NÚMERO DA SEMANA 26 milhões de dólares Valor previsto para a reactivação da produção no projecto Aldeia Nova TAAG PREMIADA A TAAG acaba de ser galardoada com o prémio Africano de Aviação 2012 pela AFRAA, Associação Africana dos Transportes Aéreos, por ter sido uma das companhias que mais investiu no melhoramento contínuo dos seus serviços. A AFRAA distinguiu a TAAG pelo trabalho desenvolvido no período de 2009-2011 em que adquiriu uma reputação invejável para a confiabilidade e sobretudo a segurança. MAIS japoneses Responsáveis de empresas japonesas filiadas em Angola manifestaram esta quintafeira em Tokyo o interesse em poder expandir os negócios e os investimentos no país. O desejo foi manifestado ao ministro dos Transportes, Augusto Tomás, durante um encontro em Tokyo com responsáveisde empresas japonesas interessadas em reforçar os níveis de cooperação e alargar os investimentos em Angola. Expansão do poder económico de Angola em Portugal Galp cheira a Sonangol... SAP em Angola O grupo alemão SAP, um dos grandes produtores mundiais de aplicações informáticas para gestão empresarial, vai abrir um escritório em Angola este ano a fim de expandir a sua rede comercial em África, onde pretende duplicar a sua facturação. A SAP vai utilizar a Sociedade Nacional de Petróleos de Angola (Sonangol) como âncora para a entrada no mercado. >>P.05 actual entrevista fecho Promessas no escuro Região Centro e Sul é fundamental A nova moda económica Energia >>P. 04 Francisco Maria >> P.06 Empreendedorismo >>P.12 02 16 Março 2012 Análise Sector não-petrolífero salvou crescimento Na segunda parte do Relatório e Contas do Banco Nacional de Angola (BNA), a instituição faz uma leitura aos indicadores económicos de 2010 e o seu impacto interno. Em 2010, o Produto Interno Bruto registou um crescimento de 3,4%, influenciado pelo desempenho positivo do sector não petrolífero Evolução do PIB Em 2010, o Produto Interno Bruto registou um crescimento de 3,4%, influenciado pelo desempenho positivo do sector não petrolífero, como resultado dos esforços de diversificação da economia levados a cabo pelo Governo. O sector petrolífero, apesar de ter recuperado da crise, com a evolução favorável do preço do petróleo, registou uma contracção de 3%. O sector não petrolífero, embora fortemente afectado pelos constrangimentos observados na execução dos pagamentos do Estado a fornecedores e prestadores de serviços em geral, foi o impulsionador do crescimento económico em 2010. Os sectores da Construção, dos Serviços Mercantis e da Indústria Transformadora, que nos últimos anos têm aumentado a sua quota na composição do PIB, terão sido os moto- res do crescimento com taxas de 16,1%,10,9% e 10,7%, respectivamente. Execução Fiscal Em 2010 a execução orçamental foi inferior ao programado, especialmente no primeiro semestre do ano, reflectindo os esforços de reestruturação e saneamento dos pagamentos do Tesouro. A saída de recursos foi limitada, pelo menos até ao 3º Trimes- tre, quando o Governo deu início à regularização de pagamentos devidos aos seus fornecedores. A arrecadação de receitas do petróleo acima do programado contribuiu significativamente para a melhoria da situação orçamental, tendo o saldo global registado melhorias substanciais, passando de um défice de 5,2% do PIB em 2009 para um excedente de 5,8% em 2010. Em 2010, as receitas fiscais atingiram Kz 3.295,5 16 Março 2012 03 O BNA continuou a usar reservas obrigatórias e a taxa de redesconto como instrumentos para orientar a actividade creditícia dos bancos comerciais Em 2010 a execução orçamental foi inferior ao programado, especialmente no primeiro semestre do ano, reflectindo os esforços de reestruturação e saneamento dos pagamentos do Tesouro mil milhões, correspondente a um aumento de 59,2% face a 2009. Para este aumento contribuiu essencialmente a evolução do preço de exportação de petróleo bruto, tendo o valor médio anual aumentado 36,4% (passando de 57,0 US$/bbl em 2009 para 78,0 US$/bbl em 2010), uma vez que a quantidade exportada diminuiu 0,5% (644,7 milhões de barris em 2009 para 641,5 milhões de barris em 2010). O reforço da situação fiscal criou espaço para a liquidação de parte substancial dos atrasados acumulados entre 2008 e 2009 estimados em US$ 6,8 mil milhões. Na sequência do processo de verificação e confirmação desses atrasados, o Governo liquidou até ao final do ano cerca de 50% do montante inicial de atrasados certificados, que