OS CLÁSSICOS
SOCIOLOGIA:: MARX,
MARX, DURKHEIM
E WEBER
OS CLÁSSICOS
DADA
SOCIOLOGIA
DURKHEIM
E WEBER
[email protected]
Os Clássicos da Sociologia
No século XIX, três pensadores desenvolveram teorias buscando
explicar a sociedade capitalista: Karl Marx , Emile Durkheim que
continuou o positivismo de Augusto Comte e Max Weber . Estes três
pensadores são denominados os clássicos da Sociologia.
1818-1883
1858-1917
1864-1920
[email protected]
Os Clássicos da Sociologia
Objeto da
Sociologia
Método
Karl Marx
(1818 – 1883)
Classes Sociais
Dialética
Emile Durkheim
(1857 – 1917)
Fato Social
Explicação
Max Weber
(1864 – 1920)
Ação Social
Compreensão
Social
[email protected]
OS CLÁSSICOS DA
SOCIOLOGIA
KARL MARX
[email protected]
Marxismo
1. KARL MARX (1818-1883) VIDA E OBRAS
2. FONTES DO MARXISMO
•DIALÉTICA
•SOCIALISMO
•ECONOMIA POLÍTICA
3. CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
4. ANÁLISE DA MERCADORIA
5. CONCLUSÃO
[email protected]
BIBLIOGRAFIA BASICA
1. Cabrera, J.R. O pensamento sociológico de Karl
Marx. In Lemos Filho, Arnaldo e
outros.Sociologia Geral e do Direito. Campinas,
Ed. Alínea, 3ª edição, 2008
2. Costa, Cristina, Sociologia, uma introdução à
Sociedade
3ªedição. São Paulo, Ed.Atica,
2005
3.Quintanero, Tania. Um toque de clássicos.
3ªedição. Belo Horizonte, UFMG, 2994
4. Lemos, Arnaldo. Slides. FTP
[email protected]
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR





Sader, Emir. A Exploração. In Sader Emir(org). Sete
Pecados do Capital. Rio de Janeiro, Ed. Record, 2000
Huberman, Leo. A História da Riqueza do Homem. Rio de
Janeiro, Ed. Guanabara, 2001, cap.18
Aron,Raymond. Karl Marx.In As etapas do pensamento
sociológico.Brasília,UNB,1987
Gertz, René(org). Max Weber & Karl Marx. São Paulo, Ed.
Hucitec,1994
Castro, Ana Maria-Dias, Edmundo.Introdução ao
pensamento sociológico. Rio de Janeiro, Ed. Eldorado,1987
9ªedição.
[email protected]
CONCEITOS BÁSICOS
Socialismo
Comunismo
Dialética
Estado
Forças de Produção Relações de Produção
Infra-estrutura
Alienação
Super-estrutura
Mercadoria
Fetichismo da Mercadoria
Valor de Uso
Ideologia
Classes sociais
Mai-valia
Força de Trabalho
Valor de troca
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KARL MARX (1818-1883 )
VIDA E OBRAS
Nasceu na cidade de Treves , na Alemanha.
Doutorou-se em Filosofia.
Foi redator de um jornal liberal em Colônia.
Em 1842 foi obrigado a sair da Alemanha, foi para Paris, onde conheceu
Friedrich Engels, seu companheiro de idéias e publicações.
Engels (1820-1895)
Expulso da França em 1845, foi para Bruxelas onde participou da recém
fundada Liga dos Comunistas.Foi expulso da Bélgica.
[email protected]
KARL MARX (1818-1883 )
VIDA E OBRAS
Em 1848, escreveu, com Engels, "O Manifesto Comunista", obra fundadora do
"marxismo", enquanto movimento político e social a favor do proletariado.
Com o malogro das revoluções de 1848, Marx mudou-se para Londres onde
se dedicou a um grandioso estudo crítico da economia política.
Marx foi um dos fundadores da Associação Internacional dos Operários ou
Primeira Internacional.
Morreu em 1883, após intensa vida política e intelectual.
Obras principais : A Ideologia Alemã, A Miséria da Filosofia, Contribuição à
Crítica da Economia Política, A Luta de Classes na França, O Capital.
