4 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 19 DE JUNHO DE 2011 Reportagem Especial DIVULGAÇÃO DIVÓRCIO Especialistas dizem que há despreparo Para psicólogos e psiquiatras, casais estão assumindo relacionamentos de forma impulsiva e não suportam crises iante de casamentos com tendência a durar cada vez menos, especialistas em relacionamento afirmam que as pessoas estão cada vez mais despreparadas emocionalmente para o enlace. A psicóloga, psicodramatista e psicoterapeuta de adolescentes e adultos Cecília Zylberstajn comentou que o primeiro ano de casamento é um período de acomodação das diferenças, por isso, alguns casais entram em conflito e não aguentam. Ela acrescentou que muitos recém-casados entram em clima D de competição extrema, em vez de cooperação. “A pessoa está se separando da sua vida prévia, mais difícil ainda quando sai da casa dos pais para construir uma vida a dois. As coisas mais simples podem virar motivo para uma guerra, como valores de família, questões de dinheiro e detalhes do cotidiano. É preciso encontrar a terceira via.” Para Cecília, a falta de maturidade para um relacionamento interfere quando os cônjuges não querem abrir mão nem pensar diferente quando se casam. Para o psicólogo Adriano Jardim, vivemos em uma era do descartável, no qual esse pensamento é estendido para os relacionamentos, ou seja, é muito mais fácil entrar e sair deles. “As pessoas entram nas relações de uma forma menos preparada e impulsiva. Não há tempo para ter um contato mais profundo. O grande desafio é a convivência”, afirmou o especialista. Jardim disse que o que importa mesmo para a duração do casamento são tolerância, comunicação, capacidade de encontrar atividades que satisfaçam os dois, ou seja, itens voltados para interação. A psicanalista, psicóloga e terapeuta familiar Cássia Rodrigues acrescenta que os indivíduos casam sem avaliar os prós e contras. “Não estão preparados para lidar com o defeito do parceiro. Se acham que vão transformar o outro depois de casado, vai acabar logo. O casamento não é só emoção, tem que ser por escolha.” Depois de casados, as coisas mais simples podem virar motivo para guerra, como questão financeira “ ” Cecília Zylberstajn, psicóloga Despedida de casada com aula sensual e bolo O QUE ELES DIZEM O grande desafio é a convivência. Casam-se por impulso e pensam que a paixão vai sustentar a relação “ Adriano Jardim, psicólogo ” A tolerância precisa existir na relação. É importante conhecer bem o parceiro antes de se casar “ ” Cássia Rodrigues, psicóloga e psiquiatra Se não encontra o que buscava na relação, o casamento acaba. É preciso ter objetivos comuns “ ” Patrícia Rocco, psicóloga e terapeuta Argentina pode ter 1° divórcio gay Duas mulheres que se casaram em abril deste ano no noroeste da Argentina iniciaram os trâmites do primeiro divórcio entre homossexuais no país, segundo fontes da Federação de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais argentina. Ángela, 46 anos, e Vanesa, 26, estavam juntas havia seis anos, e, após a sanção da lei de casamento igualitário, em julho do ano passado, decidiram se casar no dia 20 de abril na província de La Rioja. A união provocou grande repercussão na mídia local por ser a primeira do tipo naquela região da Argentina. As mulheres se conheceram em ARQUIVO/AT BANDEIRA do movimento gay em frente ao Congresso argentino: o país legalizou a união entre pessoas do mesmo sexo em julho do ano passado CECÍLIA afirma que o primeiro ano de casamento é um período de ajustes 2005, quando se relacionavam com homens. Fontes citadas pela imprensa local revelaram que a ruptura do casamento aconteceu como consequência da infidelidade de uma delas. Em julho de 2010, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a aceitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo ao aprovar uma reforma do Código Civil, o que provocou forte rejeição de grupos religiosos e ásperos debates políticos. No Brasil, no dia 5 de maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre homossexuais. Outros países que autorizam são Holanda, Suécia, Portugal e Canadá. Nos Estados Unidos, a prática é legalizada em cinco estados e no distrito de Columbia, onde fica a capital Washington. Mulheres que querem dar a volta por cima após um divórcio e não querem perder tempo com a tristeza estão organizando despedidas de casadas com direito a aula de arte sensual e bolo com ex-noivinhos em situações inusitadas. A proprietária da boutique sensual Madame Frisson, Denise Calmon, conta que aluga o espaço, com capacidade para 30 mulheres e até pole (aquele mastro usado para fazer dança sensual), para esse tipo de evento. “Elas fazem uma festa de despedida de casada, chamam as amigas que levam presentes como lingerie e se divertem bebendo um espumante. Às vezes contratam uma professora de artes sensuais ou um gogo boy”, comentou. Ela acredita que as pessoas estão mais abertas às novidades e com menos medo do que os outros poderiam pensar. “O importante é comemorar a data e não fazer disso um motivo de ficar triste. Marca o início de uma nova vida”, falou. Outra novidade é que o bolo da separação conta com bonecos de biscuit com a noiva dando o pé na bunda do noivo, enforcando-o com a gravata, jogando-o na lata de lixo e ainda ela com cartões de crédito e ele segurando as faturas. A artesã Rhaiany Fontana disse que a procura é grande e costuma fazer cerca de 10 casais por mês. O par custa a partir de R$ 90. “Faço personalizado e bem parecido com os ex-noivos. Essa moda dos descasados começou no ano passado”, acrescentou. ACERVO PESSOAL NOIVINHOS DESCASADOS de biscuit são a nova moda. Artesã conta que faz cerca de 10 casais por mês em estilos variados, como a noiva cheia de sacolas de compras e o noivo segurando as contas