I SEMINÁRIO ESTADUAL SOBRE VIOLÊNCIA
Curitiba, 11 de novembro de 2009
Nereu Henrique Mansano
[email protected]
ÓBITOS OCORRIDOS EM 2007* COMO CONSEQUÊNCIA DA
VIOLÊNCIA:
NO ANO
POR DIA
HOMICÍDIOS
47.707
131
VIOLÊNCIA
NO TRÂNSITO
38.039
104
SUICÍDIOS
8.868
24
94.614
FONTE: SIM / SVS / MS
259
OBSERVAÇÃO
1óbito a cada
11minutos
1 óbito a cada
14 minutos
1 óbito a cada
hora
TAXA DE MORTALIDADE POR HOMICÍDIOS, ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE
E SUICÍDIOS, POR 100.000 HABITANTES, SEGUNDO REGIÃO - BRASIL, 2007
35,0
TAXA / 100.000 hab.
30,0
25,0
0,0
TAXA MORT. HOMICÍDIOS
TAXA MORT. AC. TRANSPORTE
TERRESTRE
TAXA MORT. SUICÍDIOS
Norte
26,0
17,2
3,5
Nordeste
29,6
17,7
4,2
Sudeste
23,0
19,0
4,0
Sul
21,4
25,9
7,9
C.Oeste
28,3
27,2
5,5
BRASIL
25,2
20,1
4,7
REGIÃO
FONTE: SIM / SVS / MS
BRASIL
C.Oeste
Sul
Sudeste
Nordeste
5,0
Norte
BRASIL
C.Oeste
Sul
Sudeste
Nordeste
Norte
BRASIL
C.Oeste
Sul
Sudeste
10,0
Norte
15,0
Nordeste
20,0
EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE MORTALIDADE POR HOMICÍDIOS, SUICÍDIOS E
ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE, POR 100.000 HABITANTES BRASIL, 1996 A 2007
30,0
TAXA / 100.000 hab.
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
24,8
25,4
25,9
26,2
26,7
27,8
28,5
28,9
27,0
25,8
26,3
25,2
TAXA DE MORTALIDADE POR ATT 22,5
22,3
19,1
18,3
17,3
17,9
19,0
18,9
19,8
19,8
19,8
20,1
4,3
4,3
4,3
4,0
4,0
4,5
4,4
4,4
4,5
4,6
4,6
4,7
TAXA DE MORTALIDADE POR
HOMICÍDIOS
TAXA DE MORTALIDADE POR
SUICÍDIOS
ANO
FONTE: SIM / SVS / MS
EVOLUÇÃO DA TAXA DE MORTALIDADE POR HOMICÍDIOS, ACIDENTES DE
TRANSPORTE TERRESTRE E SUICÍDIOS, POR 100.000 HABITANTES - PARANÁ, 1996 A
2007
35,0
30,0
TAXA / 100.000 hab.
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
15,3
17,3
17,5
18,2
18,6
21,0
22,8
25,5
28,0
28,9
29,8
29,5
TAXA DE MORTALIDADE POR ATT 35,0
33,3
29,0
28,0
26,7
26,1
27,1
28,3
31,4
29,6
29,0
30,3
6,8
6,7
7,2
6,3
6,1
6,8
5,9
6,0
6,8
6,5
5,7
6,0
TAXA DE MORTALIDADE POR
HOMICÍDIOS
TAXA DE MORTALIDADE POR
SUICÍDIOS
ANO
FONTE: SIM / SVS / MS
TAXA DE MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE (ATT), TOTAL E
SEGUNDO MEIO DE TRANSPORTE DA VÍTIMA - BRASIL, 1996 A 2007
TAXA / 100.000 hab.
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
TAXA - ATT
22,5
22,3
19,1
18,3
17,3
17,9
19,0
18,9
19,8
19,8
19,8
20,1
TAXA - ATT - PEDESTRES
8,2
7,8
6,9
6,0
5,1
5,6
5,7
5,6
5,7
5,6
5,4
5,1
TAXA - ATT - OCUP. DEMAIS
VEÍCULOS
2,7
2,7
2,6
3,2
3,6
3,9
4,1
4,2
4,7
4,5
4,8
4,9
TAXA - ATT - MOTOCICLISTAS
0,5
0,6
0,6
1,0
1,5
1,8
2,1
2,4
2,8
3,2
3,8
4,3
TAXA - ATT - CICLISTAS
0,2
0,3
0,2
0,3
0,5
0,6
0,7
0,7
0,8
0,8
0,9
0,9
TAXA - ATT E NÃO ESPECIFICADOS
10,8
10,9
8,7
7,8
6,7
6,0
6,3
5,9
5,8
5,6
4,8
5,0
ANO
FONTE: SIM / SVS / MS
TAXA DE MORTALIDADE POR ACIDENTE DE TRANSPORTE TERRESTRE SEGUNDO