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2. FONTES DO MARXISMO
SOCIALISMO
ECONOMIA POLÍTICA
DIALÉTICA
[email protected]
2.1 FONTES DO MARXISMO
SOCIALISMO
Movimento Operário Francês
Devido as conseqüências sociais da
Revolução, alguns pensadores propõem uma
nova maneira de conceber a sociedade e
reivindicam a igualdade entre todos, não só do
ponto de vista político, mas também quanto às
condições sociais de vida
[email protected]
2.1. FONTES DO MARXISMO
utópico
depende do convencimento da
burguesia na distribuição de
seus bens.
SOCIALISMO
PRÉMARXISTA
apolítico
não supõe um instrumento de
poder para atingir seu
objetivo
[email protected]
2.1. FONTES DO MARXISMO
científico
conhecimento das leis que regem
o mecanismo do sistema
capitalista
SOCIALISMO
MARXISTA
político
supõe um instrumento de
poder, a organização da classe
operária
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2.2. FONTES DO MARXISMO
ECONOMIA POLÍTICA
Economia Política Inglesa -
Segundo Adam Smith a riqueza de uma
nação é o resultado de homens que
buscam seus interesses: “cada indivíduo
busca apenas o seu próprio ganho...
Perseguindo os seus interesses promove
os interesses da própria sociedade”
Para Marx, a riqueza não é resultado do
trabalho de homens isolados
(Individualismo) que buscam
interesses particulares, mas sim do
trabalho coletivo (coletivismo)
Adam Smith
1723-1790
[email protected]
2.3. FONTES DO MARXISMO
Filosofia Clássica alemã: Hegel
DIALÉTICA
DIA + LEGEIN : pensar o contrario
Método de apreensão da realidade
Idealismo
todo real é racional
todo racional é real
O real é contraditório,mutável,
em movimento
HEGEL
Tese, antítese, síntese
[email protected]
[email protected]
2.3. FONTES DO MARXISMO
DIALÉTICA
MARX: Rompimento com o Idealismo
A dialética hegeliana, idealista, é “corrigida
e aplicada ao materialismo existente que
era essencialmente mecanicista”.
As leis da dialética são as leis do
mundo material.
A realidade social vista através de
suas contradições.
MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO
[email protected]
[email protected]
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Textos Básicos:
1848
O Manifesto Comunista
1859
Prefácio à Contribuição à Crítica da
Economia Política
1863
O Capital
[email protected]
PRESSUPOSTOS PARA O CONHECIMENTO
DA SOCIEDADE
Conceito de Homem
Conceito de Trabalho
Conceito de História
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
HOMEM
ser de
necessidades
satisfação
das
necessidades
produção de
bens
materiais
produção de
bens
materiais
TRABALHO
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Relações
A ) com a Natureza
Forças de Produção
(instrumentos de
produção)
+
B ) dos Homens entre si
Relações de
Produção
(divisão do trabalho)
modo de produção
História
Antigo Feudal Capitalista
[email protected]
“A história humana é a história das relações dos
homens com a natureza e dos homens entre si.”
Nesses dois tipos de relação
aparece como intermediário um
elemento essencial: O TRABALHO HUMANO
Assim como Darwin havia descoberto a lei
da evolução das espécies, Marx descobriu
as leis da HISTÓRIA
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
JURÍDICA
ESTADO
DIREITO
FORÇAS DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
[email protected]
Forças de Produção
(materiais)
O trabalho do homem, o trabalho do animal a serviço do
homem, a natureza, os instrumentos de produção. Toda
capacidade humana de produzir.
Relações de Produção
(sociais)
São os modos específicos de organização do trabalho e da
propriedade, devido a divisão do trabalho.
Modo de Produção
Cada época histórica possui um conjunto de forças produtivas
a que correspondem determinadas relações de produção.
