FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA
PROJETO PEDAGÓGICO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
Em que pese a ancestralidade das preocupações de natureza administrativa, a
história da administração como profissão regulamentada e como área sistemática do
saber é relativamente recente. Os esforços de modernização institucional do setor
público e a crescente industrialização, sobretudo à partir da década de 40, estão na
origem da organização do ensino de administração no País.
A complexidade crescente das organizações públicas e privadas determinou a
necessidade por profissionais tecnicamente preparados em gestão. Assim, em 1952
teve início o ensino formal de Administração no Brasil com a fundação da Escola
Brasileira de Administração Pública (EBAP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
ambas no Rio de Janeiro. A FGV, particularmente, tem as suas origens ligadas ao
Departamento de Administração do Serviço Público (DASP), fundado em 1938. O
DASP subordinava-se diretamente ao Presidente da República e tinha como objetivos
o estudo e a promoção dos princípios da organização racional do trabalho.
A preocupação da Fundação Getúlio Vargas em criar um curso específico para
administradores de entidades privadas fez surgir, em 1954, a Escola de Administração
de Empresas de São Paulo (EAESP). Um acordo firmado entre a FGV e a United States
Agency for International Development (USAID) possibilitou a vinda de docentes norteamericanos para implantar uma estrutura acadêmica e um currículo especializado que
exerceu forte influência no ensino de Administração no País.
A oferta de cursos de pós-graduação em Administração iniciou-se a partir da
década de 60, pela FGV. Em 1963, a Faculdade de Economia e Administração (FEA) da
Universidade
de
São
Paulo
(USP)
passou
também
a
ofertar
os
cursos
de
Administração de Empresas e de Administração Pública.
Um fator determinante na consolidação do ensino da Administração foi o
reconhecimento profissional ocorrido em meados da década de 60. Com efeito, a
profissão de Administrador foi regulamentada pela Lei N° 4.769, de 09/09/1965, a
qual dispôs que o exercício da profissão de Técnico em Administração era privativo de
Bacharéis em Administração. A mesma Lei criou também o Conselho Federal de
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Administração (CFA) e os Conselhos Regionais de Administração (CRAs), como órgãos
consultivos, orientadores, disciplinadores e fiscalizadores da profissão.
O currículo mínimo para o curso de Administração foi estabelecido pelo Parecer
N° 307, de 08/07/1966. Este currículo inspirou-se na Lei n. 4.769, que regulamentou
a profissão de Técnico em Administração, e estruturou-se com disciplinas de formação
geral e instrumental.
Em fins da década de 60, o ensino de Administração disseminou-se por meio de
instituições privadas, acompanhando o desenvolvimento econômico e social, e a
expansão do ensino superior. Na década seguinte, segundo dados do Ministério da
Educação, contavam-se 164 Instituições de Ensino Superior (IES) que ofertavam a
graduação em Administração, com um total de 5.276 diplomados, até então.
A denominação original de Técnico em Administração foi substituída pela atual
denominação profissional de Administrador pela Lei N° 735, de 13/06/1985, em
resposta a uma campanha liderada pelo CRA/SP.
Com o objetivo de promover a melhoria da qualidade do ensino de
Administração e a discussão de temas correlatos, foi fundada em 1991 a Associação
Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD). O currículo pleno
para os cursos de graduação em Administração e a possibilidade da criação de
habilitações específicas por parte das IES foram instituídos pela Resolução N° 2, de
04/10/1993, do Conselho Federal de Educação. Uma década após, foi estabelecida
uma nova orientação a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
graduação em Administração, Bacharelado, instituídas pela Resolução CNE/CES N° 1,
de 02/02/2004, publicada no DOU em 04/03/2004.
Em atendimento à solicitação feita pelo CFA e pela ANGRAD, o Ministério da
Educação editou a Resolução N° 4, de 13/07/2005, publicada no DOU em
19/07/2005, que revogou a Resolução N° 2/1993 e retificou a Resolução N° 1/2004.
O objeto da solicitação foi conter a descaracterização dos cursos de graduação, devido
à proliferação de habilitações específicas. Assim, a referida Resolução determinou que
os cursos passassem a ser denominados “curso de Bacharelado em Administração”,
não comportando a geração de habilitações específicas.
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O Projeto Pedagógico original do curso de Administração da Faculdade Santa
Clara incorporava a habilitação em Gestão Hospitalar, justamente para agregar as
competências institucionais na área da saúde. Em 2005, com a extinção legal das
habilitações, um novo Projeto Pedagógico foi proposto com base nas competências
propostas por Jacques Delors (aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser) e na
preocupação com a formação integral.
Uma série de mudanças organizacionais teve início com a alteração do quadro
gestor da FISMA, em meados de 2008. Em vista disso, dentre as melhorias
empreendidas, é oportuno destacar a reestruturação dos cursos de graduação, a
recomposição do quadro de docentes e o saneamento financeiro da instituição.
Rotinas pedagógicas mais eficientes foram propostas e, especificamente, no que
concerne ao Projeto Pedagógico do Curso de Administração, diagnosticou-se a
oportunidade
para
elaborar uma proposta curricular adequada ao
perfil dos
acadêmicos, às necessidades sócio-econômicas regionais e mais coerente com o
disposto nas DCN estabelecidas para o curso de Administração - Bacharelado.
Considerando a importância do papel do administrador nos contextos social,
político e econômico do país, enquanto um profissional comprometido com os
interesses e com os desafios que emanam da sociedade, tem-se como pressuposto
básico a idéia de que, embora considerando as peculiaridades regionais e locais, a
formação do administrador deve ter um caráter abrangente.
A Faculdade Integrada de Santa Maria reconhece como imperativo capacitar
profissionais, na área de administração, com formação adequada, buscando dotá-los
de uma visão crítica, com capacidade plena de avaliação e reavaliação de seu
desempenho e de ajustamento, com competência, às novas exigências geradas pelo
avanço científico e tecnológico e às exigências conjunturais em permanente evolução.
Assim, o presente Projeto resultou da disposição acadêmica em definir uma
estrutura curricular moderna, em harmonia com as possibilidades normativas, e capaz
de atender às exigências sociais e profissionais da atualidade.
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