ALIAN~A NAT U R AL POVOS DAS COLONIAS,..... POVO PORTUGUES ( ••• )0 l Cl\Gl<CS SO i,L,\ FI WL\ \ S O U D ,\ li l tmA~) l~ TOTAL D.\ J•'H GLl .' IO t~ :>! ~ TOD:i 0 l-' OVO ~:0<, Hll3 1C.\.\ 0 C Ot-1 TO!) AS ,\S fO W, .-\ S t : L ~ I.UT t\ l•• l Oi',T IC\ 0 c :JLO,\L\Ll S~t o, H IP EH L\I I Si lO ( du t: t~.>..f'LOR ,\C :\n 1 ecl ara~ ~o Gcr a l DO lh': h ;~;-; f' !~ L O ll mll!;} l ( • • • ) do l l loo ~ r e Bs o ) CADERNOS '' 25 DE JUNHo:' • I ~ e, "(. •• ) f a c tor · d e term inau te da 1-'lt ua<,~ ~~ em !Jortugal e na s celenias e ceutiuua a s t!r, .a lut a d e e ll OSt"O.S pe v os, e • problema fundamental sem 0 qual iiC II hu ma s olu(f!l O se 'd l po ~s iv e l 0 da independeuC'ia des P• ves de ~ ·toc;amhiqu e, Augela, Gu i ••e - Hi s sau e I lhas de Cabo Verde, assiiii come as re stau t e s <· o lollia ::: portu g u e~as ." e (iu Declara c;~ o do l omit~ '•:x c < u ti \o u a em Prtugal aq ua uJo d{' 25 de ALH' l ll e "(. •• ) limite 0 col ouialu; rno , alismo, yue .sust e uta o pr· i me iro, 0 !•'l ~ I·:Lf.\.! 0 soiJre es acontecimentes e S l .S t craa lOlouial, ainda It imperiseL, do .tt e o iuimigo principal(. 0 . ) . " (.\g • s t i nh • ~e t • ) "( ••• ) es p •ves das , -ole u:uu:; s ao a rnqo~, "* ~ • •.d t.a des, camaradas de armas do pevo per tugue s . Os explo rado r· e s c op ress or es do povo pertugues sAo os mesmos yue e xp l oram e ·~pt· irn e m o povo c.:u l ou ial. Os pevos '~_s celen! as e o povo p ortug,u~ s 1 u tam l Oil t ra o '"e s l.i O iu imigo: • govern• fasc ista yue serve os mo u opolio s U<H.i ,;; ,ais e e E- t , ·augeiros( ••• )." (in 11 " ~ lo z r.tmlJ ique t.. o se-io do pov.o p or tll g U~ :-. mui tos a u o s H~ t ill h ct V ll . d o a mauifest~r a op os i~ ~ o e m 1 e l a ~ n o ~ guerra colouial. l:.!"t ;, op ol' i~a o <.· c es -(ente reflecte a to mada J e cou s <t. ih H · i a de que a opre ssa o do uosso p ov o, <-t s sim <.omo dos povos de A1.g o la, Gu i L•e - -H1 s sau e Ilh as J e tabo Ver de e s . To me e Princ i pe e out r a~ I ol ou ia ~ , nao be uef icia os intere s s eA d o p o vo p ort u gu&s,e de que a nossa luta arm a d a de l~bertas~o ' uma luta j~s ta pergue -~ nos uos ba temos e:.~~_! Lty u_2_~_!.~..?3_ ~?" 80S Jireitos fuud am e u t t11E a i llde pe u deuc ia e a 1 iberda d e. 0 pov o por t ugues que ja perdeu muitos Jos s eus ft.lh ns na guerra colonial de repressAo, <.om preende qu e esta guerra uar.t cor resp ou de a uefesa UOS seus it•teresses, lll dSsim aos Jas gra,,des < ompa~..hias mou opo listas portuguesas e estrangeiras yu; exploram o povo portugue s assim como os povos das col6uias. ~es te moment o, u&s saudamos o combate de todos os Je mocra tas a1,t i-fasc istas portugue s e s que <.orajosameute tomaram e coHt lu u dm a tomar posic;~es claras <.outra a guer ra <. eloui~l e pe la uossa iudepeudeuc'k. ~st~ tomada de couscieu<.:ia pois, efuvbll<imeiro lugar, determinuc; :io Jos uossos povos que uao exitaram em afron taros mais Juros sacrificios para cca7 quistar os seus direitos es&enciais ( ••• ) Jesde ha a ( •• 4i e, ).'' (Samora Ma<.-hel iu "A voz da Rev$lu~:id' uQ 21, Jau.-AIJril 1974) -1- Hevol u ti ou",uli 18, Maie 65) "( .