era de US$ 3,6 mil milhões, incluindo todos os pagamentos a “pequenos” fornecedores, devendo o resto ser liquidado através de uma combinação de pagamentos em dinheiro e dívida titularizada. O Fundo Monetário Internacional, no âmbito do Acordo Stand-By celebrado em Novembro de 2009, que visa aliviar as pressões de liquidez imediata, aumentar a confiança do mercado e restaurar uma situação macroeconómica sustentável, avaliou de forma positiva a implementação das políticas económicas necessárias para fortalecer o desempenho macroeconómico, que demonstrou em linhas gerais, estar de acordo com as expectativas, tendo disponibilizado no 2º trimestre a 2ª tranche da linha de financiamento no valor de US$ 171 milhões, elevando assim o montante concedido para US$ 514,5 milhões. Em Maio, as agências de rating Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch atribuíram notações favoráveis à dívida soberana do país, B1, B+ e B+, respectivamente, com perspectiva estável. As fortes perspectivas de crescimento e a melhoria das dívidas pública interna e externa sustentaram a nota atribuída ao país. As reformas macroeconómicas continuaram a merecer a confiança do FMI no 3º trimestre do ano, tendo por isso desembolsada a 3ª tranche no valor de US$ 353,1 milhões. Em 31 de Dezembro, o valor total dos desembolsos correspondeu a US$ 891,8 milhões. Execução Monetária Durante o ano de 2010, as autoridades monetárias procuraram restabelecer a confiança nos mercados, o alcance de níveis adequados de reservas internacionais, bem como o controlo da inflação, através do controlo da liquidez na economia e da estabilidade da moeda nacional. Neste sentido, o Banco Nacional de Angola continuou a focar a sua intervenção na emissão de Títulos do Banco Central (TBC), através de operações de mercado aberto, como um dos principais mecanismos para gestão da liquidez. O Banco continuou a usar reservas obrigatórias e a taxa de redesconto como instrumentos para orientar a actividade creditícia dos bancos comerciais. O cenário externo foi favorável na medida em que o aumento das reservas internacionais líquidas, em função da subida do preço do petróleo, conferiu solidez à execução da política monetária. Contudo, o aumento dos preços das matérias-primas condicionou-a, tendo em conta o comportamento da in- As reformas macroeconómicas continuaram a merecer a confiança do FMI no 3º trimestre do ano, tendo por isso desembolsada a 3ª tranche no valor de US$ 353,1 milhões flação, em contraste com a desaceleração do ritmo de crescimento dos agregados monetários. Em Maio (de 2010), as agências de rating Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch atribuíram notações favoráveis à dívida soberana do país Das medidas de política monetária e cambial adoptadas em 2010, destacam-se: 1. O ajustamento da regulamentação relacionada com os leilões de divisas; 2. A alteração da composição das reservas obrigatórias, passando o seu cumprimento a ser efectuado na moeda de captação de acordo com os coeficientes definidos em 25% para a moeda nacional e 15% para moeda estrangeira; 3. A introdução da facilidade permanente de cedência de liquidez; 4. A redução da taxa de redesconto de 30 para 25% ao ano; 5. O aperfeiçoamento da regulamentação das casas de câmbio; 6. A redução progressiva da exposição cambial dos bancos, cujo limite deverá ser de 20% dos Fundos Próprios Regulamentares (FPR) para as posições activas e passivas a partir de Junho de 2012. 04 16 Março 2012 Actual Moçambique decidiu interromper o fornecimento de energia eléctrica ao Zimbabwe, por falta de pagamento de uma factura de pelo menos 75 milhões de dólares A promessa é do ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges Interior vai ter mais energia eléctrica ção do referido programa, tendo em atenção o processo de inventariação em curso a nível nacional. “É provável que Malanje tenha uma potencialidade acima daquela que nós hoje conhecemos”, sublinhou. O défice no fornecimento de energia eléctrica à cidade capital de Malanje será ultrapassado com a construção a curto prazo dos projectos hidroeléctricos de Laúca e Caculo – Cabaça, ao longo do curso do rio Kwanza, na província do Kwanza-Norte, que estarão interligados à rede eléctrica nacional. A reabilitação e construção de 90 mini-hídricas a médio prazo constam da estratégia do executivo angolano para garantir o fornecimento de energia eléctrica nas comunidades do interior com a participação