Eletroquímica PILHAS PILHAS Nomenclatura Eletroquímica A seguir está descrita a nomenclatura hoje utilizada no estudo da eletroquímica a) ELETRODOS: São assim chamadas as partes metálicas que estão em contato com a solução dentro de uma célula eletroquímica. b) ÂNODOS: São os eletrodos pelo qual a corrente elétrica que circula numa célula ENTRA na solução. c) CÁTODOS: São os eletrodos pelo qual a corrente elétrica que circula numa célula DEIXA a solução. d) ELETRÓLITOS: São assim chamadas todas as soluções que CONDUZEM a corrente elétrica. e) ÍONS: São assim chamadas as partículas carregadas que se movimentam na solução. OBS. Lembrando que o sentido convencionalmente adotado para a corrente elétrica é o sentido oposto ao da movimentação dos elétrons, ânodo e cátodo podem ser redefinidos como segue: ÂNODO: Eletrodo do qual saem os elétrons para o circuito externo da célula. CÁTODO: Eletrodo no qual entram os elétrons através do circuito externo da célula. f) CÉLULA ELETROQUÍMICA: Todo sistema formado por um circuito externo que conduza a corrente elétrica e interligue dois eletrodos que estejam separados e mergulhados num eletrólito. PILHA DE DANIELL PILHA DE DANIELL reação de oxidação (Zn0)sólido (Zn+2)aq + 2e reação de redução (Cu+2)aq + 2e (Cu0)sólido reação global (Cu+2)aq + (Zn0)sólido (Zn+2)aq + (Cu0)sólido Célula Eletroquímica No eletrodo de Zn ocorre a seguinte reação: No eletrodo de Cu ocorre a seguinte reação: Reação Global: RESUMO Células voltaicas • “Regras” para células voltaicas: – 1. No ânodo os elétrons são produtos (oxidação). – 2. No cátodo os elétrons são reagentes (redução). – 3. Os elétrons não podem nadar. • Os elétrons fluem do ânodo para o cátodo. • Conseqüentemente, o ânodo é negativo e o catodo é positivo. • Os elétrons não conseguem fluir através da solução, eles têm que ser transportados por um fio externo. (Regra 3.) Células Voltaicas F.e.m de pilhas • O fluxo de elétrons do ânodo para o cátodo é espontâneo. • Os elétrons fluem do anodo para o catodo porque o catodo tem uma energia potencial elétrica mais baixa do que o anodo. • A diferença potencial: é a diferença no potencial elétrico. É medida em volts. • Um volt é a diferença potencial necessária para conceder um joule de energia para uma carga de um coulomb: 1J 1V 1C • A força eletromotriz (fem) é a força necessária para empurrar os elétrons através do circuito externo. • Potencial de célula: Ecel é a fem de uma célula. • Para soluções 1 mol/L a 25 C (condições padrão), a fem padrão (potencial padrão da célula) é denominada Ecel. F.e.m de pilhas • Os dados eletroquímicos são convenientemente colocados em uma tabela. • Os potenciais padrão de redução, Ered são medidos em relação ao eletrodo padrão de hidrogênio (EPH). • O Ered de zero. • A fem de uma célula pode ser calculada a patir de potenciais padrão de redução: Potencial de Eletrodo Potencial de Eletrodo Movimento de cargas Célula Eletroquímica Células voltaicas • Os potenciais padrão de redução devem ser escritos como as reações de redução: Zn2+(aq) + 2e- Zn(s), Ered = -0,76 V. • A variação do coeficiente estequiométrico não afeta o Ered. • Portanto: 2Zn2+(aq) + 4e- 2Zn(s), Ered = -0,76 V. • As reações com Ered > 0 são reduções espontâneas em relação ao EPH. • As reações com Ered < 0 são oxidações espontâneas em relação ao EPH. • Em uma célula (espontânea) voltaica (galvânica) o Ered(cátodo) é mais positivo do que Ered(ânodo). Agentes oxidantes e redutores • Quanto mais positivo o Ered, mais forte é o agente oxidante à esquerda. • Quanto mais negativo o Ered , mais forte é o agente redutor à direita. • Uma espécie na parte