• . ) Os joveus que se eugajaram 11a de ~tiuada a p~r termo a 48 a!los Je d i t aJ \I ra iu inte rrupta em Portuga i agitH,io uo ~>;ei • t i d o das aspirac;~es do pov·o por·tug u es a r ealiza~ao dos seus direitos legi ti mos ~ democracia, liberdade e indepeu: d e u < l<l r eal, sao OS mesmos joVehS que 1! va Jo s a ba ter-se coutra o nosso povo com p r ceHd(•cam lias colonias a injust1c;:a da gu e r r d e "' que estavam euvol vidos e a natu r ~ ~ d ~ o regime que os levava a Jar a su a v 1da pela defesa de iuteresses que e r am COil t ra r·ios aos interesSt!S do seu po-al~Jo VO , \ .- ) !~ant o povo moc;ambicano, sob a dire~ u a FRELIMO, a defiuic;ao cerrecta do iHim iQ...?. sempre coustituiu um prin<-lpie esse n l ia l: 0 inimigo do povo moc;ambii.<.:auo uao £_£ ovo portugues, ele pr5prio vlt! ma do fas <.ismo, mas o sistema colonial portug u ~s . E o pr&prio ex~r<.:ito portugu~s foi levado a compreeuder que uao defew.:liil os iuteresses do seu povo ua guerra colo uial ao seutir a desafeic;Ao cresceut~ da lilpinHio portuguesa em relac;Ao A guerru que tr ava 1.as <.olouias. sao & Se a uossa luta representou uma C'OU triiJuic;ao A luta do povo portugu~s con-tra o fascisme e para a couquista do seu dire ito a demo era cia a FRELHiO uao pode scnao felecitar-se de para iSSO haVer <.OU tribuido. • Mas, do mesmo modo 4ue u povo tem direito A independ~n~ia e A democracia uao podera negar ao po vo mo~ambicaue os mesmos direitos. ~ pol" esses direitos e lemeutares, mas t. essenciais, que nos batemos. Os objec tivos da FRELIMO sao bem claros: ~ i~ dependencia total e completa do pove;mo~ambi c auo, a liqu ida~~o do coloniali sm~ portug u~s. 0 povo mo~ambicano coustitui uma entida de distinta do po VO portugues, p ossui a sua propria pm. sonalidade pollti ca, cultural e soci: al que so pode ser realizada pela in~ depend~ncia de Mo~ambique. Nlo nos ~a temos para sermo s portugueses de pele preta. Bateme-u os para nos afirmarmos euquan to mo~ambicanos , sem que tal si guifiq ue contudo desprezo pelo povo portugues ou qualq uer outre povo. po ~t ugu~s A FRELHtO reafirma a este proposito o priucipio de cooperar plenamen te uuma base de independencia, igual: dade' resp eito e '-int e.resse mutuo com todos os povo s do mundo . I. '\:' Qualquer tentativa de il udi r -.q pr;o blema real so tera como censequencia 1 sar novos e eecusados sacriflcios . . &:u -. (. ~ A via par~~ a solu~ao do problema ~ claras reconhecer o direito do povo mo~ambicano a independ&ncia. Se porem o objectivo do golpe de es tado 0 de encontrar novas formulas pa: ra perpetuar a opresslo sobre o nosso po vo, que os governantes portuguesee sai-bam que se defrontatlo com a nossa firme determina~ao. 0 povo-ao~a•bicano ao Iongo de dez anos de luta heroica, conseotiu pesades sacrificios e derramou e san gue dos melhores doe seus filhos para de feDder 0 priucipie inalie~vel da sua sa berania como na~lo livre e independente7 e Nao poderemos_aceita r qu e a democra cia para o povo portugue's sirva como ~ertP,ra para impedir a independeuc ia nosso povo. Assim como a epoca de Caet~ ~0 demonstrou amplamente que nao exist• fascisme liberal, ' necessAria compree~ der ~~arameute que nlo h~ c oloniali$mo · democritico. ' co do mente que a defiui ~ao de mo~ambicauo uao corresponde a uma cor de pele ou origem racia l, &tu ica, religiosa ou outra: s ao membros de FRELIMO todoseas mo~amb icanos que ade rem ao