Colégio Cruz e Sousa A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Profª. Karen Neves Olivan ERA COLONIAL ERA NACIONAL A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Brasil no século XVIII: • Exploração do ouro em Minas Gerais X economia. • Crescimento das cidades mineiras – ideal para a divulgação de idéias políticas e florescimento literário. • Os jovens brasileiros, quando voltavam de Coimbra, traziam novas idéias. • Estas idéias provocaram o sonho da independência, que, consequentemente resultaram na Inconfidência Mineira (1789). A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Arcadismo na colônia: entre o local e o universal • Os escritores do Arcadismo ora seguiam os princípios das academias portuguesas, ora se inspiravam em autores clássicos consagrados, como Camões, Petrarca e Horácio. • Sempre tentavam eliminar vestígios locais para dar à literatura uma universalidade, porém não conseguiram evitar o mito do “homem natural”. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Arcadismo na colônia: entre o local e o universal • Cláudio Manuel da Costa: natureza. Obras poéticas (1768). • Basílio da Gama e Santa Rita Durão: índio. • Tomás Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga: expressão dos sentimentos. • Todos esses aspectos serão recuperados no Romantismo, com o “instinto de nacionalidade”. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Arcadismo na colônia: entre o local e o universal Autores árcades que merecem destaque: • Na lírica: Cláudio Manuel da Costa; Tomás Antônio Gonzaga; Silva Alvarenga. • Na épica: Cláudio Manuel da Costa; Basílio da Gama; Santa Rita Durão. • Na sátira: Tomás Antônio Gonzaga. • Na encomiástica: Silva Alvarenga; Alvarenga Peixoto. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Os árcades e a Inconfidência • Os escritores árcades tiveram influência direta no movimento da Inconfidência Mineira. • Chegavam de Coimbra com ideias enciclopedistas e influenciados pela independência dos EUA. • Se uniram aos revoltosos contra a exploração praticada no erário régio, que confiscava a maior parte do ouro extraído. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Os árcades e a Inconfidência • Ajudaram a divulgar os sonhos de um Brasil independente e a organizar o grupo inconfidente. • Escritores envolvidos: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto. • O único intelectual que não era escritor e participou da Inconfidência: Joaquim José da Silva Xavier, que era dentista, maçom e simpatizante das ideias iluministas. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Os árcades e a Inconfidência • O traidor Joaquim Silvério dos Reis, que devia para o governo, provocou a prisão de todos. • Tiradentes foi o único que assumiu a participação no movimento. • Cláudio Manuel da Costa “foi suicidado” na prisão, antes do julgamento. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) • Nasceu em Mariana, Minas Gerais, estudou em colégio jesuíta e em Coimbra. • Advogado e administrador iniciou sua carreira de escritor com Obras Poéticas, em 1768. • Glauceste Satúrnio: pseudônimo pastoril. • Ele liderou os escritores árcades mineiros. • Seus sonetos apresentavam notável afinidade com a lírica de Camões. Sua obra foi a que melhor se adequou aos padrões europeus. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) Já rompe, Nise, a matutina aurora O negro manto, com que a noite escura, Sufocando do Sol a face pura, Tinha escondido a chama brilhadora. Enfim serás cantada, Vila Rica, Teu nome alegre notícia, e já clamava; Viva o senado! Viva! Repetia Itamonte, que ao longe o eco ouvia. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810): a renovação árcade • Nasceu em Porto, Portugal, estudou no Brasil e em Coimbra. • Foi ouvidor em Vila Rica, onde iniciou sua atividade literária e sua relação amorosa com Maria Dorotéia de Seixas, uma jovem de 16 anos. • Em 1789, foi preso e enviado ao Rio de Janeiro por causa da Inconfidência, onde ficou preso até 1792, quando foi exilado para Moçambique. • Sua poesia quebra os padrões, caracteriza a transição do Arcadismo para o Romantismo. A vida vira arte. Lírica: Marília de Dirceu Estou no inferno, estou, Marília bela; E numa coisa só a mais humana a minha dura estrela; Uns não podem mover do inferno os passos; Eu pretendo voar e voar cedo à glória dos teus braços. ... Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro Fui honrado pastor da tua aldeia; Vestia finas lãs e tinha sempre A choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal e o manso gado, Nem tenho a que me encoste um só cajado ... Quando passarmos juntos pela rua, Nos mostraram co dedo os mais pastores, Dizendo uns par os outros: - olha os nossos Exemplos de desgraça e são amores. Contentes viveremos desta sorte, Até que chegue a um dos dois a morte. A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Satírica: Cartas Chilenas • Autores ou autor? Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto. • Conteúdo: sátira aos desmandos administrativos e morais de Luís da Cunha Meneses, que governou Minas de 1783 a 1788. • Jogo de disfarces: - Fanfarrão Minésio: governador; - chilenas: mineiras; - Santiago: Vila Rica; - Autor: Critilo; - destinatário: Doroteu. Colégio Cruz e Sousa FIM A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL-COLÔNIA Profª. Karen Neves Olivan