Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Quantitativo de profissionais da Equipe de Referência do CRAS Região Centro – 1º e 2º Ciclo de Visitas ................................................................................................................ 105 Gráfico 2 – Quantitativo de assistentes sociais do CRAS Região Centro segundo o vínculo .. 106 Gráfico 3 – Vínculo dos profissionais da Equipe de Referência CRAS Região Centro – 2º Ciclo de Visita........................................................................................................................................ 106 Gráfico 4 – Equipe do CCTI Centro ......................................................................................... 111 Gráfico 5 – Vínculo da equipe do CCTI Centro ....................................................................... 112 Gráfico 6 – Equipe do CREAS Centro ...................................................................................... 114 Gráfico 7 – Vínculo dos profissionais do CREAS Centro ........................................................ 116 Gráfico 8 – Relação de profissionais do CREAS Centro por vínculo de trabalho ................... 117 Gráfico 9 – Equipe da Hospedagem Noturna ............................................................................ 119 Gráfico 10 – Vínculo dos profissionais da Hospedagem Noturna ............................................ 120 Gráfico 11 – Quantidade de usuários cadastrados no CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo ..... 122 Gráfico 12 – Média de pessoas atendidas por dia no CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo ...... 122 Gráfico 13 – Quantidade de pessoas acolhidas na Hospedagem Noturna por faixa etária ...... 151 Gráfico 14 – Pessoas acolhidas, segundo o tempo que estão na Unidade ................................ 151 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I LISTA DE QUADRO Quadro 1– Serviços da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial ............................. 14 Quadro 2 – Oferta do PAIF .......................................................................................................... 15 Quadro 3 – Oferta do SCFV ......................................................................................................... 17 Quadro 4 – Equipamentos de Inclusão Produtiva ....................................................................... 19 Quadro 5 – Oferta do PAEFI ........................................................................................................ 20 Quadro 6 – Oferta do LA e PSC................................................................................................... 21 Quadro 7 – Oferta do SEAD ........................................................................................................ 22 Quadro 8 – Oferta do SEAS ......................................................................................................... 22 Quadro 9 – Oferta do SEPSR ....................................................................................................... 23 Quadro 10 – Oferta do SAI .......................................................................................................... 24 Quadro 11 – Oferta do SAR ......................................................................................................... 25 Quadro 12 – Equipamentos na área de Segurança Alimentar e Nutricional .............................. 27 Quadro 13 – Equipamentos da Política de Assistência Social (Região I) .................................... 28 Quadro 14 – Visitas realizadas aos equipamentos da Região I .................................................... 29 Quadro 15 – Territórios Socioassistenciais do Município de Vitória ......................................... 30 Quadro 16 – Espaços indicados pelo MDS para os CRAS .......................................................... 36 Quadro 17 – Espaço físico do CRAS Região Centro................................................................... 37 Quadro 18 – Registros fotográficos do CRAS Região Centro ..................................................... 38 Quadro 19 – Espaço físico do CCTI Centro................................................................................ 42 Quadro 20 – Capacidade das salas do CCTI Centro ................................................................... 43 Quadro 21 – Registros fotográficos do CCTI Centro.................................................................. 43 Quadro 22 – Espaço físico do CREAS Centro ............................................................................ 48 Quadro 23 – Espaço físico do CREAS Centro/Censo SUAS ..................................................... 49 Quadro 24 – Registros fotográficos do CREAS Centro .............................................................. 49 Quadro 25 – Espaço físico da Hospedagem Noturna .................................................................. 54 Quadro 26 – Registros fotográficos da Hospedagem Noturna .................................................... 55 Quadro 27 – Acessibilidade CRAS Região Centro ...................................................................... 62 Quadro 28 – Condições de acessibilidade CCTI ......................................................................... 65 Quadro 29 – Condições de acessibilidade CCTI Centro ............................................................ 66 Quadro 30 – Acessibilidade CCTI Centro ................................................................................... 66 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 31 – Condições de acessibilidade CREAS Centro ......................................................... 69 Quadro 32 – Acessibilidade CREAS Centro................................................................................ 69 Quadro 33 – Condições de acessibilidade Hospedagem Noturna .............................................. 71 Quadro 34 – Acessibilidade Hospedagem Noturna ..................................................................... 71 Quadro 35 – Itens de segurança CRAS Região Centro ............................................................... 75 Quadro 36 – Condições dos itens de segurança CRAS Região Centro ...................................... 75 Quadro 37 – Itens de segurança CCTI Centro ............................................................................ 77 Quadro 38 – Condições dos itens de segurança CCTI Centro ................................................... 77 Quadro 39 – Itens de segurança CREAS Centro ......................................................................... 78 Quadro 40 – Itens de segurança Hospedagem Noturna .............................................................. 78 Quadro 41 – Recursos materiais do CRAS Região Centro ......................................................... 80 Quadro 42 – Recursos materiais do CCTI Centro ...................................................................... 81 Quadro 43 – Recursos materiais do CREAS Centro ................................................................... 83 Quadro 44 – Recursos materiais da Hospedagem Noturna ......................................................... 84 Quadro 45 – Categorias de nível superior que podem compor a equipe de referência da Proteção Social Básica e Proteção Social Especial ........................................................................ 98 Quadro 46 – Equipe de Referência dos CRAS .......................................................................... 104 Quadro 47 – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família ........................................ 105 Quadro 48 – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos ........................................ 108 Quadro 49 – Competências por função do SCFVI.................................................................... 109 Quadro 50 – Função dos profissionais do CCTI Centro .......................................................... 111 Quadro 51 – Parâmetros para equipe de referência do CREAS................................................ 113 Quadro 52 – Quantitativo de profissionais por serviço no CREAS Centro ............................. 114 Quadro 53 – Perfil/Categoria profissional por Serviço ............................................................. 115 Quadro 54 – Atendimento em abrigo institucional, casa-lar e casa de passagem ..................... 118 Quadro 55 – Equipe de referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor 118 Quadro 56 – Perfil dos profissionais Abrigo Institucional ........................................................ 119 Quadro 57 – Ações do CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo ...................................................... 124 Quadro 58 – Atividades Socioeducativas CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo ......................... 124 Quadro 59 – Ações e atividades desenvolvidas no âmbito do PAIF no CRAS Região Centro 125 Quadro 60– Acompanhamento Familiar no CRAS Região Centro ......................................... 127 Quadro 61 – Outras atividades realizadas no CRAS Região Centro ........................................ 127 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 62 – Principais atividades realizadas no SCFVI ............................................................ 133 Quadro 63 – Atividades desenvolvidas no CCTI Centro .......................................................... 134 Quadro 64 – Oficinas e grupos desenvolvidos no CCTI Centro .............................................. 134 Quadro 65 – Questões sobre o CCTI Centro ............................................................................ 135 Quadro 66 – Unidade atende pessoas em qual(is) da(s) situação(ões) prioritária(s) ................. 136 Quadro 67 – Ações e atividades relativas à gestão realizadas no CREAS Centro ..................... 138 Quadro 68 – Quais as situações e qual o ciclo de vida da população atendida pelo PAEFI .... 140 Quadro 69 – Ações e atividades realizadas pelos profissionais do CREAS Centro no PAEFI. 141 Quadro 70 – Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) no CREAS Centro ............................................... 143 Quadro 71 – Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) no CREAS Centro .................. 144 Quadro 72 – Atividades realizadas pelo Serviço Especializado em Abordagem Social ............. 145 Quadro 73 – Como são definidas as áreas onde serão realizadas as abordagens do SEAS ...... 147 Quadro 74 – Parcerias na Abordagem Social ............................................................................. 147 Quadro 75 – Trabalho essencial ao Serviço de Acolhimento Institucional .............................. 150 Quadro 76 – Atividades desenvolvidas na Hospedagem Noturna ............................................ 152 Quadro 77 – Aspectos sobre o Plano Individual de Atendimento (PIA) .................................. 153 Quadro 78 – Articulação com Órgãos e Instituições ................................................................. 154 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Identificação dos CRAS .............................................................................................. 35 Tabela 2 – Situação do imóvel onde se localiza o Centro de Convivência, segundo a natureza da unidade........................................................................................................................................... 41 Tabela 3 – Placa de identificação do CREAS ............................................................................... 46 Tabela 4 – Situação do imóvel onde se localiza o CREAS ........................................................... 47 Tabela 5 – Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e pessoas idosas no CRAS ........................................................................................................................................................ 61 Tabela 6 – Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e pessoas idosas nos CREAS ........................................................................................................................................... 68 Tabela 7 – Formas pelas quais os usuários acessam os serviços do CRAS Região Centro ....... 123 Tabela 8 – É feita concessão de benefícios eventuais neste CRAS? ........................................... 128 Tabela 9 – Este CRAS realiza cadastramento ou atualização cadastral do Cadastro Único?.... 130 Tabela 10 – CRAS que executa diretamente SCFV ................................................................... 131 Tabela 11 – Quantidade de CRAS que ofertam diretamente o SCFV, por público ................ 131 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I LISTA DE SIGLAS ABNT NBR – Associação Brasileira de Normas Técnicas Norma Brasileira ADRA – Agência Adventista de Educação e Assistência Social Este Brasileira BPC – Benefício de Prestação Continuada CAD. ÚNICO – Cadastro Único para Programas Sociais CCTI – Centro de Convivência para a Terceira Idade CENTRO POP – Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social CF/88 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 CRAS – Centro de Referência de Assistência Social CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social COMDEC – Coordenadoria Municipal de Defesa Civil GSAN – Gerência de Segurança Alimentar e Nutricional ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos LA – Liberdade Assistida LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais LOAN – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome NISPI – Núcleo de Integração Social para Pessoa Idosa NOB – Norma Operacional Básica NOB-RH – Norma Operacional Básica Recursos Humanos ONG – Organização Não-Governamental PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado à Famílias e Indivíduos PIA – Plano Individual de Atendimento PNAS – Política Nacional de Assistência Social PSC – Prestação de Serviço à Comunidade SEAD – Serviço de Proteção Social Especializado para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias SEAS – Serviço Especializado em Abordagem Social www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I SEPSR – Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua SAI – Serviço de Acolhimento Institucional SAN – Segurança Alimentar e Nutricional SAR – Serviço de Acolhimento em República SCFV – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos SCFVI – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos SEMAS – Secretaria Municipal de Assistência Social SESAN – Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SNAS – Secretaria Nacional de Assistência Social SUAS – Sistema Único de Assistência Social UIP – Unidade de Inclusão Produtiva www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................10 2. TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS............................14 2.1. Proteção Social Básica.......................................................................................................15 2.1.1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF)........................................15 2.1.2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)........................................16 2.1.3. Serviço de Proteção Social Básica em Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas..................................................................................................................................18 2.1.4. Inclusão Produtiva.....................................................................................................18 2.2. Proteção Social Especial....................................................................................................20 2.2.1. Média Complexidade..................................................................................................20 2.2.1.1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI)..................................................................................................................20 2.2.1.2. Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)......................................................................................................................20 2.2.1.3. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias..................................................................................................................21 2.2.1.4. Serviço Especializado em Abordagem Social..................................................22 2.2.1.5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.................................22 2.2.2. Alta Complexidade.....................................................................................................23 2.2.2.1. Serviço de Acolhimento Institucional............................................................23 2.2.2.2. Serviço de Acolhimento em República...........................................................25 2.2.2.3. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora.............................................25 2.2.2.4. Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.............................................................................................................26 3. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL...............................................................27 4. EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA - REGIÃO I..................................................................................28 5. ESTRUTURA FÍSICA............................................................................................................33 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 5.1. Espaço Físico.....................................................................................................................34 5.2. Acessibilidade....................................................................................................................60 5.3. Itens de Segurança.............................................................................................................73 5.4. Recursos Materiais.............................................................................................................79 5.5. Necessidades de adequação em relação à infraestrutura..................................................85 6. RECURSOS HUMANOS.......................................................................................................97 7. FUNCIONAMENTO DO EQUIPAMENTO.....................................................................121 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................155 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................161 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 1. INTRODUÇÃO Com a Constituição Federal de 1988 (CF/88) tem início a construção de uma nova concepção para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Seguridade Social, a assistência passou a ser reconhecida enquanto direito de cidadania social e política pública. Esse status de direito social lhe conferiu obrigatoriedade governamental na sua implementação, amparo legal para sua reclamação pelo cidadão, responsabilidade política dos representantes públicos na sua consolidação e ampliação. A assistência passa a fazer parte de um sistema mais amplo de proteção social, de modo que sua articulação com as demais políticas torna-se obrigatória e indispensável a fim de formar um sistema universalizado de direitos (BRASIL, 2004; BOSCHETTI, 2003). O termo “social” acrescentado à palavra assistência nos artigos 203 e 204 da CF/98, forma um conceito composto que vem ratificar a provisão gratuita e, portanto, não contributiva e desmercadorizável de bens, serviços indispensáveis à subsistência de grupos humanos submetidos à situação de pobreza (PEREIRA, 1996). Portanto, enquanto política social, a assistência não se guia pela lógica do mercado, uma vez que é concebida como não contributiva, não exigindo, portanto, contrapartida financeira de seus demandantes. Assim, não pode ser comprada e/ou vendida como mercadoria, nem gerar lucro a quem a implementa (BOSCHETTI, 2003; PEREIRA, 1996). Para regulamentar e institucionalizar os avanços alcançados na CF/88, após complexo processo de regulamentação da assistência, envolvendo também as demais políticas da Seguridade Social, em dezembro de 1993 foi promulgada a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), Lei n° 8.742/1993. As funções da referida lei são basicamente duas: assegurar o que foi declarado na Lei Maior e definir, detalhar e explicitar a natureza, o significado e o campo próprio da Assistência Social no âmbito da Seguridade Social (PEREIRA, 1996). Ressalta-se que em 2011, foi promulgada a Lei Federal nº 12.435/2011, que alterou vários artigos e adicionou outros dispositivos à LOAS. Em 2004, após amplo movimento de discussão nacional, foi aprovada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), na perspectiva de implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A regulamentação do SUAS ocorreu por meio da Norma Operacional Básica (NOB) de 2005 e, posteriormente, pela Norma Operacional Básica- 10 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Recursos Humanos (NOB-RH), de 2006. Por sua vez, com a aprovação da Lei Federal nº 12.435/2011, o SUAS antes colocado como uma orientação para os municípios, passa a ser de observância obrigatória para os órgãos gestores, bem como para os operadores do direito. Destaca-se ainda que em 2012 foi regulamentada uma nova NOB que apresentou novas concepções e avanços para o SUAS. A LOAS define os seguintes princípios da Assistência Social: I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão (BRASIL, 1993, artigo 4º). Os seus objetivos consistem na proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos; na vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; e na defesa de direitos, que visa garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. A proteção social refere-se especialmente a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de têla provida por sua família (BRASIL, 2011d, artigo 2º). A LOAS também define que a organização da assistência tem como base as seguintes diretrizes: descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo; participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações 11 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I em todos os níveis; e a primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo (BRASIL, 1993). A Assistência Social materializa-se por meio de serviços socioassistenciais distribuídos em dois níveis de proteção, a Básica e a Especial. A proteção social básica é o conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da Assistência Social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários (BRASIL, 2011d). A Proteção Social Especial é o conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direitos, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos (BRASIL, 2011d). Esse nível de proteção se divide ainda em média e alta complexidade. O primeiro visa oferecer atendimento às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiar e comunitário não foram rompidos. O segundo prevê atenção integral para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário (BRASIL, 2004). As proteções sociais básica e especial serão ofertadas pela rede socioassistencial, de forma integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de assistência social vinculadas ao SUAS. Essa vinculação é o reconhecimento pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) de que a entidade integra a rede socioassistencial. Para isso ela deve atuar em consonância com os pressupostos da LOAS; ter inscrição no Conselho Municipal ou do Distrito Federal; e integrar o sistema de cadastro de entidades (BRASIL, 2011d). É possível perceber que a construção do direito à Assistência Social é recente na história do Brasil. Embora a CF/88 tenha feito o reconhecimento legal da Assistência Social como direito, necessariamente, isso não provocou uma inversão imediata das práticas tradicionalmente associadas ao princípio do dever moral, orientado pela lógica da filantropia e da benemerência, fortemente enraizadas na cultura política brasileira. No entanto, avanços foram e têm sido conquistados, com a criação de novas legislações, normativas e orientações legais, que ora embasam as análises aqui apresentadas. No caso do município de Vitória, em 1996, a assistência teve sua estrutura e escopo de ação ampliados, conforme a Lei nº 4.294, de janeiro de 1996. Nessa época, a denominação do 12 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I órgão gestor da assistência era Secretaria Municipal de Ação Social. Em 1999, devido à alteração realizada pela Lei nº 4.937, de junho de 1999, o órgão gestor passa a ser designado como Secretaria Municipal de Ação Social, Trabalho e Geração de Renda. Por sua vez, em 2005, com a reforma administrativa feita em toda a Prefeitura, passou a assumir a denominação da política dada pela CF/88, tornando-se a Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) e reformulando também sua estrutura (SERPA et al., 2012). Desde 2005 programas, projetos, benefícios e serviços foram reordenados e outros foram implantados tendo como moldura as diretrizes de Governo e as concepções e princípios contidos nas legislações que regulamentam a Política de Assistência Social. Esse movimento culminou na criação da Lei nº 8.216, de 16 de janeiro de 2012, que instituiu o SUAS Vitória, com adequação à concepção do SUAS, organização da SEMAS de acordo com os níveis de proteção social e funções da Assistência Social (SERPA et al., 2012). Observa-se, desse modo, que foi a partir do ano de 2005 que o município de Vitória passou a implantar o SUAS na forma como foi anunciado na LOAS e mais detalhado na PNAS de 2004 e na NOB de 2005, sendo que em 2006 o município habilitou-se à gestão plena do SUAS, assumindo a gestão total das ações socioassistenciais. Ademais, a aprovação da Lei nº 8.216/2012 foi de fundamental importância para a Política de Assistência Social do Município de Vitória, pois instituiu o SUAS com a finalidade de garantir o acesso aos direitos socioassistenciais previstos em Lei. 13 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 2. TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais 1 define os serviços de proteção social básica e especial, conforme elucidado no Quadro 1: Quadro 1– Serviços da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial Proteção Social Especial Proteção Social Básica Média Complexidade Alta Complexidade a) Serviço de a) Serviço de Proteção e Atendimento a) Serviço de Acolhimento Proteção e Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI); Institucional: Atendimento Integral b) Serviço Especializado em Abordagem - Abrigo Institucional; às Famílias (PAIF); Social; - Casa-Lar; b) Serviço de c) Serviço de Proteção Social a Adolescentes - Casa de Passagem; Convivência e em Cumprimento de Medida Socioeducativa - Residência Inclusiva. Fortalecimento de de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de b) Serviço de Acolhimento em Vínculos (SCFV); Serviços à Comunidade (PSC); República; c) Serviço de d) Serviço de Proteção Social Especializado c) Serviço de Acolhimento em Proteção Social Básica para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Família Acolhedora; para Pessoas com Famílias; d) Serviço de Proteção em Situações Deficiência e Idosas. e) Serviço Especializado para Pessoas em de Calamidades Públicas e de Situação de Rua. Emergências. Fonte: Elaborado a partir da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2014a). A análise dos equipamentos dos dois níveis de proteção social da Política de Assistência Social do município de Vitória foi organizada considerando a divisão do município em 09 (nove) Regiões Administrativas. No entanto, é importante ressaltar que a assistência tem uma forma específica de territorialização, sendo esta uma das diretrizes estruturantes da gestão do SUAS: oferta capilar de serviços, baseada na lógica da proximidade do cotidiano de vida do cidadão; localização dos serviços para desenvolver seu caráter educativo e preventivo nos territórios com maior incidência de população em vulnerabilidades e riscos sociais (BRASIL, 2005). No caso do município de Vitória, foram definidos 12 territórios socioassistenciais, assim denominados: Centro, Consolação, Continental, Inhanguetá, Itararé, Jucutuquara, Maruípe, Praia do Canto, Santa Martha, Santo Antônio, São Pedro I e São Pedro II (VITÓRIA, 2013). O fato da Região Administrativa não contar com algum equipamento público da proteção social básica e/ou especial, não significa que o munícipe está descoberto. Ao mesmo tempo, a área de abrangência de determinado equipamento pode ser diferente dos bairros abrangidos em determinada Região Administrativa. 1 A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais descreve os serviços da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial. Texto da Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009. Publicada no Diário Oficial da União em 25 de novembro de 2009. 14 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 2.1. PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA 2.1.1 Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) O PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo. Tem por princípios norteadores a universalidade e gratuidade de atendimento, cabendo exclusivamente à esfera estatal sua implementação. É um serviço que deve ser executado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) (BRASIL, 2014a). O CRAS é o lugar de convergência de diferentes ações e não se limita a um serviço apenas. Trata-se de uma unidade pública estatal de base territorial, localizado em áreas consideradas de vulnerabilidade social. Por se tratar do primeiro nível de proteção social, este equipamento é considerado porta de entrada dos usuários que procuram os serviços da Assistência Social. Tem como objetivo garantir a atenção integral à família e efetivar a referência e contra referência do usuário na rede socioassistencial do SUAS, bem como a articulação com as outras políticas públicas (BRASIL, 2004; BRASIL, 2011d). No município de Vitória, o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) é executado nos 12 CRAS do município, conforme disposto no Quadro 2: Quadro 2 – Oferta do PAIF Localização segundo Regiões Administrativas Unidade ofertante do PAIF Região I Região II Região III CRAS “Parque Moscoso” – Região Centro CRAS “Emílio Francisco da Vitória” – Região Inhanguetá CRAS “Valnecir Patrocínio dos Santos” – Região Santo Antônio CRAS “José dos Santos” – Região Consolação CRAS “Maria da Glória Monteiro Alves” – Região Jucutuquara CRAS “Emílio Francisco da Vitória” – Região Itararé Região IV CRAS “Claudinor Lopes Pereira” – Região Maruípe CRAS “Alaides dos Anjos” – Região Santa Martha Região V CRAS “Olga Maria da Penha Ribeiro” – Região Praia do Canto Região VI CRAS “Adriana dos Santos Alves” – Região Continental 15 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I CRAS “Isaltino Alves” – Região São Pedro I Região VII CRAS “Judite Francisco Venâncio” – Região São Pedro II Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) e Lei municipal nº 8.847/2015. A Lei nº 8.216/2012 (Lei do SUAS Vitória) estabeleceu em seu § 3º, artigo 15, que os CRAS receberão denominação indicada pelos moradores dos territórios onde se situam, dentre os personagens significativos para a história local, após amplo debate e escolha consensual. Nesse ínterim, entrou em vigor em agosto de 2015 a Lei nº 8.847/2015 proposta pelo Poder Executivo que cria e denomina os CRAS do município de Vitória. 2.1.2 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) O SCFV é realizado em grupos, organizado a partir de percursos, de modo a garantir aquisições progressivas aos seus usuários, de acordo com o seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de risco social. Pode ser executado nos CRAS, nos centros da criança, adolescentes, juventude e idosos, mas referenciados aos CRAS (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para crianças até 06 anos: tem por foco o desenvolvimento de atividades com crianças, familiares e comunidade, para fortalecer vínculos e prevenir ocorrência de situações de exclusão social e de risco, em especial a violência doméstica e o trabalho infantil, sendo um serviço complementar e diretamente articulado ao PAIF (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos: tem por foco a constituição de espaço de convivência, formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes, a partir dos interesses, demandas e potencialidades dessa faixa etária (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para adolescentes e jovens de 15 a 17 anos: tem por foco o fortalecimento da convivência familiar e comunitária e contribui para o retorno e permanência dos adolescentes e jovens na escola, por meio do desenvolvimento de atividades que estimulem a convivência social, a participação cidadã e uma formação geral para o mundo do trabalho (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para jovens de 18 a 29 anos: tem por foco o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, na proteção social, assegurando espaços de referência para o 16 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I convívio grupal, comunitário e social e o desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para adultos de 30 a 59 anos: tem por foco o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, desenvolvendo ações complementares, assegurando espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social, e o desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e encontros intergeracionais (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para idosos: tem por foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidade, no fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social (BRASIL, 2014a). No município de Vitória, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é executado no Centro de Convivência para a Terceira Idade (CCTI), nos coletivos do Projovem, no Projeto Caminhando Juntos (CAJUN), no Núcleo de Integração Social para Pessoa Idosa (NISPI), no Núcleo Afro Odomodê, no Centro de Referência da Juventude (CRJ) e no Centro de Referência da Pessoa com Deficiência (CRPD), conforme disposto no Quadro 3: Quadro 3 – Oferta do SCFV SCFV Localização segundo Regiões Administrativas CCTI Centro Região I Projovem Centro – CRAS Região Centro Cajun Bela Vista Projovem Inhanguetá – CRAS Região Inhanguetá Região II Projovem Santo Antônio – CRAS Região Santo Antônio NISPI CRJ Cajun Consolação Cajun Romão Região III Cajun Jaburu Cajun Do Quadro Projovem Consolação – CRAS Região Consolação Projovem Jucutuquara – CRAS Região Jucutuquara Núcleo Afro Odomodê Cajun Engenharia/Itararé Cajun Andorinhas Região IV Cajun Bonfim Cajun Da Penha Projovem Itararé – CRAS Região Itararé Projovem Maruípe – CRAS Região Maruípe Cajun Praia do Suá Região V Projovem Praia do Canto – CRAS Região Praia do Canto CRPD Região VI CCTI Maria Ortiz 17 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Cajun Solon Borges Projovem Continental – CRAS Região Continental I Cajun Santo André Cajun Nova Palestina Região VII Projovem São Pedro I– CRAS Região São Pedro I Projovem São Pedro II – CRAS Região Resistência Região VIII CCTI Jardim Camburi Região IX CCTI Jardim da Penha Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória e informações da SEMAS (PMV). 2.1.3 Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas O Serviço tem por finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais dos usuários. Visa a garantia de direitos, o desenvolvimento de mecanismos de inclusão social, a equiparação de oportunidades e a participação e o desenvolvimento da autonomia das pessoas com deficiência e pessoas idosas, a partir de suas necessidades e potencialidades individuais e sociais, prevenindo situação de risco, a exclusão e o isolamento (BRASIL, 2014a). Apesar da Lei nº 8.216/2012 contemplar em seu artigo 16 que os CRAS ofertarão dentre outros serviços, o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosos, este ainda não está sendo executado pelo município. 