CIDADES
Negociação
com técnicoadministrativos
não avança
Agência Brasil
O impasse entre governo
federal e técnicos administrativos de universidades federais
continua. Após cinco horas de
reunião, representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades
Brasileiras (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores
Federais da Educação Básica,
Profissional e Tecnológica (Sinasefe) mantiveram a rejeição
à proposta do governo.
Segundo o coordenadorgeral do Sinasefe, Gutermberg
Almeida, houve avanços em
alguns pontos, no entanto, o
reajuste de 15,8%, fracionado
até 2015, foi mantido pelo governo e o item travou a negociação. “Avançamos em alguns
quesitos, mas o governo mantém o aumento de 15% em três
anos e isso já foi recusado pela
categoria. Entendemos que há
possibilidades reais de melhorar essa proposta”, disse.
A coordenadora-geral do
Fasubra, Janine Teixeira, endossou a insatisfação com o
reajuste oferecido “A proposta
que o governo manteve, a categoria já rejeitou. Essa oferta
não tira as universidades da
greve. Continuamos sem previsão de matrícula”, disse. Os
técnicos administrativos do ensino superior defendem aumento de 15% para 2013 ou 25%,
distribuído até 2015.
O secretário de Relações
do Trabalho, Sérgio Mendonça, descartou reajuste além dos
15,8% oferecidos. “Não há espaço para avançarmos mais
nesse índice. É a oferta final
do ponto de vista orçamentário, o governo tem que lidar
com outras negociações”, justificou.
Mesmo com a contrariedade da categoria, Mendonça
acredita que o acordo está próximo. “O governo está convencido que a proposta foi muito
boa. Acredito que estamos muito perto do desfecho”, disse. O
secretário disse que o governo
flexibilizou a proposta em dois
itens.
A proposta apresentada
pelo governo teria um impacto
no Orçamento de R$ 2,9 bilhões nos próximos três anos.
Só para 2013, o custo será R$
670 milhões. A proposta inicial iria custar R$ 1,7 bilhão a
mais na folha de pagamento.
“Alguns percentuais foram
melhorados. Houve avanço no
aspecto de carreira e aumento
no percentual de incentivos de
qualificação”, explicou Mendonça. Uma nova reunião ficou agendada para hoje, às 19
horas.
Hoje, os servidores técnicoadministrativos da UFPR e
UTFPR fazem nova assembleia,
ás 10 horas, no Restaurante
Unviersitário da Reitoria. Eles
também avaliam as últimas negociações com o governo.
CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2012
[email protected]
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CONFRONTO
CATEGORIAS DIZEM QUE VÃO
intensificar as ações de greve
Sem uma contraproposta oficial por parte do governo federal, professores e policiais engrossam as manifestações
Fotos: Valquir Aureliano
Da Redação
com agências
Policiais federais mantiveram as manifestações em frente ao prédio da Superintendência da PF
Servidores do Ministério Público Federal aderiram à greve ontem e fizeram ato público
Peritos da PF servem café da manhã
Ontem, peritos e delegados
da Polícia Federal fizeram um
dia de paralisação, também reivindicando a reposição salarial, que não acontece dedes
2006, e melhores condições de
trabalho, que inclui a contratação de mais profissionais. De
manhã, eles se reuniram na sede
da PF no Paraná, localizado no
bairro Santa Cândida, em Curitiba, para um café da manhã.
Do lado de fora, os policiais federais também faziam
uma manifestação com faixas.
Nesta semana eles fizeram manifestação no Aeroporto Afonso Pena com pnafletagem.
O Ministério do Planejamento diz que vai apresentar na
próxima terça-feira, às 20 ho-
ras, uma contraproposta às reivindicações dos agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal que estão em greve. Representantes dos policiais se reuniram ontem com o
Secretário de Relações do Trabalho do ministério, Sérgio
Mendonça, para apresentar as
reivindicações da categoria:
reestruturação da carreira, tabela salarial no mesmo patamar
de outras categorias de nível superior (como os delegados).
O vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais
Federais, Paulo Roberto Polônio Barreto, disse que a categoria não abre mão da reestruturação e espera que a contraproposta do governo “deixe aber-
tura para que seja debatida”.
MPF — Outra categoria
federal que começou greve em
Curitiba foi a dos servidores do
Ministério Público Federal.
