Secretaria de Estado da Saúde - Paraná
Centro Formador de Recursos Humanos
RETSUS - Rede de Escolas Técnicas do SUS
Uma Experiência Pedagógica na
Construção do Curso Formação
Inicial
para
os
Agentes
Comunitários de Saúde
Estado do Paraná
Localização
Região Sul do Brasil
Capital: Curitiba
Área (km²) : 199.314
Número de Municípios: 399
População Estimada:10.261.856
Mapa Paraná - Divisão das 22 Regionais de Saúde
399 Municípios
439 Turmas de ACS
12.128 alunos
Quem é o
Agente Comunitário de Saúde ?
Do ponto de vista legal:
•Residir na área de atuação da comunidade
em que vai atuar
•Haver concluído com aproveitamento o
curso de qualificação
•Haver concluído o ensino fundamental
•Ter no mínimo 18 de idade
Do ponto de vista do trabalho:
• Integra a equipe de saúde:
- Unidade Básica de Saúde / Programa Agente
Comunitário de Saúde
- Estratégia Saúde da Família
• Faz a integração entre as equipes de saúde e a
comunidade
• Conhecedor da cultura, linguagem das formas de
pensar e agir da comunidade
• Conhecedor das condições de vida da população
• Promove a melhoria da qualidade de vida da população
• Predominância de mulheres adultas, casadas e com
filhos
Do ponto de vista pedagógico
Mobilização
Social e
Planejamento
das Ações
Promoção e
Prevenção de
ACS
Doenças
Educador
Promoção, Prevenção
e Monitoramento das
Situações de Risco
Ambiental e Sanitários
Um pouco da história do ACS
1991 – Criação do Programa Agente Comunitário de Saúde
Objetivo: reduzir a mortalidade infantil
1994 - Implantação do PSF– parceria MS / UNICEF
Busca de um novo modelo assistencial
- Territorialização com adscrição da clientela
- Criação de vínculo “equipe/população”
- Aumento da oferta de serviços de saúde e áreas de abrangência
- Formação da equipe: 01 médico, 01 enfermeiro, 01 AE ou TE, 04 a 06 ACS.
2007 - 5.110 municípios brasileiros têm equipes da Estratégia Saúde da Família
26.100 equipes implantadas
- 5.229 – municípios possuem o PACS
219.379 ACS
Curso de Formação Inicial para Agente
Comunitário de Saúde
Unidade I
O perfil social do ACS e seu papel no âmbito da equipe multiprofissional da rede
básica do SUS
Unidade II
Planejamento e avaliação das ações com indivíduos, comunidade e meio ambiente
Unidade III
Promoção e prevenção de doenças, dirigidas a indivíduos, grupos específicos e
doenças prevalentes
Total hora/aula
2 instrutores por turma
100 h
100 h
240 h
440 h
Experiência do CFRH na Construção do Material Didático
•Perfil profissional -
validado nacionalmente por todos os profissionais
envolvidos
•Opção metodológica –
integra ensino e serviço, articula teoria e prática.
Marco de referência: a realidade do aluno
•Estrutura curricular - itinerário para o curso Técnico
- Unidades = seqüência de atividades (concentração e dispersão)
•Conhecimento do cenário do Estado do Paraná (distância, localização dos
ACS e dos docentes)
•Características da escola (CFRH)
Atua em todo o Estado do Paraná / Descentralização
Equipe de técnicos envolvidos com a educação profissional
Possui cronograma flexível
• Financiamento pelo MS
• Infra - estrutura do CFRH
Operacionalização do curso
- Análise da demanda
- Identificação dos docentes, dos locais, dos supervisores regionais e
pedagógicos
- Parceria com os municípios e regionais de saúde
- Capacitação pedagógica para instrutores: em dois momentos
Início – 40 horas
Antes da Unidade III – 20 horas
- Certificação escolar
- Apoio do setor administrativo / financeiro da SESA e CFRH
- Compra e distribuição do material de consumo
- Supervisão técnica-pedagógica
- Execução
- Avaliação e correção do processo
Unidade I
• Estrutura dos serviços municipais de saúde
• O que é o SUS / PACS /ESF
• As atribuições do ACS
• A composição da ESF e como está organizado o trabalho das equipes
• Ética e sua relação no trabalho
• A importância da humanização e da ética na atenção à saúde
• A importância de conhecer a formação étnica, os aspectos da dinâmica e
sua aplicabilidade no trabalho do ACS
• A importância da visita domiciliar e sua aplicabilidade no trabalho do ACS
Unidade II
• A importância do cadastramento das famílias, através da Ficha A e sua
consolidação no SIAB
• Organização do espaço geográfico da sua área de abrangência
• Áreas de risco
• Importância, as características e finalidade do mapa inteligente, no
trabalho do ACS
• Relação entre os problemas de saúde e o modo de vida da comunidade
• Elaboração de um plano de ação diante de uma situação problema
Unidade III
• Meio ambiente
• Doenças mais comuns na comunidade
• Saúde Bucal
• Alimentação e Nutrição
• A Saúde nas Diversas Fases da Vida
• Educação em Saúde
EXEMPLO: COMO TRABALHAMOS O CONTEÚDO .....