2.1.4 Inclusão Produtiva A LOAS define em seu artigo 25 e 26 que os projetos de enfrentamento da pobreza compreendem a instituição de investimento econômico e social nos grupos populares, buscando subsidiar financeira e tecnicamente iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida, a preservação do meio-ambiente e sua organização social. A partir dessas considerações, a SEMAS considerou a inclusão produtiva como uma de suas estratégias de construção da autonomia das famílias (SERPA et al., 2012). A inclusão produtiva entrou na agenda da SEMAS por meio da Feira Arte & Natal, apoiada pela Secretaria a partir de 2005, do projeto “Cidade Viva”, desenvolvido entre 2006 e 2008, e dos CRAS, a partir da experiência das oficinas motivacionais (SERPA et al., 2012). Segundo Lima (2013), as atividades de inclusão produtiva no município de Vitória foram 18 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I implementadas oficialmente em 2009 com a formação de uma equipe específica e com investimento em recursos próprios. Cada estratégia de ação da inclusão produtiva no município de Vitória possui o seu objetivo específico, tais como: a) Unidades de Inclusão Produtiva: implementar Unidades de Inclusão Produtiva no município de Vitória; b) Grupos Produtivos: mapear, apoiar a organização e o fortalecimento de grupos produtivos; c) Comercialização: viabilizar canais e espaços de divulgação dos serviços e comercialização dos produtos; d) Formação: investir no processo de formação (habilidade específica e de gestão) com o fortalecimento de conhecimentos, de habilidades e de competências, a fim de encaminhar e inserir o usuário no mercado de trabalho (LIMA, 2013). Foram criadas no município de Vitória 2 (duas) Unidades de Inclusão Produtivas (UIP) (Quadro 4). Segundo Serpa et al. (2012), as UIPs fazem a mediação entre o desenvolvimento das capacidades individuais e sociais das pessoas e o mundo do trabalho e da geração de renda, seja do trabalho formal ofertado pelo mercado, seja do que resulta da iniciativa individual ou da produção solidária. Quadro 4 – Equipamentos de Inclusão Produtiva Localização segundo Regiões Administrativas Unidade ofertante Região II Unidade de Inclusão Produtiva Santo Antônio Região VII Unidade de Inclusão Produtiva São Pedro Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV). 19 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 2.2 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL 2.2.1 Média Complexidade 2.2.1.1 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) O PAEFI é um serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social (BRASIL, 2014a). O PAEFI deve ser executado por todos os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou regional, destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções especializadas da proteção social especial (BRASIL, 2004; BRASIL, 2011d). No município de Vitória, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) é executado nas seguintes unidades, conforme Quadro 5: Quadro 5 – Oferta do PAEFI Localização segundo Regiões Administrativas Unidade ofertante do PAEFI Região I CREAS Centro Região III CREAS Bento Ferreira Região IV CREAS Maruípe Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV). 2.2.1.2 Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) Este Serviço tem por finalidade prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas judicialmente. Deve contribuir para o acesso a direitos e para a ressignificação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes e jovens. Para a oferta do serviço faz-se necessário a observância da responsabilização face ao ato infracional praticado, cujos direitos e 20 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I obrigações devem ser assegurados de acordo com as legislações e normativas específicas para o cumprimento da medida (BRASIL, 2014a). Deve ser ofertado pelo CREAS, nas localidades onde se identificar demanda, articulando ações complementares com a rede socioassistencial. No caso de possuir mais de uma Unidade CREAS, o município tem autonomia para a definição daquelas unidades que deverão ofertar este Serviço, observada a relação com o território (BRASIL, 2011b). No município de Vitória, o Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) é executado nos CREAS do município, como é possível observar no Quadro 6: Quadro 6 – Oferta do LA e PSC Localização segundo Regiões Administrativas Unidade ofertante do LA e PSC Região I CREAS Centro Região III CREAS Bento Ferreira Região IV CREAS Maruípe Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV). 2.2.1.3 Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias Trata-se de um Serviço para oferta de atendimento especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos com algum grau de dependência, que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos, tais como: exploração de imagem, isolamento, confinamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas no seio da família, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cuidador, desvalorização da potencialidade/capacidade da pessoa, dentre outras que agravam a dependência e comprometem o desenvolvimento da autonomia. O serviço pode ser executado no domicílio do usuário, no centro dia, no CREAS ou em Unidade Referenciada (BRASIL, 2014a). No município de Vitória, o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias (SEAD) é executado nos CREAS, como apresentado no Quadro 7. 21 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 7 – Oferta do SEAD Localização segundo Regiões Administrativas Unidade ofertante do SEAD Região I CREAS Centro Região III CREAS Bento Ferreira Região IV CREAS Maruípe Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) e informações da SEMAS. 2.2.1.4 Serviço Especializado em Abordagem Social Serviço ofertado, de forma continuada e programada, com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras. De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, ele deve ser executado nos CREAS ou unidade específica referenciada ao CREAS (BRASIL, 2014a). No município de Vitória, o Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) é executado em dois CREAS do município, vide Quadro 8: Quadro 8 – Oferta do SEAS Localização segundo Regiões Administrativas Unidade ofertante do SEAS Região I CREAS Centro Região III CREAS Bento Ferreira Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) e informações da SEMAS. 2.2.1.5 Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua É um Serviço ofertado para pessoas que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência. Tem a finalidade de assegurar atendimento e atitudes direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e/ou familiares que oportunizem a construção de novos projetos de vida. A unidade de atendimento é o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) (BRASIL, 2014a). No município de Vitória, o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua (SEPSR) é executado nos CREAS ou no Centro POP, a depender da faixa etária, conforme Quadro 9: 22 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 9 – Oferta do SEPSR Localização segundo Regiões Administrativas Unidade ofertante do SEPSR Região I CREAS Centro: Crianças e adolescentes Região II CENTRO POP: Adultos Região III CREAS Bento Ferreira: Crianças e adolescentes Região IV CREAS Maruípe: Crianças e adolescentes Fonte: Elaborado a partir do site da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) e informações da SEMAS. 2.2.2 Alta Complexidade 2.2.2.1 Serviço de Acolhimento Institucional Trata-se de acolhimento em diferentes tipos de equipamentos, destinados a famílias e/ou indivíduos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, a fim de garantir proteção integral. A organização do serviço deverá garantir privacidade, o respeito aos costumes, às tradições e à diversidade de: ciclos de vida, arranjos familiares, raça/etnia, religião, gênero e orientação sexual (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para crianças e adolescentes: acolhimento provisório excepcional para crianças e adolescentes de ambos os sexos, inclusive crianças e adolescentes com deficiência, com medida de proteção e em situação de risco pessoal e social, cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção. O serviço pode funcionar nas seguintes unidades: Casa-Lar e Abrigo Institucional (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para adultos e famílias: acolhimento provisório com estrutura para acolher com privacidade pessoas do mesmo sexo ou grupo familiar. É previsto para pessoas em situação de rua e desabrigo por abandono, migração e ausência de residência ou pessoas em trânsito e sem condições de auto sustento. O serviço pode funcionar nas seguintes unidades: Abrigo Institucional e Casa de Passagem (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para mulheres em situação de violência: acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, em situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar, causadora de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral. O serviço pode funcionar na seguinte unidade: Abrigo Institucional (BRASIL, 2014a). 23 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Descrição específica do Serviço para jovens e adultos com deficiência: acolhimento destinado a jovens e adultos com deficiência, cujos vínculos familiares estejam rompidos ou fragilizados. É previsto para jovens e adultos com deficiência que não dispõem de condições de auto sustentabilidade, de retaguarda familiar temporária ou permanente ou que estejam em processo de desligamento de instituições de longa permanência. O serviço pode funcionar na seguinte unidade: Residência Inclusiva (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para idosos: acolhimento para idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, independentes e/ou com diversos graus de dependência. A natureza do acolhimento deverá ser provisória e, excepcionalmente, de longa permanência quando esgotadas todas as possibilidades de auto sustento e convívio com os familiares. É previsto para idosos que não dispõem de condições para permanecer com a família, com vivência de situações de violência e negligência, em situação de rua e de abandono, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. O serviço pode funcionar nas seguintes unidades: Casa-Lar e Abrigo Institucional (Instituição de Longa Permanência para Idosos – ILPI) (BRASIL, 2014a). No município de Vitória, o Serviço de Acolhimento Institucional (SAI) é executado nas seguintes unidades, apresentadas no Quadro 10: Quadro 10 – Oferta do SAI Localização segundo Regiões Administrativas Região I Unidade ofertante do SAI Hospedagem Noturna para Adultos Casa de Acolhida II Centro de Vivência I – Casa Rosa Região II Centro de Vivência III – Casa Verde Centro de Vivência IV Albergue Noturno para Migrantes Região III Casa Lar I Centro de Vivência V Centro de Vivência II Região IV Casa de Acolhida I Alojamento Provisório para Famílias Região VI Abrigo para População em Situação de Rua Região VIII Casa Lar II Fonte: Elaborado a partir de informações da SEMAS. 24 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 2.2.2.2 Serviço de Acolhimento em Repúblicas Trata-se de um serviço que oferece proteção, apoio e moradia a grupos de pessoas maiores de 18 anos em estado de abandono, situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e sem condições de moradia e auto sustentação (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para jovens: destinado, prioritariamente, a jovens entre 18 e 21 anos, após desligamento de serviços de acolhimento para crianças e adolescentes ou em outra situação que demande este serviço. Possui tempo de permanência limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual formulado em conjunto com o profissional de referência (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para adultos em processo de saída das ruas: destinado a pessoas adultas em fase de reinserção social, que estejam em processo de restabelecimento dos vínculos sociais e construção de autonomia. Possui tempo de permanência limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual formulado em conjunto com o profissional de referência. As repúblicas devem ser organizadas em unidades femininas e unidades masculinas (BRASIL, 2014a). Descrição específica do Serviço para idosos: destinado a idosos que tenham capacidade de gestão coletiva da moradia e condições de desenvolver, de forma independente, as atividades da vida diária, mesmo que requeiram o uso de equipamentos de autoajuda (BRASIL, 2014a). No município de Vitória, o Serviço de Acolhimento em República (SAR) é executado na unidade apresentada no Quadro 11: Quadro 11 – Oferta do SAR Localização segundo Regiões Administrativas Região III Unidade ofertante do SAR Casa República Fonte: Elaborado a partir de informações da SEMAS. 2.2.2.3 Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora Serviço que organiza o acolhimento de crianças e adolescentes, afastados da família por medida de proteção, em residência de famílias acolhedoras cadastradas. É previsto até que seja possível o retorno à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para 25 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I adoção. O serviço é o responsável por selecionar, capacitar, cadastrar e acompanhar as famílias acolhedoras, bem como realizar o acompanhamento da criança e/ou adolescente acolhido e sua família de origem. A Tipificação Nacional prevê que a unidade de oferta deste serviço deverá ser uma unidade de referência da proteção social especial e residência da Família Acolhedora (BRASIL, 2014a). No município de Vitória, este Serviço é executado na SEMAS, por uma coordenação específica. 2.2.2.4 Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências O Serviço promove apoio e proteção à população atingida por situações de emergência e calamidade pública, com a oferta de alojamentos provisórios, atenções e provisões materiais, conforme as necessidades detectadas. Deve assegurar a realização de articulações e a participação em ações conjuntas de caráter intersetorial para a minimização dos danos ocasionados e o provimento das necessidades verificadas. Devem ser unidades referenciadas ao órgão gestor da Assistência Social e seu período de funcionamento é durante a ocorrência das situações de emergência e de calamidades públicas, mediante a mobilização de equipe de prontidão escalonada pelo regime de plantão, a ser acionada em qualquer horário e dia da semana (BRASIL, 2014a). O município de Vitória conta com dois alojamentos provisórios de famílias. Além disso, as ações de Defesa Civil são coordenadas pela SEMAS, por meio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC). As principais atividades são o monitoramento e mapeamento das áreas de risco, definição de ações para redução dos desastres, elaboração do Plano de Contingência, elaboração de laudos técnicos de análise de risco, treinamento e capacitação e campanhas educativas (VITÓRIA, 2013). 26 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 3. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Segundo a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOAN), nº 11.346, de setembro de 2006, por Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) entende-se a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. No âmbito de atuação do MDS, compete à Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN) planejar, implementar, coordenar, supervisionar e acompanhar programas, projetos e ações de SAN, de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, estabelecidas pelo Decreto nº 7.272/2010. As ações da SESAN estão estruturadas em três eixos: a) produção; b) comercialização e c) consumo. No município de Vitória, a Secretaria Municipal de Assistência Social possui uma Gerência de Segurança Alimentar e Nutricional (GSAN) responsável pelas ações nessa área. O município possui os seguintes equipamentos na área de segurança alimentar, identificados no Quadro 12: Quadro 12 – Equipamentos na área de Segurança Alimentar e Nutricional Equipamentos de SAN Localização segundo as Regiões Administrativas Região III Restaurante Popular Região IX Banco de Alimentos Fonte: Elaborado a partir de informações da SEMAS. 27 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 4. EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – REGIÃO I Considerando os serviços previstos na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2014a) e a divisão do município de Vitória por Regiões Administrativas, é possível localizar na Região I, 04 (quatro) equipamentos da Política de Assistência Social, sendo 02 (dois) da Proteção Social Básica (Centro de Referência de Assistência Social Região Centro e Centro de Convivência para a Terceira Idade Centro) e 02 (dois) equipamentos da Proteção Social Especial (Centro de Referência Especializado da Assistência Social e Hospedagem Noturna para Adultos), conforme Quadro 13: Quadro 13 – Equipamentos da Política de Assistência Social (Região I) Equipamentos da Proteção Social Especial Equipamentos da Proteção Social Básica Média Complexidade Alta Complexidade Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Região Centro Centro de Convivência para a Centro de Referência Especializado da Hospedagem Noturna Assistência Social (CREAS) para Adultos Terceira Idade (CCTI) Centro Fonte: Elaboração a partir dos dados da SEMAS. Para análise dos equipamentos públicos municipais da Política de Assistência Social da Região I, foram considerados os questionários aplicados no CRAS Região Centro, CCTI Centro, CREAS Centro e Hospedagem Noturna pelo Fiscaliza Vitória e registros fotográficos realizados durante as visitas de fiscalização. Além disso, foram realizas visitas técnicas2 aos equipamentos da Região I para conferência e levantamento de informações. A título de complementação e comparação dos dados, também foi considerado o Censo SUAS referente ao ano de 20143. Com exceção do CREAS Centro, os demais equipamentos públicos receberam três visitas no período de 2013 a 2015, conforme exposto no Quadro 14. 2 As visitas técnicas foram realizadas pela Analista Legislativo – Serviço Social da CMV, juntamente com outra servidora do Departamento de Fiscalização e Relações Comunitárias, nas seguintes datas: 27 de maio de 2015 – CRAS Região Centro; 17 de junho de 2015 – CCTI Centro; 18 de junho de 2015 – CREAS Centro; 02 de julho de 2015 – Hospedagem Noturna. 3 O Censo SUAS é um processo de monitoramento que coleta dados por meio de um formulário eletrônico preenchido pelas Secretarias e Conselhos de Assistência Social dos Estados e Municípios. É realizado anualmente desde 2007, por meio de uma ação integrada entre a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) e a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) e foi regulamentado pelo Decreto nº 7.334, de 19 de outubro de 2010. 28 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Equipamentos CRAS Região Centro CCTI Centro CREAS Centro Hospedagem Noturna Quadro 14 – Visitas realizadas aos equipamentos da Região I 1º Ciclo de Visitas 2º Ciclo de Visitas X X X X X X X Fonte: Elaboração própria. Visita Técnica X X X X No Mapa 1 é possível identificar a localização dos equipamentos da Política de Assistência Social na Região I. Mapa 1 – Localização dos equipamentos da Assistência Social (Região I) Conforme já elucidado, embora a organização da análise sobre os equipamentos tenha considerado a divisão político-administrativa do município de Vitória, registra-se que a Assistência Social do município está sistematizada conforme outra configuração de territórios de abrangência e atendimento. Estes territórios organizam os 79 bairros do município e os equipamentos e serviços da Assistência Social. Há 12 territórios de assistência que são atendidos por 12 CRAS respectivamente. Estes territórios se agrupam em 03 (três) regiões para a organização dos serviços de média complexidade, coordenados pelos CREAS, vide Quadro 15 (VITÓRIA, 2012). 29 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 15 – Territórios Socioassistenciais do Município de Vitória Território de abrangência Do Cabral, Do Quadro, Do Moscoso, Centro, Fonte Grande, Ilha do Príncipe, Centro Parque Moscoso, Piedade, Santa Clara, Vila Rubim. Inhanguetá Bela Vista, Estrelinha, Grande Vitória, Universitário, Inhanguetá. I Centro Jucutuquara Fradinhos, Cruzamento, Forte São João, Jucutuquara, Romão. Santo Ariovaldo Favalessa, Caratoíra, Mario Cypreste, Santa Tereza, Santo Antônio. Antônio Consolação Consolação, Gurigica, Horto, De Lourdes, Nazareth. Aeroporto, Antônio Honório, Boa Vista, Goiabeiras, Jardim da Penha, Jardim Continental Camburi, Jabour, Maria Ortiz, Mata da Praia, Morada de Camburi, Parque II Industrial, Pontal de Camburi, República, Segurança do Lar, Sólon Borges. Bento Itararé Itararé, São Benedito, Da Penha. Ferreira Barro Vermelho, Bento Ferreira, Enseada do Suá, Ilha de Santa Maria, Ilha do Frade, Praia do Ilha do Boi, Monte Belo, Jesus de Nazareth, Praia do Canto, Praia do Suá, Santa Canto Helena, Santa Lúcia, Santa Luíza. Maruípe Maruípe, Santa Cecília, Santos Dumont, Bonfim, São Cristovão e Tabuazeiro. Santa Andorinhas, Joana D’Arc, Santa Martha. III Martha Maruípe São Pedro I Comdusa, Ilha das Caieiras, Redenção, Santo André, São José, São Pedro. São Pedro II Conquista, Nova Palestina, Resistência, Santos Reis. Fonte: Elaborado a partir do documento “Perfil de Vulnerabilidade Social do Município de Vitória” (VITÓRIA, 2012). CREAS CRAS Sobre o diagnóstico socioterritorial, instrumento importante para identificação e análise dos territórios socioassistenciais, a NOB SUAS/2012 identifica que deve haver no Plano Municipal uma parte destinada a esse diagnóstico. Segundo essa Norma, o diagnóstico deve ser realizado a cada quadriênio e “tem por base o conhecimento da realidade a partir da leitura dos territórios, microterritórios ou outros recortes socioterritoriais que possibilitem identificar as dinâmicas sociais, econômicas, políticas e culturais que os caracterizam, reconhecendo as suas demandas e potencialidades” (BRASIL, 2012, p. 11). Segundo a NOB SUAS/2012, a realização do diagnóstico socioterritorial requer: 1. Processo contínuo de investigação das situações de risco e vulnerabilidade social presentes nos territórios, acompanhado da interpretação e análise da realidade socioterritorial e das demandas sociais que estão em constante mutação, estabelecendo relações e avaliações de resultados e de impacto das ações planejadas; 2. Identificação da rede socioassistencial disponível, bem como de outras políticas com a finalidade de planejar a articulação das ações em resposta às demandas identificadas e a implantação de serviços e equipamentos necessários; 3. Reconhecimento da oferta e da demanda por serviços socioassistenciais e definição de territórios prioritários para a atuação da Política de Assistência Social; 4. Utilização de dados territorializados disponíveis nos sistemas oficiais de informações (BRASIL, 2012, p. 11). 30 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Desse modo, é possível perceber a importância desse diagnóstico ser realizado pela SEMAS com periodicidade definida, de modo a subsidiar o planejamento e avaliação das ações na área da Assistência Social4. Considerando a territorialização da Assistência Social, apresentamos a seguir os equipamentos públicos analisados na Região I: Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Região Centro Área de Abrangência Endereço Centro, Do Cabral, Do Quadro, Do Moscoso, Fonte Grande, Ilha do Príncipe, Parque Moscoso, Piedade, Santa Clara, Vila Rubim. Rua Loren Reno, nº 115, Parque Moscoso. Cep: 29018-120 Vitória/ES [email protected]. br (27) 3132-8190/8074 Centro de Convivência para a Terceira Idade (CCTI) Centro Área de Abrangência Endereço Todos os bairros do Município de Vitória. Rua Coronel Monjardim, nº 147, Centro. Cep: 29.015-500 Vitória/ES convivenciaidoso@yahoo .com.br (27) 3381-3416 4 Em reunião com a SEMAS foi avaliado que embora a implantação dos equipamentos da Assistência Social tenha sido precedida por um processo de avaliação dos gestores, debate e análise, não há um documento que consubstancie as discussões que foram realizadas para definição da territorialização da assistência e um possível diagnóstico. Embora a definição dos territórios tenha sido aprovada pelo Conselho Municipal de Assistência Social. 31 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) Centro Área de Abrangência Endereço Ariovaldo Favalessa, Bela Vista, Caratoíra, Centro, Cruzamento, Do Cabral, Do Quadro, Do Moscoso, Estrelinha, Fonte Grande, Forte São João, Fradinhos, Grande Vitória, Ilha do Príncipe, Inhanguetá, Jucutuquara, Mario Cypreste, Parque Moscoso, Piedade, Romão, Santa Clara, Santa Tereza, Santo Antônio, Universitário, Vila Rubim. Avenida Aristides Freire, 36, Centro. Cep: 29.015-290 Vitória/ES [email protected] a.es.gov.br (27) 3132-8065/8073 Hospedagem Noturna Área de Abrangência Todos os bairros do Município de Vitória. Endereço Rua José Marcelino, 175. Cep: 29015-120 Vitória/ES alberguepmvadra@ho tmail.com (27) 3022-0254 32 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 5. ESTRUTURA FÍSICA Entende-se que o objetivo da análise sobre a estrutura física não deve ser avaliar se ela é adequada ou não por si mesma, mas se ela é ou não adequada para que essa política pública alcance seus objetivos finalísticos: [...] prover serviços para famílias, indivíduos ou grupos que deles necessitem; contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais, em área urbana e rural; e assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família e que garantam a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2009a, p. 07). Partindo desse princípio, seria necessário considerar alguns aspectos para análise dos espaços necessários para os equipamentos. É importante compreender como a equipe desenvolve suas várias atividades, o número de famílias e/ou indivíduos atendidos e acompanhados, a capacidade de atendimento anual, a composição da equipe, e ainda, as metodologias de trabalho utilizadas, que podem ser diferentes de equipamento para equipamento, alterando diretamente a forma de uso do espaço físico. O ideal seria que todos esses aspectos fossem considerados antes mesmo da implantação dos equipamentos, com planejamento anterior da Secretaria Municipal de Assistência Social. Compreende-se a importância da implementação dos equipamentos ser precedida de estudo, com diagnóstico que permita conhecer as especificidades dos territórios, da demanda por cada serviço, das necessidades da população, do mapeamento da rede, de modo a evitar sobreposição de ações. Este diagnóstico pode subsidiar o planejamento, a localização e a implementação de cada equipamento, com previsão do espaço físico com acessibilidade e recursos humanos suficientes e capacitados para implantação e manutenção de cada serviço. Considerando todos os aspectos que foram elencados, não será possível realizar uma avaliação aprofundada sobre a estrutura física necessária a cada equipamento, tendo em vista a limitação dos dados. No entanto, é possível realizar alguns apontamentos sobre os espaços físicos dos equipamentos públicos da Política de Assistência Social da Região I, a partir das orientações e referências divulgadas pelo MDS. Cabe destacar que o próprio Ministério indica que os espaços sugeridos não devem limitar ou esgotar as possibilidades de organização da estrutura física do equipamento, sendo possível agregar outros espaços para qualificar o seu funcionamento. 33 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 5.1 ESPAÇO FÍSICO CRAS Região Centro A partir das pesquisas sobre “A adequação do espaço físico do CRAS à política do MDS” e “A interrelação do CRAS e outros equipamentos da rede socioassistencial do SUAS e sobre os aspectos regulatórios pertinentes aos seus espaços físicos”5, o MDS orienta que a instalação dos CRAS se dê preferencialmente em imóvel estatal, em especial adquirido pela gestão municipal para essa finalidade. As pesquisas identificaram [...] que a propriedade do imóvel é importante para que a unidade se constitua como referência para a população. Ademais, o imóvel deve possuir características dimensionais e ambientais adequadas, elementos que podem mais facilmente ser resolvidos em imóveis públicos, com construção ou reformas (BRASIL, 2009a, p. 48). A construção de novos CRAS com estruturas físicas inteiramente adequadas é o ideal, mas nem sempre é possível de ser alcançada imediatamente pelas prefeituras, considerando o espaço urbano, os recursos financeiros e os prazos para cobertura da área a ser referenciada. Nesse ínterim, a adoção de soluções não ideais, mas possíveis, como a utilização de locação ou da cessão de imóveis para instalação dos CRAS, ou ainda, a aquisição de imóveis com tipologia arquitetônica imprópria, em geral residencial, tem sido prática recorrente. No entanto, as constatações vinculadas à hipótese de que imóveis alugados ou cedidos, portanto sujeitos a eventuais mudanças para devolução do imóvel, põem em risco um ato importante que é a identificação do “lugar” do CRAS perante os usuários, reforçam a ideia de que [...] definir uma estratégia de transferência de CRAS em imóveis locados, cedidos ou mesmo próprios, mas não inteiramente compatíveis – especialmente nos casos de imóveis originalmente residenciais –, é um desafio integrante do planejamento municipal de assistência social (BRASIL, 2009a, p. 24). 5 Foram desenvolvidos estudos de caso sobre “A adequação do espaço físico do CRAS à política do MDS” e sobre “A interrelação do CRAS e outros equipamentos da rede socioassistencial do SUAS e sobre os aspectos regulatórios pertinentes aos seus espaços físicos” que, a despeito das limitações estatísticas desses estudos, levantaram evidências, positivas e negativas, quanto ao “estado da arte” desses equipamentos. Entre projetos arquitetônicos analisados e unidades visitadas, mais de 80 CRAS foram conhecidos, avaliados e comparados nesses estudos. Foi com base nas reflexões que eles suscitaram e nas sinalizações que eles emitiam, que se organizou a publicação “CRAS: a melhoria da estrutura física para o aprimoramento dos serviços e orientações para gestores e projetistas municipais” (BRASIL, 2009a). 34 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I O CRAS Região Centro ocupa um imóvel próprio da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), disponibilizado pela Secretaria Municipal de Educação (SEME). Não se trata, portanto, de um imóvel criado para funcionamento do CRAS, mas adaptado para essa finalidade. O MDS indica que os CRAS devem receber identificação por meio de uma placa, de modo a garantir a visibilidade da unidade e o acesso facilitado das famílias, bem como sua vinculação ao SUAS. Orienta-se ainda que o equipamento deva ter a mesma nomenclatura em todo o país (BRASIL, 2009a). Observa-se através da Tabela 1 que a nível nacional 85,1% dos CRAS já estão com identificação conforme o modelo padronizado pelo MDS, enquanto apenas 10,8% possuem outro modelo de identificação que consta o nome Centro de Referência de Assistência Social. No segundo ciclo de visita de fiscalização, o CRAS Região Centro contava com um banner como identificação, no entanto, constatou-se durante a visita técnica que o equipamento não contava com nenhuma identificação. Tabela 1 – Identificação dos CRAS Quantidade de Cras % Não Possui 285 3,5 Sim, conforme o modelo padronizado pelo MDS 6884 85,1 873 10,8 46 0,6 8088 100,00 Sim, em outro modelo, mas com o nome Centro de Referência de Assistência Social Sim, em outro modelo, sem o nome Centro de Referência de Assistência Social Total Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Sobre os espaços do CRAS, o MDS indica a necessidade de adequada iluminação, ventilação, conservação, privacidade, salubridade, limpeza e acessibilidade em todos seus ambientes, e define alguns espaços importantes para o funcionamento do equipamento, tais como recepção, sala de atendimento, sala de uso coletivo, sala administrativa, almoxarifado, copa e banheiros. Esclarece em que consiste cada espaço citado, conforme o Quadro 16: 35 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Recepção Sala de atendimento Sala de uso coletivo Quadro 16 – Espaços indicados pelo MDS para os CRAS Espaço destinado à espera, transição, encaminhamentos, acolhimento e atendimento inicial de famílias e indivíduos. Espaço destinado ao atendimento individualizado de famílias e indivíduos. Espaço que deve permitir uso múltiplo e otimizado, destinado à realização de atividades coletivas, com prioridade para a realização de atividades com grupos de famílias, do PAIF. Espaço destinado às atividades administrativas, tais como registro de informações, produção de Sala dados, arquivo de documentos, alimentação de sistemas de informação. É um espaço para uso administrativa da coordenação e dos profissionais do CRAS. Espaços para armazenamento de produtos alimentícios, quando o CRAS fornece alimentação a Almoxarifados públicos determinados, e almoxarifados de material pedagógico e de suporte a atividades coletivas. Espaço de preparo de lanches oferecidos aos usuários, em especial no decorrer do Copa ou desenvolvimento de grupos de famílias ou serviços de convivência, bem como para o uso da cozinha equipe de referência do CRAS. Banheiros de uso feminino e masculino, bem como banheiros que garantam a acessibilidade Banheiros para pessoas com deficiência. Fonte: Elaborado a partir das seguintes referências: BRASIL, 2009a; BRASIL, 2009b, BRASIL, 2014a. Cabe ressaltar que em caso de imóveis cedidos e/ou alugado, que não foram construídos e planejados com a finalidade de funcionamento de um CRAS, o MDS recomenda que ao menos os seguintes critérios sejam observados: imóveis que favoreçam a acessibilidade; que apresentem pelo menos um espaço com capacidade igual ou superior a 30 pessoas; que apresentem quantidade mínima de espaços compatíveis com o programa mínimo do CRAS e com as exigências espaciais dos novos serviços a serem ofertados; e imóveis que apresentem maior visibilidade e atratividade (BRASIL, 2009a). Denotando, desse modo, o cuidado que deve haver na escolha do espaço que vai ser alugado ou cedido para abrigar este equipamento público. Tendo como parâmetro as orientações expostas, foi possível identificar a partir dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória e dos registros fotográficos realizados durante as visitas de fiscalização, que o CRAS Região Centro possui 05 (cinco) salas de atendimento particularizado, 04 (quatro) salas de uso coletivo, 01 (uma) sala administrativa da coordenação e 01 (uma) sala da equipe técnica, 05 (cinco) banheiros, almoxarifado de alimentos, de cesta básica, de materiais, conforme disposto no Quadro 17. 36 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 1º Pavimento 01 Recepção 01 Sala de atendimento particularizado Quadro 17 – Espaço físico do CRAS Região Centro 2º Pavimento 3º Pavimento 01 Sala da coordenação 03 Salas de atendimento 01 Banheiro unissex 01 Sala da equipe técnica 01 Cozinha 01 Almoxarifado para cesta básica 03 Salas de uso coletivo 01 Sala utilizada como depósito6 01 Banheiro masculino 01 Banheiro feminino 01 Banheiro unissex 01 Refeitório 01 Almoxarifado de alimentos 01 Banheiro para funcionários 01 Sala utilizada como depósito 01 Sala de atendimento particularizado 01 Sala de uso coletivo Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Durante a aplicação dos questionários, as condições da sala dos técnicos, cozinha e almoxarifado de alimentos foram consideradas regulares e as salas de atendimento foram avaliadas como boas. O principal aspecto levantado em relação a esses espaços diz respeito à falta de ventilação, ocasionando certo desconforto dos profissionais e usuários atendidos, principalmente no período do verão. Apesar da sala dos técnicos contar com ventilador de teto, observou-se durante as visitas de fiscalização que os profissionais precisam recorrer a suporte de ventiladores de chão. Destaca-se, ainda, que algumas salas contam com suporte para instalação de arcondicionado, o que poderia facilitar a climatização desses ambientes. Também é necessário avaliar a possibilidade de instalação de blackout em algumas janelas. Não foi observada nenhuma mudança considerável em relação a esses aspectos no segundo ciclo de visitas. Outro ponto levantado em relação às salas de atendimento diz respeito à dificuldade de acesso de gestantes e cadeirantes. Observa-se no Quadro 17 que a maioria das salas de atendimento particularizado e uso coletivo encontram-se no 2º e 3º pavimento. Os banheiros também foram avaliados como regulares por não possuírem acessibilidade conforme a norma técnica ABNT NBR 9050, de 2004. A partir do Quadro 18 é possível identificar alguns dos espaços que compõem o CRAS Região Centro, tais como recepção, sala da coordenação, sala da equipe técnica, salas para atendimento individual e salas de uso coletivo. 6 O CRAS Região Centro conta com uma sala de atendimento particularizado, mas que no momento das visitas de fiscalização não estava sendo utilizada por causa de danos provocados por terceiros, servindo como depósito de materiais. 