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA
CONSCIÊNCIA
POLÍTICA
JURÍDICA
ESTADO
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
EXISTÊNCIA
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
[email protected]
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política
A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais
e de consciência, encontra-se na base econômica e
material da sociedade, no modo como os homens
estão organizados no processo produtivo
“O modo de produção da vida material CONDICIONA o processo da
vida social, política e espiritual em geral”
“Não é a consciência do homem que DETERMINA a sua existência, mas
ao contrário, é a sua existência que determina a sua consciência”
“Ao mudar a base econômica revoluciona-se, mais ou menos, toda a
imensa superestrutura erigida sobre ela”
[email protected]
CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
DETERMINISMO
Determinismo: (relação de
causalidade) : relação
mecanicista e não dialética
OU
CONDICIONAMENTO ?
Condicionamento : é uma
variável. corre o risco de ser
flexível demais
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
MPC
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
PROPRIETÁRIOS
NÃO PROPRIETÁRIOS
PROLETARIADO
BURGUESIA
CLASSE DOMINANTE
CLASSE DOMINADA
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
MPC
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
PROPRIETÁRIOS
NÃO PROPRIETÁRIOS
PROLETARIADO
BURGUESIA
CLASSE DOMINANTE
CLASSE DOMINADA
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
[email protected]
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA
CONSCIÊNCIA
POLÍTICA
JURÍDICA
ESTADO
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
EXISTÊNCIA
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
[email protected]
Prefacio à Contribuição à Crítica da Economia Política
A determinadas
forças
de
produção
correspondem
determinadas relações de produção que se expressam em
relações jurídicas e que constituem um modo de produção
FORÇAS DE
PRODUÇÃO (FP)
MODO DE PRODUÇÃO
RELAÇÕES DE
PRODUÇÃO (RP)
As forças de produção são dinâmicas porque são dialéticas e as
relações de produção não acompanham o ritmo de seu
desenvolvimento
As forças de produção se chocam com as relações de produção
existentes, ou o que não é senão sua expressão jurídica, com as
relações de propriedade dentro das quais se desenvolveram até
ali. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas
relações se convertem em obstáculos a elas. E se abrem assim na
época de revolução social.
[email protected]
ANÁLISE DA MERCADORIA
1. O duplo valor dos bens materiais
•
Valor de uso
•
Valor de troca
2. A determinação do valor de troca
3. Os processos históricos de troca
4. A força de trabalho como mercadoria
5. O processo da mais valia
6. O fetichismo da mercadoria
[email protected]
1. O duplo valor dos bens materiais
homem
necessidades
satisfação
Valor de uso
produção de
bens materiais
Utilidade do bem material para o seu produtor
valor dos bens
Valor de troca
Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu
produtor e este o coloca no mercado para troca:
MERCADORIA
Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem
[email protected]
embutido nela um
valor de uso
2. A determinação do valor de troca
O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ?
QUANTIDADE ?
NECESSIDADE ?
FINALIDADE ?
EQUIVALÊNCIA (valores iguais)
[email protected]
2. A determinação do valor de troca
equivalência
trabalho
equivalência
02 horas
02 horas
04 horas
tempo de trabalho necessário para
a sua produção
[email protected]
2. A determinação do valor de troca
Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua
produção
Tempo médio
Socialmente
Tempo social
Exemplo : compra no supermercado
Pacote de arroz = 10 reais
O preço é o que aparece. O que significa?
Trabalho da sociedade: ao trocar as mercadorias,
há uma comparação de trabalho humano. Logo toda
mercadoria expressa relações sociais
[email protected]
O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho
concreto de um ramo de produção determinado,não é o
trabalho de um gênero particular, mas o trabalho
humano abstrato, o trabalho humano geral.
“Ao equiparar os seus diversos produtos na troca
como valores, os homens equiparam os seus diversos
trabalhos como trabalho humano. Não se dão conta,
mas fazem-no”.
[email protected]
3. Os processos históricos de troca
I) Processo Pré-Capitalista
a) Processo de circulação simples (troca direta)
A troca direta não dinamiza a troca
M
M
Há necessidade de um equivalente geral
b) Processo de circulação complexa (troca indireta)
M
D (equivalente geral)
M
O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO
[email protected]
3. Os processos históricos de troca
II) Processo Capitalista
D
M
D
D
M
D+
D
M
D+
Qual a vantagem ?
Dinheiro tem valor de uso ?
M
D++
M
D+++ ...
