4406 Trabalho 2945 - 1/3 ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE MOLA HIDATIFORME OCORRIDOS EM TERESINA-PI NO PERÍODO 2005/2007 SOUSA, Nhayara da Conceição Rosa de 1 SILVA, Julciele Cícera da2 CARNEIRO, Alinne Marília Morais3 NERY, Inez Sampaio4 ARAÚJO, Telma Maria Evangelista 5 Mola hidatiforme é uma degeneração hidrópica das vilosidades coriônicas, acompanhadas de hiperplasia dos elementos trofoblásticos. Existem dois tipos de mola, sendo uma denominada de mola completa e a outra denominada parcial. A diferença da mola completa para a parcial é que a primeira ocorre com ausência de embrião, edema generalizado das vilosidades, hiperplasia trofoblástica grosseira, níveis elevados de β-hCG e maior probabilidade de transformação em coriocarcinoma (2,5%). Enquanto a mola incompleta caracteriza-se pela presença de pequenas vilosidades hidrópicas, entremeadas de tecido trofoblástico normal, verifica-se também a existência de feto e/ou âmnio, além disso, dificilmente evolui para as formas malígnas. O quadro clínico de mola hidatiforme envolve hemorragia, corrimento amarelado, emissão de vesículas, anemia, sinais tóxicos: náuseas e vômitos repetidos, a palpação, o crescimento do útero torna-se desproporcionado à idade presumível da prenhez; ausculta inaudível, toque: não há rechaço fetal. Há um desconhecimento sobre a verdadeira variação geográfica da Doença Trofoblástica Gestacional-DTG, mas a incidência de mola hidatiforme geralmente expressa em relação ao total de gestações é estimada entre 1:80 a 1:2000 gestações, maior na população pobre, onde prevalece a má nutrição, fator que pode estar em jogo na gênese da doença. No Brasil tem sido observado uma incidência crescente. Alguns fatores como idade materna maior 1 Acadêmico do 9º bloco do curso de graduação em enfermagem da UFPI. Acadêmico do 9º bloco do curso de graduação em enfermagem da UFPI 1 Acadêmico do 9º bloco do curso de graduação em enfermagem da UFPI. 1 Enfermeira, Doutora pela UFPI e docente do curso de enfermagem da UFPI. 1 Enfermeira,Doutora pela UFPI e docente do curso de enfermagem da UFPI. 1 4407 Trabalho 2945 - 2/3 que 40 e menor que 20 anos, alta paridade, etnia, desnutrição, história pregressa de DTG podem aumentar a incidência de mola hidatiforme. Em geral, a contribuição deles para o surgimento dos casos de mola é pouco conhecida. O estudo objetiva identificar o perfil epidemiológico dos casos de Mola Hidatiforme nos aspectos sócio-econômicos e gineco-obstétricos, em mulheres atendidas em uma maternidade de Teresina-PI, no período de 2005 a 2007, além de analisar o perfil epidemiológico e a influência dos fatores predisponentes ao desenvolvimento da mola hidatiforme em mulheres portadoras de mola hidatiforme. O estudo foi realizado em uma instituição da rede pública Estadual de saúde de referência no tratamento de gravidez molar em Teresina-PI. A população foi constituída por 117 mulheres, todas com diagnóstico de Mola Hidatiforme, atendidas na maternidade estudada no período de 2005 a 2007. Os dados foram coletados no período de novembro 2008 a janeiro de 2009. a variação da idade materna foi de 13 a 46 anos. A idade materna média foi de 23,49 anos. As mulheres com idade entre 13 e 19 anos corresponderam a 32,48% (38) dos casos, entre 20 e 25 anos corresponderam a 39,32% (46), entre 26 e 30 anos a 16,24% (19) e entre 31 e 46 anos a 11,97% (14). Constatou-se que 35,90% das pacientes eram da capital Teresina, 27,35% eram de outras cidades do Piauí, e outros 29,91% eram de outros estados, contudo não constava essa informação em 6,84% das pacientes. Quanto ao estado civil das pacientes, uma grande parte da população é casada ou encontra va-se em união estável (37,61%), enquanto uma pequena parte é solteira (22,22%) e em uma parte relativamente grande de prontuários não há informação sobre o estado civil das pacientes (40,17%). No que se refere à escolaridade, 31,62% tinham apenas o ensino fundamental, 18,80% o ensino médio, 0,85% tinha ensino superior e 0,85% não era alfabetizada. Porém, em 47,86% dos prontuários pesquisados o campo dessa informação não estava preenchido. A idade média de menarca foi de 13 anos. Com relação à idade da primeira gestação a maior parte está compreendida na faixa de 13 e 20 anos (34,4%) com uma média de 19,54 anos, porém na maioria dos prontuários esses dados também eram ausentes (53,3%). Quanto ao número de gestações a maioria da população encontrava -se na primeira ou segunda gestação (71,1 %); e com relação ao total da amostra obteve-se uma média de 2,72 gestações. E grande parte das pacientes eram nulíparas 4408 Trabalho 2945 - 3/3 (41,1%). Observou-se que um grande número de pacientes teve aborto (30,0%); e a média de abortos foi de 0,49. A maior parte da população do estudo nunca havia parido, ou seja, apresentaram como primeira gestação a gravidez molar (nulípara - 40,2%). Quanto ao tipo de parto, grande parte das mulheres pariram por via vaginal (35,9%) e que uma menor quantidade de mulheres teve parto cesariano (17,1%). E a minoria das pacientes tiveram os dois tipos de parto (2,6%). A informação sobre o tipo de parto não estava presente em uma pequena parcela dos prontuários (4,3%). A maior parte da população do estudo está no grupo O (42,7%). O grupo sanguíneo onde encontrou-se a menor percentagem de pacientes foi o AB (0,9%). Em uma grande parte dos prontuários não foi possível coletar os dados por falta de registro sobre o tipo sanguíneo (23,9%). A maioria da população apresenta fator RH positivo (72,6%). A minoria entre os dados presentes nos prontuários apresentaram fator Rh negativo (3,4%). E em 23,9% dos prontuários não foi registrado o fator Rh. Dentre os 117 prontuários avaliados no estudo 1% apresentaram mola hidatiforme. Este estudo constatou a presença de fatores predisponentes ao desenvolvimento da mola hidatiforme e o quão é importante que os enfermeiros tenham um conhecimento aprofundado sobre a mola hidatiforme e como estes podem ajudar as pacientes em lidar com o diagnóstico e tratamento. Enfermeiros são membros essenciais da equipe de saúde e têm uma oportunidade única de educar, facilitar comunicação, melhorar a lidar e fornecer apoio as famílias de pacientes que recebem o referido diagnóstico. Descritores: Assistência de enfermagem; mola hidatiforme REFERÊNCIAS ANDRADE, J. M. de. Mola hidatiforme e doença trofoblástica gestacional. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 31, n. 2, fev. 2009. Bess K. A; Wood T. L. Understanding gestational trophoblastic disease: How nurses can help those dealing with a diagnosis. Awhonn Lifelines. v.10, n.4, p.320-6, 2006. MONTENEGRO, C. A. B. REZENDE FILHO, J.. Obstetrícia Fundamental. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara kOOGAN,.p.271-281. 2008