37 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 18 – Registros fotográficos do CRAS Região Centro Figura 1 – Sala de Atendimento I Figura 2 – Sala de Atendimento II Figura 3 – Sala de Atendimento III Figura 4 – Sala de Atendimento IV Figura 5 – Sala de Atendimento V Figura 6 – Sala de uso coletivo I 38 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 7 – Sala de uso coletivo II Figura 8 – Sala de uso coletivo III Figura 9 – Sala de uso coletivo IV Figura 10 – Sala da Coordenação Figura 11 – Sala da Equipe Técnica Figura 12 – Recepção É possível avaliar que as salas de atendimento (Figura 1, Figura 2, Figura 3, Figura 4 e Figura 5) são amplas, com possibilidades de uso mais diversificadas, no entanto, estão organizadas de forma tradicional. Este espaço é destinado ao atendimento à família ou um de seus membros e deve possibilitar o sigilo das informações ali prestadas. O MDS orienta que a 39 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I sala de atendimento não seja projetada visando um atendente e um número limitado entre um ou dois interlocutores em torno de uma mesa, mas uma configuração que permita um atendimento conjunto pelo assistente social e psicólogo, por exemplo, e um número mais ampliado de membros de uma família, em torno de uma mesa alongada (BRASIL, 2009a). Mas, para isso, é necessário investimento em mobiliários que permitam nova configuração dos ambientes. As salas de uso coletivo (Figura 6, Figura 7, Figura 8, Figura 09) também são espaçosas, podendo ser utilizadas para atividades de convivência, oficinas e atividades lúdicas e culturais. Por serem salas para desenvolvimento de atividades com um maior número de pessoas, é interessante que sua disposição seja diferenciada das salas de uso individual e, ainda, tenha maior autonomia de acesso. A audição de música em volume mais alto, o desenvolvimento de atividades que geram elevado nível de ruído e a grande movimentação de pessoas são características desse ambiente e que devem ser garantidas para sua mais ampla utilização (BRASIL, 2009a). Nota-se que o CRAS Região Centro optou por dividir a sala administrativa em sala da coordenação (Figura 10) e sala da equipe técnica (Figura 11). Por sua vez, observa-se que na recepção (Figura 12) encontram-se alguns prontuários impressos das famílias cadastradas no CRAS e que ainda precisam estar arquivados no equipamento. Quando o MDS recomenda a existência de sala administrativa, ele sugere que arquivos sigilosos possam ser arquivados nesse local, com acesso da equipe técnica. Uma reorganização do espaço poderia permitir o armazenamento dos cadastros em outro local, considerando que a falta de espaço não é uma problemática deste equipamento, esvaziando a recepção e com isso, permitindo também melhor aproveitamento do espaço. No geral, constata-se através do Quadro 18 que apesar das salas serem espaçosas, elas contam com mobiliários reduzidos, o que acaba gerando um mau aproveitamento dos ambientes. No entanto, entende-se que não é o caso de colocar divisórias nas salas, pois isso pode prejudicar a garantia do sigilo durante atendimento realizado às famílias. Trata-se de investir em recursos materiais para proporcionar mais possibilidades para os técnicos no cotidiano do trabalho social com as famílias. 40 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I CCTI Centro Uma das etapas do processo de implantação do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos (SCFVI) é a definição de seu lugar de oferta, ou seja, o espaço físico. O MDS orienta que essa definição aconteça considerando um dos princípios do SUAS, que é a descentralização, ou seja, “a oferta dos serviços nas localidades próximas de seus usuários, observando o mapeamento dos territórios de vulnerabilidade social e a oferta no território de abrangência do Cras, quando a oferta não for realizada no próprio Cras” (BRASIL, 2012c, p. 40). Os ambientes considerados como necessários à realização do serviço incluem espaço para a recepção dos usuários, sala de atividades coletivas, sala para atividades administrativas e instalações sanitárias adaptadas. Além disso, o equipamento poderá contar com outras características, de acordo com a cultura local, e com espaços externos, ao ar livre, para a execução das atividades (BRASIL, 2012c). O espaço do CCTI Centro é alugado pela Prefeitura Municipal de Vitória. Verifica-se que a nível nacional, do total de Centros de Convivência de natureza governamental, 46,7% já estão em imóvel próprio e 33,4% em imóveis alugados, conforme Tabela 2. Tabela 2 – Situação do imóvel onde se localiza o Centro de Convivência, segundo a natureza da unidade Situação do imóvel onde se localiza a unidade Natureza da unidade Próprio Alugado Cedido Outro Total Não Governamental Governamental Total Quant. Centros de Convivência 2146 647 1585 143 4521 % 47,5% 14,3% 35,1% 3,2% 100,0% Quant. Centros de Convivência 1571 1121 642 27 3361 % 46,7% 33,4% 19,1% 0,8% 100,0% Quant. Centros de Convivência 3717 1768 2227 170 7882 % 47,2% 22,4% 28,3% 2,2% 100,0% Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). No que diz respeito à identificação do equipamento, é possível observar através da Figura 13 que o CCTI Centro conta com a placa de identificação, o que facilita a visualização do equipamento. Não existe um parâmetro nacional em relação ao modelo dessa placa, embora seja possível avaliar a importância dos equipamentos públicos municipais seguirem um mesmo padrão de identificação para conhecimento dos usuários e melhor identificação dos equipamentos da Política de Assistência Social. 41 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 13 – Placa de identificação do CCTI Centro Embora a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais considere que a abrangência do CCTI deva corresponder ao território de abrangência do CRAS, de acordo com a incidência da demanda, verificou-se que o CCTI Centro atende todos os munícipes de Vitória e não apenas do território de abrangência do CRAS Região Centro. Segundo dados coletados pelo Fiscaliza Vitória, o equipamento possui salas distribuídas no andar térreo e no 1º pavimento, conforme Quadro 19. Quadro 19 – Espaço físico do CCTI Centro Térreo 1º Pavimento Área externa para atividades coletivas Recepção Área externa para espera dos usuários Área para espera dos usuários Área sendo utilizada para depósito de materiais Sala da coordenação inservíveis 03 Salas de uso coletivo 03 Salas de uso coletivo 03 Banheiros 01 Sala de atendimento particularizado Cozinha Almoxarifado de alimentos Almoxarifado de materiais de limpeza e artigos de Almoxarifado para materiais de higiene papelaria 02 Salas para depósito de materiais 02 Banheiros Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Durante a realização do primeiro e segundo ciclo de visitas do Fiscaliza Vitória, os espaços do CCTI Centro foram avaliados como bons ou regulares. As questões levantadas giram em torno da necessidade de reformas e manutenções no equipamento e aspectos relativos à acessibilidade. No que concerne à capacidade das salas de uso coletivo, através do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) é possível identificar que há apenas 1 (uma) sala com capacidade superior a 30 pessoas, conforme Quadro 20. 42 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 20 – Capacidade das salas do CCTI Centro Quantidade de salas com capacidade máxima para 5 pessoas 0 Quantidade de salas com capacidade para 6 a 14 pessoas 3 Quantidade de salas com capacidade para 15 a 29 pessoas 2 Quantidade de salas com capacidade para 30 ou mais pessoas 1 Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Observa-se através do Quadro 20 e das figuras do Quadro 21 que se priorizam salas para execução de diferentes atividades coletivas. De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, a intervenção social do SCFVI deve ser pautada nas características, interesses e demandas dessa faixa etária e considerar que a vivência em grupo, as experimentações artísticas, culturais, esportivas e de lazer e a valorização das experiências vividas constituem formas privilegiadas de expressão, interação e proteção social (BRASIL, 2014a). Quadro 21 – Registros fotográficos do CCTI Centro Figura 14 – Sala de uso coletivo I Figura 15 – Sala de uso coletivo II Figura 16 – Sala de uso coletivo III Figura 17 – Sala de uso coletivo IV 43 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 18 – Sala de uso coletivo V Figura 20 – Sala de atendimento particularizado Figura 22 – Recepção (ângulo I) Figura 19 – Sala de uso coletivo VI Figura 21 – Sala da coordenação Figura 23 – Recepção (ângulo II) Cabe ressaltar que como a maioria das atividades ofertadas no CCTI são coletivas, há necessidade de garantia de espaços amplos e recursos materiais adequados para o desenvolvimento das ações propostas. Reforça-se as orientações do MDS de que o espaço físico deve ser compatível com a quantidade de usuários que participarão das atividades ofertadas no 44 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I local, além de apresentar condições de infraestrutura necessária para a execução do serviço, tais como iluminação, ventilação, limpeza e conservação adequadas, mobiliário adaptado às condições dos usuários, equipamentos permanentes e de consumo (como os recursos socioeducativos), entre outros (BRASIL, 2012c). O MDS sugere que o SCFVI seja organizado por grupos compostos por cerca de 25 pessoas idosas, com uma variação de 15 a 30 participantes, sendo flexível para se adequar às condições de espaço físico, recursos humanos e demanda de usuários. Através da análise do documento preliminar “Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Pessoas Idosas: Orientações Técnicas” (BRASIL, 2012c), identifica-se que a questão do espaço físico do CCTI é fator importante para o desenvolvimento das ações e grupos de convivência. No entanto, existem poucas referências em âmbito nacional que permitem avaliar com profundidade quais os espaços físicos necessários para o adequado funcionamento do serviço. O Quadro 21 permite inferir que devido à configuração e tamanho das salas, há limitação em relação à participação de um maior número de idosos nas atividades que são executadas no CCTI Centro, tendo em vista o caráter das ações desenvolvidas neste equipamento. No entanto, não foi analisado o quantitativo de grupos ofertados por atividade e os horários disponibilizados, o que permitiria uma olhar mais aprofundado sobre a questão. CREAS Segundo orientações do MDS, cabe ao órgão gestor garantir a infraestrutura física condizente e capaz de comportar o desenvolvimento das atividades de cada serviço ofertado no CREAS. O Ministério reforça que o efetivo reconhecimento desse equipamento como unidade pública estatal de referência para o desenvolvimento do trabalho social especializado com famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos, perpassa aspectos como sua infraestrutura, necessária identificação e recursos humanos (BRASIL, 2011b). Sobre a identificação do equipamento, novamente destaca-se a importância de afixar uma placa de identificação em local visível, de modo a dar visibilidade a Unidade e garantir seu fácil reconhecimento e identificação pelos usuários, pela rede e pela comunidade, em todo o território nacional (BRASIL, 2011b). Nacionalmente, 78,7% dos CREAS possuem placa de identificação conforme modelo orientado pelo MDS, como apresentado na Tabela 3 (BRASIL, 2014b). 45 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Tabela 3 – Placa de identificação do CREAS Este CREAS possui placa de identificação? Quantidade de % CREAS Não possui 156 6,6 Sim, conforme o modelo padronizado pelo MDS 1866 78,7 Sim, em outro modelo, mas com o nome “Centro de Referência Especializado de 340 14,3 10 0,4 2372 100 Assistência Social” Sim, em outro modelo, sem o nome “Centro de Referência Especializado de Assistência Social” Total Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Observa-se através da Figura 24 que o CREAS Centro conta com placa para identificação do equipamento, com modelo similar ao sugerido pelo MDS. Figura 24 – Placa de identificação do CREAS Centro Em relação à situação do imóvel, verifica-se através da Tabela 4 que 68% dos CREAS que responderam ao Censo SUAS (BRASIL, 2014b) estão localizados em imóveis alugados e apenas 24,3% em imóveis próprios. O CREAS Centro segue essa tendência nacional, considerando que também está localizado em imóvel alugado pela PMV. Cabe registrar que o nível de implementação da proteção social especial não seguiu o mesmo ritmo da proteção social básica. 46 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Tabela 4 – Situação do imóvel onde se localiza o CREAS Imóvel onde se localiza o CREAS Quantidade de CREAS % Próprio da Prefeitura Municipal/DF 577 24,3 Alugado pela Prefeitura Municipal/DF 1614 68,0 Alugado pelo Governo Estadual 26 1,1 Próprio do Governo Estadual 17 0,7 Cedido para a Prefeitura Municipal/DF por órgãos/unidade públicas 77 3,2 Cedido para a Prefeitura Municipal/DF por entidades/instituições privadas 21 0,9 Outros 40 1,7 2372 100 Total Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Em relação ao seu espaço físico, compreende-se a necessidade de avaliar as dimensões e ambientes necessários aos serviços que serão ofertados, pois instalações inadequadas podem implicar prejuízos ao desenvolvimento das ações, exigindo mudança ou adequação do local (BRASIL, 2011b). Pensar no espaço físico do CREAS não é diferente dos demais equipamentos no que concerne a necessidade de planejamento da implantação ou adequação, que inclua a previsão de funcionamento em imóvel próprio e adequado. Considera-se que [...] ao fixar-se em determinado local, o CREAS torna-se referência para as famílias e os indivíduos do seu território de abrangência. Assim, mudanças de local de funcionamento da Unidade podem acarretar em dificuldades de acesso por parte dos usuários atendidos e até mesmo em descontinuidade do atendimento, principalmente se a Unidade for deslocada para um local distante (BRASIL, 2011b, p. 83). O MDS considera que o espaço físico do CREAS deve contar com condições que assegurem: a) atendimento em condições de privacidade e sigilo; b) adequada iluminação, ventilação, conservação, salubridade e limpeza; c) segurança dos profissionais e público atendido; d) acessibilidade a pessoas com deficiência, idosos, gestantes e crianças, dentre outros; e) espaços reservados e de acesso restrito à equipe para guarda de prontuários; f) informações disponíveis em local visível sobre: serviços ofertados, situações atendidas e horário de funcionamento da Unidade. Em caso de registros eletrônicos, devem igualmente ser adotadas medidas para assegurar o acesso restrito aos prontuários, dados e informações (BRASIL, 2011b). Nesse ínterim, as orientações ainda esclarecem que os espaços essenciais do CREAS são: espaço para recepção; salas específicas para uso da coordenação, equipe técnica ou 47 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I administração; salas de atendimento (individual, familiar e em grupo), em quantitativo condizente com o(s) serviço(s) ofertado(s) e a capacidade de atendimento da unidade (recomendável que os municípios de grande porte tenham no mínimo 4 (quatro) salas de atendimento); no mínimo 2 (dois) banheiros coletivos, com adaptação para pessoa com mobilidade reduzida como, por exemplo, pessoas com deficiência e idosos; copa e/ou cozinha. Ressalta-se que a estrutura deve ser ampliada sempre que se fizer necessário (BRASIL, 2011b). Além dos espaços essenciais, o CREAS também poderá contar com outros espaços, dependendo das possibilidades e necessidades apresentadas (almoxarifado ou similar, espaço externo para atividade de convívio, etc.) (BRASIL, 2011b). A partir das visitas de fiscalização realizadas pelo Fiscaliza Vitória, constatou-se a seguinte configuração do espaço físico do CREAS Centro, conforme exposto no Quadro 22. Quadro 22 – Espaço físico do CREAS Centro Térreo 1º Pavimento Área externa Área de serviço Área utilizada como depósito de materiais inservíveis 01 Sala da coordenação Recepção 04 Salas de atendimento familiar e individual Área comum para espera 01 Sala da equipe do SEAS 01 Sala de uso dos educadores sociais 01 Sala da equipe do SEAD 01 Sala de atendimento familiar e individual 01 Sala da equipe do PAEFI 01 Copa 02 Banheiros 02 Banheiros 01 Cozinha 01 Sala de uso coletivo 01 Almoxarifado para materiais de limpeza Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Segundo dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b), dentre as salas existentes no CREAS Centro, há apenas uma sala com capacidade para 30 ou mais pessoas, conforme Quadro 23. Ademais, verifica-se que do total de salas disponíveis, há apenas 02 (duas) salas que não são utilizadas para atendimento. No entanto, durante as visitas de fiscalização realizadas pelo Fiscaliza Vitória constatou-se que cada equipe dos diferentes serviços executados no CREAS Centro possui uma sala. É possível inferir, desse modo, que algumas salas das equipes também são utilizadas para atendimento, quando necessário. 48 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 23 – Espaço físico do CREAS Centro/Censo SUAS Quantidade de Salas com capacidade máxima de 5 pessoas 6 Quantidade de Salas com capacidade para 6 a 14 pessoas 2 Quantidade de Salas com capacidade para 15 a 29 pessoas 0 Quantidade de Salas com capacidade para 30 ou mais pessoas 1 Salas específicas para uso da Coordenação, equipe técnica ou administração (Não são salas de atendimento) 2 Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Observa-se através dos registros fotográficos dispostos no Quadro 24 que o espaço do CREAS Centro tem uma característica marcadamente residencial, inclusive com mobiliários comuns de uma residência. Quadro 24 – Registros fotográficos do CREAS Centro Figura 25 – Área externa Figura 26 – Área comum para espera Figura 27 – Sala dos educadores sociais Figura 28 – Sala de atendimento familiar e individual I 49 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 29 – Sala de atendimento familiar e individual II Figura 30 – Sala de atendimento familiar e individual III Figura 31 – Sala de atendimento familiar e individual IV Figura 32 – Sala de atendimento familiar e individual V Figura 33 – Sala de uso coletivo Figura 34 – Sala da equipe do SEAS 50 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 35 – Sala da equipe do SEAS Figura 36 – Sala da equipe do SEAD Figura 37 – Sala da equipe do PAEFI/MSE Figura 38 – Sala da coordenação Figura 39 – Copa Figura 40 – Cozinha 51 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 41 – Recepção Figura 42 – Recepção Nota-se na Figura 42 que o espaço da recepção é pequeno e que há uma mesa entre o balcão e as cadeiras de espera, utilizada pelo(a) vigilante. É importante salientar que a orientação do MDS é de que a recepção deve possuir uma organização que favoreça contato de forma respeitosa, evitando exposições desnecessárias. Esse espaço deve dispor de mobiliário necessário para os profissionais que trabalham na recepção (balcão ou mesa, etc.) e mobiliário para acomodar os usuários enquanto aguardam atendimento, como cadeiras ou sofás. O espaço da recepção pode acomodar também um espaço para as crianças, como, por exemplo, um cantinho com tapete emborrachado e brinquedos (BRASIL, 2011b). Em relação à sala de atendimento individual e familiar, não se recomenda a utilização de divisórias, pois, possivelmente, não garante uma acústica capaz de assegurar o sigilo no atendimento (BRASIL, 2011b). Foi possível notar que apenas as salas da equipe do SEAS e SEAD possuem divisórias, como forma de transformar a sala para uso das duas equipes. Não foi perguntado se as equipes realizam atendimento nessas salas. O MDS recomenda que além do mobiliário necessário, como mesa e cadeiras, essas salas tenham disponível material socioeducativo e informativo para ser utilizado nas atividades desenvolvidas e que disponham também de mobiliário infantil (BRASIL, 2011b). Observa-se que os mobiliários de algumas salas foram adaptados, sendo necessário o investimento urgente em mobiliários que caracterizem o equipamento como público, dissociando-o do aspecto residencial e recursos que possam ser utilizados durante o atendimento às crianças e adolescentes. No que diz respeito à sala para atividades em grupo, o MDS destaca a importância de esse ambiente poder acomodar no mínimo 15 pessoas e ter mobiliário de fácil deslocamento, com intuito de organizar o local para o desenvolvimento de atividades com pequenos grupos ou 52 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I grupos mais numerosos (BRASIL, 2011b). O CREAS Centro possui apenas uma sala de grupo, que também precisa de investimento em mobiliários e recursos materiais. As orientações do MDS sobre o CREAS indicam que as salas para uso da coordenação, equipe técnica ou administração é um espaço comum à equipe do CREAS, onde podem ser guardados os arquivos com registros e relatórios de gestão da Unidade, relatórios e prontuários das famílias, observados os devidos cuidados em relação à segurança e sigilo das informações e o manuseio apenas por pessoas autorizadas pela equipe. Essa sala deve comportar os equipamentos e mobiliários necessários (mesas, cadeiras, computador) e pode ser utilizada, ainda, para a elaboração de relatórios, reuniões de equipe, estudos, etc. (BRASIL, 2011b). Foi observado que devido à quantidade de profissionais que compõem a equipe do CREAS Centro, não há uma sala sendo compartilhada por todos os profissionais do equipamento, uma sala de toda a equipe. Foi possível constatar durante as visitas de fiscalização realizadas pelo Fiscaliza Vitória que o equipamento conta com sala da coordenação e uma sala para cada equipe, 01 (uma) do PAEFI/MSE, 01 (uma) do SEAS e 01 (uma) do SEAD. Cada sala contém os prontuários das famílias atendidas e acompanhadas por cada equipe. Compreende-se que devido ao número de profissionais, foi necessário organizar o espaço para que cada serviço tivesse uma sala de referência, considerando a necessidade de discussão de casos, reuniões, organização particular de cada serviço. A partir dos dados coletados e dos registros fotográficos, verifica-se a necessidade de otimização do espaço ou mesmo de avaliação quanto à necessidade de um equipamento maior para comportar todos os serviços que são ofertados, considerando a orientação do MDS de que o CREAS devem dispor de quantidade e dimensões suficientes, sendo a infraestrutura ampliada sempre que necessário (BRASIL, 2011b). Essa análise ficará ainda mais clara quando for considerado o quantitativo necessário de recursos humanos para os diferentes serviços e como deve ocorrer seu funcionamento. Hospedagem Noturna A Hospedagem Noturna, segundo dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b), trata-se de um abrigo institucional. Neste equipamento é executado o Serviço de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias, previsto para pessoas em situação de rua e desabrigo por abandono, migração e ausência de residência ou pessoas em trânsito e sem condições de autossustento. O MDS considera que este serviço deve funcionar em unidade inserida na 53 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I comunidade com características residenciais, ambiente acolhedor e estrutura física adequada, visando o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente familiar. Deve-se garantir uma estrutura para acolher com privacidade pessoas do mesmo sexo ou grupo familiar (BRASIL, 2014b). A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais considera duas modalidades do Serviço de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias: a) o atendimento em unidade institucional semelhante a uma residência com o limite máximo de 50 pessoas por unidade e de 04 (quatro) pessoas por quarto; b) o atendimento em unidade institucional de passagem para a oferta de acolhimento imediato e emergencial, com profissionais preparados para receber os usuários em qualquer horário do dia ou da noite, enquanto se realiza um estudo diagnóstico detalhado de cada situação para os encaminhamentos necessários (BRASIL, 2014b). Independente da modalidade, o MDS considera que as edificações devem ser organizadas de forma a atender aos requisitos previstos nos regulamentos existentes e às necessidades dos usuários, oferecendo condições de habitabilidade, higiene, salubridade, segurança, acessibilidade e privacidade. O ambiente físico previsto na Tipificação consiste em espaço para moradia, endereço de referência, condições de repouso, espaço de estar e convívio, guarda de pertences, lavagem e secagem de roupas, banho e higiene pessoal, vestuário e pertences. Além da acessibilidade de acordo com as normas da ABNT 9050 (BRASIL, 2014b). A Hospedagem Noturna é localizada em imóvel alugado pela PMV, em uma área residencial. Segundo dados coletados pelo Fiscaliza Vitória, o equipamento está localizado em área de concentração de pessoas. Através das visitas de fiscalização, foi possível perceber que por ser classificado como abrigo institucional, o equipamento não conta com placa de identificação, conforme recomendação do MDS. Constatou-se a seguinte configuração do espaço físico da Hospedagem Noturna: Quadro 25 – Espaço físico da Hospedagem Noturna 1º Pavimento Área externa Área para refeitório e convivência Espaço para lavagem e secagem de roupas Almoxarifado de alimentos 01 sala dos cuidadores sociais Almoxarifado de materiais de limpeza 01 sala de atendimento Cozinha 02 banheiros (sendo que um está sendo utilizado como 01 sala administrativa depósito) 05 banheiros (sendo um desses para o público feminino) 06 dormitórios para o público masculino 01 dormitório para o público feminino Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Térreo 54 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Na área externa (pátio), há um local aberto que pode ser utilizado como espaço de convivência, um local com tanque e varal para que os usuários possam lavar e secar suas roupas (o equipamento não conta com máquina de lavar roupa) e 4 (quatro) banheiros (Figura 43 e Figura 44). A porta de acesso ao dormitório feminino localiza-se nessa área externa. A partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória, foi possível identificar que o equipamento não conta com espaço para acomodação de animais de estimação e guarda de carrinhos de coleta de material reciclável. Os registros fotográficos permitem maior compreensão sobre a organização dos ambientes deste equipamento, conforme Quadro 26. Quadro 26 – Registros fotográficos da Hospedagem Noturna Figura 43 – Área externa Figura 44 – Área para lavagem e secagem de roupas Figura 45 – Sala administrativa Figura 46 – Sala dos cuidadores sociais 55 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 47 – Sala de atendimento Figura 48 – Dormitório I Figura 49 – Dormitório II Figura 50 – Dormitório III Figura 51 – Dormitório IV Figura 52 – Dormitório V 56 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 53 – Dormitório VI Figura 54 – Dormitório VII Figura 55 – Refeitório Figura 56 – Área de convivência Figura 57 – Cozinha (ângulo I) Figura 58 – Cozinha (ângulo II) Segundo o texto de “Orientação para o Reordenamento do Serviço de Acolhimento para População Adulta e Famílias em Situação de Rua”, disponibilizado no site do MDS7, é previsto no caso do acolhimento institucional os seguintes ambientes: quartos, cozinha, salas de 7 Disponível no sítio: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/mural/arquivos/texto-de-orientacao-reordenamentopop-rua-08-05-2012.pdf 57 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I jantar/refeitório, banheiro, área de serviço, sala para a equipe técnica, sala para coordenação e administrativo. Este documento orienta que os quartos sejam organizados de forma a acolher 4 (quatro) pessoas, acomodando camas e armários para guarda de pertences de forma individualizada. Através dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, verifica-se que há um total de 07 (sete) quartos ao todo, com a seguinte configuração: 5 (cinco) quartos com 5 (cinco) vagas; 1 (um) quarto com 6 (seis) vagas (público feminino); 1 (um) quarto com 9 (nove) vagas. Observando a Figura 48 à Figura 54 é possível identificar que os quartos conseguem comportar apenas as camas dos usuários e que mais de 4 (quatro) usuários dividem cada dormitório. Durante as visitas de fiscalização que foram realizadas ao equipamento, a equipe do Fiscaliza Vitória observou que em alguns dormitórios há infiltração e pouca ventilação, principalmente no dormitório feminino. Se houvesse um número menor de usuários por quarto, seria possível garantir uma melhor organização do espaço e mobiliários necessários ao equipamento. O Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua, em seu artigo 8º esclarece que o padrão básico de qualidade, segurança e conforto da rede de acolhimento temporário deverá observar limite de capacidade, regras de funcionamento e convivência, acessibilidade, salubridade e distribuição geográfica das unidades de acolhimento nas áreas urbanas, respeitando o direito de permanência da população em situação de rua. Em relação à sala da equipe técnica, o documento “Orientação para o Reordenamento do Serviço de Acolhimento para População Adulta e Famílias em Situação de Rua” orienta que se trata de uma sala para acomodação da equipe técnica do serviço e com estrutura para o desempenho do trabalho. Orienta, ainda, que a sala para coordenação e administrativo deve ter espaço e mobiliário suficiente para a acomodação da equipe administrativa e coordenação (deve ter área reservada para guarda de prontuário, garantindo segurança e sigilo). O Fiscaliza Vitória constatou que o equipamento conta com 2 (duas) salas de uso da equipe (Figura 46 e Figura 47) e 1 (uma) sala administrativa (Figura 45). Uma das salas da equipe é utilizada pelos educadores sociais e a outra sala pelo(a) assistente social e psicólogo(a). Não há uma sala específica para acolhimento e atendimento particularizado. É possível inferir que a equipe técnica realiza 58 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I atendimento em uma dessas salas, sendo necessário o deslocamento da equipe. Cabe registrar que essas salas possuem divisórias, o que pode prejudicar a garantia de sigilo do atendimento. O documento orienta que o equipamento conte com 1 (um) lavatório, 1 (um) sanitário e 1 (um) chuveiro para até 10 (dez) pessoas e ao menos 1 (um) banheiro adaptado para pessoa com deficiência. Observou-se durante as visitas de fiscalização do Fiscaliza Vitória, que os 4 (quatro) banheiros localizados na área externa possuem 1 (um) chuveiro, totalizando 4 (quatro) chuveiros ao todo. O outro banheiro do térreo é utilizado pela equipe e o banheiro do 1º pavimento é utilizado pelos funcionários da cozinha e limpeza. Desse modo, compreende-se que os 40 usuários se revezam para utilização dos 4 (quatro) banheiros que estão localizados na área externa. Em relação à cozinha, o documento orienta que o ambiente tenha espaço suficiente para a organização dos utensílios e preparação dos alimentos para o número de usuários. Observa-se através da Figura 57 e Figura 58 que não há mobiliários suficientes para organização dos utensílios utilizados no preparo do alimento. Destaca-se que o cardápio é elaborado pelas cozinheiras. Em relação à sala de jantar/refeitório, o documento orienta que o espaço seja equipado para acomodar os usuários a cada refeição. Durante as visitas de fiscalização do Fiscaliza Vitória, foi possível observar que no ambiente utilizado para refeições dos usuários, que inclui jantar e café da manhã, não há uma estrutura de refeitório. Não há mesas suficientes, apenas cadeiras. No mesmo espaço utilizado para alimentação, também há uma área de convivência com sofás e uma televisão. Avalia-se que se trata de um ambiente com necessidade de investimento em mobiliários e outros recursos materiais. O documento também traz orientações sobre a organização do equipamento, destacando a importância do usuário sentir-se corresponsável por tarefas do cotidiano. Orienta que as equipes estabeleçam através de diálogos, assembleias ou reuniões, escalas semanais de organização, limpeza e manutenção dos espaços. De forma que os usuários não sejam responsáveis pela limpeza, mas que contribuam para tal. Sobre este aspecto, é possível identificar nos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, que os usuários participam da organização do espaço e apenas auxiliam na limpeza, tendo em vista que há uma auxiliar de serviços gerais responsável pela limpeza do equipamento. Nos questionários aplicados, os espaços do equipamento foram avaliados como bons ou regulares. Os principais aspectos levantados giram em torno da necessidade de manutenção elétrica, hidráulica e de pintura. Foi perguntado nos questionários se os usuários avaliam o 59 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I serviço prestado pela Hospedagem Noturna, e foi respondido que os usuários avaliam o equipamento através de reuniões. As principais questões apontadas pelos usuários dizem respeito à estrutura física do equipamento e mobiliário para guarda de seus pertences. Cabe ressaltar, que a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais prevê como aquisições dos usuários: ser ouvido e expressar necessidades, interesses e possibilidades; e avaliar o serviço. (BRASIL, 2014b). 5.2 ACESSIBILIDADE As condições de acessibilidade são de extrema importância para que seu público-alvo tenha inserção no equipamento e acesso a seus serviços. A partir dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, verificaram-se alguns aspectos que permitem apontamentos, mas são insuficientes para uma análise mais ampla acerca da acessibilidade, conforme Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, a norma técnica ABNT NBR 9.050 de 2004 e a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). A aplicação desses dispositivos legais tem implicações diversas no espaço físico. A mais evidente está na organização das instalações sanitárias, que diferencia as coletivas das destinadas as pessoas com deficiência. Mas estas implicações estendem-se, por exemplo, para a largura das circulações e aberturas, para a superação de obstáculos e para a instalação de itens de proteção. E, para além desses aspectos físicos, alcança também os de mobiliário, sinalização, comunicação e outros (BRASIL, 2009a). A infraestrutura dos equipamentos deve possibilitar o acesso às pessoas com mobilidade reduzida, tais como pessoas com deficiência e idosos, e dispor de condições para a acolhida dos usuários com dignidade, contando com salas para ofertar atendimento com privacidade e sigilo. Para isso, a Unidade deve contar com espaços com acessibilidade que permitam a circulação com segurança, além de mobiliários e materiais próprios e específicos para promover o atendimento, considerando as particularidades e necessidades dos usuários (BRASIL, 2011b). Nessa direção, deve-se assegurar o acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até a recepção; rota acessível aos principais espaços do equipamento (recepção, sala de atendimentos e sala(s) de uso coletivo); rota acessível ao banheiro e banheiros adaptados. É importante mencionar que as condições de acessibilidade devem incluir, também, meios para 60 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I o acesso de pessoas com outras dificuldades e deficiências, a exemplo da deficiência visual, auditiva, de modo a superar barreiras arquitetônicas e atitudinais que, por vezes, impossibilitam o acesso aos equipamentos (BRASIL, 2011b). É importante que no âmbito da Unidade se possa contar com suportes como, por exemplo, treinamento para auxiliar pessoas com deficiência visual; placas de identificação em Braile; suporte eventual de profissional com domínio de LIBRAS, ou capacitação de profissional nesta língua; dentre outras medidas que possam ser adotadas (BRASIL, 2011b). CRAS Região Centro A partir dos dados coletados no Censo SUAS (BRASIL, 2014b) – Tabela 5 – identificou-se que 46,9% dos CRAS possuem acesso principal adaptado com rampas, mas não de acordo com a Norma da ABNT (NBR 9050). Em relação à rota acessível desde a calçada até a recepção do CRAS, 49,4% dos CRAS consideraram que possuem, mas não de acordo com a Norma da ABNT. Por sua vez, 43,5% responderam que possuem rota acessível ao banheiro, mas não de acordo com a Norma da ABNT e 44,5% não possuem banheiro adaptado para pessoa com deficiência. Tabela 5 – Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e pessoas idosas no CRAS Sim, de acordo com a Sim, mas não de acordo norma da ABNT (NBR com a norma da ABNT Não possui 9050) (NBR 9050)8 Quantidade de Quantidade de Quantidade % % % Cras Cras de Cras Acesso principal adaptado com rampas e rota acessível 2757 34,1 3791 46,9 1540 19,0 desde a calçada até a recepção do Cras Rota acessível aos espaços do Cras (recepção, salas de 2808 34,7 3998 49,4 1282 15,9 atendimento e espaços de uso coletivo) Rota acessível ao banheiro 2824 34,9 3521 43,5 1743 21,6 Banheiro adaptado para 2561 31,7 1928 23,8 3599 44,5 pessoa com deficiência Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). 8 Foi considerado no Censo SUAS que a opção “Sim, mas não estão de acordo com a Norma da ABNT” era para ser assinalada apenas nos casos em que as condições de acessibilidade não estivessem em conformidade com a Norma, mas fossem suficientes para garantir o acesso e a participação da pessoa idosa ou com deficiência nas atividades desenvolvidas. 