Sonia Gomes Pereira dois blocos são unidos por uma calçada elevada, que se comunica com a rua por uma escada arredondada. 31 Adalberto José Pizarro Loureiro apresenta mais algumas informações. A história desse hospital está diretamente relacionada à criação de uma instituição de auxílio mútuo ligada à colônia portuguesa na capital do Império – a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência do Rio de Janeiro – fundada a 17 de maio de 1840 com objetivo de dar assistência aos cidadãos portugueses residentes e aos imigrantes daquela nação. Em 1848, surge a idéia de construção de um hospital. No ano seguinte, no bojo da primeira epidemia de febre amarela que assolou a capital do Império no verão de 18491850, é inaugurada em 1.º de março de 1850 uma enfermaria, sob a proteção de São Vicente de Paulo, para atender aos portugueses indigentes acometidos pela epidemia. Nos anos subseqüentes, foi estudado o esboço de um primeiro projeto do hospital. A autoria do projeto arquitetônico é controvertida: alguns autores atribuem ao mestre de obras Antônio Ferreira da Rocha 32 e outros a Luiz Hosxe. 33 A pedra fundamental foi lançada em dezembro de 1853 e as obras começaram logo em seguida. Foi inaugurado no dia 16 de setembro de 1858, data de aniversário do rei D. Pedro V, de Portugal. Com o hospital consolidado e tendo sido vencidas as dificuldades financeiras, houve nova expansão com a contratação de um projeto para a construção de um novo hospital. Foram iniciadas as obras das novas enfermarias, nivelando-se o terreno do novo edifício, cuja pedra fundamental foi lançada em 16 de setembro de 1877. Três anos depois, a 31 CZAJKOWSKI, 2000: 85. Nessa obra, aparece o seguinte comentário: “a originalidade está no frontão arqueado – caso único no neoclassicismo carioca”. Na verdade, outros prédios apresentavam este tipo de solução, tanto em hospital, como no já citado Hospital da Ordem Terceira do Bom Jesus e Via Sacra, ou mesmo em residências já demolidas, mas que podem ser observadas na iconografia da época. 32 BARATA, 1992: 4. 33 AZEVEDO, 1969: I 289. O mesmo Luis Hosxe estará envolvido no projeto do Hospital do Carmo. Ele é citado ainda como autor do antigo Cassino Fluminense, depois Automóvel Clube. Sabe-se pouco de sua biografia. Ora apresentado como arquiteto, ora como engenheiro, às vezes como brasileiro, outras como arquiteto do Príncipe de Joinville. 962