do financiamento privado. O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, esteve em O ministério da tutela vai criar incentivos para atrair investidores privados para a edificação das referidas empreitadas Malanje recentemente onde avaliou o estado actual do sector que dirige. Em declarações à imprensa, o governante confirmou que foi lançado um concurso público para a execução dos primeiros oito mini aproveitamentos hidroeléctricos em Angola. Segundo o ministro, que visitou as obras em curso nos rápidos do rio Kwanza, a cerca de 60 quilómetros da sede municipal de Calandula, o ministério da tutela vai criar incentivos para atrair investidores privados para a edificação das referidas empreitadas, enquanto que o “Estado deve financiar os grandes empreendimentos, deixando espaço para o sector privado participar no financiamento dos pequenos empreendimentos” para satisfazer as necessidades económicas e energéticas das populações comunitárias. O ministro não revelou o número exacto de infra-estruturas que serão erguidas naquela província, mas admitiu a existência de mais pontos para a implementa- Reforçar a capacidade Para suprir as restrições que ocorrem todas as noites está em vista a aquisição, ainda este ano, de novos transformadores para substituírem os actuais (de 10 e 20 MW) instalados nas subestações da Capopa e de Malanje. “Nós vamos instalar cerca de 80 MW que dará, grosso modo, para 18 a 20 mil casas. Cremos que será suficiente para atender às necessidades de Malanje nos próximos tempos”, garantiu. Outro grande investimento a fazer em Malanje vai ser na linha de transporte. “É preciso reforçar a capacidade do sistema de transporte de Capanda para Malanje e também a nível da rede de distribuição”, esclareceu João Baptista Borges, que percorreu as diversas divisões da barragem hidroeléctrica de Capanda e a subestação de Lucala, província do Kwanza-Norte. Neste momento continuam a decorrer as acções de manutenção daquele empreendimento que possui uma capacidade instalada de 520 megawatts, de forma a assegurar o funcionamento normal da estrutura e do equipamento, por ser a responsável da produção de energia para Luanda, Uíge e a província anfitriã. Isaías Soares, em Malanje Energia chega a poucos A energia consumida na sede de Cacuso é de 0.9 MW, beneficiando poucas dezenas de residências e pequenos estabelecimentos comerciais, porquanto os PT’s (Postos de Transformação) não permitem distribuir o produto para os bairros e aldeias próximos da circunscrição. “Infelizmente não temos capacidade de consumir aquilo que nos dão. Então, precisamos colocar mais sistemas de distribuição”, solicitou o administrador, Furtado Azevedo, ao ministro da Energia e Águas, referindo-se depois à escuridão da Regedoria e do bairro do Bita. Os aldeões estão a abandonar as aldeias para as zonas com energia eléctrica na sede municipal. A comuna do Suqueco poderá igualmente ser servida nos próximos tempos a partir da subestação de Cacuso, mas tudo dependerá dos estudos em curso que deverão ser extensivos à provável linha de transporte para o município de Calandula, cerca de 60 quilómetros a norte. A Biocom é tida como a instituição que mais energia consome na obra de construção de um Hotel Residencial de vários andares. “Neste momento, não podemos explicar qual é a potência real, porque os aparelhos de medida não estão a funcionar”, informou o chefe de departamento da unidade de negócios da ENE, Fernando João Gonçalves. Aquela empresa, que no futuro vai vender energia eléctrica ao Estado a partir da sua usina, em construção em Pungo Andongo, assinou um contrato com a área de distribuição para a edificação, em curso, na sede da municipalidade de uma tarifa na ordem dos 250 KV, que aumentará consoante o grau de execução da empreitada. I. S. “Infelizmente não temos capacidade de consumir aquilo que nos dão”, lembrou o administrador de Cacuso (Malanje) 05 16 Março 2012 Negócios Pelo menos 998 mil euros estão a ser aplicados pela ADRA, desde Março de 2011, no projecto “Kumosi”, que pretende melhorar a produção agrícola no município da Cacula Negócio com italianos da ENI vai avançar Sonangol em vias de assumir controlo da Galp Energia ria 51%, somando a sua participação indirecta de 16%, através da Amorim Energia, e aquisições em bolsa. A par das negociações com a ENI, que envolveram uma ida recente a Luanda do presidente executivo do grupo italiano, Paolo Scaroni, a Sonangol está também