Capítulo 3 Estática dos Fluidos Empuxo causado pela diferença de massa específica entre o ar aquecido e o ar atmosférico. Universidade Federal Fluminense – EEIMVR - VEM Mecânica dos Fluidos I I. L. Ferreira, A. J. Silva, J. F. Feiteira Introdução à Mecânica do Fluidos Copyright (c) 2010 by John Wiley & Sons, Inc 2.1 Introdução Tópicos Principais: Equações básicas da estática dos fluidos; Variação de pressão na estática dos fluidos; Forças hidrostáticas em superfícies submersas; Empuxo. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Forças de Campo: Para um elemento de fluido diferencial, a força de campo gravitacional pode ser expressa da forma; r r r dFB = g dm = g ρ dV O elemento infinitesimal de volume dV pode ser expresso em termos de coordenadas cartesianas conforme, dV = dx dy dz então, r r r dFB = g ρ dV = g ρ dx dy dz Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Forças de Superfície: Para um fluido, na ausência de qualquer tensão de cisalhamento, a única força de superfície atuante é a força devido à pressão, que, por sua vez, é um campo escalar; p = p ( x, y , z ) Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Forças de Superfície: A pressão no lado esquerdo (E) será; ∂p ∂p dy pE = p + ( y E − y ) = p + − ∂y ∂y 2 Manipulando os sinais, tem-se ∂p dy pE = p − ∂y 2 ∂p dx pP = p − ∂x 2 ∂p dz pI = p − ∂z 2 Semelhantemente, para o lado direito, obtém-se, ∂p dy pD = p + ∂y 2 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics ∂p dx pF = p + ∂x 2 ∂p dz pS = p + ∂z 2 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Forças de Superfície: Escrevendo as equações para a força nas superfícies, tem-se; r ∂p dx ∂p dx ˆ dFS = p − (dydz ) − iˆ + (dydz ) i + p + ∂x 2 ∂x 2 ∂p dy ∂p dy ˆ p − (dxdz ) j + p + (dxdz ) − ˆj + ∂y 2 ∂y 2 ∂p dz ∂p dz ˆ p− (dxdy ) k + p + (dxdy ) − kˆ ∂z 2 ∂z 2 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics () ( ) () ( ) () ( ) 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Forças de Superfície: Agrupando e cancelando os termos, r ∂p ˆ ∂p ˆ ∂p ˆ dFS = − i + j + k dx dy dz ∂y ∂z ∂x Pode ser reescrita da forma, r dFS ≡ −grad p (dx dy dz ) ≡ −∇p (dx dy dz ) Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Forças Total: Combinando as formulações desenvolvidas para forças de campo e de superfície, obtém-se a força total atuando sobre um volume de fluido; r r r r dF = dFB + dFS = g ρ dxdydz − ∇p dxdydz ou, r r dF = (− ∇p + ρ g ) dV Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Segunda Lei de Newton: Aplicando a 2ª Lei do movimento de Newton; r r dF =ρa=0 dV Substituindo na equação anterior, r − ∇p + ρ g = 0 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Força Total: Significado da equação; − ∇p força de pressão resultante por unidade de volume em um ponto + r ρg =0 força de campo por unidade de volume em um ponto Esta é uma equação vetorial que pode ser decomposta em suas componentes, ∂p − + ρ g x = 0, direção x ∂x ∂p − + ρ g y = 0, direção y ∂y ∂p − + ρ g z = 0, direção z ∂z Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.2 Equações Básicas da Estática dos Fluidos Força Total: Se o sistema de referência for escolhido, como z vertical, gx = gy = 0 e gz = -g0, então; ∂p − − ρ g0 = 0 ∂z e, ∂p ∂p = =0 ∂x ∂y Limitações: i. Fluido estático; ii. A gravidade é a única força de campo; iii.O eixo z é vertical e aponta para cima. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics Variação da Pressão em um Fluido Estático Relação Pressão-Altura: Integrando a equação anterior para a direção vertical, z, de p0 a p e de z0 a z, tem-se: p z ∫ dp = − ∫ ρ g dz 0 p0 z0 Então, admitindo a massa específica constante, p − p0 = − ρ g 0 [z − z0 ] e, fazendo-se h = z0 − z obtém-se, p − p0 = ρ g 0 h Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.3 Variação da Pressão em Fluido Estático Atmosfera Padrão Ainda é busca de consenso, uma padronização do comportamento da atmosfera, principalmente da temperatura em função da altitude. O modelo EUA apresenta a seguinte característica ao nível do mar: Propriedade Símbolo SI Temperatura T 15 oC Pressão P 101,325 kPa Massa Específica ρ 1,225 kg/m3 Peso Específico γ --------------------------- Viscosidade µ 1,789 10-5 (Pa.s) Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.3 Variação da Pressão em Fluido Estático Atmosfera Padrão Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.3 Variação da Pressão em Fluido Estático Fluido Compressível: Gás ideal Considerando gases ideais, a massa específica varia consideravelmente com a altitude. Para que a integração seja realizada, a massa específica deve ser expressa em termos de outras variáveis da equação. Desta forma, p 1 m ρ = e, p = pV = n R T R T então, RT V M Utilizando a equação da pressão hidrostática, dp dp g0 = −ρ g0 ∴ =− dz dz p RT Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.3 Variação da Pressão em Fluido Estático Fluido Compressível: Gás ideal Integrando de z = 0 onde p = p0 até z = z onde p = p : p z dp g0 ∫p p = − z∫=0 R T dz 0 Até cerca de 11.0 km de altitude, a temperatura varia linearmente com a altitude, segundo o gráfico temperatura x altitude da atmosfera padrão no slide anterior, assim, p T ( z ) = T0 − mz logo, mz p = p0 1 − T0 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics z dp g0 ∫p p = − z∫=0 R (T0 − mz ) dz 0 g0 mR ou, T p = p0 T0 fornecendo, g0 mR 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Agora será iniciada a análise de forças sobre uma superfície submersa a fim de especificar: A magnitude ou módulo da força, o sentido da força e a linha de ação da força. Isto se aplica à: i. Forças Hidrostáticas sobre uma Superfície Plana Submersa; ii. Força Resultante sobre uma Superfície Plana Inclinada; iii. Força sobre uma Superfície Curva Submersa. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Força Hidrostática sobre uma Superfície Plana Inclinada: Objetivo: Determinar |FR| e (x’, y’) onde a força é aplicada. 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Força Hidrostática sobre uma Superfície Plana Inclinada: A força de pressão que atua sobre um elemento de área dA = dx dy da face superior é dada por: dF = p dA A resultante é o somatório de todas as contribuições infinitesimais sobre a superfície inteira, logo FR = ∫ p dA A A pressão numa altura h pode ser expressa como, p = p0 + ρ g 0 h logo, FR = p0 ∫ dA + ρ g 0 sin θ ∫ y dA = p0 A + ρ g 0 sin θ ∫ y dA A Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics A A 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Força Hidrostática sobre uma Superfície Plana: A integral do primeiro momento de área da superfície em torno de x, pode ser escrita como, ∫ y dA = y C A A onde, yC é o centróide da área A. Então, FR = p0 A + ρ g 0 sin θ yC A = ( p0 + ρ g 0 hC ) A Em outras palavras, FR = pC A Onde pC é a pressão absoluta no líquido na posição do centróide de área A. A força resultante somente é calculada através de pC. Este ponto não é o ponto de aplicação da força resultante. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas A tarefa agora é determinar as coordenadas do ponto de aplicação da força resultante, x’ e y’. Para tanto, y’ pode ser obtido, reconhecendo-se que o momento da força resultante em torno de eixo x deve ser igual ao momento devido à força de pressão distribuída, ou seja, y′FR = ∫ y p dA = ∫ y ( p0 + ρ g h ) dA = ∫ y ( p0 + ρ g y sin θ ) dA A A A Da mesma forma, y′FR = p0 ∫ y dA + ρ g sin θ ∫ y 2 dA A A A primeira integral e a segunda Integral são, p0 ∫ y dA = p0 yC A e, A Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics ρ g sin θ ∫ y 2 dA = ρ g sin θ I xx A 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Utilizando o teorema dos eixos paralelos para substituir Ixx, pelo segundo momento de área padrão, I xx = I xˆxˆ + AyC2 Então, ( ) y′FR = p0 yC A + ρ g sin θ I xˆxˆ + A yC2 = yC ( p0 + ρ g yC sin θ )A + ρ g sin θ I xˆxˆ ou, y′FR = yC ( p0 + ρ g hC )A + ρ g sin θ I xˆxˆ substituindo, y′FR = yC FR + ρ g sin θ I xˆxˆ logo, y ′ = yC + Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics ρ g sin θ I xˆxˆ FR 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Se esta mesma pressão atua sobre o outro lado da superfície, cancelando-se o efeito de p0 no cálculo da força líquida, obtém-se, FR = pCmanométrica A = ρ g yC sin θ A ou, I xˆxˆ y ′ = yC + A yC Para qualquer situação de placa submersa, y’ > yC, o que implica que o ponto de aplicação está sempre abaixo do centróide. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Uma análise similar pode ser feita para x’, que é a coordenada x do ponto de aplicação da força resultante sobre a superfície. Assim, tomando-se a soma dos momentos das forças infinitesimais dF em torno de y, obtémse x′FR = ∫ x p dA A Pode-se então expressar p como função de y, x′FR = ∫ x p dA = ∫ x ( p0 + ρ g h ) dA = ∫ ( p0 x + ρ g x y sin θ ) dA A A A Finalmente, x′FR = p0 ∫ x dA + ρ g sin θ ∫ x y dA A Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics A 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas A primeira integral e a segunda Integral são, p0 ∫ x dA = p0 xC A e, ρ g sin θ ∫ x ydA = ρ g sin θ I xy A A Utilizando o teorema dos eixos paralelos para substituir Ixy, pelo segundo momento de área padrão, I xy = I xˆyˆ + A xC yC Substituindo os valores da primeira e segunda integrais, x′FR = p0 xC A + ρ g sin θ I xy = p0 xC A + ρ g sin θ (I xˆyˆ + A xC yC ) Simplificando, x′FR = xC ( p0 + ρ g sin θ yC )A + ρ g sin θ I xˆyˆ logo, x′FR = xC ( p0 + ρ g hC )A + ρ g sin θ I xˆyˆ = xC FR + ρ g sin θ I xˆyˆ Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Finalmente, obtém-se x’ como, x′ = xC + ρ g sin θ I xˆyˆ FR Novamente se a pressão ambiente atua também sobre o outro lado da superfície, cancelando-se o efeito de p0 no cálculo da força líquida, obtém-se, x′ = xC + Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics I xˆyˆ A yC 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Ex.: A superfície inclinada abaixo, articulada ao longo de A possui 5 m de largura. Determine a força resultante, FR da água e do ar sobre a superfície inclinada. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Solução: A força resultante é FR, da água e do ar sobre a comporta. A fim de se determinar a resultante, deve-se encontrar: i. A magnitude de FR; ii. A linha de ação de FR; iii.Solução por integração direta; Método da Integração Direta: As equações básicas utilizadas nesta solução são: Mudança de variável: p = p0 + ρ g h , h = D + η sin 300 e, dA = w dη FR = ∫ p dA , η ′ FR = ∫ η p dA e x′ FR = ∫ x p dA A Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics A A 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Como a pressão atmosférica age em ambos os lados, utilizase somente a pressão manométrica, p=ρ gh Para facilitar a integração, integraremos em relação