[email protected]
3. Os processos históricos de troca
O processo pré-capitalista
começa com M
O processo capitalista
começa com D
a mercadoria é produto do
trabalho
o dinheiro é necessariamente
produto do trabalho ?
[email protected]
Questão Básica
De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?
Comércio = troca de mercadoria, conquista,
pirataria, saque, exploração, suborno, fraude ...
“Se o dinheiro .... vem ao mundo com uma mancha
congênita de sangue numa das faces, o capital vem
pingando da cabeça aos pés, de todos os poros,
sangue e lama” (Marx, O Capital, vol 1)
[email protected]
capitalismo
máquina
matéria prima
(Capital constante)
D
+
M
força de trabalho
(Capital variável)
[email protected]
D+
capitalismo
No capitalismo a força de trabalho tornou-se uma
mercadoria. Antes, o trabalhador era dono de sua
força de trabalho: camponeses e artesãos
Camponeses = expulsos do campo
Artesãos = destituídos de suas ferramentas
[email protected]
4. A força de trabalho como mercadoria
Qual o valor desta mercadoria ?
a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de
trabalho necessário para que ela exista
b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria
c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que ela exista
d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu
dono, o trabalhador
e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que o trabalhador exista
f) ora, um dia o trabalhador vai morrer
g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários à subsistência do trabalhador e sua
reprodução
[email protected]
capitalismo
Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa
quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de
trabalho.
MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE, O
VALOR DA FORÇA DE TRABALHO
PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO
VALOR DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE
GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À
REPRODUÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA
Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o
estritamente necessário ao futuro trabalhador.
[email protected]
capitalismo
É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o
assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e
o capitalista lhe compra a força de trabalho para enriquecer.
A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA
[email protected]
5. O processo da mais valia
Primeiro Modo
Hipótese: 08 horas
Tempo Necessário:
o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo
valor é igual ao valor da força de trabalho
Tempo Excedente:
o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de
trabalho: mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente
um contrato de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça
Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das
horas, ainda que pague mais, estará aumentando a mais
valia:
Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas
tecnologias diminuirá o tempo necessário estará aumentando
a mais valia
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5. O processo da mais valia
Segundo Modo
5. Exemplo
Matéria
Prima
Produção de um par de sapatos
=
100 unid de
moeda
Desgaste
Instrumentos
=
20 unid de
moeda
Salário Diário
=
30 unid de
moeda
Como o capitalista
obtém o lucro?
Não é no âmbito da
compra e venda
É no âmbito da produção
O valor de um par de sapatos é a soma de todos os
valores representados pelas diversas mercadorias que
entraram na produção
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5. O processo da mais valia
09 horas de
trabalho
01 par a cada
03 horas
Nessas 03h o
trabalhador cria uma
quantidade de valor
correspondente ao seu
salário
Nas outras 06h produz
mais mercadorias que
geram um valor maior do
que lhe foi pago na
forma de salário
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5. O processo da mais valia
Meios de Produção
120
+
+
salário
30
=
150
Meios de Produção
120
+
+
salário
30
x
03
=
390
03
=
130
[email protected]
MAIS VALIA
Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30 unidades
de moeda e o seu trabalho rendeu o dobro ao
capitalista: 20 unidades de moeda em cada um dos
pares de sapato. Este valor a mais não retorna ao
operário: incorpora-se ao produto e é apropriado pelo
capitalista
Assim como um boi produz mais do que consome e
enriquece o seu dono, a classe trabalhadora produz mais
valia do que consome e enriquece os proprietários dos meios
de produção. Os trabalhadores são os bois do sistema
capitalista
[email protected]
SAMBA DA MAIS VALIA
Sergio Silva
Síntese de muitas determinações
A realidade social é feita de
contradições
Mas a árvore não pode esconder o
arvoredo
Vem um grande analista e revela o
segredo
Da acumulação de capital
É mais valia pra cá
É mais valia pra lá
Capitalismo é selvagem e global
É mais valia pra cá
É mais valia pra lá
Tempo roubado do trabalho social
Mercadoria é alienação
Trabalho e salário, a danação
A grana diz: trabalho sozinha
A fórmula é d –m - d’
Síntese de muitas determinações
a realidade brasileira é feita de
contradições
Mas o grande analista indicou o
caminho
Ninguém pode vencer esta luta
sozinho
É luta de classe e exploração
Tem a novela, meu bem,
E tem a Xuxa também
[email protected]
Tem a novela, meu bem,
E tem a Xuxa também
Pro demitido tem no Jornal Nacional