a negociar a sua saída da Amorim Energia, refere o Africa Monitor. A equipa da Sonangol envolvida nas negociações em curso em Lisboa é formalmente encabeçada por Batista Sumbe, administrador da companhia e presidente da Sonangol Holding. A ENI tem interesses antigos e vastos na exploração de petróleo em Angola e a alienação da sua participação na Galp a favor da Sonangol, no todo ou em parte, é considerada relativamente fácil de A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) está em vias de reforçar a sua participação na Galp Energia, passando a ser o principal accionista e assumindo a gestão de um dos principais grupos portugueses. O reforço da participação, alvo de negociações em curso em Lisboa, de acordo com informação da agência financeira Bloomberg, passa pela compra de parte da participação de 33.34% da italiana ENI, avaliada em 3,7 mil milhões de euros. De acordo com a mesma fonte, o governo português “não quer que a empresa angolana detenha tanto controlo na cotada portuguesa”, como já se sabia, pelo que uma percentagem da participação do grupo ENI poderá ser vendida a outros investidores. Segundo a folha de informação África Monitor, publicada em Lisboa, o interesse da Sonangol resulta de orientações das autoridades angolanas em adquirir integralmente a participação da ENI, o que lhe da- Novas concessões em 2013? Angola poderá abrir em 2013 um novo concurso internacional para a atribuição de concessões de prospecção petrolífera, disse terçafeira no Kuwait Sebastião Gaspar Martins, administrador da Sociedade Nacional de Petróleos de Angola (Sonangol). Aquele responsável esclareceu, no Apesar das críticas nos EUA Coca-Cola mantém fórmula secreta A direcção da fábrica Coca-Cola vai manter a cor caramelo em todos seus produtos, por achar segura a fórmula das suas bebidas, contrariando, dessa forma, as “especulações” segundo as quais a empresa está a alterar a dose para o fabrico do produto. De acordo com um comunicado distribuído pela comunicação social, as mudanças que irão ocorrer não vão afectar a cor ou o sabor da bebida. “Ao longo dos anos, os processos de fabricação foram actualizados, mas nunca foi alterada a fórmula secreta”, lê-se no documento. A marca pediu aos seus fabricantes para modificar o processo de produção no sentido de reduzir a quantidade de 4-MEI no caramelo, uma alteração sem efeito algum na fórmula Coca-Cola, no sabor, ou na qualidade que os negociar. O governo português, adianta a mesma fonte, terá persuadido a Sonangol a conformar-se com uma maioria simples na Galp Energia, eventualmente 34%, o que significará que a aquisição da participação da ENI será parcial. O esforço financeiro associado à compra da participação da ENI, com a venda estimada das acções a um preço 10% acima do valor bolsista, terá comprometido a entrada de investidores portugueses, conforme queria o governo de Lisboa, refere o Africa Monitor. A Sonangol tem vindo a reforçar os seus interesses em Portugal e tornou-se recentemente no principal accionista do Millennium BCP, o maior banco privado português, com mais de 20% do capital. consumidores esperam dos produtos. A informação refere que as declarações feitas pelo Centro para Ciência do Interesse Público (CSPI) indicam que o 4-MEI (que tem como função escurecer o caramelo), é uma substância cancerígena, insegura para consumo. “Queremos garantir ao público em geral, aos nossos consumidores e clientes, que as alterações do CSPI estão incorrectas. Os níveis de 4-MEI nos nossos produtos não apresentam nenhum risco à saúde ou à segurança”, garante a nota. Segundo a Associação Americana de refrigerantes, em comunicado, o Estado da Califórnia (nos EUA) adicionou o composto 4-MEI a lista de agentes cancerígenos, sem qualquer prova de que causa cancro em humanos. entanto, não terem sido escolhidas quais as áreas a colocar a concurso, podendo algumas ser em terra e outras no mar. Angola, o segundo maior produtor de petróleo em África depois da Nigéria, atribuiu em 2011 à BP e à Statoil ASA, entre outras empresas, o direito de prospectar petróleo e gás natural em blocos do pré-sal angolano em águas profundas. Sebastião Gaspar Martins aproveitou ainda a ocasião para afirmar que Angola está a aumentar de forma gradual a sua produção de petróleo, que deverá passar dos actuais 1,6 milhões de barris por dia para 2 milhões de barris em 2014. www.auction.co.za ONLINE AUCTION PRIME OEM MINE STOCK CLEARANCE TRUCKS, TRAILERS, BAKKIES