Caderno de Exercícios Resolvidos Estatística Descritiva Exercício 1. A figura seguinte representa, através de um polígono integral, a distribuição do rendimento nas famílias dos alunos de duas turmas. Distribuição do rendimento Frequências relativas acumuladas 1,00 1,00 0,84 0,75 Turma B 0,72Turma A 0,60 0,50 0,26 0,34 0,25 0,00 0,00 0,00 0 0,06 100 200 300 400 500 600 Contos/mês Calcule o índice de Gini correspondente à turma A. Classes Pmi 0-100 50 100 - 200 150 200 - 300 250 300 - 600 450 Total (média aritm.) fi 0,0600 0,2800 0,3800 0,2800 fi*Pmi Fi 0,0600 0,3400 0,7200 1,0000 3 42 95 126 266 Ti 0,0113 0,1692 0,5263 1,0000 Fi - Ti 0,0487 0,1708 0,1937 0,0000 n −1 n −1 ∑F = i =1 ti 0,0113 0,1579 0,3571 0,4737 1,1200 i ∑ (F − T ) = i =1 i i 0,4132 n −1 ∑ (F − T ) i i =1 i n −1 ∑F i =1 Análise da Informação Económica e Empresarial = 0,3690 i Pág. 1 Exercício 2. Considere o quadro seguinte com as frequências relativas simples associadas às distribuições A, B e C. Classe A B C 0-50 0 0 0 50-100 30 25 20 100-150 50 40 60 150-200 20 35 20 200-250 0 0 0 a) Represente as distribuições A, B, e C utilizando um histograma. Através da análise das figuras, considera possível indicar qual a que tem uma moda mais baixa? Em caso afirmativo, faça-o. Em caso negativo, explicite que elemento(s) lhe falta(m). 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0 0 0 50 100 150 200 250 0 0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 Em rigor quando temos dados classificados não sabemos qual é, ou se existe a moda. A convenção que se faz é a de admitir que a moda se encontra na classe modal e que a sua localização dentro desta é proporcional à diferença entre a respectiva frequência e as frequências das classes adjacentes, estando a moda mais perto da classe que tem maior frequência. No caso deste exercício, verifica-se que a classe modal é a mesma nas três distribuições consideradas. Mas é na distribuição A que a classe anterior apresenta a maior frequência relativamente à classe que se segue à classe modal. Desta forma é claro que é essa distribuição A que apresenta a moda mais baixa. b) Considerando os valores apresentados qual a distribuição cujo valor para a mediana é o mais baixo. Justifique utilizando o polígono integral de frequências. 1,00 0,75 A B C 0,50 0,25 0,00 0 50 Análise da Informação Económica e Empresarial 100 Mediana A = 150 200 Pág. 2 200 250 A partir da análise do polígono integral é evidente que é a distribuição A que tem a mediana mais baixa. Quando as distribuições não são muito assimétricas a moda, a mediana e a média estão relativamente próximas. Quando são simétricas as três medidas coincidem: é esse o caso da distribuição C onde a média está no centro do intervalo de variação e no centro da classe modal (125). Por outro lado a média é o centro de gravidade da distribuição e a simples observação dos histogramas representados na alínea anterior permitiria dizer (i) que B tem uma média mais alta do que C (porque o peso da classe com valores mais elevados é muito superior) e que (ii) a média de C é necessariamente mais alta do que a média de A. Em distribuições regulares como estas a mediana está sempre entre a média e a moda. Isso permitiria dizer que também no caso da mediana é a distribuição A que apresenta o valor mais baixo. Nota: Com base nos elementos fornecidos seria possível calcular analiticamente o valor da mediana das diversas distribuições mas não era isso que se pedia no enunciado. c) Compare, apresentando e justificando todos os cálculos, a dispersão associada às três distribuições. Na primeira (Distribuição A), a média é de 120 e o desvio padrão de 41,13; na segunda (Distribuição B), a média é de 130 e o desvio padrão de 39,52. A comparação da dispersão das diversas distribuições deve fazer-se com base no coeficiente de variação. Para isso torna-se necessário calcular a média e o desvio padrão da distribuição C: PM i Classes fi f i .PM i fi ( PM i − x) 2 50 - 100 75 0,20 15 100 - 150 125 0,60 75 0 150 - 200 175 0,20 35 500 Total (média aritm.) Total (variância) Desvio padrão Desvio-padrão 125 1000 31,6228 A B C 41,13 39,52 36,62 120 130 125 34,3% 30,4% 29,3% Média Coef. Variação 500 Vê-se assim que a é a distribuição C que apresenta a menor dispersão tanto em termos absolutos (desvio padrão) como relativos (coeficiente de variação). Exercício 3. Considere o quadro seguinte onde se resume a estrutura etária da população de uma região de acordo com os censos de 1960 e 2001 Escalão de idade 1960 2001 0 – 10 19,7 12 10 – 25 25,7 24,3 25 – 40 21,5 21,1 40 – 60 21,3 23,6 60 – 80 11,8 19 Total 100 100 Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 3 a) Compare as duas distribuições no que respeita à média e mediana, e discuta até que ponto há sinais de envelhecimento da população. 