GABRIELA, CRAVO E CANELA
Jorge Amado
Fonte: Fundação Casa de Jorge Amado
GABRIELA, CRAVO E CANELA, 1953 ROMANCE
Em 1956, ocorreu um fato fundamental:
o XX Congresso do Partido Comunista da União
Soviética, desfechando críticas e denúncias contra
a ditadura de Stálin.
Jorge Amado vê que vai ficando definitivamente
para trás o dogma de que a literatura não deveria
mais ser do que um instrumento ideológico,
partidário.
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HISTÓRICO
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Ele está agora no Brasil, no Rio de Janeiro. E
quando faz a sua rentrée (volta) literária, em
1958, com a publicação de Gabriela, cravo e
canela, quase que sugere um novo Jorge Amado.
É claro que não abole, pura e simplesmente, os
vínculos com a sua obra anterior. Mas é outro o
olhar que dirige às coisas do mundo e da vida.
Permanece socialista, mas acentuando, sempre
com maior ênfase, o qualificativo "democrático".
HISTÓRICO
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Gabriela, de resto, é um retorno ao chamado
"ciclo do cacau". Ao universo de coronéis,
jagunços, prostitutas e trambiqueiros de calibre
variado, que desenham o horizonte da sociedade
cacaueira. No caso, a Ilhéus rica da década de 20,
ansiando progressos e avançando na noite
litorânea, entre bares e bordéis.
HISTÓRICO
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A perspectiva, no entanto, é claramente distinta.
Antes que se articular em função do utopismo
marxista, o livro se deixa imantar pelo seu
presente. E é uma explosão, uma folia de luz e cor
e som e sexo e riso. O sucesso é imenso. E a
trama do romance vai se desprender das letras,
da moldura tipográfica, para virar filme,
telenovela, fotonovela, quadrinhos, canção.
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Concluído em Petrópolis, Rio de Janeiro, em maio de
1958, o romance teve sua 1ª edição pela Livraria
Martins Editora, São Paulo, 1958, com 453 páginas,
capa de Clóvis Graciano e ilustrações de Di
Cavalcanti. Já em dezembro do mesmo ano, foi
lançada a 6ª edição, que passou a integrar a coleção
"Obras Ilustradas de Jorge Amado" como tomo décimo
quarto, volume XIX, seguindo-se edições sucessivas
até a 50ª edição, 1975. Nesse mesmo ano, foi
publicada fora da coleção, em convênio entre a
Livraria Martins Editora e a Distribuidora Record,
Rio de Janeiro, a 51ª edição, com capa de Di
Cavalcanti, conservando as ilustrações anteriores, 363
páginas, retrato do autor por Carlos Bastos e foto do
autor por Zélia Gattai.
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A Editora Record, Rio de Janeiro, passou a deter
os direitos editoriais da 52ª em diante, e publicou
a 80ª edição, 1999, a mais recente, com fixação de
texto por Paloma Jorge Amado e Pedro Costa,
capa de Pedro Costa com ilustração de Di
Cavalcanti, sobrecapa e ilustrações de Di
Cavalcanti, com vinhetas por Pedro Costa,
retrato do autor por Jordão de Oliveira e foto do
autor por Zélia Gattai.
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O romance obteve, já no ano seguinte ao da sua 1ª
edição, cinco prêmios: Prêmio Machado de Assis,
do Instituto Nacional do Livro, Rio de Janeiro,
1959; Prêmio Paula Brito, da antiga Prefeitura
do Distrito Federal, Rio de Janeiro, 1959; Prêmio
Luísa Cláudia de Sousa, do PEN Clube do Brasil,
Rio de Janeiro, 1959; Prêmio Carmem Dolores
Barbosa, de São Paulo, 1959; Prêmio Jabuti, da
Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, 1959.
HISTÓRICO
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O nome Gabriela se tornou popular após o
romance, sendo utilizado para denominar de
bares e restaurantes a suco de cacau, além de
empresas as mais diversas.
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Foi publicado em Portugal e é o romance de Jorge
Amado com o maior número de traduções, tendo
sido editado em alemão, árabe, búlgaro, catalão,
chinês, coreano, dinamarquês, eslovaco, esloveno,
espanhol, estoniano, finlandês, francês,
georgiano, grego, hebraico, holandês, húngaro,
inglês, italiano, lituano, moldávio, norueguês,
persa, polonês, romeno, russo, sueco, tcheco,
turco, ucraniano e macedônio.
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Televisão: novela Gabriela, TV Tupi, adaptação
de Zora Seljan, com Jeanete Volu no papel
principal; Rede Globo de Televisão, 1975,
adaptação de Walter Durst, com Sônia Braga no
papel principal, sucesso no Brasil e em Portugal.
CINEMA
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Cinema: Gabriela, filme dirigido por Bruno
Barreto, 1985, com Sônia Braga no papel
principal.
DANÇA
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Dança: espetáculo apresentado pelo Balé do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, além de
adaptações nacionais e estrangeiras.
FOTONOVELA
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Fotonovela: revista Amiga, Rio de Janeiro,
outubro de 1975.
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Quadrinhos: Editora Brasil-América, Rio de
Janeiro, e revista Klik, Ebal, Rio de Janeiro,
1975.
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Gabriela, Cravo e Canela