EARTHMOVING EQUIPMENT & BUSES Viewing by appointment 12 - 20 March 2012 For Fica and registration contact: Tamlyn Johns 011 430 5555 | [email protected] All properties are sold with reserve and a right exists to bid by or on behalf of the owner or auctioneer unless otherwise indicated. The CPA Regulations can be found at www.auction.co.za/CPA. View the Rules of Auction at www.auction.co.za BIDDING CLOSES 22 March 2012 at 3pm 06 16 Março 2012 Entrevista Francisco Maria, CEO do grupo Chico Maria Investir para desenvolver o Centro e Sul do país Texto de ERNESTO GOUVEIA Fotos de AFONSO FRANCISCO Grande parte dos seus investimentos estão virados para o sector público, principalmente na província de Benguela, em detrimento do grande centro económico que é a capital angolana. Tratase de um interesse que persegue fins que foram definidos estrategicamente ou é apenas resultado do alargamento dos negócios da empresa que dirige? Benguela é, sem sombras para dúvidas, o viveiro económico do centro e sul do país, uma vez que lá estão grandes infra-estruturas que movimentam este sector. A existência do Porto do Lobito, os Caminhos-deFerro de Benguela são duas grandes referências, adicionadas às futuras instalações do aeroporto internacional e os blocos de exploração petrolífera como a Sonamet e a Lobinave. São pontos estratégicos que dão a qualquer empresário a possibilidade de visionar oportunidades que possam surgir para fazer crescer os seus negócios. Tudo quanto adquiri em termos de conhecimento da actividade empresarial, tinha que direccionar também a esta província de onde sou originário. Quem investe procura gerar lucros e direccionei-me a esta parcela do território porque as oportunidades foram dadas. Nesse particular, faço menção ao executivo local na pessoa do governador Armando da Cruz Neto, que deu-nos a oportunidade de investir no sector público onde imprimimos a nossa força na reconstrução nacional. Os resultados, felizmente, estão a ser visíveis de forma satisfatória no município do Chongorói onde estamos a fazer intervenções com a construção de casas para administradores, casas para técnicos, instalações do co- mando da polícia e residências para os respectivos comandantes. Sabemos que a recuperação das vias de ligação do município do Chongoroi para as respectivas comunas é outra acção que está no quadro das vossas operações e ainda fala-se da possibilidade de estarem inseridos no plano de construção de casas sociais nos municípios… Afirmativo. Não obstante outras situações de natureza técnica, os trabalhos de recuperação das estradas de Chongorói estendem-se num raio de mais de 100 quilómetros, que vão deste município para algumas comunas como Camuíne, Bulongueira e Handja. Já no que toca à construção de casas, é nossa pretensão fazer parte desse projecto, no âmbito do programa do governo para construção de casas sociais nos municípios e como já tivera dito, as nossas atenções estão viradas para as localidades onde há a necessidade de se sentir algum desenvolvimento em termos de infra-estruturas sociais. Falou da necessidade que vocês sentiram em operar nos pontos económicos estratégicos que Ben- guela tem. Sente que já há abertura para a iniciativa privada fazer parte das diferentes operações onde era visível a necessidade de terciarização dos serviços ou de intervenção especializada como no caso do Porto do Lobito? Nós somos prova dessa abertura que foi dada pelos órgãos competentes. Uma das empresas que comporta o grupo, já há muito, opera no Porto do Lobito com serviços de carga e descarga de navios, transportação e prestação de serviços diversos naquela infra-estrutura portuária. Pelo que pude perceber, sempre foi dada alguma abertura à iniciativa privada interessada em operar naquela unidade económica. Penso que isso está dentro das políticas adoptadas pelo Ministério dos Transportes com a descentralização de alguns serviços que hoje podem ser prestados por terceiros. Isso acabou por imprimir uma maior dinâmica na qualidade e melhoria dos serviços, trazendo consigo uma concorrência mais saudável, garantindo que o Porto do Lobito mantenha os níveis que lhe são característicos. Se reparar, temos hoje um congestionamento de navios muito mais reduzido que é, de certa forma Desde 2001 na senda do empresariado, Francisco Maria faz um balanço positivo dos investimentos, não só pelas oportunidades dadas pelo executivo, mas também pelas intervenções de interesse