UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA Ananda Corrêa Lima Eugismara Melo da Silva Geissa Aline Medina Craveiro ESTUDO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN DURANTE A ADOLESCÊNCIA BELÉM 2008 2 Ananda Corrêa Lima Eugismara Melo da Silva Geissa Aline Medina Craveiro ESTUDO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN DURANTE A ADOLESCÊNCIA Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Universidade da Amazônia para a obtenção de grau de Fisioterapeuta. Orientador (a): Profª. Ms. Lucieny da Silva Pontes. BELÉM 2008 3 Lima, Ananda Corrêa; Silva, Eugismara Melo da ; Craveiro, Geissa Aline Medina. Estudo comparativo da qualidade de vida de portadores e não portadores de síndrome de Down durante a adolescência./ Ananda Corrêa Lima, Eugismara Melo da Silva, Geissa Aline Medina Craveiro _ Belém, 2008. 97f. Trabalho de Conclusão de Curso, (Graduação) – Universidade da Amazônia, 2008. Curso: Fisioterapia. Orientadora: Profª. Ms. Lucieny da Silva Pontes. 1. Trabalho de Conclusão de Curso- Universidade da Amazônia. 2. Graduação – Fisioterapia. I- Lima, Ananda Corrêa. II- Silva, Eugismara Melo da. III- Craveiro, Geissa Aline Medina. IV- Estudo comparativo da qualidade de vida de portadores e não portadores de síndrome de Down durante a adolescência. 4 Ananda Corrêa Lima Eugismara Melo da Silva Geissa Aline Medina Craveiro ESTUDO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN DURANTE A ADOLESCÊNCIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia como requisito para obtenção do grau de fisioterapeuta. Banca Examinadora __________________________________ Prof. Ms. Lucieny da Silva Pontes. Orientadora __________________________________ Prof. __________________________________ Prof. Apresentado em: ____/___/____ Conceito: _________________ BELÉM 2008 5 A Deus por mais um sonho realizado, Aos meus pais, pessoas especiais na minha vida. Ananda Corrêa Lima Aos meus pais, figuras essenciais em minha vida, por cumprir da forma mais bonita e digna a missão que Deus confiou em suas mãos de me criar para o mundo. Devo a vocês grande parte do que sou. Eugismara Melo da Silva À minha mãe querida e amada, à dindinha e ao dindinho,à minha avó Mirtes, a minha irmã Giselli,ao meu namorado Marcos Antonio, a minha nêga, ao Digby, aos pais dos portadores de SD. Geissa Aline Medina Craveiro 6 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pai que nos concedeu a vida; Aos meus pais (Francisco Lima e Rosete Corrêa) e meus irmãos (Neto e Allysson), por me proporcionarem a construção de mais um sonho, apoio incondicional e pelo seu trabalho no dia-a-dia; A minha sobrinha (Marcelly), pela companhia em todas as horas; Ao meu namorado (Manoel Borges), pelo companheirismo, força e conselhos em todos os momentos; A toda minha família, pela alegria e satisfação a me ver subir mais um degrau da vida; As minhas inseparáveis amigas (Gê e Eugis), pelas horas de risos, de choro, de cansaço, de alegria, de angústia, de medo, de felicidade... A nossa professora Ms. (Lucieny Pontes), por nos guiar com toda a dedicação neste trabalho; A todos os amiguinhos (portadores de síndrome de Down, seus pais ou responsáveis), pela contribuição para o desenvolvimento do nosso TCC; As instituições (APAE, IONPA e Pestalozzi) e a escola (Madre Zarife Sales) por nos abrirem as portas e nos acolherem; Agradeço infinitamente a todos citados e não citados pela contribuição em me fazer e ser hoje uma pessoa realizada! Ananda Corrêa Lima. 7 A Deus, o guia da minha vida e significado de amor para mim, por sempre me abençoar, me dar forças, saúde e coragem para enfrentar todas as provações e adversidades que surgiram nesta caminhada. À minha mãe, pela dedicação incontestável de todos os dias desde que nasci, pelas palavras de apoio, amor e compreensão e por muitas vezes deixar de realizar seus sonhos em favor dos meus. Ao meu pai, homem que me transmitiu valores, como caráter e determinação, por acreditar e sempre depositar sua confiança em mim. Vocês são os maiores responsáveis por essa conquista. Meu amor eterno! Ao meu namorado, Diego Guinhazi, pelo carinho, compreensão, companheirismo, por sempre torcer pela minha vitória e pelas palavras verdadeiras de admiração e incentivo. Amo você! À Geíssa e Ananda, colegas de turma que se tornaram minhas amigas, por me receberam de braços abertos em seu grupo e por me darem votos de confiança para juntas realizarmos esse trabalho. À família Medina (tia Célia e Giselli) pela paciência e compreensão com os nossos encontros diários em sua casa e por serem bastante receptivas conosco. As minhas amigas, em especial, Caroline dos Anjos e sua mãe Josemilda, Karla Gouvêa e sua mãe Ruth, Ana Carolina e sua mãe Aurileide que contribuíram imensamente para a minha entrada na universidade, por terem me ajudado e acreditado em mim quando nem eu mesma acreditava. Aos meus familiares, em especial, tia Edilma e meus primos Giselle Guilber, Henderson e Enos, os quais me acolheram com todo amor e carinho em sua casa e se dispuseram a me ajudar sempre. Vocês nunca saberão o quanto foram importantes em minha vida. À orientadora Lucieny Pontes, sua experiência, conhecimentos e incentivos foram essenciais para a concretização desse projeto. A todos os pais ou responsáveis dos adolescentes especiais que disponibilizaram seu tempo para nos ajudar a realizar esta pesquisa. Enfim... A todos as pessoas que de alguma forma acreditaram em mim e contribuíram para a realização deste trabalho, expresso toda a minha gratidão. Muito Obrigada! Eugismara Melo da Silva 8 Agradeço ao senhor meu Deus, pela oportunidade que me dispensou através de todas as pessoas que contribuíram para a realização desse sonho. Agradeço a minha mãe pelo incentivo, pelo amor, por cada segundo em que não me deixou desistir de seguir em frente. Agradeço a minha dindinha e ao meu dindinho por contribuírem e por acreditarem sempre no meu potencial. Agradeço a minha avó Mirtes que está agora de mãos dadas com o senhor meu Deus, pela contribuição e por sua preocupação conosco. Agradeço a minha irmã pela paciência de ceder o computador por tantas vezes a nós. Agradeço a minha nêga querida pelos nossos lanches de cada dia e por todo o cuidado conosco. Agradeço ao meu namorado Marcos Antonio por ter me transmitido toda a paz que precisei nesses últimos meses de reta final. Agradeço ao Digby pela sua companhia, carinho e momentos de descontração incansáveis, madrugada a fora. Agradeço aos amigos Japa e Bruno pelas ajudas informatizadas. Agradeço a todos os participantes de nossa pesquisa. Agradeço as instituições que contribuíram ao nosso trabalho. Agradeço a nossa orientadora por ter dito algumas vezes o que realmente precisávamos ouvir em vez do que nós queríamos que ela dissesse e por ter nos mostrado um outro lado a considerar. Agradeço pela paciência, dedicação e por acreditar em nós. Agradeço as meninas Eugis e Nandica por tudo, por sempre estarem presentes, pela dedicação, amizade, pelos momentos tristes, de desespero e felizes. Agradeço as amigas Paula e Mayane pelas consultorias sobre TCC. Obrigada senhor! Obrigada senhor! Obrigada senhor! Geissa Aline Medina Craveiro. 9 Não há satisfação maior do que aquela que sentimos quando proporcionamos alegria aos outros. M. Tanigushi 10 RESUMO ESTUDO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN DURANTE A ADOLESCÊNCIA. Introdução: a preocupação com a qualidade de vida existe há muitos séculos, pois, há um desejo iminente de manter uma vida melhor e mais saudável. A adolescência representava uma fase conflitante. Hoje, devido aos estudos científicos, existe um conhecimento mais extenso sobre o significado e as características fundamentais da adolescência. Portadores de síndrome de Down nessa fase da vida podem sofrer algum impacto com relação a qualidade de vida. Atualmente, sabe-se que a prática de atividade física por indivíduos portadores de necessidades especiais juntamente com a inclusão social destes, são importantes para a manutenção da sua qualidade de vida, da saúde e da prevenção de doenças. Objetivo: comparar a qualidade de vida de portadores e não portadores de síndrome de Down durante a adolescência. Método: este estudo foi do tipo epidemiológico, comparativo, descritivo de corte transversal, sendo formado por dois grupos: o grupo portador de síndrome de Down e o grupo controle ambos constituídos de 20 indivíduos, na faixa etária de 10 a 18 anos de idade. Foi utilizado o questionário SF-36. Resultado: a qualidade de vida dos portadores de síndrome de Down não é estatisticamente diferente dos não portadores. Observou-se também que no grupo dos portadores os domínios dor e vitalidade apresentaram significância em relação aos demais domínios, porém não interferiram significativamente na qualidade de vida destes. Palavras-chave: Qualidade de vida, síndrome de Down, adolescência. 11 COMPARATIVE RESOURCE OF LIFE QUALITY OF INDIVIDUAL WITH OR WITHOUT DOWN SYNDROME ON ADOLESCENCE ABSTRACT Introduction: the preoccupation with life quality there is a so much time ago, for there is an imminent desire to keep a best life and more healthy. The adolescence was a life phase clashed. Today, because the Scientifics resources, it exist a larger knowledge about adolescence meaning and fundamentals characteristics. Individuals with Down syndrome in this phase of life can be suffering to any impact on theirs life quality. At present, we know that joint physics activities with social relationships can to be better to keep the life quality, health and prevention for various illnesses. Objective: to compare the life quality of individuals with or without Down syndrome during adolescence. Method: this study was of type epidemiologic, comparative, descriptive cross-sectional, it have been formed for two groups: the group of individuals with Down syndrome and the control group, the both with twenty individuals and between ages of 10 until 18 years old. It was used the SF-36 questionnaire. Result: the life quality of individuals with Down syndrome is not statistically different of individuals without Down syndrome. It noticed yet in the group of individuals of Down syndrome has the aspects of pain and vitality with more significant than others aspects, but it do not had important change on theirs life quality. Key word: Life quality, Down syndrome, adolescence. 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Trissomia do cromossomo 21 38 Figura 2: Prega epicântica 39 Figura 3: Língua grande 39 Figura 4: Linha simiesca 40 Figura 5: Cabeça achatada 40 13 LISTA DE QUADROS Quadro1: Distribuição do GC com relação a idade, sexo e inclusão em escola regular 57 14 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição da pontuação das questões respondidas referentes ao questionário 61 SF-36 Tabela 2: Indicadores de qualidade de vida no GD n= 20 e controle n=20 64 Tabela 3: Comparação entre os grupos relacionados com inclusão em escola regular e 65 sexo no GD n=20 e no GC n=20 Tabela 4: Qualidade de vida conforme a prática de atividade física regular somente no GD, contendo ativos (n= 16) e sedentários (n=14) 65 15 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição da escola regular e sexo no GD (n=20) e GC (n=20). 