1960 fi .PM i fi ( X − PM ) ( X − PM ) 2 fi . ( X − PM ) 2 Classes PM i 0 - 10 5 0,197 0,9850 26,38 695,9044 137,0932 10 - 25 17,5 0,257 4,4975 13,88 192,6544 49,5122 0,454 25 - 40 32,5 0,215 6,9875 -1,12 1,2544 0,2697 0,669 40 - 60 50 0,213 10,6500 -18,62 346,7044 73,8480 0,882 60 - 80 70 0,118 8,2600 -38,62 1491,5044 175,9975 1,000 1 31,3800 Média Aritm. 31,38 Σ 2001 fi .PM i fi i i Fi i 0,197 436,7206 Variância 436,7206 Desvio padrão 20,90 Coef. Variação 66,6% ( X − PM ) ( X − PM ) 2 fi . ( X − PM ) 2 Classes PM i 0 - 10 5 0,120 0,6000 31,81 1011,8761 121,4251 0,120 10 - 25 17,5 0,243 4,2525 19,31 372,8761 90,6089 0,363 25 - 40 32,5 0,211 6,8575 4,31 18,5761 3,9196 0,574 40 - 60 50 0,236 11,8000 -13,19 173,9761 41,0584 0,810 60 - 80 70 0,190 13,3000 -33,19 1101,5761 209,2995 1,000 1 36,8100 9,05 2678,8805 466,3114 Média Aritm. 36,81 Total i i Variância Fi i 466,3114 Desvio padrão 21,59 Coef. Variação 58,7% Cálculo da mediana X me = Lg −1 + X 1960 = 25 + me 0,5 − Fg −1 f g −1 .( Lg − Lg −1 ) 0,5 − 0, 456 0,5 − 0,363 .(40 − 25) = 28, 07 X 2001 = 25 + .(40 − 25) = 34, 74 me 0, 215 0, 211 A média e a mediana são medidas de localização de tendência central, que descrevem a distribuição de frequências. O facto de ambas aumentarem de valor de forma significativa representa uma deslocação para a direita da distribuição de frequências que traduz um claro envelhecimento da população. b) Compare a dispersão das duas distribuições com base num indicador de dispersão relativo. A medida de dispersão relativa mais habitual é o coeficiente de variação que relaciona o desvio padrão com a média. A importância da distinção entre dispersão absoluta e relativa está bem ilustrada neste exemplo. De facto entre 1960 e 2001 o desvio padrão das idades Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 4 passa de 20,9 anos para 22,6 anos (NB: é importante notar que o desvio padrão se expressa nas mesmas unidades da variável original). Mas o aumento da dispersão absoluta não é acompanhado pelo aumento da dispersão relativa, porque a média aritmética (que está no denominador do coeficiente de variação) aumenta mais do que o desvio padrão. Isto é, relativamente, (ao valor da média) verifica-se uma diminuição da dispersão das idades: o C.V passa de 67% para 59% . Uma medida alternativa de dispersão relativa é o quociente entre a amplitude do intervalo interquartil (AIQ) — que é, em si, uma medida de dispersão absoluta — e a mediana. Os cálculos que a seguir se apresentam confirmam as conclusões anteriores: aumenta a dispersão absoluta e diminui a dispersão relativa. Q1960 = 10 + 0, 25 − 0,197 .(25 − 10) = 13, 09 0, 257 Q31960 = 40 + 0, 75 − 0, 669 .(60 − 40) = 47, 61 0, 213 Q 2001 = 10 + 0, 25 − 0,120 .(25 − 10) = 18, 02 0, 243 Q32001 = 40 + 0, 75 − 0,574 .(60 − 40) = 54,92 0, 236 1 1 Medida de dispersão absoluta: Amplitude do intervalo interquartil (AIQ) AIQ1960 = Q31960 − Q11960 = 47, 61 − 13, 09 = 34,52 AIQ 2001 = Q32001 − Q12001 = 54,92 − 18, 02 = 36, 02 Medida de dispersão relativa: 1960 AIQ X me AIQ X me = 34,52 = 1, 23 28, 07 = 36, 02 = 1, 06 34, 74 2001 AIQ Mediana c) Elabore um polígono integral de frequências para as duas distribuições e compare a situação a nível de primeiro, segundo e terceiro quartil, deduzidos graficamente. O polígono integral de frequências é construído com base nas frequências acumuladas, que estão na última coluna dos quadros onde se apresentam os cálculos. A sua grande vantagem é permitir uma estimativa rápida dos quartis (incluindo a mediana que é o segundo quartil). Note-se igualmente como a deslocação do polígono para a direita traduz o envelhecimento da população. Admitindo que a população era colocada por ordem de idades a uma dada percentagem da população em 1960 corresponde em 2001, uma idade mais avançada. E isto acontece qualquer que seja a percentagem escolhida como referência: as duas curvas nunca se cruzam. Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 5 1 1960 2001 0,75 0,5 0,25 0 0 10 20 Q11960 30 Q12001 40 Mediana Mediana 1960 2001 50 60 Q31960 Q32001 70 80 d) Elabore o diagrama de extremos e quartis para as duas distribuições e comente. Exercício 4. O quadro seguinte apresenta as frequências relativas acumuladas das idades de três grupos de pessoas: A, B e C. A B C 30 – 40 20 20 30 40 – 50 70 80 80 50 – 60 100 100 100 a) Das afirmações seguintes, indique, justificando, quais as que são falsas ou verdadeiras: i. A distribuição que tem a média mais baixa é a mesma que tem a moda mais elevada. ii. A distribuição que tem a moda mais elevada é a que tem a mediana mais elevada. Comecemos por calcular as frequências simples e a média por distribuição. Limites Inferior Superior Pmi A Fi f1 B Pmi * fi Fi f1 C Pmi * fi Fi f1 Pmi*fi 30 40 35 0,2 0,2 7 0,2 0,2 7 0,3 0,3 10,5 40 50 45 0,7 0,5 22,5 0,8 0,6 27 0,8 0,5 22,5 50 60 55 1 0,3 16,5 1 0,2 11 1 0,2 11 Média 46 Média 45 Média 44 Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 6 Representemos graficamente as frequências simples. 