61 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I No caso do CRAS Região Centro, verificou-se através dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, que a calçada do equipamento não é cidadã (Figura 59 e Figura 60). O equipamento está localizado em uma área íngreme, o que pode dificultar a locomoção de pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida. Há um corrimão de acesso apenas na escada lateral (Figura 61). É possível observar através da Figura 62, Figura 63 e Figura 64 que para acesso ao 1º, 2º e 3º pavimento, o CRAS Região Centro conta com rampas com corrimão. No entanto, observa-se que a inclinação da rampa também é um dificultador no que diz respeito à acessibilidade. Vale lembrar que a maioria das salas de atendimento e uso coletivo está localizada no 2º e 3º pavimento. Quadro 27 – Acessibilidade CRAS Região Centro Figura 59 – Calçada CRAS Região Centro (ângulo I) Figura 60 – Calçada CRAS Região Centro (ângulo II) Figura 61 – Acesso ao CRAS Figura 62 – Acesso ao 1º pavimento 62 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 63 – Acesso ao 2º pavimento Figura 64– Acesso ao 3º pavimento Figura 65 – Acesso banheiro do 1º pavimento I Figura 66 – Lavabo banheiro do 1º pavimento I Figura 67 – Entrada do banheiro adaptado 1º pavimento Figura 68 – Banheiro adaptado 1º pavimento 63 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 69 – Banheiro do 2º pavimento Figura 70 – Banheiro feminino 3º pavimento Figura 71 – Banheiro masculino 3º pavimento Figura 72 – Banheiro unissex 3º pavimento Segundo dados coletados pelo Fiscaliza Vitória, os banheiros não são acessíveis. No entanto, foi realizada adaptação do banheiro localizado no 1º pavimento (NBR 9050) (Figura 67 e Figura 68). Somado a isso, identificou-se que o CRAS Região Centro não conta com pessoas disponíveis e treinadas para o atendimento de pessoas com deficiência (com conhecimento em Libras, treinados em auxiliar pessoas em cadeiras de roda, com deficiência visual, entre outros), bem como materiais que favoreçam o atendimento socioassistencial destinado a pessoas com deficiência, tais como material informativo em braile, em áudio, entre outros. Os dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014a) também permitiram confirmar que quando analisadas as condições de acessibilidade por situação do imóvel, estas são melhores nos CRAS que funcionam em imóvel próprio. O percentual de CRAS que em 2014 possuía acesso principal adaptado com rampa foi de 44,9% entre os imóveis próprios, enquanto entre os imóveis alugados esse percentual foi de apenas 22,8%. Em relação aos banheiros adaptados, o percentual foi de 46,8% entre os Cras que funcionam em imóvel próprio e apenas 16,2% dos 64 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Cras que funcionam em imóvel alugado. Foi avaliado que essas diferenças apontam para a importância dos Cras serem instalados em um imóvel especificamente destinado a seu funcionamento. É possível que em imóveis alugados existam restrições a reformas que permitam a criação das condições de acessibilidade. CCTI Centro Os dados nacionais possibilitam depreender que no ano de 2014, dos CCTI que participaram do Censo SUAS, 38% não possuíam acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até a recepção da unidade, 41,2% consideraram possuir rota acessível aos espaços da unidade, mas não de acordo com a Norma da ABNT (NBR 9050), 37,2% responderam que têm rota acessível ao banheiro, mas não de acordo com a Norma da ABNT, enquanto 58,2% consideraram não possuir banheiro adaptado para pessoas com deficiência (Quadro 28). Quadro 28 – Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e pessoas idosas CCTI Sim, mas não está de acordo com a norma da ABNT (NBR9050) Quantidade % CCTI Acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até a recepção da unidade Rota acessível aos espaços da unidade (recepção, salas de atendimento e espaços de uso coletivo) Rota acessível ao banheiro Banheiro adaptado para pessoas com deficiência Sim, de acordo com a norma da ABNT (NBR9050) Quantidade % CCTI Não possui Total Quantidade CCTI % Quantidade CCTI % 2839 36,0% 2044 25,9% 2999 38,0% 7882 100,0% 3248 41,2% 2087 26,5% 2547 32,3% 7882 100,0% 2932 37,2% 2222 28,2% 2728 34,6% 7882 100,0% 1376 17,5% 1918 24,3% 4588 58,2% 7882 100,0% Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Em relação ao CCTI Centro, de acordo com dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b), Quadro 29, o equipamento possui rota acessível aos espaços da unidade (recepção, sala de atendimento e espaços de uso coletivo) e ao banheiro, mas não de acordo com a norma da ABNT (NBR 9050). Isso quer dizer que se considerou que as condições de acessibilidade são 65 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I suficientes para garantir o acesso e a participação da pessoa idosa ou com deficiência nas atividades desenvolvidas. Quadro 29 – Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e pessoas idosas CCTI Centro Acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a Não possui calçada até a recepção da unidade Rota acessível aos espaços da unidade (recepção, salas de Sim, mas não está de acordo com a norma atendimento e espaços de uso coletivo) da ABNT (NBR9050) Sim, mas não está de acordo com a norma Rota acessível ao banheiro da ABNT (NBR9050) Banheiro adaptado para pessoas com deficiência Não possui Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Observa-se através do Quadro 30 que também não são garantidas todas as condições de acessibilidade neste equipamento, considerando a norma técnica de referência NBR 9050:2004. Quadro 30 – Acessibilidade CCTI Centro Figura 73 – Calçada CCTI Centro (ângulo I) Figura 74 – Calçada CCTI Centro (ângulo II) Figura 75 – Escada externa para acesso ao 1º pavimento Figura 76 – Escada de acesso ao 1º pavimento 66 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 77 – Continuidade da escada de acesso ao 1º pavimento Figura 78 – Banheiro térreo I Figura 79 – Banheiro térreo II Figura 80 – Banheiro térreo III Figura 81 – Banheiro 1º pavimento I Figura 82 – Banheiro 1º pavimento II A partir das visitas de fiscalização realizadas pelo Fiscaliza Vitória, identificou-se que o equipamento não possui calçada cidadã. Ademais, conforme exposto na Figura 73 e Figura 74, a calçada não está em boas condições, o que pode dificultar a circulação dos idosos e pessoas com deficiência. Embora o CCTI Centro possua no andar térreo área externa para atividades coletivas, três salas de uso coletivo e três banheiros, verificou-se que para acesso a recepção, a 67 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I sala de atendimento particularizado, a sala da coordenação e a outras três salas de uso coletivo, localizados no 1º pavimento, é necessário subir escadas, conforme Figura 75 a Figura 77. Observa-se da Figura 78 a Figura 82 que os banheiros não possuem acessibilidade conforme parâmetros da Norma ABNT NBR (9050:2004). CREAS Os dados nacionais indicam que a maioria dos CREAS (49%) possui acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até a recepção do equipamento, mas não estão de acordo com a Norma da ABNT. Por sua vez, 58,9% responderam não possuir banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida (idosos, pessoas com deficiência, etc.), conforme Tabela 6. Tabela 6 – Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e pessoas idosas nos CREAS Sim, de acordo com a Sim, mas não de acordo Não possui norma da ABNT com a Norma da ABNT Quantidade Quantidade de Quantidade de % % % de CREAS CREAS CREAS Acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a 644 27,2 565 23,8 1164 49,0 calçada até a recepção do CREAS Rota acessível aos principais espaços do CREAS (recepção, sala 492 20,7 562 23,7 1319 55,6 de atendimentos e sala(s) de uso coletivo) Rota acessível ao banheiro 653 27,5 525 22,1 1194 50,3 Banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida (idosos, 1396 58,9 420 17,7 556 23,4 pessoas com deficiência, etc.) Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Especificamente em relação ao CREAS Centro, através do Censo SUAS é possível constatar, Quadro 31, que este equipamento possui acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até a recepção; rota acessível aos principais espaços do CREAS, rota acessível ao banheiro e banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida. No entanto, não estão de acordo com a Norma da ABNT. 68 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 31 – Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e pessoas idosas no CREAS Centro Acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até Sim, mas não estão de acordo com a a recepção do CREAS Norma da ABNT Rota acessível aos principais espaços do CREAS (recepção, sala de Sim, mas não estão de acordo com a atendimentos e sala(s) de uso coletivo) Norma da ABNT Sim, mas não estão de acordo com a Rota acessível ao banheiro Norma da ABNT Banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida (idosos, Sim, mas não estão de acordo com a pessoas com deficiência, etc.) Norma da ABNT Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Apesar dos dados do Censo SUAS/2014, observa-se através do Quadro 32 algumas incoerências: Quadro 32 – Acessibilidade CREAS Centro Figura 83 – Calçada CREAS Centro Figura 84 – Escada de acesso ao 1º pavimento Figura 85 – Continuidade da escada de acesso ao 1º pavimento Figura 86 – Escada externa de acesso ao 1º pavimento 69 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 87 – Banheiro adaptado térreo I Figura 88 – Banheiro térreo II Figura 89 – Banheiro 1º pavimento I Figura 90 – Banheiro 1º pavimento II Nota-se através da Figura 83 que a calçada do CREAS Centro não é cidadã e que não há uma rota acessível desde a calçada até a recepção do equipamento. No andar térreo o usuário conseguiria ter acesso à recepção, à sala dos educadores sociais, à uma sala de atendimento familiar e individual e banheiros. No entanto, para acesso aos demais espaços do equipamento, localizados no 1º pavimento, é necessário subir escadas (Figura 84 a Figura 86). Apesar de um dos banheiros ter sofrido adaptação (Figura 87), verificou-se que não está totalmente de acordo com a Norma ABNT NBR (9050:2004). Segundo MDS, o CREAS deve possuir no mínimo dois banheiros coletivos, feminino e masculino, assegurando-se banheiros com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, em quantidade compatível com a demanda de usuários e o número de trabalhadores (BRASIL, 2011b). Hospedagem Noturna A partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) foi possível identificar que o equipamento não conta com acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até o interior da Unidade. Além disso, não possui rota acessível aos dormitórios e 70 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I espaços de uso coletivo, bem como aos banheiros. Observa-se no Quadro 33 que não há suporte de profissional com conhecimento em LIBRAS; suporte de material em braile; dentre outros aspectos. Quadro 33 – Condições de Acessibilidade Hospedagem Noturna Acesso principal adaptado com rampas e rota acessível desde a calçada até o interior da Unidade Não Rota acessível aos dormitórios e espaços de uso coletivo Não Rota acessível ao banheiro Não Banheiro adaptado para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida Não Suporte de profissional com conhecimento em LIBRAS Não Suporte de material em braile Não Suporte para leitores de telas de computador para pessoas cegas Não Pisos especiais com relevos para sinalização voltados para deficientes visuais Não Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). As visitas de fiscalização confirmaram algumas das questões expostas no Quadro 33. Verificou-se que embora o terreno onde esteja localizada a Hospedagem Noturna seja compartilhado com outra instituição, sua entrada é independente, conforme Figura 92. Observa-se através da Figura 91 que a calçada do equipamento não está adequada. Para acesso aos espaços da Hospedagem, o usuário precisa descer uma escada logo na entrada (Figura 93 e Figura 94). Quadro 34 – Acessibilidade Hospedagem Noturna Figura 91 – Calçada Hospedagem Noturna Figura 92 – Portão de entrada da Hospedagem Noturna 71 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 93 – Escada de acesso aos espaços da Hospedagem Noturna (ângulo I) Figura 94 – Escada de acesso aos espaços da Hospedagem Noturna (ângulo II) Figura 95 – Escada de acesso ao 1º pavimento Figura 96 – Corredor de acesso aos dormitórios Figura 97 – Banheiro térreo I Figura 98 – Banheiro térreo II 72 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 99 – Banheiro térreo III Figura 100 – Banheiro térreo IV Figura 101 – Banheiro térreo V Figura 102 – Banheiro 1º pavimento Os dormitórios ficam localizados no térreo, assim como as salas de atendimento e a maioria dos banheiros. Para acesso ao refeitório e área de convivência, é necessário subir as escadas, como mostra a Figura 95. Os banheiros também não são acessíveis, conforme exposto na Figura 97 a Figura 102. Destaca-se que segundo informações do questionário aplicado pelo Fiscaliza Vitória, quando há demanda de acolhimento de pessoa com deficiência, o usuário é encaminhado para outra instituição de acolhimento. Desse modo, entende-se que a questão da acessibilidade interfere diretamente na oferta de atendimento neste equipamento público. 5.3 ITENS DE SEGURANÇA Nos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória identifica-se questões sobre os alvarás para funcionamento dos equipamentos, tais como da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. Também foram contempladas questões sobre os extintores de incêndio, hidrantes e saídas de emergência. 73 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Conforme Decreto nº 2423-R, de 15 de dezembro de 2009, compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (CBMES), por meio do Sistema de Segurança Contra Incêndio e Pânico (SISCIP), estudar, analisar, planejar, normatizar, exigir e fiscalizar o cumprimento das disposições legais, assim como todo o serviço de segurança contra incêndio e pânico na forma estabelecida pelo Decreto. Dentre as medidas de segurança contra incêndio e pânico nas edificações e área de riscos, destaca-se, dentre outros: o acesso de viatura na edificação e área de risco; segurança estrutural nas edificações; saídas de emergência; controle de fumaça; sistema de iluminação de emergência; sistema de sinalização de emergência; sistema de alarme de incêndio; sistema de proteção por extintores; sistema de proteção por hidrantes e mangotinhos. O Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros (ALCB) é documento obrigatório para toda edificação e área de risco, com algumas exceções, e é expedido desde que verificada a execução e o funcionamento das medidas de segurança contra incêndio e pânico (ESPÍRITO SANTO, 2009). A Lei Municipal nº 4.424, de 07 de novembro de 2002, especifica que compete à Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde exercer o controle e a fiscalização da produção, manipulação, armazenamento, transporte, distribuição, comércio, dispensação e uso de: 1. drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos, correlatos, produtos biológicos, dietéticos e nutrientes; 2. cosméticos, produtos de higiene, perfumaria e correlatos; 3. saneantes domissanitários, compreendendo inseticidas, raticidas, defensivos agrícolas, desinfetantes e congêneres; 4. alimento, matéria prima alimentar, alimento enriquecido, alimento dietético, alimento de fantasia e artificial, alimento irradiado, aditivo e produto alimentício; 5. água para o consumo humano; 6. outros produtos ou substâncias que interessem à saúde da população (VITÓRIA, 2002). No site da PMV encontra-se disponível uma listagem com atividades passíveis de licenciamento sanitário municipal e estadual9. Dentre as municipais, é possível identificar os albergues assistenciais; atividades de assistência a deficientes físicos; atividades de assistência social prestadas em residências coletivas e particulares; atividades de associações de defesa de direitos sociais; instituições de longa permanência para idosos; serviços de assistência social sem alojamento; dentre outros. 9 Disponível em http://www.vitoria.es.gov.br/empreendedor/atividades-passiveis-de-licenciamento-sanitariomunicipal e http://www.vitoria.es.gov.br/empreendedor/atividades-passiveis-de-licenciamento-sanitario-estadual. Acesso em 08 de junho de 2015. 74 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Não cabe neste relatório avaliar a adequação dos equipamentos quanto aos itens que dizem respeito à segurança e vigilância sanitária, no entanto, alguns dados coletados podem contribuir com a discussão e adequação em relação a essas questões, que dizem respeito ao adequado funcionamento dos equipamentos. CRAS Região Centro Em relação aos itens de segurança para funcionamento dos equipamentos (Quadro 35), a coleta dos dados através dos questionários e dos registros fotográficos pelo Fiscaliza Vitória possibilitou a identificação de que o CRAS Região Centro não possui nenhum dos alvarás em dia, bem como extintor de incêndio dentro do prazo de validade. Além disso, não há extintores em todos os pavimentos. Quadro 35 – Itens de Segurança CRAS Região Centro 1º Ciclo 2º Ciclo Alvará de funcionamento em dia Não Não Alvará do corpo de bombeiros em dia Não Não Alvará de vigilância sanitária em dia Não Não Saída de emergência Não Não Extintores de incêndio Sim Sim Extintores no prazo de validade Não Não Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. É possível observar as condições dos extintores de incêndio e hidrantes a partir do Quadro 36. Quadro 36 – Condições dos itens de segurança do CRAS Região Centro Figura 103 – Extintores de incêndio no corredor de acesso Figura 104 – Caixa de hidrante no corredor 75 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 105 – Hidrante de parede no corredor A partir dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória e registros fotográficos, é possível depreender que os equipamentos de segurança não passam por manutenções periódicas. Cabe registrar que em resposta ao questionário do primeiro ciclo de visitas enviado à Prefeitura Municipal de Vitória, a SEMAS informou que estaria providenciando junto aos órgãos competentes a regularização de todos os alvarás de funcionamento dos equipamentos e espaços, no entanto, até a realização do segundo ciclo de visitas, estes não haviam sido providenciados. CCTI Centro Em relação aos itens de segurança do CCTI Centro, foi constatado no questionário do primeiro ciclo de visita de fiscalização, que o equipamento não estava com os alvarás de funcionamento, do corpo de bombeiros e de vigilância sanitária em dia. Foi respondido que o equipamento não tinha saída de emergência. Em contrapartida, foi sinalizado que o CCTI Centro estava com os extintores de incêndio dentro do prazo de validade. Observa-se através do Quadro 37 que em relação ao segundo ciclo de visita, não foi possível avaliar os itens de segurança, pois não foram obtidas todas as informações necessárias para análise. 76 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 37 – Itens de Segurança CCTI Centro 1º Ciclo 2º Ciclo Alvará de funcionamento em dia Não Não soube informar Alvará do corpo de bombeiros em dia Não Não soube informar Alvará de vigilância sanitária em dia Não Não soube informar Saída de emergência Não Não Extintores de incêndio Sim N/A10 Extintores no prazo de validade Sim N/A Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. É possível observar no Quadro 38 que apesar dos extintores estarem em suportes, alguns deles não estão localizados em áreas desimpedidas e com a devida demarcação. Quadro 38 – Condições dos itens de segurança CCTI Centro 10 Figura 106 – Extintor na sala de uso coletivo Figura 107 – Extintor na sala de uso coletivo Figura 108 – Extintor na recepção Figura 109 – Extintor no corredor Este item não foi avaliado no segundo ciclo de visitas do Fiscaliza Vitória. 77 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I CREAS Centro Durante as visitas de fiscalização realizadas pelo Fiscaliza Vitória, verificou-se que o equipamento não possui nenhum extintor de incêndio em suas dependências. Além disso, não conta com saída de emergência e hidrantes. Os dados dos questionários não permitem afirmar a situação dos alvarás para funcionamento do equipamento (Quadro 39). No entanto, diante das informações expostas, é possível inferir que estes alvarás não estão em dia. Quadro 39 – Itens de segurança CREAS Centro Existe alvará de funcionamento em dia Não soube informar Existe alvará do corpo de bombeiros em dia Não soube informar Existe alvará de vigilância sanitária Não soube informar Saída de emergência Não Extintores de incêndio Não Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória Hospedagem Noturna Durante as visitas de fiscalização realizadas pelo Fiscaliza Vitória, verificou-se que a Hospedagem Noturna não possui nenhum dos alvarás de funcionamento em dia e saída de emergência (Quadro 40). Quadro 40 – Itens de segurança Hospedagem Noturna 1º Ciclo 2º Ciclo Existe alvará de funcionamento em dia Não Não Existe alvará do corpo de bombeiros em dia Não Não Existe alvará de vigilância sanitária Não Não Saída de emergência Não Não Extintores de incêndio Sim Data fora da validade Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. Em relação aos extintores de incêndio, verificou-se que no segundo ciclo de visitas, todos estavam com a data fora da validade e armazenados em uma área externa do equipamento (Figura 110). 78 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 110 – Extintores de incêndio 5.4 RECURSOS MATERIAIS CRAS Região Centro Para desenvolvimento das ações do PAIF, principal serviço executado no CRAS, deve-se considerar os recursos materiais, que dizem respeito aos insumos indispensáveis à implementação do serviço. Envolvem tanto insumos classificados como investimento (computador, mobiliário, automóvel, etc.), quanto insumos classificados como custeio (lápis, canetas, papéis, cartolinas, grampeadores, tesouras, etc.). Também constituem recursos materiais fundamentais para a implementação do PAIF, as publicações e documentos sobre o serviço, e demais insumos com vistas à orientação e capacitação da equipe de referência do CRAS na operacionalização do serviço (BRASIL, 2012a). A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais destaca os materiais socioeducativos dentre os recursos materiais necessários à implementação do PAIF, descritos como: a) artigos pedagógicos, culturais e esportivos; b) banco de dados de usuários de benefícios e serviços socioassistenciais, banco de dados dos serviços socioassistenciais, Cadastro Único dos Programas Sociais, cadastro de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) (BRASIL, 2012a, BRASIL, 2014a). Em relação ao item a, considera-se como artigos pedagógicos, culturais e esportivos, aqueles que subsidiam diretamente o desenvolvimento do trabalho social com famílias, conferindo recursos audiovisuais, artísticos, culturais ou esportivos às atividades do PAIF. Tratase de cd’s, dvd’s, livros, revistas, materiais lúdicos (jogos, fantoches, massa de modelar, etc.), papéis, tintas, canetas, entre outros materiais que possibilitam enriquecer a troca de informações, a reflexão e favorecem a expressão por parte das famílias. Por sua vez, o item b diz 79 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I respeito a instrumentos que subsidiam o trabalho social com famílias, possibilitando o conhecimento das principais vulnerabilidades, dos riscos e potencialidades das famílias que vivem no território de cada CRAS, do acesso a serviços socioassistenciais de proteção, da efetividade das respostas às demandas e do planejamento das ações a serem implementadas pelo PAIF (BRASIL, 2012a). Considera-se que [...] a utilização de informações provenientes de Cadastros, acrescidas daquelas provenientes de sistemas da Rede Suas, destinadas ao registro de informações sobre os serviços e usuários, contribuem para o planejamento de políticas públicas e são cruciais para uma ação mais estratégica e proativa da proteção social básica. São ainda essenciais para que o coordenador do Cras exerça a função de gestão territorial [...] (BRASIL, 2012a, p. 54). Segundo resposta dos entrevistados dos equipamentos visitados pelo Fiscaliza Vitória, o material de trabalho recebido pela equipe foi suficiente, no entanto, não foi realizado levantamento quanto à totalidade dos recursos necessários para desenvolvimento dos serviços e ações executados no CRAS. Apesar dessas questões não terem sido contempladas nos questionários aplicados pela equipe do Fiscaliza Vitória, verifica-se a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b), que em 2014, o CRAS Região Centro contava com os seguintes recursos materiais (Quadro 41): Quadro 41 – Recursos Materiais do CRAS Região Centro Telefone de uso exclusivo Fax Impressora Máquina copiadora Televisão (TV) Equipamento de som DVD/Vídeo Cassete Datashow Máquina fotográfica Filmadora Veículo de uso exclusivo Veículo de uso compartilhado Acervo bibliográfico Brinquedos Materiais pedagógicos, culturais e esportivos Quantidade total de computadores na unidade Destes, quantos estão conectados à internet Quantidade de computadores para utilização pelos usuários Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Sim 9 9 0 80 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Considera-se, desse modo, que além dos espaços físicos, o CRAS deve contar com mobiliários adequados para cada um dos ambientes. Livros, cd’s, dvd’s, televisor, aparelho de dvd, som, microfone, máquina fotográfica e outros materiais, são necessários para o desenvolvimento das ações do PAIF. Dentre os recursos materiais elencados, no ano de 2014, o CRAS Região Centro não contava com alguns recursos audiovisuais, tais como máquina fotográfica e filmadora. Também não possuía um acervo bibliográfico para uso da equipe e das famílias atendidas. A disponibilidade de linha telefônica e computador com acesso a internet são recursos essenciais para agilidade dos processos de trabalho e maior interação com a rede socioassistencial. Identifica-se através do Quadro 41 que dos 09 (nove) computadores existentes no equipamento, todos possuíam conexão com a internet. No entanto, nenhum estava sendo disponibilizado aos usuários. O automóvel também é importante para o desenvolvimento do PAIF, sobretudo para a realização das visitas domiciliares e para o acompanhamento de famílias. Constatou-se que o veículo é compartilhado, mas não é possível sinalizar quais dias da semana fica disponível para utilização do CRAS e se é suficiente para as ações desenvolvidas e para o número de profissionais que compõem a equipe técnica. CCTI Centro Em relação ao CCTI Centro, também é necessário que o espaço físico tenha mobiliário adaptado às condições dos usuários, equipamentos permanentes e de consumo (como os recursos socioeducativos), entre outros. Através do Quadro 42, é possível perceber a relação de recursos materiais que o CCTI Centro possuía no ano de 2014: Quadro 42 – Recursos materiais do CCTI Centro Telefone de uso exclusivo Sim Telefone de uso compartilhado Não Fax Sim Impressora Não Máquina Copiadora Sim Televisão (TV) Sim Equipamento de som Não DVD/Vídeo Cassete Não Datashow Não Câmera Fotográfica Não 81 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Filmadora Não Veículo de uso exclusivo Não Veículo de uso compartilhado Não Acervo bibliográfico Não Brinquedoteca Não Brinquedos Não Materiais pedagógicos, culturais e esportivos Sim Quantidade total de computadores na unidade 4 Destes, quantos estão conectados à internet? 4 Quantidade de computadores para utilização pelos usuários Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). 0 Observa-se que o CCTI Centro não contava com diferentes recursos, tais como: impressora, equipamento de som, dvd, Datashow, câmera fotográfica, veículo e acervo bibliográfico. No entanto, na visita técnica realizada ao equipamento em 2015, foi possível notar alguns desses recursos no equipamento, como aparelho de som e impressora. CREAS Centro A necessidade de equipamento e recursos materiais para funcionamento do CREAS não é diferente. O MDS considera que para além do espaço físico, o desenvolvimento das ações exige a disponibilidade de equipamentos e recursos materiais essenciais que toda Unidade deve dispor e, ainda, equipamentos e materiais desejáveis que possam contribuir para qualificar as ações e assegurar sua efetividade. Considera-se como equipamentos e recursos materiais essenciais: mobiliário; computadores; telefone; acesso à internet; material de expediente e material para o desenvolvimento de atividades individuais e coletivas (pedagógicos, culturais e esportivos, etc.); veículo para utilização pela equipe; arquivos, armários ou outros para guarda de prontuários físicos, em condições de segurança e sigilo; impressora; e banco de dados necessários ao desenvolvimento das atividades do(s) serviço(s) (BRASIL, 2011b). Por sua vez, considera-se como equipamentos e recursos materiais desejáveis, material multimídia, tais como: TV; equipamento de som; aparelho de dvd; máquina fotográfica; máquina copiadora; filmadora; datashow; acervo bibliográfico; mural com informações de interesse dos usuários (horário de atendimento e funcionamento da Unidade; endereços de serviços da rede de articulação do CREAS) (BRASIL, 2011b). 82 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I As questões sobre recursos materiais do questionário do CREAS aplicados pelo Fiscaliza Vitória foram elaboradas com base no Censo SUAS. Verifica-se a seguinte disposição de recursos: Quadro 43 – Recursos materiais do CREAS Centro Telefone Sim Fax Não Impressora Sim Máquina Copiadora Sim Televisão (TV) Sim Equipamento de som Sim DVD/Vídeo Cassete Sim Datashow Não Máquina Fotográfica Não Filmadora Não Veículo de uso exclusivo Sim Veículo de uso compartilhado Sim Acervo bibliográfico Sim Mobiliário/materiais para atender crianças (mesa infantil, tapete emborrachado, brinquedos, etc.) Sim Materiais pedagógicos, culturais e esportivos Sim Quantidade total de computadores no CREAS 11 Quantos estão conectados à internet no CREAS Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. 11 A linha telefônica e computador com acesso a internet faz-se necessário para que a equipe do CREAS tenha mais agilidade nos processo de trabalho e maior integração e articulação com a rede. Outro item relevante para o desempenho das atividades do CREAS é o veículo. Com ele a equipe realiza as visitas domiciliares necessárias, acompanha famílias e indivíduos em áreas afastadas no território, participa de reuniões e encontros com a rede e realiza os deslocamentos necessários para o trabalho de abordagem de rua e/ou busca ativa. Reforça-se a necessidade de outros recursos, tais como datashow e máquina fotográfica para desenvolvimento de atividades nos diferentes serviços. Ademais, como já mencionado anteriormente, torna-se necessário maior investimento nos mobiliários deste equipamento público. Hospedagem Noturna Em relação aos recursos materiais disponíveis na Hospedagem Noturna, identifica-se através do Quadro 44 os seguintes itens e equipamentos: 83 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 44 – Recursos Materiais da Hospedagem Noturna Geladeira Sim Freezer Sim Fogão Sim Forno/micro-ondas Não Máquina de lavar Não Veículo de uso exclusivo Não Veículo de uso compartilhado Não Mobiliário específico para atender crianças Não Mobiliário/materiais adequados para pessoas com deficiência ou dependência (Tecnologias Assistivas) Não Acervo bibliográfico (livros) Não Materiais pedagógicos e culturais Não Materiais esportivos Não Jogos educativos, jogos de passatempo, brinquedos Não Mesas para estudo Não Mesas de Jantar Sim Camas Sim Armários para guarda individualizada de pertences Não Armários de uso coletivo dos usuários Não Telefone Sim Fax Não Impressora Sim Equipamento de som Sim DVD/Vídeo Cassete Não TV a cabo Não Televisão Sim Quantas camas? 40 Quantos armários individualizados? - Quantas televisões? 3 Quantidade total de computadores na Unidade 3 Quantidade total de computadores na Unidade - Destes, quantos estão conectados à internet? 3 Quantidade de computadores para utilização pelos usuários Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). 0 A partir das visitas de fiscalização realizadas ao local, foi possível constatar que não há uma máquina de lavar para uso dos usuários, bem como armários para guarda individualizada de pertences, assim como de uso coletivo. Os usuários guardam suas roupas em sacolas, bolsas ou em cima de suas camas. Os quartos ficam trancados no período em que o equipamento está fechado. Além disso, não há acervo bibliográfico (livros), materiais pedagógicos e culturais, materiais esportivos, jogos de passatempo, que poderiam ser utilizados nos momentos de convivência. Durante a visita técnica foi identificado que a equipe não conta com carro para 84 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I realização de visitas domiciliares, devido a isso, elas não tem ocorrido. Cabe ressaltar, porém, que identificada necessidade, a equipe precisa se articular com outros serviços da Assistência Social, tais como: serviço especializado em abordagem social ou serviço especializado para população em situação de rua, executados respectivamente no CREAS e Centro POP. 5.5 NECESSIDADES DE ADEQUAÇÃO EM RELAÇÃO À INFRAESTRUTURA Ao longo do item 5 foi possível realizar apontamentos sobre os espaços físicos dos equipamentos públicos da Assistência Social na Região I. Foi pontuado que para análise da estrutura física é necessário considerar vários aspectos, que pela limitação dos dados coletados e da metodologia empregada, não foi possível neste primeiro momento. No entanto, os registros fotográficos realizados pelo Fiscaliza Vitória nos dois ciclos de visita permitiram captar algumas necessidades de adequações, reparos, manutenções, algumas emergenciais, pontuais e outras de médio-longo prazo. Entende-se que essas identificações podem subsidiar a elaboração de um cronograma de reparos e manutenções, com a devida articulação intersetorial para resolução das problemáticas. CRAS Região Centro Figura 111 – Janela da guarita adaptada Figura 112 – Interruptores sem tampa 85 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 113 – Almoxarifado de alimentos sem tela de proteção na janela e estantes com ferrugem Figura 114 – Banheiro utilizado como depósito Figura 115 – Porta da sala de atendimento do 3º pavimento danificada Figura 116 – Parede da sala de atendimento do 3º pavimento danificada Figura 117 – Telhado da área externa Figura 118 – Escada de acesso ao 3º pavimento sem antiderrapante 86 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 119 – Maçaneta danificada de uma das salas de atendimento do 3º pavimento Figura 120 – Sala utilizada como depósito de materiais Figura 121 – Muro baixo, risco de arrombamento e dano ao patrimônio Figura 122 – Necessidade de poda periódica CCTI Centro Figura 123 – Rachaduras na coluna Figura 124 – Fiação exposta e necessidade de pintura 87 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 125 – Teto da área externa Figura 126 – Fiação exposta Figura 127 – Teto de uma das salas de uso coletivo Figura 128 – Parede externa de uma das salas de uso coletivo Figura 129 – Parede de um dos banheiros Figura 130 – Parede de um dos banheiros 88 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 131 – Mobiliário da área de serviço Figura 132 – Almoxarifado de alimentos Figura 133 – Janela da recepção Figura 134 – Paredes externas Figura 135 – Portão de acesso Figura 136 – Almoxarifado de materiais 89 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 137 – Teto do almoxarifado de materiais Figura 138 – Banheiro em uso com depósito de gás CREAS Centro Figura 139 – Janela e parede danificados Figura 140 – Teto de uma das salas Figura 141 – Luminária Figura 142 – Parede de uma das salas 90 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 143 – Parede com rachadura Figura 144 – Tinta da porta desgastada Figura 145 – Armários da cozinha Figura 146 – Teto da cozinha Figura 147 – Teto do equipamento e grade Figura 148 –Teto do equipamento 91 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 149 – Área utilizada como depósito de inservíveis Figura 150 – Área utilizada como depósito de inservíveis Figura 151 – Parede do equipamento Figura 152 – Caixa de gordura Figura 153 – Cadeiras danificadas Figura 154 – Almoxarifado 92 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 155 – Geladeira da copa Figura 156 – Janela quebrada Figura 157 – Bocal sem lâmpada Figura 158 – Parede com infiltração e cadeira danificada Figura 159 – Parede da recepção Figura 160 – Parede de uma das salas 93 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 161 – Porta e parede necessitando de reparo Figura 162 – Mobiliário adaptado Hospedagem Noturna Figura 163 – Janela da sala dos monitores sem vidro Figura 164 – Infiltração na sala dos monitores Figura 165 – Gás armazenado na cozinha Figura 166 – Dormitório feminino 94 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 167 – Mobiliários da cozinha Figura 168 – Mobiliários da cozinha Figura 169 – Adequação do almoxarifado Figura 170 – Adequação do almoxarifado de alimentos Figura 171 – Infiltração no dormitório feminino Figura 172 – Dormitório feminino sem ventilação 95 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Figura 173 – Janela do dormitório feminino Figura 174 – Teto de um dos banheiros Figura 175 – Teto de um dos banheiros Figura 176 – Porta de um dos banheiros 96 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 6. RECURSOS HUMANOS As equipes de referência são estabelecidas pela Norma Operacional Básica Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH), instituída pela Resolução do CNAS nº 269 de 13 de dezembro de 2006, como: (...) aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial, levandose em conta o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimento e aquisições que devem ser garantidas aos usuários (BRASIL, 2011c). A concepção de equipes de referência no SUAS parte do reconhecimento de dois aspectos fundamentais: o caráter público da Assistência Social e o trabalho social como fundamental, sendo o profissional o seu principal recurso (BRASIL, 2015). Os profissionais responsáveis pela organização são aqueles responsáveis pela gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, seja no âmbito das unidades, seja no órgão gestor. São, como exemplos, os coordenadores das unidades, àqueles responsáveis pela gestão dos benefícios socioassistenciais e os profissionais do órgão gestor inseridos nas coordenações/departamentos das proteções sociais básica e especial. Como profissionais responsáveis pela oferta de serviços, programas, projetos e benefícios entende-se aqueles que realizam o provimento das ações, ou seja, desenvolvem funções diretamente relacionadas à finalidades do SUAS. São os profissionais com ensino superior, médio e fundamental completos que desenvolvem o trabalho social nas unidades socioassistenciais e realizam o atendimento direto aos usuários (BRASIL, 2015). A Resolução nº 17 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de 20 de junho de 2011, ratifica a equipe de referência definida pela NOB-RH e reconhece as categorias profissionais de nível superior para atender as especificidades dos serviços socioassistenciais e das funções essenciais de gestão do SUAS, “considerando a necessidade de estruturação e composição, a partir das especificidades e particularidades locais e regionais, do território e das necessidades dos usuários, com a finalidade de aprimorar e qualificar os serviços socioassistenciais” (BRASIL, 2011c, p.2) (Quadro 45). 