www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. 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Paulo Henrique Fonseca da Silva; Adão José Rezende Pinheiro; José Carlos Gomes; June Ferreira Maia Parreiras; Maria Cristina Alvarenga Viana Mosquim; Mauro Mansur Furtado 2 . .. .......... .... ...... ... ... .... .. 3 .... ....... Desen volvimento de mC?to dologia analítica para avaliação de p r oteólise em queijos. "Developrnent of analytical procedure for evaluation of proteolysis in cheese." Paulo Henrique Fonseca da Silva; Adão José Rezende Pinheiro; José Carlos Gomes; June Ferreira Maia Parreiras; Maria Cristina Alvarenga Viana Mosquim; Mauro Mansur Furtado ............................................ 15 3 Isolamento, caracterização e identificação de lactococcus laétis subsp. lactis varo diacerylactis. "Isolation, characterization and identification of Lactoccocus Lactis subspecies lactis varo diacerylactis. " Antonio Hamilton Chaves; Adão José Rezende Pinheiro; Magdala Alencar Teixeira; Mônica de Oliveira Leite .................................................................................................................... 30 4 Queijos em embalagens com atmosfera modificada. "Cheese in modified atmosphere packaging systems." Rosa Maria Vercelino Alves ........................... . ............. .................................. .................. 36 5 O uso de lipase na fabricação de queijos. "The use of lipase in cheeses processing." Geo Kardelj Múcio Mansur Furtado; João Pedro M. Lourenço Neto . . .....: ......................................................... 45 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" - Jui.� de Fora - VoI. 50 (295); 1-49 - Set/Out de 1995 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS Centro de Pesquisa e Ensino Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" Revista Bimestral Endereço: Revista do Intituto de Laticínios "Cândido Tostes" Te1.: 224-3116 - DDD: 032/ Fax: 224-3113 - DDD 032 Cx. Postal: 183 - 36.045-560 - Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5): 2-49, 1 995 Pág. 2 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG- Pág.3 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5): 3 - 1 4, 1 995 DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA ANALÍTICA PARA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CASEÍNA EM LEITE(*) . DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Development of analytical procedure for determination of casein content in milk Comissão de Redação Paulo Henrique Fonseca da Silva (**) Gabriel Ferreira Bártholo Adão José Rezende Pinheiro (***) José Carlos Gomes (****) Ana Amélia Paolucci Chefe do CEPE/ILCT June Ferreira Maia Parreiras (****) Antônio Carlos Savino de Oliveira Renê dos Santos Neves Maria Cristina Alvarenga Viana Mosquim (****) Braz dos Santos Neves Mauro Mansur FuÍ"tado (****) Edna Froeder Arcuri Editor RESUMO Eduardo Hargreaves Surerus Geraldo Magela Carozzi de Miranda Fernando Antônio R. Magalhães Revisor Técnico Heloísa Maria de Souza Otacílio Lopes Vargas Luiza C. Albuquerque Maria Cristina D. Castro Área de Divulgação/Redação Luiza Carvalhaes de Albuquerque Otacílio Lopes Vargas Foi desenvolvido um método baseado na reação com formol para determinação de caseína em leite. O método apresentou limite de detecção compatível com a utilização em análises de rotina. A técnica analítica é simples e rápida, empregando material de uso comum em laboratórios de controle de qualidade. O método para determinação do teor de caseína baseado na reação com o formol é aplicável a leites individuais e de conjunto, independentemente da composição diferir em função da raça, dos tipos de manejo e alimentação, do período de lactação e estação do ano, podendo ser utilizado em programas de pagamento de leite pela qualidade e na padronização da relação caseína/gordura em leite destinado à fabricação de queijos. Paulo Henrique F. Silva 1. INTRODUÇÃO Editóração Eletrônica apresentam baixa solubilidade a pH 4,6. São constituíd as de micelas d e 40 a 3 0 0 m m de diâmetro. As m i c e l a s são form ad a s por Templo Editoração (0 32) 21 3- 58 54 1.1. A Distribuição do Nitrogênio no Leite Impressão o leite bovino contém vários compostos nitrogenados, dos quais aproxim adamente 95% ocorrem como proteínas e 5 % como compostos Concorde Editora Gráfica Ltda (0 32)21 5-8 510 Juiz de Fora, Julho de199 6 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS nitrogenados não-protéicos. Em torno de 80% do nitro g ê nio protéico do leite constitui-se de nitrogênio caseínico e 20% de nitrogênio não caseínico (WALSTRA e JENNESS, 1 9 84). -EPAMIG- Diversos fatores influenciam a composição e a distribuição das frações nitrogenadas do leite Revista do Instituto de Laticínios IICândido Tostes, n. 1 - 194 6 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido Tostes",194 6 . bovino, tais como: temperatura ambiente, doenças do animal, estágio de lactação. número de parições, raça, alimentação e teor energético da alimentação (DE PETERS e CANT, 1992). v. ilust.2 3 cm n.1-19 (194 6-48),27 cm, com nome de Fe1ctiano, n.20-7 3 (1948- 57), 2 3 cm, com o nome de Felctiano. A partir de setembro de19 58 , com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes/l. 1 . Zootecnia - Brasil- Periódicos.2 . Laticínios- Brasil- Periódicos 1 . Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed. ISSN0100- 3 674 CDU 6 3 6/ 6 37 (81)(50) submicelas, grosseiramente esféricas, contendo agregados de várias moléculas de caseína, com a seguinte relação: [a. I:a. : ( � +'Y):k = 4: 1 :4 : 1 . 3 ], " "2 mantidas unidas por interações hidrofóbicas e pontes salinas.Fosfato de cálcio amorfo liga as submicelas entre si, com participação de ésteres fosfatos (W ALST RA, 1 990) . Desta forma, quase todas as regiões nas moléculas de caseína têm mobilidade restrita.A porção carboxi-terminal da k-caseína está, predominantemente, presente como filamentos flexíveis, orientados para o meio externo.Nem todas as micelas possuem k-caseína (WALSTRA, 1 990) . 1.3. A COAGULAÇÃO DO LEITE PARA·A FABRIC AÇÃO DE QUEIJOS 1.2. AS C AS EÍNAS As c a s eína s são um g r u po de fosfoproteína s específic a s do l e i t e que (* ) As micelas d e caseína são muito estáveis. A estabilidade contra a agregação é, primariamente, devida à repulsão espacial causada pelos filamentos Parte da tese apresentada pelo primeiro autor à Universidade Federal de Viçosa, como uma das exigências do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos, para obtenção do Título de "Magister ( ** ) ( *** ) (****) Scientiae". Professor da EPAMIG/ CEPE/lnstituto de Laticínios Cândido Tostes. Professor da Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Tecnologia de Alimentos Orientador da Tese. Professor da Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Tecnologia de Alimentos Membro da Banca de Defesa da Tese. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n2 295, 50: (5): 3- 1 4, 1 995 da k-caseína, além das cargas elétricas superficiais e da camada de hidratação (KIRCHMEIER, 1 973; WALSTRA, 1 990) . Os filamentos de diferentes micelas podem se tocar e conduzir à agregação, dependo de mudanças nas condições do meio. As ligações formadas podem ser pontes salinas ou, a altas temperaturas, ligações coval entes (WALSTRA, 1 990) . Para a fabricação de queijos é necessário desestabilizar o complexo micelar caseínico, o que pode ser conseguido por meio de enzimas proteolíticas, precipitação isoelétrica ou ação conjunta de ácido e calor (FOX, 1988) . Na coagulação enzimática, têm-se duas etapas: (a) quebra do macropeptídeo da k-caseína e (b) agregação das micelas de para-k-caseína recém formadas, se a temperatura e a atividade de cálcio forem adequadas. A quimosina (EC 3.4.23.4) atua sobre a k-caseína ao acaso, movimentando-se pela fase l íquida do leite e através da camada de filamentos, até encontrar um sítio vulnerável e com orientação correta. A hidrólise ocorre na ligação entre os aminoácidos fenilalanina (l05) e metionina ( 1 06) , e a seqüência de aminoácidos compreendida entre a histidina (98) até a lisina ( 1 1 2) garante a conformação espacial adequada (FOX, 1 989) . O efeito do cálcio na agregação é essencial e não parece ser devido à diminuição de cargas, mas à formação das últimas ligações entre os agregados micelares (WALSTRA, 1 990) . A fração amino-terminal proveniente da hidrólise da k-caseína, denominada para-k-caseína, é insolúvel . na presença de íons cálcio, passando a fazer parte da estrutura do coágulo. A fração carboxi-termi nal, genericamente denominada caseíno macropeptídeo, é solúvel na presença de íons cálcio, sendo perdida no soro (FOX, 1991). 1 .4. A IMPORTÂNCIA DAS C ASEÍNAS PARA O RENDIMENTO DA F ABRICA çÃO E PADRONIZAÇÃO DE QUEIJOS A fabricação da maioria das variedades de queijos envolve, essencialmente, a concentração das caseínas e da gordura do leite, de 6 a 12 vezes, dependendo da variedade (FOX, 1 98 8 ) . A concentração é obtida por meio de coagulação, dessoramento, prensagem e desidratação durante a salga e maturação do queijo. Diversos fatores afetam a transição das proteínas do leite para a coalhada, principalmente o corte. A média de aproveitamento das proteínas do leite na coalhada é de 75 % , e para o queijo Prato pode chegar a 80 % . O aproveitamento da caseína é em torno de 94% (FURTADO, 1 990). A caseína e o cálcio são os principais constituíntes do leite responsáveis pela formação da estrutura Pág . 4 do coágulo, portanto, aumento do teor de caseína no leite favorece a obtenção de maior rendimento na fabricação de queijos. No Brasil, a padronização do l eite para fabricação de queijos baseia-se no teor de gordura, entretanto, a padronização apenas do teor de gordura não garante a padronização do produto final, visto que a composição do leite é variável, especialmente quanto aos teores de gordura e caseína. Também não é adequada a padronização do teor de gordura em relação ao teor de proteína total do leite, pois as soro-proteínas apresentam baixa retenção na coalhada e o teor de caseína varia ao longo do período de lactação. WALSTRA e JENNESS ( 1 984) encontraram baixo coeficiente de correlação (0,44) entre os teores de gordura e proteína durante a lactação. Os melhores resultados são obtidos com a padronização do leite com base na relação caseína/gordura (FURTADO, 1 990) . A utilização da relação caseína/gordura tem sido recomendada para padronização do queijo Prato, considerando-se as diferenças na composição do leite que se verificam no Brasil, por exemplo, entre junho (período de estiagem) e novembro (período de chuvas). É provável que, na maioria das vezes, esta relação no leite para fabricação industrial do queijo Prato esteja entre 0,71 e 0,77 (FURTADO, 1 990). Segundo LELIÉV RE ( 1 983), variações na relação caseínafgordura afetam os teores de gordura no extrato seco e de umidade no extrato seco desengordurado do queijo, e a explicação para esses efeitos permanece incerta. Possivelmente, a gordura atua bloqueando interações entre moléculas de caseína, afetando a sinerese nos queijos. 1.5. MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE PROTrtNAS E DE CASEÍNA NO LEITE As proteínas lácteas têm sido tradicionalmente determinadas por meio do método de Kjeldahl, podendo-se diferenciar entre os teores de proteína bruta (nitrogênio total x 6,35), proteína verdadeira [(nitrogênio total nitrogênio não-protéico) x 6 . 35] e de caseína [(nitrogênio total - nitrogênio não-caseínico) x 6 , 3 4] (McKENZIE, 1 970; INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION, 1 980; CIMIANO, 1 982; SILVA e CARVALHO, 1993). O método envolve a oxidação da amostra com ácido sul fúrico e catalisadores, à quente. O nitrogênio presente é convertido em sais de amônio, os quais são alcalinizados pela adição de hidróxido de sódio, resultando na formação de amônia. Esta é destilada por arraste de vapor e recolhida em solução ácida contendo indicador. O sal de amônio formado é Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n2 295, 50: (5): 3- 1 4, 1 995 titulado por uma solução volumétrica ácida. A quantidade de solução ácida gasta na titulação é proporcional ao teor de amônia, que, por sua vez, representa o teor de nitrogênio na amostra. Par� determinação do teor de proteína ou de nitrogênio não-protéico, multiplica-se o teor de nitrogênio encontrado por um fator de conversão específico (SILVA e CARVALHO, 1 993). O método de Kjeldahl apresenta dificuldades tais como: (a) longo tempo de análise; (b) dificuldade de separação das proteínas de outros compostos nitrogenados; (c) impossibilidade de adoção de um fator de conversão universal; e (d) obtenção de uma digestão rápida sem perda de nitrogênio (WALSTRA e JENNESS, 1 984; SILVA e CARVALHO, 1 993). O método de Kofranyi pode ser empregado para a determinação de proteínas no leite pela estimação do teor de nitrogênio amídico (aproximadamente 1 mol/kg) destilado de uma solução alcalina. Comparado com o método de Kjeldahl, este procedimento tem o inconveniente de determinar os componentes nitrogenados amídicos, que são muito menores e mais variáveis do que o nitrogênio total das proteínas (WALSTRA e JENNESS, 1 98 4). Existem v ários métodos colorimétricos para a determinação de proteínas no leite, como os métodos de Nessler, biureto, Folin e indofenol. A intensidade das reações variam em função da presença dos grupos funcionais env olvidos, como os grupos aromáticos das cadeias laterais das proteínas, fazendo com que estes métodos sejam indicados para determinações rápidas, mas sem alta exatidão ( C OOPER, 1 977; WALSTRA e JENNESS , 1 983). Fotocolorímetros (Pro-Milk, Prot-O-Mat, Udytec) têm sido empregados para medição da intensidade da reação das proteínas lácteas com corantes. As proteínas individuais diferem nas suas capacidades de fixação de corantes, portanto, o resultado é dependente das proporções das proteínas presentes (CIMIANO, 1 982; WALSTRA e JENNESS, 1984). As caseínas e as soro-proteínas desnaturadas precipitam com a saturação do leite com cloreto de sódio. No filtrado resultante , as caseínas precipitam pelo diferencial de solubilidade em relação às soro-proteínas. Este método tem sido empregado visando o controle de qualidade e classificação do l eite em pó (WAL STRA e JENNESS, 1984; VARGAS e SILVA, 1 993). A precipitação fina das caseínas em leite desnatado altamente diluído com água bidestilada permite a determinação do teor de caseína no leite "in natura" pelo método gravimétrico. O método não é aplicável a leites termo-processados, os quais apresentam uma fração de s oro-proteínas co- Pág. 5 precipitadas tanto maior quanto maior for a intensidade do tratamento térmico (VARGAS e SILVA, 1 993). A determinação dos teores de fósforo no leite por meio da incineração da amostra a 550QC, reação com hidrazina-molibdato e medição da absorvância a 700 nm permite a determinação indireta do nitrogênio caseínico no l eite. O nitrogênio caseínico dividido pelo nitrogênio protéico, determinado pelo método de KjeldahI, fornece o número de caseína, o qual pode ser correlacionado com fraude de l eite pasteurizado com soro de queijos (FURTADO, 1 989). A eletroforese é útil para a quantificação das frações individuais das proteínas do leite. O método, embora permita uma quantificação satisfatória das caseínas com boa sensiblidade, não tem sido empregado pelas indústrias de laticínios (WALSTRA e JENNESS, 1 984; CARPENTER e BROWN, 1 9 85) . CIFUENTES et alii ( 1 993) demonstraram as vantagens da eletroforese capilar, usando tampões contendo aditivos poliméricos (PEG 8000), para a análise de proteínas do soro. Foi desenvolvido um método baseado na determinação da fluorescência (radiação de comprimento de onda entre 340 e 350 nm) emitida pela amostra. O método tem como inconvenientes a necessidade de uma grande diluição e a dificuldade de se evitar a presença de interferentes, além da pouca inclinação da curva padrão. Desta forma, pequenos desvios na medição pa fluorescência geram grandes erros na determinação da concentração protéica (WALSTRA e JENNESS, 1984). Embora a absorção de radiação ultra-violeta a 280 nm pelas cadeias aromáticas laterais das proteínas seja uma propriedade conhecida, não se tem nenhum método de análise adequado desenvolvido para proteínas lácteas (WALSTRA e JENNESS, 1984) . Nas proteínas lácteas, a ligação nitrogênio hidrogênio da ligação peptídica absorve radiação el etromagnética a 6,465/-1m (WOLFS CHOON POMBO et alii, 1 98 3 ) , permitindo a sua determinação por espectrofotometria infra vermelha. Existem vários equipamentos de análise automática de constituíntes do leite baseados na espectrofotometria infravermelha, como o Milko Scan (Foss-Eleric) e o Dailab IR-2000 (Dairy Lab), e todos apresentam alto· custo e necessitam de calibração periódica com os métodos de referência (BARBANO e CLARK, 1989: INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION, 1 990). A crom atog rafia de troca i ônica em colunas de DEAE-celulose ou hidroxiapatita e a filtração gélica permitem a s eparação das caseínas individuais e das soro-proteínas, respectivamente (WA L S T RA e JENNESS, digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5): 3-14, 1995 Este método é o que apresen�a me�hores resultados para separações de protemas, �nclu . sive de al gumas modificações genettcas (GONZALEZ-LLAMO e� al, H 1?9 O). : A separação de ammoacldos e, usualme�te feita por cromatografia líquida de alta resoluçao, em colunas de fase reversa. A detec� ão dos . aminoácidos requer a preparação de denvatlvos detectáveis por espectrofotometria ultra-;� oleta ou fluorescência. Aplicações práticas na anahse de . caseínas são a detecção de misturas de leItes de diferentes espécies e a análise de peptídeos originados da proteólise da caseína (GONZALEZ LLAMO et alii, 1990). HOLLAR et al �i (�9�l) demonstraram a aplicação da cromatografla h�U1da de alta resolução para proteínas, empregando tr , .oca catiônica para separação de modificações genetlcas da B-caseína. . Algumas proteínas l ácte�s individu�ls podem ser determinadas m edIante re�ço�s imunológicas quantitativas, para as quaIs sao . necessários antissoros específicos produzl �OS por animais de experimentação. Tem-se 0btIdo . êxito na determinação de a.