0,7 A 0,6 fi 0,5 B C 0,4 Series1 0,3 0,2 0,1 0 30-40 40-50 50-60 30-40 40-50 50-60 30-40 40-50 50-60 Intervalos de Idade A afirmação i é falsa. A distribuição que tem a média mais baixa é a C (44). A partir do gráfico de frequências relativas constata-se que a distribuição que tem a moda mais elevada é a A (40-50 é a classe modal, na A a moda é puxada pela frequência relativa para a vizinhança do 50). Representemos agora graficamente as frequências acumuladas. 1 Fi 0,75 A B 0,5 C 0,25 0 30 40 50 60 Idades Constata-se que é a distribuição A que tem a mediana mais elevada. Portanto, a afirmação II é verdadeira. relações b) Será correcto dizer que em qualquer dos casos, há pelo menos 50% das pessoas com idade entre 40 e 50 anos? Justifique. É correcto, como se pode ver consultando o quadro com as frequências relativas simples na linha relativa a 40-50. c) Compare a dispersão relativa das três distribuições, sabendo que o desvio padrão é de 7 anos em A e em C. Sendo as médias diferentes, a medida de dispersão a utilizar é o coeficiente de variação. Comecemos por calcular o desvio padrão de B. Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 7 Pmi Fi f1 Pmi*fi Desvios Quadrado dos desvio 30 40 35 0,2 0,2 7 -10 100 40 50 45 0,8 0,6 27 0 0 20 0 50 60 55 1 0,2 11 10 100 20 Média 45 40 Var Desvio Padrão 6,324555 Virá CVA = 7/46 = 0,152; CVB = 6,32/45 = 0,1405; CVC = 7/44=0,159 Î maior dispersão em C, menor dispersão em B. Exercício 5. No quadro seguinte apresentam-se o número de transacções efectuadas em cada uma das lojas dos Supermercados XXX, classificadas por níveis de despesa, e o número de empregados existentes em cada uma delas. Número de transacções Escalão de despesas Loja 1 Loja 2 0 – 10 u.m. 29 74 10 - 20 u.m. 44 78 20 - 30 u.m. 26 30 30 - 40 u.m. 9 18 Nºde empregados 20 30 Tratamento: Loja 1 Classes Pmi ni fi fi*PMi Fi 0 - 10 5 29 0,269 1,343 0,269 10 - 20 15 44 0,407 6,111 20 - 30 25 26 0,241 6,019 20 - 40 35 9 0,083 108 1,000 2,917 16,4 Pmi ni fi fi*PMi Fi ∑ ) 2 ti Ti 34,829 0,082 0,082 0,676 0,786 0,373 0,455 0,917 17,851 0,367 0,822 1,000 28,864 82,3 0,178 1,000 ti Ti (média) (variância) Loja 2 Classes ( fi PM i − x ( fi PM i − x ) 2 0 - 10 5 74 0,370 0,370 1,850 34,099 0,127 0,127 10 - 20 15 78 0,390 0,760 5,850 0,062 0,401 0,527 20 - 30 25 30 0,150 0,910 3,750 16,224 0,257 0,784 20 - 40 35 18 0,090 3,150 37,454 0,216 1,000 ∑ 200 1,000 1,000 14,6 Análise da Informação Económica e Empresarial (média) 87,8 (variância) Pág. 8 Nota: ti representa a proporção da despesa total feita pelos clientes da classe de despesa i . Ti representa o total da despesa acumulada até à classe i. a) Será possível afirmar que “em ambos as lojas, mais de 70% das transacções têm um valor inferior a 20 u.m.”? A análise das frequências relativas acumuladas mostra que só há 67,6% de transacções abaixo de 20 u.m. na loja 1: A afirmação não é verdadeira. b) Represente graficamente o polígono integral de frequências de cada uma das distribuições e, com base no mesmo, explicite a localização dos quartis. 1,000 1 1,000 0,910 0,917 0,760 0,75 0,676 Loja 2 0,5 0,370 Loja 1 0,269 0,25 0 0 0 0 10 Q1(Lo ja 2) Q1(Lo ja 1) 20 30 Q3 (Lo ja 2) 40 Q3 (Lo ja 1) c) Determine o valor médio por transacção e o valor médio das transacções por empregado, em cada uma das lojas. Valor médio por transacção por loja (ver quadro): Loja 1: 16,38 um. Loja 2: 14,6 um. Valor médio das transacções por empregado 1770 = 88,5 um 20 2920 Loja 2: = 97,3 um 30 Loja 1: d) Calcule o desvio padrão da distribuição das transacções na loja 2 sabendo que o valor correspondente para a outra loja é de 9,1 u.m.. Em qual das duas distribuições é mais elevada a dispersão? Justifique. s= ( ni PM i − x N Pmi ni fi 5 15 25 35 Total 74 78 30 18 0,370 0,390 0,150 0,090 200 1,0 Análise da Informação Económica e Empresarial ) 2 = ( f i PM i − x Fi 0 0,370 0,760 0,910 1,000 ) 2 fi*(PMi-xbarra)^2 34,099 0,062 16,224 37,454 s2=87,84 Pág. 9 S= 87,84 = 9,37 um A dispersão em termos absolutos é mais elevada na loja 2. Como a média das transacções é mais baixa na loja 2 é também aqui que a dispersão relativa é maior (o respectivo coeficiente de variação é maior na loja 2). e) Represente graficamente a concentração das transacções na loja 2, utilizando uma curva de Lorenz. Classes 0 – 10 10 – 20 20 – 30 30 - 40 ti 0.1267 0.4007 0.2568 0.2158 Ti 0.1267 0.5274 0.7842 1.0000 Fi 0.37 0.76 0.91 1.00 Ti 1 0,9 (0.78 , 0.91) 0,8 0,7 0,6 (0.53, 0.76) 0,5 0,4 0,3 0,2 (0,37; 0,13) 0,1 0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 Fi Exercício 6. A empresa Lanipor procedeu a um estudo sobre a distribuição etária da sua população feminina e masculina do qual resultou o seguinte quadro resumo: Grupo Etário 25-30 30-35 35-40 40-45 45-50 50-55 55-60 > 60 Mulheres (%) 15 18 20 20 10 10 7 0 Homens (%) 10 15 12 13 25 15 10 0 a) Represente o polígono integral de frequências de cada uma das distribuições. Com base nesta representação gráfica calcule aproximadamente as medidas de localização e dispersão que lhe permitem comparar as populações feminina e masculina. Comente sucintamente os resultados que obteve. Para representar o polígono integral de frequências precisamos de uma tabela de frequências para homens e mulheres com acumulação. Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 10 QUADRO DE FREQUÊNCIAS Mulheres Homens Classes fi Fi fi Fi 25 - 30 0,15 0,15 0,1 0,1 30 - 35 0,18 0,33 0,15 0,25 35 - 40 0,20 0,53 0,12 0,37 40 - 45 0,20 0,73 0,13 0,5 45 - 50 0,10 0,83 0,25 0,75 50 - 55 0,10 0,93 0,15 0,9 55 - 60 0,07 1 0,1 1 1 1 Utilizando os limites dos intervalos de classe e os valores para a frequência acumulada, chegamos ao polígono integral de frequências. Frequência Relativa Acumulada Polígono Integral de Frequências 1 0,75 0,5 0,25 0 0 20 40 60 80 Mulheres Idade Homens Com base neste polígono, as medidas de localização e dispersão que podem ser aproximadamente calculadas são as relacionadas com os quartis. Mulheres: Como se pode deduzir a partir do quadro de frequências, a classe mediana (primeira classe com frequência acumulada maior ou igual a 50%) é a classe 35-40 com 53% de frequência acumulada. Utilizando a expressão para a mediana constante do formulário, virá: Mediana = 35 + 50 − 33 (40 − 35) = 35 + 4,25 = 39,25 20 Idênticas expressões podem ser utilizadas para os quartis com a necessária adaptação relativamente à classe em que os mesmos se situam. Q1 = 30 + 25 − 15 (35 − 30) = 32,7 18 e Q3 = 45 + 75 − 73 (50 − 45) = 46 10 A partir destes valores é possível determinar uma medida de dispersão que leva em conta 50% das observações: a amplitude interquartil. AIQ = Q3-Q1=46-32,7=13,3 Homens: Os valores constantes no quadro de frequências relativamente aos homens permitem a determinação das medidas anteriores com mais facilidade, pois não necessitam de interpolação. Virá imediatamente Mediana = 45, Q1= 35, Q3= 50 e AIQ = 15 Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 11 Quer o quadro apresentado, quer o gráfico relativo às frequências acumuladas permitem constatar que a população feminina é sensivelmente mais jovem que a masculina. O polígono integral de frequências permite ainda visualizar que essa diferença cresce até à zona da mediana começando a partir daí a reduzir-se. Tal significa que, em todos os escalões de idade até sensivelmente os 40 anos, a frequência relativa de mulheres é superior à de homens. É possível ainda constatar uma maior dispersão (medida pelo AIQ) na população masculina. Tal é visível no polígono integral de frequências onde o crescimento da população feminina entre o 1º e o 3º quartil é praticamente linear ao passo que o da população masculina descreve uma curva que atinge um máximo sensivelmente junto à mediana. b) Justifique e comente a seguinte afirmação: “Metade da população feminina da empresa tem uma idade inferior à média de idades dessa população”. Há que determinar a mediana (metade da população feminina) e a média da mesma população. A mediana já é conhecida da alínea anterior: 39,25. A média de idades da população feminina pode ser determinada a partir das frequências simples. Para tal é preciso determinar o ponto médio de cada intervalo (Pmi) e multiplicá-lo pelo valor da frequência relativa simples. A expressão utilizada é a que consta do formulário. DETERMINAÇÃO DA MÉDIA DA POPULAÇÃO FEMININA Classes fi PM PMi*f i i 25 - 30 0,15 27,5 4,125 30 - 35 0,18 32,5 5,850 35 - 40 0,20 37,5 7,500 40 - 45 0,20 42,5 8,500 45 - 50 0,10 47,5 4,750 50 - 55 0,10 52,5 5,250 55 - 60 0,07 57,5 4,025 1 40,000 Assim a afirmação é verdadeira, pois o valor da mediana é inferior ao da média de idades na população feminina. Mais uma vez isso chama a atenção para o peso que, nessa população (e no total da empresa, se levarmos em conta o que se constatou na alínea anterior), assumem os escalões mais jovens. O valor da média mais elevado revela entretanto a possibilidade de algumas pessoas existirem com uma idade bastante avançada o que puxa a média para a direita da mediana sugerindo um enviezamento da distribuição à direita. Tal é visível no polígono de frequências seguinte. Frequência relativa simples Polígono de Frequências 0,3 0,2 0,1 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 Idade Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 12 Exercício 7. No âmbito de um estudo sobre o rendimento disponível mensal de duas populações, A e B, foram extraídas amostras de 10 elementos de cada uma delas. Os resultados em milhares de euros foram os seguintes. Rendimento disponível mensal (milhares de euros) A 12 40 24 45 68 32 68 23 34 45 B 14 61 24 68 41 62 14 67 51 70 Fonte: Sistemas de Informação Estatística dos países A e B a) Crie uma tabela de frequências relativamente a cada um dos casos, depois de classificar os dados utilizando os intervalos 10-30, 30-50 e 50-70. b) Considerando a média aritmética como indicador explicite