Agência Estado 15/01/2015 FRETE: ABIOVE DIZ QUE TABELAMENTO É ABUSO DO PODER ECONÔMICO E ESTUDA MEDIDAS LEGAIS São Paulo, 15/01/2015 - A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou comunicado nesta quinta-feira repudiando a criação de uma tabela de preços mínimos de frete da safra 2014/15 pela Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC). De acordo com a associação, o balizamento "contraria a livre concorrência por tentar uniformizar preços dos fretes rodoviários para a safra 2015". A Abiove disse ainda que estuda a adoção de medidas legais imediatas contra a ATC e demais responsáveis pela iniciativa para defender os direitos de suas associadas. "O tabelamento de fretes constitui crime contra a ordem econômica, pois contraria um dos princípios gerais da Constituição Federal, a livre concorrência. Trata-se de abuso do poder econômico por parte da ATC", afirmou a Abiove, acrescentando que a medida distorce as atividades de produção, transporte e comercialização de grãos. Na nota, a associação defende que o balizador não é um critério de custo, mas apenas um tabelamento de preços, que não diferencia o serviço por tipo de veículo e condição da via trafegada, entre outros fatores. "Prejudica e desvaloriza o pequeno frotista que consegue, em muitos casos, gerir melhor seus custos do que o grande transportador, visto que este precisa de uma estrutura maior para gerenciar sua frota e tem mais dificuldades para otimizar volumes de retorno." A Abiove afirma ainda que cabe aos transportadores e motoristas autônomos decidirem o preço a ser cobrado de seus clientes, tendo como base os custos e o quadro de oferta e demanda. "A Abiove repudia qualquer tentativa de cartelização do mercado." O Broadcast antecipou, em 19 de dezembro, que transportadoras de Mato Grosso decidiram adotar uma tabela de preços mínimos para o escoamento da safra 2014/15. O diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas do Estado (ATC), Miguel Mendes, argumenta que o objetivo é evitar perdas registradas em 2014, quando os preços praticados não cobriram o custo operacional.