Colégio Paulo VI Determinação de Pontos de Fusão Técnicas Laboratoriais de Química I Ana Filipa Sousa nº2 10ºA Janeiro 2002 2 ÍNDICE 1. Introdução 5 2. Teoria e Método 6 3. Material 9 4. Produtos 10 5. Procedimento Experimental 11 6. Dados Experimentais / Observações 12 7. Cálculos / Resultados 14 8. Crítica 15 9. Conclusões e Recomendações 16 10. Bibliografia 17 3 NOMENCLATURA Símbolo: Representa o(a): ºC Unidade de temperatura t Tempo p.f. Ponto de fusão 4 1. INTRODUÇÃO Este trabalho teve como objectivo determinar o ponto de fusão de uma substância – naftaleno, e a temperatura de fusão de uma mistura. 5 2. TEORIA E MÉTODO PONTO DE FUSÃO Sempre que se aquece uma substância sólida, a sua temperatura vai aumentando e, algum tempo depois, ocorre a mudança do estado sólido para o estado líquido, ou seja, a fusão. O ponto de fusão, a uma determinada pressão, é um valor constante, característico de uma substância pura e, por este facto, a sua determinação constitui um método para determinar o grau de pureza dessa mesma substância. Durante a coexistência dos estados sólido e líquido (fusão) a temperatura permanece invariável, existindo na prática um intervalo de variação de 0,5 ºC a 1,0 ºC. No caso das misturas, o intervalo é superior ao considerado anteriormente, dependendo da composição qualitativa e quantitativa da mistura. A temperatura à qual ocorre a fusão de uma substância chama-se ponto de fusão – p.f. . Fig. 1 DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FUSÃO Existem duas técnicas para se determinar o ponto de fusão: uma tradicional e outra usando um aparelho automático. No que diz respeito à técnica tradicional, esta é uma das mais antigas e simples usadas na determinação do ponto de fusão de uma determinada substância e consiste na utilização de material simples de laboratório: tubo capilar, termómetro, copo com fluído termostático e uma fonte de energia. 6 Começa-se por introduzir o sólido (triturado e seco) do qual se pretende determinar o ponto de fusão no tubo capilar que deve ser aberto numa das extremidades e fechado na outra. O sólido deve atingir cerca de 1 cm de altura dentro do tubo capilar. Depois desta operação é necessário escolher o fluído termostático que depende do ponto de fusão esperado - água para temperaturas inferiores a 100 ºC e glicerina, óleo ou parafina líquida para temperaturas superiores. Este fluído é colocado num copo com capacidade de aproximadamente 100 ml e neste último é mergulhado o tubo capilar previamente cheio com o sólido. Finalmente põe-se a aquecer o copo com fluído termostático introduzindo-lhe o termómetro e o tubo capilar, presos por um elástico. Quando o sólido passar ao estado líquido anota-se o valor da temperatura lida no termómetro. Devem realizar-se pelo menos três ensaios para a determinação do ponto de fusão. Quanto à técnica usando aparelho automático, esta apresenta diversas vantagens em relação à anterior, nomeadamente rapidez, precisão, exactidão e o uso de pequenas quantidades de amostra. Fig. 2 – Aparelho automático para determinação de pontos de fusão O princípio de funcionamento do aparelho é simples e basta colocar em tubos capilares a amostra da qual se pretende medir o ponto de fusão e por meio de um conjunto de operações manuais no aparelho chega-se ao valor exacto do ponto de fusão. 7 O efeito do aquecimento sobre os materiais provoca neles comportamentos diversos. Assim, se se aquecer lentamente o naftaleno, a parafina ou o chumbo, verifica-se que, à medida que a respectiva temperatura aumenta, os corpos não apresentam alteração nem de aspecto nem de consistência até aparecer bruscamente a primeira gota de líquido. Estes materiais sofrem uma fusão brusca. Se se aquecer um pedaço de cera, de manteiga ou de vidro, a partir de determinada temperatura, difícil de determinar para cada um dos materiais, verifica-se que eles amolecem e passam lentamente do estado sólido ao estado líquido através de uma série de estados mais ou menos viscosos. Certos materiais, chamados refractários, só fundem a temperaturas extremamente elevadas. Incluem-se neste caso o silício, o carbono e o tungsténio. Existem ainda materiais que sofrem decomposição antes de fundir. PONTOS DE FUSÃO DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS (determinados à pressão normal) Estado físico à temperatura ambiente SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO Substância Ponto de fusão (ºC) Ferro 1535 Cobre 1083 Alumínio 660,4 Iodo 113,5 Naftaleno 80 Cloreto de sódio 801 Água 0 Álcool etílico - 117 Acetona - 94 Oxigénio - 218,8 8 3. MATERIAL Experiência 1 – Determinação do ponto de fusão do naftaleno - copo de precipitação - cronómetro - placa de aquecimento - termómetro - tubo capilar - suporte universal com noz e garra Experiência 2 – Determinação da temperatura de fusão de uma mistura - tubo de Thiele - cronómetro - bico de Bunsen - termómetro - tubo capilar - suporte universal com noz e garra 9 4. PRODUTOS Experiência 1 – Determinação do ponto de fusão do naftaleno - água - naftaleno Experiência 2 – Determinação da temperatura de fusão de uma mistura - água - naftaleno - ácido esteárico 10 5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Experiência 1 – Determinação do ponto de fusão do