a η ao invés de y, desta forma, usando-se η para obter expressões para h e dA, obtém-se h = D + η sin 300 e, dA = w dη Integrando-se, L FR = ∫ p dA = ∫ ρ g h dA = ∫ ρ g (D + η sin θ ) w dη A A 0 então, L2 FR = ∫ ρ g (D + η sin θ ) w dη = ρ g w D L + sin θ 2 0 L Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Substituindo-se os valores numéricos na equação integrada, 42 L2 FR = ρ g w D L + sin θ = 999.0 x9.806 x5.0 x 2.0 x 4.0 + sin 30 2 2 Obtem-se, FR ≅ 588 kN Para fins de localização da força, calcula-se η’, logo η ′ FR = ∫η p dA A Desta forma, L L 1 1 1 η′ = η p dA = η p w dη = η ρ g (D + η sin θ ) w dη ∫ ∫ ∫ FR A FR 0 FR 0 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Integrando-se, η′ = ρgwL FR ∫η (D + η sin θ ) dη = 0 ρ g w DL2 FR L3 + sin θ 3 2 Substituindo-se os valores, 999.0 x9.806 x5.0 2.0 x 4 2 43 0 η′ = + sin 30 ≅ 2.22 m 588000 3 2 Considerando-se a conversão de variável... D 2 y′ = ζ + η = +η = + 2.22 ≅ 6.22 m 0 0 sin 30 sin 30 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Para encontrar x’ considerandase o momento sobre o eixo dos y, em torno da articulação A, x′ FR = ∫ x p dA A Então, 1 x′ = FR w w ∫A 2 p dA = 2FR Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics w ∫A p dA = 2 FR FR = 2.5 m 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Força Hidrostática sobre uma Superfície Plana, Submersa, com Pressão Manométrica diferente de zero na Superfície Livre: Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Enunciado: A porta mostrada na lateral do tanque é articulada ao longo da borda inferior. Um pressão de 100 psfg é aplicada na superfície livre do líquido. Determine a força, Ft, requerida para manter a porta fechada. Solução: Um diagrama do corpo-livre é mostrado abaixo, Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Solução: As distribuições de pressões sobre os lados interno e externo levarão à força líquida e portanto à sua localização. Precauções no método de solução: i. Cuidado na escolha do conjunto de equações para a resultante e sua localização; ii. Pode-se usar tanto pressões absolutas (diagrama da esquerda) e calcular duas forças, quanto iii. Pressões manométricas e calcular apenas uma força (diagrama da direita); Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Para problemas com pressões manométricas diferentes de zero na superfície livre. As componentes da força devido à articulação são Ay e Az. A força Ft pode ser determinada, tomando-se os momentos em torno da articulação A, logo y ′ = yC + FR = pC A , ρ g sin θ I xˆxˆ FR e ∑M A =0 A força resultante e sua localização são, L FR = pC A = ( p0 + ρ g hC ) A = p0 + γ b L 2 e, y ′ = yC + ρ g sin 900 I xˆxˆ FR Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics L L γ bL3 12 γ L2 12 = + = + 2 ( p0 + γ L 2)b L 2 ( p0 + γ L 2 ) 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Tomando-se os momentos em torno da articulação A, tem-se ′ y ′ ∑ M A = Ft L − FR (L − y ) então, Ft = FR 1 − L Aplicando ambas as equações desenvolvidas, p0b L γ b L2 L L γ L2 12 y′ Ft = FR 1 − = p0 + γ b L1 − + L = + L 2 2 ( p0 + γ L 2 ) 2 6 Desta forma, p0b L γ b L2 100 x 2 x3 100 2 32 Ft = + = + ≅ 600 lbf 2 6 2 6 O ponto de aplicação da força resultante será, γ L2 12 L 3 100 x 32 12 y′ = + = + = 1.8 ft 2 ( p0 + γ L 2 ) 2 (100 + 100 x 3 2) Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Força Hidrostática sobre uma Superfície Curva Submersa: Para superfícies curvas, as forças resultantes serão deduzidas por integração da distribuição de pressão sobre a superfície. A força de pressão, agora, é normal a superfície em cada ponto