-Iactoalbumtna, B l actoglobulina, albumina do soro, imunogl obulinas, proteínas de col ostro (WALSTRA e JENNES S , 1984; KIRIAMA et alii, 1989; M AR C H AL et alii, 1991) e na detecção da adulteração de leite de ovelha com l eite de v aca (ARAND A et aW, 1988) . A apl icação de métodos imunológic o� para a , análise de caseína tem encontrado dIfIculdades na preparação de antissoros com especificidade e potência suficientes (WALSTRA e JENNESS, 1984), e os melhores resultado� f�ram obtidos com o método de "immunodottmg (ARANDA et alii, 1988). . O método de formol é baseado na medlçao do reação pela dos prótons l iberados formaldeído com os grupos amino das ca,deias l aterais das proteínas, s endo um � etodo indireto, porém bastante fácil, para estImar o teor de proteínas (RICHMOND e MILLER, 1906; W OLFS CHOON e VARGA � , 1977; WALS TR A e JENNES S , 1984). SteIgneg ger (1905), citado por RICHM, O � D e � ILLER (1906), definiu o "valor aldeldo �o leIte co � o . sendo a diferença entre a acidez ongmal do leIte 40%. formaldeído de e a acidez após a adição RICHMOND e MILLER (1906) demonst:aram que cada grupo amino presente nas moleculas de proteínas capaz de reagir com o formaldel'd o corresponde a um moI de protóns e que a r�aça� em presença de e xcesso de formal deldo e provav elmente completa e muito rápida. R ICHMOND (1911) avaliou o grau de exatidão com que proteínas podem ser estimadas 1984). _ _ Pág. 6 no leite pela reação com o formol, concluindo que o método é muito rápido e apresenta a l� es�a ordem de exatidão dos métodos de determmaçao de gordura por centrifugação. PYNE C1?3?) recomendou a utilização de oxalato de potasslO, objetivando eliminar o efeito da prec�pi . fosfato de cálcio coloidal durante a tltulaçao da amostra além de facilitar a detecção do ponto final, p�r eliminar o esmaecimento da cor rósea formada. O mesmo autor estabeleceu o valor 1,74 como fator de conv ersão de mililitros de hidróxido de sódio para percentual de proteína no leite, e 1 ml de hidróxido de sódio 1 mol/l equivale a 1,926 g de proteína. WOLFS CHOON e VARGAS (1977) estudaram a aplicação do método de formol para determinação do teor de proteína no leite cru e pasteurizado, encontrando uma alta correlação com o método de referência (Kjeldahl). Segundo os autores, o método apresenta baixo �usto,. rápida execução e aplicabilidade às indústnas de laticínios . WOLFSCHOON e LEITE (1977) desenv olv eram um método de formol para determinação do teor de proteínas em soro de queijos, com alto coeficiente de correlação com o método de Kj el dahl e encontrando fator de conv ersão correspondente a 1,175, pa: a conversão de mililitros de hidróxido de sódIO O 0984 molfl para percentual de proteínas do s � ro. LOURENÇO e WOLFS CHOON (1982) av aliaram a exatidão da deter�inação v olumétrica de caseína no l eite, utilizando a reação com formol , sem separação prévia da caseína . Os autores consideraram o percentual de caseína constante no teor de proteína bruta e trabalharam apenas com leites de conjunto, o que desfavorece a utilização do método pel as indústrias de l aticínios . R OEPER (1974) demonstrou q u e a' relação entre caseína e proteína no l eite v aria considerave l m e nte . ., durante o período de lactação, tornando mVlavel a adoção de um fator de conversão do teo� de . proteína para teor de caseína, quando se utlhza o método de formol . FURTADO (1989) verificou que teor relativo de caseína na proteína apresenta variação sazonal . O objetivo do presente trabalho foi desenvolver uma metodologia analítica para a determinação do teor de caseína no leite, por �eio da estimativa dos prótons liberados a parttr da reação do formol com os grupos a�ino 1iv �e� das . moléculas de caseína, após separaçao lsoeletnca e ressuspensão por elevação do pH. Procurou-se obter um método simples, barato e confiável, que possa ser utilizado pelas indústrias de laticínios em programas de pagamerit� de lei�e pela qualidad� e na padronização da relaçao casema/gordura do leIte para a fabricação de queijos. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO O método baseado na reação com formol ' para determinação do teor de caseína em leite foi desenvolvido no Laboratório de Análise Físico Química de Alimentos, do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa ( V içosa, MG) . Foram empregadas amostras de leite provenientes da Usina-Piloto de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizados soluções, reagentes, vidraria, equipamentos e utensílios normalmente encontrados em laboratórios de controle de qualidade de indústrias de laticínios. 2.2. COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE ANÁLISE Foram analisadas 16 amostras de l eite provenientes do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Coronel Pacheco, MG) e da Usina Piloto de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa (Viçosa, MG) . Procurou-se obter leites com diferentes teores de caseína, a partir da seleção de leites individuais e de conjunto que apresentass em v ariações na composição em razão da raça, do manejo, da alimentação, da idade e do período de lactação. Foram realizad as determinações em duplica ta do teor de caseína nas amostr as, empregando-se o método de formol desenvolvido neste trabalh o e o método de Kjeldah l (ASS O CIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEM ISTS, 1984), como método de referência. Para a conver são do teor de nitrogê nio caseíni co determ inado pelo método de Kj el dahl para percentual de caseína , utilizou -se o fator 6,34 (KARM AN e V AN BOEKE L, 1986; VAN BOEKEL e RIBADEAU-D UMAS, 1987). Foi calculado o fator de conversão de mililitros de solução de hidróxido de sódio para percentual de caseína, pela relação entre os teores de caseína determinados pelo método de Kjeldahl e os resultados da titulação pelo método de formol . Os dados obtidos foram analisad os por meio do teste t, considerando-s e um modelo de delinea mento em compa ração paread a (MILLER e MILLE R, 1988), e do coeficiente de correl ação linear entre os método s. A precis ão (repeti bilidad e) dos méto dos foi estimad a por meio do cálculo do coeficiente de varia ção das diferen ças entre duplica tas (KRAMER e TWIGG, 1982). 50; (5); 3-14, 1995 Pág. 7 2.3. AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE CASEÍNA E PROTEÍNA BRUTA Foram determinados os teores de nitrogênio total nas amostras, em duplicata, pelo método de Kjeldahl (ASSOCIATION OF OFFICIAL ANA LYTICAL CHEMISTS, 1984). Para a conversão do teor de nitrogênio total para percentual de proteína bruta, utilizou-se o fator 6,35 (KARMAN e VAN BOEKEL, 1986; VAN B OEKEL e RIBADEAU-DUMAS, 1987). A relação entre os teores de caseína e de proteína bruta, determinados pelo método de referência, foi calculada para cada amostra analisada. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. DESCRIÇÃO DO MÉTODO DESEN V O LV I D O No desenv olvime nto d o métod o , os melhores resultados para precipitação da caseína foram obtido s com ácido acétic o, em confor midad e com d ados da literat ura (ROW LAND , 1938; ASSO CIATION OF OFFI C IAL ANALYTIC AL CHEM ISTS , 19 84). A separação do precipitado foi conseguida por meio de centrifugação a 1200 rpm por 5 min (425 g), em centrí fuga de Gerbe r. A suspen são do precipitado foi obtida com água a 60 QC, com posterior solubilização com, solução alcalina. O padrão de cor utilizado foi preparado segun do WOLF SCHO ON e VARG AS (1977). Os melhor es resulta dos na etapa de titul ação foram obtido s com soluçã o de hidróx ido de sódio 0,05 moI/I. Soluçõ es com concentrações maior es result aram em baixa s ensibi lidade , enquanto sol uções com concentrações menores geraram dificul dades na detecção do ponto fi nal da titula ção . A descriç ão detalha da do método desenv olvido é apresentada abaixo , e a técnica analítica é esquematizada na Figura 1. 3.1.1. SOLUÇÕES E REAGENTES digitalizado por - Água purificada. - Ácido acético (l +9), solução reagente. - Fenolftaleína 1% (m/v) alcoólica neutralizada, solução indicadora. Oxalato de potássio 28% (m/v), solução reagente. - Sulfato de cobalto hepta-hidratado 5% (m/v), solução reagente. - Formaldeído 35-40% (v/v), para análise. - Hidróxido de sódio 0,05 mol/l, solução arvoredoleite.org Pág. 8 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5): 3-14, 1995 volumétrica. Hidróxido de sódio 0,111 moI/I, solução volumétrica. _ Frasco erlenmeyer, boca estreita, capacidade de 125 mI. Béquer, capacidade de 100 ml. Bureta, capacidade de 10 ml, intervalo de graduação de 0,05 ml. Pipeta volumétrica, capacidade de _ _ _ _ _ _ _ l Descartar sobrenadante � 5 ml água destilada 60 ºC Vórtex I �. 0 , 5 ml fenolftaleína 1% ( p/v) � I 6 ml NaOH 0,111 mol/l Vórtex 3.1 .4 . UTENSÍLIOS _ Transferir, com auxílio de pipetador de borracha, 2 ml de formaldeído 35-40% (v/v) para um erlenmeyer de 125 ml. Adicionar 10 ml de água destilada e 1 ml de fenolftaleína 1% (m/v) alcoólica neutralizada. Titular por uma solução de hidróxido de sódio 0,05 moI/I até exata coincidência com a j � - Centrífuga de Gerber. _ Agitador para tubos de ensaio (vórtex). 3.1 .6 . F ATOR ACIDEZ DO FORMOL l J � 3.1 .3. EQUIPAMENTOS Transferir 1 0 m l d e leite para um tubo de ensaio. Adicionar 10 ml de água destilada, 0,4 ml de oxalato de potássio 28% (m/v) e 1 ml de sulfato de cobalto hepta-hidratado 5% (m/v). Reservar para servir como comparação de cor na detecção do ponto final das titulações. Misturar 3:1 .7. TÉCNICA ANALÍTICA Centrifugar 1200 rpm / 5 min (42 5 g) Pipeta graduada, capacidade de 1 ml, intervalo de graduação de O,lm1. Tubo de ensaio com tampa plástica rosqueável, de tamanho compatível com a centrífuga de Gerber, capacidade mínima de 25ml e máxima de 70ml. 3.1 .5 . PADRÃO DE C O R � Aguardar 5 min 10 ml. Pipeta graduada, capacidade de 1° ml, intervalo de graduação de O,lm1. Pipeta graduada, capacidade de 5 ml, intervalo de graduação de O,lml. Haste com base e pinças duplas para bureta. Pisseta plástica, capacidade de 500 ml. - Pipetador de borracha. Estante para tubos de ensaio. _ Termômetro com escala de ° a 100 !!C, intervalo de graduação de 1 !!C. cor padrão. O volume gasto constitui o fator acidez do formol. 10 ml leite 10 ml água destilada 40 ºC 1 , 5 ml ácido acético (1 +9) 3.1 .2.VIDRARIAS _ Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5): 3-14, 1995 I � 0 ,4 ml oxalato de potássio 28% ( p/v) I �. Aguardar 2 min � Titular NaOH 0 ,0 5 molfI � Transferir 10 ml de leite a 20 9C para um tubo de ensaio. Adicionar 10 ml de água destilada a 40 QC e 1,5 ml de ácido acético (1 +9). Misturar d e f o r ma a garantir a precipitação da caseína. Não utilizar o vórtex nesta etapa. Aguardar 5 min e centrifugar a 1200 rpm por 5 min (425 g). O precipitado d e v e r á depositar no f u n d o do t u b o e o sob renadante deverá ser razoav e l mente límpido, com alguma separação de gordura. Descartar o sobrenadante. Adicionar 5 ml de água destilada a 60 !!C e dispersar o precipitado com o auxílio do vórtex. Adicionar 0,5 ml de fenolftaleína 1 % (m/v) alcoólica neutralizada e aproximadamente 6 ml de hidróxido de sódio 0,111 moI/I. Ressuspender o precipitado com o auxílio do vórtex. Adic ionar 0,4 ml de oxalato de potássio 28% (m/v). Se necessário, resfriar o tubo para 20 !!C. Esperar 2 min e titular por uma solução de hidróxido de sódio 0,05 mol/1 até ponto de exata coincidência com a cor padrão ( pH 8 , 3 ). Durante a titulação, pode ser necessário utilizar o vórtex para garantir a mistura da solução alcalina com a amostra em análise. Adicionar, com auxílio de pipetador de borracha, 2 m l de formaldeído 35-40% (v/v). Esperar 20 s e titu lar novamente por uma solução de hidróxido de sódio 0,05 molfl até exata coincidê ncia com a cor padrão (pH 8,3). 3.1 .8. C ÁLCULO DO PERCENTUAL DE C ASEÍNA O fator encontrado para conversão de mililitros de hidróxido de sódio 0,05 moI/I para percentual de caseína foi 0,874, o que possibilita calcular o percentual de caseína por meio da fórmula abaixo: 2 mI formol 30-40% ( v/v) � Titular NaOH 0 ,05 molfl FIGURA 1 - Representação Esquemática do Método para Determinação do Teor de Caseína em Leite Baseado na Reação com Formol. % (p/v) caseína = (ml - FAF) x 0,874 Sendo: ml: ml de solução de hidróxido de sódio 0,05 molfl gastos na 2i! titulação; e FAF: fator acidez do formol. No Quadro 1 são apresentados os valores para conversão de mililitros gastos na segunda titulação, após subtração do fator acidez do fon1101, percentual de caseína, dispensando a Pág. 9 multiplicação por 0,874. O método desenvolvido apresentou limite de detecção igual a 0,04% de caseína. Pela descrição acima, depreende-se que a técnica analítica é simples e rápida, empregando materiais de uso comum em laboratórios de controle de qualidade, o que penrute prever a sua aplicabilidade em análises de rotina nas indústrias de laticínios. 3.2. C OMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE ANÁLISE A Figura 2 apresenta os resultados das análises de caseína em 16 amostras de leite, pelos métodos de formol e de Kjeldahl. O coeficiente de correlação linear calculado foi 0,96, indicando alto grau de associação entre os dois métodos. A faixa de variação do teor de caseína foi de 1,95% a 3,40%, com amplitude de 1,45% para o método de Kjeldahl, enquanto os resultados do método de formol variaram entre 2,03% e 3,19% de caseína, com amplitude de 1,46%. As médias das determinações foram 2,?9% e 2,68% de caseína, pelos métodos de Kjeldahl e de formol, respectivamente. Com base na aplicação do teste t, pôde-se verificar que não houve diferença significativa (P:2:0,872) entre as médias dos teores de caseína obtidas pelos dois métodos. Os coeficientes de variação percentual das diferenças entre duplicatas encontrados para os dois métodos foram bastante baix9s (0,44 % para o método de Kjeldahl e 0,88% para o método de formol). Isto indica que houve baixa variabilidade nos resultados de determinações em duplicata, realizadas em condições padronizadas e pelo mesmo analista. É importante ressaltar que as estimativas da precisão (repetibilidade) dos métodos são equivalentes. 3.3. AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE CASEÍNA E PROTEÍNA BRUTA A Figura 3 apresenta a variação da relação percentual entre os teores de caseína e de proteína bruta, determinados pelo método de Kjeldahl, em 16 amostras de leite. A faixa de variação da relação foi de 71,69% a 83,60%, com média de 79,08% e amplitude de 11,91%. Verifica-se que houve grande variabilidade entre as amostras, o que coincide com dados da literatura (ROEPER, 1975; FURTADO, 1989). Este comportamento dificulta o estabelecimento de um fator constante para conversão do teor de proteína bruta para teor de caseína, reforçando a importância da separação da caseína dos outros compostos nitrogenados do leite antes da quantificação. Destaca-se a etapa de separação isoelétrica da digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5): 3-14, 1995 Pág. 10 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5): 3-14, 1995 caseína no f{létodo de formol desenvolvido neste trabalho, o que favorece a sua aplicação a leites individuais e de conjunto, independentemente da composição diferir em razão da raça, dos tipos de manejo e alimentação, do período de lactação e da estação do ano. � o � 00 � � - � o � �� If"!.If"!.� �� �� r:� 00 00 � � � M � � � M � � seguintes conclusões: - o fator encontrado para conversão de mililitros de hidróxido de sódio 0,05 molfl em percentual de caserna foi 0,874; o método desenvolvido apresentou limite de detecção compatível com a utilização em análises de rotina; a técnica analítica é simples e rápida, empregando material de uso comum em laboratórios de controle de qualidade; - a análise de 16 amostras de leites com diferentes teores de caseína, pelos métodos de Kjeldahl e de formol, indicou haver alto grau de associação entre os CON C LU S Õ E S � 00 � Pág. 11 Foi desenvolvido um método baseado na reação com formol para determinação do teor de caseína em leite. Foram analisadas 16 amostras de leite com diferentes teores de caseína e os resultados obtidos i'n dicam as 4 3,5 � o � o � o � o � o � o � M� ��� � �� �� If"!.� �� �� �� � 00 00 � � � M � � � � � � � M � � o o �� li � 11 11 11 11 11 2 � M � o � � � �� 1f"!.1f"!.