Unidade I – Sequência de Atividades A
SEQUÊNCIA DE
ATIVIDADES
ORIENTAÇÃO PARA O INSTRUTOR
1.Reconhecer
quem é o ACS.
1. Através da confecção de 2 bonecos: 1 masculino e 1 feminino, representando o (a) ACS.
2.
Reconhecer
a
diversidade de valores
culturais no processo
de trabalho do ACS.
2. Dividir a turma em 3 grupos,entregar uma ficha para cada grupo, com a seguinte questão:
3. Ler e discutir o texto:
As Bases Formadoras
3. Coordenar a leitura e discussão dos pontos mais importantes.
do Preconceito.
Desenvolvimento
1ª Fase: Dividir a turma em 2 grupos, Distribuir os materiais. Orientar a atividade: Um grupo confeccionará o ACS
masculino e o outro o feminino, Os bonecos deverão conter todas as características que os grupos acham que o
ACS deve ter:
2ª Fase: Em plenária, apresentar o seu (sua) ACS. - Iniciar a análise das apresentações. Quais foram as
características mais marcantes dos ACS descritos pelos grupos? - Questionar: ▪ Esse ACS existe realmente?
Se não, como é o ACS REAL? - Registrar a fala dos alunos. Destacar que as outras habilidades intelectuais:
comunicação, observação, análise, avaliação, extrapolação (...), serão desenvolvidas com a formação e a
experiência profissional.
Leitura do texto “Ser ACS “
“Eu conheço a pessoa que vocês apresentaram como ACS e essa pessoa é......................Pode???” Escolher uma
situação para cada grupo, que na localidade seja motivo de preconceito ou discriminação. Exemplos:
homossexualidade, drogadição, questões raciais, doenças infecto-contagiosas, etc.
Após as apresentações, questionar: O que muda para você ao saber que um ACS que trabalha na mesma
equipe é ou pensa diferente de você? É possível trabalhar com pessoas que são ou pensam diferente de você?
Como?
Pontos para reflexão: existe
alguém sem preconceito? - de onde surgem os preconceitos? - é possível abolir os preconceitos? - O que fazer
frente a uma situação de trabalho, onde o preconceito está presente?
Dificuldades Encontradas...
• Ausência de referências de material didático anteriormente elaborado
• Produção de textos (conteúdo X seqüência de atividades X escolaridade
do ACS X linguagem)
• Docentes que não fazem parte da equipe Estratégia Saúde da Família
• Distância entre residência do aluno e sede do curso
• Não envolvimento da equipe / gestor
• Gerência dos cursos (horário trabalho, grande volume – impostos, falta
de RH).
• Muitos alunos por turma (em algumas turmas)
• Turmas no período noturno
• Docentes demitidos ou mudaram de residência durante o curso
• Legislação do setor público (licitações, fluxos burocráticos...)
Avaliação da Formação
• Estruturou a identidade profissional do ACS
• Valorizou o ACS melhorando a sua auto-estima
• Mostrou a necessidade da re-organização dos serviços
(movimentou a equipe e o gestor)
• Fomentou no ACS o sentimento de pertencer à equipe de
saúde e ao SUS
• Proporcionou ao instrutor uma aprendizagem técnica e
pedagógica
• Aproximou os integrantes das equipes ESF
• Oportunizou ao ACS uma nova visão de cidadania
• Colaboração da alteração do perfil epidemiológico
Viver é ter coragem, é assumir, é ser consciente, é ser
alguém, sem ser apenas mais. Precisamos, na vida, de
alguém que nos leve a realizar o que podemos fazer, ou
seja, a voar com a elegância e determinação das águas.
Nisso, também, reside a função de um amigo. O resto é o
nosso querer, pois a
ação de mudar é nossa!
Obrigada a todos!!!
Centro Formador de Recursos Humanos
Rua Professor Brasilio Ovídio da Costa, 639
80320 -100 - Curitiba - Paraná – Brasil
[email protected]
55.41.3342.9818
55.41.3342.2293
“Cada pessoa em sua existência pode ter duas atitudes:
construir ou plantar.
Os construtores podem demorar anos em suas tarefas, mas
um dia terminam aquilo que estavam fazendo. Então param e
ficam limitados por suas próprias paredes.
A vida perde o sentido quando a construção acaba.
Mas existem os que plantam.
Estes, às vezes sofrem com as tempestades, com as estações,
e raramente descansam.
Mas ao contrário de um edifício, o jardim jamais pára de
crescer.
E, ao mesmo tempo, que exige atenção do jardineiro, também
permite que, para ele, a vida seja uma grande aventura.”
SER ACS é ser um jardineiro, está sempre plantando,
mudando, crescendo...
Aos países africanos de língua portuguesa, um abraço da
equipe do CFRH.
Salvador, julho de 2007.
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Sandra Anesi