63 16 LISTA DE SIGLAS SD : síndrome de Down SF-36: Short Form Health Survey ADNPM: atraso do desenvolvimento neuropsicomotor a.C: antes de Cristo a. D: depois de Cristo IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística AF: atividade física OMS: Organização Mundial de Saúde ECA: Estatuto da criança e do adolescente BDNF: brain-derived neurotrophic factor SNC: sistema nervoso central IL-6: interleucina 6 GD: grupo Down GC: grupo controle APAE: Associação de pais e amigos dos excepcionais IONPA: Instituto de organização neurológica do Pará GHRI: General heath rating index MHI: Mental health inventory KTK: teste de coordenação corporal para crianças HDL: high density lipoprotein (bom colesterol) 17 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 35 2- OBJETIVOS 39 2.1 GERAL 39 2.2 ESPECÍFICO 39 3. REFERENCIAL TEÓRICO 40 3.1 SÍNDROME DE DOWN 40 3.1.2 Contexto histórico 40 3.1.3 Definição 40 3.1.4 Incidência 41 3.1.5 Etiologia 41 3.1.6 Classificação 42 3.1.7 Manifestações clínicas 43 3.1.8 Complicações 44 3.1.9 Diagnóstico 44 3.1.10 Prognóstico 45 3.1.11 Tratamento 45 4. QUALIDADE DE VIDA 48 4.1 Contexto histórico 48 4.2 Definição 48 4.3 Classificação 49 4.4 Avaliação 49 4.5 Dificuldades 51 5. ADOLESCÊNCIA 52 5.1 Contexto histórico 52 5.2. Definição 52 5.3 Incidência 53 5.4 Considerações 53 5.5 Inclusão escolar 54 5.6 Atividade física 56 6. MATERIAIS E MÉTODOS 59 18 6.1. Casuística 6.2. Local 59 59 6.3 Tipo de estudo 59 6.4. Critérios de inclusão 60 6.4.1 Grupo GD 60 6.4.2 Grupo GC 60 6.5 Critérios de Exclusão 60 6.5.1 Grupo GD 60 6.5.2 Grupo GC 61 6.5.3 Descrição da amostra 61 6.6 Instrumentos de avaliação 62 6.7 Etapas do estudo 63 6.8 Análise Estatística 64 6.9 Redação 66 7. AVALIAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO 66 7.1 Riscos 66 7.2 Benefícios 66 7. RESULTADOS 67 8. DISCUSSÃO 70 9. CONCLUSÕES 75 10.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 76 APÊNDICE A – Declaração de Aceite do Orientador 84 APÊNDICE B - Declaração de Aceite da Instituição 85 APÊNDICE C - Declaração de Aceite da Instituição 86 APÊNDICE D - Declaração de Aceite da Instituição 87 APÊNDICE E - Declaração de Aceite da Instituição 88 ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 89 ANEXO B - Questionário de Qualidade de Vida -SF-36 91 ANEXO C- Certificado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) 97 1935 1. INTRODUÇÃO A preocupação com a qualidade de vida existe há muito tempo, pois, o desejo de manter uma vida melhor e mais saudável é tão antigo quanto a civilização (SÉTIEN, 1993). Atualmente, a qualidade de vida é definida como sendo a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto cultural e nos sistemas de valores nos quais ele está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (FLECK et al., 2003). A qualidade de vida depende de diversos fatores ligados ao bem estar que podem ser analisados sob cinco pontos: físico, material, social, emocional e produtivo. Tem importância não apenas segundo o ponto de vista da sociedade, mas daqueles que cuidam das pessoas doentes, como os pais, cônjuges e diversos profissionais (NÓBREGA e SARAIVA, 2003). As avaliações de qualidade de vida são importantes para o planejamento e acompanhamento do tratamento, para a identificação dos fatores preditores de qualidade de vida e para o desenvolvimento de estratégias de promoção de bem estar e prevenção de saúde mental (HENRY et al., 2003; MINAYO et al., 2005). Inúmeros trabalhos abordam determinadas populações e avaliam sua qualidade de vida. A abordagem da qualidade de vida reflete a percepção do indivíduo com relação a sua vida social, cultural e aspectos emocionais, não estando relacionados obrigatoriamente com a idade, o sexo e a classe social. A adolescência reflete um período de conflito e aceitação com relação às mudanças físicas e psicológicas, sobretudo, só essa fase já é conflitante e talvez haja particularidades que reflitam na qualidade de vida destes. Existem instrumentos genéricos de avaliação da qualidade de vida, de grande utilização em pesquisas na prática clínica, sendo eles, o Medical Outcomes Study, Short Form Health Survey (SF-36) e o Sickness impact Profile (JUNIOR, 2007). Foi utilizado nesse estudo o questionário SF-36, o qual foi baseado em uma revisão de vários instrumentos existentes na literatura nos últimos 20 anos, que avaliaram alterações e limitações em várias dimensões como a capacidade funcional, os aspectos físicos, os aspectos emocionais, a intensidade da dor, o estudo geral da saúde, a vitalidade, os aspectos sociais e a saúde mental. Sendo este, derivado de um questionário de avaliação de saúde formado por 2036 149 artigos, desenvolvido e testado em mais de 22.000 pacientes, como parte de um estudo de avaliação de saúde (CICONELLI, 1997). O SF-36 foi constituído para satisfazer o padrão psicométrico, para a comparação entre os grupos que envolvem conceitos genéricos de saúde não sendo específico para uma determinada idade, doença ou tratamento. Ele representa definições múltiplas da saúde, inclusive função e deficiência orgânica, desconforto e bem-estar, relatórios objetivos e reclamações subjetivas de avaliação favorável e desfavorável da condição de saúde (WARE e SHERBOURNE, 1992). A etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta é denominada de adolescência, a qual é marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. Em geral, a adolescência e a juventude são os períodos mais saudáveis do ser humano, apresentando os menores índices de morbi-mortalidade. No entanto, torna-se um momento crucial na atenção à saúde, por que nesta época, se estabelece todo um aprendizado ligado a condutas e comportamentos futuros, logo, o adolescente como qualquer ser humano, deve ser considerado uma unidade biológica, psíquica e social (CUTTS et al., 2000; RUZANNY et al., 2000). Os preditores de qualidade de vida relacionam-se diretamente com as condições de saúde. Indivíduos doentes ou com anormalidades psicofísicas podem apresentar qualidade de vida inferior ou não a indivíduos saudáveis na adolescência. Portadores de síndrome de Down apresentam alterações psicomotoras que porventura podem interferir nos aspectos da qualidade de vida. A síndrome de Down é uma condição genética, sendo o portador um trissômico para o cromossomo 21 e todos os outros cromossomos são dissomos (DOWN, 1886 e VOIVODIC, 2004). A trissomia do 21 é o resultado da não-disjunção primária, que pode ocorrer em ambas as divisões meióticas e em ambos os pais (NUSSBAUM, 2002). A síndrome de Down é sem dúvida, a mais comum e mais conhecida das aberrações cromossômicas (SNUTAD, 2004). Com a tecnologia disponível pode-se detectar problemas apresentados durante a gestação, mas no caso da síndrome de Down, não há como corrigir ou evitar sua manifestação (JUNIOR et al., 2007; PUESCHEL, 1999). 37 21 De forma geral, a síndrome caracteriza-se por hipotonia, hiperflexibilidade articular devido à frouxidão ligamentar, face achatada, pavilhões auriculares com implantação baixa, aumento do epicanto interno, macroglossia, baixa estatura, deficiência mental, postura anteriorizada com antepulsão de ombro e semi- flexão de tronco e base aumentada pela falta de equilíbrio. Essas alterações, muitas vezes, resultam no atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) e podem incapacitá-lo para aquisições motoras, gerando disfunções que ocasionam estigmas sociais (GESTAL e MANSOLDO, 2008). Com o aumento da expectativa de vida das pessoas portadoras de síndrome de Down e associado ao seu nível de independência, a promoção de uma boa qualidade de vida excede os limites da responsabilidade pessoal, sendo vista como um empreendimento de natureza sociocultural. Em outras palavras, a velhice satisfatória não depende apenas de ações do indivíduo, mas é resultante das interações das pessoas que vivem no seu ambiente (NERI, 1993). Baseado nisso, a promoção da saúde e da integração social para pessoas com necessidades especiais, serão os principais objetivos sociais a serem alcançados neste novo século. É importante lembrar que as condições ambientais e familiares estão relacionadas com o desenvolvimento global do indivíduo e com as interações vivenciadas podendo promover a capacidade de interação destes com o meio em que vivem em função das experiências e das demandas ambientais as quais são submetidos (FERRARI et al., 2001). Existe um consenso entre os especialistas de que o apoio clínico, educacional e social é essencial para a melhoria da qualidade de vida dos portadores de síndrome de Down, o qual promove o aumento da sua autoconfiança e a inclusão social (MORIZON e SANTOS, 1999). Atualmente, ainda permanece o conceito equivocado sobre a expectativa de vida dos portadores de síndrome de Down, acreditando-se que estes possuem uma baixa longevidade e que sejam permanentemente dependentes e incapazes de se socializarem (MARQUES e NAHAS, 2003). Baseado nestas considerações observa-se a necessidade de se promover uma avaliação da qualidade de vida dos portadores de síndrome de Down durante a adolescência, segundo a perspectiva de pais ou responsáveis, uma vez que o aumento da sua expectativa de vida torna crescente a necessidade de se trabalhar a inclusão social desses indivíduos, buscando uma 2238 adequação nas tarefas de vida diária dos mesmos, para que alcancem um nível de independência satisfatório e para que possam desempenhar um papel atuante na sociedade, com o intuito de possível inserção destes no mercado de trabalho. 39 23 2. OBJETIVOS 2.1 GERAL Comparar a qualidade de vida de indivíduos portadores e não portadores de síndrome de Down durante a adolescência. 2.2 ESPECÍFICO - Identificar se a atividade física interfere na qualidade de vida; - Analisar se os processos de inclusão escolar influenciam na qualidade de vida; - Avaliar os aspectos mais comprometidos da qualidade de vida dos indivíduos. 2440 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 SÍNDROME DE DOWN 3.1.2 Contexto histórico As primeiras evidências do conhecimento da síndrome de Down (SD) surgiram entre os anos de 1500 antes de Cristo (a.C.) e 300 depois de Cristo (d.C.) no México, por meio das esculturas dos Olmec, povo que lá viveu. Após esse período não se tem conhecimento de manifestações artísticas que tentassem descrever esta síndrome (AGUIAR et al., 2003). Baseando-se nos conhecimentos atuais sobre sua freqüência e seu fenótipo característicos da síndrome de Down, é difícil acreditar que ela só tenha sido identificada em 1866, por John Langdon Down, o qual apresentou cuidadosa descrição clínica da síndrome, entretanto, erroneamente estabeleceu associações com caracteres étnicos, denominando a condição inadequadamente de idiotia mongolóide. A alta taxa de mortalidade infantil provavelmente tenha sido o motivo da ausência de evidências sobre a síndrome naquela época (AGUIAR et al., 2003). Em 1959, Lejeune e colaboradores identificaram a presença de cromossomos extra nos indivíduos afetados, demonstrando assim que se tratava de uma anormalidade cromossômica. Polane et al. (1960), descreveram os primeiros casos de translocação e em 1961, o primeiro caso de mosaicismo (AGUIAR et al., 2003). 3.1.3 Definição A síndrome de Down, também conhecida como trissomia do 21, é uma anormalidade cromossômica caracterizada por uma série de sintomas, a qual ocorre no período fetal, mais especificamente, durante a divisão celular, sendo causada pela não-disjunção cromossômica na meiose materna, resultando em um cromossomo extra (PUESCHEL,1995). Após sua descrição houve uma grande controvérsia a cerca de sua etiologia. A sua manifestação clínica foi atribuída inicialmente às causas infecciosas como tuberculose e 2541 sífilis, com isso, os pacientes chegaram a ser considerados “crianças inacabadas”. Posteriormente, foi atribuída a doenças da tiróide (AGUIAR et al., 2003). 