seu progra ma de luta contra o c o lonialismo por: tugues/Pel a indepeude ncia de Mo~ambi que. A FRELIMO n~o uma organiza~ao racial,uao faz uma luta racial. Neste memento,que todas as for~as solidarias do povo ••~ambscano e dos po yos de Angola, Guine-Bissau e S. Tome p rincipe e Cabo Verde continuem a agir para qae seja reconhecido o uosso direi tio a independefi~ii c••pleta e pennane~am vigilantes perante quai:squer manobras visando blequear o processo da nossa li berta~ao total, vindas tanto da parte do governo portugues come dos regimes da ~ frica do Sul e da Rodesia racistas. - Os combatentes da FRELIMO n~o sa o profisSionais de guerra. Sao o povo m o~ambi ca no em armas. Sao, anteE de maiR, mil i tant e s po liticos que pegaram em armas p ara por termo A vioHhtcia quotidiaua da domina~fto, da ex plora~ae , da opre ssao colonial. Imperta ainda que aS forc;:asnque apoiam a uossa luta reforcem a sua ajuda em todos es plau~s aos movime nt og de li berta~ao para que se possam concretizar com o fim de colonialismo portugues, as aspira~&es des nossos povos que sao as de toda a Human ida de." Cabe ao gove ruo portugu~s t ira r completamenteas li~ oe s da experi~ n cia p assada e compree nder bern que so p elo reconhe cimenta do direito do pova mo~ambi cauo, dirigide p e la FRELlMO, seu aut@ntico e legltimb r epre sentante,l i udepend&ucia, se poder~ por termo A guerra. (De c lara~io do Comite Executivo da FRE LIMO acerca dos ac out ecimentos do 25 de Abril) A FRELIMO reafirma aiuda clara·.- e - 2- e "O fenomeno ueo-colonialista mostrou-nos que nao se p de duvidar da· rela~ao estreita que existe entre a nos•a luta e a luta da classe operaria internacional" "Apos a II Guerra ~lundial', o im perialismo entra numa nova fase; por um lado,adopta uma nova polltiT t:a de auxilio, concedendo a indepeu deucia aos paises ocupados,por ou-tro lado concen+ra os investimeutos prefereuciais nos palses europeus~ Esta atitude constitui uma tentativ<:~ de racionalizac;ao de imperial'smo que provocara a prazo mais ou enos longo se e que ulo de sde ja reacc;~es do tipo nacionalista nestes mesmos paises europeus. Como vemos o neo-colonialismo (a que podemos chamar colouialismo raciondlizado) coastitui uma derrota ainda mais pa r·a a classe operaria internaci onal do que para os povos das colouias. : -~ 0 colonial ismo; age dgora em du as frentes ao mesmo tempo: em 1fri: ca e na Europa. 0 intuito essencial do auxllio que ele nos concede 0 de criar uma falsa burguesia d~sti uada a travar a revolu~ao e o de alargar as possibilidades desta bur guesia para que ela se comporte como neutralizante. Quanto aos investimentos d& capitais no Ocidente (Franc;a, Italia, etc.) visam, na nossa opiniAo, o deaenvolvimento e a consolida~io da aristocracia operaria e 0 alargamento do campo de ac~ao da pequena burguesia, seguindo-se em consequ~ncia um not&vel atrazo da revoluc;ao. e Considerand"o yue os problemas deve ser analizados nesta perspectiva. afirmar mais uma vez que o imperialism ou "capitalismo em putrefacc;ao'', co mento para fazer e desfazer &etados; em seguida mata1·a os tahtoches, quando es~ tes se tornarem inGtei , e t:riara, se f&r caso disso, um social~_2~o que aiguns se apressarAo a chamar u o-coloniali mas e preciso -nos'que nao se pode duvidar da rela~ao e a luta da classe opera ria in te ruac.io.