qual a população com maior rendimento. Para determinar a Média, basta multiplicar o ponto médio de cada intervalo pela respectiva frequência relativa simples e somar. Virá: A Média aritmética permite-nos concluir que a população B tem maior Rendimento Disponível que a população A. c) Represente graficamente a determinação da Moda e da Mediana e diga, exclusivamente pelo exame das figuras, se as conclusões tomadas a partir das mesmas corroboram a que pode tirar da alínea anterior. Determinação gráfica da Moda. Utiliza a representação das frequências relativas e a proximidade entre estas a nível da da classe modal para as adjacentes. Os dois gráficos que se seguem mostram que a Moda em A está perto de 40 e em B está perto de 60. Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 13 Representação gráfica da Mediana. Utiliza a representação das frequências acumuladas. Nos gráficos seguintes podemos constatar que também aqui o valor é superior para B, sensivelmente 53, enquanto o de A não atinge 40. Assim qualquer das medidas de localização permite concluir sobre a existÊncia de um menor nível de rendimento disponível em A. d) Tendo em consideração que a variância de B é de 324, utilize uma medida adequada para comparar a dispersão das duas distribuições. Sendo as médias diferentes, o coeficiente de variação ( =Desvio Padrão / Média) é a medida de dispersão adequada. O quadro seguinte resume o cálculo do Coeficiente de variação para A a partir dos resultados anteriores e para B a partir da Variância dada e da média já calculada. É possível concluir que a dispersão é superior em B e) Verifique se a conclusão a que chegou na alínea anterior é corroborada pela análise comparada dos diagramas de extremos e quartis (“caixa de bigodes”) destas distribuições. Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 14 Para apresentarmos o diagrama de extremos e quartis precisamos de determinar os quartis. Vamos considerar o mínimo 10 e o máximo 70. A determinação dos quartis é operada através da respectiva expressão do glossário. Vindo: A partir dos valores encontrados é possível determinar o diagrama de extremos e quartis o qual nos permite concluir que, tal como na alínea anterior, a dispersão, agora visualizada na amplitude inter-quartil, é superior em B. f) Compare a concentração do rendimento nas duas amostras através da respectiva representação gráfica. A representação gráfica da concentração faz-se através da Curva de Lorenz que carece dos valores dos Fi e dos Ti. O gráfico permite ver que a concentração é diferente nos dois países. Assim, ao nível dos 40% mais pobres, o rendimento disponível de A é superior, o que se inverte para os 40% mais ricos. Isto sugere uma concentração em B muito mais elevada o que poderia ser determinada pelo índice de Gini. Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 15 g) Se todos os elementos deste grupo tiveram um acréscimo no rendimento disponível mensal de 2000 euros, quais serão as consequências sobre a medida da concentração do rendimento no grupo B? A concentração diminuiria pois um acréscimo igual para todos em termos absolutos alteraria a proporção da distribuição do rendimento no total da população, favorecendo os que detêm menores rendimentos. Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 16 Índices Simples Exercício 1 Suponha que lhe é dada a seguinte informação sobre a evolução da quantidade vendida do produto X por um estabelecimento comercial nos primeiros dez meses do ano de 2006, medida em toneladas do produto X. ton X jan fev mar abr mai jun jul ago set out 2245,3 2358,0 2827,0 2753,2 3179,1 3561,0 4094,6 4586,2 4591,0 4659,4 a) Calcule, para cada mês desta série, a taxa de variação, relativamente ao mês anterior, da quantidade vendida do bem X por este estabelecimento. jan Taxa anual (%) fev mar abr mai jun jul ago set out 5,0 19,9 -2,6 15,5 12,0 15,0 12,0 0,1 1,5 b) Tomando por base os valores calculados na alínea anterior, construa uma série de índices de base móvel relativamente a esta variável para o período em análise. jan Índice base móvel fev mar abr mai jun jul ago set out 105,0 119,9 97,4 115,5 112,0 115,0 112,0 100,1 101,5 c) Construa, com base nos valores do quadro, uma série de índices de base fixa em Janeiro de 2006. índice base fixa (Jan=100) jan fev mar abr mai jun jul ago set out 100,0 105,0 125,9 122,6 141,6 158,6 182,4 204,3 204,5 207,5 d) Acha que poderia ter obtido as taxas de variação calculadas na alínea a) e obtido a série de base móvel calculada em b) com base na série calculada em c)? Justifique e enuncie uma propriedade que respeite ao resultado obtido. Sim. Calculando o índice de base móvel a partir dos índices de base fixa – a circularidade dos índices e) Tomando por base a série calculada em c), calcule uma nova série de índices de base fixa em Março de 2006. Diga o que entende por mudança de base de um índice e enuncie, em termos sintéticos