3.1.4 Incidência A SD é considerada uma das síndromes com anomalias numéricas de maior freqüência, que envolvem cromossomos autossômicos, representando a mais antiga causa genética de atraso no desenvolvimento cognitivo (GARCIA et al., 1995; KASARI et al.2001). Dados epidemiológicos revelam que a incidência da síndrome de Down em nascidos vivos é de 1 para cada 600/800 nascimentos, com média de 8.000 casos por ano no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseados no Censo de 2000, existem 300 mil pessoas com síndrome de Down no país, com expectativa de vida de 50 anos, sendo esses dados bastante similares às estatísticas mundiais (MOELLER, 2006). 3.1.5 Etiologia Algumas teorias relacionam a origem da síndrome de Down com a idade materna, atribuindo a sua causa à gravidez após os 35 anos, uma vez que a idade avançada pode resultar em uma maior freqüência de não-disjunção em ovócitos velhos, e ainda, refletir uma capacidade cada vez menor de mães idosas rejeitarem (abortarem) zigotos anormais. A possibilidade de nascer uma criança com síndrome de Down aumenta principalmente com o avanço da idade materna, sendo que em torno dos 20 anos, este índice é de 1:1500 nascidos, subindo para 1:380 aos 35 anos, e para quase 1:28 aos 45 anos de idade (MALGARIN, 2006). Ainda assim, são inúmeras as mães jovens cujos primogênitos apresentam síndrome de Down. Outra possível hipótese é que doenças apresentadas pelos pais como: sífilis, tuberculose e psicose, poderiam contribuir para o depauperamento do embrião, ou então o mau funcionamento glandular (da mãe ou do filho) seria o fator responsável (JONES, 1998). Outra teoria abordada refere-se às anomalias do útero materno como possíveis causas de uma implantação defeituosa do ovo e, conseqüentemente, o desenvolvimento anormal do feto (JONES, 1998). 42 26 3.1.6 Classificação Embora a síndrome de Down seja bastante investigada, a causa desta alteração ainda não é conhecida. Sabe-se, no entanto, que podem ocorrer três mutações celulares distintas: trissomia livre em todas as células do indivíduo (trissomia 21), trissomia livre em parte das células do indivíduo (mosaicismo) e translocação cromossômica (BISSOTO, 2005). A trissomia 21 (Figura 1) ocorre devido a uma não-disjunção completa dos cromossomos, ou seja, à medida que o feto se desenvolve, todas as células assumem um cromossomo extra, resultando no óvulo ou espermatozóide com 24 cromossomos, sendo essa alteração presente em cerca de 92% dos casos (PUESCHEL,1995). Figura 1: Trissomia do cromossomo 21. Fonte: Ximenes, (2002). O mosaicismo ocorre quando a trissomia se restringe a algumas células, obtendo-se como resultado final uma proporção entre células normais e trissômicas. Esses casos são determinados por alterações genéticas, não tendo caráter hereditário. Tal mecanismo é responsável por aproximadamente 3% dos casos da síndrome de Down (PUESCHEL, 1995). Em indivíduos acometidos por translocação gênica, todo ou parte do cromossomo extra encontra-se ligado ao cromossomo 14. Essa mutação pode estar ligada aos genitores de 2743 um indivíduo com síndrome de Down, sendo os mesmos portadores de uma translocação, ou seja, apresentam 45 cromossomos individualizados, mas com material genético referente a 46 cromossomos, visto que um dos cromossomos 21 está ligado num outro cromossomo. Neste caso, quando a mãe é a portadora da translocação, há um risco de 12% do indivíduo apresentar a síndrome e quando o portador for o pai, esse risco se reduz para 3% (AGUIAR et al., 2003). 3.1.7 Manifestações clínicas As características físicas típicas verificadas nos portadores de síndrome de Down são: prega epicântica (Figura 2), nariz largo, baixa estatura, ossos curtos e largos, língua grande com uma fissura distinta (Figura 3), mãos curtas e grossas (particularmente o quinto dedo) com uma prega simiesca na palma da mão e uma única prega no quinto dedo (Figura 4), além de um enfraquecimento geral dos ligamentos articulares (observado particularmente nos quadris), cabeça pequena e arredondada, achatada na parte posterior e formando quase uma linha reta no pescoço (Figura 5), as pálpebras inferiores são pregadas, os membros mostramse flácidos, e ainda apresentam falta de elasticidade da musculatura (LIMA, 1996). Figura 2: Prega epicântica. Fonte: Siqueira (2006) Figura 3: Língua grande. Fonte: Siqueira (2006) 2844 Figura 4: Linha simiesca Fonte: Siqueira (2006) Figura 5: Cabeça achatada Fonte: Siqueira (2006) 3.1.8 Complicações Além do atraso no desenvolvimento, outros problemas de saúde podem ocorrer no portador da síndrome de Down, sendo eles: a cardiopatia congênita (40%); a hipotonia (100%); os problemas de audição (50 a 70%); de visão (15 a 50%); as alterações na coluna cervical (1 a 10%); os distúrbios da tireóide (15%); os problemas neurológicos (5 a 10%); a obesidade e o envelhecimento precoce (COOLEY e GRAHAM, 1991). Em termos de desenvolvimento, a síndrome de Down, embora seja de natureza sub-letal, pode ser considerada geneticamente letal quando se considera que 70/80% dos casos são eliminados prematuramente (GILBERT e OPITZ, 1990). 3.1.9 Diagnóstico O diagnóstico da síndrome de Down, pode ser realizado por meio da utilização de exames pré e pós-natais, sendo que as indicações para o diagnóstico pré-natal são: a idade materna avançada (acima de 35 anos), o histórico familiar prévio de síndrome de Down, um dos pais portador de translocação cromossômica envolvendo o cromossomo 21, as má formações fetais diagnosticadas pelo ultra-som e os testes de triagem pré-natal alterados, sendo eles: a coleta de vilosidades coriônicas, a amniocentese, a cordocentese e a técnica de DNA recombinante. O mapeamento genético humano pode auxiliar preponderantemente no diagnóstico preciso desta anomalia. É possível confirmar o diagnóstico pós-natal, baseando-se em uma série de sinais e sintomas e, posteriormente, por meio do estudo cromossômico (MARQUES, 2003). 45 29 3.1.10 Prognóstico Ainda hoje, permanece o conceito equivocado sobre a expectativa de vida dos portadores de síndrome de Down, acreditando-se que estes possuem uma baixa longevidade, que sejam permanentemente dependentes e incapazes de se socializarem (MARQUES e NAHAS, 2003). No entanto, já é observado um aumento da sobrevida dos portadores de síndrome de Down e uma melhora do seu prognóstico, devido ao avanço da Medicina, dos tratamentos específicos, em especial a estimulação precoce com a Fisioterapia, entre outros atendimentos, destinados à promoção da independência funcional destes indivíduos, logo, a expectativa média de vida das pessoas com síndrome de Down que era de somente 9 anos em 1920, alcança hoje, 56 anos em países desenvolvidos. Não existem dados concretos sobre a expectativa de vida de tais indivíduos no Brasil, mas acredita-se que esteja em torno de 50 anos (BRADOCK, 1999). Existe um consenso entre os especialistas que para se melhorar a qualidade de vida é imprescindível o apoio clínico, social e educacional, contribuindo assim para o aumento da autoconfiança e inclusão social do adolescente com necessidades especiais, por meio de tratamentos que promovam a estimulação cognitiva, a melhora da aparência física e a autoestima destes indivíduos (MORIZON e SANTOS, 1999). 3.1.11 Tratamento Portadores de síndrome de Down podem apresentar alterações funcionais, as quais podem interferir na capacidade e no desempenho de atividades e tarefas de rotina da vida diária de forma independente. Estudos disponibilizam evidências sobre limitações decorrentes dessa complicação genética, no que se refere à função de órgãos e sistemas que compõem a estrutura do corpo dos mesmos (MANCINI, 2003). O tratamento realizado pelos profissionais como: o médico, o psicólogo, o fisioterapeuta, o nutricionista, entre outros, devem oferecer orientações de como lidar com o 46 30 portador, esclarecendo dúvidas a seus pais, quanto às dificuldades encontradas e como aprender a reconhecer os aspectos positivos existentes em seus filhos (ANTUNES, 2004). Os profissionais devem estar atualizados sobre a síndrome de Down e sobre as terapias disponíveis, para instruir os pais a buscarem melhores alternativas, obtendo um bom desenvolvimento, e consequentemente, uma melhor qualidade de vida (MANCINI, 2003). O desenvolvimento do portador depende do envolvimento e participação de seus familiares em conseguir estimulá-lo em casa, junto à intervenção precoce dos profissionais da área da saúde no tratamento para o desenvolvimento motor e sensorial (SCHWARTZMAN, 2003). As informações funcionais dos portadores de síndrome de Down são importantes para a equipe multidisciplinar, pois as expectativas dos pais dos portadores estão mais relacionadas à informação funcional do que a informação sobre a sintomatologia e os componentes específicos do desempenho. Contudo, a escassez de evidências sobre o desempenho funcional ainda limita profissionais que lidam com portadores à predizer sobre as possíveis evoluções a serem alcançadas (MANCINI, 2003). O portador nasce com pouca integração sensorial, porém, esta vai melhorando com os vários estímulos e o contato com o meio ambiente que o cerca. Assim, os profissionais devem atuar de forma estimuladora, buscando por meio da vivência dos movimentos acrescentar algo novo no aprendizado, ajudando a inserir o portador na sociedade, tornando-o mais independente possível (SOUZA, 2003). Marques e Nahas (2003), realizaram um estudo com o objetivo de verificar a qualidade de vida de pessoas portadoras de síndrome de Down com mais de 40 anos, do estado de Santa Catarina. Foram identificados 101 sujeitos nessa condição, sendo selecionada uma amostra de 30 sujeitos (15 homens e 15 mulheres), para a entrevista domiciliar com parentes. Concluíram que, o nível sócio-econômico não é uma variável discriminante quanto à prática de atividade física (AF), existindo diferenças na prática em relação à faixa etária, pois os mais jovens apresentaram um nível maior de AF em relação aos mais velhos, sendo as mulheres mais ativas que os homens. 3147 Segundo Ferreira e Silva (2001), os exercícios físicos exercem um papel importante no desenvolvimento global do indivíduo, pois seu desenvolvimento físico, mental e emocional e sua adaptação social dependem, em grande parte, das oportunidades que ele adquire de mover-se e de descobrir-se, bem como descobrir o mundo que o cerca. 48 32 4. QUALIDADE DE VIDA 4.1 Contexto histórico O termo qualidade de vida surgiu pela primeira vez na literatura médica em meados da década de 30, após estudo que objetivava definir e fazer referência a sua avaliação (SEIDL e ZANNON, 2004). Na década de 70, Campbell tentou mostrar as dificuldades da conceituação do termo qualidade de vida, relatando ser uma vaga e etéria entidade, algo sobre a qual muita gente fala, mas não se sabe claramente o que é. Tal afirmação feita há cerca de 30 anos ilustra a ênfase dada na literatura às controvérsias sobre este termo (AWAD e VORUGANTI, 2000). A definição clássica da qualidade de vida foi datada em 1974, como sendo a extensão em que prazer e satisfação têm sido alcançados. A partir dos anos 80, configurou-se a noção de que a qualidade de vida envolve diferentes dimensões, acompanhada por estudos fundamentados apenas em experiências para melhor compreensão deste termo (BOWLING, 1995). Já na década de 90, as revisões de literatura revelaram que juntamente aos esforços direcionados para definir a qualidade de vida na área da saúde, haviam desafios teóricos e metodológicos a serem enfrentados. A cerca destas controvérsias existentes, entende-se que havia precariedade de clareza e consistência quanto ao significado do termo e sua mensuração (GILL et al.,1994). 