�� �� �� �� �� 00 - � � 00 00 1,5 1,5 2 3 2,5 % Caseína 3,5 4 (KjeldahI) FIGURA 2 - Teores Percentuais de Caseína Determinados pelos Métodos de K jeldahl e de Formol. Resultados de 16 Amostras de Leite, Analisadas em Duplicata. Coeficiente de Correlação Linear Igual a 0,96. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 12 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5): 3-14, 1995 reforçando a importância da separação prévia da caseína, como ocorre no método proposto; e - o método para determinação do teor de caseína baseado na reação com o formol é aplicável a leites individuais e de conjunto, independe ntemente da composição diferir em razão da raça, dos tipos de manejo e alimentação, do período de lactação e da estação do ano, podendo ser utilizado em programas de pagamento de leite pela qualidade e na padronização da relação caseína/ gordura em leite destinado à fabricação res· ultados - não houve diferença significativa (P�0,872) entre as médias dos teores de caseína determinados pelos métodos de Kjeldahl e de formol; - os métodos de Kjeldahl e de formol apresentaram alta precisão (repeti bilidade); - a variação da relação percentual entre os teores de caseína e de proteína bruta nas amostras analisadas indicou a dificuldade no estabelecimento de um fator constante para conversão do teor de proteína bruta para teor de caseína, de queijos. 88 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n2 295, 50: (5): 3-14, 1995 SU MM ARY FOX, P. F. Food chemistry. Cork, University obtidos pelos dois métodos; Col1ege, 1991. 201p. Method based on formol reaction was de veloped to quantity casein content in mnk. The FURTADO, M. A. M. Desenvolvimento de um novo método analítico para a determinação detection limit presented was compatible with rou tine analysis. The analytical technique is fast, re de soro adicionado ao leite pasteurizado. Lavras, ESAL, 1989. 98p. (Tese M. S.). quiring the same material normally found in dairy quality control laboratory. The method can be ap FURTADO, M. M. A arte e a ciência do queijo. plied to either individual 01' bulk milk, even if con São Paulo, Globo, 1990. 297p. sidering the difference in composicion due the breed, management, feeding, lactation period and seasons. The method has potential to be used as a GONZALEZ-LLANO, D.; POLO, C.; RAMOS, M. Update on HP LC and FPLC .analysis base for payment of milk by quality and in the determination of the casein/fat ratio in milk for of nitrogen compounds in dairy products. Le Lait, 7 0:255-77, 1990. cheese manufacturing. . BIBLIOG RAFIA 86 84 li li '11 li li ARANDA, P.; ORlA, R.; CALVO, M. Detection of cow's milk in ewe's milk and cheese by an immunodotting method. Jou r n a l of D airy Research, 55: 121-4, 1988. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALITICAL CHEMISTS. Official methods of analysis. 40.ed., Virginia, 1984. 1141p. li 11 li 11 BARBANO, D. M. & CLARK, J. L. Symposium: Instrumental methods for measuring components of milk. Journal of D airy Science, 72:1627-36, 1989. li li CARPENTER, R. N. & BROWN, R. J. Separation of casein micel1es from milk for rapid determination of casein concentration. Jou r n a l of D airy Science, 68:307-11, 1985. li P. C. Metodos de a n alisis lactológicos. Madrid, Indústrias Lácteas li CIMIA NO, Espafíolas, 1982. 176p. 72 COOPER, T. G. 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Addendum to the evaluation of the Kjeldahl factor for conversion of the nitrogen content of mnk and milk products to protein content. Paulo Henrique Fonseca da Silva (**) Adão José Rezende Pinheiro (***) José Carlos Gomes (****) N etherl ands Milk and D airy Journal, June Ferreira Maia Parreiras (****) 41: 281-4, 1987. VARGAS, O. L. & SILVA, P. H. F. As frações caSe1nlCaS, de soro-proteínas co precipitadas e de soro- proteínas não desnaturadas do leite como complementos às confirmações das fraudes com soros Revi s t a do Instituto de Latic í n ios C ândido Tostes, 48: 19-29, 1993. Maria Cristina A lvarenga Viana Mosquim (****) WAL S T RA, P. On the stability of casein micelles. Jou r n al of D airy Scien ce, 73 : 1965-79, 1990. P. & JENNESS, R. D airy chemistry and phisics. New York, John WAL S T RA, Mauro Mansur Furtado (****) RESUMO Foram desenvolvidas técnicas analíticas para determinação dos teores de nitrogênio total, nitrogênio solúvel em pH 4,6 e nitrogênio solúvel em ácido tricloroacético 12%. O método de fonnol estima o grau de proteólise por meio da quantificação dos grupos amino liberados durante a maturação dos queijos. O acompanhamento da proteólise em queijos Prato ao longo da maturação indicou haver alto grau de associação entre os resultados obtidos com os métodos de Kjeldahl e de formol. A análise de queijos comerciais indicou que o método de formol é aplicável a diferentes tipos de queijos, com alta correlação com o método de referência. 1. INTRODUÇ ÃO Wiley & Sons, 1984. 423p. WOLSCHOON, A. F &. LEITE, E. A. titulação de formol: método rápido para de terminação de proteínas no soro. Revista do Institu to de L a ticí nios C ândido Tostes , 3 2:3-6, 1977. WOLSCHOON, A. F; SILVA, P. H. F.; DORNELLA S, J. B. F. 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(* ) ( ** ) ( *** ) Em leites provenientes de animais com mamite clínica ou sub-clínica podem ocorrer proteinases de leucócitos, capazes de afetar a qualidade e o rendimento de queijos produzidos com estes leites (FOX, 1989). 1.1.2. C OAGULAÇÃO ENZIMÁTICA D O LEITE A coagulação enzimática do leite ocorre por ação de enzimas proteolíticas com alta ati vidade em pH ácido. A quimosina (EC 3.4.23.4) promove uma proteólise específica sobre a k caseína, hidrolisando a ligação entre os aminoácidos fenilalanina (105) e metionona (106) (VISSER, 1993). A fração amino-termInal, denominada para-K-caseína, é insolúvel na pre sença de íons cálcio, passando a fazer parte da estrutura do coágulo. A fração carboxi-terminal, caseíno den.ominada genericamente macropeptídeo, é solúvel na presença de íons cálcio, sendo perdida no soro (FOX, 1991). Parte da tese apresentáda pelo primeiro autor à Univers idade Federal de Viçosa, como uma das exigências do curso de Ciência e Tecnologia de Aliment os, para obtenção do Título de "Magister Scientiae". Professor da EPAMIG/ CEPE/Instituto de Laticíni os Cândido Tostes. Professor da Universidade Federal de Viçosa/Departa mento de Tecnologia de Alimentos Orientador da Tese. Professor da Universidade Federal de Viçosa/ Departa mento de Tecnologia de Alimentos Membro da Banca de Defesa da Tese. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 16 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5): 15-29, 1995 1 .2.3. PROTEÓLISE DURANTE A M ATURAÇÃO Alguns tipos de queijos sã� consumidos fres cos, principalmente aqueles obtldo� por coagul�. - a'cI'da do leite. Entretanto, a maIOrIa dos queIçao . ' �ao jos obtidos por coagulação enzimátIca do ielte , maturados. Durante a maturação, ocorrem v �nas . alterações · bioquímicas nos principais constI�U1ntes dos queijos (proteínas, lípides e lac:�ose resIdual). Entre os compostos isolados de queIJos �atura�o�, incluem-se: peptídeos, aminoácidos, a�lUas, aCI dos tióis, tioésteres, ácidos graxos, metIl-cetonas, lac onas, ácidos orgânicos, dióxido �e c:arbono e álcoois. Estes compostos são responsavels por ca racterísticas de flavor dos queijos" ( �OX: 1991). . As proteínas são hidrolisadas em varIOS SItlOS u rante a maturação, e a perda da estrutura protelca . original altera as propriedades reológicas dos qUeijos (GRAPPIN et alii, 1985). . Os principais agentes envolv � os na _ o: proteólise durante a maturação dos q�eIJos s � enzimas coagulantes, enzimas naturaIS do leite, enzimas de bactérias láticas utilizadas como fe� mento, enzimas de fermentos não-Iáticos (bacte . rias propiônicas, mofos e leveduras) e enZImas de bactérias não utilizadas como fermento, m �s q �e ocorrem nos queijos por resistirem à pasteunzaçao ou como contaminantes durante a fabricação CF X, 1991). Todos estes agentes têm ação proteohtlca sinergística sobre a caseína, e o processo pode s �r - ; ,� ? ? considerado como uma quebra em cadela (DESMAZEAUD e GRIPON, 1977; FOX, 1991). 1 .2. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA PROTEÓLISE EM QUEIJOS V ENEMA et alii (1987) definiram grau de maturação como sendo a ext�nsão da degradação protéica em um queijo produZIdo e estocado sobre , condições definidas. Os mesmos autores conclm ram que a avaliação sensorial, mesmo �uando realizada por um painel de julgadores trelUado �, oferece resultados menos confiáveis do que as ana . lises químicas . Esforços têm sid conduzl�o � no . sentido do desenvolvimento de lUdlces obJet� os para acompanhamento da proteólise em queiJos, que permitam predizer a qualidade do produ�o final quando este é entregue ao mercado consumidor. A . ' avaliação sensorial apresenta resultados su b�ehvos, ? : além da dificuldade de se avaliar grande número de amostras, em razão da fadiga dos provadores ( F ARKY E e F OX, 1990). P OM ERANZ e MELOAN (1994) recomendam que" �empre q Ue , for possível a utilização de técnicas flslcas ou qUl . micas para medição das caracterís�icas de qualIdade . dos alimentos, estas medidas objetivas devem ser preferidas em relação às medidas subjetivas, como a análise sensorial. VAK ALERIS et alii (1960) empregaram a reação com formol para avaliação de proteólise, mediante titulação em extra�o aquo so do queijo, de forma a estimar a quantidade de nitrogênio capaz de se ligar ao formol. Os re s u l tados foram expressos como percentual do nitrogênio total dos queijos. T� A B e H OF I , . �s (1965) es tudaram método s q Ulml �os rapld para acompanhamento da maturaçao de quel� jos, concluíndo que a titulação co � formol eficaz no início e final da maturaçao e que o método de Shilovich, o qual em prega . . timolftaleína e fenolftaleína como lndlCa �o , res, é especialmente indicado para o s estaglOs finais da maturação. , . GRIPON et alii (1975) descreveram tecm cas de fracionamento do nitrogênio em extrato de queijo preparado com citrat� �e sódi? ?,5 moI/I, utilizando precipitações com aCldo clondnco e com ácido tricloroacético. DESMAZEUAD e GRIPON (1977) apresentaram estudos cromatográficos da fração nitrogenada solúvel em pH 4,6, revela�do que 28% dos peptídeos compunham-se de molecu las com massa molecular menor que 3000, 50% entre 3000 e 5000 e 20% maior que 5000. Estes dados demonstraram que a fração nitrogenad � so lúvel em pH 4,6 contém, principalmente, peptldeos de massa molecular elevada. A solubilidad� em á�ua . a pH 4,6 é, provavelmente, o método maiS utlhza. • . do para fracionamento inicial do mtrogem ? no . .. queiJo ou como índice bruto da proteohse (KUCHROO e FOX, 1982; KUCHROO e FOX, . 1983a). A maioria dos compostos que co � tn?uem para o flavor do queijo Cheddar são soluvels em solventes aquosos (ASTON e CREAMER, 1986). O ácido tricloroacético, em concentra ções de 2 a 12%, tem sido el�pregad � para se paração de peptídeos de méd ia e baixa ma � sa .. molecular em extratos aquosos dos queiJos ou em filtrados obtidos de precipitação em pH 4,5 ( F OX, 1989). Y V ON et alii (1989) a?resenta ram uma hipótese para o mecan i s mo de solubilidade de peptídeos em TCA. O aumento no número de resíduos de amino áci dos e na massa molecu lar dos peptídeos não apresenta ram boa correlação com a solubi lidade em TCA 12 %. Os autores verificaram que os peptídeos solúveis em TC A 12% continham de 2 a 20 . resíduos de aminoácidos, enquanto os peptldeos ":' insolúveis continham de 10 a 65 res íduos. En tretanto, todos os peptídeos contendo men � s do que sete resíduos de aminoácidos foram solu veis em TCA, em concentrações de 2 a 12%. A principal característica corre l acionada com a solubilidade em T C A 12% fo i o au mento na Rev . 1nst. Latic. "Cândido Toste s", Set/Out, n9 295, 50: (5): 15-2 9, 1995 Pág. 17 hidr ofo bicid ade s u perficial ace s s í v e l dos Técnicas cromatográficas têm pept ídeo s. A hipó tese suge re sido usadas que o T C A, ao para fracionamento de com interagir com os peptídeos, indu postos originados da z a um aumen proteólise em quei jos, tais to na hidro fobic idade supe rficia com o: cromatografia l aces sível (ou em cam ada delg ada, perm decré s c imo no pote ncia l de eaçã o gélic a, hidra tação ), que cromatografia líqui da de alta pode levar à agregação por ação reso luçã o e troca de interações iônica. A cromatografia de penn hidrofóbicas . eação gélica é útil para fracionamento de peptídeos solúveis em água. O nitrogênio solúvel em TCA e o nitrogê Para o isolamento de peptídeo nio solúvel em ácido fos fotún s homogêneos são gstico apr'es entam nece ssan as técnicas adic iona correlação significativa com a idade i s , como a e com a inten cromatografia de troca iônica sidad e do flavo r do queij o Ched (KUCHROO e FOX, dar. Som ente 1983). Resultados obtidos com amin oácid os e peptídeos com a combinação de mass a molecular diálise, solubilização em etano menor que 600 são solúv l 70%, cromatografia eis em ácid o de penneação gélica e cromatogr fosfotúngstico , demonstrando afia de troca iônica que esse índic e é indicaram que a fração solúvel depe nden te da capa cidad e em água em queijo de prote inase s e Cheddar é constituída de pequ pept idase s prese ntes no queij enos peptídeos, com o em hidro Jisar a gran de hete roge neid ade ( K caseí na até pequ enos pept ídeos UCH ROO e F OX, e aminoácidos 1983b). TIEL MAN e WART (FARKYE e FOX, 1990). HES EN (1991) em pregaram cromatografia líqui da de alta resolução A proteólise resulta na formação de novos para caracterização de pept grupos a-amino, que podem ser ídeos e aminoácidos medidos por meio em queijo Cheddar. de diferentes reagentes, tais como : negro de ami O objetivo do presente traba do, ácido trinit robe n zeno lho foi desen sulfô nico , Iítio volver uma metodologia analí tica para a determi ninh idrin a, cádm io-ninhidrina e f1uorescamina. nação dos teores de nitrogêni Esse s métodos apresentam as o total, nitrogênio vantagens de não solúvel em pH 4,6 e nitrogêni serem dependentes de efeitos o solúvel em ácido indiretos, como a tricIoroacético 1 2%, por meio solubilidade específica, e de medi da estim ativa dos rem uma conse qü prótons liberados a partir da reaçã ência direta da proteólise. Entre o do formol com tanto, apesar do os grupos amino das proteínas bom desempenho, são onerosos e dos produtos ori e nece ssitam de ginados da proteólise durante mão-de-obra especializada (FOX a maturação de quei , 1989; FARKYE jos. Procurou-se obter métodos simp e FOX, 1990). les, baratos e confiáveis que possam vir a ser utilizados pelas F OLK ERT S M A e F OX (1992) dese nvol indú strias de laticínios para avaliação veram um méto do para monitora da proteólise mento da fase durante a maturação de queij final da proteólise em queijos, os. correspondente à form ação de amin oáci dos livre s , utili zand o 2. MATERIAL E MÉTODOS reag ente com po s to de cádm io e ninh idrin a. B OUT ON e GRA PP 1N (199 4) compararam os 2.1. DES ENV OLVIMENTO DOS méto dos emp rega ndo ácido MÉTO fos fotú ngs tico e D OS ácido trini trobe nzen osulf ônico para es timar o níve l de amin oáci dos livre em quei jos Os métodos baseados na reaçã matu rado s, o com fonnol conc luind o que o méto do para avaliação de proteólise em queijos foram de espe ctro foto métr ico, que emp rega o ácid o senvolvidos no Laboratório de trinitrobenzenosulfônico, pode Análise Físico-Quí ser utilizado em mica de Alimentos, do Departame subs titu i ção à dete rmin ação nto de Tecnologia pelo méto do de de Alimentos da Universidade Kjel dahl em fi ltrad o o b Federal de Viçosa tido com ácid o (Viçosa, MG). Foram empregad fos fotú ngst ico. as amostras de queijo Prato doadas por indústrias de laticínios do Estado ' Não exist e método eletroforé tico padrão de Min as Gera is. Foram utili zado s solu ções , para queijos, e a comparação entre resultados de reagentes, vidraria, equipamen diferentes laboratórios é freqü tos e utensílios nor entemente difícil. malmente encontrados em labor Em geral, o comportamento atórios de contro eletroforético dos le de qualidade de indústrias de queijos está mais relacionado laticínios. com as atividades do coagulante residual e da plasm ina. A utilização 2.2. C OMP ARA ÇÃO ENT RE de gel contendo sulfato de dode MÉT ODO S cil-sódio ou uréia DE ANÁLISE não é recomendada. Os melh ores resultados fo ram obtidos com gel de polia crilamida contendo Foram analisadas 12 amostras gel empilhador e negro de de queijo Pra amido ou Page Blue to doadas por uma indústria de G90 como reveladores (SHAL laticínios do Estado ABI e FOX, 1987; de Minas Gerais, pertencentes FARKYE e FOX, 1990). a três lotes diferen tes, sendo quatro queijos de cada lote. Os queijos, digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n9 295, 50: (5): 15-29, 1995 após a salga e secagem, foram embalados em pelí cula plástica, a vácuo, e enviados sob refrigeração para a cidade de Viçosa, MG. A maturação foi realizada a 12!lC, em câmara fria, na Usina-Piloto de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa. Foram realizadas determinações dos teores de nitrogênio total, nitrogênio solúvel em pH 4,6 e nitrogênio solúvel em ácido tricloroacético 12%, e m duplicata, empregando-se os métodos d e formol desenvolvidos neste trabalho e o método de Kjeldahl (GRIPON et alH, 1975), como método de referên cia. As análises foram feitas após 10, 20, 30 e 40 dias de maturação , e, para cada período de maturação, foram analisadas três amostras perten centes a lotes diferentes. Análises dos teores de umidade, gordura e cloreto de sódio (KOSIKOWSKI, 1977) foram executadas em todas as amostras, em duplicata. Os teores de proteína foram calculados a partir das determinações de nitrogênio total pelo método de Kjeldahl (GRIPON et alii, 1975). Para a conver são do teor de nitrogênio total para percentual de proteína, utilizou-se o fator 6,35 (KARMAN e VAN BOEKEL, 1986; VAN BOEKEL e RIBADEAU-DUMAS, 1987). Esses resultados per mitiram calcular as relações entre gordura e extra to seco e entre proteína e gordura nos queijos. Os dados obtidos foram analisados por meio do coeficiente de correlação linear entre os méto dos. A precisão (repetibilidade) dos métodos foi estimada por meio do cálculo do coeficiente de variação das diferenças entre duplicatas (KRAMER e TWIGG, 1982). 