PPED - Disciplina Estratégias Empresariais e Sustentabilidade Profa. Valeria da Vinha Junho 2010 Cronologia do Ambientalismo Empresarial 1972 – Conferência de Estocolmo definiu as concepções básicas do ambientalismo empresarial ocidental 1976 – Lançado o movimento conhecido como crise de confiança na empresa privada americana 1990 – Fórum Internacional de Lideres Empresariais (International Business Leaders Forum - IBLF) 1992 – Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Rio-92 Publicação do livro Changing Course de Stephan Schmidheiny Criação do Business Council for Sustainable Development e Business for Social Responsability 1993 – Pesquisa United Nations for Environment Programme (UNEP) e da consultora inglesa SustainAbility avaliando os relatórios ambientais publicados por empresas americanas O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lança a campanha nacional Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida e conquista a adesão do movimento PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais 1994 – Publicação da Lista de empresas “verdes” (Green Business Network - GBN) 1995 – Fusão do BCSD com o World Industry Council for the Environment (WICE) cria o Conselho World Business Council for Sustainable Development - WBCSD) 1996 – Publicação do livro “Financing Change” de Stepan Schmidheiny e Frederico Zorraquin; WBCSD atinge 35 países, e 120 membros, representando cerca de 20 setores industriais. 1997 – O sociólogo Betinho com o jornal A Gazeta Mercantil cria o Selo Balanço Social; criação do CEBDS 1998 – I Fórum Internacional do WBCSD; Pesquisa Gestão Ambiental da Indústria Brasileira e Criação Ethos 1999 - Bolsa de Nova York lança o Dow Jones Sustainability Index (DJSI); Itaú entra no DJSI 2000 – Publicação Estado do Mundo; 2001 – Banco Real lança Fundo Ethical 2002 – Rio + 10 (avalia Rio-92); Banco Abn Amro Real adota política de riscos socioambientais 2003 – Conferência sobre a Água em Kioto, Japão; Dez bancos assinam o Princípios do Equador 2005 – Bovespa lança o ISE (Indice de Sustentabilidade Empresarial) 2006 – 8ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP8), Curitiba, Brasil; bancos privados lançam nova versão dos Princípios do Equador, com ratificação dos bancos brasileiros; Bradesco é incluído no DJSI 2008 – COP 10, Nagoya, Japao. Protocolo de Repartiçao de beneficios da biodiversidade. ABS Sustentabilidade setor financeiro 2008 • Serasa lança o produto Relatório de Responsabilidade Social que incorpora questões sociais na avaliação de risco de crédito • Unibanco Asset Management (UAM) e Banco Real Asset Management aderem ao Principles for Responsible Investment (PRI) • Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES reeditam o Protocolo Verde • Banco Unibanco obtém linha de crédito inédita da IFC para financiamento de projetos nas áreas de energia renovável, eficiência energética e construção sustentável • BNDES cria o Fundo Brasil Sustentabilidade, primeiro fundo de investimento do país voltado para o desenvolvimento de projetos ambientais 2007 • Banco Rabobank lança programa de créditos de carbono para incentivar o reflorestamento de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia • Banco Bradesco anuncia o lançamento de produtos com foco socioambiental que irão gerar recursos financeiros para a Fundação Amazônia Sustentável • Bolsa de Mercadorias & Futuros - BM&F realiza primeiro leilão público de créditos do carbono do mundo • Unibanco, em convênio com o Japan Bank for International Cooperation - JBIC, cria linha de financiamento para projetos de comercialização de créditos de carbono • Serasa lança o produto Relatório de Responsabilidade Ambiental que incorpora questões ambientais na avaliação de risco de crédito • Cerca de 50 instituições financeiras globais são signatárias dos Princípios do Equador, representando cerca de 90% do mercado de project finance no mundo • Banco Unibanco e Caixa Econômica Federal lançam fundos atrelados ao ISE O processo de construção da política de Responsabilidade Socioambiental Os impulsionadores - custos crescentes com mitigação de impactos ambientais; pressão regulatória