TIPO, POR 100.000 HABITANTES - PARANÁ, 1996 A 2007
35,0
TAXA / 100.000 hab.
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
TAXA - ATT
35,0
33,3
29,0
28,0
26,7
26,1
27,1
28,3
31,4
29,6
29,0
30,3
TAXA - PEDESTRES
11,6
10,3
9,5
8,4
6,8
7,5
7,6
7,6
8,0
7,9
7,3
7,2
TAXA- OCUPANTES DEMAIS
VEÍCULOS
6,6
7,0
5,4
5,8
7,0
6,5
6,7
7,6
9,8
9,5
9,0
9,3
TAXA - MOTOCICLISTAS
1,2
1,7
1,6
1,8
2,4
2,7
2,7
3,2
4,1
4,9
5,5
6,8
TAXA - CICLISTAS
0,6
1,1
0,9
1,0
1,1
1,7
1,6
2,0
2,1
1,9
1,8
1,7
TAXA - NÃO ESPECIFICADOS
15,0
13,2
11,5
10,9
9,4
7,7
8,5
7,9
7,4
5,5
5,4
5,3
ANO
FONTE: SIM / SVS / MS
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MOTOCICLETAS CIRCULANTES (COM PLACA) E DA TAXA DE
MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRANSPORTES COM VÍTIMA MOTOCICLISTA, POR
100.000 HABITANTES - BRASIL, 1998 A 2007
4,5
4,0
AUMENTO DE 571%
5.000
3,5
4.000
3,0
2,5
3.000
2,0
AUMENTO DE 216%
2.000
1,5
1,0
1.000
0,5
0
Número de Motocicletas Circulantes /
100.000 habitantes
TAXA MORTALIDADE ATT MOTOCICLISTAS / 100.000 hab.
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
1.572
1.842
2.091
2.335
2.661
3.015
3.394
3.765
4.278
4.970
0,6
1,0
1,5
1,8
2,1
2,4
2,8
3,2
3,8
4,3
ANO
FONTES: SIM / SVS / MS e DENATRAN
0,0
Taxa mort. / 100.000 hab.
MOTOCICLETAS / 100.000 hab.b.
6.000
Não podemos nos
esquecer que os
óbitos
correspondem
apenas à “ponta
do iceberg”, uma
vez que o número
de pessoas
vitimadas é muito
maior.
ESTUDO PUBLICADO PELO IPEA ESTIMOU O CUSTO
DOS ACIDENTES E VIOLÊNCIAS PARA OS SERVIÇOS
PÚBLICOS DE SAÚDE EM 2004:
Custo Estimado
Causa
Causas Externas (total)
(milhares de reais)
3.815.310,76
Agressões
205.579,13
Acidentes de Transporte
768.671,66
Violências: Quase 1 bilhão de reais por ano (R$ 974.250,79)
Fonte: Cerqueira DRC, Carvalho AXY, Lobão WJA, Rodrigues RI. Análise dos Custos e Conseqüências da
Violência no Brasil. Texto para discussão Nº 1284. Brasília: Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas; 2007.
PROJETO
Assembléia
do CONASS de 26/09/07: Inserção da questão da violência como um
problema de saúde pública na agenda de prioridades da entidade e das SES;
Articulação
com o Ministério da Saúde, CONASEMS, OPAS/OMS, UNESCO,
UNIFEM, PNUD E UNODC;
dos 5 seminários regionais no Paraná (Sul – 06 e 07/12/07), Mato Grosso
do Sul (Centro-Oeste – 24 e 25/01), Amazonas (Norte – 14 e 15/02/08), Maranhão
(Nordeste- 18 e 19/02/08) e Rio de Janeiro (Sudeste – 28 e 29/02/08).
Realização
Realização
do Seminário Nacional no Rio Grande do Sul (29 e 30/04/08): Mais de
1700 participantes.
PROJETO
Sistematizado documento com conjunto de propostas para atuação do setor saúde
no enfrentamento da violência, considerando as experiências nacionais e
internacionais apresentadas e incorporando contribuições dos diversos pesquisadores
e profissionais que participaram do processo.