Tem desemprego, meu bem,
E tem a dengue também
Desigualdade e tortura federal
No Brasil tudo foi ti-ti-ti
Todo mundo pensando do Gianotti à
Chauí
Mas agora é hora de transformação
O Carnaval traz nossa revolução
Síntese de muitas determinações
A realidade social é feita de
contradições
Mas a árvore não pode esconder o
arvoredo
Vem o grande analista e revela o
segredo
Da acumulação de capital
O Manifesto falou,
O comunista escutou
Tem que seguir o movimento
popular
O grande mestre mostrou
A grande escola ensinou
De ver o samba no pé se revoltar
Lá no Rio, os herdeiros da filosofia
Descobriram o pandeiro e a cuíca
vazia
Mas agora é hora de
transformação
O Carnaval traz nossa revolução
[email protected]
O FETICHISMO DA MERCADORIA
FETICHISMO
Adoração ou culto de fetiches
FETICHE
Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido
pela natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e
presta culto
MARX
FREUD
(1856 – 1939)
(1818 – 1883)
A aplicação do processo de
fetichismo ao
comportamento individual:
fetiches sexuais
A aplicação do processo do
fetichismo ao
comportamento social: a
mercadoria e o dinheiro são
fetiches
[email protected]
O que é MERCADORIA ?
Trabalho humano concentrado e não pago. Ao trocar mercadorias,
o homem compara trabalho humano. A mercadoria expressa, pois,
relações sociais
Aparece como uma coisa dotada de valor de uso (utilidade) e de
valor de troca (preço)
Exemplo de relações:
a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy,
a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria meninoque-faz-pacotes
As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as
outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida própria:
01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver
01 cigarro marca X = um estilo de vida
01 calça jeans griffe X = um vida jovem
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O FETICHISMO DA MERCADORIA
As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos sociais,
dotados de vida própria e os homens-mercadorias aparecem
como coisas
A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da palavra:
uma coisa que existe por si e em si
A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus crentes
COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO ?
As relações sociais de trabalho aparecem como relações
materiais entre as pessoas e como relações sociais entre
coisas
Os homens são transformados em coisas e as coisas são
transformadas em “gente”
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O FETICHISMO DA MERCADORIA
Os homens são transformados em coisas:
trabalhador
Uma coisa chamada força de trabalho
trabalho
uma coisa chamada mercadoria que possui
outra
coisa chamada preço
proprietário
uma coisa chamada capital que possui outra
coisa chamada capacidade de ter lucros.
E a coisas são transformadas em “gente”:
Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir,
poupar, trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si
mesmas, independente dos homens que as realizam
Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem
sob a forma de coisas: reificação (Lucaks)
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Questões Finais
Por que os homens conservam essa realidade ?
Como se explica que não percebam a reificação ?
Como entender que o trabalhador não se revolte contra
uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição
humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ?
Como explicar que essa realidade nos apareça como
natural, normal, racional, aceitável ?
De onde vem o obscurecimento da existência das
contradições e dos antagonismos sociais ?
De onde vem a não percepção da existência das
contradições e dos antagonismos sociais ?
A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao
fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA
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ALIENAÇÃO
Alienar um imóvel
CAPITALISMO
alienum = alheio - outro
Vender = separar o proprietário da propriedade
ALIENAÇÃO ECONÔMICA
Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de
produção da vida material e do saber do qual dependia a
fabricação de um produto e a própria posição social do artesão
O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de tarefas
simplificadas, parciais e repetitivas na linha de produção da
fábrica
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o
salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na
vida cotidiana
O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de
si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência
falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA
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IDEOLOGIA
É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas
e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que
obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do
“sistema”, como se estivessem se comportando segundo sua
própria vontade
A ideologia dominante numa dada época histórica é a ideologia
da classe dominante nessa época.
Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e
servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que
ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o
pagamento de seu salário.
Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois uma
parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em lucro.