esquerda superior da tabela de potenciais padrão de redução oxidará espontaneamente uma espécie que está na parte direita inferior da tabela. • Isto é, o F2 oxidará o H2 ou o Li; o Ni2+ oxidará o Al(s). Em uma célula (espontânea) voltaica (galvânica) o Ered (catodo) é mais positivo do que o Ered(anodo) uma vez que: - Um E positivo indica um processo espontâneo (célula galvânica). - Um E negativo indica um processo não-espontâneo. LEIS DE FARADAY • Quantidade de massa da espécie química envolvida é diretamente proporcional à sua massa molecular. • Quantidade de massa da espécie química envolvida é diretamente proporcional à quantidade de eletricidade que atravessa a célula. LEIS DE FARADAY Constante de Faraday ou Faraday (F): 1 mol de elétrons 96500 C. Q=ixt LEIS DE FARADAY Exemplo: Qual a massa de magnésio oxidada após a pilha do exemplo do ítem 3 ter fornecido uma corrente de 10 A durante 30 minutos? Espontaneidade de reações REDOX Espontaneidade de reações REDOX Determinação das Atividade e dos Coeficientes de Atividades a partir do Potencial da Pilha Pt / H2 ( f 1atm) / H , Cl / AgCl / Ag AgCl ( s ) 1 Ag 0 H Cl H 2 ( g ) 2 R.T ln(aH aCl ) F 0 aH aCl a2 m m 0 2 R.T 2 R.T ln m ln F F a 2 ( m)2 Pilhas de Concentração Ag, AgCl H+ Cla2 a1 H+ Cl- a1>a2 H+ Cl- +++++ + ----+ + + / / Ag / AgCl / Cl (a1 ) Cl (a2 ) / AgCl / Ag / / Eletrodo Inferior : Ag ( s) Cl (a1 ) AgCl ( s) e Eletrodo Superior : AgCl ( s) e Ag ( s) Cl (a2 ) Variação Total do Eletrodo: Cl (a1 ) Cl (a2 ) Na fronteira t+e t- são os números de transporte ou números de transportes de íons – fração da corrente gerada pelo movimento dos íons de uma certa espécie. t H (a1 ) t H (a2 ) tCl (a2 ) tCl (a1 ) I t I Números de transporte Z c l A F t I t Onde: Z+- carga c – concentração em mol/m3 l – distância percorrida pelo íon (m) A – área de seção reta (m2) F – Faraday (96.500 C/mol) I – corrente (A) t – tempo (s) A variação total da pilha é a soma das variações nos eletrodos e nas fronteiras t H (a1 ) tCl (a2 ) Cl (a1 ) t H (a2 ) tCl (a1 ) Cl (a2 ) t t 1 t H (a1 ) tCl (a1 ) t H (a2 ) tCl (a2 ) G t 0 H RT ln(aH )2 0Cl RT ln(aCl ) 2 0 H RT ln(aH )1 0Cl RT ln(aCl )1 G t RT ln (a a )1/ 2 a (aH aCl ) 2 (aH aCl )1 2 t RT ln (a ) 2 (a )1 Obtem-se o potencial da pilha com transferência: RT (a )2 ct 2 t ln F (a )1 Se o limite não contribuísse: Cl (a1 ) Cl (a2 ) G 0Cl RT ln(aCl ) 2 0Cl RT ln(aCl )1 G RT ln (a ) 2 (a )1 G RT (a )2 st ln F F (a )1 Potencial Total da Pilha com Transferência ct st j j ct st j (1 2 t ) RT (a )2 ln F (a )1 ELETRÓLISE APLICAÇÕES A eletrólise possui várias aplicações industriais. I. A eletrólise, processo não espontâneo, permite a obtenção de metais que não são encontrados livres na natureza. a) Eletrólise Ígnea Importante na obtenção de metais da família A como por exemplo, Na, Mg, Al e outros. • Eetrólise ígnea do cloreto de sódio • Cátodo: 2 Na+ + 2 e- 2Na (redução) • Ânodo: 2 Cl - Cl2(g) + 2 e- (oxidação) • Global: 2 Na+ + 2 Cl- 2 Na + Cl2 (g) sódio metálico gás cloro b) Para obtenção de metais da família B podemos recorrer à eletrólise aquosa pois o íon do metal se descarregará antes do H+(aq)(do ponto de vista econômico, a eletrólise aquosa é mais vantajosa uma vez que a eletrólise ígnea consome muita energia térmica para fundir o composto iônico). Solução aquosa de ZnSO4 Zn2+ + 2e- → Zno (metal Zn depositado no cátodo) 2OH-→ H2O + ½ O2 +2e- (gás oxigênio liberado no ânodo) II. Processos de eletrodeposição metálica Eletrodeposição metálica significa que ocorrerá um depósito (oxidação) de um metal sobre outro metal, graças ao fornecimento de energia. Utiliza-se essa eletrólise para proteger um