dos elementos infinitesimais de área, dA, devido a curvatura da superfície, segundo esquema abaixo: Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas A força de pressão agindo sobre um elemento de área dA, é dada por, r r dFR = − p dA agindo no sentido oposto à normal da área. A resultante pode ser expressa como, r r FR = − ∫ p dA A a força pode ser representada da seguinte forma, r FR = FRxiˆ + FRy ˆj + FRz kˆ Tomando-se o produto escalar em cada lado da equação, r r FRx = FRx • iˆ = ∫ dF • iˆ = − ∫ p dA • iˆ = − ∫ p dAx A Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics Ax 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Quando a pressão atmosférica atua sobre a superfície livre e sobre o outro lado da superfície curva, a força líquida vertical é igual ao peso do fluido diretamente acima da superfície. Neste caso para se determinar a magnitude da componente vertical, emprega-se FRz = FRz • kˆ = − ∫ p dAz = − ∫ ρ g h dAz = − ∫ ρ g dV Az Az V O termo abaixo representa o peso de um cilindro diferencial de líquido acima do elemento de área, dAz, estendendo a distância h da superfície curva até a superfície livre, ρ g h dAz = ρ g dV Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas A componente vertical da força resultante é obtida por integração sobre a superfície inteira submersa. FRz = − ∫ ρ g h dAz = − ∫ ρ g dV = ρ g V Az V A força hidrostática atuante sobre uma superfície curva submersa e determinada em termos de suas componentes; A resultante pode ser determinada por uma força pura com uma única linha de ação, ou decomposta em suas componentes e suas respectivas linhas de ação. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Ex: A comporta mostrada abaixo é articulada no ponto O e apresenta largura constante w = 5 m. A equação da superfície é x = y2/a, com a = 4 m. A profundidade da água à direita da comporta é D = 4 m. Determine a magnitude da força Fa aplicada, necessária para manter a comporta em equilíbrio se o peso da comporta for desprezado. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Solução: O esquema de solução baseia-se na determinação do momento em relação ao ponto O após encontrar as forças vertical e horizontal devido à ação da água. A força vertical é igual ao peso do fluido sobre a superfície, porém, não há fluido sobre a superfície. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Solução: Para tanto, pode-se imaginar um sistema de forças equivalentes mostrada na figura anterior, através de um diagrama do corpo-livre, e assim determinar as forças vertical e horizontal, sendo estas forças normais e opostas àquelas de interesse. Em resumo, a magnitude e a localização da fluida vertical, são dadas pelo peso e posição do centróide do fluido acima da comporta. A magnitude e posição da força horizontal são dadas pela magnitude e localização da força sobre a superfície plana vertical equivalente a projeção da composta. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Solução: As equações básicas são: FR = pC A , y′ = yC + I xˆxˆ A yC e FV = ρ g V Para o cálculo de FH, a coordenada y do centróide, a área e o 2º momento da superfície (placa fina) vertical projetada são, yC = hC = D 2 , A= Dw e I xx = w D 3 12 Logo, 4 FH = pC A = ρ g hC A = 999.0 x9.806 x x 4 x5 = 391,848 kN 2 para, I xˆxˆ D wD 3 12 D D 4 4 y ′ = yC + = + = + = + = 2,67 m A yC 2 D w D 2 2 6 2 6 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Para calcular a força vertical, é necessário calcular o peso da água sobre a comporta pelo sistema equivalente apresentado. Para um elemento infinitesimal de volume, dV = (D − y )w dx Logo, D2 a FV = ρ g V = ρ g w D2 a ∫ (D − y ) dx = ρ g w ∫ 0 0 1 2 D − a x dx então, D2 a FV = ρ g V = ρ g w ∫ 0 D− a x 1 2 D2 a 2 dx = ρ g w D x − ax 3 0 3 2 logo, D2 a 1 3 3 FV = ρ g w D a − 2 3 a 2 D 2 a 2 0 ( Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics ) = ρ g wD 3 3a = 261,232 kN 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas A localização de x’ desta força é dada pela posição do centro de gravidade da água acima da comporta, pois o momento de FV deve ser igual ao momento da soma dos pesos diferenciais em y, logo 2 D a x′FV = ρ g w ∫ 0 D2 a 3 2 2 Dx 52 Dx − a x 2 dx = ρ g w − a x 5 2 0 então, x′ = ρ g w D5 FV 2 D 5 ρ g w D 5 999 x9.806 x5 x 45 2 − = = = 1,2 m 2 2 2 10 x 4 x 231232 2a 5 a 10a FV Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.4 Forças hidrostáticas em Sup. submersas Aplicando o momento sobre o ponto O, tendo o cuidado de aplicar os sinais adequados, pois o problema foi resolvido no sistema de referência com fluido acima da comporta, logo ∑M O = −l Fa + x′FV + (D − y′)FH = 0 então, x′FV + (D − y′)FH 1,2 x 261,232 + (4 − 2,67 )391,848 Fa = = ≅ 166,927 kN l 5 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.5 Empuxo e Estabilidade Empuxo: Se um objeto estiver imerso em um líquido ou flutuando em sua superfície, a força líquida vertical agindo sobre ele devido à pressão do líquido é denominada empuxo. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.5 Empuxo e Estabilidade A força vertical que age sobre um corpo totalmente imerso devido à pressão hidrostática é determinada considerando elementos de volume cilíndricos, mostrados abaixo, Logo, a pressão p num líquido a uma profundidade h, será p = p0 + ρ g h A força líquida vertical sobre o elemento é, dFz = ( p0 + ρ g h2 )dA − ( p0 + ρ g h1 )dA = ρ g (h2 − h1 ) dA Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.5 Empuxo e Estabilidade Porém, o volume do elemento é dado por, dV = (h2 − h1 ) dA Por conseguinte, Fz = ∫ dFz = ∫ ρ g dV V Onde V é o volume do objeto. Assim, a força de empuxo para um corpo submerso, é igual ao peso do fluido deslocado. p = ρ gV Relação utilizada em 220 a.C por Arquimedes para determinar o teor de ouro da coroa do Rei Hiero II. Explica o princípio de funcionamento de embarcações, balões metereológicos, submarinos, etc. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.5 Empuxo e Estabilidade O uso de lastro em embarcações pode ser necessário para se obter estabilidade. Navios de guerra feitos de madeira transportavam lastro de pedras nos porões para compensar o peso dos canhões no convés de armas. A relação entre o empuxo e a centro de gravidade é mostrada a seguir, Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.5 Empuxo e Estabilidade Ex: Um balão de ar quente de 50 ft de diâmetro deve levantar um cesto de 600 lbf. Qual a temperatura que o balão deve ser aquecido de modo a possibilitar a decolagem? Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.5 Empuxo e Estabilidade Solução: A equação do empuxo deve ser empregada para determinar a sustentação gerada pela atmosfera. A equação de equilíbrio de forças deve contemplar a variação de massa específica em função da temperatura. Assim, Fempuxo = ρ g V , ∑F y = 0 e p = ρ RT As hipóteses são: O ar se comporta como gás ideal e a pressão atmosfera encontra-se por todos os lados. Somando as forças verticais, ∑F y = Fempuxo − War quente − Wcarga = ρ atm g V − ρ ar quente g V − Wcarga = 0 Então, tem-se, ρ ar quente Wcarga 600 3 = ρ atm − = 0,002375 − = 0 , 0020903 slug ft gV 32,2 π 503 6 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.5 