Conjunto de propostas entregue
formalmente ao Ministério da Saúde em
27/08/2008.

Áreas de intervenção:






Vigilância
Prevenção e promoção
Organização da assistência
Formação e educação permanente
Pesquisa
Legislação
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
1. VIGILÂNCIA

Implementar os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde:
Instituir
“Observatórios de acidentes e violências”
Implementar
em toda a rede de assistência à saúde a Ficha de Notificação e
Investigação de Violência Doméstica, Sexual e/ou outras violências
Implementar
e ampliar os “Serviços Sentinela de Violências e Acidentes”
Aprimorar
a qualidade e agilizar as informações dos sistemas de informações
já existentes
Mapear
as áreas com maior freqüência de lesões e mortes ligadas à violência e
acidentes
Implantar
sistemas de vigilância, prevenção e cuidado aos casos de tentativas
de suicídio/suicídio nos estados e municípios
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
2. PREVENÇÃO E PROMOÇÃO
Incentivar
a promoção, o acompanhamento do desenvolvimento integral e o
atendimento às necessidades essenciais da primeira infância
Ampliação
e fortalecimento da Rede Nacional de Prevenção da Violência e
Promoção da Saúde
Inserir
na organização da rede de atenção à saúde, as ações de prevenção da
violência e promoção da saúde nas atividades cotidianas das equipes,
especialmente na atenção primária e Programa de Saúde da Família
Implementar
ações de mobilização social, comunitária e de promoção da
cultura de paz
Implementar
campanhas de comunicação social
Instituir
nas 3 esferas de governo câmaras setoriais das políticas de saúde,
segurança, prevenção da violência e promoção da cultura de paz
Implantar
sistemas de vigilância, prevenção e cuidado aos casos de tentativas
de suicídio/suicídio nos estados e municípios
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
3. ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
Organizar
as Redes de Atenção à Saúde* com o centro de comunicação na
Atenção Primária (AP) oferecendo assistência contínua a determinada
população - no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo e com a
qualidade certa - responsabilizando-se pelos resultados sanitários e
econômicos relativos a essa população
Com base nos indicadores de saúde e no diagnóstico elaborado pelas equipes de
saúde, disponibilizar ações e serviços de saúde (pontos de atenção) de acordo
com território sanitário e o nível de atenção.
Estabelecer protocolos de atendimento de acordo com as especificidades locais.
A Atenção Primaria deve se constituir a porta de entrada para o atendimento
integral às vitimas de violência e, em áreas identificadas de risco para a violência,
as equipes de saúde da família devem adequar-se com recursos humanos em
quantidade e com multidisciplinaridade necessária para atender às necessidades
da população.
Organizar os serviços de saúde mental, com vistas a aprimorar a atenção aos
pacientes usuários de álcool e outras drogas, especialmente o crack, pela alta
indução à dependência e aumento de seu consumo.
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
Concepção de Redes de Atenção à Saúde
Organização piramidal
Organização em rede
Alta
Complex..
Média
Complexidad
e
Atenção
Primária
APS
Fonte: Mendes, 2002
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
4. FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE
Promover a capacitação das equipes do Programa de Saúde da Família e
Agentes comunitários de Saúde (especialmente aqueles com atuação em áreas
mais violentas), com vistas a desenvolver habilidades cognitivas para identificar
possíveis violências no ambiente familiar e na comunidade, encaminhando as
vítimas à Rede de Atenção, além de desenvolver ações de promoção da cultura
de paz e prevenção da violência;

