em sua segunda fase aproxima-se de Nervi, Candela e Tange, porém mais ainda de Utzon por considerar as questões simbólicas e estéticas estarem acima das meramente materiais, estruturais e matemáticas. Suas buscas estruturais vão além dos cálculos. - Novos materiais especialmente o concreto armado, e recorre a claras configurações orgânicas e referências simbólicas. - Experiência singular na arquitetura do século XX. - É a figura de transição na evolução da tradição do MM à chamada situação pós-moderna. • • • • • • • Razões: - A forte tradição da Ecole de Beaux- Arts na América do Norte até o começo dos anos 30. - A influência de seu professor Paul Cret que se sintia atraído pelo racionalismo de Labrouste e Viollet-le- Duc (teóricos do Racionalismo inicial / tradição neoclássica e Beux Arts) - A admiração de Kahn pelo método compositivo de Durand sistema compositivo baseado nos elementos de arquitetura: Elementos Construtivos - Valores Formais Constituição material - Diferenças formas/proporções que devem ter por sua própria natureza. - Viagens – vivencia o mundo antigo, monumentalidade do passado. Sistema Beaux Arts – PARTÍ – momento em que o arquiteto opta por uma solução em fachada e planta e a partir daí – resolver problemas compositivos e detalhes. Palladio e Durand LOUIS I. KAHN Início – entre a arquitetura Moderna e sua busca por uma “nova arquitetura” - Galeria de Arte da Universidade de Yale. ANOS 50 – MATURIDADE DA OBRA: Características Principais – Ligadas a um método/ processo de Projeto 01. Desejo de monumentalidade da obra – vontade de transendência da obra 02. Uso de formas geométricas elementares –em planta e na composição de fachadas– círculo, quadrado, triângulo. Erdman Hall Dormitories, Trenton Bath House, Exter Library 03. Diferenciação entre espaços servidos e espaços servidores – Inseridos em volumes destacados Yale Centre of British Arts, Museu de Arte de Yale , Richards Medica Center 04. Organização e Subdivisão do espaço em oposição à caixa neutra. - hieraquia de formas para os espaços centrais e os de função secundária 05. Acentuação do material e evidenciar o processo de construção/ mostrar a maneira como foi feito - Verdade técnica dos materiais - acentua as juntas e conecções do concreto - ordem do tijolo é o arco/ ordem do concreto é o arquitrave 06. LUZ , MONUMENTALIDADE DO INTERIOR – DOS ESPAÇOS VAZIOS • PROCESSO DE COMPOSIÇÃO - Relacionado à descoberta da essência do edifício - 3 ESTÁGIOS BÁSICOS DO PROJETO: 1º ESTÁGIO – Definição da idéia – quando a “própria forma expressa a sua vontade concreta de existir”, e nesse momento é feita a escolha entre a diversidade de tipos formais existentes. - Kahn acreditava que existem padrões, formas arquétipicas, próprias para cada tipo de relação social que se desenvolveria no espaço do edifício. - PAPEL DA ARQUITETURA É DESCOBRIR, REVELAR, DESVELAR ESSA FORMA - como se essa forma já existisse a priori – não é uma criação do zero. - Encontrar o significado central da instituição/ programa – análise detalhada do mesmo, seguida de um processo intuitivo de revelar a forma, o tipo formal próprio àquele programa. - Bom projeto é aquele que encontra esse significado, essa essencia do edifício – vai muito além dos diagramas funcionais, e da idéia forma segue função. - Busca das formas no repertório de diversas formas existentes – formas puras platônicas, formas repetidas repetição em torno de um eixo axial, formas ao redor de um pátio, etc. - PROXIMIDADE COM A IDÉIA DE TIPOLOGIA – desenvolvida por Rossi. - RELAÇÃO COM O PARTÍ DO BEAUX -ARTS 2º ESTÁGIO – COMPOSIÇÃO Introdução da ordem - Somente depois da desoberta da forma essencial, apropriada e simbólica, o arquiteto poderá passar para o processo de composição, projetação OU SEJA DAR AO CONCEITO CENTRAL UMA FORMA MATERIAL. - Relação com o processo de composição tradicional – geometria, hierarquia, equilíbrio, simetria axial, justaposição, interseção, repetição, adição e subtração. - Relação com o passado, mas no sentido de modernizar a arquitetura, propor uma nova arquitetura que diferencia-se do Movimento Moderno inicial. 3º ESTÁGIO – DESENHO - Resolução da qualidade de cada estágio através dos detalhes – iluminação, acabamento, detalhes construtivos dos materiais, conforto do interior. Outras questões: - REINTERPRETAÇÃO DA HISTÓRIA, SEM IMITÁ-LA – SÍNTESE ENTRE MODERNIDADE E TRADIÇÃO - TRANSCENDENCIA DA ARQUITETURA – marca da existência do homem, o ser do homem no mundo. - MARCA DO HOMEM PELA ARQUITETURA – Recuperação da dignidade humana pode ser produzida através da dignificação da arquitetura das instituições humanas - Kahn trabalhou com grandes programas – instituições – escolas, bibliotecas, locais de culto religioso, centros de governo, museus. Salk Institute – Califórnia Palácio da Assembléia – Dacca / Bangladesh: - Nesse projeto Kahn evidencia sua capacidade de expressão de monumentalidade. - Mostra todos os critérios de composição – axialidade, hierarquia, ordem e regularidade, perfeição geométrica. - Hierarquia - Função principal no CENTRO , FORMA CIRCULAR expressa senso de unidade social/ outras funções agrupadas ao redor do centro. - Busca de equilíbrio geométrico