Editorial Segundo a OMS, a segunda taxa de mortalidade infantil mais elevada do mundo regista-se em Angola. 16% dos recém-nascidos não sobrevivem até aos cinco anos de idade. Noutro extremo, a taxa média de fertilidade nacional é de 5.1-6.0 partos por mulher, acima da média africana de 4.7. Este quadro tipifica as exigências inerentes à expansão de serviços básicos no País. São desafios dinâmicos que requerem um enfoque em factores de base, como a conscientização pública, a formação massiva de especialistas e, no caso da saúde, o incentivo à comparticipação do sector privado. O Executivo tem-se engajado, no entanto, há mais de uma década na resolução sistémica destas questões. Por exemplo, desde 2004, os créditos do Exim Bank da China permitiram a construção e apetrechamento de um centro de saúde no Huambo, três em Malange e dois hospitais no Kwanza Norte e Sul. O financiamento permitiu ainda o abastecimento de água no Huambo, Caxito, Catete e Uíge, bem como a reabilitação das vias de acesso a estas localidades. Actualmente, o País conta com uma despesa pública, por cidadão, oito vezes superior à de 2002 no ramo da saúde. As vítimas da malária reduziram 60% e existe um plano plurianual de imunização nacional. Estes e outros desenvolvimentos conducentes à salubridade dos cidadãos reflectem-se na melhoria de 35% na classificação do País pelo Índice de Desenvolvimento Humano. Por outro lado, o legado da subjugação colonial ainda se evidencia na assimetria entre a cidade e o subúrbio. Do conflito civil resta a escassez de especialistas no aparelho público. Angola perdeu gerações de quadros e esta lacuna é especialmente notória no sector da saúde. Todavia, o actual clima de união e pluralismo reúne condições para a resolução das aflições mais expressivas dos angolanos. O Fundo Soberano de Angola complementa reinvestindo receitas de recursos não-renováveis em prol das gerações actuais e vindouras de forma sustentável. Reflectindo sobre o alcance exigido por esta tarefa, emendamos a conotação exclusiva do nome “nós” elegendo o nome “todos” para referência futura a esta publicação. Estando certos de que, cada vez mais, os recursos do Estado servirão o bem e a saúde de todos os angolanos. José Filomeno de Sousa dos Santos Presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola Chairman of the Board of Directors, Angola Sovereign Fund 10 According to the WHO, the country with the second highest child mortality rate in the world is Angola. 16% of new births do not survive until reaching five years of age. At the other extreme, the national average fertility rate stands at 5.1-6.0 births per woman and above the African average of 4.7. This framework typifies the challenges inherent to the expansion of basic services in the country. These are the challenging dynamics that require a focus on the core factors such as public awareness, the mass training of specialists and in the case of healthcare, incentives for the participation of the private sector. The government has, however, stumbled over the systematic resolution of these issues for over a decade. For example, since 2004, the credit loaned by Exim Bank of China has enabled the construction and equipping of a healthcare centre in Huambo, three in Malange and two hospitals in Cuanza Norte and Cuanza Sul. The financing has also enabled the supply of water in Huambo, Caxito, Catete and Uíge as well as rebuilding the means of access to these locations. Currently, the country’s public spending on health per citizen runs at eight times the level of 2002. Malaria victims are down by 60% and there is a multi-year plan for national immunisation. These and other developments fostering citizen health reflect in the 35% improvement in Angola’s Human Development Index classification. Furthermore, the legacy of colonial subjugation remains evident in the asymmetric gap between city and suburb. The civil war has bequeathed a lack of trained specialists in the public sector. Angola lost generations of staff and this shortcoming proves particularly acute in the healthcare sector. However, the current climate of unity and pluralism holds the condition for the more expressive resolution of the problems afflicting Angolan citizens. The Angola Sovereign Fund complements this, reinvesting revenues from non-renewable resources in favour of current and future generations in a sustainable fashion. Reflecting on the scale demanded by this task, we would amend the exclusive connotation of the name “us” in favour of the name “todos” in future references in this publication. We are increasingly certain that the resources of the state shall serve the wellbeing and health of all Angolans.