4.2 Definição Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo na sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores no qual ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Essa definição transmite a idéia que a conceituação de qualidade de vida é subjetiva, multidimensional e inclui elementos de avaliação, os quais podem ser tanto positivos, como negativos (WHOQOL, 1998). 49 33 Considerando então, que a qualidade de vida não é apenas a ausência de doença, mas sim, a análise cujo indivíduo faz dos diferentes aspectos de sua vida. É importante a sua definição se basear na percepção do mesmo sobre o seu estado de saúde, o qual pode sofrer influência do contexto cultural e do sistema de valores em que a pessoa vive (FARQUHAR, 1995). 4.3 Classificação O termo qualidade de vida é utilizado em duas vertentes, na linguagem cotidiana, pela população em geral, por profissionais de diversas áreas, gestores ligados a políticas públicas e no contexto da pesquisa científica, como Economia, Sociologia, Educação, Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e outras especialidades da saúde (BOWLING e ROGERSON, 1995). Quanto à conceituação desse termo na área da saúde, são identificadas duas tendências, sendo elas, qualidade de vida como um conceito mais genérico e qualidade de vida relacionada à saúde. No primeiro conceito, a qualidade de vida é apresentada como uma concepção mais ampla, aparentemente guiada por estudos sociológicos, não se referindo à disfunções ou agravos de saúde,ou seja, não se restringindo apenas às amostras de indivíduos portadores de agravos específicos. Já no segundo conceito, trata-se de aspectos mais diretamente associados às enfermidades ou às intervenções em saúde, os quais valorizam componentes específicos, em geral, voltados para habilidades funcionais ou de saúde e desenvolvem diversos instrumentos de avaliação da qualidade de vida para pessoas acometidas por diferentes agravos (SEIDL e ZANNON, 2004). 4.4 Avaliação A avaliação da qualidade de vida trata-se da análise do impacto físico e psicossocial que as enfermidades, disfunções ou incapacidades podem acarretar para as pessoas acometidas permitindo assim, uma melhor compreensão do estado do indivíduo e de sua adaptação às condições as quais o mesmo é submetido (MORRIS et al.1998). 50 34 Atualmente, é possível identificar um crescente interesse pela avaliação da qualidade de vida no âmbito da saúde coletiva e das políticas públicas, logo, informações sobre a qualidade de vida têm sido incluídas como indicadores para a avaliação da eficiência do impacto de determinados tratamentos para grupos de portadores de agravos diversos e na comparação entre procedimentos para o controle de problemas de saúde (KAPLAN, 1995). Existem instrumentos genéricos de avaliação da qualidade de vida, de grande utilização em pesquisas na prática clínica, sendo eles, o Medical Outcomes Study, Short Form Health Survey – 36 (SF-36) e o Sickness Impact Profile. O mais utilizado para a avaliação da qualidade de vida é o questionário SF-36 (JUNIOR, 2007). A escala de qualidade de vida SF36 foi idealizada por Ware Jr e Sherbourne em 1992, sendo a mesma validada e traduzida para a língua portuguesa por Ciconelli et al. em 1997 (CICONELLI, 1999; SHERBOURNE e WARE, 1992). Há um consenso entre os pesquisadores da área de saúde quanto a dois aspectos relevantes do conceito de qualidade de vida: subjetividade e multidimensionalidade. No que se refere à subjetividade, trata-se de considerar a compreensão do indivíduo sobre os aspectos não médicos do seu contexto de vida e sobre o seu estado de saúde (BOWLING e SCHUTTINGA, 1995). O conceito quanto à multidimensionalidade, refere-se ao reconhecimento de que o constructo é composto por diferentes dimensões, sendo elas: física, psicológica, do relacionamento social e do ambiente, as quais avaliam a percepção do indivíduo sobre suas condições física, afetiva ou cognitiva, os seus papéis de interação social e os diversos aspectos relacionados ao ambiente em que vive. Tais dimensões têm sido utilizadas como instrumentos de estudos científicos, empregando metodologias qualitativas e quantitativas (BOWLING, 1995; SMITH et al., 1999; WHOQOL, 1998). Alguns estudiosos adeptos de abordagens qualitativas enfatizam que a utilização de medidas modelo, as quais fazem parte das metodologias quantitativas, podem levar às respostas estereotipadas fazendo pouco ou nenhum sentido para a pessoa, e justificam assim, o uso de técnicas como as biografias ou as histórias de vida, e outras análises comuns dos enfoques qualitativos para a realização do estudo (BOWLING e FARQUHAR, 1995). Outros pesquisadores defendem a complementação das duas metodologias, por meio da combinação de medidas padronizadas com análises de caráter qualitativo, as quais 51 35 permitem a criação de temas que tenham significado para o indivíduo e ao mesmo tempo levam a confiabilidade das técnicas para a comparação dos resultados de grupos de indivíduos (GILL et al.,1994; GROENVOLD et al.,1997). 4.5 Dificuldades As dificuldades relacionadas à avaliação da qualidade de vida está no aparecimento dos termos “qualidade de vida” e “ estado de saúde” como sinônimos na literatura científica. Smith et al (1999), preocupados em esclarecer esses conceitos, analisaram a importância de três grandes dimensões: a saúde mental, o funcionamento físico e o funcionamento social sobre o constructo qualidade de vida e estado de saúde. A dimensão que teve maior relevância no escore de qualidade de vida foi o da saúde mental/ bem estar psicológico, uma vez que a dimensão funcionamento físico foi menor. Já na percepção do estado de saúde, a dimensão funcionamento físico teve maior poder preditivo. Ao explorar os dados com path analisys (análise do comportamento mediano de um grupo de pessoas a partir da regressão múltipla), observaram que a dimensão saúde mental afetou significativamente os escores da qualidade de vida, no entanto, o funcionamento físico interferiu de forma mais significativa à percepção do estado de saúde. A partir dos resultados desse estudo, os autores certificaram-se que tais constructos são diferentes entre si e advertiram que instrumentos que avaliam a percepção do estado de saúde não devem ser empregados para a avaliação da qualidade de vida (SEIDL e ZANNON, 2004). Existem ainda dificuldades em se incluir a avaliação da qualidade de vida na prática clínica, uma vez que as equipes de saúde encontram-se desprovidas de informações a cerca das diferentes formas de investigação da qualidade de vida, e por esse motivo, ainda há resistência por parte destes profissionais quanto à inclusão dos procedimentos em sua rotina de atendimento clínico (MORRIS et al.1998). 52 36 5. ADOLESCÊNCIA 5.1 Contexto histórico Os adolescentes representavam no seu período histórico, em meados de 1850, uma reduzida minoria de jovens, sendo que a maior parte deles tornavam-se adultos por volta dos 13 ou 14 anos, fazendo desses, excessões à regra. Esses exemplos, os quais, à determinada pessoa era concedido um período de desenvolvimento entre a infância e a vida adulta, também são úteis para validar a existência da adolescência como um período relevante da vida humana (COLLINS e SPRINTHALL, 2003). Entre a infância e a fase adulta compreende-se a adolescência, a qual reflete um período de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. É uma etapa considerada saudável, podendo representar baixos níveis de mortalidade (CUTTS et al. ,2000; RUZANNY et al. ,2000). Atualmente, devido aos estudos científicos, existe um conhecimento mais extenso sobre o significado e as características fundamentais da adolescência. No entanto, ainda é possível encontrar sociedades em que a adolescência não é reconhecida, pois existem alguns países onde as crianças transitam naturalmente da infância para a vida adulta, por volta dos 13/14 anos, consumando casamentos planejados (COLLINS e SPRINTHALL, 2003). 5.2. Definição Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência é o período da vida que se inicia aos 10 anos e termina aos 20 anos de idade. Já, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no Brasil, estabelece a faixa etária dos 12 aos 18 anos (CABRAL e DIAZ, 2004). Para este estudo foi utilizado a padronização da OMS. 53 37 5.3 Incidência Hoje estima-se que haja 1 bilhão de pessoas vivendo a adolescência, ou seja, quase 20% da população mundial. A população brasileira é de aproximadamente 175 milhões de pessoas, sendo em média 35 milhões de adolescentes, levando-os a 21,84% da população total do país, sendo10% desses na faixa etária dos 10 aos 19 anos (CABRAL e DIAZ, 2004). 5.4 Considerações Considerando a adolescência a etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta, a mesma torna-se marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento físico, psíquico e social. No entanto, é um momento crucial na atenção à saúde, pois é nesta época que se estabelece todo um aprendizado ligado às condutas e comportamentos futuros (RUZANY et al 2000). Este período por si só, apresenta-se conturbado para qualquer pessoa, e adolescentes especiais costumam incluindo os portadores ter dificuldades ainda maiores. Muitos desses jovens, de síndrome de Down, possuem os atributos físicos de jovens ditos normais, mas podem năo estar preparados para as solicitações da vida independente. Neste caso, nota-se a tendência de seus pais e da sociedade em considerá-los como "eternas crianças" (CABRAL e DIAZ, 2004). Com isso, filhos os pais podem dificultar a contribuição para desenvolver em seus portadores da síndrome, o sentido de responsabilidade. Além disso, as circunstâncias sociais năo favorecem a independência dos mesmos e, na maioria das vezes, eles năo encontram formas saudáveis de realizar seus próprios impulsos (CABRAL e DIAZ, 2004). Geralmente, esses adolescentes possuem uma vida isolada, havendo poucas atividades onde tenham oportunidade de interação, sendo grande parte do tempo dispendida em atividades solitárias como assistir televisão. Logo, torna-se comum nesse período ocorrerem crises de agressividade ou mesmo violência. Por comportamentos que são comuns em adolescentes conta têm disso, muita esses dificuldade de comunicação e possuem poucas habilidades desenvolvidas. Isso faz com que esses portadores sintam-se incompreendidos, constantemente frustrados, não tendo seu espaço 54 38 pessoal, reagindo com comportamentos difíceis, sob o domínio de um mundo surreal, criando amigos imaginários que ocupam grandes parte de seu tempo (CABRAL e DIAZ, 2004). Batista e Enumo (2004), realizaram uma pesquisa, com o objetivo de descrever e analisar a interação social entre três alunos com necessidades especiais e seus colegas das primeiras séries do Ensino Fundamental, em três escolas-pólos municipais de Vitória, ES. Aplicaram-se a todos os 80 alunos testes sociométricos com perguntas sobre três escolhas e três rejeições para brincar e realizar tarefas escolares; foram filmadas 15 sessões de observações na situação de recreio, sendo cinco para cada um dos três sujeitos focais. Esses dados foram compatíveis com aqueles obtidos nos testes sociométricos, mostrando que esses alunos com necessidades especiais são menos aceitos e mais rejeitados do que seus colegas, passando a maior parte do tempo de recreio sozinhos, demonstrando dificuldades para iniciar, manter e finalizar os contatos sociais com os colegas. 