) \NEGOCIAR Dossiê COMO INTERAGEM AS CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO? t: pós-doutorada em Biotecnologia e dedica-se ao estudo de modelos celulares avançados com base em células estaminais ; t ' ANA PAULA TERRASSO Investiga como doutoranda de Bioengenharia o desenvolvimento de novos modelos celulares de doenças neurológicas Integra a equipa como técnica de investigação especializada em cultura de células animais. Investiga processos de produção de biofármacos de origem viral 60 Exame / outubro 201s Uma equipa de investigadores, coordenada por Catarina Brito e Paula Alves (iBET), em colaboração com as técnicas de investigação Ana Paula Terrasso e Carina Silva, da Unidade de Tecnologia de Células Animais, está a investigar, em parceria com a farmacêutica portuguesa Tecnimede (através dos investigadores internos Augusto Filipe, Pedro Pedroso e Ana Lúcia Ferreira), o desenvolvimento e a aplicação de modelos celulares humanos (in vitro), que serão utilizados para testar a eficiência de novas terapêuticas para doenças neurológicas. Esta ligação direta entre a investigação e a indústria materializa-se no projeto PROiNEURO, que servirá a indústria farmacêutica através do "desenvolvimento de novos modelos celulares humanos para utilização em screenning (triagem) de novos agentes terapêuticos", explica a equipa. O projeto surgiu a partir de um desafio que o Grupo Tecnimede lançou ao iBET. A farmacêutica tinha identificado a necessidade de aplicar na sua plataforma de desenvolvimento de novos fármacos modelos laboratoriais que representassem de forma fidedigna os mecanismos celulares que ocorrem nos órgãos afetados pelas doenças. "Esta é uma necessidade atual que a indústria farmacêutica mundial tem vindo também a reconhecer nos últimos anos", mencionam. Os resultados desta investigação já estão a ser aplicados na indústria. Foi concluída a transferência de tecnologia para o Laboratório de Cultura de Células da Tecnimede, para que os modelos e ensaios desenvolvidos possam ser aplicados na descoberta de novos fármacos pela empresa. Negócio global A equipa da Biomimetx quer entrar no mercado americano TINTAS MARÍTIMAS À PROVA DE FUNGOS A entrada no mercado do primeiro produto está prevista para o início de 2018, mas o projeto já suscita o interesse na indústria das tintas. Cinco anos de investigação e desenvolvimento e 200 mil euros de financiamento conquistados junto da caixa Capital e da Intercapital abriram caminho à criação da Biomimetx, uma start-up biotecnológica que se dedica ao desenvolvimento e comercialização de soluções inovadoras e amigas do ambiente para o controlo da proliferação biológica. Ou seja, o controlo de fungos. O projeto envolve três investigadores do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e da Universidade de Lisboa - Patrick Freire, Romana Santos e Gonçalo Costa e uma gestora, Cristina Simões. A empresa está atualmente a desenvolver o seu primeiro produto, "um biocida para aditivar tintas marítimas e combater a bioincrustação (biofouling)", explica Cristina Simões. A solução, de origem natural, está pensada para ser aplicada em estruturas marítimas submersas, como os cascos de embarcações, e ultrapassa as limitações tradicionais dos compostos que evitam a adesão de organismos marinhos, como a contaminação ambiental e o perigo da manipulação dos anti-incrustantes clássicos. O produto surgiu a partir de uma investigação que levou à recolha de bactérias ambientais com níveis de resistência elevada a antibióticos de última geração. "Uma das bactérias chamou-nos a atenção por produzir uma grande qualidade de compostos que revelaram, após uma análise aprofundada, possuir características biocidas, ou seja, atividade antimicrobiana, antifúngica e algicida", explica a investigadora. A equipa está atualmente a concluir a fase de prova de conceito e para entrar no mercado global necessitará de dois milhões de euros, a aplicar no desenvolvimento do produto. Pela frente terá o processo de certificação junto da Environment Protection Agency, nos EUA, já que a estratégia comercial da equipa prevê a entrada neste mercado.