2.3. ANÁLISES DE DIFERENTES TIPOS DE QUEIJO Foram analisadas amostras de queijos Prato, Danbo, Gouda e Parmesão doadas por indústrias de laticínios do Estado de Minas Gerais e uma amos tra de queijo Gouda holandês adquirida na França. Foram realizadas determinações dos teores de nitrogênio total, nitrogênio solúvel em pH 4,6 e nitrogênio solúvel em ácido tricloroacético 12%, e m duplicata, empregando-se os métodos de formol desenvolvidos neste trabalho e o método de Kjeldahl (GRIPON et alii, 1975), como método de referên cia. Os dados obtidos foram analisados por meio do coeficiente de correlação linear entre os métodos. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 . DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS DE S E N V O LVIDOS N o desenvolvimento dos métodos, o s me lhores resultados foram obtidos com a extração Pág. 18 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n2 295, das frações nitrogenadas dos queijos em solução de citrato de sódio. Para a determinação de nitrogê nio total, empregou-se diretamente a suspensão de queijo, enquanto para as frações nitrogenadas solú veis empregaram-se os filtrados correspondentes às precipitações cOm ácido clorídrico (até pH 4,6) e ácido tricloroacético. Os melhores resultados na etapa de titulação foram obtidos com solução de hidróxido de sódio 0,05 moI/I para determinação de nitrogênio total, e com solução de hidróxido de sódio 0,0 1 molfl para determinações de nitrogênio solúvel em pH 4,6 e em ácido tricloroacético 12 %. Soluções com concentrações maiores resultaram em baixa sensi bilidade, enquanto soluções com concentrações menores geraram dificuldades na detecção do pon to final da titulação. A descrição detalhada dos métodos desen volvidos é apresentada a seguir, e as técnicas ana líticas são esquematizadas na Figura 1 . 3.1.1. SOLUÇÕES E REAGENTES 50: (5): 15-29, 1995 Pág. 19 80 ml água destilada 40-45 llC 40 mI citrato de sódio 0,5 molfI NT NS pH 4,6 - Água purificada. - Ácido clorídrico 1,41 mols/l, solução reagente. - Ácido tricJoroacético 24% (m/v), solução reagente. - Citrato de sódio 0,5 molfl, solução reagente. - Fenolftaleína 1 % (m/v) alcoólica neutralizada, solução indicadora. - Formaldeído 35-40 % (v/v), para análise. - Hidróxidode sódio 0,0 1 molfl, solução volumétrica. - Hidróxido de sódio 0,05 moI/I, solução volumétrica. - Hidróxido de sódio 1 moI/I, solução reagente. NS TCA . Cerca d e 7,5 12% mI NaOH 1 molfI 3 . 1 .2. VIDRARIA - Bastão de vidro. - Balão volumétrico com tampa, capacidade de 200 ml. Béquer, capacidade de 100 ml. - Béquer, capacidade de 250 m!. - Bureta, capacidade de 10 ml, intervalo de graduação de 0,05 mI. - Frasco erlenmeyer, boca estreita, capacidade de 125 ml. - Pipeta graduada, capacidade de 20 ml, intervalo de graduação de O,lm!. - Pipeta graduada, capacidade de 10 ml, intervalo de graduação de O, lml. Pipeta graduada, capacidade de 5 ml, FIGURA 1 - Representação Esquemática dos Métodos para Avaliação de Próteólise em Queijos Baseados na Reação com Formol. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. lnst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5): 15-29, 1995 intervalo de graduação de O, lmI. - Pipeta graduada, capacidade de 1 ml, intervalo de graduação de O, lmI . - P ip eta v olumétrica, capacidade d e 100 m I . - P i p eta v olumétrica, capacidade d e 5 0 mI. - P ip eta v olumétrica, capacidade de 20 ' m I . Proveta graduada, capacidade d e 100 ml, intervalo de graduação de 1 mI. 3.1.3. EQUIPAMENTOS - Balança semi-analítica ou analítica. - Liquidificador doméstico. 3.1 .4. UTENSÍLIOS E OUTROS - Copo plástico para liquidificador, capacida�e de 500 mI. - Espátula de aço inoxidável. - Funil de vidro, haste longa, ângulo de 60 2, diâmetro de 10 cm. - Haste com base e pinças duplas para bureta. - Haste com base e suporte para funil de vidro. - Papel d e filtro quantitativo para precipitados gelatinosos, baixo teor de cinzas, diâmetro de 12,5 cm. - Pipetador de b orracha. - Pisseta plástica, capacidade de 500 ml. - Termômetro com escala de O a 1002C, intervalo de graduação de 1 gC. 3.1.5. FATOR ACIDEZ DO FORMO L Transferir, com auxílio de pipetador de bor racha, 2 ml de formaldeído 35-40% (v/v) para um erlenmeyer de 125 ml. Adicionar 10 ml de água destilada e 1 ml de fenolftaleína 1 % (m/v) alcoóli ca n eutral i zada. T itular por uma s olução d e hidróxido d e sódio 0,05 moI/I até coloração rósea nítida e persistente (pH 8,3). O volume gasto cons titui o fator acidez do formol. 3.1 .6 . TÉCNICAS ANALÍTIC AS Pág. 20 queijo triturad o, dir etamente e m um copo d e liquidificador. Adicionar 8 0 m l de água destila da a 40-45 !lC e 40 ml de solução de citrato de sódio 0,5 mol/I . Bater em liquidificador por 7 mino M ovimentar cuidadosament e o c op o d o liquidificador para facilitar o desaparecimento da espuma. Transferir quantitativamente a sus pensão de queijo para um balão volumétrico de 200 ml, fazendo várias lavagens com pequenos volumes de água desti lada . Acrescentar água destilada em quantidade que não ultrapasse a marca de referência do balão volumétrico. Res friar em água corrente até 20 gc. C ompletar o volume com água destilada até a marca de refe rência do balão v olumétrico. Inverter o b alão várias vezes para uniformizar a suspensão. Rev. lnst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5): 1 5-29, 1995 acrescentar 1 5 ml d e água destilada. Filtrar atra vés de papel de filtro. Pipetar 20 ml do filtrado para um erlenmeyer de 125 ml . Adicionar 20 ml de água d es t i lada e 1 ml de sol u ç ã o d e fenolftaleína 1 % (m/v) alcoólica neutralizada. Acrescentar, utili zando uma bureta e sob cons tante agitação, aprox i madamente 2,5 ml d e solução d e hidróxido d e sódio 1 moI/I. Titular por uma s oluçã o de hidróx i d o d e sódio 0,0 1 moi/I até c ol oraçã o rósea nítida e persistente (pH 8,3). Adicionar, com auxílio de pipetador de b orracha, 2 ml de formaldeído 35-40%(v/v). Esp erar 20 s e t i tu l ar n ovamente p or uma solução de hidróxido de sódio 0,0 1 moi/I até col oração rósea nítida e persistente (pH 8,3). Calcular o teor de nitrogênio solúvel em pH 4,6 por meio da fórmula abaixo: 3.1.6.2. DETERMINAÇÃO DE NITROGÊ NIO TOTAL P i p etar 20 ml da suspens ã o de qu ei j o para u m erlenmeyer d e 1 25 m l . Adicionar 2 0 ml d e água d es t i lada e 1 ml d e' s olução d e fenolft aleína 1 % (m/v) alcoólica neutralizada. Titular por uma solução d e hidróxido de sódio 0,05 mol/l até coloração rósea nítida e persis� t ent e (pH 8 , 3) . A d i c i onar , c om auxí l i o d e pipetador d e b orracha, 2 m l d e for m ald eído 35- 40 % (v/v) . Esperar 20 s e titular nova mente por uma s olução d e hidr óxido d e sódio 0,05 moI/I até coloração rósea nítida e persis tente (pH 8,3). Calcular o teor de nitrogênio total por meio . da fórmula abaixo: NT = (rnl FAF) - X C X 1400 g Sendo: N T ... teor de nitrogênio total (mg/100g); ml .. .. ml de solução de hidróxido de sódio gasto na 2l! titulação; FAF .. fator acidez do formol; C ...... concentração (moI/I) da solução de hidróxido de sódio; e g . . .. .. . gramas de amostra, considerando se a diluição efetuada (1 g). 3.1 .6 .1 . PREPARO DA AMOSTRA 3.1.6.3. DETERMINAÇÃO DE NITROGÊ NIO SOLÚVEL EM pH 4,6 P icar todo o qu eijo em pequenos cubos ou r etirar uma amostra não inferior a 1 00 g, preferencialmente com aux íli o de uma sonda. Bater em liqu i d i ficador até formação d e uma massa uniforme. Pesar com exatidão, utilizan do balança analítica ou semi-analítica, 10 g d o Pipetar 100 ml da susp ensão de quei j o para u m béquer de 250 m l . Adicionar, com au xílio de pipetador de borracha, vagarosamente e sob agitação moderada, 10 m) de solução de ácido clorídrico 1,41 mols/1. Aguardar 5 min e NS PH 4, 6 = (rnI - FAF) X C X 1400 g Sendo: NS pH 4,6: teor de nitrogênio solúvel em pH 4,6 (mg/lOOg); ml . .. . ml de solução de hidróxido de sódio gasto na 2l! titulação; FAF .. fator acidez do formol; C . . . . . . concentração (moI/I) da solução de hidróxido de sódio; e g . ... .. . gramas de amostra, considerando se as diluições efetuadas (0,8 g). 3.1.6.4. DETERMINAÇÃO DE NITROGÊ NIO SOLÚVEL EM TCA 12 % Pip etar 50 ml da suspensão de q u ei j o para um béquer d e 2 5 0 m l . Ad ici onar, com aux í l i o d e pipeta d or de b orracha, vagar osa m en t e e s ob agitação m o d erada, 50 ml d e solução d e T CA 24%. Aguardar 1 5 min e fi l trar através d e . papel d e filtr o . P ipetar 20 m l d o filtrado para um er l en m ey er d e 1 2 5 m l . Adici onar 20 ml d e água desti lada e 1 ml d e s o l u ç ã o d e fenolftaleína 1 % (m/v) alcoólica n eu t r a l i za da . Acresc entar, u t i l i za n d o uma bureta e s ob constante agi tação, aproximada mente 7,5 ml de s olução d e hidróxido de sódio 1 moI/I. Titular por uma solução de hidróxi d o d e s ó d i o 0,01 m oi / I até coloração r ós ea níti da e p er s i s t en t e (pH 8,3 ). A d i c i onar, c om auxí l i o de pip etad or de b orracha, 2 ml d e formaldeído 35-40 % (v/v). Esperar 2 0 s e ti tular novamente por uma solução de hidróxido d e s ód i o 0,01 m ol/l até col oração rós ea nít i da e p ersistente (pH 8,3) . Calcular o teor de nitrogênio solúvel em TCA Pág. 2 1 12% por meio da fórmula abaixo: NS TCA 1 2 % = ( ml - FAF) x C x 1400 g Sendo: NS TCA 12%: teor de nitrogênio solúvel em ácido tricloroacético 12% (mg/ 100g); ml ... ml de solução de hidróxido de sódio gasto na 2l! titulação; FAF . fator acidez do formol; C . .. . . concentração (mol/l) da solução de hidróxido de sódio; e g .. . . . . gramas de amostra, considerando-se as diluições efetuadas (0,5 g). Os métodos desenvolvidos apresentaram limites de detecção inferiores a 4 mg/ l00g para NT e 1,5 mg/100 g para NS em pH 4,6 e para NS em TCA 12%, compatíveis c om a utiliza ção em análises de rotina. Pela descrição acima d epreende-se que as técnicas analíti cas são simples e rápidas, empre gando materiais de uso comum em indústrias de laticínios, o que permite prever a sua aplicabilidade para avaliação de proteólise em queijos. 3.2. C OMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE ANÁLISE As Figuras 2, 3 e 4 apresentam as cor r elações entre os mét od os d e K j eldahl e de formol para d et erminação d e NT, NS em pH 4,6 e NS em T CA 12% em quei j os c om 1 0, 20, 30 e 40 dias de maturação. No Quadro 1 encontra-se a c omposiçã o físic o-química dos quei j os analisados. Os resultados são médias de três r epet i çõ es, anal isadas em dupl i cata. V isualiza-se que o método d e formol d et ecta menores teores de nitrogênio do que o méto do de K j eldah1. Este comportam ent o está de acordo com o fundamento do mét od o, s egun do RICHMOND e M IL L ER ( 1 906), q u e de m onstraram q u e cada gru p o ami n o presente na molécula d e proteína, capaz d e reagir com o forma l d eí d o , c or r esp on d e a um m o I d e protóns e q u e a reação em presença de exces so de form a l d e í d o é, provavelmen t e , c om pl eta e mu i t o rápida . Desta forma, o métod o de formol não d etecta todo o nitrogênio pre s ente nas moléculas d e proteínas, peptídeos e aminoác i d o s d os qu ei j os , c om o oc orr e n o m é t o d o d e K j el d a h l , mas d et e r m i na, esp ec i f i cam ent e, o nitr ogêni o presen t e n os grupos amino livres. Isto possibilita a sua uti- digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 22 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5): 15-29, 1995 Kjeldahl FIGURA 2 - Teores de Ni trogênio Total (mg/100g) Determinados pelos Méto dos de Kjeldahl e de Formol, em Função dos Dias de Maturação dos Queijos. Re sultados Médios de Três Re petições, Analisadas em Duplicata. Coeficiente de Correlação Igual a 0,91. FormoI 170 3720 11 3700 o KjeklahI FormoI o 165 3680 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5): 15-29, 1995 o Kjeldahl Fonno! 350 I li! o 160 11 bl) El s.l 11 FIGURA 4 - Teores de Nitrogênio Solúvel em Ácido Tricloroacético (mg/ l OOg) Determina dos pelos Métodos de Kjeldahl e de Formol, em Função dos Dias de Maturação dos Queijos. Resultados Médios de Três Repetições, Ana lisadas em Duplicata. Coeficiente de Correla ção Igual a 0,99. 155 362p 150 3600 40 30 20 Dias de maturação KjeIdahI 55 11 Kjeldah! o Fonno! 45 li! o 35 li! FIGURA 3 - Teores de Nitrogênio Solúvel em pH 4,6 (mg/ lOOg) De terminados pelos Mé todos de Kjeldahl e de Formol, em Função dos Dias de Maturação dos Queijos. Resultados Médios de Três Repe tições, Analisadas em Duplicata. Coeficiente de Correlação Igual a 0,99. o 25 200 15 150 10 25 � � Z0Jl 200 111 E 20 150 15 100 10 20 10 30 40 Dias de maturação FonnoI 400 350 30 .. 250 < 3640 10 35 0Jl 8 � 40 Kjeldahl o Fonno} 300 8 o � 3660 Pág. 23 30 20 Dias de maturação 40 lização para avaliação de proteólise em quei jos, pois o método estima o grau de hidrólise protéica a partir da quantificação dos grupos a m i no l iberados, capazes de reagir c o m o formol, após a quebra de ligações peptídicas das moléculas de proteínas e de peptídeos que o c o r r e m à m e d i d a que o processo de maturação avança. QUADRO 1 - Composição Físico-Química dos Queijos Prato. Resultados Médios de Três Repeti ções, Analisadas em Duplicata Constituinte Teor (%) Umidade Gordura Proteína bruta Relação gordura/estrato seco Relação proteína bruta/gordura Cloreto de sódio 39,3 33,4 23,2 55,0 69,5 1,4 Os coeficientes de correlação linear en tre os métodos de Kjeldahl e de formol para determinação de NT, NS em pH 4,6 e NS em TCA 12% foram 0,91, 0,99 e 0,99, respectiva- mente. Isto indica que, em bora existam dife renças entre os valores absolutos de nitrogê nio, o aumento da proteólise ao longo da maturação dos queijos foi estimado com alto grau de associação pelos dois métodos. Os coeficientes de variação percentual das diferenças entre duplicatas, encontrados "para os dois métodos, foram bastante baixos, conforme apresentado no Quadro 2, mostrando que houve baixa variabilidade nos resultados de determina ções em duplicata, realizadas em condições pa dronizadas e pelo mesmo analista. É importante ressaltar que as estimativas da precisão (repetibilidade) dos métodos são equivalentes. " Nas Figuras 5 e 6 são apresentadas as cor relações entre os métodos de Kjeldahl e de formol para as relações NS em pH 4,6/NT e NS em TCA 12%/NT, que permitem avaliar a con versão das proteínas em peptídeos de alta e bai xa massa molecular, respectivamente. Obser va-se que o método de formol apresentou valo res superiores ao método de Kjeldahl, resultan do em escalas mais expandidas, que podem fa vorecer o acompanhamento da proteó1ise em queijos pelas indústrias de laticínios. Os cálculos dos coeficientes de correla ção linear entre os métodos de Kjeldahl e de digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 24 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" , Set/Out, nQ 295, 50: (5): 15-29, 1995 Kjeldahl FIGURA 5 Relação (%) entre os Teores de Nitrogênio Solúvel em pH 4 ,6 e Nitrogênio Total (mg/l00g), De terminados pelos Mé todos de Kjeldahl e de Formol, em Função dos Dias de Maturação dos Queijos . Resultados Médios de Três Repe tições, Analisadas em Duplicata. Coeficiente de Correlação Igual a 0,99. Formol 11 11 Kjeldahl 10 o Formol 25 9 11 CIl E-< Z z �� '(; ..,f 20 'g. � � � o 7 111 6 40 30 20 10 Dias de maturação Kjeldahl Formol 25 10 • Kjeldahl o Formol o 8 20 111 E-< CIl Z Z __ ,g � � � --- S! FIGURA 6 - Relação (%) entre os Teores de Nitrogênio Solúvel em Ácido Tric1oroacético 12 % e Nitrogênio Total (mg/ 100g), Determinados pelos Métodos de Kjeldahl e de Formol, em Função dos Dias de Maturação dos Queijos. Resultados Médios de Três Repetições, Analisadas em Duplicata. Coeficiente de Correlação Igual a 0,99. 6 15 J[ � � EIl) 111 4 2 10 30 20 Dias de maturação Análise Método Coeficiente de variação (%) das diferenças entre duplicatas Nitrogênio total Kjeldahl 1,73 Formol 1 ,31 Nitrogênio solúvel Kjeldahl 3 ,1 7 em pH 4,6 Formol 3 ,14 Nitrogênio solúvel Kjeldahl 4 ,9 2 em TCA 12% Formol 2 ,96 - as técnicas analíticas são simples e rápidas, empregando material de uso comum em laboratórios "de controle de qualidade; o método de formol estima o grau de proteólise por meio da quantificação dos grupos amino liberados durante a maturação dos queijos; - o acompanhamento da proteólise em queijos Prato ao longo da maturação indicou um alto grau de associação entre os resultados obtidos com os métodos de Kjeldahl e de formol; - os métodos de Kjeldahl e de formol alta precisão apresentaram (repetibilidade); e - a análise de queijos comerciais indi cou que o método de formol é aplicá vel a diferentes tipos de queijos, com alta correlação com o método de re ferência (Kjeldahl). 