público feitas nas municipalidades do sul do país. O PCA do grupo Chico Maria defende que a descentralização de alguns serviços ajuda a crescer o empresariado nacional. Investimento na ordem dos 18 milhões de dólares Francisco Eduardo Maria é natural do Lobito e começou o seu contacto com o mundo dos negócios a partir de 1998 junto a um casal belga, que vive actualmente em África e que estava virado para a actividade de importação e exportação de produtos alimentares, de onde nasceu a paixão pela vida em- presarial. Em 2001 cria a primeira empresa, a Socodeth, que faz parte do leque de outras que constituem o Grupo Chico Maria. O crescimento das diferentes unidades empresariais teve, segundo o entrevistado, um impulso positivo de pessoas ligadas à gestão de terminais e estru- turas portuárias do país dos quais cita Leonel Pinto e Sílvio Vinhas que deram oportunidades de operar no ramo da estiva. Com o empresário e sócio, Manuel Inglês, a empresa evolui para o ramo da construção e formação profissional Os investimentos do grupo estão na ordem dos dezoito milhões de dólares e pensa alargar os seus negócios para o exterior do país, tendo como prioridade a República de Moçambique onde já foi feito por parte de uma entidade francesa que opera naquela província, o convite para que esta empresa opere nas terras do Índico. 16 Março 2012 07 «Ficou a promessa da negociação das taxas bonificadas para os empresários na ordem dos 5 por cento ou, quiçá, 10 por cento. Isto está em análise e segundo o que sei já há propostas a serem analisadas» está a efectuar obras de construção de pontos de fornecimento de água no município da Baía Farta. Essas estruturas que estão a ser erguidas pertencem à Estação de Tratamento de Águas da província, sob a responsabilidade do ministério de tutela, portanto creio que as aberturas vão sendo dadas de acordo às oportunidades que surgem, desde que nós, enquanto entidade privada que presta um serviço público, saibamos executar tudo quando nos for incumbido. Ainda nesse domínio, pensamos que em breve entraremos na senda da exploração, tratamento e comercialização de água mineral, no vale do Cavaco uma vez que Benguela é uma província rica em recursos hídricos. Os estudos laboratoriais já foram feitos, aguardamos apenas alguns resultados para que possamos criar outras condições no sentido de passarmos à fase seguinte. facilitado pela descentralização, “arejando” o fluxo destes meios marítimos e uma redução considerável do tempo em que estes atracam nos portos angolanos. Não acha que essa descentralização deveria ser feita de um modo geral, facilitando a acção dos privados junto das instituições de interesse público? Essa descentralização não foca só o Porto do Lobito, penso que é uma política que está a ser adoptada pelo executivo local, à luz de orientações superiores e nós, enquanto empreendedores sentimos os seus efeitos. Só como exemplo, a Estação de Tratamento de Águas de Benguela tem uma empresa que trata da manutenção dos seus equipamentos, essa responsabilidade foi alocada a uma entidade privada denominada Socodeth, que, felizmente, faz parte do nosso grupo empresarial. E ainda nesse domínio, a empresa IV Sente que Benguela tende a corresponder à dinâmica que se pretende imprimir na industrialização do país? Sem sombra de dúvidas, cremos que o biénio 2012-2013 trará bons resultados. Uma das justificações está no que eu já frisei atrás: o relançamento dos Caminhos-de-Ferro de Benguela que em breve vai estender a chegada do comboio até ao Luau e consequentemente à Zâmbia. É uma estrutura que responde aos padrões exigidos internacionalmente com a criação de uma estação que responde a esse nível, e isso não deixa de ser uma mais valia. Dentro do Porto do Lobito ainda temos em perspectiva a criação do cais mineiro. Segundo os seus administradores Anapaz de Jesus e Pedro Joaquim, virá a ser um ponto de grande interesse para o sector. A criação do aeroporto internacional da Catumbela vai, sem dúvida, permitir uma menor movimentação das pessoas de Benguela para Luanda, que queiram chegar a outros pontos do país, visto que é da capital onde se estendem as rotas aéreas para outros pontos do território. Com esse aeroporto a realidade será diferente e descongestiona o aeroporto de Luanda. Isso leva a crer qualquer empreendedor que Benguela começa a dar passos significativos para que se consolidem as metas de industrialização, dando um contributo ainda