5.5 Inclusão escolar Outra aflição que envolve os pais de portadores de síndrome de Down consiste no desenvolvimento do potencial cognitivo desses indivíduos, uma vez que esta síndrome tem como conseqüência a deficiência intelectual. Por esse motivo, a inserção de seus filhos na escola de ensino regular pode representar um momento marcante para os pais, já que suscita neles temores ligados à adaptação e proteção, visto que o portador sairia do seu ambiente familiar e teria que enfrentar a “vida como ela é” do lado de fora (RODRIGUEZ, 2006). A inclusão escolar consiste em um processo amplo com pequenas e grandes transformações nos aspectos físicos e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidade especial, sendo importante a aceitação e a valorização da sociedade frente às diferenças individuais, para o convívio dentro da diversidade humana, por meio da compreensão e da cooperação (CIDADE e FREITAS, 1997). Logo, inclusão não é somente uma questão de inserir alguém em um grupo junto com outras pessoas. Inclusão é receber alguém e fazer deste uma parte importante de tudo aquilo que ocorre no dia-a-dia da sociedade (GUSMÃO, 2007). Como processo social amplo, a inclusão vem acontecendo em todo o mundo, fato que se efetivou a partir da década de 50, sendo a mesma, uma modificação da sociedade como 55 39 pré-requisito, para a pessoa com necessidade especial buscar o seu desenvolvimento e exercer a sua cidadania (SASSAKI, 1997). Os estudos sobre as interações familiares de portadores de síndrome de Down e seus pais apresentam dados inconclusivos com relação às condutas do portador com a família, pois segundo relatos de alguns pais, esses indivíduos apresentam comportamentos citados como “ótimo”, “carinhoso”, “bom”, já em outros casos, os pais falam que seus filhos “são grosseiros”, “falam palavrões” e “se distanciam” (BERGER, 1990). A interação do portador com o meio em que se encontra (educação, lazer, social e profissional) apresenta-se, portanto bastante desequilibrada. Esse fator é resultante dos preconceitos existentes em nossa sociedade e de casos em que os pais preferem locais mais reservados, nos quais seus filhos, portadores de síndrome de Down não sofrerão recriminações. Tais portadores exercem o impacto profundo sobre o funcionamento da família, o que necessita ser mais bem investigado (SOARES et al., 2003). É importante ressaltar que nem todas as escolas são especializadas na inclusão do aluno portador de uma deficiência intelectual, uma vez que a equipe escolar pode não estar preparada para atender adequadamente às necessidades desses alunos, e os escolares ditos normais não possuírem orientações sobre como aceitar ou lidar com os colegas com deficiência (CIDADE e FREITAS, 1997). No entanto, sabe-se que quando a inclusão escolar do adolescente com síndrome de Down, é bem feita, a sua socialização começa a se dar de maneira muito fluida, surtindo assim um efeito positivo. Por exemplo, eles terão que “brigar” por objetos que os despertem interesse e terão de se expressar, nas mesmas condições de adolescentes considerados normais, contribuindo para o seu desenvolvimento, no que se refere a vários aspectos como cognição, linguagem, habilidade motora e a socialização. Portanto, incluir um adolescente com síndrome de Down em uma escola de ensino regular é dar-lhes a mesma oportunidade que os demais adolescentes têm de desenvolver o seu potencial cognitivo e sócio-afetivo (RODRIGUEZ, 2006). 5.6 Atividade física 56 40 Estudos realizados na área da saúde verificaram importantes problemas de saúde pública deste milênio, de maneira global, o sedentarismo (COSTIL e WILMORE, 2001). Com isso, a prática regular de atividade física vem sendo indicada como uma forma de intervenção relevante para a manutenção da saúde e das funções fisiológicas no decorrer da vida (CONTE e LOPES, 2005). Gestal e Mansoldo (2008), desenvolveram um estudo para verificar se a prática de atividade física causa melhoras na qualidade de vida dos portadores de síndrome de Down. Verificaram que a principal característica dos portadores de síndrome de Down é a hipotonia, sendo a atividade física a maneira mais indicada para amenizar esse tônus muscular. Desta forma, faz-se necessário propor aos portadores, práticas de atividade física que estimulem e promovam o desenvolvimento motor para que cheguem o mais próximo do padrão normal de desenvolvimento. Atualmente, sabe-se que a atividade física é importante para a manutenção da qualidade de vida, da saúde e na prevenção de doenças. Para os indivíduos com síndrome de Down a atividade física precisa ser adequada às suas características e, principalmente, às suas necessidades, pois reduz o risco de várias condições crônicas e traz benefícios diversos à saúde tais como: o aumento do tônus e o trofismo muscular, o ganho de massa óssea, a diminuição dos níveis de pressão arterial, da glicose e do colesterol, a normalização do peso corporal, a melhora da postura, a coordenação e o equilíbrio, a diminuição do stress, o aumento da autoconfiança e a melhora da auto-estima (ANDERSON et. al.,1998; CASTIGLIA et. al.,2006; JUNIOR et al., 2007; MOTA et al., 2006 ). O exercício físico por meio da utilização de atividades lúdicas, exercícios, jogos recreativos e esportivos, auxiliam significativamente na formação do indivíduo quando estão apoiados em bases científicas do conhecimento biológico, pedagógico e psicológico para atingir seus objetivos (FERREIRA e SILVA, 2001). A prática de atividade física não só contribui para o bem estar, como para o equilíbrio do metabolismo e, conseqüentemente, reduz o risco do surgimento de doenças crônicas, regulando os hormônios, trazendo benefícios aos sistemas respiratório e cardiovascular (VALIM, 2001). Existem poucas dúvidas de que o exercício esteja relacionado a uma menor mortalidade por problemas cardiovasculares. Os estudos apontam, via de regra, sempre na 57 41 mesma direção, evidenciando a importância de manter uma vida fisicamente ativa para se viver mais e melhor (MORIGUCHI, 2006). Pesquisas recentes têm elucidado a importância da atividade física regular como agente neuroprotetor contra desordens neurodegenerativas, os quais estimulam a liberação de substâncias que trazem benefícios ao sistema nervoso central (SNC), como a síntese do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), tratando-se de uma neurotrofina responsável pelo processo de regeneração neural, o qual favorece a neuroplasticidade e estimula a neurogênese (ANNUNCIATO,1995). O BDNF trata-se de uma proteína que atua sobre certos neurônios no SNC e periférico, ajudando a manter a sobrevivência dos neurônios existentes e incentivando o crescimento e diferenciação de novos neurônios e sinapses (BATH e LEE, 2006). Foi recentemente demonstrado que a interleucina-6 (IL-6) pode também ser considerada como um “fator resultante do exercício”, sendo uma molécula de sinalização intercelular comumente associada com o controle e a coordenação de respostas imunes, a qual é inicialmente secretada pelos macrófagos e linfócitos como resultado de uma lesão ou infecção (PEDERSEN, 2000). Esta citocina é produzida e liberada no músculo esquelético em resposta a atividade física, a qual exerce seus efeitos no tecido adiposo, cérebro, sistema cardiovascular e fígado, sendo denominada de miocina (PEDERSEN et. al,2003; PEDERSEN et. al.,2004). Adicionalmente, o próprio tecido adiposo, bem como o cérebro, podem produzir IL-6, que provavelmente atua como um sinalizador nesses tecidos, influenciando o sistema metabólico e a fadiga muscular durante o exercício ( PRESTES et.al., 2006). A hegemonia da definição de qualidade de vida está relacionada a fatores morfofisiológicos decorrentes da atividade física, a qual é utilizada de forma difusa, resultante do conjunto de benefícios atribuídos ao exercício físico, controle do estresse e estilo de vida. Situados nesse problema dentro do âmbito da Educação Física, os autores sustentam que o pouco rigor conceitual confirma os objetivos de reduzir artificialmente suas complexidades (ASSUMPÇÃO et al., 2002). 58 42 Baseado nisso, a prática de atividade física constante parece ser benéfica para o portador de síndrome de Down, uma vez que estimula a produção de fator de proteção cerebral, evitando as doenças do envelhecimento, assim como reduz os agravos provocados por doenças cardiovasculares. 4359 6. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNAMA, após o aceite do orientador (APÊNDICE A) e o aceite das instituições (APÊNDICE B, C, D e E), sendo que os pais ou responsáveis assinaram um termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO A) elaborado para este fim, e responderam o questionário sobre qualidade de vida SF-36 (ANEXO B). 6.1. Casuística Fizeram parte da pesquisa portadores e não-portadores de síndrome de Down, na faixa etária de 10 a 18 anos, sendo respondido um questionário de qualidade de vida. Os participantes foram divididos em dois grupos: 1) Grupo GD-grupo de portadores de síndrome de Down e 2) Grupo GC-grupo de indivíduos não portadores. 6.2. Local Os indivíduos portadores de síndrome de Down foram recrutados na escola Saint Clair Martins – APAE, localizada na Rua Generalíssimo Deodoro, nº 413, bairro Umarizal, no Centro de Reabilitação e Organização Neurológica do Pará – IONPA, localizado na Travessa Rui Barbosa, nº 792, bairro Reduto e na Fundação Pestalozzi do Pará, localizada na Avenida Almirante Barroso, nº 3814, bairro Souza. Os indivíduos não- portadores de síndrome de Down foram selecionados na escola Madre Zarife Sales, localizada na rua Barão de IgarapéMiri, nº 422, bairro Guamá, todos situados em Belém- PA. 6.3 Tipo de estudo Este estudo é do tipo epidemiológico, comparativo, descritivo de corte transversal. 6.4. Critérios de inclusão 60 44 6.4.1 Grupo GD • Portadores deambuladores; • Ambos os sexos; • Faixa etária de 10 a 18 anos; • Cadastrados na escola Saint Clair Martins – APAE ou Centro de Reabilitação ou Organização Neurológica do Pará – IONPA ou Fundação Pestalozzi do Pará; • Portadores saudáveis. 6.4.2 Grupo GC • Indivíduos deambuladores; • Ambos os sexos; • Faixa etária de 10 a 18 anos; • Cadastrados na escola Madre Zarife Sales; • Indivíduos saudáveis. 6.5 Critérios de Exclusão 6.5.1 Grupo GD • Presença de alterações motoras provenientes de doença neurológica ou ortopédica incapacitantes; • Cardiopatias graves; • Portadores que apresentem quadro de infecção durante a pesquisa; • Portadores internados ou recém-operados. 61 45 6.5.2 Grupo GC Os critérios de exclusão dos não-portadores foram os mesmos utilizados para os • portadores de síndrome de Down. 6.5.3 Descrição da amostra A distribuição da amostra do grupo controle (GC) está descrita no quadro 1 de acordo com a idade (anos), sexo [masculino(M) ou feminino (F)] e inclusão em escola regular [sim (S) ou não (N)]. Quadro1: Distribuição do grupo controle com relação a idade, sexo e inclusão em escola regular Grupo Controle 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Fonte: protocolo de pesquisa. Idade 10 9 12 12 13 11 11 12 11 12 11 13 10 11 12 14 15 16 11 12 Sexo M F F F M F F F F F F M M M F F M F M F Escola regular S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S 4662 A distribuição da amostra do grupo Down (GD) foi descrita no quadro 2 de acordo com a idade (anos), sexo [masculino (M) e feminino (F)] , inclusão em escola regular[ sim (S) ou não (N)] e prática de atividade física.