97 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 45 – Categorias de nível superior que podem compor a equipe de referência da Proteção Social Básica e Proteção Social Especial Proteção Social Especial (Obrigatórios) Proteção Social Básica Outras categorias Média Alta (Obrigatórios) profissionais Complexidade Complexidade Assistente Social Assistente Social Assistente Social Antropólogo(a) Psicólogo(a) Psicólogo(a) Psicólogo(a) Economista Doméstico Advogado(a) Pedagogo(a) Sociólogo(a) Terapeuta Ocupacional Musicoterapeuta Fonte: Elaborado a partir da Resolução nº 17 do CNAS, artigo 1º (BRASIL, 2011c). Além dos profissionais de nível superior, o CNAS em 2014 publicou a Resolução nº 09, que ratifica e reconhece as ocupações e as áreas profissionais de ensino médio e fundamental como componentes das equipes de referência do SUAS. Agregou como profissionais de ensino médio o cuidador social e orientador social ou educador social. Como profissionais de ensino fundamental: a) as funções administrativas, b) funções de gestão financeira e orçamentária, c) funções de gestão da informação, monitoramento, avaliação, vigilância socioassistencial, de benefícios, transferência de renda e Cadastro Único para Programas Sociais, d) função de limpeza, e) função de lavanderia, f) funções de cozinha, g) de copeiragem, h) de transporte e i) de segurança. As Resoluções nº 17/2011 e nº 09/2014 tratam do reconhecimento dos profissionais que compõem o SUAS e que contribuem, através do conjunto de seus conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja, das competências profissionais próprias a cada área atuando de forma integrada com as demais, para o alcance dos objetivos e resultados esperados (BRASIL, 2015). Segundo “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” do MDS, as equipes de referência definidas pela NOB-RH possibilitam a formação de um padrão nacional, com profissionais cuja presença é obrigatória, de acordo com o nível de proteção social e complexidade. Este padrão, cuja constituição se baseia nas necessidades básicas do SUAS, deve ser compreendido como uma referência e uma garantia à efetivação da Política e deve ser assegurado pelos gestores de todas 98 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I as esferas de governo, seja nas unidades públicas estatais, seja nas organizações e entidades socioassistenciais (BRASIL, 2015). Por sua vez, a NOB SUAS (BRASIL, 2012) avança ao reforçar a organização e estruturação da Gestão do Trabalho no SUAS, evidenciando-a como área essencial à efetiva profissionalização do Sistema, estabelecendo as responsabilidades dos entes federados, entre elas a de assegurar recursos financeiros para seu cumprimento. Esta normativa define os eixos da Gestão do Trabalho e define as ações que compreendem. Estabelece, dentre outras: 1. A realização do concurso público; 2. A instituição de avaliação de desempenho; 3. A instituição e implementação de Plano de Capacitação e Educação Permanente com certificação; 4. A adequação dos perfis profissionais às necessidades do SUAS; 5. A instituição de Mesas de Negociação; 6. A instituição de planos de cargos, carreiras e salários; 7. A garantia de ambiente de trabalho saudável e seguro, em consonância às normativas de segurança e saúde dos trabalhadores; 8. A instituição de observatórios de práticas profissionais. Entende-se que a questão do cargo efetivo está fundamentado na necessidade da equipe de referência ter uma baixa rotatividade, de modo a garantir a continuidade, eficácia e efetividade dos programas, serviços e projetos ofertados pelos equipamentos, bem como permitir o processo de capacitação continuada dos profissionais. A realização de concursos públicos e a garantia dos direitos trabalhistas desses profissionais devem, portanto, constituir prioridade dos órgãos gestores da Assistência Social (BRASIL, 2011c). O MDS recomenda que haja uma transição gradativa do quadro de profissionais da equipe de referência que atualmente encontram-se na condição de terceirizados ou com contratos de trabalho precarizados. Orienta-se também que a seleção desses profissionais se ainda não efetuada por meio de concursos, deve ser realizada em um processo público e transparente, pautado na qualificação dos profissionais e no perfil requerido para o exercício das funções da equipe de referência. Cabe destacar que em 2011, com a alteração da Lei nº 8.742/1993 pela Lei nº 12.435/2011 passou-se a ser permitido que os municípios, estados e Distrito Federal realizem o pagamento de profissionais concursados que integrem as equipes de referência com os recursos provenientes do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), por meio dos repasses regulares e automáticos operados fundo a fundo (BRASIL, 2015). Cabe ressaltar que os questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, consideraram os seguintes vínculos de trabalho: 1. Efetivo – servidores públicos estatutários (são aqueles cuja 99 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I relação jurídica de trabalho é disciplinada por leis específicas, denominadas estatutos); servidores públicos trabalhistas – celetistas (são aqueles regidos pelas regras disciplinadoras constantes na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)); cargo em comissão (a CF/88 ressalva a possibilidade de criação de funções de confiança e cargos em comissão, destinados apenas as atribuições de direção, chefia e assessoramento). 2. Contratado – servidor público temporário (a previsão dessa categoria especial de servidores está contemplada no art. 37, IX, da CF/88, que admite a sua contratação por tempo determinado para atender às necessidades temporárias de excepcional interesse público). 3. Terceirizado – contratação de serviço de terceiros para atividades meio (vigilância, segurança, limpeza, informática, manutenção de elevadores, entre outros). Nessa categoria também foram incluídos os profissionais contratados via convênio com entidade de assistência social para execução dos serviços. O “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” (BRASIL, 2015) destaca que os serviços socioassistenciais são atividades continuadas que visam à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na LOAS. Os recursos do cofinancimento federal de que trata o artigo 6º - E da LOAS, podem ser utilizados para o pagamento dos profissionais das equipes de referência responsáveis pela gestão e oferta dos serviços socioassistenciais, que, por seu caráter público e de continuidade, devem ser efetivados por servidores públicos, conforme estabelecido pela NOB-RH. Ressalta-se que o provimento dos cargos de servidor público na Administração Pública destina-se ao desenvolvimento das atividades fins do Poder Público, não sendo indicada a terceirização dessas atividades. São atividades fins da Assistência Social, as atividades de gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, no âmbito das unidades e no órgão gestor, e as de provimento de serviços, programas, projetos e benefícios, ou seja, que desenvolvem funções diretamente relacionadas às finalidades do SUAS (BRASIL, 2015). Os programas e projetos socioassistenciais são ações integradas e complementares às ações continuadas, com objetivo, tempo e área de abrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços socioassistenciais. Esses programas e projetos, pactuados em âmbito nacional, devem compor suas equipes de acordo com suas respectivas normativas, pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e no CNAS, e as instituídas pelo MDS. O Ministério salienta que os programas e projetos podem utilizar as equipes de referência do SUAS para a sua execução, desde que observado a não sobreposição com os 100 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I serviços, e, ou, constituir equipe própria, através da contração por tempo determinado para atender às necessidades temporárias de excepcional interesse público (BRASIL, 2015). O “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” esclarece, ainda, que a contratação por tempo determinado disponha sobre as seguintes situações: Para contratar profissionais que integrarão as equipes dos programas e projetos socioassistenciais, tendo em vista a sua temporalidade limitada e seu caráter complementar às ações continuadas da Assistência Social, observando o prazo máximo deste contrato, previsto na legislação; Para contratar profissionais que integrarão as equipes dos programas e projetos socioassistenciais, tendo em vista a sua temporalidade limitada e seu caráter complementar às ações continuadas da Assistência Social, observando o prazo máximo deste contrato, previsto na legislação; Para atender necessidades temporárias e de interesse público, como por exemplo o atendimento do Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências durante a ocorrência destas situações, cuja demanda por profissionais amplia; Para substituir temporariamente profissionais das equipes de referência em períodos de licença, garantindo a continuidade do atendimento aos usuários; Para implantação dos equipamentos/serviços socioassistenciais, considerando que os trâmites legais e administrativos para a realização de concurso público para o provimento de pessoal efetivo requerem um tempo maior e que esse processo não pode inviabilizar a sua execução, de modo a prejudicar o público da Política de Assistência Social. Nesse caso, orienta-se a contratação de servidores públicos temporário, por meio de processo seletivo simplificado, para compor as equipes de referência, durante esse período e sem prejuízo da realização do concurso público, em cumprimento aos prazos para implementação dos serviços estabelecidos na Resolução da CIT nº 5, de 08 de junho de 2011 [...] (BRASIL, 2015, p. 43). Em relação à terceirização de serviços e contabilização nos gastos de despesa de pessoal, o documento explica que as despesas com contratação de serviço de terceiros, realizadas de acordo com as regras do artigo 37, XXI, da CF/88 e da Lei nº 8.666/1993, Lei de Licitações e Contratos Administrativos, não são contabilizadas no limite de despesa com pessoal, salvo se a terceirização de serviços caracterizar substituição de servidores e empregados públicos. Desse modo, esclarece que é necessário que na contratação de prestação de serviço de terceiros, seja observado: Processo de licitação (art. 37, XXI, CF); Contrato por prazo determinado; Inexistência de pessoalidade, hierarquia e subordinação; Somente para atividades meio (vigilância, segurança, limpeza, informática, manutenção elevadores, dentre outros.); Não seja a atividade terceirizada inerente à categoria funcional abrangida por plano de cargos e salários do órgão contratante (BRASIL, 2015, p. 50). 101 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I A análise realizada a partir dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, permitiu identificar que os equipamentos públicos da Assistência Social da Região I contam com profissionais efetivos, contratados e terceirizados, executando os diferentes serviços. É importante destacar que a PMV realiza a terceirização por intermédio de contrato e convênio. O convênio é realizado com entidades de assistência social e uma de suas previsões é a contratação de mão de obra. A Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferência de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento. A partir dessa Lei é necessário chamamento público para selecionar organizações da sociedade civil que torne mais eficaz a execução do objeto, com a definição de procedimentos claros, objetivos, simplificados e, sempre que possível, padronizados. Segundo parágrafo único do artigo 23, a administração pública sempre que possível, estabelecerá critérios e indicadores padronizados a serem seguidos, especialmente quanto às seguintes características: objetos; metas; métodos; custos; plano de trabalho; indicadores, quantitativos e qualitativos, de avaliação de resultados (BRASIL, 2014). Por fim, para efeito de estimativa do quadro de pessoal, a NOB-RH trouxe como principal contribuição à proposição de equipes de referência. O consenso válido para as diferentes esferas de governo em torno dessa questão assim se expressa: a) cada órgão gestor deverá elaborar o quadro de necessidades de trabalhadores. Para os municípios essa elaboração apresenta-se atrelada à implementação do Plano Municipal de Assistência Social para a manutenção da estrutura gestora do SUAS; b) todos os órgãos gestores de Assistência Social devem estabelecer plano de ingresso dos trabalhadores e substituir terceirizados; c) deve haver o planejamento do ingresso anual de pessoal por concurso público, com previsão quantitativa. Sobre o Plano de Assistência Social, a NOB SUAS (BRASIL, 2012) estabelece que o órgão gestor tem como responsabilidade realizar sua elaboração, cuja estrutura é composta por, entre outros: 1. Diagnósticos socioterritorial; 2. Objetivos gerais e específicos; 3. Diretrizes e prioridades deliberadas; 4. Ações e estratégias correspondentes para sua implementação; 5. Metas estabelecidas; 6. Resultados e impactos esperados; 7. Recursos materiais, humanos e financeiros disponíveis e necessários; 8. Mecanismos e fontes de financiamento; 9. Cobertura 102 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I da rede prestadora de serviços; 10. Indicadores de monitoramento e avaliação; 11. Espaço temporal de execução. Considera-se, desse modo, que ao compor as equipes de referência, o gestor deve estar balizado em um planejamento que considere as necessidades do SUAS tendo em vista o alcance de suas finalidades. Este planejamento deve considerar o acúmulo de conhecimento no Sistema, expresso em suas normativas e orientações técnicas, bem como na realidade local, nas demandas e necessidades dos usuários e na capacidade de atendimento (BRASIL, 2015). CRAS Região Centro Considera-se que no processo de implantação do CRAS, um conjunto de providências devem ser tomadas pelo órgão gestor municipal com vistas ao cumprimento das exigências de instalação desse equipamento em determinado território e à oferta de serviços de qualidade. Isso inclui a previsão da quantidade de CRAS necessária a ser instalada em cada localidade, bem como a capacidade de atendimento de cada unidade, o que depende do número de famílias referenciadas e dos serviços que serão prestados diretamente neste equipamento. De acordo com a NOB-RH, família referenciada [...] é aquela que vive em áreas caracterizadas como de vulnerabilidade, definidas a partir de indicadores estabelecidos por órgão federal, pactuados e deliberados. A unidade de medida ‘família referenciada’ é adotada para atender situações isoladas e eventuais relativas a famílias que não estejam em agregados territoriais atendidos em caráter permanente, mas que demandam do ente público proteção social (BRASIL, 2011c, p. 29). O número de famílias a serem referenciadas aos CRAS deve guardar relação com o porte do município, como prevê a NOB SUAS (BRASIL, 2005). No caso dos municípios de médio e grande porte e metrópoles, faz-se necessário analisar se todos os territórios têm 5.000 famílias, ou se a organização intraurbana do município, em territórios de vulnerabilidade, acarretou constituição de alguns territórios menores. Nesses casos, podem ser implantados CRAS que referenciam até 2.500 famílias (BRASIL, 2011c). Compreende-se, desse modo, que o número de famílias que vivem no território constitui parâmetro para a capacidade de atendimento do CRAS. Por sua vez, a formação das equipes de referência deverá considerar o número de famílias e indivíduos referenciados, os 103 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I tipos e modalidades de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários, conforme deliberações do CNAS. Considera-se que ao buscar respostas sobre o conteúdo do trabalho social, temos parâmetros para saber o tempo de trabalho necessário para o planejamento, execução, registro, monitoramento e avaliação dos serviços socioassistenciais. Ao conhecer essa dimensão temporal do trabalho social, é possível também ter mais clareza de quantos profissionais são necessários para que a equipe de referência ofereça com qualidade os serviços às famílias e indivíduos com as quais trabalham (BRASIL, 2011c, p. 29-30). A NOB-RH estabeleceu que no caso de municípios de médio e grande porte, metrópole e Distrito Federal, a cada 5.000 famílias referenciadas, a equipe de referência deve contar com 4 (quatro) técnicos de nível superior, sendo 02 (dois) profissionais assistentes sociais, 01 (um) psicólogo e 01 (um) profissional do SUAS, 4 (quatro) profissionais que compõe o SUAS, além do coordenador do equipamento, considerando a cobertura em todo horário de funcionamento do CRAS e a necessidade de oferta contínua do PAIF (BRASIL, 2011c). Porte do Município Quantidade de famílias referenciadas RH – ensino superior Quadro 46 – Equipe de Referência dos CRAS Pequeno Porte I Pequeno Porte II Médio, Grande, Metrópole e DF Até 2.500 famílias referenciadas. Até 3.500 famílias referenciadas. A cada 5.000 famílias referenciadas. 2 técnicos de nível 3 técnicos de nível 4 técnicos de nível superior, sendo superior, sendo um superior, sendo dois dois profissionais assistentes profissional assistente profissionais assistentes sociais, um psicólogo e um social e um psicólogo. sociais e um psicólogo. profissional que compõe o SUAS. RH – ensino 2 profissionais que 3 profissionais que compõe 4 profissionais que compõe o médio completo compõe o SUAS o SUAS (conforme SUAS (conforme Resolução (conforme Resolução Resolução CNAS nº CNAS nº 09/2014). CNAS nº 09/2014). 09/2014). Fonte: Elaborado a partir do “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” (BRASIL, 2015). Em relação ao principal serviço executado no CRAS, o PAIF, o número de profissionais deve estar de acordo com o estabelecido na NOB-RH, que considera o porte do município, número de famílias referenciadas e especificidades do(s) serviço(s) oferecido(s) pelo CRAS. O documento “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” expõe o seguinte perfil profissional, conforme Quadro 47. 104 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 47 – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) Equipe de referência Perfil/categoria profissional Coordenador(a) Profissional de nível superior, com formação conforme as categorias profissionais estabelecidas pela Resolução CNAS nº 17/2011 para gestão, concursado. Com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais. Assistente Social Formação em Serviço Social. Psicólogo(a) Formação em Psicologia. Profissionais com Educador Social, e, ou, Orientador Social (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). ensino médio Profissional para Funções Administrativas (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). completo Fonte: Elaborado a partir do “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” (BRASIL, 2015). A partir dessas considerações, verificou-se através dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, a seguinte composição da equipe de referência do CRAS Região Centro, conforme Gráfico 1: Gráfico 1 – Quantitativo de profissionais da Equipe de Referência do CRAS Região Centro – 1º e 2º Ciclo de Visitas 5 4 4 4 3 3 2 2 1 1 1 1 1 1 Quantitativo de Profissionais 1º Ciclo Quantitativo de Profissionais 2º Ciclo Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. A mudança quantitativa no número de profissionais, observada de um ciclo para o outro, foi quanto ao acréscimo no número de assistente social, comparado ao primeiro ciclo de visitas. No entanto, houve a permanência de apenas um(a) assistente social efetivo, conforme observado no Gráfico 2. 105 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Gráfico 2 – Quantitativo de assistentes sociais do CRAS Região Centro segundo o vínculo 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Efetivo 1 0 1º Ciclo 2º Ciclo Terceirizado 2 3 Contratado 1 2 Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. Em relação ao vínculo empregatício dos profissionais da equipe de referência do CRAS Região Centro, observa-se que 88,23% são contratados ou terceirizados e apenas 11,76% são efetivos, como identificado no Gráfico 3. Essa situação pode acarretar maior rotatividade dos profissionais, o que ocasiona constante mudança no processo de trabalho e impactos na relação estabelecida com os usuários dos serviços. Além da dificuldade em implementar uma política de capacitação, tendo em vista os constantes recomeços e necessidade de novas qualificações. Gráfico 3 – Vínculo dos profissionais da Equipe de Referência CRAS Região Centro – 2º Ciclo de Visita11 4 3 3 Efetivo 2 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 Terceirizado 1 0 0 0 0 0 Contratado Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. 11 Documento enviado pela SEMAS especifica que há previsão de contratação de assistente administrativo e auxiliar administrativo via convênio 06/2014. No entanto, os questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória não fizeram distinção entre essas duas funções. 106 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Observa-se no Gráfico 3 que o coordenador do equipamento é efetivo. A NOB-RH orienta que as equipes de referência devem contar sempre com um coordenador, devendo o mesmo, independentemente do porte do município, ter o seguinte perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais (BRASIL, 2011c). Nesse ínterim, um passo importante realizado pelo município foi a Lei nº 8.211 de 2012 (lei que institui o SUAS do município de Vitória), que no §4º estabelece que cada CRAS deve contar com um coordenador efetivo, de nível superior, preferencialmente, com formação em ciências humanas e/ou sociais, que ocupará função gratificada criada para tal fim. Cabe salientar que a equipe de referência do CRAS é a responsável pela oferta do PAIF e pela gestão territorial da proteção social básica, sendo esta última uma função do coordenador do CRAS. É válido registrar que na visita técnica realizada em maio/2015 novas mudanças se apresentaram em relação ao quadro de profissionais do CRAS Região Centro. Houve o acréscimo de um profissional assistente social (efetivo), redução no número de auxiliares administrativos, redução no número de assistentes sociais contratados via convênio e redução no número de psicólogos. Segundo dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b), o CRAS Região Centro possui capacidade de referenciamento para até 5.000 famílias. A partir dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, foi possível identificar que o equipamento conta com assistente social e psicólogo(a) como profissionais de ensino superior, profissionais para desempenho de funções administrativas, funções de limpeza, funções de cozinha e de segurança. Não possui orientador social ou educador social como integrante da equipe. Constatou-se que a equipe de referência para execução do PAIF, serviço de caráter contínuo, é composta por profissionais contratados e terceirizados, com exceção do coordenador e de um psicólogo. Há de ser salientado, ainda, que o quantitativo da equipe mínima proposto na NOB-RH pode não ser suficiente para determinado equipamento, considerando os aspectos já elencados anteriormente. Ademais, viu-se que a discussão sobre o quantitativo necessário para compor a equipe de referência é algo complexo. O questionário não identificou, por exemplo, a carga horária dos profissionais que compõem a equipe de referência, as atribuições, bem como a formação profissional e o nível de escolaridade dos profissionais que compões a equipe. De todo modo, destaca-se a importância do planejamento, do conhecimento do território e dos 107 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I dados da Vigilância Socioassistencial para diagnóstico sobre o recursos humanos necessários, que inclusive já pode ter sido elaborado pela SEMAS. Outro fator importante nessa análise é o fato de que o CRAS Região Centro também desenvolve outros serviços e atividades, como o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, o Cadastro Único12 e a oferta de benefícios eventuais, o que deve ser considerado ao se pensar nos recursos humanos necessários para o desenvolvimento dessas ações, tendo em vista a orientação de que caso o CRAS oferte outros serviços ou ações, a equipe deve ser ampliada, adequando-se para cumprir as orientações técnicas específicas de cada serviço ou ação a ser implementada (BRASIL, 2012a). CCTI Centro No que diz respeito ao SCFV, o Passo a Passo para o Reordamento do SCFV disponibilizado pelo MDS (BRASIL, 2013b) estabelece que a equipe técnica desse serviço deve ser composta por técnico de referência13, orientador social e facilitador de oficinas (este último é opcional). O técnico de referência é um técnico de nível superior que compõe a equipe do CRAS a ser designado para acompanhar alguns grupos do SCFV, participando de seu planejamento. O MDS considera que a gestão municipal pode avaliar a possibilidade de contratação de outros profissionais para a ampliação da equipe e diversificação das atividades, como é o caso de facilitadores de oficinas ou de um técnico de nível superior específico para o serviço (BRASIL, 2012c). A partir do Quadro 48 é possível identificar o perfil profissional da equipe do SCFV: Quadro 48 – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Equipe de referência Perfil/categoria profissional Profissional de referência do Profissional de nível superior que integra a equipe do PAIF/CRAS para ser PAIF/CRAS de nível superior referência ao grupo do SCFV, com formação conforme Resolução CNAS nº 17/2011. 12 Sobre isso, convém mencionar que a Resolução nº 09/2014 do CNAS elenca algumas atribuições para os profissionais de ensino médio, responsáveis por funções de gestão da informação, monitoramento, avaliação, vigilância socioassistencial, de benefícios, transferência de renda e CadÚnico, tais como: realizar entrevistas com usuários para inserção de dados no Cadastro Único e demais sistemas e cadastros relacionados à gestão dos benefícios e transferência de renda; registrar, transcrever e digitar informações, operando computadores; manter atualizadas as informações registradas no CadÚnico e demais cadastros. 13 Técnico de nível superior do CRAS, responsável por executar outro serviço socioassistencial: o PAIF. Dessa forma, não compete a este executar o SCFV; sua função é acompanhar. Cabe ao orientador social a execução do SCFV (BRASIL, 2012c). 108 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Profissionais com ensino médio Educador social e, ou, Orientador Social (Conforme Resolução CNAS nº completo 17/2014). Profissional para Funções Administrativas (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Fonte: Elaborado a partir do “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” (BRASIL, 2015). O documento preliminar “Orientações Técnicas do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Pessoas Idosas (SCFVI)” elenca as competências da equipe de referência: Quadro 49 – Competências por função do SCFVI Competências Função Técnico de - Conhecer as situações de vulnerabilidade e risco social e as potencialidades das famílias do referência território de abrangência do Cras; - Participar da definição dos critérios de inserção das pessoas idosas no SCFVI; - Realizar o encaminhamento das pessoas idosas para a inserção no SCFVI; - Acompanhar as famílias dos usuários que frequentam o serviço e apresentam situações de vulnerabilidade que requerem a proteção da Assistência Social; - Receber mensalmente a frequência ao serviço e analisar as demais informações prestadas; - Realizar reuniões periódicas com o orientador social do SCFVI; - Desenvolver atividades coletivas com as famílias dos usuários do serviço; - Registrar as ações coletivas desenvolvidas com as pessoas idosas e suas famílias; - Divulgar o SCFVI no território; - Articular ações que potencializem as boas experiências no território de abrangência do CRAS; - Avaliar, junto às famílias, os resultados e impactos do SCFVI. Orientador social14 - Organizar e facilitar situações estruturadas de aprendizagem e de convívio social, explorando e desenvolvendo temas transversais e conteúdo previstos no percurso; - Desenvolver oficinas esportivas, culturais e de lazer, em caso de habilidade para tal; - Registrar a frequência dos usuários e das ações desenvolvidas; - Encaminhar a frequência e demais informações sobre a execução do SCFVI, mensalmente, ao técnico de referência do CRAS; - Participar de atividades de planejamento, sistematização e avaliação do Serviço, juntamente com os demais membros da equipe; - Manter em arquivo o registro das informações sobre a execução do SCFVI e participar de capacitações; 14 Técnico de, no mínimo, nível médio, com função de Orientador Social, responsável pela execução do SCFVI. O perfil desse profissional requer conhecimento da PNAS e Estatuto do Idoso e, de preferência, experiência na área do envelhecimento e de trabalho com grupos (BRASIL, 2012c). 109 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I - Informar ao técnico de referência a identificação de contextos familiares e outras informações que podem afetar a participação do usuário no serviço (exemplo: mudança brusca de atitudes, sinais de violência ou negligência etc). Facilitador de oficinas 15 - Desenvolver atividades de convívio e oficinas, podendo participar dos encontros regulares, desenvolvendo atividades que contribuam para o alcance dos objetivos do percurso; - Organizar e coordenar atividades, oficinas e eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, objetivando promover e qualificar o convívio social e comunitário; - Desenvolver outras oficinas para as quais possua aptidão; - Participar de atividades de capacitação da equipe; - Participar de atividades de planejamento, sistematização e avaliação do serviço, juntamente com a equipe de trabalho. Fonte: Elaborado a partir das informações do documento “Orientações Técnicas do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Pessoas Idosas (SCFVI) [versão preliminar]” (BRASIL, 2012c). O documento esclarece ainda que: Para a função de facilitador, pode-se buscar profissional de outra política pública, de instituição conveniada, estagiário, voluntário da comunidade, familiar de um dos usuários ou ainda com um dos usuários do SCFVI, desde que seja uma atividade compatível com as habilidades, experiências e capacidade técnica. Por exemplo, poderá fazer uma parceria com uma escola de música cujos alunos possam ser responsáveis por uma atividade de convívio, realizando apresentações culturais uma tarde por semana ou mesmo o Serviço poderá constituir em campo de estágio para estes alunos que poderão, por exemplo, formar um coral de pessoas idosas (BRASIL, 2012c, p. 46-47). A implantação do serviço requer uma equipe profissional capacitada para organizar o início das atividades, tais como divulgação e recepção dos usuários, observando o princípio da transparência e publicidade dos critérios de inserção e definição de usuário contida na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, além da articulação com o PAIF. Os profissionais que compõem a equipe técnica do SCFVI deverão ser capacitados em conteúdos relativos ao SUAS, ao processo de envelhecimento, incluindo conteúdos que enfoquem a gestão dos serviços ofertados (BRASIL, 2012c). A partir da visita técnica, foi verificado que em 2015 o CCTI Centro contava com assistentes sociais, psicólogo(a), terapeuta ocupacional e oficineiros como parte da equipe, além de profissionais de funções administrativas, limpeza, cozinha e segurança, conforme Gráfico 4: 15 Técnico de nível médio para exercer a função de facilitador, de contratação opcional, sendo que suas funções poderão ser acumuladas pelo Orientador Social, desde que garantida a oferta com qualidade do serviço (BRASIL, 2012c). 110 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Gráfico 4 – Equipe do CCTI Centro 19 5 1 2 1 1 2 2 4 1 Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Além do quadro de profissionais já exposto, o CCTI Centro possui voluntários que atuam dando aula de inglês, espanhol e letramento para os idosos do Centro de Convivência. Cabe destacar que alguns profissionais executam ações nos outros Centros e Grupos de Convivência, como é o caso de um(a) dos(as) assistentes sociais, do psicólogo(a), e 02 (dois) oficineiros(as). A coordenadora local do Centro de Convivência também coordena o NISPI. Desse modo, foi possível compreender que alguns trabalhadores não pertencem apenas ao quadro de recursos humanos do CCTI Centro. Não foi realizado levantamento quanto à carga horária, atribuições, formação profissional e nível de escolaridade dos profissionais que compões a equipe. No Quadro 50 é possível compreender o vínculo de trabalho desses profissionais, já sinalizando para um número maior de terceirizados. Quadro 50 – Função dos profissionais do CCTI Centro Efetivo Terceirizado Contratado Coordenador(a) 01 Assistente Social 02 Psicólogo(a) 01 Terapeuta Ocupacional 01 Aux. Administrativo 01 01 Aux. Serviços Gerais 01 01 Cozinheiro(a) 01 Vigilante 04 Oficineiro(a) 05 Total 01 13 05 Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Função 111 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Constata-se que aproximadamente 5% dos profissionais da equipe do CCTI Centro são efetivos e 95% possuem outros vínculos, vide Gráfico 5. Gráfico 5 – Vínculo da equipe do CCTI Centro 5% 26% Efetivo Terceirizado Contratado 69% Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. A Lei municipal nº 8.216/2012 especifica no §3º do artigo 18 que os demais equipamentos da rede de proteção social básica terão um coordenador local, que ocupará função gratificada ou cargo de provimento em comissão, criado para tal fim. Nota-se que não é o caso do CCTI Centro, pois o coordenador(a) local é terceirizado(a) por meio de convênio com entidade de assistência social. A análise dos dados permite afirmar que o CCTI Centro possui uma equipe própria para desenvolvimento do SCFVI. Porém, não foi possível avaliar profundamente como funciona a vinculação das ações desenvolvidas no CCTI com o CRAS Região Centro. E como ocorre o atendimento ou acompanhamento das famílias no âmbito do PAIF, visto que o CCTI Centro possui assistente social e psicólogo(a) na composição da equipe. Dessa forma, algumas questões permanecem em aberto para análise posterior: Qual o papel que esses profissionais têm desempenhado? Se o CCTI Centro atende munícipes de Vitória, sem delimitar por território, quem é o técnico de referência desse SCFVI e de qual CRAS? A partir do reordenamento, quais ações têm sido desenvolvidas para adequar o serviço desenvolvido no CCTI? Ao mesmo tempo, se o SCFVI deveria ser um serviço complementar ao trabalho social desempenado no âmbito do PAIF, a forma como tem sido executado esse serviço indica que está havendo uma desarticulação? 