O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia que é
uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e
assumida pela classe dominada como se fosse sua.
[email protected]
CONCLUSÃO
A HISTORICIDADE E A TOTALIDADE
A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
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A HISTORICIDADE E A TOTALIDADE
1.
A teoria marxista repercutiu de maneira decisiva não só na Europa
como também nas colônias européias e em movimentos de
independência. Organizou partidos políticos, sindicatos, levou
intelectuais à crítica da realidade e influenciou as atividades
científicas, de um modo geral, e as ciências humanas em
particular.
2.
Marx conseguiu, como nenhum outro, com sua obra, estabelecer
relações profundas entre a realidade, a filosofia e a ciência.
3.
Por sua formação filosófica, concebia a realidade social como uma
concretude histórica, isto é, como um conjunto de relações de
produção que caracteriza cada sociedade num tempo espaços
determinados.
4.
Por outro lado, cada sociedade representava para ele uma
totalidade, isto é, um conjunto único e integrado de diversas
formas de organização humana, nas suas mais diversas
instâncias: família, poder, religião, etc., de tal maneira que suas
análises, apesar de históricas, trazem conclusões de caráter geral
e aplicáveis a formações históricas diferentes.
[email protected]
A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX
1.
O sucesso e a penetração do materialismo histórico, quer no
campo da ciência, quer no campo da organização política, se
deve ao universalismo de seus princípios e ao caráter
totalizador que imprimiu às suas idéias
2.
Alem desse universalismo da teoria marxista, outras
questões adquiriram no marxismo novas dimensões. Uma
delas foi a questão da objetividade científica, tão perseguida
pelas ciências humanas. Para Marx, a questão da objetividade
só se coloca enquanto consciência crítica. A ciência, assim
como a ação política, só pode ser verdadeira e não ideológica
se refletir uma situação de classe e, conseqüentemente, uma
visão crítica da realidade. Assim a objetividade não é uma
questão de método, mas de como o pensamento se insere no
contexto das relações de produção e na história.
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A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX
3.
4.
A idéia de uma sociedade “doente” ou “normal”,
preocupação dos cientistas sociais positivistas, desaparece
em Marx. Para ele, a sociedade é constituída de relações de
conflito e é de sua dinâmica que surge a mudança social.
Fenômenos como luta, conflito, revolução e exploração são
constituintes dos diversos momentos históricos e não
disfunções sociais.
Suas idéias marcaram de maneira definitiva o
pensamento científico e a ação política de sua época bem das
posteriores, formando duas maneiras de atuação sob a
bandeira do marxismo:
1.
Abraçar o ideal comunista e lutar por uma sociedade onde
estejam abolidas as classes sociais e a propriedade privada
dos meios de produção.
2.
Exercer a crítica da realidade social, procurando suas
contradições, desvendando as relações de exploração e
expropriação do homem pelo homem, de modo a entender o
papel dessas relações no processo histórico.
[email protected]
A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX
5.
Contribuições da teoria marxista para o desenvolvimento das
ciências sociais
1.
A abordagem do conflito, da dinâmica histórica, da
relação entre consciência e realidade e da correta
inserção do homem e de sua práxis no contexto social.
2.
A habilidade com que o método marxista possibilita
o constante deslocamento do geral para o particular,
das leis macrosociais para suas manifestações
históricas, do movimento estrutural da sociedade para
a ação humana individual e coletiva.
[email protected]
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
1.
A teoria marxista teve ampla aceitação teórica e
metodológica, assim como política e revolucionária. Já em
1864, junto com Engels, Marx estruturou a Primeira
Associação Internacional de Operários, ou Primeira
Internacional. Extinguida em 1873, a difusão das idéias
marxistas ficou por conta dos sindicatos e nos partidos,
especialmente, os social-democratas.
2. A Segunda Internacional surgiu na época do centenário da
Revolução Francesa (1889). A Primeira Guerra Mundial pôs
fim á Segunda Internacional em 1014.
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3. Em 1917, uma revolução inspirada nas idéias marxistas, a
Revolução Bolchevique, na Rússia, criava o primeiro Estado
operário.
