Números complexos Prof. Jorge Números negativos Os números negativos tem raiz quadrada? √–6 √–9 Prof. Jorge √–15 √–3 √–4 Conjuntos numéricos Já estudamos em anos anteriores as diferentes categorias numéricas. Veja um resumo O conjunto dos números Naturais surgiu da necessidade de contar. É o conjunto ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} Mais tarde surgiram os números negativos –1, –2, –3, etc. O conjunto dos naturais acrescentados dos inteiros negativos, constitui o conjunto dos números Inteiros, representado por ℤ = {–3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, ...} Prof. Jorge Conjuntos numéricos Já estudamos em anos anteriores as diferentes categorias numéricas. Veja um resumo A necessidade de dividir o inteiro em partes, fez surgirem os números racionais, assim definidos ℚ = {x/x = p/q com p, q inteiros e q ≠ 0} A resolução de certos problemas geométricos, levou ao surgimento dos números irracionais. São exemplos de irracionais o número e raízes não-exatas: √3 , √2 , ∛7 , etc. Prof. Jorge Conjuntos numéricos Já estudamos em anos anteriores as diferentes categorias numéricas. Veja um resumo A reunião dos números racionais com os irracionais deu origem ao conjunto ℝ dos números reais. ℝ = ℚ ∪ {irracionais} Até por volta do século XV, só se conheciam os números reais. Eles eram considerados suficientes para a resolução de problemas de medida. Prof. Jorge Números imaginários Em 1545 o matemático Girolamo Cardano, em seu livro Ars Magna (A grande Arte), propunha o seguinte problema Dividir 10 em duas partes cujo produto seja igual a 40. A solução dessa questão equivale a resolução da equação de 2º grau x2 – 10x + 40 = 0. Resolvendo-a, chegamos aos dois números: 5 + √–15 Prof. Jorge e 5 – √–15 Números imaginários A princípio, os matemáticos consideravam que tais números (como √–15) eram “inúteis” ou que simplesmente, eles “não existiam”. Em meados do século XVII, Descartes já aceitava esses números. Ele os chamava de imaginários, ao formular conceitos sobre raízes de equações algébricas. Prof. Jorge Números imaginários No século XVIII, os trabalhos de D’Alembert e Euler já consideravam a importância dos números imaginários. Criaram uma teoria mais completa a respeito deles e de suas relações com as equações. Só a partir do século XIX, quando Gauss divulgou sua representação geométrica, é que os complexos, que incluem os reais e os imaginários, passaram a ser aceitos e usados sem restrições. Prof. Jorge A unidade imaginária Chama-se unidade imaginária o número representado por i, assim definido: i2 = –1 Note que i não é real, pois não existe número real cujo quadrado seja negativo. A partir dessa definição, toda equação de 2.º grau terá sempre duas raízes, ainda que seu discriminante ∆ seja negativo. Prof. Jorge A unidade imaginária e a equação de 2.º grau Usando a definição da unidade imaginária i, resolver as equações de 2.º grau x2 + 9 = 0 e x2 – 6x + 13 = 0. 1ª equação: x2 + 9 = 0 ⇒ x2 = – 9 ⇒ x2 = 9.i2 ⇒ x = 3i S = {–3i, 3i} Prof. Jorge ⇒ x2 = 9.(–1) ⇒ x = ± √9i2 ou x = –3i A unidade imaginária e a equação de 2.