112 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I CREAS Centro Em relação ao CREAS, o MDS destaca que constitui responsabilidade do órgão gestor, a composição dos recursos humanos da Unidade e a capacitação continuada das equipes, tendo como referência os parâmetros da NOB-RH. A composição dos recursos humanos deverá assegurar ao CREAS equipe própria, habilitada e capacitada para o desempenho de suas funções. É possível identificar no Quadro 51 quais os parâmetros para equipe de referência do CREAS, segundo a NOB-RH: Quadro 51 – Parâmetros para equipe de referência do CREAS Municípios em gestão plena e estados com serviços Municípios em gestão inicial e básica regionais Capacidade de atendimento de 50 famílias/indivíduos. Capacidade de atendimento de 80 famílias/indivíduos. 1 Coordenador(a) 1 Coordenador(a) 1 Assistente Social 2 Assistentes Sociais 1 Psicólogo(a) 2 Psicólogos(as) 1 Advogado(a) 1 Advogado(a) 2 Profissionais de nível superior (Res. 17/2011) ou 4 Profissionais de nível superior (Res. 17/2011) ou médio (Res. 09/2014) (abordagem dos usuários) médio (Res. 09/2014) (abordagem dos usuários) 1 profissional com ensino médio completo para funções 2 Profissionais com ensino médio completo para administrativas (Conforme Res. 09/2014). funções administrativas (Conforme Res. 09/2014). Fonte: Elaborado a partir do “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” (BRASIL, 2015). Considera-se que A partir dos parâmetros da NOB-RH/SUAS, os recursos humanos de cada CREAS deverão ser dimensionados considerando os serviços ofertados pela Unidade, demanda por atendimento/acompanhamento e capacidade de atendimento das equipes. Assim, o órgão gestor poderá agregar serviços e ampliar a capacidade de atendimento das unidades (BRASIL, 2011b, p. 46). Durante a visita técnica realizada ao CREAS Centro, verificou-se a seguinte composição da equipe, detalhada no Gráfico 6. 113 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Gráfico 6 – Equipe do CREAS Centro 12 11 5 1 1 1 2 1 5 2 2 2 Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Cabe destacar que dos profissionais elencados no Gráfico 6, a pedagoga não atende somente ao CREAS Centro. Observa-se que a equipe deste equipamento é formada por 45 profissionais. Durante a visita técnica, identificou-se uma distribuição interna dos profissionais para atender os diferentes serviços executados no equipamento, conforme Quadro 52. Quadro 52 – Quantitativo de profissionais por serviço no CREAS Centro Função CREAS16 PAEFI/MSE SEAS SEAD Coordenador(a) 1 Assistente Social 6 4 2 Pedagogo(a) 1 Psicólogo(a) 6 5 Assessor(a) Jurídico 1 Terapeuta Ocupacional 2 Facilitador(a) de Processos Reflexivos 1 Oficineiro(a) 5 Educador(a) Social 3 2 Vigilante 2 Ass. Administrativo 2 Aux. Serviços Gerais 2 Total 14 16 11 4 Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. O MDS considera que o redimensionamento da equipe deve ser consequência de um planejamento de gestão, com previsão dos profissionais a serem acrescido e seu perfil, 16 Consideramos neste item os profissionais que não atendem especificamente um único serviço executado no CREAS. 114 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I considerando o disposto na Resolução CNAS nº 17/2011, além de outras adequações que se mostrem necessárias para comportar este redimensionamento, como infraestrutura, por exemplo (BRASIL, 2011b). O “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” traz a sistematização do perfil/categoria profissional da equipe de referência do PAEFI, LA e PSC, SEAS e SEAD, como exposto no Quadro 53. Quadro 53 – Perfil/Categoria profissional por Serviço PAEFI Equipe de Referência Perfil/Categoria Profissional Coordenador Profissional de nível superior, com formação conforme as categorias profissionais estabelecidas pela Resolução CNAS nº 17/2011 para gestão. Com experiência na área social, em gestão pública e coordenação de equipes. Assistente Social Formação em Serviço Social. Psicólogo Formação em Psicologia. Advogado Formação em Direito. Profissionais com ensino Educador e, ou, Orientador Social (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). médio completo Profissional para Funções Administrativas (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). LA e PSC Equipe de Referência Perfil/Categoria Profissional Profissionais de nível superior, com formação conforme Resolução CNAS nº Profissionais de nível superior 17/2011. Educador e, ou, Orientador Social (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Profissionais com ensino Profissional para Funções Administrativas (Conforme Resolução CNAS nº médio completo 09/2014). SEAS Equipe de Referência Perfil/Categorias profissionais Profissional com ensino Profissional de nível superior, com formação conforme as categorias profissionais superior completo estabelecidas pela Resolução CNAS nº 17/2011 para o provimento dos serviços. Educador Social e, ou, Orientador Social (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Profissionais com ensino médio completo Profissional para Funções Administrativas (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). SEAD Equipe de Referência Perfil/Categoria profissional Profissional de referência do PAEFI/CREAS de nível superior Profissional de nível superior que integra a equipe do PAIF/CREAS para ser referência ao serviço, com formação conforme Resolução CNAS nº 17/2011. Educador e, ou, Orientador e, ou, Cuidador Social (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Profissional para Funções Administrativas (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Fonte: Elaborado a partir do “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” (BRASIL, 2015). Profissionais com ensino médio completo 115 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I A partir do Quadro 53 é possível identificar que integram a equipe do PAEFI, LA e PSC, assistente sociais, psicólogos(as) e assessor(a) jurídico(a) como profissionais de nível superior. Esses serviços também possuem 03 (três) educadores sociais e 02 (dois) profissionais para funções administrativas. Cabe ressaltar que esses últimos também desempenham funções relativas aos demais serviços executados no CREAS Centro, como a recepção. Em relação ao SEAS, também integram a equipe assistentes sociais, psicólogos(as) e educadores sociais. Por sua vez, o SEAD não possui educador, orientador ou cuidador social como componentes da equipe, somente assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. Além desses profissionais citados, o CREAS também conta com profissionais de funções administrativas, limpeza e de segurança como integrantes da equipe. Destaca-se que a natureza da atenção ofertada pelo CREAS, e o caráter público estatal da Unidade, implicam na composição da equipe de trabalho por servidores públicos efetivos. O vínculo de trabalho dos profissionais, decorrente da aprovação em concurso público como indica a NOB-RH, garante a oferta contínua e ininterrupta dos serviços, fortalece o papel dos trabalhadores na relação com os usuários, consolida a equipe como referência no território e favorece a construção do vínculo (BRASIL, 2011b). Observa-se através do Gráfico 7 a relação dos profissionais por vínculo de trabalho, com destaque para os terceirizados. Gráfico 7 – Vínculo dos profissionais do CREAS Centro 12 10 5 1 00 0 0 0 1 0 0 1 Efetivo 0 1 0 0 2 0 0 Terceirizado 1 0 0 5 0 0 0 0 2 0 0 2 0 2 0 Contratado Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. 116 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Embora o MDS reforce não ser recomendável que os profissionais que trabalham no CREAS sejam contratados de forma precarizada por meio de contratos temporários, terceirização e outras modalidades que não assegurem direitos trabalhistas e a permanência na Unidade, além de não atenderem os preceitos que regem a Administração Pública (BRASIL, 2011b), o que se observa é que 96% dos profissionais do CREAS Centro são terceirizados (Gráfico 8). Gráfico 8 – Relação de profissionais do CREAS Centro por vínculo de trabalho 2% 2% Efetivo Terceirizado Contratado 96% Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Somente o coordenador(a) do equipamento é efetivo(a), conforme o § 2º do artigo 24 da Lei municipal nº 8.216 de 2012, que estabelece que cada CREAS terá um coordenador constituído por servidor efetivo, de nível superior, preferencialmente com formação em ciências humanas e/ou sociais. Concorda-se que assegurada à contratação em conformidade com os preceitos da Administração Pública, o órgão gestor deve ter um planejamento que permita equilíbrio entre permanência e alternância dos mesmos profissionais na equipe do CREAS. Considerando que em função da natureza dos atendimentos e da forma como a especificidade do trabalho executado no CREAS pode repercutir na qualidade de vida do trabalhador (BRASIL, 2011b). 117 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Hospedagem Noturna A NOB-RH define a equipe de referência para atendimento em pequenos grupos (abrigo institucional, casa-lar e casa de passagem), especificando a escolaridade e quantidade de profissionais. Observa-se através do Quadro 54 que a Hospedagem Noturna deve contar com 01 (um) coordenador(a), cuidadores sociais e auxiliares de cuidador social. Quadro 54 – Atendimento em pequenos grupos (abrigo institucional, casa-lar e casa de passagem) Profissional/Função Escolaridade Quantidade Nível superior ou 1 profissional referenciado para até 20 usuários acolhidos em, no Coordenador(a) médio máximo, 2 equipamentos. 1 profissional para até 10 usuários, por turno. A quantidade de cuidador por usuário deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem atenção específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde, pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, Nível médio e pessoa idosa com grau de dependência II ou III, dentre outros). Para qualificação Cuidador tanto, deverá ser adotada a seguinte relação: específica a) 1 cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com demandas específicas; b) 1 cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas. 1 profissional para até 10 usuários, por turno. A quantidade de cuidador usuários deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem atenção específica (com deficiência, com necessidades Nível específicas de saúde, pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, fundamental e pessoa idosa com grau de dependência II ou III, dentre outros). Para Auxiliar de qualificação tanto, deverá ser adotada a seguinte relação: Cuidador específica a) 1 auxiliar de cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com demandas específicas; b) 1 auxiliar de cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas. Fonte: Elaborado a partir da NOB-RH (BRASIL, 2011c). Conforme Quadro 55, a NOB-RH ainda define uma equipe de referência para atendimento psicossocial (assistente social e psicólogo(a)), vinculada ao órgão gestor: Quadro 55 – Equipe de referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor Profissional/Função Escolaridade Quantidade Nível 1 profissional para atendimento a, no máximo, 20 usuários acolhidos em Assistente Social superior até dois equipamentos de alta complexidade para pequenos grupos. Nível 1 profissional para atendimento a, no máximo, 20 usuários acolhidos em Psicólogo(a) superior até dois equipamentos da alta complexidade para pequenos grupos. Fonte: Elaborado a partir da NOB-RH (BRASIL, 2011c). Por sua vez, o “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” traz a sistematização do perfil dos profissionais dos abrigos institucionais, conforme Quadro 56: 118 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 56 – Perfil profissionais Abrigo Institucional Perfil Profissional, preferencialmente, de nível superior, com formação conforme as categorias profissionais estabelecidas para gestão pela Resolução CNAS nº 17/2011. Experiência e amplo conhecimento de políticas públicas, da rede de proteção social ao usuário específico do serviço, de acordo com o ciclo de vida ou situação de risco vivenciada e da rede de serviços da cidade e região. Psicólogo(a) Formação em Psicologia. Assistente Social Formação em Serviço Social. Profissionais com Ensino Médio Completo Cuidador Social (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Profissional para Funções Administrativas (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Profissionais com Ensino Fundamental Completo Auxiliar de Cuidador Social (Conforme Resolução CNAS nº 09/2014). Fonte: Elaborado a partir do “Caderno de orientações técnicas sobre os gastos no pagamento dos profissionais das equipes de referência do SUAS” (BRASIL, 2015). Equipe de Referência Coordenador(a) Segundo dados dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, a equipe da Hospedagem Noturna é composta por 16 profissionais, conforme exposto no Gráfico 9. Gráfico 9 – Equipe da Hospedagem Noturna 6 2 1 1 1 2 1 1 1 Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Ressalta-se que os cuidadores sociais trabalham em regime de plantão 12x36. Os vigilantes trabalham no horário de 18:00 às 6:00 horas, no entanto, alguns profissionais iniciam seu turno mais cedo. A partir das informações expostas, verifica-se que a Hospedagem Noturna conta com coordenador(a), assistente social, psicólogo(a), cuidadores sociais, profissionais das 119 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I funções administrativa, limpeza, cozinha e de segurança como integrantes da equipe. Não conta com auxiliar de cuidador social. Através do Gráfico 10 constata-se que todos os profissionais da Hospedagem Noturna são terceirizados via convênio com a Agência Adventista de Educação e Assistência Social Este Brasileira (ADRA): Gráfico 10 – Vínculo dos profissionais da Hospedagem Noturna 6 2 1 0 1 0 0 2 1 0 0 1 0 Efetivo 0 0 0 0 Terceirizado 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 Contratado Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. Este equipamento também não está adequado ao que determina o § 1º do artigo 26 da Lei municipal nº 8.216 de 2012, que especifica que os equipamentos da rede de proteção social especial de alta complexidade terão um coordenador, constituído por servidor efetivo, de nível superior, preferencialmente com formação em ciências humanas e/ou sociais, que ocupará função gratificada para tal fim. 120 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 7. FUNCIONAMENTO DO EQUIPAMENTO CRAS Região Centro O CRAS é uma unidade da rede socioassistencial de proteção social básica que se diferencia das demais, pois além da oferta de serviços e ações, possui as funções exclusivas de oferta pública do trabalho social com famílias do PAIF e de gestão territorial da rede socioassistencial de proteção social básica. Além do PAIF, oferta obrigatória e exclusiva do CRAS, outros serviços socioassistenciais de proteção social básica podem ser implementados nessa unidade, desde que haja espaço físico, equipamentos, recursos materiais e humanos compatíveis. Já a função de gestão territorial, compreende a articulação da rede socioassistencial de proteção social básica referenciada ao CRAS; a promoção da articulação intersetorial e a busca ativa, todas realizada no território de abrangência dos CRAS (BRASIL, 2009b). As ações do PAIF, principal serviço que deve ser executado nos CRAS, se desdobram em: acolhida, oficinas com famílias, ações comunitárias, ações particularizadas e encaminhamentos. Essas ações são de responsabilidade dos profissionais de nível superior que compõem a equipe técnica do CRAS. Essas ações, que consolidam o trabalho social com famílias, têm por desafio materializar os objetivos do Serviço, que são: - Fortalecer a função protetiva da família e prevenir a ruptura dos seus vínculos, sejam estes familiares ou comunitários, contribuindo para melhoria da qualidade de vida nos territórios; - Promover aquisições materiais e sociais, potencializando o protagonismo e autonomia das famílias e comunidades; - Promover acessos à rede de proteção social de assistência social, favorecendo o usufruto dos direitos socioassistenciais; - Promover acessos aos serviços setoriais, contribuindo para a promoção de direitos; - Apoiar famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam de cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências familiares (BRASIL, 2012b, p.15). As minúcias em relação a essas ações não foram foco de coleta de dados do Fiscaliza Vitória, desse modo, nesse primeiro momento não é possível analisar de forma profunda como tem sido desenvolvido o principal serviço do CRAS e avaliar o alcance das ações. Por isso, também será utilizado dados coletados pelo Censo SUAS para identificar algumas questões pertinentes ao funcionamento do CRAS Região Centro. 121 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Os dados dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória evidenciam um crescimento de aproximadamente 11,6% no número de usuários cadastrados no CRAS Região Centro entre novembro de 2013 a dezembro de 2014, conforme Gráfico 11. Gráfico 11 – Quantidade de usuários cadastrados no CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo 4135 3705 1º Ciclo 2º Ciclo 1º Ciclo 2º Ciclo Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. Em relação à média de atendimentos por dia, nota-se uma diferença quando se realiza a comparação dos dois ciclos (Gráfico 12). No primeiro ciclo foi considerada uma média de atendimento de dez pessoas ao dia. No entanto, não é possível afirmar a que se referem esses atendimentos, se foi considerada apenas a agenda de atendimentos particularizados dos(as) assistentes sociais e psicólogos(as), se foram incluídas outras ações, como acolhida ou cadastro único. Ao mesmo tempo, não aparecem os atendimentos grupais, bem como outras ações do PAIF que podem ter sido desenvolvidas pelo CRAS Região Centro. Gráfico 12 – Média de pessoas atendidas por dia no CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo 24 10 1º Ciclo 2º Ciclo 1º Ciclo 2º Ciclo Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. 122 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Segundo informações coletadas pelo Fiscaliza Vitória através dos questionários, o CRAS Região Centro atende as famílias, independente da faixa etária, pois depende da demanda apresentada pelos usuários dos serviços. Nos dois períodos pesquisados, o CRAS não trabalhava com lista de espera. Consideraram que os critérios para que a pessoa seja atendida no CRAS é morar nos bairros que compõe o território de abrangência. A partir dos dados do Censo SUAS, é possível verificar que a principal forma de acesso ao CRAS Região Centro tem sido por procura espontânea, vide Tabela 7. Tabela 7 – Formas pelas quais os usuários acessam os serviços do CRAS Região Centro Por procura espontânea 80 Por busca ativa 10 Por encaminhamento da rede socioassistencial 06 Por encaminhamento das demais políticas públicas e/ou Sistema de garantia de direitos 04 Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Verifica-se que a demanda espontânea ainda é a forma tradicional de acesso dos usuários ao CRAS. Sobre a busca ativa é necessário considerar que se trata de um processo que [...] refere-se à procura intencional, realizada pela equipe de referência do CRAS, das ocorrências que influenciam o modo de vida da população em determinado território. Tem como objetivo identificar as situações de vulnerabilidade e risco social, ampliar o conhecimento e a compreensão da realidade social, para além dos estudos e estatísticas. Contribui para o conhecimento da dinâmica do cotidiano das populações (a realidade vivida pela família, sua cultura e valores, as relações que estabelece no território e fora dele), os apoios e recursos existentes e, seus vínculos sociais (BRASIL, 2011b, p. 29). O MDS considera que a equipe deve incorporar, no processo de trabalho, as informações originárias da busca ativa, utilizando-as para definir ações estratégicas, urgentes, preventivas e de rotina. São estratégias da busca ativa: o deslocamento da equipe de referência para conhecimento do território; contatos com atores sociais locais (líderes comunitários, associações de bairro, etc.); obtenção de informações e dados provenientes de outros serviços socioassistenciais e setoriais; campanhas de divulgação, distribuição de panfletos, colagem de cartazes e utilização de carros de som (BRASIL, 2011b). Nos questionários do Fiscaliza Vitória foi perguntado quais os serviços oferecidos aos usuários, não distinguindo as ações do PAIF dos demais serviços que podem ser executados neste equipamento. A partir da análise dos dados, foram identificadas as seguintes ações e não 123 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I necessariamente serviços, se considerarmos os serviços previstos na Tipificação Nacional de Serviços Socioassitenciais, tais como o PAIF e o SCFV (Quadro 57): Quadro 57 – Ações do CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo Transferência de renda Benefícios eventuais Encaminhamento a rede socioassistencial Cadastro único Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. Foi identificado que as ações do PAIF não aparecem de forma direta no questionário como perguntas, e também não aparecem nas respostas obtidas. Observa-se que foram citadas algumas ações que não necessariamente devem ser executadas no CRAS, como o Cadastro Único e os benefícios eventuais. Por sua vez, o encaminhamento trata-se de uma ação do PAIF e foi citado no questionário. Outra pergunta foi quanto à oferta de atividades socioeducativas. A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais considera que o PAIF desenvolve campanhas socioeducativas como um dos pontos essenciais de seu trabalho. Os serviços de proteção social básica têm essa natureza socioeducativa; tem caráter preventivo, protetivo e proativo (BRASIL, 2014a; ESPÍRITO SANTO, 2014). Os questionários permitem elencar as seguintes atividades: Quadro 58 – Atividades Socioeducativas CRAS Região Centro 1º e 2º Ciclo Promoção de direitos Serviço à saúde Culturas Cidadania Passeios com a família17 Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. Observa-se que as resposta giram em torno de temas trabalhados, como promoção de direitos, serviços à saúde, culturas, cidadania. Esses temas podem ter sido abordados nas oficinas com famílias e/ou nos grupos de famílias acompanhadas, no entanto, pela limitação dos dados, não é possível fazer essa afirmativa. De todo modo, consistem em ações do PAIF, ainda que possam ter sido realizados em parceria com equipamentos de outras políticas 17 Os passeios com famílias são realizados esporadicamente, de acordo com os objetivos das Oficinas com Famílias. 124 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I públicas. Importa afirmar que muitas das ações desenvolvidas no PAIF possuem esse caráter socioeducativo, assim como o SCFV, nesse caso o Projovem, que no período pesquisado estava sendo executado no CRAS Região Centro. É possível identificar no Quadro 59, outras ações e atividades desenvolvidas no âmbito do PAIF: Quadro 59 – Ações e atividades desenvolvidas no âmbito do PAIF no CRAS Região Centro Recepção Sim Acolhida realizada por técnicos de nível médio Sim Acolhida realizada por técnicos de nível superior Sim Acompanhamento de famílias Sim Acompanhamento prioritário de famílias em descumprimento de condicionalidades do PBF Sim Acompanhamento prioritário dos beneficiários do BPC (pessoas idosas) Sim Acompanhamento prioritário dos beneficiários do BPC (pessoas com deficiência) Sim Acompanhamento a famílias com presença de trabalho infantil Não Acompanhamento a famílias atendidas com benefícios eventuais Sim Atendimento particularizado de famílias ou indivíduos Sim Grupo/oficina com famílias Sim Visitas domiciliares Sim Deslocamento da equipe para atendimento e oferta de serviço em localidades distantes Não Palestras Sim Campanhas ou eventos comunitários Sim Apoio para obtenção de documentação pessoal Sim Orientação/acompanhamento para inserção do BPC Sim Encaminhamento de famílias ou indivíduos para a rede de serviço socioassistencial Sim Encaminhamento de famílias ou indivíduos para outras políticas públicas Sim Encaminhamento para obtenção de Benefícios Eventuais Sim Encaminhamento para inserção/atualização de famílias no Cadastro Único Sim Acompanhamento dos encaminhamentos realizados Sim Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Conforme as “Orientações Técnicas sobre o PAIF” (BRASIL, 2012b), o desenvolvimento do trabalho social com famílias desse serviço pode ocorrer por meio de dois processos distintos, mas complementares: a) as famílias, um ou mais de seus membros, podem ser atendidos pelo PAIF e b) as famílias podem ser acompanhadas pelo PAIF. 125 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I O acompanhamento familiar consiste em um conjunto de intervenções, desenvolvidas de forma continuada, a partir do estabelecimento de compromissos entre famílias e profissionais, que pressupõem a construção de um Plano de Acompanhamento Familiar, com objetivos a serem alcançados, a realização de mediações periódicas, a inserção em ações do PAIF, buscando a superação gradativa das vulnerabilidades vivenciadas (BRASIL, 2012b). O acompanhamento é destinado às famílias que apresentam situações de vulnerabilidades, que requerem a proteção da Assistência Social para garantia de seus direitos socioassistenciais, acesso aos direitos sociais e ampliação de sua capacidade protetiva, demandando, para isso, uma atenção diferenciada, um olhar mais atento dos profissionais do CRAS, na medida em que essas situações vivenciadas, caso não sofram imediata intervenção profissional, podem tornar-se risco social e/ou violação de direitos (BRASIL, 2012b). Segundo documento do MDS, devem ser priorizadas no acompanhamento do PAIF: - Famílias contra referenciadas ao Cras, pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), após trabalho realizado pelo PAEFI (Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos, da Proteção Social Especial); - Famílias com beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de até 18 anos, fora da escola, devido às seguintes barreiras: ausência de acompanhante para levar o beneficiário até a escola; ausência de iniciativa da família para estimular o acesso à escola; ausência de iniciativa da família para estimular o convívio sociofamiliar; ausência de cuidadores familiares; dificuldade dos beneficiários em acessar a rede de serviços; e dificuldade da família em acessar a rede de serviços; - Famílias cujo descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família (PBF) decorre de situações de vulnerabilidade social; - Famílias do Plano Brasil sem Miséria; e - Demais famílias que, segundo avaliação dos profissionais, requerem processo de acompanhamento familiar para desenvolvimento de capacidades, acesso a direitos, proteção de um ou mais de seus membros, bem como superação das situações de vulnerabilidade vivenciadas, conforme realidade local (BRASIL, 2012b, p. 57-58). Não há perguntas no questionário que permitam depreender como ocorre esse processo de acompanhamento, apenas foi possível identificar que o acompanhamento no CRAS Região Centro acontece. Como possibilidade de ampliação dessa análise, foram considerados os dados do Censo SUAS referente a agosto de 2014 (Quadro 60). 126 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 60– Acompanhamento Familiar no CRAS Região Centro Total de famílias em acompanhamento pelo PAIF em Agosto de 2014 93 Quantidade de novas famílias inseridas em acompanhamento no PAIF durante o mês de referência de 14 Agosto de 2014 Este CRAS realizou no mês de Agosto de 2014 grupos no âmbito do PAIF? Sim Quantidade de grupos do PAIF ofertados neste CRAS em Agosto/2014 (não devem ser considerados os 3 grupos de inclusão produtiva e de serviço de convivência e fortalecimento de vínculos) Quantidade total de famílias participando regularmente dos grupos em Agosto/2014 60 Quantidade total de mulheres que participaram dos grupos em Agosto/2014 66 Total de horas por semana utilizadas para oferta dos grupos do PAIF em Agosto/2014 5 Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). O CRAS Região Centro identificou no questionário do Censo SUAS a oferta de grupos de famílias do PAIF com as seguintes temáticas: a) direitos à transferência de renda e benefícios socioassistenciais; b) direitos à documentação civil básica; c) direito a cultura e lazer; d) direitos das mulheres; e) direitos das pessoas com deficiência; f) direito à alimentação; g) os direitos das famílias; h) as especificidades do ciclo vital dos membros das famílias; i) cuidar de quem cuida; j) o uso de álcool e/ou outras drogas na família; k) problemas e soluções do território; l) diversidade culturas, étnica e social; m) habitação; n) violação de direitos; o) geração de trabalho e renda (BRASIL, 2014a). Viu-se que outras ações podem ser desenvolvidas no CRAS, desde que não prejudique a oferta do PAIF, tendo sido identificada a execução do Cadastro Único e do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para adolescentes (aqui denominado Projovem). O Censo SUAS confirma outras atividades desenvolvidas no CRAS Região Centro (Quadro 61). Quadro 61 – Outras atividades realizadas no CRAS Região Centro É feita concessão de Benefícios Eventuais neste CRAS? Sim Auxílio Funeral Sim Auxílio Natalidade Sim Auxílios relacionados à segurança alimentar (cesta básica, entre outros) Sim Passagens Sim Outros Sim Qual(is)? Vale foto e kit maternidade Este CRAS realiza cadastramento ou atualização cadastral do CadÚnico? Sim, com a equipe responsável pelo PAIF 127 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Cadastramento ou atualização cadastral CadÚnico - Profissionais de Nível 8 Superior Cadastramento ou atualização cadastral CadÚnico - Profissionais de Nível Médio 3 Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Observa-se através do Quadro 61 que a concessão de benefícios eventuais acontece no CRAS. O benefício eventual é uma modalidade de provisão de proteção social básica de caráter suplementar e temporário que integra organicamente as garantias do SUAS, com fundamentação nos princípios de cidadania e nos direitos sociais e humanos. Destina-se aos cidadãos e às famílias com impossibilidade de arcar por conta própria com o enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provoca riscos e fragiliza a manutenção do indivíduo, a unidade da família e a sobrevivência de seus membros18 (BRASIL, 2006). Essa realidade não é diferente a nível nacional, como mostra a Tabela 8, do total de CRAS que responderam ao Censo SUAS, 68,1% ofertavam benefícios eventuais neste equipamento: Tabela 8 – É feita concessão de benefícios eventuais neste CRAS? Quantidade de CRAS % Sim 5506 68,1 Não 2582 31,9 Total 8088 100,0 Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Por sua vez, o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) é um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das famílias brasileiras de baixa renda, a ser 18 Na LOAS estão previstas quatro modalidades de benefícios eventuais: a) natalidade: para atender preferencialmente necessidades do bebê que vai nascer, apoio à mãe nos casos em que o bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento e apoio à família no caso de morte da mãe; b) funeral: para atender preferencialmente despesas de urna funerária, velório e sepultamento; necessidades urgentes da família advindas da morte de um de seus provedores ou membros; e ressarcimento, no caso da ausência do benefício eventual no momento necessário; c) vulnerabilidade temporária: para atender preferencialmente falta de acesso a condições e meios para suprir a reprodução social cotidiana do solicitante e de sua família, principalmente a de alimentação; falta de documentação; falta de domicílio; situação de abandono ou impossibilidade de garantir abrigo aos filhos; perda circunstancial decorrente da ruptura de vínculos familiares, da presença de violência física ou psicológica na família ou por situações de ameaça à vida; desastres e de calamidade pública; e outras situações sociais que comprometam a sobrevivência e c) calamidade pública: para atendimento das vítimas de calamidade pública, de modo a garantir a sobrevivência e a reconstrução da autonomia destas. 128 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e integração de programas sociais do Governo Federal voltados ao atendimento desse público (BRASIL, 2007). A coleta de dados para o CadÚnico poderá ser realizada por meio de a) visita domiciliar às famílias, a fim de garantir o cadastramento da população com dificuldade de acesso às informações ou de locomoção aos postos fixos ou itinerantes de coleta de dados; b) em postos de coleta fixos, situados preferencialmente nas áreas de concentração residências das famílias de baixa renda, dotados de infraestrutura apropriada ao atendimento dessa população, incluindo a adequação ao atendimento preferencial a gestantes, idosos e pessoas com deficiência; ou em c) postos de coleta itinerantes, para atendimento de demandas pontuais ou de famílias domiciliadas em áreas distantes ou de difícil acesso, os quais também devem ser dotados de infraestrutura mínima preferencial a gestantes, idosos e pessoas com deficiência. Independentemente da forma de coleta de dados adotada, o município e o Distrito Federal devem manter postos de atendimento fixos em constante funcionamento, para atender às famílias que procuram o Poder Público local para o cadastramento ou atualização cadastral (BRASIL, 2011a). Segundo informações do site do MDS, o gestor municipal deve estar preparado para formar a equipe de trabalho que irá desempenhar as atividades essenciais ao funcionamento do Cadastro Único. Identificação das famílias, coleta dos dados cadastrais nos formulários, inserção de dados no Sistema de Cadastro Único e a manutenção do ambiente físico e operacional das máquinas são algumas dessas atividades. Para tanto, o Ministério orienta que o gestor conte com os seguintes perfis de profissionais, cuja quantidade dependerá do número de famílias que compõem o público-alvo do Cadastro Único no município: Entrevistador: profissional com boa caligrafia e boa leitura, preferencialmente com nível médio concluído. Será responsável por preencher os formulários das famílias. Supervisor de Campo: deve acompanhar as ações de cadastramento e atualização cadastral, conferindo os formulários preenchidos e encaminhando-os à revisão ou à digitação. Assistente Social: profissional com formação em Serviço Social, preferencialmente servidor do poder executivo municipal. Deve coordenar a identificação das famílias que compõem o público-alvo do Cadastro Único, zelando principalmente pelo cadastramento das famílias em maior situação de vulnerabilidade. Supervisor do Cadastro Único: responsável por receber os formulários preenchidos e garantir que sejam devidamente digitados no Sistema. Administrador de Rede: profissional com conhecimentos e experiência em tecnologia da informação. Tem por atribuição manter o ambiente físico e operacional dos computadores, servidores e impressoras, instalando os equipamentos, configurando e 129 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I conectando à rede local. Deve também apoiar os usuários quanto ao uso do sistema operacional. Digitador: profissional com habilidade e rapidez na digitação dos dados cadastrais, devendo executar, no Sistema do Cadastro Único, as inclusões e alterações realizadas nos formulários de cadastramento (site do MDS, s/n). A visita técnica realizada no CRAS Região Centro para conferência de algumas informações dos questionários possibilitou compreender que o CRAS realiza a entrevista para preenchimento do Cadastro Único. Os profissionais responsáveis pela inclusão inicial são os auxiliares administrativos, que também ficam na recepção do CRAS. No entanto, os técnicos (assistentes sociais e psicólogos(as)) também realizam o preenchimento do Cadastro, principalmente no caso de famílias que já foram incluídas e em ações específicas. A digitalização ocorre na SEMAS por uma equipe específica do Cadastro Único. A nível nacional verifica-se que 43,4% dos CRAS realizam cadastramento ou atualização do Cadastro Único, no entanto, com equipe exclusiva para esta finalidade (Tabela 9). Tabela 9 – Este CRAS realiza cadastramento ou atualização cadastral do Cadastro Único? Quantidade de CRAS % Não realiza 2826 34,9 Sim, com equipe exclusiva para esta finalidade 3513 43,4 Sim, com a equipe responsável pelo Paif 1331 16,5 Sim, com outra equipe 418 5,2 Total 8088 100,0 Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Os SCFV para diferentes públicos podem ser ofertados em diferentes lugares. Alguns grupos regulares ou atividades pontuais do SCFV podem ocorrer no CRAS, se houver possibilidade de recursos materiais e humanos e disponibilidade de espaço físico. Porém, a orientação é evitar tal prática a fim de não comprometer a execução do PAIF, serviço de execução prioritária e exclusiva do CRAS. Independente de qual seja a unidade ofertante do SCFV, é importante que ele seja articulado ao PAIF (ESPÍRITO SANTO, 2014). Em 2013 foi realizado o reordenamento dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos com o objetivo de equalizar e qualificar a oferta deste serviço. O “Passo a Passo para o Reordenamento do SCFV” disponibilizado pelo MDS orienta os gestores e estabelece as regras de implantação e co-financiamento (BRASIL, 2013b). 