Desenvolver
atividades de educação permanente com vistas a desenvolver
nos profissionais envolvidos as competências necessárias para torná-los aptos
a prestar atenção integrada e humanizada às vítimas de violência doméstica e
organizar a Rede Local de Atenção às Vítimas de Violência;
Desenvolver
ações educativas com adolescentes, relacionadas à saúde
preventiva, cidadania e meio ambiente, através de atividades artísticas, culturais
ou de pré-qualificação profissional, formando agentes multiplicadores para
fomentar uma cultura de paz e de prevenção à violência, a partir de uma
construção coletiva permitida através de ampla discussão de idéias, fatos
estatísticos e planejamento;
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
4. FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE
Desenvolver
programas de transferência de tecnologia de abordagem da
violência e construção da paz nos estados e municípios, com vistas a:
 mapear, sistematizar e organizar experiências de abordagem da violência e de construção
de cultura da paz;
 desenvolver ação multiplicadora de capacitação aos gestores, gerentes e profissionais
dos diferentes setores para a abordagem da violência;
 contribuir para o desenvolvimento do diagnóstico da violência (por meio da análise dos
bancos de dados disponíveis, rotinização dos mecanismos de notificação e produção de
dados primários);
 desenvolver a atenção às vítimas de violência e agressores e divulgar medidas de
responsabilização, desenvolvimento e disseminação de práticas de prevenção da violência
e construção da paz;
Formação
e capacitação de pessoal
 pós graduação
 curso de atualização
 mestrado
 doutorado
 Formação superior da força policial
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
5. PESQUISA
Estudos
sobre morbimortalidade por violência
Estudos
relacionados ao conhecimento do perfil das vítimas e dos agressores
Avaliação
Estudos
das políticas públicas, programas e serviços existentes
sobre custos e impacto econômico e financeiro
Organização
produzidos
de um observatório de divulgação dos conhecimentos
PROPOSTAS, ESTRATÉGIAS E PARCERIAS
POR ÁREAS DE ATUAÇÃO
6. LEGISLAÇÃO
Mudança na legislação que trata da comercialização e do consumo de bebidas
alcoólicas com ênfase na fiscalização e punição sobre venda a menores de 18 anos;
no aumento da taxação; e no controle sobre o consumo e publicidade.

Mudanças na legislação que trata da propaganda de bebidas alcoólicas, definindo
a obrigatoriedade de informações sobre os malefícios causados pelo consumo de
álcool.

Apoio à implementação da Lei n. 11.705, de 19/06/08, que altera o Código
Brasileiro de Trânsito, com a finalidade de estabelecer alcoolemia zero e de
impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do
álcool, definindo uma fiscalização mais sistemática e rigorosa.

Revisão da legislação para o aumento no rigor das penas relacionadas à
violência no trânsito, assim como para a habilitação e fiscalização dos
condutores de motocicleta.

Reforçar as ações de fiscalização para o cumprimento das legislações que tratam
da violência de gênero, contra criança, adolescente e idoso.

Alterar a legislação reforçando as ações que tratam de combate e repressão
ao crime e ao tráfico de drogas, com especial atenção ao crack.

