Paramento religioso aberto dos lados com mangas largas e compridas. Feito de brocado cor de ouro e veludo de seda de cor carmesim, apresenta uma rica decoração com motivos vegetalistas. Na frente, bordado a fio de seda amarelo, estão representadas as armas reais bipartidas de D. João II e da Rainha D. Leonor. DALMÁTICA (FRENTE E VERSO) Atrás, também bordado a fio de seda amarelo, está representado o camaroeiro, símbolo da Rainha. De fabrico Italiano, de inícios do século XVI, esta dalmática foi uma oferta da Rainha D. Leonor à Igreja de Nossa Senhora do Pópulo manifestando deste modo, uma vez mais, o apreço que tinha pelo Hospital e pela Igreja que, nas Caldas mandou construir. A riqueza desta peça leva a supor que só seria utilizada, em momentos solenes, pelos clérigos. Talvez, por isso, tenha chegado aos nossos dias em tão bom estado de conservação. Objecto de forma rectangular, feito em madeira, revestido a veludo de cor avermelhada, bordado a fio de seda. Fechado, assemelha-se a um livro. Aberto tem a forma de um baldaquino, destacando-se, ao centro, uma representação do cordeiro místico. A parte superior é ornamentada por uma franja dourada. Desconhecemos grande parte dos pormenores da sua construção, sabemos no entanto que terá sido construído e utilizado durante o século XVII em cultos religiosos quando, por circunstâncias várias, não era possível recorrer ao espaço da igreja. Pode também ter sido utilizado no Hospital Termal, junto dos doentes acamados e que por isso, estavam impossibilitados de frequentar a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo. ALTAR MÓVEL O exemplar exposto no museu, esteve guardado nos Pavilhões do Parque numa sala de reservas, sendo restaurado em 1997, antes de integrar a colecção do museu em 1999. TÁBUA DO CARNEIRO Painel de azulejo composto por 12/13 azulejos, pintados a azul e branco, datado de 1667-1668., enquadrado por envolvimento arquitectónico ornamentado com festões, elementos concheados, figuras femininas de pé, representando o trabalho e a caridade, e encimado com o escudo de D. Pedro II. Ao que se sabe, foi uma obra feita em Portugal, por encomenda do provedor do Hospital Sebastião da Madre de Deus. Trata-se de um algoritmo utilizado pelo almoxarife para calcular a quantidade (arráteis) de carne de carneiro a adquirir pelo Hospital para assegurar a alimentação dos enfermos. Na coluna da esquerda, figura o número de enfermos do hospital, e na coluna da direita a quantidade de carneiro necessária para o jantar dos doentes . Originariamente estava colocado na sala da Copa do Hospital de Nossa Senhora do Pópulo, donde foi retirado em finais do século XIX, por ordem de Rodrigo Berquó e, guardado em caixas, nos Pavilhões do Parque. Mais tarde foi colocado no 2º piso do Hospital Termal, vindo depois, a integrar a colecção do museu. O painel está incompleto, tendo os azulejos em falta sido substituídos por azulejos brancos. Espécie de veículo braçal utilizado no transporte de doentes, entre o Hospital Termal e algumas zonas das Caldas, durante os séculos XVIII e XIX. Era usado pelos utentes do Hospital com mais recursos económicos, que procuravam no recato proporcionado pela cadeirinha, um resguardo de modo a evitar os resfriamentos. É de madeira, de cor preta, com o interior forrado a tecido adamascado amarelo ouro. Está equipada com duas janelas, protegidas por cortinas amarelas. A entrada, fazia-se pela porta situada na parte da frente. Na parte de trás é visível um monograma onde figuram as letras HRC. CADEIRNHA Possui duas pegas dianteiras e traseiras de cada lado que seriam utilizadas, segundo a expressão da época, pelos moços encarregues desse transporte. A taxa cobrada pela prestação desse serviço variava de acordo com a distância percorrida. Dos quatro exemplares encomendados pelo Hospital no século XVIII, só dois chegaram aos nossos dias. Um deles