maior para a economia do país. Sentem alguma limitação nas vossas iniciativas, tendo em conta a falta de abertura por parte das instituições financeiras e a descentralização que ainda não é visível em outras estruturas, directamente ligadas ao sector económico, permitindo uma ac- ção mais acutilante por parte do empresariado nacional? Uma das grandes valias para o desenvolvimento seria a descentralização de muitas áreas ligadas ao sector económico. É importante frisar que a concorrência de mercado evolui qualquer sociedade, é preciso que tenhamos cada vez mais empresas a concorrer entre si porque só assim poderemos visionar desenvolvimento social a todos os níveis. Potencializar o empresariado local é uma das políticas defendidas directamente pelo chefe de estado e, em encontros mantidos pelo presidente com grupos de empresários, essa ideia foi muito clara: potencializar cada vez mais o empresariado nacional. Devemos ter mais oportunidades para prestar outros serviços, sem excluir as linhas de crédito, com financiamentos direccionados, sem excluir parcerias. Outro aspecto importante é não colocarmos de parte a concorrência internacional porque esta também virá a permitir que haja uma maior diversidade e preocupação num serviço de qualidade por parte dos nacionais. É importante que cada um de nós sinta que é prestado um serviço que se adeque ao salário do consumidor final. Ficou a promessa da negociação das taxas bonificadas para os empresários na ordem dos 5 por cento ou, quiçá, 10 por cento. Isto está em análise e segundo o que sei já há propostas a serem analisadas. Penso que terá um efeito positivo nas nossas actividades. Como qualquer banco do mundo há garantias que devem salvaguardar os bancos. Deverá haver maior dinâmica na interacção entre os bancos comerciais e sente-se ainda alguma restrição no financiamento para alguns empresários mas isso é como tudo porque afinal de contas é um processo que está em desenvolvimento. Essa restrição dos bancos junto de alguns empresários é fácil de entender diante da dinâmica que se pretende imprimir? A dinâmica da vida dita que os fracos alimentam os fortes. No meu entender vejo que os mais fortes conseguem liderar e contornar melhor esse processo. Penso que cada um de nós deverá lutar para ser um dos fortes, mas como disse atrás, é um processo em as aberturas vão sendo feitas porque antes tínhamos apenas dois bancos e hoje o crescimento é notável no domínio da banca. Temos mais de uma dezena de bancos. Com isso, em função das políticas que as entidades adoptam vão sendo dadas as aberturas necessárias. Em que área considera funda- mental investir, dada a extensão de negócios que o grupo Chico Maria tem? A formação da população do sul de Angola é a condição primordial para o desenvolvimento. Queremos apostar basicamente na criação de mais escolas e na evolução de infraestruturas básicas para que o povo seja muito bem servido, havendo uma maior ligação do campo para a cidade, sem uma interdependência entre si, tirando a necessidade das pessoas movimentarem-se e fixarem residências nas grandes cidades, permitindo assim a descentralização e ao mesmo tempo que cada um encontre o bem estar na localidade onde nasceu. Isso não será uma meta que deve ser traçada a longo prazo? Até antes de 2009, antes da crise, os níveis de desenvolvimento estavam muito bem claros, e segundo a experiência que tivemos enquanto entidade empresarial directamente ligada ao Gabinete de Reconstrução Nacional, enquanto entidade executiva para transitários na empresa 5M, nas instalações da Sonils, acompanhámos o embrião da construção da nova centralidade da Lunda-Norte. A crise económica acabou por levar a repensar muitas estratégias nas quais o executivo sentiu-se também afectado. Creio que, com as eleições que se aproximam, as coisas poderão ter uma dinâmica maior. É bom que essa crise passe para que os investimentos sejam eficazes. Acha que os níveis de investimento no sul de Angola já são de realce, a ponto de serem colocados ao nível dos grandes investimentos no país, de um modo geral? Só não vê quem não quer. A nível do sul de Angola começam a despontar estruturas resultantes de investimentos que estão a ser feitos. No domínio das obras públicas, as estradas são uma realidade, a criação de unidades fabris que vão contribuir para o desenvolvimento do sector económico na região também. As unidades hoteleiras crescem cada vez mais, visto que a zona sul