130 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I A partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória, não foi possível compreender se o fato do SCFV estar sendo executado no CRAS compromete a execução do PAIF. Na visita técnica constatou-se que até maio de 2015, havia um(a) assistente social e um orientador(a) social responsáveis pela oferta deste serviço e que estavam no CRAS nos dias em que havia atividade do Projovem. No entanto, há a previsão de que a equipe do CRAS passará a executar diretamente este serviço, como proposto nos documentos do MDS que orientam sua execução. Isso poderá impactar na oferta do PAIF, considerando que houve uma redução no número de profissionais que compõem a equipe técnica. Observa-se na Tabela 10 que, a nível nacional, dos CRAS que participaram do Censo SUAS, 88,9% responderam que executavam diretamente SCFV. Tabela 10 – CRAS que executa diretamente SCFV Quantidade de CRAS % Sim 7189 89,9 Não 899 11,1 Total 8088 100,0 Fonte: Elaborado a partir do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Por sua vez, na Tabela 11 é possível verificar o quantitativo de CRAS que oferta diretamente o SCFV por público, conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Tabela 11 – Quantidade de CRAS que ofertam diretamente o SCFV, por público Quantidade de CRAS que ofertam o Serviço % SCFV para crianças de 0 a 6 anos de idade 4066 56,6 SCFV para crianças de 7 a 14 anos de idade 6236 86,7 SCFV para jovens de 15 a 17 anos de idade 5962 82,9 SCFV para adultos de 18 a 59 anos de idade 3487 48,5 SCFV para idosos (60 anos ou mais) 6468 90,0 Total de CRAS que ofertam SCFV 7189 100,0 Fonte: Elaborado a partir do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Em relação ao funcionamento do CRAS, é necessário avaliar quais as atividades preponderantes e como tem ocorrido a execução do PAIF. Uma questão que está na pauta de debates sobre o processo de implantação do SUAS e do CRAS é quanto a predominância da 131 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I administração de benefícios neste equipamento, ações de inserção ou alteração de cadastros e orientação e encaminhamento para acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e benefícios eventuais. No caso do Programa Bolsa Família (PBF), a ênfase no acompanhamento de condicionalidades. A questão dos benefícios de transferência de renda e benefícios eventuais não aparece nos questionários do Fiscaliza Vitória. É necessário conhecer como tem ocorrido a articulação e conexão entre benefícios e serviços, concordando que não deve haver separação da provisão material e do trabalho social, “sendo fundamental a direção que se imprime à intervenção e a relação que se estabelece com a população, que reivindica e tem direitos de acesso a bens materiais, relacionais e simbólicos como diferentes dimensões do trabalho social” (YAZBEK et al., 2010, p. 171). No Plano Municipal de Assistência Social (VITÓRIA, 2013) consta que 58% dos jovens incluídos no Projovem adolescente acessaram o programa por meio de demanda espontânea e outros 39% através de busca ativa, sendo o número de encaminhamentos CRAS e CREAS baixo. Ao analisar os dados coletados em relação aos demais CRAS do município de Vitória, será possível compreender como essa questão se manifesta a nível municipal. No entanto, a análise sobre a execução deste serviço também não será possível nesta primeira publicação. CCTI Centro Em relação ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Pessoas Idosas (SCFVI), o MDS elaborou um material com orientações acerca do funcionamento deste serviço. Compreende-se que se trata de orientações com base em estudo e pesquisas elaborados com a finalidade de ser subsídio aos profissionais que trabalham na área, no entanto, os municípios podem criar outras formas de funcionamento de acordo com as experiências e particularidades de cada realidade. As principais atividades realizadas no âmbito do SCFVI consistem na acolhida; orientação e encaminhamentos; grupos de convívio e fortalecimento de vínculos; informação, comunicação e defesa de direitos; fortalecimento da função protetiva da família; mobilização e fortalecimento de redes sociais de apoio; informação; banco de dados dos usuários e organizações; elaboração de relatórios e/ou prontuários; desenvolvimento do convívio familiar e comunitário; mobilização para a cidadania, sistematizados no Quadro 62 (BRASIL, 2012c). 132 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 62 – Principais atividades realizadas no SCFVI Perpassa todas as atividades do SCFVI que promove contato direto com os usuários, tais como a prestação de informação pela recepção da unidade onde o serviço é ofertado, o atendimento realizado pela equipe técnica e as atividades realizadas com as pessoas idosas no grupo de convivência e fortalecimento de vínculos. Orientações e Abarcam desde a simples atividade de entrega de um folheto pela recepção onde o serviço é ofertado que informa, por exemplo, sobre os horários das atividades do encaminhamentos SCFVI, até como se dá um atividade mais complexa, como o encaminhamento ao CRAS de uma pessoa idosa em situação de dependência que necessita ser atendido por outra política pública como a de saúde, por exemplo. Relaciona-se à cidadania da pessoa idosa e à interface com outras políticas e sistemas de Informação, comunicação e defesa defesa de direitos como conselhos de defesa de direitos da pessoa idosa e ministérios públicos. Pode incluir, por exemplo, a realização de campanhas, de orientação quanto de direitos aos direitos previsto no Estatuto do Idoso, entre outros. Fortalecimento da O trabalho social com famílias constitui atribuição específica do PAIF, mas o SCFVI função protetiva da também contribui para o fortalecimento da capacidade protetiva da família ao desenvolver atividades que fortalecem o convívio e os vínculos familiares e família comunitários, como, por exemplo, encontros e oficinas intergeracionais com a participação de pessoas idosas e familiares. O grupo de convivência e fortalecimento de vínculos prevê atividades específicas que tratam da temática familiar, fortalecendo a função protetiva da família, quando, por exemplo, promove autonomia das pessoas idosas e o desenvolvimento de novas capacidades. Mobilizar e fortalecer A articulação com a rede socioassistencial contribui para o acesso a outros serviços ofertados no território, podendo contar com a parceria de entidades em ações conjuntas redes sociais de apoio e utilizando os recursos disponíveis. Banco de dados de As informações que deverão ser registradas e sistematizadas são aquelas oriundas das usuários e organizações atividades desenvolvidas no serviço e devem ser encaminhadas ao técnico de referência do CRAS de forma periódica. Uma das informações essenciais que deve ser registrada é a frequência do usuário ao serviço, que deverá ser enviada ao técnico de referência mensalmente. Outra informação importante é o registro do trabalho desenvolvido pelo SCFVI, que poderá se constituir em um plano de trabalho. O encaminhamento dessas informações ao técnico de referência é necessário para que este tome conhecimento da participação do usuário e identifique ausências ou situações que poderão agravar a vulnerabilidade social. Para a sistematização das informações, o serviço poderá contar com profissional específico, como um técnico ou auxiliar administrativo, sendo responsável por registrar, organizar e acessar os dados disponíveis na Rede SUAS ou outros sistemas locais. Elaboração de É uma atividade que registra e sintetiza o trabalho realizado pelo serviço, devendo possuir um profissional formalmente responsável por sua elaboração, ainda que possa relatórios contar com a colaboração dos demais profissionais do SCFVI. Os relatórios podem ser denominados de Plano de Trabalho ou outra denominação usualmente utilizada. Desenvolver o convívio É um dos objetivos do SCFV e também uma das características da natureza deste serviço familiar e comunitário que é a convivência. Desta maneira, um dos eixos propostos para o SCFVI é a convivência social e intergeracional, que norteia várias atividades do trabalho com pessoas idosas, suas famílias e a comunidade. Mobilização para a Busca-se com as atividades de mobilização para a cidadania, não só fortalecer os direitos das pessoas idosas, como promover meios de atuação enquanto cidadãos capazes de cidadania contribuir com a sociedade. Fonte: Orientações Técnicas – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para as Pessoas Idosas (BRASIL, 2012c). Acolhida Apesar de questões sobre as ações executadas no CCTI Centro não terem sido contempladas nos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, os dados do Censo SUAS permitem algumas aferições (Quadro 63): 133 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 63 – Atividades desenvolvidas no CCTI Centro Visitas domiciliares da equipe técnica da unidade à família do usuário Sim Reuniões com grupos de famílias dos usuários Não Palestras/oficinas Sim Atividades recreativas Sim Discussão de casos com outros profissionais da rede Não Atividades com participação da comunidade Sim Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Ademais, a partir da visita técnica, foi fornecida pelo CCTI Centro uma relação de atividades desenvolvidas neste equipamento: Quadro 64 – Oficinas e grupos desenvolvidos no CCTI Centro Alongamento Arte em feltro Bordado Bordado com Bainha Aberta Coral Dança de Salão Dança Moderna Declamação de Poesia Espanhol Flauta Iniciantes Flauta Intermediário Ginástica com Elementos Grupo Arte Terapia Grupo de Santo Antonio Grupo Estrelinha Grupo Fonte Grande Grupo Ilha do Príncipe Grupo Jucutuquara Grupo Parque Moscoso Grupo Santa Tereza Inglês Iniciantes Inglês Intermediário Letramento Memórias Patchwork Pintura em Tecido Pintura em Tecido com Molde Vazado Pintura em Tela Pintura em Tela com Decoupage Pratica de Banda Teatro Tempo de Ler Teoria Musical Terapia Ocupacional Vagonite 134 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Variedades (Artes) Violão Iniciantes Violão Intermediário Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória durante a visita técnica. A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais define os seguintes usuários para este serviço: idosos(as) com idade igual ou superior a 60 anos, em situação de vulnerabilidade social, em especial: Idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada; Idosos de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda; Idosos com vivências de isolamento por ausência de acesso a serviços e oportunidades de convívio familiar e comunitário e cujas necessidades, interesses e disponibilidade indiquem a inclusão no serviço (BRASIL, 2014a). Considera-se que embora o Estatuto do Idoso classifique como idosas as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, é importante que esta definição não se torne um limite restritivo para a participação de usuários no SCFV. É necessário que a história de vida de cada usuário seja considerada, bem como as experiências oriundas do contexto socioeconômico, cultural e familiar que influenciam o processo de envelhecimento. Assim, pessoas que ainda não atingiram a idade legal para ser considerada pessoa idosa podem estar vivenciando situações ou limitações físicas próprias desta faixa etária. Nesse sentido, ainda que exista uma faixa etária específica a ser atendida pelo SCFV para pessoas idosas, aquele que ainda não completou 60 anos, mas já enfrenta situações de fragilidade de vínculos, de autonomia ou de falta de acesso a direitos, poderá ser atendido pelos serviços, tendo em vista o seu caráter protetivo (BRASIL, 2012c, p. 34). Os questionários identificaram nos dois ciclos de visitas um quantitativo de vagas disponíveis para atendimento de 500 idosos por mês, sem lista de espera para acesso ao serviço. Segundo dados do Censo SUAS, considerando o mês de agosto de 2014, foi realizado um total de 14 grupos (não especificando quais são esses grupos), conforme Quadro 65. Quadro 65 – Questões sobre o CCTI Centro Quantidade de usuários 443 Qual a capacidade máxima para o atendimento (número de vagas) desta unidade? 426 Quantidade total de grupos realizados (Agosto/2014)? 14 135 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I A unidade possui critérios de sexo para admissão de usuários? Não possui critério de sexo para admissão Qual a idade mínima para admissão: 60 Por quanto tempo, em média, o usuário fica no Serviço de Convivência e Mais de 1 ano Fortalecimento de Vínculos? Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (Brasil, 2014b). Em relação à quantidade de usuários expressa no Quadro 65, não é possível compreender se esse número equivale à quantidade de usuários que naquele período estavam efetivamente participando das atividades do CCTI Centro, ou se na realidade, contempla o número de vagas disponíveis para participação dos usuários nas diferentes atividades, sem necessariamente corresponder ao numero de pessoas que participam do CCTI mensalmente. O equipamento estabelece o critério de idade de 60 anos para participação nas atividades do Centro de Convivência. No entanto, é necessário compreender se há exceções em relação ao critério de idade dependendo da situação e avaliação do técnico de referência. Observa-se ainda, que o usuário costuma ficar no serviço por mais de um ano, sendo necessário compreender como funciona o planejamento quanto a sua permanência nas atividades e a superação das situações que fizeram com que participasse deste serviço. Segundo dados do Censo SUAS, o CCTI Centro atende prioritariamente pessoas nas seguintes situações (Quadro 66). Quadro 66 – Unidade atende pessoas em qual(is) da(s) situação(ões) prioritária(s) Em situação de isolamento Sim Vivência de violência e/ou negligência Sim Em situação de acolhimento Sim Vulnerabilidade que diz respeito às pessoas com deficiência Sim Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). O SCFVI deve ser desenvolvido em articulação com o PAIF. Ou seja, é o PAIF que identifica e realiza o encaminhamento das pessoas idosas para a inserção no SCFV e que acompanha as famílias dos usuários, caso se encontre em situação de maior vulnerabilidade ou risco social. Desta maneira, os serviços devem ser desenvolvidos de forma integrada, articulada e complementar, sendo necessário um diálogo estreito entre os profissionais envolvidos (BRASIL, 2012c). Não foi possível compreender de que forma ocorre essa articulação com o PAIF. 136 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I É necessário que não se perca de vista que os objetivos específicos do SCFVI são contribuir para um processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo; assegurar espaço de encontro para os idosos e encontros intergeracionais de modo a promover a sua convivência familiar e comunitária; detectar necessidades e motivações e desenvolver potencialidades e capacidade para novos projetos de vida; propiciar vivências que valorizam as experiências e que estimulem e potencializem a condição de escolher e decidir, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia e protagonismo social (BRASIL, 2014a). O MDS orienta o desenvolvimento do seguinte traçado metodológico: a) Encontros regulares do grupo de convivência e fortalecimento de vínculos com periodicidade semanal e duração de até duas horas (um encontro por semana de até duas horas). b) Encontros mensais ou ao final de cada percurso, podendo envolver a participação de diversos grupos, de familiares e pessoas da comunidade. c) Atividades de convívio de livre participação, realizadas no mínimo uma vez por semana (uma ou mais atividades de convívio ao menos uma vez semana). d) Oficinas que aprofundem os temas transversais, realizadas pelo menos duas, com duração mínima de oito horas (BRASIL, 2012c). É necessário identificar como ocorre esse traçado metodológico no CCTI Centro, com o planejamento e programação realizados por cada idoso participante, e ao mesmo tempo, avaliar os impactos e resultados de sua participação no que diz respeito às situações que implicaram na necessidade de trabalhar a convivência e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. A partir da análise realizada, questões permanecem em aberto para aprofundamento posterior: Qual o quantitativo do público atendido e sua faixa etária? Do público atendido, quantos são prioritários conforme o reordenamento? Qual a porta de entrada para acesso ao serviço? Quais são desenvolvidas as principais atividades realizadas? Como ocorre a articulação entre o técnico de referência do CRAS que acompanha o serviço, realiza o planejamento com os orientadores sociais? Como é feito o direcionamento dos diversos cursos a atividades desenvolvidas no CCTI de modo a trabalhar o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários? É garantido o caráter ininterrupto do serviço, mesmo com o encerramento de um convênio? 137 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I CREAS Centro Todo CREAS deve, obrigatoriamente, ofertar o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI). Cabe ao órgão gestor de Assistência Social, observada a realidade local e demandas do território, a decisão quanto à oferta pelo CREAS de outro(s) serviço(s) para além do PAEFI. Compete, ainda, observados os parâmetros da Tipificação Nacional de Serviço Socioassistenciais, a decisão quanto à oferta pelo CREAS ou, quando couber, por unidades referenciadas (BRASIL, 2011b). A partir das visitas de fiscalização realizadas aos CREAS Centro, foi identificado que este equipamento oferta o PAEFI e os seguintes serviços: Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias (SEAD). O CREAS, além do lócus de atendimento e referência para o trabalho social e especializado na proteção social especial de média complexidade, tem, ainda, competências relativas à: oferta e referenciamento de serviços socioassistenciais especializados; coordenação direta dos serviços ofertados; coordenação dos processos de trabalho e da equipe da Unidade; articulação entre serviços prestados diretamente e serviços referenciados ao CREAS; atuação em rede, por meio da articulação com a PSB e PSE de alta complexidade, e articulação intersetorial com a rede de serviços das demais políticas públicas e dos órgãos de defesa de direitos. O Censo SUAS (BRASIL, 2014b) identificou as seguintes ações e atividades relativas à gestão realizadas no CREAS Centro:s) por e Quadro 67 – Ações e atividades relativas à gestão realizadas no CREAS Centro Produção de material socioeducativo Participação em campanhas de prevenção e enfrentamento às situações de violação de direitos Mapeamento da rede socioassistencial Não Sim Sim Mapeamento dos órgãos de defesa de direitos Não Acompanhamento dos encaminhamentos realizados para a rede Sim Elaboração de relatório periódico do quantitativo dos atendimentos realizados Manutenção de arquivo de prontuários em meio físico (papel) Sim Sim Manutenção de arquivo de prontuários em meio eletrônico Sim Participação na construção de fluxos entre os serviços da Proteção Especial e da Proteção Básica Sim 138 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Participação na construção de fluxos com a saúde Participação na construção de fluxos com órgãos do Sistema de Garantia de Direitos Participação em Comissões/Fóruns/ Comitês locais de defesa e promoção de direitos Reuniões de equipe para discussão e avaliação das atividades desenvolvidas Construção de indicadores de avaliação sobre a oferta dos serviços no CREAS Pesquisas de satisfação dos usuários Não Sim Sim Sim Não Sim Grupos de Estudo Não Discussão de casos em equipe Sim Participação em campanha de prevenção de uso de drogas Não Há participação dos usuários nas atividades de planejamento deste CREAS? Sim, porém de maneira informal e ocasional Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Foi identificado através dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória a existência de profissionais específicos para cada serviço, com exceção do LA e PSC que são os mesmos profissionais do PAEFI, e o ambiente físico foi organizado de forma que cada equipe tivesse uma sala de referência. Desse modo, cada serviço possui sua rotina de trabalho, planejamento e atividades desenvolvidas. Nos questionários aplicado pelo Fiscaliza Vitória é possível identificar questões referentes ao PAEFI e ao LA e PSC. Sobre os demais serviços, foram consultados os dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais define os usuários do PAEFI, como famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos por ocorrência de: violência física, psicológica e negligência; violência sexual: abuso e/ou exploração sexual; afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa ou medida de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua ou mendicância; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou raça/etnia; outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações/submissões a situações que provocam danos e agravos a sua condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem estar; descumprimento de condicionalidades do PBF e do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) em decorrência de violação de direitos (BRASIL, 2014a). A partir dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória foram identificadas as situações que mais aparecem no PAEFI e o ciclo de vida da população, conforme disposto do Quadro 68: 139 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Violência física Sim Sim Sim Violência psicológica Sim Sim Sim Abuso sexual Sim Não Não Exploração sexual Sim Não Não Negligência ou abandono Sim Sim Sim Tráfico de pessoas Sim Não Não Trabalho infantil Sim Situação de rua Sim Sim Sim Discriminação em decorrência de orientação sexual Sim Não Não Discriminação em decorrência da raça/etnia Não Não Não Famílias com crianças, adolescentes, pessoas com deficiência Sim Não Sim e/ou idosos (as) afastados do convívio familiar Famílias com descumprimento de condicionalidades do PBF Sim em decorrência de violação de direitos Famílias com adolescentes em cumprimento de Medida Sim Socioeducativa (MSE) Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória.19. Idosos Homens adultos Situações Mulheres adultas Crianças e adolescentes Quadro 68 – Quais as situações e qual o ciclo de vida da população atendida pelo PAEFI Ciclo de vida do usuário em situação de violência/violação de direitos Sim Sim Não Não Sim Não Sim Não Não Sim - Embora seja possível identificar através do Quadro 68 as situações da população atendida pelo PAEFI, não é possível identificar quais são as mais recorrentes. Dados quantitativos permitiriam análise mais aprofundada deste item. Observa-se, de todo modo, que as situações de discriminação em decorrência de orientação sexual que aparecem no quadro são relativas a crianças e adolescentes, sendo importante identificar se essa demanda é espontânea ou se é identificada após realização do atendimento, não sendo o motivo inicial pelo qual o indivíduo busca atendimento no PAEFI. Também não aparece atendimento de população que sofre discriminação em decorrência da raça/etnia. É necessário avaliar se a população conhece as demandas atendidas pelo PAEFI e que podem buscar este serviço. As principais origens de encaminhamentos das famílias e indivíduos são o Poder Judiciário, o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o CRAS, serviços da rede de saúde, serviços da rede das demais políticas públicas e demanda espontânea da família e/ou do indivíduo. Os questionários não indicam o quantitativo desses encaminhamentos, o que poderia resultar em ampliação da análise. 19 Destaca-se que algumas questões dos questionários aplicados nos CREAS foram elaboradas com base no Censo SUAS. 140 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I São as seguintes ações e atividades desenvolvidas pela equipe do CREAS Centro no âmbito do PAEFI: Quadro 69 – Ações e atividades realizadas pelos profissionais do CREAS Centro no âmbito do PAEFI Entrevistas de acolhida para avaliação inicial dos casos Atendimento psicossocial em grupo Atendimento psicossocial individual/familiar Construção de Plano Individual e/ou Familiar de atendimento Acompanhamento às famílias ou aos indivíduos encaminhados para a rede Acompanhamento de famílias com criança/adolescente, pessoa com deficiência ou idoso afastados do convívio familiar Orientação jurídico-social Reuniões com grupos de famílias ou de indivíduos Visitas domiciliares Palestras/oficinas Encaminhamento de adolescentes para o Projovem adolescente Encaminhamento para o CRAS Encaminhamento para inclusão no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) Encaminhamento para o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua Encaminhamento de famílias ou indivíduos para outras unidades de rede de serviços socioassistenciais referenciadas a este CREAS Encaminhamento de usuários/dependentes de substâncias psicoativas para serviço de saúde mental Encaminhamento de famílias por indivíduo para serviço da rede de saúde Encaminhamento de famílias ou indivíduo para serviços das demais políticas públicas Encaminhamento para o Conselho Tutelar Encaminhamento para o órgão de defesa e responsabilização Ações de mobilização e sensibilização para o enfrentamento das situações de violação de direitos Elaboração de relatórios técnicos sobre casos em acompanhamento Discussão de casos com outros profissionais da rede Busca ativa Fonte: Elaborado a partir dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória. Até o mês de fevereiro de 2015, havia 397 casos sendo acompanhados pela equipe do PAEFI. Comparado com os dados coletados em 2014, observou-se um acréscimo de 30% no número de casos. Constatou-se que no âmbito do acompanhamento, o CREAS Centro também desenvolve atividades com autores de agressão de violência intrafamiliar, no caso de violência sexual, física e psicológica. 141 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Em relação ao Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2014a), considera que os usuários deste serviço são adolescentes de 12 a 18 anos incompletos, ou jovens de 18 a 21 anos, em cumprimento de medida socioeducativa de LA e de PSC, aplicada pela Justiça da Infância e da Juventude ou, na ausência desta, pela Vara Civil correspondente, e suas famílias. Os questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória permitiram identificar o quantitativo de adolescentes acompanhados, sendo 09 (nove) do sexo feminino e 87 do sexo masculino. Os principais parceiros citados no questionário do Fiscaliza Vitória para inserção dos adolescentes na rede de atendimento são os próprios equipamentos da SEMAS, empresas privadas e equipamentos da educação. Outros parceiros secundários aparecem, tais como: saúde, esporte e lazer, cultura, trabalho/orientação ou qualificação profissional. No entanto, não possível compreender como essa relação ocorre no dia-a-dia do serviço. Os objetivos do serviço consistem em: - Realizar acompanhamento social a adolescentes durante o cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade e sua inserção em outros serviços e programas socioassistenciais e de políticas públicas setoriais; - Criar condições para a construção/reconstrução de projetos de vida que visem à ruptura com a prática de ato infracional; - Estabelecer contratos com o adolescente a partir das possibilidades e limites do trabalho a ser desenvolvido e normas que regulem o período de cumprimento da medida socioeducativa; - Contribuir para o estabelecimento da autoconfiança e a capacidade de reflexão sobre as possibilidades de construção de autonomias; - Possibilitar acessos e oportunidades para a ampliação do universo informacional e cultural e o desenvolvimento de habilidades e competências; - Fortalecer a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2014a, p. 34). A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais também esclarece qual o trabalho social essencial do serviço: acolhida; escuta; estudo social; diagnóstico socioeconômico; referência e contra referência; trabalho interdisciplinar; articulação interinstitucional com os demais órgãos do sistema de garantia de direitos; produção de orientações técnicas e materiais informativos; monitoramento e avaliação do serviço; proteção social proativa; orientação e encaminhamentos para a rede de serviços locais; construção de plano individual e familiar de atendimento, considerando as especificidades da adolescência; orientação sociofamiliar; acesso a documentação pessoal; informação, comunicação e defesa de direitos; articulação da rede de 142 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I serviços socioassistenciais; articulação com os serviços de políticas públicas setoriais; estímulo ao convívio familiar, grupal e social; mobilização para o exercício da cidadania; desenvolvimento de projetos sociais; elaboração de relatórios e/ou prontuários (BRASIL, 2014a). Os dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) permitem compreender quais ações são desenvolvidas pelo LA no CREAS Centro (Quadro 70). Quadro 70 – Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) no CREAS Centro Frequência com que, normalmente, cada adolescente em cumprimento de medida socioeducativa de Semanal Liberdade Assistida (LA) é atendido neste CREAS Elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA) do adolescente Sim Atendimento individual do adolescente Sim Atendimento do adolescente em grupos Sim Atendimento da família do adolescente em cumprimento de LA Sim Atendimento com grupos de famílias do adolescente em cumprimento de medida de LA Sim Visita domiciliar Sim Encaminhamento do adolescente para o sistema educacional Sim Acompanhamento da frequência escolar do adolescente Sim Encaminhamento para os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Sim Encaminhamento do adolescente e sua família para outros serviços e programas da rede socioassistencial Encaminhamento para serviços da rede de saúde para atendimento de usuários/dependentes de substâncias psicoativas Sim Sim Encaminhamento de famílias ou indivíduos para outros serviços da rede de saúde Sim Encaminhamento do adolescente e sua família para serviços de outras políticas setoriais Sim Encaminhamento do adolescente para cursos profissionalizantes Sim Elaboração e encaminhamento de relatório para a Justiça da Infância e da Juventude ou Ministério Público Elaboração e encaminhamento de relatórios periódicos para o órgão gestor da Assistência Social no município Sim Não Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Sobre aspectos relativos ao PSC, também recorremos aos dados do Censo SUAS (Quadro 71): 143 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Quadro 71 – Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) no CREAS Centro Frequência com que, normalmente, cada adolescente em cumprimento de medida Quinzenal socioeducativa de PSC é atendido neste CREAS Cumprimento de PSC na rede de saúde Não Cumprimento de PSC na rede educacional Não Cumprimento de PSC na rede socioassistencial pública Sim Cumprimento de PSC na rede socioassistencial privada Cumprimento de PSC em outras Unidades da administração pública (Ex.: Corpo de Bombeiros, sede da administração municipal, etc.) Outros Não Qual(is)? Elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA) do adolescente Não Sim Secretaria de Esporte e Cultura Sim Encaminhamento do adolescente para os locais de prestação de serviços comunitários Sim Atendimento individual do adolescente Sim Atendimento do adolescente em grupos Não Atendimento da família do adolescente em cumprimento de medida de PSC Sim Atendimento com grupos de famílias do adolescente em cumprimento de medida de PSC Sim Visita domiciliar Sim Encaminhamento do adolescente para o sistema educacional Sim Acompanhamento da frequência escolar do adolescente Não Encaminhamento para o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Encaminhamento do adolescente e sua família para outros serviços e programas da rede socioassistencial Encaminhamento para serviços da rede de saúde para atendimento de usuários/dependentes de substâncias psicoativas Encaminhamento de famílias ou indivíduos para outros serviços da rede de saúde Sim Encaminhamento do adolescente e sua família para serviços de outras políticas setoriais Sim Encaminhamento do adolescente para cursos profissionalizantes Elaboração e encaminhamento de relatório para a Justiça da Infância e da Juventude ou Ministério Público Elaboração e encaminhamento de relatórios periódicos para o órgão gestor da Assistência Social no município Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Sim Sim Sim Sim Sim Não Verifica-se que na operacionalização dos serviços, é necessário a elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA) com a participação do adolescente e da família, devendo conter os objetivos e metas a serem alcançados durante o cumprimento da medida, perspectivas de vida futura, dentre outros aspectos a serem acrescidos, de acordo com as necessidades e interesses do adolescente (BRASIL, 2014a). Verifica-se que tanto o LA, quanto o PSC elaboram o PIA. No entanto, não foi possível compreender de que forma ocorre essa elaboração, bem como os resultados que têm sido alcançados. O acompanhamento social ao adolescente deve ser realizado de forma sistemática, com frequência mínima semanal que garanta o acompanhamento contínuo e possibilite o 144 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I desenvolvimento do PIA. A prestação dos serviços deverá se configurar em tarefas gratuitas e de interesse geral, com jornada máxima de 08 (oito) horas semanais, sem prejuízo da escola ou do trabalho, no caso de adolescentes maiores de 16 anos ou na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. A inserção do adolescente em qualquer dessas alternativas deve ser compatível com suas aptidões e favorecedora de seu desenvolvimento pessoal e social (BRASIL, 2014a). De acordo com o Censo SUAS, a frequência dos adolescentes no LA é semanal e no PSC é quinzenal (BRASIL, 2014b). Em relação ao Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais define os usuários atendidos pelo serviço: crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência. Os objetivos do SEAS consistem em: construir o processo de saída das ruas e possibilitar condições de acesso à rede de serviços e a benefícios assistenciais; identificar famílias e indivíduos com direitos violados, a natureza das violações, as condições em que vivem, estratégias de sobrevivência, procedências, aspirações, desejos e relações estabelecidas com as instituições; promover ações de sensibilização para divulgação do trabalho realizado, direitos e necessidades de inclusão social e estabelecimento de parcerias; promover ações para a reinserção familiar e comunitária (BRASIL, 2014a). A partir dos dados do Censo SUAS, foi possível identificar as atividades realizadas no âmbito do SEAS, no entanto, não é possível analisar como elas se materializam no cotidiano do CREAS (Quadro 72): Quadro 72 – Atividades realizadas pelo Serviço Especializado em Abordagem Social no CREAS Centro Conhecimento do território; Sim Informação, comunicação e defesa de direitos; Sim Escuta, orientação e encaminhamentos sobre/para a rede de serviços locais com resolutividade; Sim Articulação da rede de serviços socioassistenciais; Sim Articulação com os serviços de políticas públicas setoriais; Sim Articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; Sim Elaboração de relatórios. Sim Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, o conhecimento do território concretiza-se desde o momento de planejamento do serviço e definição das áreas de atuação da(s) equipe(s), áreas com incidência de situações de risco pessoal e social, identificadas 145 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I e problematizadas, previamente, em/por diagnósticos socioterritoriais que norteiam as ações do serviço. A informação, comunicação e defesa de direitos concretiza-se por meio de atividades e procedimentos técnicos desenvolvidos para promover o entendimento e a informação sobre os direitos individuais e sociais, as formas de violação, as garantias de sua efetivação, as respostas e recursos com os quais os indivíduos podem contar na rede socioassistencial e nas diversas políticas públicas (BRASIL, 2014a). A escuta representa procedimento técnico componente do trabalho social, de suma importância para iniciar a constituição de vínculos e estabelecer relações de confiança e segurança entre os profissionais do serviço e os usuários nos espaços públicos. A orientação e encaminhamento sobre/para a rede de serviços locais com resolutividade concretiza-se em informações e referências disponibilizadas pelos profissionais e construídas com/para os usuários, no que se refere aos serviços promovidos pela rede socioassistencial, de outras políticas públicas e órgãos de defesa de direitos (BRASIL, 2014a). A articulação da rede socioassistencial consiste no trabalho social que tem como finalidade a conexão, o acesso e a vinculação de famílias e indivíduos a serviços, programas e projetos ofertados diretamente pelo poder público ou por