[sim (S) ou não (N)]. Quadro 2: Distribuição do grupo Down com relação a idade, sexo, inclusão em escola regular e prática de atividade física. Grupo Down 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Idade 14 13 23 14 14 18 11 11 15 15 11 11 13 15 10 12 15 15 12 10 Sexo F M M M M M M M M F M F M M M M F F M M Escola regular N N N N N N S N N N N N N N S N N N N N Atividade física N S S S S N S S S S S S S N N S N N S S Fonte: protocolo de pesquisa 6.6 Instrumentos de avaliação Inicialmente, os responsáveis dos portadores e dos não-portadores responderam uma ficha de identificação que constou de: nome do indivíduo e de seu responsável, idade, endereço, telefone, atividades esportivas e complementares, turno e instituição pertencente e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi utilizado o questionário Short Form Health Survey - 36 para avaliação da qualidade de vida dos indivíduos. Este questionário consiste de duas partes, sendo a primeira para avaliar o estado de saúde (com questões relacionadas à mobilidade física, dor, sono, energia, isolamento social e reações emocionais) e a segunda parte para avaliar o impacto da 4763 doença na vida diária do paciente. Trata-se de um questionário multidimensional formado por 36 itens, subdivididos em 8 escalas ou componentes (CICONELLI, 1997): capacidade funcional (10 itens) os itens avaliam tanto a presença como a extensão das limitações impostas à capacidade física em 3 níveis (muita, pouca ou sem limitação); aspectos físicos (4 itens); aspectos emocionais (3 itens); dor (2 itens) foram baseados numa questão do SF20 sobre a intensidade da dor, acrescida de uma questão sobre a interferência da dor nas atividades da vida diária do paciente; estado geral de saúde (5 itens) derivados do questionário General Health Rating Index (GHRI); vitalidade (4 itens) consideram tanto o nível de energia, como o de fadiga e foram derivados do questionário de avaliação de saúde mental (Mental Health Inventory (MHI)); aspectos sociais (2 itens) analisam a integração do indivíduo em atividades sociais; saúde mental (5 itens) (VITORINO, 2004). Estes itens foram escolhidos porque resumem os 38 itens do questionário de avaliação de saúde mental (MHI-38). Procuram investigar as dimensões: ansiedade, depressão, alterações do comportamento ou descontrole emocional e bem estar psicológico (TEIXEIRA et al., 2002). As pontuações de cada componente do SF-36 foram calculadas pelo somatório dos itens de cada questão e transformadas em uma escala de 0 a 100 pelo cálculo de Raw Scale. Nesse escore, o zero corresponde ao pior estado geral de saúde e o cem ao melhor estado geral de saúde. Assim, para cada componente sendo avaliado em separado, não existe um único que resuma toda a avaliação, traduzindo-se num estado geral de saúde que seja melhor ou pior. Isso evita o erro de não identificar ou subestimar os reais problemas relacionados à condição do indivíduo. A partir dos dados individuais foi realizada uma média dos domínios avaliados (CESÁRIO et al., 2006). 6.7 Etapas do estudo 1ª Etapa: inicialmente a pesquisa foi realizada a partir da triagem de registros da Escola Saint Clair Martins – APAE, do Centro de Reabilitação e Organização Neurológica do Pará – IONPA, da Fundação Pestalozzi do Pará e da escola Madre Zarife Sales; 2ª Etapa: conversa com os pais e responsáveis para o esclarecimento da pesquisa e a sua finalidade; 4864 3ª Etapa: realização de entrevistas, após agendamento de acordo com a disponibilidade dos pais nas referidas instituições; 4ª Etapa: apresentação de palestras informativas nas instituições citadas anteriormente com relação à qualidade de vida de adolescentes portadores ou não de síndrome de Down; 5º Etapa: foi feita a análise dos resultados. 6.8 Análise Estatística Para avaliar qualidade de vida e as condições gerais de saúde, relacionadas a atividade física e inclusão escolar, em indivíduos portadores e não portadores da síndrome de Down, através da aplicação do protocolo SF-36, foram aplicados métodos estatísticos descritivos e inferenciais (STEWART e WARE, 1992). A amostra foi composta de dois grupos: um grupo de adolescentes portadores de síndrome de Down e um grupo controle, composto por adolescentes hígidos. Para a atribuição da pontuação das questões, apenas a questão 8 tem um método diferenciado para atribuição da pontuação. A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7. A atribuição de pontuação aos domínios consiste em transformar o valor das questões em notas de 8 domínios que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 = melhor para cada domínio. É chamado de “Raw Scale” porque o valor final não apresenta nenhuma unidade de medida. O cálculo do Raw Scale dos domínios é resultante da aplicação de uma fórmula que tem seus parâmetros ajustados para cada domínio. Para isso foi aplicada a seguinte fórmula para o cálculo de cada domínio: Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100 Variação (Score Range) Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score Range) são fixos e estão estipulados na tabela 1. 49 65 Tabela 1: Distribuição da pontuação das questões respondidas referentes ao questionários SF36. Domínio Pontuação das questões Limite inferior Variação correspondidas Capacidade funcional 03 10 20 Limitação por aspectos 04 4 4 Dor 07 + 08 2 10 Estado geral de saúde 01 + 11 5 20 09 (somente os itens a + e + 4 20 06 + 10 2 8 05 3 3 09 (somente os itens b + c + 5 25 físicos Vitalidade g + i) Aspectos sociais Limitação por aspectos emocionais Saúde mental d + f + h) O valor obtido para o domínio encontra-se numa escala que varia de 0 a 100, onde zero é o pior estado e cem é o melhor. Assim, foram calculadas notas para todos os domínios, obtendo oito notas no final, que foram mantidas separadamente, não se podendo somá-las e fazer uma média. Ressalta-se ainda que a questão número 02 não faz parte do cálculo de nenhum domínio, sendo utilizada somente para se avaliar o quanto o indivíduo está melhor ou pior comparado a um ano atrás. A avaliação da qualidade de vida entre o GD e GC foi realizada através de métodos não-paramétricos, visto que as amostras não apresentaram características gaussianas. Nas variáveis qualitativas foi aplicado do teste do Qui-Quadrado, e nas variáveis quantitativas foi aplicados o teste U de Mann-Whitney, respeitando-se os pressupostos descritos em Ayres et al. (2008, p.107). Para todos testes foi previamente fixado o nível alfa = 0.05 para rejeição da hipótese de nulidade. Todos procedimentos estatísticos foram suportados pelo software BioEstat 5. (AYRES et al., 2004). 66 50 6.9 Redação Esse trabalho foi redigido de acordo com o Manual de TCC da Universidade da Amazônia baseado nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 7. AVALIAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO 7.1 Riscos Os riscos que poderiam ocorrer durante a realização do trabalho seriam: • Os pais ou responsáveis dos indivíduos negarem-se a responder às perguntas do questionário por possível constrangimento. • Receio com relação a exposição dos participantes e na divulgação das informações contidas nos questionários utilizados para a coleta de dados. Com intuito de evitar tal situação, nos questionários constaram apenas as iniciais do nome dos indivíduos. 7.2 Benefícios • Promover conhecimentos específicos para as autoras e para o meio científico a cerca da qualidade de vida do portador de síndrome de Down. • Informar aos pais ou responsáveis dos participantes da pesquisa sobre o que vem a ser a qualidade de vida e a sua importância. • Aumentar a auto-estima dos entrevistados a cerca da perspectiva de vida de seus filhos. • Contribuir para a inclusão social dos indivíduos portadores de síndrome de Down. 51 67 7. RESULTADOS A amostra foi constituída de 40 pacientes, sendo 20 indivíduos pertencentes ao GD (50%) e 20 indivíduos pertencentes ao GC (50%). A média de idade foi para o GC de 12 anos, já para o GD foi de 13 anos e o desvio padrão de 2 para ambos os grupos. A distribuição com relação ao sexo foi de 75% do sexo masculino para o GD e de 35% do sexo masculino para o GC, indicando que o sexo masculino é predominante no GD. 120 100 Grupo D Grupo Controle 80 60 40 20 0 Escola regular Sexo Masculino Sexo Feminino Gráfico1: Distribuição de escola regular e sexo no GD (n= 20) e GC (n=20). Fonte: protocolo de pesquisa Na tabela 2 são apresentados os indicadores de qualidade de vida do GD e GC, sendo que os domínios dor e vitalidade demonstraram relevância estatística em relação aos demais domínios. 5268 Tabela2: Indicadores de qualidade de vida no GD (n=20) e GC (n=20) Domínios Mínimo 1º Quartil Mediana 3º Quartil Máximo p- valor Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Controle Controle Controle Controle Controle D D D D D SF -36 Capacidade 35 20 funcional Limitação por aspectos 0 0 físicos Dor 40 40 Estado geral 20 20 de saúde Vitalidade 20 40 Aspectos 25 25 sócias Aspectos 0 33 emocionais Saúde 39 43 mental Fonte: protocolo de pesquisa. 69 74 90 85 95 96 100 100 0,9353 94 75 100 100 100 100 100 100 0,457 48 50 50 50 50 60 70 50 0,0215* 29 29 35 35 50 46 75 80 0,8121 45 50 50 58 55 65 75 65 0,0425* 50 50 50 50 50 50 75 88 0,8711 67 33 100 100 100 100 100 100 0,6188 61 61 65 65 70 66 83 96 0,7553 A análise das diferenças nos oito domínios da qualidade de vida de acordo com o SF36, sendo eles capacidade funcional (p= 0.3447), limitação por aspectos físicos (p=0.8873), estado geral de saúde (p=0.3447), aspectos sociais (p=0.0892), aspectos emocionais (p=0.2896) e a saúde mental (p=0.0890) apresentaram p-valor não significante (p>0.05), não havendo evidências suficientes para atestar uma real diferença na qualidade de vida entre o GD e o GC. Porém, ocorreram reais diferenças nos domínios dor (p=0.0215*) e vitalidade (p=0.0425*). No domínio dor, a mediana no GD e GC foi de 50%, não apresentando diferenças, entretanto, destaca-se que o GD atingiu o nível máximo de dor = 70%. No domínio vitalidade a mediana do GD foi de 50%, apresentando escores abaixo do GC com mediana de 58% e o p-valor = 0.0425* significante, havendo fortes evidências apontando para níveis diferenciados de qualidade de vida entre GD e GC. A tabela 3 mostra a comparação realizada entre o GC e o GD levando em consideração a inclusão em escola regular e o sexo dos indivíduos. 5369 Tabela 3: Comparação entre os grupos relacionados com inclusão em escola regular e sexo, no GD (n=20) e no GC (n=20). Grupo D Grupo controle p-valor N % n % Escola regular 2 10 20 100 < 0,0001* Sexo masculino 15 75 7 35 0.0110* Sexo feminino Fonte: protocolo de pesquisa 5 25 13 65 0.0110* A análise das diferenças no aspecto da escola regular entre o GD (20%) e o GC (100%) foi altamente significante (p-valor < 0.0001*). Indicando que apenas 10% dos participantes do GD freqüentam escola regular. A tabela 4 indica a influência da prática da atividade física regular na qualidade de vida de indivíduos ativos e sedentários do GD. Tabela 4: Qualidade de Vida conforme a prática de atividade física regular somente no GD, contendo ativos (n = 16) e sedentários (n = 14). Domínios Mínimo 1º Quartil Mediana 3º Quartil Máximo pSF -36 Ativo Sedentário Ativo Sedentário Ativo Sedentário Ativo Sedentário Ativo Sedentário valor Capacidade 35 60 68,8 78,8 92,5 87,5 96,3 90 100 90 0,3447 funcional Limitação por aspectos 0 75 93,8 93,8 100 100 100 100 100 100 0,8873 físicos Dor 0 0 67 50,3 100 83,5 100 100 100 100 0,1306 Estado geral de saúde 40 40 50 40 50 45 50 50 50 50 0,3447 Vitalidade 20 50 45 50 50 52,5 55 55 65 55 0,4497 52 65 56,5 71 62 96 65 0,0892 50 50 50 50 59,4 62,5 87,5 0,2986 46,3 35 50 41,3 53,8 80 65 0,089 Aspectos 39 52 61 socias Aspectos 25 50 50 emocionais Saúde 20 35 25 mental Fonte: protocolo de pesquisa. Nesse estudo analisou-se a influência da atividade física sobre a qualidade de vida somente no GD, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os mesmos. 