CAPITÃES DA AREIA JORGE AMADO – Apresentação II MODERNISMO (1937) http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/portugu es/literatura < acesso 02/03/2012 às 13:04h> O início do século XX foi marcado por profundas mudanças de ordem tecnológica e científica. No entanto, os artistas não ficaram à margem das transformações. A Europa se encontrava em intensa turbulência. Problemas de natureza política e conflitos entre países vizinhos contribuíram para o surgimento, em 1914, da Primeira Guerra Mundial. Tais crises geraram um clima propício para a efervescência artística, favorecendo o aparecimento das chamadas vanguardas europeias. O Modernismo Essas manifestações artísticas eram formadas por intelectuais em geral que, não satisfeitos com o mundo turbulento à sua volta, buscaram novas soluções,novas formas de expressão artística, surgindo assim os famosos “ismos”: Futurismo; Expressionismo; Cubismo, dadaísmo;e Surrealismo. Apesar de diferentes entre si, as vanguardas guardavam algumas semelhanças principalmente em se tratando do questionamento à herança cultural proveniente do século XIX. Havia um consenso contra a arte conservadora e cristalizada do passado, e se fazia urgente a construção de novos modelos de beleza e de arte. O Modernismo A enorme crise econômica, social e moral que acontecia na Europa, durante o período “entre guerras”, estendeu-se aos países capitalistas na década de 1920. Os liberais sofreram vários ataques e, a partir da Primeira Guerra (1914) e da Revolução Russa (1917), viram-se enfraquecidos e mais tarde derrotados. Toda essa instabilidade foi gerada por uma verdadeira insatisfação e por um forte rompimento com os ideais do século XIX. Tanto as correntes cientificistas surgidas no século anterior, como positivismo, determinismo e outras, quanto uma postura artística voltada para a forma pura não faziam mais sentido diante do caos estabelecido. O grande avanço tecnológico, que trazia o automóvel, o cinema, as fábricas e até as máquinas voadoras, enaltecia a velocidade, a energia, o movimento, o futuro, o progresso. Os conflitos mundiais geraram grandes transformações e acabaram por criar, em alguns países, um forte nacionalismo que se ramificou em novas correntes ideológicas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo, que, sem dúvida, mudaram a face do mundo. A Situação Histórica No Brasil, a ideia de que era necessária uma mudança radical no meio artístico-cultural não era adotada por todos. A árdua tarefa ficou a encargo de um grupo de jovens artistas (escritores, pintores etc.) que promoviam e articulavam movimentos com o objetivo de agitar o ambiente cultural adormecido da época. Liderados por Oswald de Andrade e por Mário de Andrade, o grupo não sabia ainda bem o que queria, mas sabia exatamente o que não queria. São Paulo responsabilizou-se por essa empreitada de renovação artística. O grupo pretendia dar um novo grito de independência (1922 – 100 anos da independência do Brasil) contra o atraso cultural do país. Após meses e meses de preparo, entre apoios e críticas, os jovens, com a importante adesão de nomes como Graça Aranha, Paulo Prado e outros que financiaram o evento, apresentaram a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. O Modernismo no Brasil A partir desse momento, o Modernismo iniciou seu longo caminho de “abre-alas” cultural, estendendo-se por muitos anos. Sendo assim, costuma-se caracterizar o movimento por fases, de acordo com seus principais objetivos: Fase 1ª fase (fase heroica) 1922 a 1930 Objetivos Rompimento com o passado. Caráter anárquico e destruidor. 2ª fase (fase de consolidação) 1930 a 1945 Amadurecimento das conquistas da fase anterior. Engajamento político. Denúncia dos problemas sociais. Fase Objetivos Pós-Modernismo a partir de 1945 Inovações na prosa e na poesia. Diversidade literária Fase 1ª fase (fase heroica) 1922 a 1930 Representantes Oswald de Andrade Mário de Andrade Manuel Bandeira Alcântara Machado Fase Representantes 2ª fase (fase de consolidação) 1930 a 1945 Graciliano Ramos Rachel de Queirós Jorge amado Carlos Drummond de Andrade Cecília Meireles Vinícius de Moraes Fase Representantes Pós-Modernismo a partir de 1945 Guimarães Rosa Clarice Lispector João Cabral de Melo Neto “A vida deu créditos enormes a ele, dos quais nunca se achou merecedor. São 39 livros, cerca de 21 milhões de exemplares vendidos no Brasil( nos últimos 25 anos de vida) e tradução em 52 países, de A, de Albânia, a V, de Vietnã.” Geraldo Mayrink O Autor Jorge Amado foi, até recentemente, o autor mais publicado e traduzido do Brasil, só sendo, atualmente, superado pelo escritor Paulo Coelho. “Amado Jorge” é, sem dúvida, o autor que mais teve a obra adaptada para a televisão e para o cinema brasileiros. Nasceu em Itabuna, na Bahia, em 10 de agosto de 1912. No ano seguinte, por conta de uma epidemia de varíola (dado presente na obra capitães da areia), foi obrigado a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances. O Autor De 1931 a 1935 frequentou a Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, onde estabeleceu seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado. Formado, nunca exerceria a carreira jurídica. Em 1933, casou-se com Matilde Garcia Rosa. Durante esse período publicou seus primeiros livros. Já trabalhando como jornalista e filiado ao Partido Comunista, foi preso por diversas vezes, tendo seus livros queimados em praça pública, em Salvador. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros. O Autor Em 1944, separou-se de Matilde, elegeu-se deputado federal pelo PCB e casou-se com Zélia Gattai, também escritora, com quem viveu até o fim da vida. Jorge Amado foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 6 de abril de 1961, ocupando a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. Morreu em Salvador, a 6 de agosto de 2001, poucos dias antes de completar 89 anos. O Autor Em 1944, separou-se de Matilde, elegeu-se deputado federal pelo PCB e casou-se com Zélia Gattai, também escritora, com quem viveu até o fim da vida. Jorge Amado foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 6 de abril de 1961, ocupando a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. Morreu em Salvador, a 6 de agosto de 2001, poucos dias antes de completar 89 anos. O Autor Todos sabemos a enorme popularidade de Jorge Amado, não só no Brasil, como no mundo inteiro, mas por que ele é tão aceito pelo público leitor? Vejamos algumas de suas características principais e de sua obra, muitas delas afirmadas pelo próprio autor: > apresenta-se como o mais fecundo contador de histórias regionais da nossa literatura; > trabalha com a descrição de tipos marginais, pescadores, marinheiros, visando, através deles, a analisar toda sociedade; > usa e abusa de uma linguagem oral que retrata o falar do povo; > apresenta, com frequência, grandes painéis coloridos e de fácil percepção a todo tipo de leitor; > seus romances são fortemente marcados pelo lirismo e alguns deles por uma postura ideológica explícita; > segundo o próprio autor, sua extensa obra divide-se em dois grandes momentos: 1º) a narrativa de denúncia da exploração dos trabalhadores e suas lutas políticas; 2º) a narrativa colorida de costumes. Apresenta-se como marco divisório dessas duas etapas a publicação da obra Gabriela, cravo e canela, em 1959. Jorge: o mais amado do Brasil