naftaleno - Colocou-se um pouco de naftaleno num tubo capilar fechado numa das extremidades, até 1cm de altura; - Prendeu-se, com um elástico, o tubo capilar a um termómetro, de forma a que o sólido ficasse junto ao reservatório de mercúrio; - Procedeu-se a montagem do material, de maneira a que o termómetro e o tubo capilar pudessem ser aquecidos dentro do copo de precipitação com água; - Aqueceu-se moderadamente o banho e registou-se o valor da temperatura e o respectivo estado físico ao longo do tempo. Experiência 2 – Determinação da temperatura de fusão de uma mistura - Adicionou-se um pouco de ácido esteárico a uma porção de naftaleno; - Colocou-se a mistura num tubo capilar fechado numa das extremidades, até 1cm de altura; - Prendeu-se, com um elástico, o tubo capilar a um termómetro, de forma a que o sólido ficasse junto ao reservatório de mercúrio; - Procedeu-se a montagem do material, de maneira a que o termómetro e o tubo capilar pudessem ser aquecidos dentro do copo de precipitação com água; - Aqueceu-se moderadamente o banho e registou-se o valor da temperatura e o respectivo estado físico ao longo do tempo. 11 6. DADOS EXPERIMENTAIS / OBSERVAÇÕES Experiência 1 – Determinação do ponto de fusão do naftaleno A Tempo Temperatura (ºC) A primeira bolha de líquido foi 0 min 20,0 observada: 2 min 28,0 A 4 min 51,0 5 min 65,5 6 min 79,5 (1ª bolha) 6 min 30 seg 85,0 7 min 91,0 – aos 6 min, com a temperatura de 79,5 ºC B – aos 11 min, com a temperatura de 80,8 ºC A partir do ponto de fusão observou-se uma subida da temperatura. B Tempo Temperatura (ºC) 0 min 15,9 0 min 30 seg 16,9 1 min 17,7 1 min 30 seg 18,9 2 min 20,8 2 min 30 seg 23,4 3 min 25,9 3 min 30 seg 29,0 4 min 32,6 4 min 30 seg 36,2 5 min 40,1 5 min 30 seg 44,2 6 min 47,9 6 min 30 seg 51,8 7 min 55,9 7 min 30 seg 59,6 12 8 min 63,2 8 min 30 seg 67,0 9 min 70,5 9 min 30 seg 73,8 10 min 76,8 10 min 30 seg 79,6 11 min 80,8 (1ª bolha) 11 min 15 seg 82,1 11 min 30 seg 83,6 11 min 45 seg 84,3 12 min 85,6 Experiência 2 – Determinação da temperatura de fusão de uma mistura Tempo Temperatura (ºC) A primeira bolha de líquido foi 0 min 15,4 observada ao primeiro minuto, com 0 min 30 seg 28,1 a temperatura de 45,3 ºC 1 min 45,3 (1ª bolha) A partir do ponto de fusão 1 min 30 seg 55,0 observou-se 2 min 61,5 temperatura. a subida de 13 7. CÁLCULOS / RESULTADOS Experiência 1 – Determinação do ponto de fusão do naftaleno Temperatura (ºC) A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 91,0 85,0 79,5 65,5 51,0 28,0 20,0 0 2 4 6 8 Tempo (minutos) B Temperatura (ºC) Experiência 2 – Determinação da temperatura de fusão de uma mistura 80 60 45,3 40 61,5 55,0 28,1 20 15,4 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Tempo (minutos) 14 8. CRÍTICA Confrontados os valores do ponto de fusão do naftaleno e da evolução da temperatura registados nesta experiência com o valor normal de referência, notaram-se algumas diferenças. Relativamente à determinação do ponto de fusão do naftaleno: - Comparando os valores obtidos (79,5 ºC e 80,8 ºC) para o ponto de fusão com o valor de referência (80 ºC), verifica-se que estes não diferem muito; - A partir do ponto de fusão a temperatura aumentou significativamente, o que não era esperado acontecer, já que, sendo uma substância e não uma mistura, durante a coexistência dos estados sólido e líquido a temperatura deveria permanecer invariável; Estes desvios podem ter sido originados por vários motivos, tais como a ocorrência de erros fortuitos, ou a probabilidade de o termómetro ter ficado mal posicionado, o que consequentemente teria interferido na medição da temperatura. Nalgumas experiências, o rápido aquecimento poderá ter interferido com a determinação do ponto de fusão da substância em estudo. Relativamente à determinação da temperatura de fusão da mistura: - Como já foi referido neste relatório, e verificado nesta experiência, depois de atingir o ponto de fusão de uma mistura, a temperatura continuou a subir. 15 9. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Após a análise dos dados desta experiência, obtiveram-se valores do ponto de fusão do naftaleno (substância) e da temperatura de fusão da mistura. Valores obtidos para o 79,5 ºC ponto de fusão do naftaleno 80,8 ºC A temperatura de fusão da mistura foi 45,3 ºC. Durante a coexistência dos estados sólido e líquido (fusão) a temperatura permanece invariável, existindo na prática um intervalo de variação de alguns graus de temperatura. No caso das misturas, o intervalo é superior ao considerado anteriormente, dependendo da composição qualitativa e quantitativa da mistura. O ponto de fusão, a uma determinada pressão, é um valor constante, característico de uma substância pura e, por este facto, a sua determinação constitui um método para determinar o grau de pureza dessa mesma substância. Para experiências futuras recomenda-se a realização de um maior número de determinações do ponto de fusão, para a obtenção de um maior grau de rigor. 16 10. BIBLIOGRAFIA - Pinto, Helena Castro, Carvalho, Maria de Jesus, Fialho, Maria Margarida; Técnicas Laboratoriais de Química 1; Texto Editora; - Diciopédia 2000; Porto Editora - Cavaleiro, M. Neli G. C., Beleza, M. Domingas; No Mundo da Química 8º ano; Edições Asa 17