º grau Usando a definição da unidade imaginária i, resolver as equações de 2.º grau x2 + 9 = 0 e x2 – 6x + 13 = 0. 2ª equação: x2 – 6x + 13 = 0 ⇒ ∆ = (–6)2 – 4 . 1 . 13 = 36 – 52 = –16 = 16i2 – b ± √∆ x= 2a 6 ± √16i2 6 ± 4i = = 2 2 ⇒ x = 3 + 2i ou Prof. Jorge x = 3 – 2i O conjunto dos números complexos Prof. Jorge O conjunto dos números complexos Os números 3 + 2i, 3 – 2i, 3i e –3i. Todos eles podem ser escrito na forma a + bi, Veja Número 3 + 2i 3 – 2i 3i – 3i a + bi 3 + 2i 3 – 2i 0 + 3i 0 – 3i a e b ∊ ℝ. i é a unidade imaginária Números como esses são chamados de números complexos. Prof. Jorge O conjunto dos números complexos Chama-se número complexo na forma algébrica, todo número escrito na forma z = a + bi sendo a e b reais quaisquer e i a unidade imaginária. O número a é a parte real de z e o número b é a parte imaginária de z. Em símbolos: Re(z) = a e Im(z) = b Prof. Jorge Analisando diferentes números complexos Prof. Jorge Exemplo Identificar a parte real e a parte imaginária dos números complexos z1 = 3 + 0i, z2 = 5 – 2i e z3 = 0 + 4i. No complexo z1 = 3 + 0i, temos a = Re(z1) = 3 b = Im(z1) = 0 Prof. Jorge ⇒ z1 = 3 é real (b = 0) Exemplo Identificar a parte real e a parte imaginária dos números complexos z1 = 3 + 0i, z2 = 5 – 2i e z3 = 0 + 4i. No complexo z2 = 5 – 2i, temos a = Re(z2) = 5 b = Im(z2) = –2 Prof. Jorge ⇒ z2 é imaginário (b ≠ 0) Exemplo Identificar a parte real e a parte imaginária dos números complexos z1 = 3 + 0i, z2 = 5 – 2i e z3 = 0 + 4i. No complexo z3 = 0 + 4i, temos a = Re(z3) = 0 b = Im(z3) = 4 Prof. Jorge ⇒ z3 é imaginário puro (a = 0 e b ≠ 0) O conjunto dos números complexos Pela definição os números reais passam a ser um caso particular dos números complexos. Assim o conjunto dos números complexos, representado por ℂ, é reunião dos números reais com os números imaginários. Prof. Jorge O conjunto dos números complexos O diagrama abaixo mostra a relação entre os diferentes conjuntos numéricos Inteiros negativos Naturais irracionais ℕ ℤℚ Racionais não-inteiros Prof. Jorge ℝ ℂ imaginários Exemplos Suponha que k seja uma constante real. Considere o número complexo z = (k – 3) + (k + 2)i. a) qual a parte real de z? Re(z) = k – 3. b) e a parte imaginária de z? Im(z) = k + 2. c) se z é real, qual o valo de k? Nesse caso qual o valor de z? k = –2 e z = –5. d) se z é imaginário puro, qual o valo de k? Nesse caso qual o valor de z? k = 3 e z = 5i. e) para algum valo de k, z = 0? Não. Prof. Jorge Exemplos Analise se cada uma das afirmativas a seguir é VERDADEIRA (V) OU FALSA (F). ( V ) Todo número complexo é real ou imaginário. ( V ) Todo número real é complexo. ( F ) Todo número complexo é real. ( V ) A interseção do conjunto dos números reais com o conjunto dos números imaginários é o conjunto vazio. Prof. Jorge Exemplos Considere o complexo z = (1 – p) + (p2 – 9)i, em que p é uma constante real. Se z é real positivo. Calcule p e z. Se z é real positivo, então Im(z) = 0 e Re(z) > 0. Re(z) = 1 – p ⇒ 1 – p > 0 ⇒ –p > –1 ⇒ p < 1 Im(z) = p2 – 9 ⇒ p2 – 9 = 0 ⇒ p2 = 9 Como p < 1 ⇒ p = –3. Prof. Jorge ⇒ p=±3 Igualdade e operações com complexos Prof. Jorge