e social intensificada (Ongs + organizadas); perda de posição competitiva por má reputação. A constatação - algumas empresas percebem a oportunidade em tratar, de forma permanente e preventiva, da comunicação com seus stakeholders As dúvidas: Como a RSC deve ser implementada? De que forma a empresa deve se comportar frente ao seus stakeholders e como envolvê-los nos negócios?Até aonde vai o papel da empresa e quando entra o Estado e a Lei? Definições “O stakeholder approach trata de públicos e indivíduos que podem afetar, direta ou indiretamente, a organização, e do comportamento gerencial adotado para responder a eles” (Edward Freeman. Strategic Management: a stakeholder approach, 1984) A evolução do conceito Diálogo c/ stakeholders vis-à-vis a política empresarial: • Até os 80 - acionista, comprador, governo (filantropia) • Até meados 90 - fornecedores e consumidores (corresponde à ascensão da eco-eficiência) • Hoje - sociedade ampliada: ongs e comunidades locais Vantagens Permite à firma agir antes da emergência de crises Evita efeitos negativos sobre a imagem e reputação Facilita a identificação de potenciais conflitos Agrega valor de longo prazo (+ imagem e - perdas) Evolução do paradigma empresarial Dirigindo o foco no stakeholder Efeitos deste processo: 1) auto-crítica: as corporações passaram a admitir que causam impactos ambientais e que sofrem controle social; 2) auto-regulação (SGA); 3) revalorização e revisão das estratégias relacionadas à reputação O Ativo Reputação: • Representa o conhecimento e as "emoções" detidas por cada funcionário sobre a firma • Não está disponível no mercado como uma mercadoria • Seus recursos e tecnologia devem ser criados pela firma, no seu processo de aprendizagem interna Indicadores mínimos da firma socialmente responsável • Obedecer à legislação e regulamentos da OIT • Aplicar o programa de consulta/diálogo previamente ao início do empreendimento e durante todo o ciclo • Ser transparente e receptivo a cada um dos stakeholders • Refletir as expectativas da sociedade no plano estratégico e operacional da firma, engajando os stakeholders no processo decisório • Ter como meta exceder padrões e aderir aos acordos internacionais relativos à mudanças climáticas e biodiversidade Projeto de Comunicação Social do RCA: prestação de contas (accountability) • Mapear e caracterizar todos os stakeholders • Identificar percepções e expectativas sobre a firma, o setor, os potenciais impactos e as potenciais compensações • Criar um canal de comunicação entre a empresa e seus stakeholders • Assegurar que o Projeto e o Plano de Mitigação sejam conhecidos por todos os stakeholders • Promover a coexistência pacífica e colaborativa entre os funcionários da empresa e os stakeholders • Monitorar e avaliar, sistematicamente, o processo e seus resultados em conjunto com representantes dos stakeholders Mudanças no campo institucional e na cultura corporativa: A transição do “confie em mim” para o “mostre-me” O papel da regulação estatal • Instrumentos: EIA-Rima; Audiências Públicas; Licenciamento corretivo; agências reguladoras; Termo de Ajuste de Conduta; Lei de Crimes Ambientais; Lei de Informação Ambiental; SNUC (compensação ambiental) • Espaço para a “auto-regulação” impulsionada pela competição Pré-requisitos e riscos A Mudança da Estratégia implica em mudança na Estrutura Requisitos: rápido avanço das tecnologias ambientais, das parcerias com o Terceiro Setor, e internalização das metodologias participativas Risco cultural: a transição do “confie em mim” para o “mostreme” e para o “todos importam” Risco gerencial: 1) má administração do padrão duplo 2) fraca internalização nas rotinas operacionais • Distância entre o discurso e a prática • Inexistência de estrutura organizacional e de pessoal qualificado • Descompasso entre os parceiros e órgãos reguladores Critérios básicos p/ o “engajamento” do STK Abrir canal de comunicação de mão dupla (diálogo c/ stks) Reforçar o compromisso c/ o longo prazo Ganhar credibilidade por meio de parcerias Demonstrar coerência e continuidade das ações (integrar discurso e prática) Falar a linguagem de cada público