64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 ANÁLISE CENTESIMAL DE DUAS ESPÉCIES DE Heliconia L. (Heliconiaceae) E SEU HÍBRIDO NATURAL 1* 2 2 3 1 Grazieli F. Dueli , David. L. Nelson ; Marina J. S. Resende , Julio C. R. Fontenelle , Tassia T. P. Pereira 1 2 3 Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto Federal de Minas Gerais. [email protected] Elementos Introdução Umidade 85,2% 86,1% 83,80% Cinzas 11,05% 8,08% 9,38% Lipídeos 1,03% 0,47% 0,48% Proteínas 5,40% 6,36% 9,12% Fibras 43,76% 41,32% 35,85% Açúcares totais 2,33% 3,53% 4,71% O gênero Heliconia L. é o único representante da família Heliconiaceae Nakai (Zingiberales: Monocotyledoneae). São plantas nativas dos trópicos das Américas, abrangendo desde o Trópico de Câncer no México Central ao Trópico de Capricórnio na América do Sul, incluindo o Caribe [1;2]. Em um ecossistema, as helicônias desempenham importantes papéis: suas brácteas são excelentes sistemas fitotelmatas que servem para o desenvolvimento de insetos de diversas ordens [3;4], como Diptera, incluindo o gênero Merosargus Loew (Diptera: Stratiomyidae) [3;5;6]. Também foram observados insetos deste gênero usando os pseudocaules de Heliconia como sítios de ovipostura e desenvolvimento larval [7]. Considerando a importância da qualidade nutricional dos substratos para o desenvolvimento dos insetos, este trabalho teve como objetivo analisar se ocorrem diferenças na composição centesimal entre duas espécies de Heliconia (H. spathocircinata Aristeguieta e H. episcopalis Vellozo) e seu híbrido natural (H. x mantenensis Silva et al.) oriundas do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), Minas Gerais, Brasil. Comparando a composição nutricional entre as três plantas, pode-se deduzir que elas assemelham-se em relação aos teores de umidade, cinzas, fibras e carboidratos, mas, diferem-se bastante quanto aos teores de lipídeos, proteínas e açúcares totais. Com exceção da umidade, a planta híbrida não se destacou quanto aos outros elementos, apresentando valores inferiores (cinzas e açúcares totais) ou intermediários (proteínas, fibras e carboidratos) às suas congenéricas. Metodologia Agradecimentos O material (pseudocaules de Heliconia) foi coletado no PERD, maior remanescente de Mata Atlântico de Minas Gerais. Este foi submetido às análises de: umidade (água + compostos voláteis), cinzas (método gravimétrico), lipídeos (método Soxhlet), proteínas (método Kjeldahl), açúcares totais (método do ácido dinitrosalicílico - DNS) e fibras (método SharrerKurschner). Estas determinações foram feitas em duplicatas (para cada tipo de planta), segundo a metodologia da Association of Official Analytical Chemists [8]. Os resultados foram obtidos através de médias aritméticas e os valores de cada elemento foram medidos em porcentagem do peso seco. Resultados e Discussão A análise das três plantas mostrou que Heliconia x mantenensis apresentou a maior porcentagem de umidade. A quantidade de cinzas, lipídeos e fibras foi maior em H. episcopalis, enquanto, proteínas, açúcares totais e carboidratos forma maiores em H. spathocircinata (Tab. 1). A planta híbrida apresentou valores nutricionais intermediários aos de suas congenéricas. Isso pode ter ocorrido devido à combinação de caracteres de H. episcopalis e H. spathocircinata, já que H. x mantenensis é originada através do cruzamento entre estas plantas. Tabela 1: Valores médios da porcentagem de umidade e peso seco de H. episcopalis (He), H. x mantenensis (Hxm) e H. spathocircinta (Hs), segundo método AOAC (1984). He Hxm Hs Carboidratos* 36,51% 39,43% 40,43% *Carboidratos: açucares redutores + polissacarídeos Conclusões PELD/CNPq e Fapemig. Referências Bibliográficas [1] Kress, J. 1990. The diversity and distribution of Heliconia (Heliconiaceae). Acta Botanica Brasilica. 4(1):159-167. [2] Berry, F. & Kress, W,J. 1991. Heliconia, an identification guide. Washington, DC: Smithsonian Institution Press. 334p. [3] Seifert, R.P. & Seifert, F.H. 1976. A community matrix analysis of Heliconia insect communities. American Naturalist, 110: 461-483. [4] Richardson, B.; Rogers, C. & Richardson, M.J. 2000. Nutrients, diversity, and community structure of two phytotelm systems in a lower forest, Puerto Rico. Ecology Entomology, 25: 348-356. [5] Naemm, S. 1990. Resource heterogeneity and community structure: A case study in Heliconia imbricata Phytotelmata. Oecologia, 84:29-38. [6] Greeney, H.F. 2001. The insects of plant-held waters:a review and bibliography. Journal of Tropical Ecology, 17:241-260. [7] Fontenelle, J.C.R.; Viana-Silva, F.E.C. & Martins, R.P. 2012. Use of Plant Resources by Merosargus (Diptera, Stratiomyidae, Sarginae) Larvae. Psyche: A Journal of Entomology, 2012:1-10. [8] Association Of Official Analytical Chemists (AOAC).1984 Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 14thed. Williams [ed.] Assoc. Official Analytical Chem., Arlington, VA. 334p.