RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TOPOLOGIA PARA 11/5 Munkres 51.3: (a) Seja X = [0, 1] ou R. Em qualquer dos casos, a aplicação H : X ×[0, 1] → X definida por H(x, t) = tx é uma homotopia entre a aplicação constante igual a zero e iX . (b) Seja H : X × [0, 1] → X uma homotopia entre a identidade iX e uma aplicação constante c, e seja x0 = c(x). Dado x ∈ X, a aplicação f : [0, 1] → X definida por f (t) = H(x, t) é um caminho que une H(x, 0) = iX (x) = x e H(x, 1) = c(x) = x0 . Portanto x0 e x pertencem à mesma componente conexa por arcos. Conclui-se que X é conexo por arcos. (c) Seja H : Y × [0, 1] → Y uma homotopia entre a identidade iY e uma aplicação constante c : Y → Y com c(y) = y0 . Dada uma função contı́nua f : X → Y , a aplicação K : X × [0, 1] → Y definida por K(x, t) = H(f (x), t) é uma homotopia entre x 7→ H(f (x), 0) = iY (f (x)) = f (x) e a aplicação constante c ◦ f logo [X, Y ] contém apenas a classe de homotopia da aplicacão c ◦ f : X → Y constante igual a y0 . (d) Seja H : X×[0, 1] → X uma homotopia entre a identidade iX e a aplicação constante c : X → X definida por c(x) = x0 . Dada uma aplicação contı́nua f : X → Y , a aplicação K : X × [0, 1] → Y definida por K(x, t) = f (H(x, t)) é uma homotopia entre a aplicação f ◦ iX = f e f ◦ c que é a aplicação constante igual a f (x0 ). Seja y0 ∈ Y e d : Y → Y a aplicação constante igual a y0 . Como Y é conexo por arcos, existe um caminho g : [0, 1] → Y com g(0) = f (x0 ) e g(1) = y0 . Então a aplicação L : X × [0, 1] → Y definida por L = g ◦ π1 , isto é, por L(x, t) = g(t) define uma homotopia entre as aplicações constantes iguais a f (x0 ) e y0 . Como a relação de homotopia é transitiva, conclui-se que a aplicação f é homotópica à aplicação d e portanto [X, Y ] é um conjunto singular formado pela classe de homotopia de d. Munkres 52.3: Suponhamos que π1 (X, x0 ) é abeliano, e sejam α, β : [0, 1] → X caminhos de x0 a x1 . Então β ∗ α é um laço em x0 . Sendo γ um laço qualquer baseado em x0 temos α̂([γ]) = [α] ∗ [γ] ∗ [α] = [β] ∗ [β] ∗ [α] ∗ [γ] ∗ [α] = [β] ∗ [β ∗ α] ∗ [γ] ∗ [α] = [β] ∗ [γ] ∗ [β ∗ α] ∗ [α] = [β] ∗ [γ] ∗ [β] ∗ [α] ∗ [α] = [β] ∗ [γ] ∗ [β] = β̂([γ]). ( porque π1 (X, x0 ) é abeliano ), Reciprocamente, suponhamos que, para todos os caminhos α, β : [0, 1] → X entre x0 e x1 temos α̂ = β̂. Seja λ : [0, 1] → X um caminho fixado unindo x0 1 2 RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TOPOLOGIA PARA 11/5 e x1 , e sejam γ e δ laços quaisquer em x0 . Então γ ∗ λ é outro caminho de x0 a x1 e temos a seguinte sequência de implicações: γ[ ∗ λ([δ]) = λ̂([δ]) [γ ∗ λ] ∗ [δ] ∗ [γ ∗ λ] = [λ] ∗ [δ] ∗ [λ] [λ] ∗ [γ] ∗ [δ] ∗ [γ] ∗ [λ] = [λ] ∗ [δ] ∗ [λ] (porque α ∗ β = β ∗ α) (multiplicando dos dois lados à esquerda por [λ] e à direita por [λ]) ) [δ] ∗ [γ] = [γ] ∗ [δ] (multiplicando por [γ]) à esquerda). [γ] ∗ [δ] ∗ [γ] = [δ] Conclui-se que π1 (X, x0 ) é abeliano. Munkres 52.4: Seja i : A → X a inclusão, de maneira que r ◦ i = idA . Temos então (pelo Teorema 52.4) o seguinte diagrama comutativo / π1 (X, a0 ) π1 (A, a0 ) MMM MMM r∗ M idA∗ =id MMM & π1 (A, a0 ). i∗ Sendo [γ] ∈ π1 (A, a0 ), tem-se então r∗ (i∗ ([γ])) = [γ] o que mostra que r∗ é sobrejectivo. Munkres 52.6: Seja γ um laço em x0 . Temos então β̂((hx0 )∗ ([γ])) = [β] ∗ ((hx0 )∗ ([γ])) ∗ [β] = [β] ∗ [h ◦ γ] ∗ [β] = [h ◦ α] ∗ [h ◦ γ] ∗ [h ◦ α] = [(h ◦ α) ∗ (h ◦ γ) ∗ (h ◦ α)] = [h ◦ (α ∗ γ ∗ α)] = (hx1 )∗ [α ∗ γ ∗ α] = (hx1 )∗ (α̂([γ])). portanto β̂ ◦ (hx0 )∗ = (hx1 )∗ ◦ α̂. Munkres 53.3: Vamos ver que o conjunto K = {b ∈ B : #p−1 ({b}) = k} é aberto, fechado e não vazio. Uma vez que B é conexo isto implica que K = B que é a afirmação que pretendemos demonstrar. O conjunto K é não vazio porque b0 ∈ K. Seja b ∈ K e U uma vizinhança trivializante de b para o revestimento p. Então p−1 (U ) = ∪α Vα com Vα abertos disjuntos de E tais que p|Vα é um homeomorfismo. Em particular p|Vα é uma bijecção e portanto cada Vα contém exactamente um elemento de p−1 ({b0 }) para cada b0 ∈ U . Portanto todos os conjuntos p−1 ({b0 }) com b0 ∈ U têm exactamente o mesmo número de elementos e, como #p−1 ({b}) = k, este número é k. Conclui-se que U ⊂ K e portanto K é aberto. O argumento do parágrafo anterior mostra que se b e b0 pertencem à mesma vizinhança trivializante para p, então há uma bijecção entre p−1 ({b}) e p−1 (b0 ). Logo se #p−1 ({b}) 6= k, há uma vizinhança de b formada por pontos em que o RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TOPOLOGIA PARA 11/5 3 mesmo acontece. Isto significa que B \ K é aberto, ou seja, que K é fechado. Isto conclui a demonstração.