metal da corrosão ou tornar uma peça metálica mais vistosa, mais valiosa (exemplo: galvanoplastia, prateação, niquelação, etc). Eletrodeposição de cobre numa moeda No ânodo (+) a placa de cobre sofre oxidação produzindo íons de Cu2+ que, por sua vez, recebendo 2 elétrons produz Cuo (que se deposita, no cátodo, sobre a peça metálica. SRO: Cuo Cu2+ + 2e- (ânodo) SRR: Cu2+ + 2e- Cuo (depósito na peça-cátodo) III. Obtenção de cobre com alto teor de pureza. O cobre utilizado em fios elétricos deve ter alto teor de pureza para não causar resistência elétrica. Podemos obter cobre puro conectando o cobre impuro no ânodo (onde sofrerá oxidação). O Cu2+ da solução sofre redução depositando-se no cátodo. As impurezas se depositam no fundo do recipiente sendo denominadas de “lama anódica” (Fe2+, Ag+, Zn2+). IV. Anodização – proteção superficial de um metal por uma fina camada de óxido do próprio metal. Exemplo: tratamento dado às panelas de alumínio Ânodo: panela de alumínio + H+ OHSO42- H+ Cátodo: eletrodo inerte Solução ácido sulfúrico Os íons OH- caminham para o ânodo (polo +) produzindo gás oxigênio. Este, reage imediatamente com o alumínio da panela formando óxido de alumínio, que serve como uma camada protetora. 4Al (s) + 3O2(g) → 2Al2O3(s) V. ELETRÓLISE DA ÁGUA Os gases H2 e O2 podem ser obtidos através da eletrólise da água. Utilizamos um ácido forte (ác. sulfúrico) ou um sal oxigenado de um cátion da família A (Na2SO4, KNO3) afim de aumentar a condutividade elétrica. O volume de gás obtido no cátodo (H2) é sempre o dobro do volume de gás obtido no ânodo (O2) devido a proporção estequiométrica da reação (2 mol de H2 para 1 mol de O2). As reações da eletrólise da água são mostradas a seguir: SRR: SRO: Reação Global Proporção estequiométrica: 2 mol de água 2 mol de H2 1 mol de O2 Nas mesmas condições de temperatura e pressão: 2 mol de água 2 V de H2 1 V de O2 VI. Produção de Alumínio O alumínio pode ser obtido através do minério “bauxita”. A alumina (Al2O3), resultante do processo de purificação da bauxita, passa por um processo de eletrólise ígnea onde será fundida com criolita (o Na3AlF3, reduz o ponto de fusão do óxido tornando-o economicamente viável). Al2O3 → 2Al3+ + 3O2SRR: 2Al3+ + 6e- → 2Al SRO: 3O2- → 3/2 O2 + 6eA medida em que o oxigênio se forma, ele reage com o carbono do ânodo produzindo gás carbônico. RG: Al2O3(l) → 2Al(s) + 3CO2(g) ELETRÓLISE E ESTEQUIOMETRIA 1 faraday(F) = 96500 coulombs(C) = carga de 6.1023 elétrons = carga de 1 mol de elétrons A corrente elétrica contínua (i), em ampères, que circula durante o tempo (t), em segundos corresponde à carga elétrica, Q = i . Δt , em coulombs. Cubas ligadas em série → a carga elétrica que passa pelo circuito é a mesma para todas as cubas. Exemplo: Na obtenção eletrolítica de cobre a partir de uma solução aquosa de sulfato cúprico, ocorre a seguinte semi-reação catódica: Cu2+(aq) + 2e- Cu(s) Para depositar 6,35 g de cobre no cátodo da célula eletrolítica, a quantidade de eletricidade necessária, em coulombs, será aproximadamente igual a: Cu2+(aq) + 2e- Cu(s) 2 . 96500 C 63,5g Q 6,35g Q = 1,93.104 C Na resolução de problemas, esteja atento se a questão aborda pilha ou eletrólise pois as reações são inversas. - pilhas – o metal mais reativo sofre oxidação (desgaste) Mo M+ + 1e- eletrólise ígnea - o íon do metal sofre redução (depósito metálico). - eletrólise aquosa – o íon do metal ou o H+ sofre redução (depósito metálico ou liberação de gás H2). 2H+ + 2 e- → H2(g) Zn2+ + 2 e- → Zn (s) Ag+ + 1 e- → Ag(s) O íon do ametal ou o OH- sofre oxidação liberado no ânodo: 2Cl- → Cl2 + 2e2OH- → H2O + ½ O2 + 2e2Br- → Br2 + 2e-