3.3. ANÁLISE DE DIFERENTES TIPOS DE Q U E IJ O S 10 40 Pág. 25 QUADRO 2 - Coeficientes de Variação Percentual das Diferenças entre Duplicatas dos Métodos de Kjeldahl e de Formol, para Determinações de Nitrogênio Total, Nitrogênio Solúvel em pH 4,6 e Nitrogênio Solúvel em Ácido Tricloroacético 12%. Resultados Médios de Três Repetições (n = 12) formol para as relações NS em pH 4 ,6/NT e NS em TCA 12%/NT forneceram o valor de 0,99 para ambas as relações, indicando uma alta as sociação entre as avaliações da proteólise realizadas pelos dois métodos. 15 5 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetfOut, nQ 295, 50: (5): 15-29, 1995 Nas Figuras 7, 8 e 9 são apresentadas as correlações entre os métodos de Kjeldahl e de formol para determinação de NT, NS em pH 4,6 e NS em .TCA 12 % em queijos Prato, Danbo, Gouda, Gouda holandês e Parmesão. Os resulta dos são médias de três repetições, analisadas em duplicata. Os coeficientes de correlação li near foram 0,98, 0,97 e 0,98 para as determi nações de NT, NS em pH 4 ,6 e NS em T CA 12%, respectivamente . Nas Figuras 10 e 11 são apresentadas as cor relações entre os métodos de Kje1dahl e de formol para as relações entre NS em pH 4,6 e NT e entre NS em TCA 12% e NT, com coeficientes de corre lação linear de 0,94 e 0,98, respectivamente. Os resultados obtidos indicam a aplicabilidade do método de formol para avaliação de proteólise, deduzindo-se que a utilização do método pelas in dústrias de laticínios pode viabilizar o acompanha mento da maturação de diferentes tipos de queijos. SUMMARY Analytical techniques for determination of total nitrogen, pH 4.6 soluble nitrogen and TCA 12% nitrogen were developed. The formol method estimates the rate of protcolysis though quantification of amino groups released dyring cheese ripening. Analysis of cheeses collected 10 CON CLU S Õ E S 5 Foram desenvolvidos métodos baseados na reação com formol para avaliação de proteólise em queijos. Foram analisadas 16 amostras de quei jo Prato e os resultados obtidos indicam as seguin tes conclusões: - os métodos desenvolvidos apresenta ram limites de detecção compatíveis com a utilização em análises de rotina; from the market hav e showed that the formol method can be succesfully aplied to different types of cheeses, giving a high correlation as compared to the reference method. BIBLIOG RAFIA A LO N SO , L.; RA M O S , M . ; M ARTIN HERNANDEZ, M. C. Proteolisis en queso: digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 26 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetfOut, n!! 295, 50: (5): 15-29, 1995 Kjeldahl 5400 Fonn ol r 550 l 5100 I '0 4800 500 .. Kjeldahl Fonnol 450 ....:. FIGURA 7 - Teores de Ni trogênio Total (mg/1 00g) de Queijos Adquiridos no C omércio, D eterminados pelos �étodos de Kjeldahl e de Form ol . Resultados �édios de Análises em Du plicata. Coeficiente de Correlação Igual a 0,98. 400 4500 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetfOut, n!! 295, 50: (5): 1 5-29, 1 995 Kjeldahl FonnoJ 1000 300 11 Kjeldahl 900 o 800 250 Fonnol 700 200 150 500 4200 300 3900 o 11 11 o o Prato Gouda Danbo .. 400 250 .. 3300 Gouda holandês FIGURA 9 - Teores de Ni trogênio Solúvel em Ácido Tricloroacético 12 % (mgl 100g) de Queijos Adquiridos no C omércio, Determina dos pelos �étodos de Kjeldahl e de Formol. Re sultados �édios de Análises em Duplicata. Coeficiente de Correlação Igual a 0,98. 600 350 3600 Pág. 27 300 200 200 150 100 Prato Pannesào .. .. o o 100 o 50 o Gouda Gouda holandês Danbo Pannesào Queijo Queijo Kjeldahl Formo! Kjeldahl Formol 25 60 300 1200 11 1000 250 .. Kjeldahl o Kjeldahl o Formol 20 50 Formo! 11 200 800 11 15 150 o 600 o FIGURA 8 - Teores de Nitrogênio Solúvel em pH 4,6 (mg/ 1 00g) de Queijos Adquiridos n o Comércio, D etermina dos pelos �étodos de Kj eldah l e de Formol. Resultados �édios de Análises em Duplicata. Coeficiente de Correla ção Igual a 0,97. o 11 400 100 . 50 11 o 200 Prato Gouda holandês Gouda Queijo Danbo Parmesão 40 11 FIGURA 1 0 - Relações ( % ) entre os Teores de Nitrogêni o Solúvel em pH 4,6 e Nitrogênio To tal de Queijos Adquiridos no Comércio, Determi nados pelos �étodos de Kj eldahl e de Formol. Resltltados �édios de Análises em Dupli cata. Coeficiente de Correla ção Igual a 0,94. 11 o o 10 30 5 20 Prato Gouda Gouda holandês Danbo Parmesão Queijo digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out; nQ 295, 50: (5): 1 5-29, 1995 Kjeldahl Fonnol 20 r 18 .. Kjeldahl o 16 Pág. 28 55 50 Fonno\ 45 14 Cl) E-< 12 �� '-' Sl 10 Z� J� <t! U- u � E-< � S CI) .. 111 40 11 FIGURA 1 1 - Relações ( % ) entre os Teores de Nitrogêni o Solúvel em TCA 1 2 % e Nitrogênio Total de Queijos Adqui ridos no Comércio, De terminados péí os Méto dos de Kj eldahl e de Formol. Resultados Mé dios de Análises em Du pli cata. Coeficiente de Correlação Igual a 0,98 . 35 o 8 o 30 o 6 25 4 20 2 O 15 Prato Gouda Gouda Danbo Pannesão Queijo ASTON , J . W . & CREAMER, L . K . Contribution of t h e components of the water-solubl e fracti on to the flavour of Cheddar cheese . New Zeal and Jou r n al of D airy S c�ence a n d Tech nology, 2 1 : 229-4 8 , 1 9 8 6 . ASSOCIATION O F OFFICIAL ANALITICAL Official m ethods of CHEMISTS. analysis . 40.ed., Virginia, 1 9 84. 1 1 4 1p. B OUTON , Y. & GRAPPIN , R . Measurement of proteolysis i n cheeese: rel ati onship between phosphotungstic acid-soluble N fraction by Kj e l dahl and 2,4,6tri n i troben zenesu Iphoni c acid-reacti ve groups in water-solubl e N . Jou r n a l o f D airy Research , 6 1 : 43 7-40, 1 994. . CIFUENTES , A.; DE FRUTO S , M.; DIEZ MASA, J. C. Analysis of whey proteins by capi 1 1 ary el ectrophoresis using buffer- FOX, P. F. & LAW, J. Enzymology of cheese ripening. Food Biotechnology, 5 : 23 9-62, 1 99 1 . GRAPPIN, R . ; RANK, T. C . ; OLS ON, N . F. 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Para caracterização dos isolados foram realizados os seguintes testes: Gram, creatina, catalase, capacidade de coagular o leite a diferentes teperaturas ( 100 Cf 7-30 dias, 21, 40 e 45° Cf48h ), crecimento em meio com 4 e 6,5% de cloreto de sódio, crescimen to em meio com diferentes pH ( 6,5; 9,2 e 9,6 ), capacidade de hidrólise da arginina, compor tamento no "litmus milk", capacidade de redução do azul de metileno e capacidade de fermen tação da ribose, sorbitol, rafinose, ramnose e dextrina. De um total de 140 "isolados" iniciais, foram obtidos seis isolados de Lactococcus lactis subsp. lactis var. diacetylactis. 1- INTRODUÇÃO O isolamento de culturas aromatizantes no Pais deve reduzir a sua depêndencia de simi lares estrangeiros. Por volta de 1 890. STOCH, na Dina marca e CONN, nos Estados Unidos, estudaram cultivos n aturais para i mprimir mais sabor e aroma na manteiga. Esses cultivos foram obti dos de cremes que apresentaram acidez mais elevada e maior intensidade de sabor e aroma (FOSTER, 1 965). Em 1 936, MATUS ZEWSKI et al ii, ci tado por C OLLINS ( 1 962) trabalharam com um Streptococcus que fermentava o ácido cítri S treptococcus de den o m i n an d o -o co, diacetylactis . Em 1 983, BRIDGE e SNEATH, citados por BUCHANAN e GIBBONS ( 1 984), dividi ram o gênero S treptococcus em seis grupos : Streptococcus piogêni cos, Streptococcus oral , S treptococcus Enterococcus, l áti cos, Streptococcus aeróbicos e outros Streptococcus. Em 1 9 8 5 , foi proposto que os Streptococcus láticos fossem classifi cados em * ** *** um novo gênero: Lactococcus, baseado nos es tudos de hibridização do ácido nucléico, rela ções imunológicas de superóxido dismutase, es truturas do ácido lipoteinoico, tipos de lipídios e composlçao de á c i d os graxos e menoquinon a . (SCHLEITER et a1ii e LUDWIG et alii, citados por KONDO, 1 989; S ANDINE, 1 988). E m 1 9 8 6 , o gên ero Lactococcus foi aprovado pel a União Internacional das Socie dades Microbiológicas (AMONYMOS, citados por KONDO, 1 989, SANDINE, 1 98 8) . De acor do com a nova nomencl atura, o Streptococcus lactis e o Streptococcus lactis subsp. l actis varo d e s i gn ar-se a passaram di acetyl actis Lactococcus l actis subsp . l actis e o S treptococcus l actis subsp. cremoris como Lactococcus lactis subsp. cremoris (SANDINE, 1 988). SANDINE, citado por KONDO ( 1 989), sugeri u que as estirpes de Lacto co c c us lactis subsp. lactis, que usam o citrato para formar di aceti l , fossem denominadas L a c t o c o c c u s lactis subsp. lactis varo diacetylactis. Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos Professores Titulares da Universidade Federal de Viçosa Professora Assistente da Universidade Federal de Minas Gerais Rev. Inst. Latic. IICândido Tostes Q; 1 1, Set/Out, nQ 295, 50: (5): 30-35, 1 995 d o ácido lático láticos) são constituídos de duas espécies: Streptococcus lactis, hoje Lactococcus e L a c t o c o c c u s raffi n o l a c t is. O /actis Lactococcus lactis, dividi-se em três subspécies: Lactococcus lactis subsp . lactis, Lactococcus lactis subsp. cremoris e Lactococcus lactis subsp. v aro diacetylactis (BUCHANAN e lactis GIBBONS, 1 984; SANDINE, 1 9 8 8 ) . Desde o reconhecimento d o diacetil por VAN NIEL c i ta d o por KEEN AN & B ILLS ( 1 968), como o principal componente do flavor das culturas para manteiga, muitos trabalhos têm sido realizados visando aumentar sua produção por meio de culturas láticas. O objetivo deste foi isolar, caracterizar e identifi car, a partir do pingo da região do Serro, M.G., Lactococcus lactis subs. lactis varo diacetylactis capazes de produzir substâncias aromatizantes, principalmente diacetil. Streptococcus (Streptococcus 2- MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi real i zado nos l aboratórios do D epartamento de Tecn ologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Amostras de soro de queijo (pingo) fo ram coletadas em fazendas da região do Serro, M i n as Gerais e transportadas, em cai xas de isopor, com gelo e água aos laboratórios. Após dilui ção com tampão fosfato, as am ostras foram semeadas ("pour-plate") n o meio Púrpura de Bromocresol -Carbonato, i n cubadas a 3 0° C/48h. Colônias típi cas, foram coletadas com alça de platina, em pl acas com, preferencialmente, 30 -50 colônias. Todos os "isolados" foram inoculados em Leite Desnata do Reconstituido esterili zado (LDR) com 1 2 % ESD e incubados a 30° C/24h. Após crescimen to, as culturas foram submetidas aos testes de gram, creatina e catalase pelo menos, por duas vezes. Somente os isol ados cocos gram-positi v os, creatina positiva e catalase negativa fo ram manti dos. As culturas que apresen taram mais de um tipo de microrganismo (impuras) pelo exame mi croscópi co foram semeadas no meio M- 1 7, d e onde se isolou cinco colônias típicas. Os isol ados considerados puros foram distribuidos em tubos contendo LDR ( 1 5 % ESD) e congelados a - 1 5° C. Um tubo de cada isolado foi usado para repicagens semanais, dando con tinuidade aos testes necessários à caracteriza ção e identificação. digitalizado por Pág. 3 1 A caracterização e i denti fi cação dos i sol ados foram feitas de acordo com BUCHANAN & GIBBONS ( 1 9 8 4) ; SPECK ( 1 976); FOSTER ( 1 965); GARVIE & FARROW ( 1 9 8 2) seguindo o esquema de i dentifi cação (Figura 1 ) . Todos os testes foram real izados, no mínimo, em duplicata . Foram "isoladas" do meio Púrpura de Bromocresol-Carbonato 1 40 colônias, 20 por amostra . Após reisol amento das culturas consideradas impuras no meio M17 e a realização dos testes de gram, segundo PELCZAR et alii ( 1 98 1 ) , da creatina (FURTA DO, 1 989; NIELSEN & ULLUM, 1 9 89) e da catalase (SPECK, 1 976), restaram 1 02 culturas que foram testadas quanto a coagulação do LDR ( 1 2 % ESD) a 1 0, 2 1 , 40 e 45 ° C; crescimento em presença de 4 e 6,5 % de cl oreto de sódio (BUCHANAN e GIBBONS, 1 984), hidrólise da 1 9 65; arg1l11l1 a (COWAN e STEEL, MICOLAJCIK, 1 964; REDDY e t a lii., 1 969); crescimento em meio com pH 6,5; 9,2; e 9,6 (BUCHANAN e GIBBONS, 1 9 8 4) e; compor tamento no "litmus milk". Posteriormente, seis i sol ados, prováveis Lactoco ccus, foram testa dos quanto à redução do LDR ( 1 0 % ESD) em presença de 0 , 3 % de azul de meti l en o , AMERICAN PUBLIC ASSOCIATION ( 1 978), e à fermentação da ribose, rafinose, ramnose, dextrina e sorbitol (SHARPE e FRIYER, 1 966; KING e KOBURGER, 1 970) e, a produção de diaceti l e acetoina pelo teste da creatina. 3- RESULTADOS E DISCUSSÃO De um total de 1 244 i sol ados, obti dos após reisolamento no meio M- 1 7, somente 1 02 (8,4 % ) eram gram-posi tivos, creati na positiva e catal ase n e g ativa, S e gundo BUCHANAN e GIBBONS ( 1 9 8 4) as bactérias d o gênero Lactococcus são cocos positivos, catal ase ne gativas, sendo que o Lactococcus lactis subsp. lactis varo diacetylactis é creatina positiva. Dos 1 02 isolados, apenas seis apresen taram características do L a c to c o c c us lactis subsp. lactis varo diacetylactis, conforme Qua dro 1 2. S egundo HAMMER e BABEL ( 1 957) as estirpes do Lactococcus lactis subs. lactis varo diacetylactis reduzem o azul de metileno e, de acordo com BUCHANAN & GIBBONS ( 1 984), crescem no leite contendo 0,3 % desse indicador. arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetjOut, n� 295, 50: (5): 30-35, 1995 Pág. 32 A t a Agar Púrpura de bromocresol - Carbonato ( a) Gram + (e) 1 LDR - 12% ----7 (Creatina d) (e) Catalase - (e) Agar M - 17 (b) Gram + (e) LDR [2% � � :�����:��) [ Isolados � 1O C + (e) 45 C - (e) NaCI 6,5% - (e) pH 9,6 (e) � 1 Lactococccus 3 - Enterococos 4 - Aeróbicos 5 - Outros Streptococos QUADRO 1- Testes para caracterização dos isolados - do ácido lático Lactococcus lactis raffinolactis pH 9,2 + (e) R. azul de metileno + (e) Ribose + (e) Rafinose - (e) Ramnose - (e) Sorbitol - (e) subsp. cremoris pH 9,2 - (e) R. azul de metileno - (e) Ribose - (e) Rafinose + (e) Ramnose + (e) Sorbitol + (e) Lactococcus lactis subsp. lactis subsp. lactis e 40 C - (e) NaCI 4 % - (e) H. arginina - (e) Dextrina - (C) subsp. Creatina + ( e) Lactococcus lactis Lactococcus lactis varo lactis varo diacetylactis (a) Speck ( 1 976) (b) Foster et alli ( 1 965) (c) Garvie & Farrow ( 1 982) (e) Buchanan & Gibbons ( 1 984) FIGURA 1- Chave para identificacão de Lactococcus (12 % ESD) , (C) 10 �� Lactococcus lactis C oagulação do LDR C ulturas Lactococcus Pág. 33 e 1 027F6), fermentaram a rafinose, sendo, por essa razão, classificados como Lactococcus lactis subs. lactis varo diacetylactis atípicos. Segundo GARVIE & FARROW ( 1 9 8 2 ) , o teste da dextrina serve, (além da hidrólise da argi nina, do crescimento a 40 o C e do crescimento em presença de 4% de NaCl), para diferenciar os Lactococcus lactis subsp. lactis e Lactococcus lactis subsp. lactis varo diacetylactis do Lactococcus lactis subsp. cremoris; os dois pri meiros fermentam a dextrina. Quatro desses ( 1 332, 1 320A9, 1 3 1 2 A l e 1 027F6) produziram diacetil e acetoina n o período esperado, e dois ( 1 092B6 e 1 07 8 E) apesar de bons produtores de diacetil e acetoina, foram relativamente l entos, conforme QUA DRO 2 . Devido apresentarem picos diferentes de produção de diacetil e acetoina, devem cons tituir, provávelmente, estirpes diferentes . Após os testes de "carboidratos", (QUA DRO 3); um ( 1 078E) apresentou resultados tí picos do Lactococcus lactis subsp. lactis varo d i a c e tylactis, c o n forme B UCHANAN e GIBBONS ( 1 9 8 4) ; três ( 1 3 3 2 , 1 092B6 e 1 3 12Al); fermentaram o sorbitol; dois ( 1 3 20A9 mos r 1 1 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetjOut, nll 295, 50: (5): 30-35, 1995 21 40 Crescim e n to a 30 C N a CI ( % ) 45 4,0 6,5 * 6,5 Redução " l i tm u s " PU 9,2 9,6 30C 2 1 C 4 0 C L. diacet. + + + - + - + + - + + + 1 332 + + + - + - + + - + + + 1 078E +" + + - + - + + - + + + 1 027F6 + + + - + - + + - + + + 1 32 0 A 9 + + + - + - + + - + + + 1092B6 + + + - + - + + - + + + 1 31 2 A 1 + + + - + - + + - + + + *Hidrólise da arginina QUADRO 2 - Resultado dos testes de creatina e de redução do azul de metileno com os isolados do gênero Lactococcus-,- diacetylactis Lactoccus 40 C + (e) NaCI 4 % + (e) H. arginina + (e) Dextrina + (c) lactis subsp. lactis Creatina - (e) Redução do azul de Metileno Escores dos Testes de Crestina Picos de produção de diacetil (horas) L. diacetulactis (A) + 4 1 7 -24 1 332 + 1 1 7 -24 1 07 8 E + 3 24 - 3 6 Culturas 1 0 2 7F6 + 4 1 7 -24 1 3 20 A 9 + 4 1 7 -24 1 09 2 B 6 + 3 36-48 1 3 1 2A l + 1 1 7 -24 (A) = Cultura comercial digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nll 295, 50: (5) : 30-35, 1 995 4- C O N C LU S ÃO G ARVI E , Dos 1 244 "isolados", foram i dentifica dos seis Lactococcus lactis subsp. lactis varo diacetylactis, quatro dos quais bons produtores de diacetil e acetoina. Os resultados permitem concluir que o. isolamento deste microrganismo é viável , e, devido ao pequeno percentual obti do, deve ter prosseguimento, visando aumentar o número de culturas que possam atender a de manda d a indústria láctea naci onal . E. L Pág . 