5470 8- DISCUSSÃO A síndrome de Down é considerada uma das mais freqüentes doenças genéticas e de deficiências intelectuais, compreendendo a aneuploidia autossômica mais comum em casos de alterações genéticas (FLEHMING, 2002). Existe no Brasil, em média, 1 nascido vivo para cada 600/800 nascimentos, sendo cerca de 8000 casos por ano (MOELLER, 2006). Os portadores de síndrome de Down apresentam diversas alterações motoras, cognitivas e de linguagem que geram atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Dessa forma, esses distúrbios podem interferir na qualidade de vida desses indivíduos. Nesse estudo se investigou, 20 portadores de síndrome de Down comparados com 20 indivíduos ditos normais na mesma faixa etária, relacionando-os com a qualidade de vida. Com relação ao sexo, a literatura não refere a distinção entre os grupos. Nesta amostra foram obtidos 15 indivíduos do sexo masculino (75 %) e 5 indivíduos do sexo feminino (25 %) no grupo de portadores de síndrome de Down (GD). Já o grupo Controle (GC) apresentou 7 indivíduos do sexo masculino (35 %) e 13 indivíduos do sexo feminino (65 %). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência é a fase da vida que inicia aos 10 anos e termina aos 20 anos de idade (CABRAL e DIAZ, 2004). A referida amostra foi composta de indivíduos na faixa etária de 10 a 18 anos, com a média de idade de 13 anos no GD e de 12 anos no GC, sendo o desvio padrão igual a 2 em ambos os grupos. Já a média de idade dos portadores de síndrome de Down praticantes de atividade física foi de 13 anos, e dos portadores não praticantes de atividade física foi de 16 anos, com desvio padrão igual a 2 em ambos os grupos. Assumpção Júnior et al. (2000), fazem referência à qualidade de vida como sendo uma concepção subjetiva, de difícil quantificação, cujas definições correspondem aos interesses do próprio individuo, do seu grupo de convívio social e de seus valores. Malgarin et al. (2006), fizeram um estudo com o objetivo de analisar o estilo de vida e a saúde dos pacientes portadores de síndrome de Down, em Maringá no período de 1993 a 2003. A pesquisa consistiu na análise de prontuários, questionários e entrevistas com os pais 71 55 dos pacientes, buscando-se dados genéticos, fenotípicos e sociais dos portadores e seus familiares. Constatou-se que ainda há pouco desenvolvimento da capacidade do portador em relacionar-se com pessoas do meio, estando seu lazer restrito a atividades passivas, como ouvir música e assistir televisão. Marques e Nahas (2003), consideraram em seu estudo com portadores de síndrome de Down avaliados a partir do SF-36, que 56,6% dos respondentes relataram não sentir nenhuma dor; 13,3% referiram-se a uma dor muito leve; 10.0% dor leve; 13.3% dor moderada e 6.7% disseram sentir dores fortes com freqüência. No presente estudo, baseado na análise dos domínios referentes ao questionário SF-36 sobre qualidade de vida (Tabela 2), os domínios apresentaram diferenças relevantes, nos aspectos dor (p=0.0215*) e vitalidade (p=0.0425*). Verificou-se, então, que existe diferença relacionada à qualidade de vida entre GD e GC. Embora o GD e GC tenham obtido mediana = 50%, ainda assim, apresentaram diferenças em relação ao domínio dor, uma vez que o GD alcançou o nível máximo de dor = 70% em relação ao GC = 30%. No GC, o domínio vitalidade apresentou mediana= 58%, alcançando níveis mais elevados em relação ao GD com mediana = 50%, sendo o p = 0.0425. Os demais domínios não apresentaram significância estatística, mostrando que não existe diferença na qualidade de vida entre o GD e GC. O questionário SF-36 que avalia a qualidade de vida foi utilizado também em outros estudos. No estudo de Valim et al (2001), os autores relataram melhora dos indivíduos em todos os domínios do SF-36, já no trabalho realizado por Vitorino et al (2004), mostraram que apenas o domínio vitalidade não obteve melhora. Nóbrega e Saraiva (2003), investigaram o aspecto da qualidade de vida dos portadores de síndrome de Down na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE/PB) em João Pessoa, no ano de 2003, por meio de um questionário de qualidade de vida direcionado aos pais ou responsáveis. As respostas segundo o teste não-paramétrico de Wilcoxon mostraram que os indivíduos que freqüentam a APAE sentem-se infelizes apenas quando vão ao dentista, diferente dos indivíduos externos a APAE, os quais relatam infelicidade com a ida ao dentista ou a consulta médica, quando estão longe da família ou brincam sozinhos, e dormem fora de casa, dessa maneira, a qualidade de vida destes torna-se inferior em relação 5672 aos que estão incluídos na APAE. Talvez, freqüentar um grupo de atividades educativas e recreativas repercute positivamente na qualidade de vida do portador. Batista e Enumo (2004), realizaram um estudo em três escolas-pólos municipais de Vitória, ES, utilizando testes sociométricos destinados a 80 alunos e filmagens durante o recreio, para analisar a interação social entre 3 alunos com deficiência intelectual das primeiras séries do Ensino Fundamental e seus colegas.Os resultados mostraram que alunos com necessidades especiais são menos aceitos em relação aos seus colegas e, por isso, apresentam dificuldades para iniciar ou manter contato social com os demais. No presente estudo foi feita a análise sobre o aspecto inclusão escolar, verificando-se que no GD somente 10% dos adolescentes estão incluídos na escola regular. Porém, este fato não repercutiu negativamente na qualidade de vida desses indivíduos. No GC 100% dos indivíduos encontram-se devidamente matriculados no ensino regular. Ocorreu diferenças estatisticamente significante entre os grupos com o p = 0.0001*. No presente trabalho procurou-se verificar a influência da variável inclusão escolar na qualidade de vida dos adolescentes do GD, porém, devido à indisponibilidade de elementos que compõem a amostra, os testes de estatística inferencial não foram realizados, logo, este estudo limitou-se apenas em descrever os resultados obtidos. Apesar dos valores obtidos nesse estudo tendenciarem para não haver diferenças significativas entre portadores de síndrome de Down inclusos em escola regular daqueles nãoinclusos, no aspecto qualidade de vida, vários estudos sugerem o contrário. Gusmão (2007), sugere que o lazer é um veículo preponderante de inclusão, por estabelecer uma relação direta entre indivíduos ditos “normais” e pessoas portadoras de síndrome de Down, além de o lazer favorecer momentos mais prazerosos, parte-se do pressuposto de que a pessoa portadora da síndrome de Down pode e deve viver em sociedade, tendo uma vida normal, em que a sua inclusão só tende a contribuir com o seu desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social. Gestal e Mansoldo (2008), procuraram verificar a partir de um estudo, se a prática de atividade física promove uma melhor qualidade de vida aos portadores de síndrome de Down, 5773 observando que a hipotonia é a principal característica desses indivíduos, sendo portanto, a realização de exercícios físicos a maneira mais correta para amenizar esse tônus muscular. Marques e Nahas (2003), desenvolveram uma pesquisa para verificar a qualidade de vida de pessoas portadoras de síndrome de Down a partir da utilização do questionário SF-36, comparando-se 15 homens e 15 mulheres para observar a influência da atividade física (AF) na qualidade de vida desses indivíduos. Logo, observaram diferenças na prática de AF em relação à faixa etária, pois os mais jovens apresentaram maior nível em relação aos mais velhos, sendo o nível socioeconômico uma variável não discriminante quanto à prática de AF. Nesse estudo verificou-se internamente a prática de atividade física por adolescentes do GD, observando-se que 75% desses indivíduos são ativos. Porém, a realização de atividade física não interferiu de forma significativa na qualidade de vida dos mesmos, uma vez que os valores dos domínios não foram capazes de comprovar que existe uma diferença relevante da qualidade de vida de portadores de síndrome de Down que são ativos em relação aos sedentários. Ferreira e Silva (2001), realizaram um estudo por meio do teste de coordenação corporal para crianças (KTK), com o objetivo de analisar a contribuição que um programa de atividade física pode proporcionar ao desenvolvimento da coordenação de 9 crianças de 6 a 10 anos de idade portadores de síndrome de Down, pertencentes à escola APAE de Maringá. Os resultados indicaram que a aplicação de um programa diferenciado de atividade física produziu uma melhora significativa no desenvolvimento motor de 78% dos sujeitos, concluindo-se que a prática de atividades específicas para crianças com síndrome de Down mostrou aumento da coordenação em toda sua extensão, atingindo o desenvolvimento físico e melhorando a qualidade de vida. Segundo Soares et al. (2003), a execução de atividade física pode trazer muitos outros benefícios, como melhora da auto-estima, redução dos sintomas depressivos e ansiosos, melhora do controle do apetite, diminuição das ocorrências de gripe ou infecções respiratórias em geral. Costil e Wilmore (2001), identificaram a redução do risco de doenças cardíacas e melhora do retorno venoso como vantagens fisiológicas da atividade física para o sistema cardiovascular. Citam ainda, a diminuição das taxas de colesterol e elevação do HDL 5874 (colesterol “bom”) como benefícios dessa prática, e afirmam que a realização de exercícios fisicos fortalece a massa muscular e aumenta a flexibilidade, uma vez que essa atividade favorece o desenvolvimento das fibras musculares que constituem os diversos músculos do corpo, melhorando dessa forma as aptidões. Soares et al (2003), defendem também que exercícios de resistência com baixo impacto juntamente com educação da saúde são eficientes para a evolução da função física dos indivíduos portadores de síndrome de Down. Portanto, parece que indivíduos com síndrome de Down apresentam qualidade de vida equiparada a indivíduos ditos sadios na mesma faixa etária e que a inclusão escolar e a prática de atividade física podem influenciar positivamente na qualidade de vida, trazendo benefícios para a saúde e auxiliando no processo de inclusão. 