Ontem, eles realizaram uma
manifestação no início da tarde em frente ao prédio do
MPF. Eles reivindicam a autonomia orçamentária da Procuradoria Pública, além dos reajustes, inclusive reposição da
inflação, que não ocorre desde
2006. Servidores do Ministério Público do Trabalho também realizaram assembleia ontem, mas por enquanto estão
com indicativo de greve, mas
sem paralisação. São cerca de
36 categorias em greve no País
neste momento.
A greve dos servidores federais, incluindo professores
das Instituições Federais de
Ensino Superior (Ifes), parados há quase três meses, e as
manifestações de policiais rodoviários federais, policiais,
delegados e peritos federais,
podem ser intensificadas. Descontentes com os rumos das
negociações, as categorias prometem reagir a partir de hoje.
Os policiais rodoviários
federais, por exemplo, que iniciaram operações padrão na
semana passada, prometem intensificar as ações e, podem
deflagrar greve no começo da
próxima semana. Para hoje, o
Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Paraná
(Sinprf-PR), avisava que iria
reforçar a Operação Colina
como parte da mobilização por
melhores salários e condições
de trabalho.
Segundo comunicado do
sindicato, a operação começa às
8 horas, com fiscalização rigorosa no posto Taquari, localizado na BR-116 (km 56), no posto Contenda localizado na BR376 (km 631), e no posto Contorno localizado na BR-116 (km
95).
Em Foz do Iguaçu as operações serão realizadas na Ponte Internacional da Amizade e
em Santa Terezinha de Itaipu.
Já em Londrina a mobilização
será realizada na BR-369 no
km 157 e em Ponta Grossa no
posto da PRF em Furnas.
O presidente da Federação
Nacional dos policiais rodoviários federais, inspetor Cavalcante, diz que “o Governo precisa apresentar propostas concretas para evitar a paralisação”.
Ele afirma que “as questão não
é só o reajuste de salário. Há
muitos outros itens que a categoria reivindica e têm que ser
levados em conta”, afirma.
O inspetor Cavalcante reclama que o “governo não cumpre as promessas feitas na mesa
de negociação e, por isso, fica
difícil para as representações
sindicais conter o ânimo de seus
filiados, como está acontecendo agora”. Assembleias devem
ser realizadas no sábado para
definir se os policiais aderem á
greve dos servidores federais.
PF — O movimento dos
policiais federais também deve
se intensificar até o começo da
próxima semana, quando o governo ficou de apresentar uma
proposta para a categoria. As
operações padrão que já vinham
sendo realizadas no Afonso
Pena, no Porto de Paranaguá e
na Ponte da Amizade, prosse-
guem intensificadas até o começo da semana. Há também a
possibilidade de suspensão total da emissão de passaportes.
Professores — Outra categoria que também pretende
fortalecer as ações a partir de
agora é a dos professores das
instituições federais. Em Curitiba, os docentes da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) realizam uma Assembleia Geral Extraordinária na
manhã de hoje. “A Assembleia
tem como objetivo debater
possíveis ações para a intensificação da greve e para a abertura de novas negociações,
como o apoio as entidades científicas, ações com os parlamentares, atividades de visibilidade do movimento e cancelamento do semestre letivo”,
diz nota distribuida à imprensa ontem.
“Este momento da greve
é um dos mais críticos, devido ao atual descaso do governo com a categoria docente.
No dia 1º de agosto durante
uma reunião o governo afirmou que irá assinar o acordo
da proposta com a Federação
de Sindicatos de Professores de
Instituições Federais de Ensino Superios (Proifes) — que
representaria apenas uma pequena parcela de instituições
de ensino superior federais. A
atitude demonstra o desrespeito com relação a pauta de reivindicação dos docentes que
lutam pela reestruturação e valorização da carreira e melhores condições de trabalho”,
continua a nota.
Ontem, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante,
afirmou ser inegociável a determinação do governo de conceder maiores reajustes a professores com mestrado, doutorado e dedicação exclusiva.
“Há um grande estímulo à titulação. Queremos incentivar o
crescimento dentro da carreira
e a academia é um ambiente de
titulação”, afirmou. Segundo
ele, dois terços dos docentes,
hoje, têm dedicação exclusiva.
O ministro salientou que
o acordo fechado com os professores do Proifes é o que será
remetido ao Orçamento e destacou que o governo vai exigir das universidades a reposição integral das aulas, assim
que acabar a greve. “No caso
da educação, não interessa o
desconto do salário, o que vamos exigir é a reposição com
qualidade e integral das aulas
para que os alunos tenham seus
interesses preservado”. Segundo ele, a tarefa será construir
um calendário de reposição de
aulas nos meses de dezembro,
janeiro e fevereiro.
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