integra a colecção do Museu, encontrando-se em bom estado de conservação, após ter sido restaurado em 1986, no Museu dos Coches. Fonte, de pedra calcária, em forma de cálice, com abundante decoração vegetalista, coroada por um motivo que se assemelha a uma pinha. Na base domina uma decoração com motivos geométricos. Foi uma encomenda, datada do século XVIII, feita pelo rei D. João V no período em que, por catorze vezes, se deslocou às Caldas a banhos, tendo, então, ordenado as obras de restauro no Hospital. Originalmente, estava localizada no centro da sala da copa do Hospital, sendo utilizada para fins terapêuticos, mediante o fornecimento de água a ingerir pelos doentes. BUVETE O valor histórico-artístico desta peça, conjuntamente com os efeitos corrosivos das águas, explicam a retirada do exemplar original do local, sendo, posteriormente, transferida para o Museu. Em sua substituição foi feita uma réplica, também em calcário, que foi colocada no mesmo local. Mesa de madeira utilizada nos tratamentos por inalação, apresentando um tampo em mármore de liós, com dez bocas de inalações feitas de metal e vidro. Na mesa, exposta no museu, está, em frente a cada uma das bocas de inalação, uma cadeira, certamente, utilizada pelos doentes, que, neste caso especifico, apresentavam problemas respiratórios. Pensa-se que terá sido uma encomenda feita por Rodrigo Berquó, nos finais do século XIX, no âmbito das reformas que empreendeu no Hospital Termal. Quando a sua utilização já não se justificava, foi guardada nos Pavilhões do Parque, ai permanecendo até à sua recuperação e consequente deslocação para exposição no Museu. MESA DAS INALAÇÕES Apesar deste objecto se encontrar em bom estado de conservação, são visíveis algumas marcas dos efeitos corrosivos das águas. A estufa é um dos objectos que integra o espólio do Museu do Hospital e das Caldas. Trata-se de um cubículo de madeira e metal, com um banco no interior. Tem uma porta e três orifícios, onde o doente colocava o pescoço e os braços. Seria utilizada pelos doentes que necessitavam de recorrer a tratamentos à base de vapores, que se formavam a partir da colocação de um recipiente com água quente no interior, fechando-se de seguida, a porta de que dispunha. Actualmente tem equivalência a uma sauna. Uma explicação possível para a utilização da estufa reside na tentativa de diversificação dos tratamentos termais, ocorrida no âmbito das reformas empreendidas por Rodrigo Berquó, no último quartel do século XIX. ESTUFA Com o passar do tempo caiu em desuso, deixando de ser utilizado. Nos nossos dias faz parte da memória dos equipamentos termais de tempos mais antigos. Encontra-se em bom estado de conservação, desconhecendo-se a autoria e o local de construção. Objecto dos finais do século XIX, tipo móvel de forma rectangular, com duas portas em madeira acastanhada. É constituído por vários compartimentos, tendo sido utilizado, até inícios do século XX, para guardar e organizar os bilhetes correspondentes aos vários tratamentos que o Hospital proporcionava aos seus frequentadores. A encomenda e utilização desta peça deve ser contextualizada no âmbito das reformas empreendidas por Rodrigo Berquó e pode ser interpretada como uma tentativa da instituição hospitalar em organizar os tratamentos que, na época, eram solicitados por um número crescente de pessoas que viam, na frequência das termas, não só uma esperança de cura dos seus males, mas também a oportunidade de poder privar de perto com as mais destacadas figuras da sociedade lisboeta que, então, frequentavam as termas das Caldas. MÓVEL BILHETEIRA No móvel estão expostos, a título de exemplo, alguns dos bilhetes então utilizados, sendo possível distinguir vários tratamentos, bem como a evolução do preço dos mesmos. O mau estado de conservação do móvel bilheteira motivou uma acção de restauro a fim de ser exposto no Museu