34 & FAR ROW, J. A. E. Streptococcus lactis subsp. cremoris (Orla j ensen) comb-nov and Streptococcus Iactis subsp. dia c e tylactis (Matuszewski e t aI) nom . rev., comb. novo Int. J. gf Systematic Bacteriol ogy. Vol . N 4, p. 45 3 4 5 5 . OcL 1 9 82 . Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n !! 295, 50: (5): 30-35, 1995 NIELSEN, E. W. & ULLUM, J. A. Pág. 35 SANDINE, W. E. New nomenclature of the non techonol ogy. 2. ed. Danish Turnkey Dairies. rod-shaped lactic aci d bacteri a. 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QUADRO 3 - Fermentação de "carboidratos" pelas bactérias do gênero Lactococcus SorbitoI Ribose Culturas Rafinose Ramnose D extri n a - + L. di acet. + - 1 332 + + 1 07 8 E + - - - 1 02 7F 6 + - + - 1 3 20A9 + - + - + - - + - - + 1 092B6 + + 1 3 1 2A 1 + + + - + + a) BUCHANAN & GIBBONS ( 1 9 84) b) GARVIE ( 1 982) KEENAN , T. W. & BILL S , D . D .Metabolism 5- BIBLIOGRAFIA ASSO- A M E R I C AN PUBLIC HE ALTH CIATION. Standard methods for e x a m i n at i o n g..f d a i ry pro d u cts . the 1 4ed. Washi gton, 1 97 8 . 4 1 6p . BUCHANAN, R. E. & G I B B O N S , N. E . manual Wi lkins Company, 964p . 1 9 8 4 . COLLINS, E. B. CuItures identity a n d selection. In: Symposium on I. COWAN, S . T. & STELL, J. K . Manual for the of compounds by lactic starter 1 96 8 . of some group N streptococci. J. Dairy Sci., 5 3 (4) : 403-409, 1 970. KONDO, J . K . Gene cloning and transfer in dairy Iactococci. In: Symposi um Genetics of l actic acid bacteria. J. 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Gerais, através do "Instituto de Laticínios Cândido Tostes ", lançou em julho, por ocasião do XIII e XIV Congressos Nacionais de Laticínios, dois livros sobre diversas variedades de queijos de vaca e cabra e a tecnologia de fabricação dos mais afamados queijos do mundo; além de um glossário com mais de 1 00 variedades de queijos e anexos estatísticos sobre o setor. differenciation of Streptococcus lactis from Strep t o c o c C llS c re m o ris . 1. D a i ry S ei . , Informações 4 7 (4 ) : 4 3 7-43 8 , 1 964 . NIELSEN, E. W. & tech o n ol ogy. 2. D airies. Área de Difusão de Tecnologia ULLUM, J. A. ed. D a n i sh Pag o 1 -8 1. 1 98 9 . Dairy . Turn key CEPE/ILCT/EPAMIG - Caixa Postal Fone: (032) 224-3 1 1 6 183 - 36045-560 - Juiz de Fora - MG Fax: (032) 224-3 1 13 digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 36 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5) : 36-44, 1 995 Pág. 37 5 0 : ( 5 ) : 36-44, 1 995 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n a 295, QUEIJOS EM EMB ALAGENS COM ATMOSFERA MODIFICADA C h eeses in m od ified a t m o s p here p a ckagin g systems Rosa Maria Vercelino Alves 7 RESUMO Foi feita uma discussão sobre os princípios parâmetros críticos associados à tecnologia de acon dicionamento de queijos em embalagens com atmosfera modificada. Também foram revistos os princi pais estudos de vida útil de queijos em atmosfera modificada da literatura nacional e internacional. HISTÓRICO 5 ----- do ainda um grande crescimento do uso dessa tecnologia entre 1 993 e 1 995 (MAPAX . . . , s . d . ) . Os primeiros experimentos de acondi Na França e s s a tecnol o g i a e s t á sendo ci on amento de al imentos em embal agens com utilizada para pães, aves, pizzas e carnes cozi atmosfera modificada d atam de 1 8 8 3 , com o das, mas o m aior crescimento tem sido obser uso de dióxido de carbono (C0 2 ) e monóxi d o vado para vegetais e saladas preparadas. Outra de carbono (CO) e m embalagens de carne fres área de recentes desenvolvimentos é a de so ca (CAKEBREAD, 1 993) . bremesas lácteas (CAKEBREAD, 1 993 ) . N o s EUA o uso dessa tecnologia é re Comercialmente, o processo não foi uti li zado até os anos de 1 920 - 1 930 quando deu cente, mas é esperado que o mercado ameri ca se início ao uso de embalagens de carcaças bo no ultrapasse o mercado Europeu quando esta vinas e de cordeiros com gás carbônico (C02 ) durante o transporte refri gerado da Austrália e tecnol ogia for mais explorada (MAPAX . . . , s . d ) . LIOUTA S ( 1 9 8 8 ) dis cute muitos fatores q u e Nova Zelândia para a Ingl aterra. Durante os c on t r i b u í r a m para este atraso n o u s o d e anos de 1 940 e 1 95 0 foram construídos arma tecnologia de A M n o s EUA, e m relação à Euro zéns para estocagem d e maçãs frescas com at p a . Entre e l e s , os m a i s i mp o rt antes s ã o : a mosfera controlada, obtendo um prolongamento grande extensão geográfica e o grande raio de efetivo da vida útil da fruta. A partir de então, distribui ção d e p rodutos nos EUA, o que faz apli cações comerci ais de gases n a preservação com que sej a n ecessário um maior período de de alimentos ficaram restritas à estocagem com vida útil para a tecnologia ter chance de utiliza atmosfera controlada e em embalagens de trans ção; d i ferentes forças motrizes que impulsi o porte contendo carnes e frutas (D AY, 1 992) . nam a busca p o r novas tecnologias ( n a Europa Embalagens de v arej o , com atmosfera é o varej o e n os EUA são os fabri c an tes de modificada para carnes, começaram em 1 974 na embalagem e os consumidores), e também dife França, mas o grande sucesso de "marketing" acon renças nos c ostumes, pois os europeus fazem teceu na Inglaterra, em 1 9 8 1 , quando uma em compras mais freqüentemente e têm uma mai presa local decidiu utilizar essa tecnologia para or preferência por produtos fres cos. Segundo FARBER ( 1 99 1 ) , exemplos de carne vermelha fresca e obteve sucesso nas vendas devido à excelente apresentação do produto. al imentos que estão sendo comerci al i zados em Durante os anos de 1 990 a 1 993, houve embalagens com atmosfera modificada na Amé uma considerável diversificação de produtos em rica do Norte são: carnes vermelhas frescas, car embalagens c om atmosfera modificada, tanto nes cozidas, aves (carcaça inteira e partes), ovos no Reino Unido como na França, que represen cozidos e sem casca, queijos, peixes (só no Cana taram, respectivamente, cerca de 4 9 % e 2 6 % dá), saladas preparadas (embalagem institucional), d o mercado d e atmosfera modificada em unida des produzidas na Europa durante o ano de 1 992 (CAKEBREAD, 1 99 3 ) . E m 1 992, o mercado d e embalagens com -�"""'\s e vários tipos de sanduíches. No Brasil o m ercado de e m b a l a g e n s J.II atmosfera modificada é pouco expressi v o . Em embalag ens d e ' varej o se restri nge a AM no Reino Unido estava dividido, conforme apl i cações para massas frescas, queij os com ilustrado na Figura 1. No Reino Unido era espera- o l e a d u ras em fra ç õ e s (pedaços) , pi z z a s ada no Reino Unido em 1 992 (% em unida FIGURA 1 Mercado de embalagens com atmosfera modific _ des) (CAKE BREAD , 1 993). mercad o instituc ional é restrito ao acondic iona mento de cortes de aves e folhosos (alface ). PARÂMETROS CRÍTICOS Para que ocorra um aumento efetivo da vida útil do produto, em condiçõ es seguras , a apli cação da tecnolo gia de acondic ionamento em em da balagens com atmosfera modificada depend e nco otimiza ção do sistema , que está associa do a ci 8; p ar âmetro s c r í t i c o s ( H O T C H K I S S , 1 9 8 , LIOUTA S , 1 9 8 8 ; SARAN TÓPOU LOS & SOLER 1 9 8 8 ; DAY, 1992 ;): • • naturez a e qu alidade i n i c i al do pro duto; especificidade d a mistura gasosa em relação ao produto; • controle da temperatura; • propriedades da embalagem; o eficiência do equipamento de acondicionamento. Natureza e qualidade inicial do produto a ficadas não melhoram a qualidade inicial, apenas conta a Se ados. prolong mais períodos por mantêm minação microbi ológica inicial for alta, a ação do gás carbônico é menor, podendo até ser completa mente ineficaz . Desta forma, é muito importante as boas práticas sanitárias durante a fabricação ou ma nuseio do produto (DAY, 1992). MOIR e t a I. ( 1 993) comprovaram que a ação de C02 foi mais efetiva na inibição do de senvolv imento de pseudom onas em queijo Cottage 1 c o m c o nt a g e n s i n i c i ai s de l O do q u e com 1 0 3 UFC/g. SMITH et aI. ( 1 990) evidenc iam que a idade da populaç ão microbi ana também influen cia o efeito inibidor do C0 2 ' Se uma bactéria es tiver na fase de crescim ento exponen cial (fase log) e não na fase de adaptação (fase lag) o efeito do C0 2 é menor. Especificidade da mistura gasosa A mistura gasosa usada em embalagens com atmosfera modificada é escolhida de forma a atender as necessidades específicas de cada pro Em relação ao produto, os princip ais fa tores que devem ser conside rados no acondic io nament o com AM são: o pH, a atividad e de água, a carga microb iana inicial (númer o, idade e tipo de microrganismos patogênicos e deterioradores) e a qualidade organo léptica. A qualidade inicial do produto , em termos ser m i c robioló gicos e o rganol épticos , deve imprescindivelmente boa, pois as atmosferas modi- digitalizado por duto (DAY, 1 992). Para queijos, os gases mais comunente utilizados são : o gás carbônico (C02 ) e o nitrogênio (N2 ), combinados ou não. ° C 02 a p re s e nt a p ro p r i e d a d e s bacteriostáticas e fu ngistáticas e retarda o cresci mento de muitos tipos de fungos e bactérias. Se gundo DANIELS et ai. ( 1 9 85), muitos estudos têm demonstrado que a ação do C0 2 é mais efetiva quando a flora deterioradora do alimento é predo minante gram-negativa, aeróbica e de bactérias arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295, 50: (5) : 36-44, 1 995 efetiva quando a flora deterioradora do alimen Pág. 38 . observadas em acondicionamento de queijo tipo to é predo m i n ante gram-negativa, aeróbica e C ottag e de bactérias psicrotróficas. ° efeito global do K O S I K OW S KI & B R OW N , 1 97 3 ) . S egundo C02 é o prolongamento da fase de adaptação e MOIR et a I . ( 1 993), para queijo Cottage é ne o aumento do tempo de geração de microrga nismos (DANIELS et aI. , 1 9 8 5 ; DAY 1 992 ) . cessário l i mitar a concentração de C02 no es Muitas pesquisas foram feitas tentando el ucidar o mecanismo de ação do C02 sobre a ( S C O TT & S M ITH , 1 97 1 ; paço-l ivre das embal agens em 40 % (v/v) , com b a l a n ç o de N2' para se e v i tar alterações organol épti cas i n desej áveis no produto. ° N2 é um gás quimi camente in erte e célula microbiana e, recentemente, os resulta a) Perm eabilid a d e aos gases tura 3 5 % C02 e 65 % N2' A embalagem d e v e s e r barreira a o s ga Em relação a queijos maturados por fun gos (Camembert, Gorgonzola, etc .) alguns au ses para manter a atmosfera modifi cada ao re tores alertam que o uso de embalagem com at exterior para o interior da embalagem . ção ao C02, é usado como gás de enchimento, microrganismos (DANIELS et aI. , 1 98 5 ; DAY, 1 99 2 ) . FARBER ( 1 99 1 ) resumiu as teorias em: evitando o colapso da embalagem, quando o C02 embal agem. ° N2, quando substitui completa i nstitucionais ou de transporte ("bulk") (DAY, 1 992) . alteração nas fun ções da membrana mente o oxigênio (02), evita o crescimento de Além da combinação de gases, também das células, incluindo efeitos na cap é i mportante a quantidade de m i stura gasosa tura e absorção de. nutrientes; microrganismos aeróbios e as reações de oxida ção (DAY, 1 99 2 ) . Também é importante para i n ibi ção direta de enzimas ou dimi diluir o oxigênio residual na embal agem . • • d as r e a ç ões ° uso de oxigênio não é recomendado enzimáticas; para queijos e sim para alguns tipos de alimen penetração n a membrana da bactéria tos mais susceptíveis ao d es env olvimento de e alteração do pH intracelular; mi crorganismos anaeróbicos patogêni cos como alterações diretas nas propriedades fí peixe, em frutas e v egetais, para manter a res sico-químicas das proteínas. piração aeróbica e na manutenção da cor ver melha de carne fresca (DAY, 1 9 92 ) . A efetivi dade do C02 geralmente au Não existe u m consenso sobre a s pro menta l in earmente com o aumento da concen tração n a fai x a de 2 0 a 60 % , enquanto o au porções de utilização de C02 e N2 em embala m en t o d o efe i to é m en or em c o n c entraç õ es Alguns autores sugerem para queijos em geral, acima de 50-60 % (SMITH et aI. , 1 990) . Entre estocados sob refrigeração (O a 5°C), misturas tanto, o C02 não retarda o crescimento de to c o m o : 1 0 -40 % C02 e 90- 6 0 % N2 ( G U I S E , dos os tipos de microrgani smos. Por exempl o, 1 994; LOUI S , 1 9 94) ou 60- 1 00 % C02 e 40- gens com atmosfera modificada para queij os. existe um acréscimo de bactérias lácteas na pre 0% N2 ( SMITH e t aI. , 1 99 0 ; BERNE, 1 994; sença de C02 e baixos níveis de 02, porque esta EMPAQUES de ... , 1 99 3 ) . A util ização de N2 é uma condição ideal de desenvolvimento deste puro é recomendada por LIOUTAS ( 1 9 8 8 ) . tipo de bactéri a que é m i croaerófi l a . ° C02 O utros autores sugerem mi sturas por também é menos efetivo para inibir leveduras (D AY, 1 99 2 ) . classes de queijos, como na publicação MAPAX (s .d) que apresenta: 80- 1 00 % C02 e 2 0-0 % N2 20 % C on ce ntraç õ e s d e C 0 2 men ores q u e tendem a n ão i n i b i r o cres c i m en t o mi crobiano satisfatoriamente, a 40 % pode ocor para queijos duros; 80-90 % C02 e 2 0- 1 0 % N2 para queijos duros fatiados e 20-40 % C02 e 608 0 % N2 para queijos maci os. rer o colapso da embalagem, dando um aspecto Recomendações mai s específicas por de vácuo, porque o C02 se dissolve na gordura 1 9 94 ) e também tipos de queijos são feitas por FIERHELLER ( 1 99 1 ) e WOODS ( 1 99 2) que indicam para quei permeia o material de embalagem mais rapida jos em fatias (Mozarela, Suíço) a mistura gaso mente que o 02 e o N2 ' sa de 30% C02 e 70% N2 e 1 0 0 % N2 ' respecti d o s a l i m entos (BERNE, Em adição, produtos de l aticínios po v am e n t e . S e g un d o FAR B E R ( 1 99 1 ) e dem apresentar alterações d e s abor/odor em SUBRAMANIAM ( 1 99 3 ) , q u eijos r a l a dos e atmosferas com a l to teor d e C02' S e g u n d o fatiados do comércio usam a composi ção 3 0 % MAPAX (s . d) , produtos de laticín i os com alto C02 e 70% N 2 ' e queijos duros como o Cheddar teor de creme de leite tendem a se tornar aze são comu m en te embal a d o s e m 1 0 0 % C 0 2 ' dos, ácidos ou talhados. Essas alterações foram LOUIS ( 1 9 86) comenta que um q u eij o tores associados l i vre da embal ag em/q uan t i d a d e d e ali men to, manho da embal agem) como: 1 0-40 % C02 e mai or é o potencial de prolongamento d a vida 90-60 % N2 para embal agens de v arej o e 30- útil do produto (SARANTÓPOULOS & SOLER, 1 00 % C 0 2 e 7 0 - 0 % .N2 p a ra embal a g e n s volume do espaço-livre da embalagem e a quan quantidade do gás necessária de permeabil i dade e maior volume do espaço queijos duros e macios por tipo de mercado (ta dentro da embalagem, ou seja, a relação entre o à para inibição mi crobi ana. Quanto menor a taxa Também existem recomendações para permeabilidade através da embalagem e m rel a taxa embalagem e o volume do espaço-livre são fa após o acondici onamento nas embalagens (DAY, 1 99 2 ; SUBRAMANIAM, 1 993) . bioquímicos que ocorrem dentro das células dos da A taxa de permeabilidade aos gases da do se deseja que a maturação do queijo continue efeito negativo em vários passos enzimáticos e nuição dor do produto e impedir a entrada d e 02 do mosfera modificada pode ser problemático quan devido se dissolve n o produto ou permeia o material de Pág. 39 Camembert do mercado europeu util i za a mis dos têm demonstrado que o C02 apresenta um à s u a b a i x a s o l ub i l i d a d e e m e n o r Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5) : 36-44, 1 995 1 9 8 8 ) . ° material de embalagem deve ser bar reira ao 02 e também ao C02 que, normalmen te, está presente em concentrações bem acima da atm osférica (0,03 % ) . Geralmente, as taxas de permeabi l i dade C02/02 e 02/N2 apresen tam relações médias de 3 a 5. Recomendam-se tidade de produto. Geralmente recomenda-se a rel ação volume de gas/volume de produto na faixa de 3 : 1 a 1 : 1 (DAY, 1 992 ) . C o n trole d a tem peratura m a ten a l s d e embal a g e n s com t a x a de permeabi li dade ao oxigênio menor que 50cm 3 / 2 m /dia/atm para acondi cionamento com atmos fera modificada (D AY, 1 99 2 ) . b ) Permeabilidade a o vapor de águ a A apl i cação da tecnologia de embala gens com atmosfera modificada não substitui a necessidade de refrigeração, durante o preparo, A embalagem também deve ser barreira ao vapor de água, para impedir a perda de umi dade dos queijos, o que provocaria alteração na d i s t r i b u i ç ã o e comerc i a l i z a ç ã o do produto textura, perda de peso e comprometeria a apa rência, conforme exposto no item 2 . 1 . 