-. nal; mas antes de ence ~Ao 11 uaaa aproxi a-4! entre o nosso caape inato e o m vi- manto operari o internacional, impunha-se primedro tentar multiplicar os contact's entre este ca pesinato e os nossos proprios assalariados. A nial si~ao itua~ao colo- jA antiga da A erica Latina e a do proletariado oorte-americano lustram bem a aus~ncia p~ ! de tais contactosr tar contra o inimigo comum; ser6 a melhor prova de solidari- -3- ostrou estreita que existe entre a nossa luta encontrar .• meio e a forma de lu- edade que nos podeis dar." o. I 0 fenomeno neo-colonialista digo de armas na mAo, uao digo de que modo, porque o proble- e vosso, o fim de se perpetuart utilizar& ~o inst~ "Na Guiue nos lutamos de armasua mao; lutai, tambe• vos, naG ma Qu~ri "Pensain.o s tambem que a esquerda eu . rOpeia~ OS IROVimentos operarios as sua~ re sponsabilidade s 'i~•te lectuaiis 110 tua~ao tudo de ~~~ concrete nos paises do t~'rce iro mu1!do \ • •• ) • Queria, para conclu ir , a crescen- c oncreta dos uossos paises. buto necessaria, porque uos faltam instr~meutos para a nossa pr&pria analise. Alem disso, impoe-se apo! ar materialmente os lib er ta~ao movimento~ de auteuticamente revoluci. onarios. Em res umo: estudo e anali dos movimentos, luta por todos • Q que possa ser utilizado para a re- e venda de armas, etc. Queria, por po~ tugueses armas ita liauas, sem falar, uaturalmente, da s armas fraucesas. ~ preciso ainda desmascarar coraj~ samente tod os os meios de libertanacional submetidos ao imperiCreio tambem que sio a esquerda e movimeutos operarios internac ionais que devem ~~o uacional. Das duas uma, ou admiti- mos que cada um esta inte ressado na lu ta contra o imperia i ismo , ou recusamos admiti-lo. Se e verJade~~omo tudo le- va a crer, que existe o imperialismo 80 •esme tempo, do•! nar a classe operaria mundial e abafar liberta~Ao nacioual ver nele wa inimigo comum c ontra o qu.-1 temos de lutar em conjunto. exemp lo, que os amigos italiauos alismo ( ••• ). ternacionais e a nossa luta de liberta dos paise& subdesenvolvidos, devemos expedi~Ao que apreeudemos aos edade eutre os movfmento s operarios i~ os movimentos de pressao contr~ o&noss&s povos: Penso e m particu lar na tar algumas palavras sobre a solidari- cujo objectivo e, • os me1os poss1ve1s contra tudo o soi.H~ssem e estudo e na analise da ~i Trata-se precisamente de um cor.tri ~ao a cti. vidade milita nte simultane amente de t!"S iat e rna cionais deveriam reconhecer ~e um~ 4ue e In se dev e p re parar para ,. cham ~ r ~ t vlo dis cutir longamente sobre a solidariedade pois que de facto se trata de luta~ Guine nos lutamos ~e armaana mao; lutai tambem vos , nlo digo de araas na mlo, nio digo de que modo, porque o problema e voseo; aas e preciso encon- trar o meio e a forma de lutar contra o inimigo comum; .ser~ a me;lhor fc.