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TESE DOS “TRABALHADORES
SOCIALISTAS
DO JUDICIÁRIO E MPU”
TRABALHADORES SOCIALISTAS DO JUDICIÁRIO E MPU
NÃO ADIANTA DISCUTIR E DELIBERAR POR COTAS
RACIAIS, POIS O RACISMO É UMA CHAGA QUE TEIMA EM SE
AGARRAR A NOSSA SOCIEDADE, IGNORANDO E BURLANDO
NOSSAS DELIBERAÇÕES CONGRESSUAIS NACIONAIS
Estamos aqui reivindicando, mais uma vez, que os direitos conquistados pelos trabalhadores negros e pardos do Judiciário Federal e
MPU sejam respeitados.
Após aprovarmos em nosso Congresso Estadual, levamos ao último Congresso Nacional da Fenajufe nossa tese de aplicação das cotas
raciais(30%) nos concursos para ingresso no Judiciário e MPU, nas chapas concorrentes nas eleições e na composição de todas direções sindicais de nossa categoria, incluidos todos sindicatos e a própria Fenajufe,
isso há 03 anos. Fazia parte desse conjunto reivindicatório as cotas para
ocupação de FC’s e CJ’s.
Tendo em vista que não havia tempo hábil para o Congresso
apreciar e deliberar sobre os temas popostos, ou seja, as politicas permanentes e o plano de lutas, esses temas foram remetidos para uma Plenária Nacional Estatutária, que teria os poderes para fazer esse debate
e deliberar.
Convocada a Plenária Nacional Estatutária, há três anos, as cotas raciais nas eleições sindicais foram aprovadas unanimemente, porém o que temos visto em todas eleições sindicais é que em nenhuma
eleição realizada após a Plenária tal deliberação foi aplicada.
Porém o governo federal aprovou a aplicação das cotas nos concursos para ingresso no serviço público federal, sendo que o CNJ/STF
estendeu tal sistema para o Judiciário Federal e o CNMPU para o MPU.
Agora mesmo, o TRT4 acaba de realizar concurso para ingresso de novos servidores com a aplicação das cotas raciais, sendo que o
companheiro Alan Silva estará fazendo parte da Comissão que avaliará
a validade das declarações efetivadas pelos candidatos, quando se reivindicaram negros ou pardos.
Incrivelmente os patrões togados estão sendo a vanguarda no
Judiciário Federal e solicitando ajuda aos servidores para que se concretize uma reivindicação histórica dos cidadãos brasileiros.
Os companheiros que assinam esta tese sempre lutaram contra
todo e qualquer tipo de discriminação, lutaram pelas cotas para as mulheres nas chapas concorrentes nas instâncias do movimento sindical,
pelo reconhecimento de todos direitos aos que têm relações homoafetivas, pelos direitos dos companheiros portadores de deficiência física,
pela liberdade e autonomia sindicais. Porém lutam por, no mínimo, 20
anos pela aplicação das cotas raciais em nossa sociedade. Surpreendentemente os servidores foram superados pelos administradores, que
reconhecem os direitos do povo negro e as dívidas políticas, sociais e
econômicas com os afrodescendentes.
Companheiros, passou da hora de aplicarmos o que deliberamos. Exigimos o cumprimento da norma nas próximas eleições sindicais de nossa categoria, tanto em nível estadual, quanto nacional.
COMO DIRIA O POETA e FILÓSOFO: “hoje nenhum homem
branco é a favor ou deseja a volta da escravatura, mas todos os homens
brancos gozam eternamente das benesses e do legado deixado como
herança pelo regime escravagista”.
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