e de modo formalizado, a regra que descreve essa mudança. jan índice base fixa (Mar=100) 79,4 fev 83,4 it ,0 A mudança de base: mar ib ,0 abr 100,0 97,4 mai jun jul ago set out 112,5 126,0 144,8 162,2 162,4 164,8 = it ,b f) Tomando por base a série calculada em b), calcule a série de índices de base fixa em Março de 2006. Porque é que obtém os mesmos valores que obteve em e)? Diga o que Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 17 entende por circularidade dos índices e represente, de modo formalizado, esta propriedade. Sim encadeando os índices. i1,0 ∗ i2,1 = i2,0 Exercício 2 Considere a evolução das vendas do produto X do exercício 1. e admita que sabe que o preço deste bem, em Janeiro de 2006, era de 1200 €/ton. X. a) Calcule uma série do valor das vendas deste produto admitindo que o seu preço se manteve inalterado ao longo do ano de 2006. Valor vendas jan fev mar abr mai jun jul ago set out 2694360 2829600 3392400 3303840 3814920 4273200 4913520 5503440 5509200 5591280 b) Construa uma série de índices de base fixa em Janeiro de 2006 relativa ao valor das vendas deste produto. Índice de valor jan fev mar abr mai jun jul ago set out 100,0 105,0 125,9 122,6 141,6 158,6 182,4 204,3 204,5 207,5 c) Compare a série construída em c) com a que obteve na alínea c) do exercício anterior. Interprete o resultado dessa comparação à luz das propriedades conhecidas dos índices. É igual pois como os preços são sempre iguais, a única alteração que ocorreu nos valores das vendas foi a variação das quantidades. Admita agora que conhece a evolução dos preços deste produto ao longo do ano, que pode ser bem descrita pela seguinte série, de base fixa em Janeiro de 2006: jan 100,0 fev mar abr mai jun jul ago set out 101,2 102,2 105,1 107,4 110,2 112,6 118,4 110,4 112,5 jul ago set d) Construa uma nova série do valor das vendas deste produto. jan fev mar abr mai jun out Valor vendas 2694360,0 2863555,2 3467032,8 3472335,8 4097224,1 4709066,4 5532623,5 6516073,0 6082156,8 6290190,0 e) Construa uma nova série de índices, de base fixa em Janeiro de 2006, relativa ao valor das vendas deste produto tendo em conta a evolução verificada dos preços. Índice de valor jan fev mar abr mai jun jul ago set out 100,0 106,3 128,7 128,9 152,1 174,8 205,3 241,8 225,7 233,5 f) Acha que pode obter a série do índice do valor das vendas obtida em e) a partir da série do índice do volume de vendas calculado no exercício 2.c) e da série dos índices de preços apresentada acima? Sim. Multiplicando ambos Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 18 Índices Agregativos Exercício 1. Em 2002, a empresa Sol da Eira atingiu o valor de vendas 271.364 em milhares de euros. Sabe-se que o índice de preços com base fixa em 2002 e o crescimento das vendas a preços constantes tiveram os valores seguintes: Índice de preços Base: 2002= 100 Crescimento das vendas a preços constantes 2002 2003 2004 2005 100,0 104,4 108,3 111,8 -- 0,57% -0,67% 0,68% a) Determine o crescimento dos preços em 2003, 2004 e 2005. O crescimento dos preços em cada um dos anos pode ser obtido a partir do índice de base móvel: Índice 2002 1,000 2003 1,044 2004 1, 083 1, 044 4,4% Variação % = 1, 037 2005 1,118 1,083 3,7% =1,0323 3,2% b) Determine o valor das vendas a preços constantes de 2005. Alternativa 1: Para se obter a série a preços constantes de 2005 é preciso: 1º - Calcular as quantidades vendidas em cada ano, se os preços se mantivessem constantes, i.e., a série a preços constantes de 2002. 2º - Inflacionar cada uma das quantidades vendidas em cada ano para obter o valor que teriam se os preços praticados fossem os que vigoraram em 2005. 2002 [1] Valores das vendas a preços constantes de 2002 [2] Índice de preços de 2005 (base 2002) [3]=[1]*[2] Valores das vendas a preços constantes de 2005 271 364 2003 271364*1.0057= 2004 2005 272910,77*(1-0,0067) 271 082,27*1,0068= 272910,77 =271082,27 =272925.63 1,118 1,118 1,118 1,118 303 384,95 305 114,24 303 069,98 305 130,85 c) Determine o valor das vendas em 2003, 2004 e 2005 a preços correntes. As vendas a preços correntes obtém-se multiplicando cada valor a preços constantes de 2002 (linha 1 do quadro anterior) pelo índice de preços com base fixa nesse ano. Valores das vendas a preços correntes 2002 2003 2004 2005 271 364 272910,77*1.044= 271082,27*1,083= 272925,63*1,118= 284 919 =293 582 =305 130,85 Nota: o valor de 2005 é igual pois os preços de referência são os mesmos. d) Determine a taxa média de crescimento dos preços entre 2002 e 2005. Taxa média de crescimento dos preços: r2005,2002 = 3 1,118 − 1 = 0, 03788 ; 3,8% Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 19 Exercício 2. O quadro seguinte apresenta as estruturas de consumo de dois tipos de famílias e os índices de preços, com base em 2000, dos grandes grupos de produtos que integram o índice de preços no consumidor. Índices de preços Estruturas de consumo (2000 = 