2. PREVENÇÃO E PROMOÇÃO

Incentivar a promoção, o acompanhamento
do desenvolvimento integral e o atendimento
às necessidades essenciais da primeira
infância
Correio Braziliense
10/06/2009
Brasil
Taxas de homicídio influenciam educação, aponta Unicef
Agência Estado
Quanto mais violenta a região metropolitana, menor o índice de
desenvolvimento educacional das crianças. A influência das taxas de homicídio na
educação aparece claramente no relatório de Situação da Infância Brasileira 2009,
lançado na terça-feira (9/6) em Brasília pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef). O relatório deste ano mostra também que apenas 64% das crianças que entram
na escola se transformam em jovens que terminam o ensino médio.
O documento afirma que, quanto mais alta a taxa de homicídio, menor é o
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para municípios com 130
homicídios por 100 mil habitantes (média observada em municípios da região
metropolitana do Rio), por exemplo, o Ideb estimado é de 3,8 da 1ª a 4ª série. Já nos
municípios que apresentam uma taxa de 85 homicídios por 100 mil habitantes (média
em municípios fora da região metropolitana do Rio), o Ideb sobe para 4,0...
Equidade desde o início
“Muitos desafios da sociedade adulta
têm suas raízes nos primeiros anos de
vida, incluindo grandes problemas de
saúde pública, como a obesidade, as
enfermidades cardíacas e de saúde
mental. As experiências da primeira
infância também se relacionam com atos
criminais, problemas de alfabetização e
aprendizagem numérica e participação
econômica”
WHO, 2008
O desenvolvimento do cérebro baseado
na experiência nos primeiros anos de
vida estabelece vias neurológicas e
biológicas que afetam durante toda a
vida:
• Saúde
•Aprendizagem (alfabetização)
•Conduta
Mustard, 2009
Todos os neurônios tem o mesmo DNA
Como se diferenciam para suas diversas funções?
Axônio
Sinapse
Neurônio emissor
Neurônio
receptor
Dendritos
• Os estímulos pré e pós natais diferenciam a função dos
neurônios assim como na adolescência e idade adulta.
• O entorno afeta a função genética (genótipo X fenótipo)
• A experiência NÃO tem o mesmo efeito no desenvolvimento
do cérebro nas diferentes etapas da vida
Lethbridge (citado por Mustard)
Desenvolvimento do Cérebro Humano
– Linguagem e Conhecimento Linguagem
Vias Sensoriais
(visão, audição)
-6
-3
3
0
Meses
Funções cognitivas
superiores
6
9
1
4
8
12
Anos
16
IDADE
C. Nelson, in From Neurons to Neighborhoods, 2000, citado por Mustard
Crescimento do Vocabulário - Primeiros 3 anos
Exposição
a palavras
Word Exposure
Vocabulário
1200
Alta
Média
600
Baixa
0
12
16
20
B. Hart & T. Risley, Meaningful Differences in Everyday
Experiences of Young American Children, 1995, citado por Mustard
24
28
32
36
Idade (meses)
O PADRÃO DE STRESS QUE TEREMOS AO LONGO
DA VIDA É ORGANIZADO NA 1ª INFÂNCIA:
A
CUIDADORA ABUSIVA NÃO SOMENTE NÃO BRINCA E
INTERAGE MENOS COM A SUA CRIANÇA, MAS TAMBÉM INDUZ
UM ESTADO TRAUMÁTICO DE EFEITO NEGATIVO DURADOURO.
PORQUE
ELA NÃO ACALMA A CRIANÇA, NÃO PROPORCIONA
UM CONSOLO INTERATIVO, OS ESTADOS EMOCIONAIS
INTENSAMENTE NEGATIVOS DA CRIANÇA DURAM POR LONGOS
PERÍODOS DE TEMPO.
O aumento de glicocorticóides induzido pelo
stress (provocado pelos maus tratos), no período pósnatal imediato, induz à morte neuronal nos “centros
afetivos” (Kathol et al. 1989), criando circuito límbico
anormal (Benes,1994), e danos permanentes no
direcionamento da emoção em canais adaptativos
(Dekosky et al.,1982).
08-031
Um experimento “natural”
Adoção de órfãos romenos:
Crianças adotadas por famílias de classe média depois
de 8 meses em orfanato, demonstram ao chegar aos 11
anos, em contraste com outras adotadas com
antecedência:
1. Desenvolvimento cerebral anormal (cérebro pequeno,
atividade metabólica baixa, EEG anormal)
2. Problemas sociais e cognitivos (perda de QI)
3. Alta vulnerabilidade a problemas de comportamento
(DDAH, agressão, pré-autismo)
Kolb, U Lethbridge
Comportamento
violento já está presente em crianças
menores de 6 anos de idade: Elas recorrem com freqüência
e de maneira espontânea à agressão física para atingir seus
objetivos.