Empuxo e Estabilidade A temperatura em Rankine será, ρ ar quente R Tar quente = p = ρ atm R Tatm logo, Tar quente = ρ atm Tatm 0,002377 x(59 + 460) = ≅ 590,19 0 R = 130,180 F ρ ar quente 0,0020903 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Fluido como Corpo Rígido: Existe uma categoria de movimento de fluidos que pode ser estudada empregando os conceitos de estática dos fluidos, pois neste caso, este se movimenta como um corpo rígido, na ausência de qualquer tensão de cisalhamento. O movimento de um corpo rígido pode ser dividido em dois movimentos: de rotação e de translação pura. As forças de pressão e gravidade agindo sobre uma partícula fluida, são da forma r r dF = (− ∇p + ρ g ) dV logo, r r dF = −∇p + ρ g dV Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido A resultante das forças que atuam sobre um corpo rígido, na ausência de perda de massa, será, r d∑ F r r = −∇p + ρ g = ρ a dV conclui-se que, − ∇p força de pressão resultante por unidade de volume em um ponto r ρg + força de campo por unidade de volume em um ponto Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics = r ρa massa por unidade aceleração da de volume em x partícula de um ponto fluido 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Sendo a equação anterior uma equação vetorial, as componentes desta equação em coordenadas retangulares podem ser expressas do seguinte modo, ∂p − + ρ g x = ρ a x , direção x ∂x ∂p − + ρ g y = ρ a y , direção y ∂y ∂p − + ρ g z = ρ a z , direção z ∂z Para outros sistemas de coordenadas, por exemplo, o cilíndrico, o gradiente de pressão deve ser expresso de forma apropriada, ∇p = eˆr Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics ∂p ∂p ∂p + eˆθ + eˆz ∂r ∂θ ∂z 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Ex1: Deve-se transportar na traseira de uma van um tanque de peixes. Este tanque apresenta dimensões de 12 x 24 x 12 in. Quanto de água se pode deixar no tanque e ainda garantir que ela não derramará durante a viagem? Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Solução: Haverá movimentos na superfície da água, além de “sacudidas”. Todavia, admite-se que o principal efeito sobre a superfície da água é aquele devido às acelerações e desacelerações lineares do automóvel. O sistema de coordenada escolhido, x será na direção do movimento e y na vertical. Também não haverá movimentos relativos da água, pois as acelerações são constantes. Dados do problema: Tanque parcialmente cheio até a profundidade d, aceleração constante ax, altura do tanque 12 in, comprimento na direção do movimento é b e a largura do tanque na direção perpendicular é c. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Deve-se determinar: i. A forma da superfície sob aceleração constante; ii. A profundidade d, para evitar derramamento; iii. A orientação ótima do tanque e a profundidade da água. Equações básicas: r r − ∇p + ρ g = ρ a Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Expandindo a equação vetorial nas componentes escalares, ∂p ∂p ∂p − iˆ + ˆj + kˆ + ρ iˆg x + ˆjg y + kˆg z = ρ iˆ a x + ˆj a y + kˆ a z ∂y ∂z ∂x A pressão não é função de z, também, gx = gz = 0, gy = -g0 e ay = az = 0. Por conseguinte, ( ) ( ∂p ˆ ∂p ˆ ˆ −i − j − j ρ g 0 = iˆ ρ a x ∂y ∂x As componente da força são são: ∂p = − ρ ax ∂x ∂p = −ρ g0 ∂y Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics ) 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido O problema agora é tentar determinar a forma que a pressão varia em termos de x e y, ou seja, p = p ( x, y ) Desta forma, é possível expressar a função p em função