entidades e organizações no âmbito do SUAS. Por sua vez, a articulação com os serviços de política públicas setoriais refere-se a articulação com as demais políticas públicas, preferencialmente nos territórios onde os sujeitos vivem e/ou transitam (BRASIL, 2014a). A articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos consiste ao trabalho social de interlocução especialmente com os chamados órgãos de defesa de direitos, como por exemplo: Conselhos Tutelares; Defensoria Pública; Poder Judiciário; Ministério Público; serviços de assessoramento jurídico e assistência jurídica; ONGs que atuam com defesa de direitos, entre outros. Já a elaboração de relatórios diz respeito a procedimento de registro de informações, a ser adotado para instrumentalizar o órgão gestor com informações sobre as situações de riscos pessoais e sociais observadas e identificadas no território; registrar informações sobre os atendimentos realizados a famílias e indivíduos nos espaços públicos (BRASIL, 2014a). Segundo dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b), Quadro 73, as áreas onde serão realizadas as abordagens do SEAS são definidas mediante conhecimento prévio dos técnicos, a partir de suas experiências; através de diagnósticos socioterritoriais realizados pelo órgão gestor de Assistência Social, através de demanda dos órgãos de defesa de direitos e denúncias da 146 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I população. Cabe destacar que o diagnóstico territorial é um processo de conhecimento da realidade, que envolve o mapeamento das demandas por serviços e ofertas da rede socioassistencial. Nesse caso, o diagnóstico socioterritorial pode apontar as áreas com maior presença de usuários do serviço especializado em abordagem social. Quadro 73 – Como são definidas as áreas onde serão realizadas as abordagens do SEAS do CREAS Centro Conhecimento prévio dos técnicos do Serviço Sim A partir de diagnósticos socioterritoriais realizados pelo órgão gestor de Assistência Social Sim Demanda dos órgãos de defesa de direitos Sim Denúncias da população Sim Outros Não Quantos dias por semana a abordagem social é realizada 7 dias por semana Em quais períodos do dia costuma ser realizada a abordagem social A Abordagem é realizada exclusivamente pela equipe do CREAS Ambos Sim Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b) Segundo Censo SUAS (BRASIL, 2014b), a abordagem social não é realizada em parceria com outras unidades da rede de serviços da Assistência Social ou outras unidades de políticas setoriais citados no Censo, como se observa no Quadro 74. Quadro 74 – Parcerias na Abordagem Social Equipes da saúde Não Equipes de serviços de acolhimento Não Equipes do Centro POP Não Equipes de outras unidades públicas da rede socioassistencial Não Equipes de entidades da rede socioassistencial privada Não Integrantes de movimentos sociais Não Guarda municipal Não Polícia militar Não Outros Não Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Apesar dessas informações do Censo SUAS, foi verificado que o munício conta com um Programa de reinserção social da população em situação de rua (Onde Anda Você?), com o objetivo de acolher de forma humanizada as pessoas em situação de rua, especialmente os usuários de crack e outras drogas, encaminhado-os à rede de serviços a partir da identificação das demandas. Sendo composto por projetos que contemplam diversas ações nas áreas de 147 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Assistência Social, Saúde, Educação, Habitação, Trabalho, Esportes, entre outras. Na área da Assistência Social, destaca-se o SEAS e Acolhimento Institucional, embora este Programa não tenha sido foco da análise. Em relação ao Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias (SEAD), não foram coletadas informações pelo Fiscaliza Vitória, e também não foram encontrados dados no Censo SUAS. A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais define os usuários do serviço como pessoas com deficiência e idosas com dependência, seus cuidadores e familiar e seus objetivos, que são: - Promover a autonomia e a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência e idosas com dependência, seus cuidadores e suas famílias; - Desenvolver ações especializadas para a superação das situações violadoras de direitos que contribuem para a intensificação da dependência; - Prevenir o abrigamento e a segregação dos usuários do serviço, assegurando o direito à convivência familiar e comunitária; - Promover acessos a benefícios, programas de transferência de renda e outros serviços socioassistenciais, das demais políticas públicas setoriais e do Sistema de Garantia de Direitos; - Promover apoio às famílias na tarefa de cuidar, diminuindo a sua sobrecarga de trabalho e utilizando meios de comunicar e cuidar que visem à autonomia dos envolvidos e não somente cuidados de manutenção; - Acompanhar o deslocamento, viabilizar o desenvolvimento do usuário e o acesso a serviços básicos, tais como: bancos, mercados, farmácias, etc., conforme necessidades; - Prevenir situações de sobrecarga e desgaste de vínculos provenientes da relação de prestação/demanda de cuidados permanentes/prolongados (BRASIL, 2014a). O trabalho essencial ao serviço consiste em acolhida; escuta; informação, comunicação e defesa de direitos; articulação com os serviços de políticas públicas setoriais; articulação da rede de serviços socioassistenciais; articulação interinstitucional com o Sistema de Garantia de Direitos; atividades de convívio e de organização da vida cotidiana; orientação e encaminhamento para a rede de serviços locais; referência e contrarreferência; construção de plano individual e/ou familiar de atendimento; orientação sociofamiliar; estudo social; diagnóstio socioeconômico; cuidados pessoais; desenvolvimento do convívio familiar, grupal e social; acesso à documentação pessoal; apoio à família na sua função protetiva; mobilização de família extensa ou ampliada; mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de 148 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I apoio; mobilização para o exercício da cidadania; elaboração de relatórios e/ou prontuários (BRASIL, 2014a). Foi possível identificar que a nível nacional não há muitos parâmetros sobre o desenvolvimento deste Serviço, inclusive não há dados específicos no Censo SUAS. Ademais, como não foram coletados dados específicos sobre o SEAD, não foi possível realizar apontamentos sobre sua execução, sinalizando para a necessidade de um estudo aprofundado sobre essa temática. Em relação ao funcionamento do CREAS, segundo dados do Plano Municipal de Assistência Social (VITÓRIA, 2013), as referências de atendimento pactuados nos CREAS é superior aquela dimensionada na sua criação e o número de atendidos nesses equipamentos é maior do que o quantitativo pactuado, o que denota a necessidade de se reavaliar o dimensionamento do atendimento dos CREAS, considerando que esses equipamentos atendem mais do que a sua capacidade. Essa questão reflete diretamente no funcionamento do equipamento. Foi possível constatar que vários serviços são desenvolvidos no CREAS e cada qual possui sua especificidade. Um estudo mais amplo permitiria compreender quais os avanços que já foram conquistados no âmbito da proteção social especial de média complexidade e onde é necessário avançar. Hospedagem Noturna De acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, o Serviço de Acolhimento Institucional tem como objetivos gerais: acolher e garantir proteção integral; contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência, violência e ruptura de vínculos; restabelecer vínculos familiares e/ou sociais; possibilitar a convivência comunitária; promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos e às demais políticas públicas setoriais; favorecer o surgimento e o desenvolvimento de aptidões, capacidades e oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia; promover o acesso a programações culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e possibilidades do público (BRASIL, 2014b). O MDS ainda identifica objetivos específicos para o Serviço de Acolhimento Institucional para Adultos, quais sejam: desenvolver condições para a independência e o autocuidado e promover o acesso à rede de qualificação e requalificação profissional com vistas 149 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I à inclusão produtiva. O trabalho essencial ao serviço previsto na Tipificação consiste nos seguintes aspectos: Quadro 75 – Trabalho essencial ao Serviço de Acolhimento Institucional Acolhida/Recepção Escuta Desenvolvimento do convívio familiar, grupal e social Estudo Social Apoio à família na sua função protetiva Cuidados pessoais Orientação e encaminhamentos sobre/para a rede de serviços locais com resolutividade Construção de plano individual e/ou familiar de atendimento Orientação sociofamiliar Protocolos Acompanhamento e monitoramento dos encaminhamentos realizados Referência e contrarreferência Elaboração de relatórios e/ou prontuários Trabalho interdisciplinar Diagnóstico socioeconômico Informação, comunicação e defesa de direitos Orientação para acesso a documentação pessoal Atividades de convívio e de organização da vida cotidiana Inserção em projetos/programas de capacitação e preparação para o trabalho Estímulo ao convívio familiar, grupal e social Mobilização, identificação da família extensa ou ampliada Mobilização para o exercício da cidadania Articulação da rede de serviços socioassistenciais Articulação com os serviços de outras políticas públicas setoriais e de defesa de direitos Articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos Monitoramento e avaliação do serviço Organização de banco de dados e informações sobre o serviço, sobre organizações governamentais e não governamentais e sobre o Sistema de Garantia de Direitos Fonte: Elaborado a partir da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2014b). Considera-se que o período de funcionamento do serviço deva ser ininterrupto (24 horas) e que os equipamentos de acolhimento mantenham horários flexíveis para entrada e saída dos usuários de acordo com a necessidade de cada um. No caso da Hospedagem Noturna, os questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória evidenciaram que o horário de atendimento do equipamento é das 17:00 às 07:00 horas do dia seguinte, sendo organizado da seguinte forma: entrada (17:00 às 22:00 horas) e permanência (17:00 às 07:00 horas). Desse modo, há restrição de entrada e saída de usuários e o equipamento não funciona 24 horas. Através dos dados coletados pelo Fiscaliza Vitória, foi possível identificar que o equipamento oferta 40 (quarenta) vagas para acolhimento, sendo 34 (vinte e quatro) para o sexo masculino e 06 (seis) para o sexo feminino. Perguntado sobre a diferença em relação ao público atendido, consideraram que a demanda é em sua maioria do sexo masculino. Pesquisa 150 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I desenvolvida pelo MDS constatou que 82% da população em situação de rua é predominantemente masculina20 (BRASIL, 2008). Em agosto de 2014, segundo o Censo SUAS (BRASIL, 2014b), o público acolhido no equipamento tinha em sua maioria entre 22 a 59 anos, conforme Gráfico 13: Gráfico 13 – Quantidade de pessoas acolhidas na Hospedagem Noturna por faixa etária 35 30 25 20 15 10 5 0 0 a 2 anos3 a 5 anos 6 a 11 anos 12 a 13 anos 14 a 15 anos 16 a 17 anos 18 a 21 anos 22 a 59 anos 60 a 79 anos 80 anos ou mais Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Observa-se no Gráfico 14 que do total de pessoas acolhidas, 9 (nove) estavam no equipamento por mais de 13 meses: Gráfico 14 – Pessoas acolhidas, segundo o tempo que estão na Unidade 8 9 8 5 5 0 Menos de De 1 a 3 1 Mês meses De 4 a 6 De 7 a 12 De 13 a meses meses 24 meses De 25 a 48 meses 1 De 49 a 72 meses 0 Mais de 72 meses (mais de 6 anos) Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). 20 Durante o ano de 2007 foi realizada uma pesquisa nacional censitária e por amostragem da população em situação de rua, promovida pelo MDS. Foram selecionados 71 municípios, sendo 23 capitais e 48 municípios com população igual ou superior a 300.000 habitantes. Em todas as cidades selecionadas foi realizado um censo das pessoas em situação de rua, por meio da aplicação de um questionário reduzido, e uma pesquisa amostral que investigou um conjunto maior de questões (BRASIL, 2008). 151 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Orienta-se que todos os serviços de acolhimento devem fornecer aos usuários, kits de higiene pessoal como, por exemplo: creme e escova dental, shampoo e condicionador, sabonete. Observando especificidades de kits para homens e mulheres. É necessário também o fornecimento de roupas de cama, banho e o que mais for necessário. A partir dos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória, foi verificado que o equipamento oferece kits de higiene, que contém creme dental, escova de dente, sabonete, desodorante, dentre outros itens. Também fornecem roupa de cama e kit banho, no entanto, não foi possível compreender com que frequência esses kits são fornecidos e trocados. O equipamento possui horários específicos para o café da manhã e jantar, sendo o primeiro às 6:00 horas da manhã e o segundo às 18 horas e 30 minutos. Sendo que às 7:00 horas da manhã é o horário de saída dos usuários do equipamento, a partir deste período fica restrito à entrada e saída de usuários. Entende-se assim, que qualquer ação desenvolvida com o usuário ocorre no período de 17:00 horas às 07:00 horas do dia seguinte. Segundo dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b), a equipe da Hospedagem Noturna tem realizado atendimento psicossocial individualizado; atendimento psicossocial em grupos; atividades recreativas; discussão de casos com outros profissionais da rede; encaminhamento para retirada de documentos; organização e discussão das rotinas do equipamento. Por sua vez, outras atividades listadas no Quadro 76 não são executadas. Quadro 76 – Atividades desenvolvidas na Hospedagem Noturna Visitas domiciliares da equipe técnica da Unidade à família do usuário Reuniões com grupos de famílias dos usuários Não Não Atendimento psicossocial individualizado Sim Atendimento psicossocial em grupos Sim Atendimento psicossocial das famílias das pessoas acolhidas (orientação familiar) Não Palestras /oficinas Não Atividades recreativas Sim Elaboração de relatórios técnicos sobre casos em acompanhamento Sim Discussão de casos com outros profissionais da rede Sim Encaminhamento para retirada de documentos Sim Passeios com usuários Não Promove atividades com participação da Comunidade Não Promove a integração das pessoas acolhidas em projetos ou atividades existentes na comunidade Não Envio de relatório semestral para o Judiciário Não Sim Não Organização e discussão das rotinas das Unidades com os acolhidos Acompanhamento escolar Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). 152 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Em relação ao Plano Individual de Atendimento (PIA), é possível identificar os seguintes aspectos: Quadro 77 – Aspectos sobre o Plano Individual de Atendimento (PIA) A unidade faz Plano Individual de Atendimento (PIA) de cada pessoa acolhida? Sim Dados pessoais do acolhido Sim Motivo do acolhimento Sim Situação escolar Sim Informações sobre a saúde do acolhido Sim Informações sobre os acolhimentos (institucional ou familiar) anteriores Sim Encaminhamento para a rede socioassistencial e outras Políticas Públicas Sim Comunicação com o Sistema de Justiça / Órgãos de Defesa de Direito Não Dados socioeconômicos da família de origem/responsável Não Acompanhamento da família de origem Não Registro da existência de vínculos comunitários Não Informações sobre o relacionamento intrafamiliar Não Participação em curso/capacitação/profissionalização/inserção profissional Sim Registro das potencialidades dos usuários do Serviço Sim Informações sobre a participação da família de origem/responsável durante o acolhimento Sim Informações sobre a participação em curso/capacitação/profissionalização/inserção profissional Sim Inclusão na prática de esporte, cultura e lazer Não Plano de Ação com acolhido Não Plano de Ação com a família de origem/responsável do acolhido Não Reavaliação do PIA Sim Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Observa-se através do Quadro 77 que o PIA elaborado para os usuários acolhidos na Hospedagem Noturna possui questões mais relacionadas ao indivíduo, no que diz respeito ao motivo de acolhimento, sua situação escolar, encaminhamentos para a rede socioassistencial e atividades relacionadas à participação em capacitação/profissionalização. Perguntado no Censo SUAS (BRASIL, 2014b) sobre os Órgãos que realizam visita ao equipamento, foi possível identificar os seguintes: 1. Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS); 2. Ministério Público; 3. Conselho Municipal de Assistência Social (COMASV). Foi informado que Órgãos como o Poder Judiciário, Defensoria Pública, Conselho do Idoso, Conselho da Pessoa com Deficiência, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros não realizam visita ao equipamento. 153 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Observa-se no Quadro 78 os Órgãos e Instituições que realizam algum tipo de articulação com a Hospedagem Noturna: Trabalho Possui dados de localização Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim (endereço, telefone, etc.) Recebe usuários encaminhados Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim por esta Unidade Encaminha usuários para esta Não Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Unidade Acompanha os encaminhamentos Não Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Realiza reuniões periódicas Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Troca informações Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Realiza estudos de caso em Não Não Não Não Não Sim Sim Sim conjunto Desenvolve atividades em parceria Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Fonte: Elaborado a partir dos dados do Censo SUAS (BRASIL, 2014b). Educação Saúde CENTRO POP CREAS CRAS Defensoria Pública Ministério Público Poder Judiciário Conselho Tutelar Quadro 78 – Articulação com Órgãos e Instituições Sim Sim Não Não Não Sim Não Não Sim Sim Não Sim Não Não Não Não Nota-se que a Hospedagem Noturna recebe em sua maioria usuários encaminhados do Poder Judiciário, Ministério Público, CRAS, CREAS, Centro POP e de equipamentos da área da saúde. A partir do Quadro 78 constata-se que a articulação da equipe da Hospedagem é maior com os CREAS, Centro POP e equipamentos da saúde. A conexão entre os serviços, órgãos e instituições é fator importante para a construção do processo de saída da situação de rua. Destaca-se que os dados do Censo SUAS e as informações coletadas durante as visitas de fiscalização realizadas a Hospedagem Noturna permitiram uma primeira aproximação e apontamentos sobre o serviço executado neste equipamento. No entanto, para pensar a temática população em situação de rua, torna-se necessário estudo específico e aprofundado sobre os demais serviços da Assistência Social para essa população e suas interfaces com demais as políticas públicas e programas sociais municipais. 154 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo das análises empreendidas é contribuir com os trabalhos legislativos no âmbito da Câmara Municipal de Vitória e o pensar/repensar da Política de Assistência Social na cidade. Para esta primeira publicação foram analisados os equipamentos públicos da Assistência Social localizados na Região I. Foram identificados os seguintes itens de análise: estrutura física; recursos humanos e funcionamento dos equipamentos. Aspectos como gestão, financiamento e controle social não aparecem diretamente nos questionários aplicados, mas podem ser analisados em momento posterior. Tratando-se de uma produção técnica, foi necessário recorrer aos parâmetros nacionais, todavia, as orientações expostas ao longo do trabalho são referências, mas que precisam ser discutidas e problematizadas de acordo com as especificidades locais. Trata-se de um processo inicial – considerando que outros equipamentos serão analisados – que apontou para a necessidade de criação de novos instrumentos de coleta de dados, de discussões e pesquisas sobre temáticas específicas. Além disso, no próprio debate da Política de Assistência Social existem contradições de conceitos que precisam ser problematizados. No item sobre a estrutura física buscou-se identificar nos equipamentos da Assistência Social localizados na Região I a existência de placas de identificação, a situação do imóvel, espaço físico (ambientes), acessibilidade, itens de segurança, recursos materiais e as necessidades de adequações. Verificou-se que dos equipamentos da Região I, o CCTI Centro e o CREAS Centro contam com placa de identificação. Já a Hospedagem Noturna por ser classificada como abrigo institucional, não conta com placa de identificação, conforme recomendação do MDS. Por sua vez, é necessário que o CRAS Região Centro receba uma placa de identificação e seja avaliado a possibilidade de uma padronização das placas, de modo a facilitar a identificação das Unidades enquanto equipamentos da Política de Assistência Social pela população usuária dos serviços. Na análise realizada foi possível identificar que 03 (três) equipamentos estão localizados em imóveis alugados, com exceção do CRAS Região Centro que ocupa imóvel disponibilizado pela Secretaria Municipal de Educação (SEME). Observou-se que alguns equipamentos possuem características marcadamente residenciais, tendo seus cômodos adaptados, nem sempre de forma adequada, às normativas do SUAS, como é o caso do CREAS Centro. Considera-se que o espaço físico é reflexo de uma 155 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I concepção, devendo ser organizado de modo que as famílias o reconheçam como uma unidade pública que possibilita o acesso a direitos. Cabe ressaltar que a adaptação dos espaços pode tender para um direcionamento do trabalho para abordagem mais individual do que coletiva. Yazbek et al. (2010, p. 155) esclarece que contando com espaços adequados, as equipes buscam direções metodológicas para o desenvolvimento do trabalho, enquanto espaços precários e improvisados tendem a acomodar a metodologia à ambiência limitada de trabalho, resultando, em muitas situações, na restrição do alcance quantitativo e qualitativo pretendido junto ao usuário. Algumas estruturas dos equipamentos estão precarizadas e necessitam de reparos e reformas pontuais e de médio-longo prazo, além da garantia de manutenções periódicas. Outro ponto de destaque em relação ao espaço físico está na insuficiência e na qualidade de equipamentos e mobiliários. Reforça-se que a questão do espaço físico constitui fator determinante para o reconhecimento dos equipamentos como lócus no qual os direitos socioassistenciais são assegurados. É imprescindível que a infraestrutura e os ambientes respondam a requisitos mínimos para a adequada oferta dos serviços socioassistenciais de proteção social básica e especial neles ofertados. A preocupação com o espaço físico e identificação do equipamento deve-se ao fato de que o SUAS pretende superar a prática da Assistência Social como uma política pobre, destinada aos mais pobres, por meio de ações pobres, ofertadas em unidades pobres (BRASIL, 2009b). Em relação aos espaços físicos, verificou-se a dificuldade dos equipamentos em atender às normas de acessibilidade21, em particular em relação ao acesso principal adaptado com rampas, com rota acessível desde a calçada até a recepção; rota acessível aos principais espaços do equipamento (recepção, sala de atendimento, sala de uso coletivo e banheiros); e banheiro adaptado para pessoas com deficiência. Além dos suportes para atendimento da pessoa com deficiência, tais como treinamento para auxiliar pessoas com deficiência visual; placas de identificação em Braile; suporte eventual de profissional com domínio de libras, ou capacitação de profissional. Nesse ínterim, cabe reforçar que o acesso, ingresso e permanência da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida nos equipamentos públicos da Assistência Social são 21 Acessibilidade compreendida como possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transporte, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2015). 156 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I prejudicados, considerando os aspectos que dizem respeito à acessibilidade segundo a norma da ABNT NBR 9050:2004. Compreende-se que na escolha do imóvel muitos aspectos precisam ser considerados pela SEMAS, tais como sua condição estrutural, seu custo financeiro, sua localização, a acessibilidade, questões pertinentes ao território, dentre outros. No caso dos equipamentos da Região I, por se tratar de um território com residências mais antigas, a PMV pode encontrar dificuldade em conseguir um imóvel já adaptado e com as características necessárias para funcionamento de um equipamento público e que atenda todas as necessidades. No entanto, torna-se necessário pensar e prever as adaptações necessárias para se garantir o acesso da pessoa com deficiência e/ou mobilidade reduzida aos espaços das Unidades antes da concretização do contrato de aluguel, bem como os mobiliários e recursos materiais necessários. Nos itens de segurança, constatou-se que todos os equipamentos analisados da Região I não contam com saídas de emergência. O CRAS Região Centro e a Hospedagem Noturna não possuem o Alvará de Funcionamento, o Alvará do Corpo de Bombeiros e o Alvará da Vigilância Sanitária. Por sua vez, o CCTI Centro e CREAS Centro não souberam informar a situação dos alvarás. Em relação aos extintores de incêndio, é possível afirmar que existem inadequações quanto a sua existência nos equipamentos e/ou prazo de validade, com exceção do CTTI Centro, pois o prazo de validade dos extintores existentes nesta Unidade não foi avaliado. No que diz respeito aos recursos materiais, foi possível identificar que os equipamentos da Região I no geral possuem insumos importantes para o desenvolvimento dos serviços, como telefone, impressora, computadores com acesso à internet, televisão, materiais pedagógicos, culturais e esportivos. Outros insumos não aparecem em todos os equipamentos analisados, tais como: dvd, datashow, máquina fotográfica, filmadora, veículo de uso exclusivo, veículo de uso compartilhado, acervo bibliográfico. Como a questão dos recursos materiais não foi suficientemente abordada nos questionários aplicados pelo Fiscaliza Vitória e os dados do Censo SUAS apenas identificam a existência desses insumos, não foi possível uma análise aprofundada nesse item. No que diz respeito à localização dos equipamentos, não foi analisado possível diagnóstico que tenha sido realizado pela SEMAS para definição dos territórios socioassistenciais e a escolha da localização dos equipamentos. Ademais, para a discussão sobre 157 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I território se faz necessário considerar outros conceitos importantes, inclusive o próprio conceito de vulnerabilidade e risco social. Cabe ressaltar que no Plano Municipal de Assistência Social (2013-2016) são previstas várias ações e metas em todos os níveis de proteção social. É previsto, por exemplo, a construção de 4 (quatro) CRAS para substituir espaços físicos locados com cofinanciamento do Governo Estadual e 01 (um) Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), com o objetivo de fortalecimento das ações da proteção social básica, além da instalação de mais 2 (dois) Centros de Convivência para Terceira Idade (CCTI), implantação de 01 (um) CREAS para atender a Região Continental e 05 (cinco) casas-repúblicas para população adulta de rua. O Plano de Assistência Social é reconhecido como um instrumento estratégico que organiza e norteia a execução da PNAS na perspectiva do SUAS e deve conter as prioridades e metas municipais e/ou estaduais, bem como observar as deliberações das Conferências de Assistência Social e as metas nacionais pactuadas, que expressam o compromisso para o aprimoramento do SUAS. Em relação aos recursos humanos, foi possível identificar que aproximadamente 86,59% dos profissionais que trabalham nos equipamentos da Assistência Social da Região I são terceirizados, sendo que aproximadamente 77,31% são terceirizados via convênio com entidades de assistência social para execução de serviços de caráter contínuo e público. Não é garantido, desse modo, equipes de referência com servidores efetivos e concursados para ocupar as diferentes funções, inclusive as coordenações do CCTI Centro e Hospedagem Noturna são ocupadas por profissionais terceirizados. Quando da análise sobre os recursos humanos, identificou-se a importância de estudo dos convênios que têm sido desenvolvidos com entidades de assistência social para execução dos serviços. No caso do CRAS e Hospedagem Noturna, é realizado convênio com a Agência Adventista de Educação e Assistência Social Este Brasileira. Em relação ao CREAS, é realizado convênio com a Fundação Educacional Monte Belo e no CCTI o convênio é com a Fundação Ceciliano Abel de Almeida22. Outra questão é quanto ao quantitativo de profissionais das equipes. Já foi sinalizada a importância do diagnóstico e planejamento necessários para compreensão do quantitativo de profissionais necessários a cada equipamento, o que envolve vários aspectos a serem considerados. De todo modo, é necessário investimento na Gestão do SUAS, na Vigilância 22 Foram solicitados todos os convênios realizados pela SEMAS para execução dos serviços, no entanto, até o fechamento do relatório, estes não haviam sido enviados. 158 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I Socioassistencial, na Gestão do Trabalho, inclusive garantindo a continuidade do trabalho dos profissionais nessas áreas. Compreende-se que a realidade do município pode exigir um maior número de profissionais nas equipes de referência daquele quantitativo orientado pela NOBRH. Cabe destacar que mais do que analisar o quantitativo de profissionais nos equipamentos públicos de Vitória na área da Assistência Social, é necessário avaliar a gestão do trabalho no município, que engloba questões e fatores mais amplos do que a questão do quantitativo de profissionais que compõem o SUAS. Há concordância com Couto et al. (2010a) no que se refere as três dimensões indissociáveis que envolvem a regulação e a gestão do trabalho no SUAS: 1. As atividades desenvolvidas pelo conjunto de seus trabalhadores; 2. As condições materiais, institucionais, físicas e financeiras; 3. E os meios e instrumentos necessários ao adequado exercício profissional. Foi solicitado a SEMAS previsão do quantitativo de cargos necessários a serem criados no âmbito da Secretaria com admissão via concurso público, tendo em vista o quantitativo de profissionais terceirizados e contratados nas equipes de referência dos equipamentos públicos municipais na área da Assistência Social da Região I. Entende-se a importância da elaboração do quadro de necessidades de trabalhadores como um dos itens do planejamento municipal. A questão do quantitativo de profissionais e os vínculos de trabalho na área da Assistência Social implicam em estudo aprofundado sobre os recursos humanos da PMV, de modo a compreender quais as dificuldades para garantia de profissionais efetivos nas equipes de referência dos equipamentos públicos da Política de Assistência Social. Estudo realizado por Barcelos e Couto (2010) identificou que o município de Vitória recorreu aos convênios como estratégia para implementação dos serviços na área da Assistência Social, isso considerando a história da assistência e suas legislações recentes (se comparada a outras políticas públicas); prioridade a outras políticas, em detrimento da assistência, principalmente saúde e educação; burocracia da administração pública e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo uma das entrevistadas da SEMAS neste estudo, “ [...] se nós formos esperar a Prefeitura ter todos os espaços construídos, todos os assistentes sociais que precisamos ter, nós levaríamos talvez 20 anos para implementar o SUAS. Então, nós implantamos da forma que fizemos, que foi a forma possível, mas isso não significa que nós vamos ficar no que estamos hoje, nós vamos fazendo avanços gradativos”. Nesse ínterim, existe uma rede de serviços implementada e uma pergunta permanece em aberto: o que tem sido feito 159 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I para garantir os recursos humanos efetivos nas equipes de referência na área da Assistência Social? Registra-se que não houve alterações substanciais em relação ao espaço físico e recursos humanos dos equipamentos públicos da Política de Assistência Social da Região I quando da análise dos dados. Compreende-se que a questão do espaço físico e recursos humanos, inclusive da adequação dos mobiliários e recursos materiais, é algo estrutural, que não se resolve de forma imediata. É preciso traçar estratégias de médio-longo prazo, com articulação intersetorial e com instituições de controle social e fiscalização. É necessário discutir financiamento e orçamento na área da Assistência Social, que impacta diretamente nas questões levantadas. No que diz respeito ao funcionamento dos serviços prestados nos equipamentos públicos, não foi possível analisar as especificidades e avaliar os impactos dos serviços, pois isso demandaria pesquisa mais aprofundada. Ao mesmo tempo, analisar o funcionamento desses equipamentos implica necessariamente em conhecer a realidade das demais Unidades da Assistência Social, identificando as similaridades e divergências. Espera-se que as informações e análises realizadas possam ainda contribuir com o controle social, aqui compreendido como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da administração pública no acompanhamento da Política de Assistência Social no município de Vitória. Como munícipes, agentes públicos, pesquisadores, instituições públicas, é necessário conhecer a realidade dessa política a nível municipal, para a qualificação do debate compromissado política e eticamente com os sujeitos que cotidianamente acessam os equipamentos públicos municipais. 160 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050: Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos. 2ª ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BRASIL. Lei Federal nº 8.742 de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização de Assistência Social e dá outras providências. Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS. Brasília, DF. 1993. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/lEIS/L8742.htm>. BRASIL. Lei Federal nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. 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Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007. Brasília, 2007. 161 www.fiscalizavitoria.com.br Análise dos Relatórios de Fiscalização – Região I BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua para Consulta Pública. Brasília, 2008. Disponível em<http://www.mds.gov.br/backup/arquivos/versao_da_pnpr_para_ consulta_publica.pdf Acesso em 07 de agosto de 2015>. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: Proteção Social Básica. CRAS: a melhoria da estrutura física para o aprimoramento dos serviços e orientações para gestores e projetistas municipais. Brasília, DF: MDS. 2009a. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: Proteção Social Básica. Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Brasília, DF: MDS, 1 ed. 2009b. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento. Brasília, DF: 2009. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7053.htm>. BRASIL. Lei nº 7.272 de 25 de agosto de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.346 de 15 de setembro de 2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN, institui a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – PNSAN, estabelece os parâmetros para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília: DF. 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2010/decreto/d7272.htm>. BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: 2015. BARCELOS, M. V.; COUTO, N. de P. Um estudo sobre a relação SEMAS e ADRA nos CRAS do município de Vitória – ES. 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Lei Federal nº 12.435 de 6 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742 de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social. Brasília, DF. 2011d. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm>. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: Secretaria Nacional de Assistência Social. Orientações Técnicas sobre o PAIF: vol.1: O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. 1ª ed. Brasília, DF: MDS. 2012a. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: Secretaria Nacional de Assistência Social. Orientações Técnicas sobre o PAIF: vol.2: O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. 1ª ed. Brasília, DF: MDS. 2012b. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. 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