4. Em 1919, inaugurava-se a Terceira Internacional ou Cominten
que procurou difundir as idéias marxistas e organizar os partidos
e a luta dos operários pela tomada do poder. Continua atuante
até hoje, enfrentando intensa crise provocada pelo fim da União
Soviética e pela expansão mundial do neoliberalismo.
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5.
Á formação do operariado no mundo se deu com a
organização de sindicatos e partidos marxistas. Os ideais
marxistas se adequaram á luta pela independência que surgia
nas colônias européias da África e da Ásia, após as Guerras
Mundiais, assim como á luta pela soberania e autonomia
existente nos países latino-americanos.
6. Em 1919, surgiram partidos comunistas na América do
Norte, na China e no México. Em 1020, no Uruguai, em
1022, no Brasil e no Chile, em 1925, em Cuba.
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7. O movimento revolucionário se tornou mais forte á medida que
os Estados Unidos e a URSS emergiram como potências
mundiais e passaram a disputar a sua influência no mundo.
Várias revoluções, como a chinesa, a cubana, a vietnamita e a
coreana organizaram sistemas políticos com algumas
características comuns : forte centralização, economia planejada,
coletivização dos meios de produção, fiscalismo, uso intenso de
propaganda ideológica e de culto ao dirigente.
8. A polarização política e ideológica foi transferida para o
conjunto do método e da teoria marxista. O marxismo deixou
de ser um método de análise da realidade social para
transformar-se em ideologia, perdendo assim parte de sua
capacidade de elucidar os homens em relação ao seu
momento histórico e mobilizá-los para uma tomada de
consciência de posição.
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8.
Entre 1989 e 1991, desfazia-se o bloco soviético após uma
crise interna e externa:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
dificuldade em conciliar as diferenças regionais e
étnicas
falta de recursos para manter um estado de
permanente beligerância
atraso tecnológico
excesso de burocracia
baixa produtividade
escassez de produtos
inflação e corrupção
O fim da URSS provocou um abalo nos partidos de esquerda do
mundo todo o redimensionamento das forças internacionais
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10. Toda essa explicação a respeito do marxismo se faz
necessária por diversas razões :
1.
A sociologia se confundiu com o socialismo em muitos
países, em especial nos países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento. Nesses países, intelectuais e líderes
políticos associaram de maneira categórica o
desenvolvimento da sociologia ao desenvolvimento da
luta política e dos partidos marxistas. A derrocada do
império soviético foi sentida como uma condenação
quase como a inviolabilidade da própria ciência.
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2. A teoria marxista transcende o momento histórico no
qual foi concebida e tem uma validade que extrapola
toda
iniciativa concreta. É preciso lembrar que a ausência
da
propriedade privada dos meios de produção é
condição
necessária
mas não suficiente
da sociedade
3. Também
é improcedente
confundir
a ciência
comcomunista
o
teorizada
por Mar
ideário
político
de qualquer partido. Pode haver
integração entre um e outro mas nunca
identidade.
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4.
É preciso entender que a história não termina em
qualquer de suas manifestações particulares, quer na
vitória comunista, quer na capitalista. Assim em termos
científicos e marxistas, é preciso voltar o olhar para a
compreensão da emergência de novas forças sociais e
novas contradições.
5. Hoje se vive nas ciências um momento de particular cautela.
Após dois ou três séculos de crença absoluta na capacidade
redentora da ciência, em sua capacidade de explicar a
realidade, já não se acredita na infalibilidade dos modelos.
Não poderia ser diferente com as ciências sociais que, do
contrario,adquiriram um estatuto de religião e de fé, uma vez
que se apoiariam em verdades eternas e imutáveis.
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6.
O fim da União Soviética não significou o fim da historia
ou da sociologia, nem o esgotamento do marxismo
como postura teórica. Nem terminou, com a derrubada
do Muro de Berlim, o ideário de uma sociedade justa e
igualitária. O que é preciso fazer é rever essa sociedade
cujas relações de produção se organizam sob novos
princípios : enfraquecimento dos Estados nacionais,
mundialização do capitalismo, formação de blocos
econômicos, organização política de minorias étnicas,
religiosas e até sexuais, entendendo que as
contradições não desapareceram mas se expressam em
novas instâncias
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