5975 9. CONCLUSÕES No presente estudo realizou-se a aplicação do questionário SF-36 para a avaliação da qualidade de vida de portadores e não portadores de síndrome de Down durante adolescência, sob a perspectiva de pais ou responsáveis, observando-se que a qualidade de vida dos portadores é similar ou igual à qualidade de vida dos não portadores. Somente os aspectos vitalidade e dor apresentaram diferenças estatisticamente significante. Já em relação ao grupo de portadores de síndrome de Down, verificou-se que a maioria destes não está inserida em escola de ensino regular, sendo sua maior parte constituída por praticantes de atividade física, logo, essas variáveis não acusaram reais diferenças na qualidade de vida entre os indivíduos do grupo de portadores de síndrome de Down. Os resultados deste estudo não podem ser considerados generalizados a uma população, uma vez que o mesmo foi realizado em uma pequena amostra de indivíduos. Entretanto, vale a pena ressaltar, a importância de se investigar mais sobre a qualidade de vida, verificando quais os aspectos que podem interferir na mesma, com uma amostra maior investigando os tipos de atividade física, freqüência e tempo de realização. Sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas abordando a qualidade de vida do portador de síndrome de Down, relacionada com o processo de inclusão escolar e a prática de atividade física regular. Para tanto, enfatiza-se que primeiramente, deve haver uma conscientização e sensibilização da sociedade com relação ao portador da síndrome de Down. Uma vez que, podem ser indivíduos participativos e atuantes na sociedade e, também, com direito a uma vida digna e justa, voltada para a busca de um espaço profissional e social. 6076 10.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, Marcos José Burle; LEÃO, Letícia Lima. Sindrome de Down.Grupo de genética do departamento de pediatria da UFMG ,2003. Disponível em: <http:// www.malhatlantica.pt/ecae-cm/Down.htm>.Acesso jan 2008. ANDERSON, Maria Inês Padula ; ASSIS, Mônica de; PACHECO, Liliane Carvalho; SILVA, Efigênia Aparecida da; MENEZES, Isisi Simões ; DUARTE, Therezinha; STORINO, Flávio; MOTTA, Luciana. Saúde e qualidade de vida na terceira idade. Textos sobreenvelhecimento 1998. ANNUNCIATO, Nelson Francisco. Participação dos Fatores Neurotróficos na Regeneração do Sistema Nervoso. 1995, V.4, n. 23, p. 30 – 38. ANTUNES,Giselle Alves Alencar. 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Deixamos claro que somente ao final do trabalho é que poderemos tirar conclusões a respeito de possíveis diferenças da qualidade de vida entre portadores e não-portadores de síndrome de Down. Em qualquer momento do estudo, os indivíduos e seus pais ou responsáveis terão acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa, para esclarecimento de dúvidas. As principais investigadoras são as alunas Ananda Corrêa Lima, que pode ser encontrada na Av. Bernardo Sayão, n° 3183, bairro Jurunas, telefone: 3272-5980 ; Eugismara Melo da Silva, que pode ser encontrada na Av. Tavares Bastos nº 1485, bairro Marambaia, Res: Tavares Bastos bl: 03, apto: 301, telefone: 3279-8764; Geissa Aline Medina Craveiro, que pode ser encontrada na Av. Visconde de Souza Franco nº1114, bairro Reduto apto 1402, telefone: 3223-4198 e a Ft. Mestre Lucieny da Silva Pontes, orientadora desta pesquisa, pelo telefone 3254-4717. É garantida aos indivíduos, a liberdade de deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade da pesquisa nas referidas instituições. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as de outros indivíduos, não sendo divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Este trabalho será realizado com recursos próprios das autoras, não tendo financiamento ou co-participação de nenhuma instituição de pesquisa. Também não haverá nenhum pagamento por sua participação. Declaro que compreendi as informações que li ou que me foram explicadas sobre o 7490 trabalho em questão. Discuti com a Ft. Lucieny da Silva Pontes, sobre minha decisão em participar deste estudo, ficando claro para mim quais são os propósitos da pesquisa, os possíveis riscos e benefícios, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Concordo voluntariamente em participar desse estudo, podendo retirar meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício que possa ter adquirido durante esta pesquisa. Belém, ____, de ___________________de 2007. __________________________________________ Assinatura do indivíduo ou de seu representante legal Declaro que assisti a explicação da Ft. Lucieny da Silva Pontes ao indivíduo, que compreendeu e retirou suas dúvidas, assim como eu, a tudo o que será realizado no estudo. __________________________________________ Assinatura de testemunha Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e esclarecido deste indivíduo ou representante legal para participação no presente estudo. __________________________________________ Ananda Corrêa Lima Orientanda do projeto __________________________________________ Eugismara Melo da Silva Orientanda do projeto __________________________________________ Geissa Aline Medina Craveiro Orientanda do projeto __________________________________________ Ft. Lucieny da Silva Pontes Responsável pelo projeto 7591 ANEXO B - Questionário de Qualidade de Vida -SF-36 Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida -SF-36 1- Em geral você diria que sua saúde é: Excelente 1 Muito Boa 2 Boa 3 Ruim 4 Muito Ruim 5 2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora? Muito Melhor 1 Um Pouco Melhor 2 Quase a Mesma 3 Um Pouco Pior 4 Muito Pior 5 3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando? Atividades a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos. b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa. c) Levantar ou carregar mantimentos d) Subir vários lances de escada e) Subir um lance de escada f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se g) Andar mais de 1 quilômetro h) Andar vários quarteirões i) Andar um quarteirão j) Tomar banho ou vestir-se Sim, dificulta muito Sim, dificulta um pouco Não, não dificulta de modo algum 1 2 3 1 2 3 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física? a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra). Sim 1 Não 2 1 1 1 2 2 2 92 76 92 5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)? a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz. Sim 1 Não 2 1 1 2 2 6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo? De forma nenhuma 1 Ligeiramente 2 Moderadamente 3 Bastante 4 Extremamente 5 7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas? Nenhuma 1 Muito leve 2 Leve 3 Moderada 4 Grave 5 Muito grave 6 8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)? De maneira alguma 1 Um pouco 2 Moderadamente 3 Bastante 4 Extremamente 5 9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas. a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força? b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa? c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo? d) Quanto tempo você Uma pequena Nunca parte do tempo Todo Tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Alguma parte do tempo 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 93 77 tem se sentido calmo ou tranqüilo? e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia? f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido? g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz? i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)? Todo Tempo 1 A maior parte do tempo 2 Alguma parte do tempo 3 Uma pequena parte do tempo 4 Nenhuma parte do tempo 5 11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço c) Eu acho que a minha saúde vai piorar d) Minha saúde é excelente Definitivamente verdadeiro A maioria das vezes verdadeiro Não sei A maioria das vezes falso Definitivamente falso 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 7894 CÁLCULO DOS ESCORES DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA Fase 1: Ponderação dos dados Questão 01 02 03 04 05 06 07 08 Pontuação Se a resposta for 1 2 3 4 5 Pontuação 5,0 4,4 3,4 2,0 1,0 Manter o mesmo valor Soma de todos os valores Soma de todos os valores Soma de todos os valores Se a resposta for Pontuação 1 5 2 4 3 3 4 2 5 1 Se a resposta for Pontuação 1 6,0 2 5,4 3 4,2 4 3,1 5 2,0 6 1,0 A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7 Se 7 = 1 e se 8 = 1, o valor da questão é (6) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 1, o valor da questão é (5) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1) Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o seguinte: Se a resposta for (1), a pontuação será (6) Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75) Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5) Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25) Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0) 95 79 09 10 11 Nesta questão, a pontuação para os itens a, d, e ,h, deverá seguir a seguinte orientação: Se a resposta for 1, o valor será (6) Se a resposta for 2, o valor será (5) Se a resposta for 3, o valor será (4) Se a resposta for 4, o valor será (3) Se a resposta for 5, o valor será (2) Se a resposta for 6, o valor será (1) Para os demais itens (b, c,f,g, i), o valor será mantido o mesmo Considerar o mesmo valor. Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d deverão seguir a seguinte pontuação: Se a resposta for 1, o valor será (5) Se a resposta for 2, o valor será (4) Se a resposta for 3, o valor será (3) Se a resposta for 4, o valor será (2) Se a resposta for 5, o valor será (1) Fase 2: Cálculo do Raw Scale Nesta fase você irá transformar o valor das questões anteriores em notas de 8 domínios que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 = melhor para cada domínio. É chamado de raw scale porque o valor final não apresenta nenhuma unidade de medida. Domínio: • Capacidade funcional • Limitação por aspectos físicos • Dor • Estado geral de saúde • Vitalidade • Aspectos sociais • Aspectos emocionais • Saúde mental Para isso você deverá aplicar a seguinte fórmula para o cálculo de cada domínio: Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100 Variação (Score Range) Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score Range) são fixos e estão estipulados na tabela abaixo. Domínio Capacidade funcional Limitação por aspectos físicos Dor Estado geral de saúde Pontuação das questões correspondidas 03 04 Limite inferior Variação 10 4 20 4 07 + 08 01 + 11 2 5 10 20 96 80 Vitalidade Aspectos sociais Limitação por aspectos emocionais Saúde mental 09 (somente os itens a + e + g + i) 06 + 10 05 09 (somente os itens b + c + d + f + h) 4 20 2 3 8 3 5 25 Exemplos de cálculos: • Capacidade funcional: (ver tabela) Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – limite inferior x 100 Variação (Score Range) Capacidade funcional: 21 – 10 x 100 = 55 20 O valor para o domínio capacidade funcional é 55, em uma escala que varia de 0 a 100, onde o zero é o pior estado e cem é o melhor. • Dor (ver tabela) - Verificar a pontuação obtida nas questões 07 e 08; por exemplo: 5,4 e 4, portanto somando-se as duas, teremos: 9,4 - Aplicar fórmula: Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – limite inferior x 100 Variação (Score Range) Dor: 9,4 – 2 x 100 = 74 10 O valor obtido para o domínio dor é 74, numa escala que varia de 0 a 100, onde zero é o pior estado e cem é o melhor. Assim, você deverá fazer o cálculo para os outros domínios, obtendo oito notas no final, que serão mantidas separadamente, não se podendo somá-las e fazer uma média. Obs.: A questão número 02 não faz parte do cálculo de nenhum domínio, sendo utilizada somente para se avaliar o quanto o indivíduo está melhor ou pior comparado a um ano atrás. Se algum item não for respondido, você poderá considerar a questão se esta tiver sido respondida em 50% dos seus itens. 8197 ANEXO C – Certificado de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)