Igualdade de complexos Dois números complexos só são iguais se têm mesma parte real e mesma parte imaginária. Em símbolos, se z1 = a + bi e z2 = c + di são números complexos, z1 = z2 ⇔ Prof. Jorge a=c b=d Exemplos Se x e y são números reais, sob que condições os complexos (x – 1) + (y + 2)i e 3 – 5i são iguais? Igualando os complexos, temos (x – 1) + (y + 2)i = 3 – 5i ⇒ x–1=3 ⇒ x=4 ⇒ y + 2 = –5 ⇒ y = –7 Prof. Jorge Exemplos Determine os valores reais de m e n para que os complexos (m – 5) + ni e (n + 3) + (2m + 1)i sejam iguais? Igualando os complexos, temos (m – 5) + ni = (n + 3) + (2m + 1)i m–5=n+3 n = 2m + 1 ⇒ m – 5 = 2m + 1 + 3 ⇒ – m = 9 ⇒ m=–9 ⇒ n = 2(–9) + 1 Prof. Jorge ⇒ n = – 17 Oposto e conjugado de complexos Chama-se oposto ou simétrico de um complexo z o complexo indicado por –z, assim definido. z = a + bi ⇒ –z = –(a + bi) = –a – bi Exemplos z1 = 3 – i ⇒ –z1 = –3 + i z2 = –2 – 5i ⇒ –z2 = 2 + 5i z3 = 2i ⇒ –z3 = –2i Prof. Jorge Oposto e conjugado de complexos Chama-se conjugado de um complexo z o complexo indicado por z (z barra), assim definido. z = a + bi ⇒ z = a + bi = a – bi Exemplos z1 = 3 – i ⇒ z1 = 3 + i z2 = –2 – 5i ⇒ z2 = –2 + 5i z3 = 2i ⇒ z3 = –2i Prof. Jorge Adição, subtração e multiplicação de complexos Definem-se, no conjunto dos complexos, operações de adição, subtração e multiplicação. Na prática, operamos com os complexos como se fossem expressões de 1º grau de “variável” i. Na multiplicação, aplicamos a definição i2 = –1. Prof. Jorge as Exemplos Dados os números complexos v = 3 – i , w = 5 + 2i e z = –1 + 5i, calcular v + w, v – z e w.(–z). Cálculo de v + w. v + w = (3 – i) + (5 – 2i) = (3 + 5) + (–1 – 2)i = 8 – 3i Prof. Jorge Exemplos Dados os números complexos v = 3 – i , w = 5 + 2i e z = –1 + 5i, calcular v + w, v – z e w.(–z). Cálculo de v – z. v – z = (3 – i) – (–1 + 5i) = 3 – i + 1 – 5i = (3 + 1) + (–1 – 5)i = 4 – 6i Prof. Jorge Exemplos Dados os números complexos v = 3 – i , w = 5 + 2i e z = –1 + 5i, calcular v + w, v – z e w.(–z). Cálculo de w.(–z). w.(–z) = (5 + 2i).(1 – 5i) = 5 – 25i + 2i – 10i2 = 5 – 25i + 2i – 10(–1) = 5 – 23i + 10 = 15 – 23i Prof. Jorge Exemplos Determinar o complexo z que satisfaz a igualdade seguinte 2z + 5z = 7 + 6i. Fazendo z = a + bi, com a e b reais, temos 2z + 5z = 7 + 6i ⇒ 2(a + bi) + 5(a – bi) = 7 + 6i ⇒ 2a + 2bi + 5a – 5bi = 7 + 6i ⇒ 7a – 3bi = 7 + 6i ⇒ 7a = 7 –3b = 6 Prof. Jorge ⇒ a = 1 e b = –2 ⇒ z = 1 – 2i Exemplos Obter o complexo z que, multiplicado por 2 – i, resulta 8 + i. z.(2 – i) = 8 + i Fazendo z = a + bi, com a e b reais, temos (a + bi).(2 – i) = 8 + i ⇒ 2a – ai + 2bi – bi2 = 8 + i ⇒ 2a – ai + 2bi + b = 8 + i ⇒ 2a + b + (2b – a)i = 8 + i Prof. Jorge ⇒ 2a + b = 8 2b – a = 1 Exemplos Obter o complexo z que, multiplicado por 2 – i, resulta 8 + i. Resolvendo o sistema, chegamos a 2a + b = 8 2b – a = 1 x (2) ⇒ 2a + b = 8 4b – 2a = 2 5b = 10 ⇒ + b=2 ⇒ 2a + 2 = 8 ⇒ a = 3 ⇒ z = a + bi ⇒ z = 3 + 2i Prof. Jorge Divisão de complexos A divisão é a operação inversa da multiplicação de complexos. Se z1, z2 e z3 são três complexos, com z2 ≠ 0, definimos a divisão da seguinte maneira: z1 = z3 ⇔ z2 Prof. Jorge z1 = z2 . z3 Divisão de complexos No problema resolvido anteriormente vimos que (3 + 2i).