de suas derivadas parciais de x e y, logo ∂p( x, y ) ∂p( x, y ) dp = dx + dy ∂x ∂y Como a superfície livre é uma linha de pressão constante, p = cte, logo, dp = 0, obtendo-se ∂p( x, y ) ∂p( x, y ) dx + dy = − ρ a x dx − ρ g 0 dy = 0 ∂x ∂y Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Logo, a forma da superfície livre pode ser expressa como, dy ax =− dx g0 Conseqüentemente, a superfície livre apresenta a forma plana. No diagrama apresentado, a altura acima da profundidade original pode ser expresso como, e tan θ = , então tem-se, b2 b b dy b a x e = tan θ = − = 2 2 dx 2 g 0 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics Válida somente quando a superfície livre intercepta a parede frontal no piso ou acima dele! 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Como deseja-se saber a espessura e, para uma dada ax, o tanque deve ser alinhado de forma que b seja tão pequeno quanto possível. Logo, b = 12 in, então b ax ax e= =6 2 g0 g0 O valor máximo para a espessura, e , é da forma, e = 12 − d in Assim, ax 12 − d = 6 g0 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics e d max = 12 − 6 ax g0 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Ex2: Um recipiente cilíndrico, parcialmente cheio de líquido, é girado com uma velocidade angular constante, ω, em torno do seu eixo. Após um curto intervalo de tempo, não existirá qualquer movimento relativo, o líquido então gira com o cilindro como se o sistema fosse um corpo rígido. Determine a forma da superfície livre. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Solução: Pede-se a forma da superfície livre de um líquido em rotação. Assim, um diagrama do problema proposta apresenta a seguinte forma, Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Equações básicas: r r − ∇p + ρ g = ρ a Expandindo a equação vetorial nas componentes escalares, 1 ∂p ˆ ∂p ˆ ∂p − eˆr + eˆθ + k + kρ g z = ρ eˆr ar + eˆθ a y + kˆ a z r ∂θ ∂z ∂r Também, aθ = az = 0, ar = -ω2r. Por conseguinte, ( 1 ∂p ˆ ∂p ˆ ∂p − eˆr + eˆθ + k − kρ g 0 = −eˆr ρ ω 2 r r ∂θ ∂z ∂r As componentes são, ∂p ∂p ∂p 2 = −ρ g0 =0 e =ρω r , ∂z ∂θ ∂r Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics ) 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Observa-se que a pressão não é função de θ e sim de r e z, logo, ∂p(r , z ) ∂p(r , z ) dp = dr + dz ∂r ∂z Portanto, ∂p(r , z ) ∂p(r , z ) dp = dr + dz = ρ w2 r dr − ρ g 0 dz ∂r ∂z Integrando em relação a um ponto de referência 1 e outro qualquer, p r z r1 z1 2 dp = ρ w ∫ ∫ r dr − ∫ ρ g 0 dz p1 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Substituindo os limites, p − p1 = ρ w2 (r 2 ) − r12 − ρ g 0 ( z − z1 ) 2 Tomando o ponto de referência sobre o eixo do cilindro na superfície livre, tem-se, p − patm = ρ w2 r 2 − ρ g 0 ( z − h1 ) 2 Como a superfície livre possui pressão constante, z = h1 2 ( wr ) + 2g 0 A superfície é um parabolóide de revolução, com vértice em z = h1. Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Para revolvermos h1, sob rotação em termos de h0, na ausência de rotação, sabe-se que o volume do líquido permanece constante, V = π R 2 h0 Como rotação, w2 r 3 dr V = ∫ ∫ 2π r dz dr = ∫ 2π r z dr = ∫ 2π h1r + 2 g0 0 0 0 0 R z R R Simplificando, w2 r 3 w2 R 4 2 dr = π h1 R + = π R 2 h0 V = ∫ 2π h1r + 2 g0 4g0 0 R Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 2.6 Fluidos em Movimentos de Corpo Rígido Após a manipulação algébrica, w2 R 2 h1 = h0 − 4g 0 Finalmente, z = h1 2 ( wr ) + 2 g0 w2 R 2 w2 r 2 w2 R 2 = h0 − + = h0 − 4g0 2g0 2 g0 ou, w2 R 2 z = h0 − 2 g0 Chapter 12 Mixtures and Psychrometrics 1 r 2 − 2 R 1 r 2 − 2 R