100) Família A Família B Dez 2004 Dez 2005 Alimentação 0,25 0,35 105,0 106,9 Transportes 0,10 0,20 110,3 115,2 Outros 0,65 0,45 107,1 109,6 a) Diga, quantificando, qual dos tipos de famílias suportou um maior aumento do respectivo custo de vida durante o ano de 2005. Cálculo do índice de variação dos preços em 2005: Alimentação 1, 069 1,152 1, 096 = 1, 018 ; Transportes: = 1, 044 Outros: = 1, 023 1, 05 1,103 1, 071 Sendo estes os índices elementares de preços de cada um dos grupos de produtos o índice sintético para cada tipo de famílias é uma média ponderada em que os ponderadores são os respectivos coeficientes orçamentais. Assim : Índice de custo de vida para as Famílias A: (0,25*1,018)+(0,1*1,04)+(0,65*1,023) = 1,0241=102,41 Índice de custo de vida para as Famílias B: (0,35*1,018)+(0,2*1,04)+(0,45*1,023) = 1,0257=102,57 Conclusão: As Famílias B tiveram um aumento maior no respectivo custo de vida. b) Admitindo que 40% das famílias do país são famílias A, sendo as restantes famílias B, qual foi o valor da inflação em 2005? O índice geral de inflação nestas condições é uma média ponderada dos dois grupos de famílias: 0,4 * 1,0241 + 0,6 * 1,0257 = 1,0251=102,51 c) Qual deverá ser o índice de preços da alimentação em Dezembro de 2006 se o ritmo de crescimento dos respectivos preços for o que se verificou em média desde 2000? Taxa média de crescimento dos preços da alimentação desde 2000: 5 1, 069 − 1 = 0, 0134 (1,34%) Se o índice de preços da alimentação crescer à mesma taxa durante 2006 deverá ser, em Dezembro de 2006: 1,069 * 1,0134 = 1,0833=108,33 Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 20 Exercício 3. Considere o seguinte quadro relativo ao comportamento das exportações da empresa no período 1995-2004 Ano 1995 1996 Índice dos preços implícitos nas 100,0 99,4 exportações (1995=100) Exportações a preços constantes 26476,6 27990,2 de 2000 (Milhares euros) 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 102,6 103,8 104,0 109,4 110,7 111,0 108,1 109,4 29687,3 32228,5 33192,9 35951,4 36716,5 37284,6 38952 40735,7 a) Determine as taxas anuais de crescimentos dos preços implícitos nas exportações Obtém-se pelo cálculo da taxa de variação do índice dos preços Taxa 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 -0,6 3,2 1,2 0,2 5,2 1,2 0,3 -2,6 1,2 b) Determine a taxa média de crescimento entre 1995 e 2004 dos preços implícitos das exportações. Verifique e explicite razões para a taxa média de crescimento ser diferente relativamente à média das taxas. 9 1, 094 − 1 = 0, 01 = 1% . É igual à média geométrica das taxas mas não à média aritmética. c) Determine a taxa média de crescimento das exportações a preços constantes no período. 9 40735, 7 − 1 = 0, 049 = 4,9% 26476, 6 d) Faça uma breve reflexão sobre o crescimento do valor a preços correntes das exportações no período, apresentando todos os cálculos que julgue necessários. e) Determine para todos os anos o valor das exportações a preços constantes de 2004. Obtém-se inflacionando os valores a preços de 2000 pelo índice de preços entre 2000 e 2004. Neste caso os valores são iguais dado que a os preços das exportações em 2000 são iguais aos de 2004 (mesmo valor do índice). Ano 1995 1996 Exportações a preços constantes 26476,6 27990,2 de 2004 (Milhares euros) 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 29687,3 32228,5 33192,9 35951,4 36716,5 37284,6 38952 40735,7 Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 21 Exercício 4. Considere a informação apresentada no Quadro seguinte relativa à economia Portuguesa. Quadro1. Evolução da FBCF em Portugal Unidade 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 FBCF (Preços correntes) Milhões de euros 19159 20841 24692 28244 30617 33103 34218 33841 30951 31933 31766 FBCF (taxa de variação anual dos preços) % 3,0 3,7 2,4 2,1 4,5 1,9 2,1 1,8 2,3 2,5 Fonte: INE a) Construa o índice de base fixa em 1995 da FBCF a preços correntes. O índice de base fixa em 1995 da FBCF a preços correntes obtém-se dividindo todos os valores da FBCF a preços correntes pelo valor de 1995. Para 1996, o valor é dado por 20841/19159=108,78 1995 Índice de base fixa FBCF a preços 100,00 correntes (1995=100) b) 1996 1996 1998 1997 2000 1998 2002 1999 2004 2005 108,8 128,9 147,4 159,8 172,8 178,6 176,6 161,5 166,7 165,8 Construa o índice de base fixa em 2000 da evolução dos preços da FBCF. Para obter o índice de base fixa em 2000 da evolução dos preços podemos, por exemplo, seguir os três seguintes passos: 1) construir o índice de base móvel – igual a 1+a taxa de variação anual 2) construir o índice de base fixa em 1995 – utilizar a propriedade da circularidade ( i2,0 = i1,0 * i2,1 ) 3) mudar a base do índice para 2000, dividindo todos os valores obtidos em 2 pelo valor de 2000. 