3 . A redução d a temperatura, além de re de permeabi l d i ade ao v apor d e água (TPVA) (HOTCHK I S S , 1 9 8 8 ; DAY, 1 99 2 ) . tardar o desenvolvi mento mi crobi ológico, fa v orece a ação inibi dora do gás carbônico na deterioração do produto, porque aumenta a so lubilidade do gás no alimento. Além d e interferir n a v i da útil , o con trole da temperatura é um fator de segurança para mui tos al imentos , onde existe o risco de DAMSKE ( 1 990) recomenda u m a taxa para embalagens de queijos com atmosfera mo 2 d i ficada de 0,5g água/ l 00poI /dia ( 7 , 8 g água/ 2 m / d i a) , mas não especi fi c a as condi ções do teste em termos de temperatura e umidade re lati va. ALVES et a I.. ( 1 994) apresentam que a embalagem hoje utilizada para queijo Mozarela m i cr o r g an i smos em peça, no Brasil, tem uma TPVA n a faixa de 2 1 2 a 30g água/m /di a a 3 8 °Cf90 % U R . Essa Geral m ente, recomendam-se temperaturas n a faixa d e 0-30C (LIOUTA S , 1 9 8 8 ; DAY, 1 99 2 ; bém é uma boa referên cia, uma vez que o de d e s e n v ol v i m e n t o de patogênicos, como o Clostridium (DAY, 1 99 2) . EMPAQUES de . . . , 1 99 2 ,) ou 4 a 60C (MAPAX, s .d) para produtos de laticíni os acondicionados em embalagens com atmosfera modifi cada. Proprie d a d es àa e m b al agem DAY ( 1 99 2 ) inumerou vári as caracte rísticas que devem ser consideradas na escolha do tipo de embal agem, para acondici onamento de alimentos com atmosfera modificada. Entre elas, as que mais se aplicam para queijos são: digitalizado por faixa de permeabili dade ao vapor de ágúa tam sempenho d e stas embalagens têm sido sati s fatóri o para i m p e d i r a desi dratação d o qu eijo Mozarel a e m peça. c) In tegridade d o fec h a m e n to É essencial que a termossoldagem seja hérmetica, de modo a manter a atmosfera gososa desej ada ao redor do produto. d) Propriedades mecânicas Materiais utilizados em embalagens com arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n9 295, 50: (5) : 36-44, 1 995 atmosfera modificada devem apresentar resi s d u r a n te o m an u s e i o , transport e PVC/PEBD MAPAX, s.d.); e comercialização do produto. Caso a embalagem • tos devem ser arredondados, para impedir da de • cas "anti-fog" (permitir que o frescor do produto seja visível para o consumidor), barreira aos va • ser ou não encolhível e apresentar custo compa fi1mes flexíveis usados n a confecção de sacos de embalagens de varejo ("pillow pack") e tam pas de embalagens plásticas rígidas; fundos de embalagens plásticas rígidas e sacos para acon d i c i on ar grandes p orções ( e mb a l a g e n s institucionais o u de transporte) . Os filmes para embal agens fl exíveis e as tampas apresentam estruturas como: DAMSKE, 1 990; D AY, 1 99 � ; FIRST MAP. . . , 1 9 9 3 ) ; CeIo PV D C/PEBD ou ou ou O PA-PVD C/PEBD O PA/PEBDL e PA/ E V O H/PEBDL o revesti mento de PVDC, a apl icação de metalização e o uso de resinas como EVOH, PA, OPA são os responsáveis pela barreira aos gases das estruturas. A barreira à umidade é obti da pelos filmes de PEBD, pelo revestimento com PVDC e metalização (GARCIA et aI. , 1 9 89) . O PEBD também é responsável pela termosselabilidade. O PET, o B OPP e o CeI o fornecem às estruturas resistência mecânica, bri lho e são um ótimo substrato para impressão. Outra sugestão de material selante para os sacos de grandes volumes é o uso do PEBDL, sistênci a à tração (ALVES , 1 992) . Nas embalagens rígidas o PVC, PP e PS são os responsáveis pela ri gidez, sendo que o PVC e o PS apres entam maior faci l i dade de EVA a de PVC/PEBD, sendo freqüente seu uso com EVA (DAMS KE, 1 990) ; PA-PVDCjPEBD PA/PEBD ; PA/EVOH/PEBD (D AY, termoformação. As estruturas PS/EVOH/PEBD (DAMS KE, 1 990; D AY, 1 992) ; • mercado EVA (DAMS KE, 1 990) ; B O PP-PVDC/PEBD o que confere term oss ol dagens com melhor re P.ET-PVD C/PEBD ( M APA X , s . d . ; • para (SMITH et e a PP/EVOH/PP não são transparentes como p i gm entação. Efi c i ê n c i a d o e q u i p a m en to d e a c o n d icio namento a l. , 1 990; D AY, 1 992); • PA/PEBD (SMITH e t aI. , 1 990) • PA/EV OH/PEBD ( S MITH OPA/ionôm ero (LOV I S , 1 9 8 9) ; e t a l. , 1 990); PET-PVD C/PA/PEBD • O último item determinante d o sucesso da tecnologia é a eficiência da máquina de acon dicionamento. S ua operação deve ser otimizada em termos de nível de evacuação, nível de inje (LOV I S , 1 986); PET o u BOPP - metal i zaç ão/PEBD (DAY, 1 9 92) e acrílico - BOPP - PVDC (WOODS, 1 992) . As chapas para fundo de embalagens rí gidas são compostas por estruturas como: da m i stura gasosa desej ada, que dilui o ar ao r e d or do produto, antes da embal a g e m ser sado, o ar é extraído do interior da embalagem por um processo de vácuo e em seguida a pres são é reconstituí d a com a i nj eção d a mi stura ção de m i s t u ra gasosa e p arâmetros de termossoldagem, a fim de se obter uma modifi cação e fi c i ente da atmosfera no interior da embalagem e soldagens herméticas que não per mitam trocas gasosas. O tipo de equipam ento a ser uti li zado depende d o produto e d o tipo d e embal agem desejada e são duas as técnicas uti lizadas para modi fi car a atmosfera no interi or da embal a- Pág . 4 1 confirmados p o r K O S IK O W S K I & BROWN ( 1 973) que evacuaram e injetaram C0 2 ou N2 puros em potes de PVC contendo queijo Cottage e selaram com alumínio. Esses autores verifica ram que o q u eij o m anti n h a excelente s abor , odor e textura p o r 45 d i a s a 4 0 C , n a s duas at mosferas m od i fi cadas. D epois deste período ocorreram alterações sensori ais devido ao de gasosa desejada. senvolvimento de um sabor azedo, fermentado ESTUDOS DE VIDA ÚTIL DE QUEIJOS EM ATMOSFERA MODIFICADA aram queijo Cottage acondi cionado sob diver e alterações na textura. MANIAR et aI ( 1 994) t ambém av ali sas atmosferas ( l 00 % C02; 7 5 % C 02/25 % N2 e (JENKINS & HARRINGTON, 1 99 1 ) . i mpedir alterações organolépticas no produto), atmosfera modifi cada podem ser divididas em: ou 1 99 2 ) ; pores orgânicos e livre de odores estranhos (para mercialmente para queijos �m embalagens com transporte gemo N o sistema d e fluxo d e gás o a r dentro da termossoldada. No s istema de vácuo compen i nstituci onal são: consideradas como: transparência e característi As embalagens sugeri das e usadas co 1 992; E a s estruturas d o s sacos para embala gens tível com o do produto. ( D AY, APPLICATIONS for . . . , s . d ) . nos na embalagem e conseqüente perda do gás. Algumas outras características podem ser P S / E V O H/PEBD Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n9 295, 50: (5) : 36-44, 1 995 embalagem é substituído por um fluxo contínuo PP/EVOH/PP (LOVIS, 1 9 86) ; seja rígida (por exemplo, uma bandeja) os can e) Outras c a r a c terísticas 1 9 92; (DAY, ®. tência à perfuração, para assegurar a integrida de Pág . 40 A l iteratura sobre queijo acondicionado em embal agens com atm osfera m o d i fi cada é muito restrita. A maioria das publicações inter n ac i o n ais trata de estudos feitos com qu eij o Cotta g e . Segundo CHEN & HOTCHKISS ( 1 993), o queijo Cottage apresenta uma vida-de-prate leira de 21 a 28 dias sob condições comerciais de refri geração. Os fatores limitantes desse pe rí o d o são o p s i crotrófi c as Pse u d o m o n as , crescimento de gram- n e gati vas Proteus, bactérias como A e ro m o n as , ou Alcaligenes sp, que causam um indesejável "off fl a v o r s " , a form ação de p i g m e n t o s e de limosidade; e o crescimento de bolores e leve duras, como, Geotrichllm, Penicililllll, Mucor e A lternaria q ue também c ausam alterações no 1 00 % N2) e seus resultados indicaram a atmos� fera com 1 00 % CO2 a que melhor preservou as característi cas sensori a i s do q ueijo por 28 d i as 4°C . O produto foi col ocado em uma em bal a gem barreira a gases e a composi ção ga sosa d o espaço-l i v r e s e m an te v e i n �l terada durante a estocagem . amostras em ar atm osfér i c o . A partir d e 1 992, os trabalhos c o m quei jo Cottage envolveram a inoculação de micror ganismos e o acompanhamento d a sobrevivên cia e/ou crescimento dos mesmos durante um certo temp o . CHEN & HOTCHKI S S ( 1 9 9 1 ) in ocul aram 1 0 3 VFC/g d e uma m istura d e três bactérias ( Pse u d o lll o nas desses microrganismos deterioradores em quei S C OTT & S M ITH ( 1 9 7 1 ) av a l i aram amostras de queijo Cottage, estocadas entre 34°C por 10- 1 2 dias. As amostras foram acondi ci onadas em potes de PS que eram manti dos abertos dentro de dessecadores de v i dro onde foi feito um fluxo de 1 00 % C0 2 , 100% N 2 ou ar atmosféri c o . S u as conclusões foram que o C0 2 retardou o desenvolvimento de bactérias psicrotróficas e mesófi1as, mas causou uma al teração sensorial no queijo (sabor ácido ou aze do), o que poderia ser julgado como positivo ou negativo dependendo da preferência do consu m i dor. Em atmosfera de 1 0 0 % N 2 não houve aumento de v i d a úti l , porque embora não te nham sido verificadas alterações sensori ais, as de atmosferas modificadas, m as aumentaram n as sabor/ o d o r , t e x tura e aparênci a . A s s i m , a jo Cottage. cotagens ram sem alterações n o p roduto s ob d i v ersas tecnologia de atmosfera m od ifi cada tem sido estu dada vi sando control ar o desenvolvi mento As p s i crotrófi cas e b actér i a s l áti cas p ermanece d eteri oradoras flll o re c e ns , gram - n e g at i v a s Pse u do m o n as a e u ru g i n osa e Pse lldolll o n a s m a rg i n a ta) em queijo Cottage que foi posteriormente acondi cionado em potes de vi dro de tampa metál ica, contendo 3 5-40 % de C0 2 no espaço-livre. Seus resultados indicaram que o C02 dissol vido ini bia o crescimento de bactéri as gram-negativas em queijo Cottage. Posteriormente, esses mesmos autores, inocularam três cepas de Listeria lllonocytogenes e Clostridi u lll sp o roge nes em queijo Cottage acondicionado em tubos de PS com e sem C0 2 e envolvidos por um fi1me plástico alta barrei ra que foi termoencolhi d o . A concentração de C0 2 no espaço-livre era de 35 % (v/v), e o pro duto foi estocado a 4 e 7°C. Foi observado um crescimento de Listeria na amostra sem C02 de 1 04 para 1 07 VFC/g após 28 e 7 dias a 4 e 70C, contagens de bactérias foram sem elh antes às do produto em ar atmosféri co. Mais tarde, esses resultados não foram digitalizado por respecti vamente, o que i n d i c a que exi ste um r i s c o d e q u e ij o C ot t a g e ser um v e í c u l o de Iisteriose nas condições de comerci alização, sem atmosfera m o d i fi c a d a . As c o n t a ge n s de arvoredoleite.org Rev. 1nst. Latic. "Cândido Tostes", SetfOut, nº 295, 50: (5) : 36-44, 1 995 Pág. 42 Clostridiu m spo rogenes a 4 e 70C e Listeria Na l i teratura bras i l eira encontram-se m o nocytogenes a 40C tiveram uma redução no dois estudos envolvendo a tecnologia de atmos queij o em atmosfera de C02' Após 63 dias a fera modificada para queijos. 7 0 C , h ou v e um a u m e n t o n as c o n t a g e n s d e Listeria de 1 04 para 1 0 5 UFCfg n o queijo com S ARANTÓPOULOS et ai. ( 1 993) ava li aram queij o Mozarela de l eite de búfala, no C02' Segundo os autores, esses resultados indi formato de bol as, acondicionado com três sis cam que o uso de atmosferas de C02 para au temas de embal a g en s : atmosfera m od i fi cada (50 % C02/5 0 % N2) , vácuo parcial ( 1 2 ,5 pol mentar a vida útil de queijo Cottage não repre senta um aumento de risco do desenvolvimento de l i st e r i o s e ou b otul i s m o (CHEN Hg) e ar atmosférico (convenci onal ) , estoca & das a 7± 1 °C. Foi verificada uma redução signi HOTCHK1S S , 1 99 3 ) . MOIR et Pse u do m o nas ( 1 99 3 ) a lo flu o re s c e ns, fi cati va no produto em atmosfera modifi cada e, neste sistema, a vida útil foi de 24 dias, limitada por alterações embal agens passaram por um fl uxo de C02 e que limitou a vida útil do queijo em 1 1 e 10 dias, i n ibição do crescimento das Pseudomonas nos queijos em atmosfera de C02' Observou-se um aumento na duração da fase de l atência e uma ção foi m a i o r no produto estocado à menor A estabilidade de queijo parmesão rala vada alteração sensorial n o produto contendo do com 3 2 % de umi dade e acondici onamento C 0 2 ' Ta mbém não h o u v e cres c i m en t o de em atmosferas com alto teor de C02 ( 1 ,5 litros C02fkg produto) foi avaliada a 2 5± 2 °C. A em Liste ria m o nocytoge nes, tanto n o produto em C02 como em ar o que discordou dos resultados balagem utili zada foi um filme co-extrusado de de CHEN & HOTCHK1S S ( 1 99 3 ) , para o pro PA/EVOH/PEBD, com taxas de permeabili dade duto convencional acondici onado em ar atmos a o o x i g ê n i o e a o gás c arbôn i c o d e 3 , 8 6 e 2 1 0 , 8 7 c m 3 (CNTP)/m / d i a a 1 a t m , 2 5 0 C e Para um t i p o especial de queij o " S aint 75 % U R , Paulin", foi feito um estudo em embalagens com respecti v a m e n t e . Não foram verificadas alterações físicas e químicas no pro atmosfera modificada por P1ERG10VANN1 et duto durante 1 24 dias de estocagem, e após este denominado período as contagens de mesófilos e de bolores e leveduras foram de 4,2 0x I 05 e 5,00x 1 04 UFC/ "Tal eggio cheese" . Foi avaliada a aplicação de quatros diferentes atmosferas ( 1 00% N2' 1 0 % g, respecti v am ente . C ontudo, aval i ações sen C0 2f90 % N2 ' 20 % C0 2/80 % N2 e 3 0 % C0 2/ 7 0 % N 2 ) versus o si stema convenci onal que soriais definiram uma vida útil de 98 dias e os embal agem com as diferentes atmosferas con alterações fatores limi tantes de acei tabi l i dade foram as consisti a de um envoltório de papeI/PEBD. A 3 semanas de estocagem a 6±20C, foi conside rada como a melhor opção a a tm o s fera 1 0 % C 0 2/90 % N2 por ser a preferida em um painel s e n s o ri al . ° desenvolvi mento m i crobi ológico n os q uatro t i p o s de tratamen tos, analisado por contagens total e de bolores e leveduras, foi semelhante. An discussion about the most important c r i t i c aI factors relationship w i th cheeses i n modified atmosphere packaging technology was done. The principal shelf life studies on modified atmosphere cheeses of the internaI and externaI literature were also reviewed. ' de sabor, cor e agl o m e r a ç ã o (SARANTÓPOULOS e t a i. , 1 995). C ONSIDERAÇÕES FINAIS Através desta revisão, verifi ca-se que Fra n c i s c o , 1 n n ov at i v e Expos i t i o n s I n c . , 1 9 9 0 . p . E-3 . D A N I EL S , J.A.; KRIS HNAMU RT H I , R.; RIZVI, S . S .H. A review o f effects o f carbon dioxide on microbial growth and food quality. J ournal of Food Protection, Des Moines, D AY, Key-wor d s : M o d i fi ed atmosphere packagi n g ; Cheeses; Criti cs parameters. B . P. F. Guidelines for t h e good m an u fac t u r i n g and handling of m od ified a t m os phere packed foo d products. G l o ucesters h i re , T h e C amp den Food and Drink Research Association, 1 992. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79p . (Technical Manual n . 34) . pinas, v.4, n . 5 , p . 7 - 8 , 1 99 2 . S .T. ; PADULA, M . Embal agem para quei j o s . In : _ _; _ _; _ _ ; __ . produtos de E m b a l a ge m p ar a l atic í n i o s . Campi n as , CETEA/ITAL, 1 99 4 . cap . 2 , p . 2 1 -3 7 . A P P L I C AT I O N S for cheese - Multivac packag i n g m a chi n e s . 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Growth of ratura naci onal e i nternacional sobre acondici L iste ria m o n o cyto g e n es and Clostridi u m onamento de q ueij os em embal agens com at spo roge nes in cottage cheese in m o d i fi ed mosfera modificada. D esta forma, é importan atmosphere packagi n g . Journal of Dairy Science, Champai g n , v.76, n . 4 , p . 972-977 te a realização de estudos nesta área, que apre- DAMSKE, L.A. . M o d i fi e d atm o s p h ere packaging of dairy products - machinery and v. 4 8 , n . 6 , p . 5 3 2- 5 3 7 , 1 9 8 5 . cado brasileiro. Informativo CETEA, Cam mês. tagem inici al de Pseudomonas. Não foi obser extrusado de estrutura EVA/PVDC/EVA. Após SUMMARY ram que materiais com taxa de permeabilidade 2 ao 02 de 60cm 3 ( C NTP)/m / d i a a 2 4 0 C , modificada, estocados a 70C pelo período de 1 Pág. 43 m ateri a I s . In : PACK ALIMENTAIR E ' 90 , S a n Fran c i s c o , 1 99 0 . Proceedings . . . S a n ALVES, R.M.V. PEBDL - Uma opção no mer n amento de q ue ij o Mozarela c om atm osfera temperatura e também n o que havia menor con volvido por um s aco fabricado com fil m e co- tecnol o g i a . gasosa do espaço-livre das embalagens indica 90 % U R e 1 atm são adequados para acondicio redução na velocidade de crescimento. A inibi s i stia de um pote termoformado de PVC, en econômica e m ercado para a uti li zação desta respecti vamente . As anál ises de composi ção estocado a 5 e 1 5 0C e foi demonstrada uma q u e ij o senta um grande potencial técnica, viabilidade ° d e s e n v o l v i m en t o mi crobi o l ó g i c o d o produto e m v á c u o parc i al uma tampa de alumínio, a concentração de C02 um s e n s o ri a i s . foi similar ao do produto em ar atmosférico, o no espaço-livre foi de 40% (vfv). ° produto foi com b ac t é r i as psicrotróficas aeróbicas e de fungos e leveduras N2 de tal forma que, após o fechamento com ( 1 993) de i n o c u l aram Cottage, acondicionado e m potes d e P S , e as a lo cres c i m en t o Pse u do m o nas p u tida e L iste ria m o n o cytoge nes em q u e ij o féri c o . no Rev. 1nst. Latic. "Cândido Tostes", SetfOut, nQ 295, 50: (5): 36-44, 1 995 FARBER, J . M . M i crobi ol o g i cal aspects o f modified-atmosphere packaging tech n ology : a revi ew. Journ al of Food Protection, Des Moines, v.54, n . 1 , p . 5 8 -70, 1 99 1 . FIERHELLER, M . G . 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"Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5): 36-44, 1 995 Pág. 44 o USO DE LIPASE NA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS JENKI N S , W.A & HARRINGTON J . P. Dairy products . I n : ___ & ___ . PAC KAGING foods with plastic. Lancaster, Techn om i c , 1 99 1 . c a p o 9 , p . 1 45 - 1 7 1 . KOSIKOWSKI, F. V. & BROWN, D.P. InfIuence of carbon dioxide and nitrogen on microbial populations and shelf life of cottage cheese and sour cream. Journal of Dairy Science, Champa i g n , v . 