As crianças exprimem violentamente sua cólera muito
cedo após o nascimento. Antes do primeiro ano de
idade, sua coordenação é suficientemente bem
desenvolvida para permitir-lhes bater, morder e chutar.

Desde a idade de três anos, elas são capazes de
cometer um vasto leque de agressões físicas.

Ao contrário do senso comum, as crianças não aprendem a agredir a
partir do meio que as circunda, na verdade aprendem a não recorrer à
agressão e a utilizar soluções alternativas para resolver seus
problemas.

O recurso à agressão começa a diminuir por volta dos dois ou três anos, a
partir do momento em que aprendem a controlar suas emoções, a
comunicar-se pela linguagem e a exprimir suas frustrações de maneira
mais construtiva.

Em torno dos quatro anos de idade, as crianças possuem as capacidades
motoras necessárias para cometer os atos de agressão de que são
capazes um adolescente ou um adulto. Uma criança de quatro anos tem
porém mais facilidade em se controlar que uma criança de dois ou de três
anos, pois seu córtex frontal é mais desenvolvido.

O córtex frontal administra as reações a emoções fortes, incluindo-se as
reações agressivas. Uma criança que aos quatro anos de idade continua a
recorrer à agressão física para atingir seus fins, ou para exprimir sua
frustração pode necessitar de ajuda profissional para aprender a se
controlar melhor
O
desenvolvimento da linguagem

O domínio da linguagem requer duas aptidões: a
capacidade de decifrar o que os outros dizem (linguagem
receptiva) e a capacidade de se fazer compreender
(linguagem expressiva).

A linguagem proporciona à criança uma nova maneira de
exprimir sua frustração que – fato importante – não
conduz a conseqüências negativas que acompanham uma
agressão física.