1995 índice de base móvel índice de base fixa em 1995 índice de base fixa 2000 c) 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 103 103,7 102,4 102,1 104,5 101,9 102,1 101,8 102,3 102,5 100,00 103,00 106,81 109,37 111,67 116,70 118,91 121,41 123,60 126,44 129,60 85,69 88,26 91,53 93,73 95,69 100,00 101,90 104,04 105,91 108,35 111,05 Calcule a taxa anual média de crescimento dos preços da FBCF entre 1995 e 2005. A taxa média de crescimento dos preços pode ser obtida como a média geométrica das taxas anuais de crescimento dos preços dadas no enunciado. r1995,2005 = (10 (1 + 0, 03) * (1 + 0, 037) * (1 + 0, 024) * (1 + 0, 021) * (1 + 0, 045) * (1 + 0, 019) * (1 + 0, 021) * (1 + 0, 018) * (1 + 0, 023) * (1 + 0, 025) − 1) *100 =2,63% Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 22 d) Calcule os valores da FBCF entre 1995 e 2005 a preços de 2000. Os valores da FBCF a preços de 2000 podem ser obtidos dividindo os valores a preços correntes pelo índice de preços base fixa em 2000 calculado na alínea b). 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 FBCF a preços 22357,89 23612,35 26977,29 30134,79 31994,77 33103,00 33579,98 32526,94 29223,15 29472,46 28605,13 2000 e) Calcule a taxa de crescimento anual em volume da FBCF. A partir dos valores calculados na alínea anterior, é preciso calcular a taxa de variação ente dois anos consecutivos utilizando a fórmula da taxa de variação. Taxa de variação anual em volume f) 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 5,6 14,3 11,7 6,2 3,5 1,4 -3,1 -10,2 0,9 -2,9 Admitindo que em 2006 a FBCF registará uma diminuição em volume de 1% e que os respectivos preços crescerão 2,3%, calcule o valor da FBCF a preços de 2000 e a preços correntes em 2006. Para calcular o valor estimado para 2006 a preços correntes temos que considerar a variação em valor. Para calcular a FBCF a preços de 2000 temos que considerar só a variação em volume. Assim, o valor estimado da FBCF em 2006 a preços correntes é igual à FBCF em 2005 a preços correntes multiplicado pelo índice em valor. O índice em valor é igual, por sua vez, ao produto dos índices de preços e de volume: FBCF 2006 a preços correntes=31766*0,99*1,025=32234,55 O valor estimado da FBCF a preços de 2000 é igual ao valor de 2005 a preços de 2000 calculado na alínea d) multiplicado pelo índice em volume. FBCF 2006 a preços 2000=28605,13*0,99=28319,08 Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 23 Exercício 5. O consumo das famílias Silva e Antunes em “Bens” e “Serviços”, nos anos de 2001 e 2005, é apresentado no quadro seguinte (valores em milhares de euros). Família Antunes Família Silva 2001 2005 “Bens” 18,0 18,6 “Serviços” 18,0 19,2 “Bens” 36,0 41,4 “Serviços” 48,0 56,0 Admitindo que são conhecidos os seguintes índices de preços para “Bens” e “Serviços”. (Base: 1997=100) 2001 2005 “Bens” 108 102 “Serviços” 105 110 a) Calcule o coeficiente orçamental dos “Bens” e dos “Serviços” para o conjunto formado pelas duas famílias, em 2001. α Bens = Despesa em Bens 18 + 36 = = 0.45 120 Total da Despesa α Serviços = Despesa em Serviços 18 + 48 = = 0.55 120 Total da Despesa b) Admitindo que a economia era constituída por estas duas famílias calcule o Índice de Preços no Consumidor (Índice de Preços de Laspeyres) tomando como base o ano de 2001. O índice de preços de Laspeyres pode escrever-se como uma média ponderada dos índices simples de preços, respectivamente dos “Bens” e dos “Serviços”, em que os ponderadores são os coeficientes orçamentais no ano base (2001) de cada uma destas categorias. Como os índices de preços apresentados são índices de base fixa em 1997, a variação entre 2001 e 2005 obtém-se operando uma mudança de base do índice para 2001. Assim têm-se os índices simples: Bens p2005,2001 = 102 = 0.9444 108 e Serviços p2005,2001 = 110 = 1.0476 105 ... e o índice sintético de preços (Índice Laspeyres de preços) Bens Serviços LP = α Bens × p2004,2001 + α Serviços × p2004,2001 = = 0.45 × 0.9444 + 0.55 × 1.0476 = = 1.00116 = 100,116 Alternativamente podia aplicar-se directamente a fórmula, considerando os índices no ano base (2001) iguais a 1: Bens , Serviços LP = ∑ pi1 .qi0 ∑ pi0 .qi0 i Bens , Serviços = 0.9444 × 54 + 1.0476 × 66 = 1, 00116 = 100,116 1 × 54 + 1 × 66 i Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 24 c) Em termos reais onde é que a família Antunes aumentou mais o seu consumo: em “Bens” ou em “Serviços”? Considerando os valores dos índices de preços, correspondentes à variação entre 2001 e 2005, calculados na alínea anterior é fácil calcular o valor do consumo de “Bens” e de “Serviços” a preços constantes. Vem para a família Antunes: 18.6 = 19.7 0.9444 19.2 = 16.7 Consumos de “Serviços” a preços de 2001: 1.0476 Consumos de “Bens” a preços de 2001: Verifica-se assim que, dado o efeito dos preços relativos, a família Antunes aumentou (em termos reais ou “em volume”) o consumo de “Bens” (passando de 18 para 19,7 Mil €) enquanto reduziu, em termos reais, o consumo de “Serviços” (de 18 para 16,7 Mil €). Análise da Informação Económica e Empresarial Pág. 25