(2 – i) = 8 + i ⇔ 8+i = 3 + 2i 2–i (3 + 2i).(2 – i) = 8 + i ⇔ 8+i =2–i 3 + 2i Prof. Jorge Divisão de complexos Na prática o quociente de dois complexos pode ser obtido de outra forma. Multiplicamos o dividendo e o divisor pelo conjugado do denominador. Veja z1 z1 . z2 = z2 z2 . z2 Prof. Jorge Exemplos Efetue as divisões indicadas abaixo. 8+i a) 2–i (8 + i).(2 + i) 16 + 8i + 2i + i2 = = (2 – i).(2 + i) 22 – i2 16 + 8i + 2i – 1 15 + 10i = 3 + 2i = = 4 – (–1) 5 Prof. Jorge Exemplos Efetue as divisões indicadas abaixo. 8+i b) 3 + 2i (8 + i).(3 – 2i) 24 – 16i + 3i – 2i2 = = (3 + 2i).(3 – 2i) 32 – 4i2 24 – 16i + 3i + 2 = 9+4 Prof. Jorge 26 – 13i = 13 =2–i Inverso de um complexo Se z é um complexo não-nulo, chamamos de inverso de z o complexo representado por z–1 e assim definido. z–1 = 1 z Exemplo z=i ⇒ Prof. Jorge z–1 1 (1) . (–i) –i –i = = = = 2 i (i) . (–i) 1 –i = –i Potências da unidade imaginária Prof. Jorge Potências da unidade imaginária Para as potências do tipo in da unidade imaginária i, n natural, valem as definições. i0 = 1 i1 = i i2 = –1 Para n > 2, valem as propriedades usuais da potenciação em ℝ. Prof. Jorge Potências da unidade imaginária Acompanhe a seqüência. i0 = 1 i1 = i i2 = –1 i3 = i2. i = (–1). i = –i i4 = i2. i2 = (–1).(–1) = 1 i5 = i4. i = (1). i = i i6 = i4. i2 = 1.(–1) = –1 i7 = i4. i3 = 1.(–i) = –i ...................................... Prof. Jorge Potências da unidade imaginária Qualquer potência de in, n natural, pode ser calculada a partir das quatro primeiras. i0 = 1 i1 = i i2 = –1 i3 = –i O valor de in é o mesmo de iR, sendo R o resto da divisão de n por 4. Prof. Jorge Exemplos Calcular i42 + i37. 42 4 37 4 2 10 1 9 i42 = i2 = –1 i37 = i1 = i i42 + i 37 = –1 + i Prof. Jorge Exemplos Calcular i4n – 2. 4n 4)n n i (i 1 i4n – 2 = 2 = = = –1 i –1 –1 i4n – 2 = –1 Prof. Jorge Potenciação de complexos (expoente natural) Prof. Jorge Potenciação de complexos Se n é um número natural e z é um complexo qualquer, a potência zn é, por definição, o produto de n fatores iguais a z. z0 = 1 (z ≠ 0) z1 = z zn = z. z.z ... .z n fatores Prof. Jorge Exemplos (3+i)0 = 1 (–5 + 2i)1 = –5 + 2i (2 – 3i)2 = 4 – 12i + 9i2 = 4 – 12i – 9 = –5 – 12i (1 + i)3 = 1 + 3i + 3i2 + i3 = 1 + 3i – 3 – i = –2 + 2i Prof. Jorge Exemplos Calcular o valor da constante real k, para que o complexo z = (k + 2i)2 seja imaginário puro. z = (k + 2i)2 = k2 + 4ki + 4i2 = k2 – 4 + 4ki z imaginário puro, devemos ter Re(z) = 0 Im(z) ≠ 0 Prof. Jorge ⇒ k2 – 4 = 0 4k ≠ 0 ⇒ k= ±2 Potenciação de complexos (expoente inteiro negativo) Prof. Jorge Potenciação de complexos A partir do conceito de inverso de um número complexo, podemos calcular uma potência com expoente inteiro negativo. Sendo z um complexo, z ≠ 0 e n um número natural, define-se: z–n Prof. Jorge = 1 z n Exemplos Sendo z = 1 – i, calcular z–2. Primeiro vamos calcular z–1; depois z–2. z–1 z–2 z–2 1+i 1+i 1 1+i 1 = 2 2 = = = z 1 –i 2 (1 – i).(1 + i) 1–i = 1+i 2 = (z–1)2 = = (z–1)2 2i = = 4 Prof. Jorge 2 1 + 2i + i2 = 4 i 2 1 + 2i – 1 = 4