Quanto mais as habilidades de linguagem são
desenvolvidas, menos a criança será susceptível a agredir
fisicamente. Quanto menos desenvolvida a linguagem,
maior os riscos de a criança recorrer freqüentemente à
agressão física.
A
maioria das crianças que cresce num meio favorável,
guiadas por seus pais e por aqueles que lhes são próximos,
adota trajetória que as conduzirá a um comportamento social
aceitável.
Os
primeiros anos constituem um período crítico para incutir
nas crianças os fundamentos da sociabilidade: a partilha e o
compromisso, a colaboração e a comunicação.
As
crianças que não adquirem tais aptidões cedo na vida,
correm mais riscos que as outras de enfrentar sérios
problemas no futuro, desde dificuldades escolares até ao
consumo abusivo de álcool e outras drogas, passando ainda
por situações de risco, doença mental e atividades
criminosas.
A
exemplo da maior parte dos outros problemas, é preferível
intervir o mais cedo possível para prevenir os problemas
ligados aos comportamentos de agressão. Mesmo os
pequeninos podem aprender a modular seu comportamento
e a partilhar o mundo com aqueles que os cercam.
As
pesquisas demonstram que as intervenções junto aos
adolescentes agressivos aumentam, muitas vezes
sensivelmente, o risco de comportamento criminoso,
enquanto que aquelas realizadas junto a crianças de risco,
em idade pré-escolar, têm efeitos benéficos em longo prazo.
TAXAS DE RETORNO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO
(INVESTIMENTO AO LONGO DAS FAIXAS DE IDADE)
8
6
Programas pré-escolares
Retorno
por
US $
Investido 4
Escola
R
Treinamento no Trabalho
2
PréEscola
0
Escola
6
Carneiro, Heckman, Human Capital Policy, 2003
Pós - escolar
18
Age
CONCLUSÕES:
 Importância
de investir no acompanhamento das jovens mães
(a partir da concepção) e do desenvolvimento infantil.
 Efeito
protetor das creches / centros de educação infantil
sobre as crianças de risco.
 Custo-benefício:
Investimento na primeira infância X gastos
potenciais com pessoas de comportamento violento: aos 27
anos de idade: 7 vezes maior. Aos 40 anos: 13 vezes
É
possível prevenir a agressão já na primeira infância e a
partir da concepção
 Quanto
mais cedo se investe no desenvolvimento humano,
melhor o retorno.
 Quanto
mais tardio, mais caro e menos eficaz.
PROJETO
www.conass.org.br
“Publicações”
“CONASS documenta”
CONASS documenta 15: Impacto da violência no setor Saúde
CONASS documenta 16: Resumo experiências / Seminários Regionais
CONASS documenta 17: Estratégias e propostas / Seminário Nacional
PROJETO
Parceria CONASS / Centro de excelência para o
desenvolvimento da primeira infância (CEDJE) –
Universidade de Montreal
Relatório
“Prevenir a violência pelo
aprendizado na primeira infância”
•
•
Organizado pelo Centro de
excelência para o desenvolvimento
da primeira infância (CEDJE),
Universidade de Montréal (2008)
Traduzido para o português pelo
CONASS neste mesmo ano
PROJETO
Parceria CONASS / Centro de excelência para o
desenvolvimento da primeira infância (CEDJE) –
Universidade de Montreal
Documentário
“As origens da agressão”
• Produzido em 2005
• Grupo de pesquisa sobre a
inadaptação psicossocial da
criança, da Universidade de
Montréal
• Produtores executivos:
– Richard Tremblay, Ph.D
– Jean Gervais, Ph.D
• Traduzido para o português pelo
CONASS em 2008.
PROJETO
Parceria CONASS / Centro de excelência para o
desenvolvimento da primeira infância (CEDJE) –
Universidade de Montreal
ENCYCLOPÉDIE
SUR LE DÉVELOPPEMENT DES JEUNES
ENFANTS
www.enfant-encyclopedie.com
www.child-encyclopedia.com
Enciclopédia sobre o Desenvolvimento da Primeira Infância
(Inicio em breve da tradução para o português)
PROJETO
Iniciativas mais recentes:

Parceria com o CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação:
Interesses convergentes
 Reunião conjunta CONASS / CONSED em 11/02/09
 Definição de estratégias para atuação conjunta

Reuniões sobre o tema nos estados, envolvendo representantes das
secretarias municipais de saúde, educação e promoção social.

Discussão da situação loco-regional
 Propostas e estratégias de enfrentamento da violência oriundas dos
seminários
 Promoção, acompanhamento do desenvolvimento integral e
atendimento às necessidades essenciais da primeira infância

“A mensagem mais importante que se pode dar
a partir do setor saúde é que, na sua maioria,
os eventos violentos e os traumatismos não
são acidentais, não são fatalidades, não são
falta de sorte: eles podem ser enfrentados,
prevenidos e evitados.”
Maria Cecília de S. Minayo
“Você deve ser o
exemplo
da mudança que deseja
para o mundo”
Gandhi
OBRIGADO!
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Slide 1 - Secretaria de Estado da Saúde do Paraná