[!aa de solidariedade que nos podeis dar. resp onsabilidade os Estados que Existem naturalmente outras for- r eivindi cam o socialismo, e denun ciar abertameute todos os Estados mas secundarias de sol idariedade: publica~lo ueo-colonialistas. de artigos, envio de medica- mentos, etc.; Posso-vos agsegurar que • Pe nso que e bom lembrar a eEt- querda oc , de ntal, e mais particularmen te a o s seus elementos joveus, se um doe vossos paises conseguir tra var uma luta consequente - e 1!5e, amanhl, na Eurepa, vos encontrar-des ea confli . .. to aberto contra o imperialismo, tam- -4- ' I bern uos vos euvi a r e mos medicameu t os. o u nao uma f o rmu d e l u. ta : so pe dillios' ·<Tne Mas tamb ~~ ai c abe a v6s decidir se n unc a ·se cozr;fuada estra tegia ge ral de a coexist~ucia p a~!fica representa lt¢-a e tactica ''oe luta . " ('Amil car Cabral iu 'fexto s Politicos) .~· ,·· ~~ ;. ' ' - • ' ' -~··~ :· - ' r" 1 . •• • ~·• - • • ~ ' •• • MENSAGEM AOS SOLDADOS e destiuada Esta me iisagem - aos soldad o s portugue ses , aqueles soldados que vieram de longe, de muito Ionge, de outro c o ntinente. Invadiram as nossas terras e estao a matar o nosso povo, a queimar os uosso8 c ampos, a violar as nossas irmas. SOLDADO PORTUGUES, quere mos d i zer-te que o que t u esta s a fazer t o, e desumaJ.. o, e cruel , e e mal fei crimiuo so . Peusa bern: se ll~S sa issemos da UOESa ter ra, da Africa e fossemos ibvadir a tua terra na Europa, como e que tu te senti rias?( ••• ) Acei tarias tu ser humilhado, batido, rouba do , acorr entado, sem te revol tares? NAO, tu u ao a gir i as assim, tu haver ias de pegar em armas e lutar con tra o invasor . Os teus autepassados fizeram isso quando fo ram invadidos pel OS a rab es t pel OS espauhois , pelos fra11C eses, ele S l utaram heroic ameu te para de fenderem a s ua e independ~ncia, iss o pre cisamente 0 re cusaram submeter -se a urn poder estrangeiro. C que estamos a faze r, •• ) ( • •• )~tempo de fazer urn exame de con:Sci~ncia. Tu es ho mem como noe, tu nao ~ a sceste criminoso: sao aqu ele~ ~qu e te ma n daram para a guerra que te tor- naram crimino s o. qpovo port ugu~s, o teu povo, e honesto e tra balhador , nAo e urn povo de as sassinos. ~ 6s s a bemos isso. P o rque entl o tu vens matar o nosso p~ - 5- l/. "! -.Tlido· que queremos e viver em paz ~ na uossa te rra af rh·a.na' como donos da nossa te rra. Temos esse direi to. ( ••• ) ( ••• ) E para que e que tu lutas? Disser~~-te 2J,le {tu vinhas defender a tu a Patria, IJ!as a tua Patria & Portugal, n~•.f!! Mo~ambique '~ nem Angola, nem a Gui- ne. e Cada um destes paises • . uma patria diferente da tua, tradi~~es tee com cost umes,e • COil um povo diferen- e historia .diferentes. Viste algum ou angolano,ou guineense amea~ar a tua verdadeira Patria, que mo~aabicano e Portugal?( ••• ) ( • •• ) cic Unica razAo que leva Of! dirigentes do teu pais a fazerem a guerra contra nos, ~ que ele~ nAo querem · devolver-nos as riquezas que nos foram roubadas ha muito tempo. Talvez nao saibas, SOLDADO PORTUGU&s, mas a verdade e que Port.ugal e governado por uma minoria de 27 famllias. Essas 27 rfamllias controlam todas as riquezas de Portugal e das colonias. Elas silo donas das ter ras, das fabricas, das minas, do comerci~.o resto, a quase tot~iidade do povo portugu@s vive na miseria. Nlo precisamos de dizer, tu sabes melhor que nos ( ••• ). E n!o roubam e explQram s8 o povo>l#portuguas: eles estendem esse roubo - aos nossos povos, a Mo~ambique, a Ango~, ~ Guine. E agora que os nossoa povos decidiram dizer BASTA ~ A !opress!o ~ e explora~lo, . eles enviaram-te a ti, SOLDA DO PORTUGUtS para defend~res para ele~'as riqueaas Porque, de fa cto, o que e que da nossa terra. tu lucra<t das riquezas de Mo~ambiqu.e,? Nt\DA', absolmtamente nada.