5 6 , n . l , p . 1 2- 1 8 , 1 973 . LIOUTAS, T. S . ChaIlenges of control Ied and m o d i fi e d atmosph ere p a c k a g i n g : a food company's perspective. Food Technology ' Chicago, v.42, n . 9, p . 7 8 - 8 6 , 1 9 8 8 . LOU I S , P. J . Cheese packa g i n g . Euro p e a n and World Packaging N ewsletter Report, Alexandria, v. 1 9, n . 8, p.6, 1 98 6 . LOUIS, P.J. Modified atmosphere packaging i n Europe. European Packaging Newsletter and World Report, Al exandri a, v.27, n .7, p . I -4 , 1 99 4 . LOUIS , P.J . 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Journ al of Food Science, Chicago, v . 3 6 , n . 1 , p . 7 8 - 8 0, 1 97 1 . SMITH, J.P. ; RAMASWAMY, H.S . ; SIMPSON � technology. Part 11: storage aspects. Trends in Food Science & Technology, Cambridge, coagulantes e Iipolíticas de forças variadas, além É muito ativa e pode causar sabor rancido l ei t e cru, esp e c i al m e n t e se este fo r ou processos a lternat i v os d e resfri a m e nto e aquecimento. Esta lipase pode desempenhar um papel importante na formação do gosto pican te típico de queijos Parmesão e Provolone ela borados com l eite cru. m o d ified o f fo o d s . Glasgow, Blackie Academic & Professional ' 1 99 3 . c ap. 8 , p . 1 70 - 1 8 8 . derivada dos tecidos pré-gástricos (pa n antes j ovens, tais como cordeiros, cabritos e b e zerros . S ão também conh e c i das como esterases g á stricas ou pré-g ástri cas. Pode-se apresentar sob duas formas: Sob e s t a forma, s ão veicul adas n o cha mado coalho em pasta, já que são extraídas do estômago de r um i n a n tes (esterases gástricas) . Para estimular sua produ- * sas razões, o coalho em pasta é cada vez menos b) Pó resulta nte da dessec ação do tecido pré gástric o macera do e l avado, o qual é posteri ses (estera pó em eite l com sturado mi e orment i p ré-gás tricas) . Assi m , evitam -se as contam É ão n ações e i mpurez as mencion adas n a produç da m dosage da s do coalho em past a . Atravé se e d o p pó no te presen ca íti l po i l atividade em ajustar c o m facilida de a "força" da l ipase pó. É o tipo de l i pase mais utilizad o na indús tri a de l aticínios mundia l, sobretu do nos Esta dos Uni dos . É derivada geralmente de leveduras ou fungos. Os microorganismos mais utilizados são: Mucor m iehei - Aspergillus niger - Aspergilus oryzae - Phizoupus arrhizus a) Pasta d i re t a m en t e de impurezas físicas e microbiológicas. Por es LIPASE MICROBIANA l ato, epig l ote e esôfago) ou gástricos de rumi WOOD S , S . Le grand fro m a g e . C a n a di'an Packaging, Toronto, v.45, n.9, p . 5 8, 1 992. destruída na pasteuri , LIPASE ANIMAL É S UBRAMANIAM, P. J . Miscell aneous appl i cati ons. In : PARRY, R . T. Principies É zação do l eite. v. l , n . 5 , p . 1 l l - l l 8 , 1 99 0 . and a p p l i cations of a t h m os p h ere packaging vi amente, a pasta resultante conterá enzimas homogenei zado ou submeti do a forte ag itação S COTT, C . R . & SMITH, H . O . Cottage cheese D e v e l op m e n t s in fo od p a c k a g i n m aceração j untamente com s eu conteúdo. Ob Está presente naturalmente (endógina) no trolada. In : NOVAS tecnologias de acon dicion a m e n t o d e alimentos: embalagen s ' SBCTA, 1 9 8 8 . cap . 5 , p . 1 05 - 1 40. l eite coagulado no estômago, o que obriga a sua usado na indústria de l aticínios. Embalagens com atmosfera modificada/con Campinas, ITAL/ l eite; assim, a lipase secretada s e m istura ao LIPASE NATURAL DO LEITE leite cru, l i gada às mi celas de caseína. Geral B.K. Inhibition of pseudomonads in cottage cheese carbon PINHO, F. Atmosfera modificada: uma qualida Estas l ipases são obti das de processos fermentativos e seu uso na fabricação de quei , jos é menor, comparado à utilização de esterases pré-gástricas. Consultores Técnicos da Chr.Hansen Indústria e Comércio Ltda. Cx Postal 37 1 , CEP 1 3276-970, Valinhos, SP. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n!! 295 , MECANISMO DE AÇÃO 50: (5): 45-48, 1 995 Pág. 46 trabalhar c o m o leite cru, sobretudo p o r ques ·tões de padronização e segurança da fabricação. No Q u a dro 1 a p r e s en t a - s e e s q u e m a Para certos tipos de queijos é fundamen ticamente o m e c a n i s mo de atuação da lipase tal que ocorra l ipól i se , como se observa nos sobre a gordura do queijo. dados l i stados a seguir (P.F. Fox, 1 993, comu Os glóbulos de gorduras encontram-se em nicação pessoal) onde se apresenta a composi emulsão no leite, na forma de triglicerídios, ou ção média em ácidos graxos livres (mg/kg) em seja, 3 cadeias de ácidos graxos esterificadas alguns queijos curados: l igação éster. Cerca de 20% dos ácidos graxos Edam ............................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 3 5 6 são de cadeia curta, de Mussarela .................. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 6 3 4 a 10 carbonos (butírico, caprói co, capríl i c o e cápri co) . A lipas e atua Camembert ............. ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : . . . . . . . . . 6 8 1 através da h idrólise da l igação éster, liberando Prov o l o n e ... ...... . . . . . . . . . . . . . ............. . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 . 1 1 8 ácido graxos e convertendo o trig l icerídio em Queijos de cabra . . . . .......... . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . . . . . . . . di e monoalicerídio sucessivamente, até a com Parmesão ... ....... . . . . . . ............ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pleta separação em glicerol e ácidos graxos li Roquefort ........................... . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2 . 45 3 4 .558 4. 9 1 3 vres. Dependendo da estrutura, os ácidos graxos livres (saturados ou insaturados, cadeia curta ou Observa-se que nos 4 últimos queijos a l on g a) são converti dos em outros componen degradação da gordura é fundamental no pro tes atrav és de r e a ç õ e s d i v ersas (oxi da ç ão cesso de m aturação. No Roq uefort e, o mofo d e s c a rbox i l a çã o , s ap on i fi c aç ão ) , como p o r P e n icilliU11l é o g rande respon sável, mas nos exemplo, aldeídos, cetonas, peróxidos, etc. que outros queijos (Provolone, Cabra e Parmesão), vão conferir o sabor e aroma típicos de queijos geralmente feitos com leite cru, o papel da lipase maturados. Leite de cabra e ovelha possuem um do leite é essencial. elevado teor de ácidos graxos de cadeia curta e S e e l a for i nativada na pasteurização, por isso apresentam aroma e sabor acentuados, pode ser substituída pela l ipase pré-gástrica de especialmente quando maturados por fungos do cordeiro ou cabrito. gênero P e n i cilli u 11l , cuj o s i stema l ipol ítico é muito ativo. Muitas vezes a l ipase de origem - C ONDIÇÕES DE USO DA LIPASE ovi na ou caprina é adici onada ao leite de vaca para se obter no queijo o flavor típico de um É muito importante que se conheça algu produto el aborado com leite de ovelha ou de mas condições e fatos sobre o uso da Iipase para cabra . Em qu e ij os de o r i g e m i t al i an a (ex . : que seja empregada com sucesso na fabricação P a r m e s ã o , P e cori n o , etc) o u d o t i p o Azul de queijos: é essencial. Já em queijos como o Prato, Gouda, a) A J ip a s e de be zerro é a de m e n o r Minas, etc a l ipase não desempenha um papel a t i v i d a d e . As l i pases de cordeiro e cabrito são prati camente iguais, sen do que a última é l i geiramente mais U tilização na fabricação d e queijos (homo lipól ise. Mesmo queijos magros como 5 - Condições de fabricação (tempe tornar p i c a n t e s , q u a n d o maturados 4 - Tratamento do l eite o Parmesão (cerca de 23 %) podem se gen eização, etc) . adeq uadamente. ratura de cozimento, etc) g) A l i pase é uma e n z i m a que age na Cada caso deve ser estudado separadamen i n terface á g u a - gordura, já que os t e . O uso e x c e s s i v o de l ip ase p o d e c a u s a r tri g l i c erí d i os c) A lipase atua na faixa de p H d e 5 ·a fo rt e . A adição de l ipase ao l eite pasteurizado para a fabricação de queijos é feita para recom b) A quantidade a ser usada é muito im:: por o sistema Iipolítico (já que a pasterurização portante e poderá v ari ar de 2 a 1 2 destrói a l i pase natural) e conferir ao produto gramas por 1 00 l i tros d e l eite. Este um sabor mais picante. Queijos feitos com leite teor estará em função de fatores como: se e n c o n tram emul si fi c ados no l eite (pres ença de 9, leciti na) . Qualquer processo qu"e au mas sua melhor atuação é n a região de m ente a exposi ção desta i n terface 6 , 0 a 6 , 5 . Isto quer d i z e r q u e um como Parmesão com pH 5,35 poderá desen a g i ta ç ã o do l e i te ou homogeneização do creme, tende a in volver mais sabor que outro com pH tensificar o fenômeno da l ipólise. 5,10. h ) A lipase é um agente enzimático des d ) N a faixa d e temperatura d e 5 a 50QC a l ipase é ativa, com ativ i dade má tinado a intensificar o flavor picante xima a 40QC. Acima de 509C, ocorre de queijos maturados e, como tal, re quer um mín i mo de tempo para sua i n ativ ação gradativa da enxima e d i atuação. Não se deve esperar que a m i n u i ç ão da sua ati v i dade r e s i d u al no queij o . Assim, recomenda-se que si mpl es adição de l ipase ao l eite vá p ara maior efet i v i dade, s ej am u s a tornar p icante um Parmesão curado por 4 ou das d o s e s m ai ores (5-9 g/ 1 00 l itros) 5 semana s . Há um requeri mento de tempo de m aturação, q u e em queijo P armesão em cuj a fabri será variável d e acordo com todas a s c a ç ã o s e u t i l i z a t e m p e r a t u r a s de con di ções a q u i men c i onadas (dosa cozim ento acima de 509C. o mesmo gem, tipo de queijo e sua compos i r a c i o c í n i o deve ser a p l i c a d o ao ção, processo d e fabricação, p H , con Prov o l o n e , cuj a m as s a n a fi l a g e m dições de maturação, etc) . Entretan p o d e ati n g ir entre 5 0 e 60QC . to, é fato comprovado que queijos fa bricados com o uso adequado de lipases e) Temperaturas moderadas de maturação pré-gástricas se apresentam bem mais podem estimular consideravelmente a pi cantes que aqueles m aturados sob lipótise e a formação do sabor picante as mesmas con di ções (tempo e tem no queijo feito com lipase. Um queijo (Gorgonzola, Roquefort) o fenômeno da lipólise i mportante na m aturação. · entre o teor de gordura do queijo e a temperatura, etc) rancificação o u saponificação do queij o . por uma molécula d e glicerol, através de uma Pág . 47 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, nQ 295, 50: (5) : 45-48, 1 995 Parmesão curado a 1 69C matura mui peratura) , porém el aborados sem o to mais rápido que outro curado a 1 2QC. uso da enzima. Obviamente alguns cuidados devem ser observados com r e l a ç ão aos r i s cos Fi n almente recomenda-se sempre o uso eventuais provocados pela má quali de l i pa s e em p l e n a a t i v i d a d e e n z i m át i c a . A enzima deve ser estocada por no máximo 3 me dade do leite. ses, a t emperaturas entre 3 e 7QC e l i vre de f) Parece não haver uma relação direta umidade. cru maturam duas vezes mais rápido que aqueles feitos com l eite pasteurizado (o teor de lipase Tipo d e queijo (isto é , composi 1- do queijo é 10 vezes maior do que no leite), mas devido a contam i n aç õ e s e m á q u al i da d e microbiológica, n e m sempre é recomendável s e ç ã o e m umidade, s a l , etc) 2 - Intensidade de sabor desejadà 3 - Condições de maturação (tempo, digitalizado por arvoredoleite.org ut, ng 295, 50: (5) : 45-48 , 1 995 Inst. Latic. "Când ido Toste s", Set/O Pág. 48 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, ng 295, 50: (5) : 49-49, 1 995 Pág . 49 . REVISTA D O INSTITUTO DE LATICÍNIOS C ÂNDIDO TOSTES O. L. Vargas A revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (REVILCT) publicada em Juiz de Fora apresenta-se no tamanho de 230mm por 1 60mm e é órgão do Centro de Pesquisa e Ensino cio Instituto de Laticínios Cândido Tos tes da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. A REVILCT destina se à publicação de trabalhos originais de pesquisa e à veiculação de informações de interesse relevante para o setor de leite e produtos derivados. A critério da Coordenação Edi tori a l poderão ser abertas exceções, a REVILCT poderá veicular artigos de revisão bibliográfica e notícias de interesse geral. (ii) Aos autores poderá ser solici tada a provisão institucional de recursos financeiros para publicação de trabalhos originais e impressão de separatas de acordo com a disponibilidade de cobertura financeira da REVILCT no período em questão. Neste caso a REVILCT poderá orientar os professores e pesquisadores na procura insti tuc ional de apoio financeiro como por exemplo para pagamento de fotolitos a cores . (iii) Os artigos devem ser redigidos em português. Os autores devem apresentar o trabalho incluindo título e resumo em português e inglês. A bibliografia e as normas complementares de citação devem estar de acordo c o m a u l ti ma publ icação revista da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT (NB - 66 revisada). Dar-se-á preferência à forma sem destaque, onde o nome dos autores são escritos com apenas as primeiras letras maiúsculas. (iv) Os manuscritos em cópias originais devem ser enviados datilografados em papel branco. ofícío 2, 2 1 6 m m x 330mm de 75 g m2, reservando-se as seguintes margi nações: 1- margem esquerda de 40mm, 2 - margem direita de 25mm, 3 - margem superior de 25mm, 4 - margem inferior de 25mm. Os manuscritos devem ser datilografados em espaço duplo em páginas de aproximadamente 30 linhas (no máximo 34 linhas e 80 espaços ou caracteres por linha). A Coordenação Edi tori a l poderá fazer a l terações de pequeno porte aos manuscritos. As a l terações de grande porte serão sugeridas aos a utores juntamente com a dev o l ução dos manuscritos a serem reajustados. As correções e os ac résci mos encaminhados pelos autores após protocolo de registro da entrada dos manuscritos poderão ser recusados a critério da Coordenação Editorial. (v) Todos os manuscritos pretendentes ao espaço da REVILCT dentro do subtítulo "Ciência e Técnica" deverão apresentar um resumo em português no início do trabalho e um "Summary" em inglês antes da listagem da bibliografia. (vi) A bibliografIa deve ser listada, em ordem alfabética, pelo último nome do primeiro autor. As referências bibliográficas Jevem ser citadas no texto em uma das seguintes formas opcionais: Silva ( 1 980); Silva 1980; (Silva 1980); ou (Silva, 1 980: 35). As abreviaturas de nomes de periódicos devem seguir as normas da "World List of Scientific Periodicals". (vii) As ilustrações devem ser feitas em nanquim preto e branco e em tintas de desenho (Rotri ngs o u (i) -. I lo�g:;)nD I equivalentes) de cores variadas para reproduções em cores. As ilustrações deverão ser planejadas em função das seguintes reduções opcionais: 1) 1 ,5X; 2) 2,OX; 3) 2,5X; 4) 3,OX ou 5) nX sempre calculadas com base na diagonal de um retângulo. Dar-se-á preferência aos tamanhos impressos de 1 ) 120mm por 90mm; 2 ) 60mm por 45mm; 3 ) 170mm por 127,5mm. As bases das ilustrações deverão ser consideradas como 1) 120mm; 2) 60mm; 3) 1 70mm. Os gráficos e as tabelas devem ser reduzidos ao mínimo indispensável, apenas de acordo com as exigências de um tratamento estatístico formal . As i l ustrações e as tabelas devem vir separadamente em relação ao texto e devem estar de acordo com as normas usuais de tratamento e processamento de dados. As fotografias não deverão ser recortadas, as formas fotográficas originais devem ser mantidas em tamanhos retangulares para espaços impressos preferenciais indicados acima (lado menor dividido pelo lado maior igual a aproximadamente 0,7). O cálculo para previsão da redução das i l ustrações deve ser fe ito de acord o com a orientação de Papavero & Martins ( 1 983: 109). As ilustrações e as tabelas deverão ser montadas separadamente do texto, deverão conter indicações da sua localização defi n i t i v a em relação à paginação do traba lho devendo constar uma chamada n o texto. Na montagem deverá ser obedecido um rigoroso critério de economia de espaço através da divisão da página em lauda esquerda e lauda direita. Para possibilitar este aprovei tamento de espaço, a magni tude da redução poderá ser aj ustada. A Coordenação Editori a l o utorga-se o d i re i to de proceder as alterações na montagem dos clichês e das pranchas ou de solicitá-Ias ao autores. As legendas e os títulos das il ustrações deverão ser dati lografados à parte do texto e das pranchas. As i l ustrações enviadas pelo correio deverão ser protegidas em forma de pranchas de cartolina com uma proteção externa em cartão duro ou em madeira, de forma a deixá-Ias sempre planas, nunca encontrá-Ias. A CE não pode responsabi l i zar-se pelas perdas e danos de transporte. (viii) Em nenhum caso (subtítulo, nomes de autores etc) deverão ser usadas p a l avras escri tas só c o m m a i us c u l as . N o c orpo d o texto s e r ã o gri fa dos apenas n o mes genéricos e espec ífi cos e outras palavras estrangeiras eventual mente usadas nas referências bibliográficas, grifar .apenas os nomes de livros e periódicos e seus respectivos vol umes. 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