( ••• ) sAo os grandee capitalistas que ap~aveitam . Eels n3o v3o para a guerra, ficam em Lisboa ou em Louren~o Marques, em seguran~a, e mandam-te a ti para o mato, oude a morte te espreita em cada arbusto( ••• ), so para salvaguardar os interesses dos grandee capitalistas( ••• ). ' ( ••• ) SOLDADO PORTUGU£8, nos nao queremos influenciar-te a tomar uma decisa9( •• • ). Se achas que estas a fazer bem, fazendo a guerra, assassinando o nosso povo, entao continua . Masse, segundo a razlo e a justi~a, compreendes que a luta que estas a travar e in)usta, e o imoral, e queres p&r termo a ela, ent ao deserta pa ra acolheram-se t a 0 nosso lado. protec~ao Ja varios soldados portugueses desertaram e da FRELIMO( ••• ). esta a nossa politica: acolher como nossos irmaos , como nossos aliados, os soldados portugue s es que deserta r am e que, por esse acto mostraram ~. polltica op~r-se colonial, contra o nosso povo( ••• ) ( • •• ) Numa reunia o coqa o povo, ha pouc.;_s semanas, o Presidente da FRELIMO disse: " Se algum de voces maltratasse um soldado portuguOs que desertou ou se rende u, isso seria um crime tao graAde como matar ou maltratar um camar ada, um irmao n o sso!' Tam bem nos nunca definimos o iuimi go p ela ~ or. da pele, ou pela origem , ou nac i onalidadeo Ha pretos qqe ~ lutam c ontra nos ao lado dos colonialistas. A c Qr da pel e, p ortanto, nao "Pede ser criterio para defini~ao do inimigo. »> Acerca de refractar,ios sabe-se q~ em 1970 pcfra 91000 chamadas a inspec~!o militar fa~taram 25%, isto e, cerca de 28800. So em Fran~a havia em fins de 1971•60000 refractarios e 10000 desertores dec l arados. Americo Neves de Sousa- 28 anos,e- xerceu as profissUes de sapateiro e de alfaiate. Emigrou ilegalmente ra Fran~a p~ aos 18 anos, tendo sido ColOcado em ~tueda, deserta pelos maus tratos de que era objecto no exercito portugues. "Desertei do posto de Mueda. Os incorporado no exercito colonial q~ soldados sao tratados c ~~6 caes. Eu de ando regressou. Esteve na Guim! e sertei tambem por causa da maneira co- em Angola antes de ir para que (Nampula e a tregou-se ~~o~ambi , depois, Mueda).En- FR&LIMO em ,Outubro de mo~ambic~ • o eu via ser tratado o povo ·no .( ••• ). Uma das coisas que mais .me revoltava era ver ba t er n um mo~ambicam so porque nAo fa lava portugu~s( ••• ). F! 1968. "Desertei porque estava consci ente de que a guerra , nos nlo temos 0 e tlesumana ,que - direit9 de lutar con quei surpreendido ao chegar aqui, pois. ~ esperava encontrar russos, chineses, banos, argelinos, tanzauianos como os tra um povo que qucr a sua liberda- oficiais nos tinham dito em Mueda. E- de. Desertei tambem porque era tra- les diziam que as ,dificuldades da guer tado como um escravo n o exerc it o p~ ra prov&m do facto de haver estrangei- tugues: ja la estava ha 8 auos( ••• ) ros a combater ••• se fossem so mo~aabi Sci que algumas pessoas me acusarao canos eles seriam facilmente dominados' - de ter traido: fui quem fui traido assim como e todo 0 povo portugu&s. Na caserna os oficiais costuma Jose Inacio Biseo Catarino- Cabo 2178, vam dizer que se alguem se perdesse desertou do exercito colonial fascis- no mato,estava perdido: morria de ta. Nasceu em ~vora a 7-5-43. Trabalha fome e sede ou seria morto pelos dor rural desde "bandidos da FRELIMO". que frequentava a escola primaria. crian~a ao meSIIIo tempo Aos 11 anos teve de deixar de estudar e arranjar emprego como pastor Manuel de Jesus Santos- 22 anos,~ de um~latifundiario que ~ Lhe dava a- ceneiro como o pai, foi incorporado limenta~ao. aos 19 anos . ~ mobilizado para Mo- mo aprendiz de mecani c:o. co_m o salario ~ainb.,:i. que de 25$00 por di.a , tralw:l,&a 7 anos coaa e promovido a cabo, tendo sido despromovido por indisciplina. -7- Aos 14 anos o mesmo pagamento. eaaprag~u Raz~es da co- deser~lo: "Desertei poque noq_,portugueses,to- 2 PRISIONEIROS mamos pela for9a uma terra que pertence ao Povo africano. Agora eles Joao Borges Gomes - 22 anos.Freque~ querem a sua terra. Porque e que ha tou e escola ate aos 13 anos e vemos de combater contra eles? . pais trabalhou nos campos ate aos Eu de- nao pos,so combater ao lado dos por- 21, idade em que foi incorporado tugueses porque sei que eles estao Feito prisioneiro no Chai a fazer mal. Vi muitos dos meus gado, Mo9alt\bique), a 7 de Mar9o de 1969, na-sequencia de urn ataque da panheiros morrerem~, co~ todos eles mor- reram por uma causa que nao era a (Cabo Del Frelimo no pro~rio dia da chegada sua ( ... ) . Gostaria de ser capaz de ao aquartelamento. Sendo-lhe falar a todod o Povo portugues tado o que fazia em Mo9ambique, particular aos soldados e em dizer-Jh~ que o que os oficiais lhes dizem e pergu~ se tinha vindo defender o seu pais,re~ pondeu: "Nao, vim como vern todos OS mentira, que nos nao lutamos para soldados portugueses, obrigados!Nao defender Portugal mas para roubar a temos nada a defender aqui.Voces da terra que e de outro Povo. Que aqu~ FRELIMO defendem o vosso pais, les que lutam contra nos SaO OS ver 9ambique, lutam pela liberdade. Nos dadeiros donas da terra , que nao sabemos porque lutamos, recebe- que- rem retomar o que lhes pertence que 0 e Mo- mos ordens." unico caminho que podemos se- guir e evitarmos ser criminosos, e recusar lutar". Fernando Santos Rosa - 24 anos, ca- sado, urn filho. Apes dois anos ~ de escola . primaria trabalha como pastor Joaquim Morais - Capitao do exerci- e depois nos campos. Foge para to colonial portugues em Mo9ambique 9a em 1965 para evitar a incorpora- Comandava 166 homens. yao. Volta a Portugal a aalto "Porque desertei?: nao podia~ Fra~ por razoes familiares e de retorno a bedecer a ordens para queimar aldei Fran9a e apanhado pela policia esp~ as africanas ... nhola que o entrega Se se tratasse de defender PO£ ~s autoridades portuguesas. Fica preso e e depois tugal, eu fa-lo-ia · de foa vontade . incorporado. Vai para Mo9amb.i.que Mas em Africa nos nao defendemos e feito prisioneiro a 14 de Mar9ode Portugal. Trata-se sim de uma guer- 1969. e ra de agressao contra gente inocen- "Os of ici ais falavam-nos cons- te que nao quer aceitar a nossa cha tantemente da selvajaria da FRELIMO mada civiliza9ao . Os africanos Sabemos agora que isso e falso! tern 0 que defender-se.O governo portugues que e que OS soldados fere tanto Mo9ambiq ue como Portugal defendem aqut? Lutamos porque somos com esta guerra " . obrigados( ... )o que portugueses nos queriamos era voltar para as nossas familias ( ... ) .Isto aqui nao e Portugal!" -8-