começa a crescer consideravelmente em termos de interesse turístico. Outra grande potencialidade é o sector agrícola, em que verificamos que cada vez mais se consome o produto nacional proveniente do campo em detrimento dos bens importados. Penso que desta forma e com maior abertura para os empresários, Benguela e outras províncias da região sul só tendem a crescer e ser um suporte muito forte para o desenvolvimento do país. 08 16 Março 2012 Conjuntura O Presidente da República assinou um decreto que aprova o Programa de Apoio às Micro, Pequenas e Médias empresas com um valor de um bilião, oitocentos e vinte e cinco milhões de dólares Segundo especialista da Accenture Défice ténico acentuado no capital humano de Angola Quintiliano dos Santos O que dizem os participantes A terceira edição do “CEO Experience” juntou quatro responsáveis de empresas públicas e privadas que operam no país, que debateram os desafios na busca de talento para o sucesso das suas organizações. ANTÓNIO Henriques da Silva, PCA da TPA, reconheceu que a dinâmica de desenvolvimento do sector da comunicação social está a impor novos desafios. Sem avançar quais, o homem que tem a responsabilidade de “reestruturar” uma das empresas mais mediáticas no país, disse que o “modelo de funcionamento das empresas ligadas ao sector público têm uma tendência de evolução”. De acordo com o homem-forte da TPA, está a ser implementada na empresa que dirige uma cultura que resulta numa maior motivação, maior desenvolvimento, maior valorização daquelas que são as competenciais e do ponto de vista empresarial acabam por criar motivação pessoal e ter um resultado no seu todo considerado diferenciador. Diego León, responsável da Accenture para área de Talent e Organization na Europa, África e América latina “O capital humano angolano tem uma formação superficial com um défice técnico acentuado”. A afirmação é do responsável da Accenture para área de Talent e Organization na Europa, África e América Latina. Diego León fez esta afirmação em declarações ao Novo Jornal, à margem da terceira conferência “CEO Experience” que se realizou esta semana em Luanda. “O capital humano angolano tem uma boa educação de base, mas é superficial, falta uma educação técnica mais profunda e mais generalizada”, disse. León considera que o país “deve eleger as especialidades técnicas que mais precisa onde deve investir em grande escala”. Porque as necessidades devem ser definidas de forma segmentada virando-se para aquilo que mais falta faz. “Por isso as organizações angolanas devem fazer um exercício de inventário, o conhecimento que têm das suas organizações, e também planificar o que vai ser necessário nos próximos anos para poder traçar o caminho do sucesso”. Com o lema “Os novos desafios da liderança e gestão de talento”, o evento promovido pelo Semanário Expansão e a Accenture Angola, serviu também para que responsáveis de algumas empresas públicas e privadas pudessem dar a conhecer as “contrariedades” na busca de quadros capazes de satisfazerem as necessidades das suas organizações. Apesar de Angola ainda ter um caminho a percorrer no que toca à busca da excelência, a figura principal do seminário reconheceu que este não é um problema exclusivamente nosso. Até porque as “pessoas são um recurso escasso e complexo”. Assim os líderes das organizações devem ter a preocupação de olhar para elas com a máxima simplicidade e de forma aberta. Algumas regiões vão vivendo este fenómeno com mais intensidade, é o caso do continente africano devido à pouca oferta existente e também à satisfação das necessidades dos profissionais. “A principal dificuldade está na grande diferença que existe entre a oferta e a procura. Existe pouca oferta e isso produz um efeito muito negativo nas organizações dos países africanos, porque aumenta artificialmente os custos e os vícios, dificultando a atracção de pessoas”, explicou Diego León. O bom desempenho ou o sucesso de um talento está intimamente ligado ao desempenho dos líderes nas empresas, porque o talento não nasce, faz-se. E é aqui onde as empresas que actuam no país devem centrar as suas atenções para evitar deslocações constantes de trabalhadores. Fazendo fé nas afirmações do “especialista” não existe um modelo de liderança específico, este tem a ver com o momento concreto, embora estes devam ter algumas características para o sucesso da sua gestão na organização. Assim os líderes devem adoptar entre as muitas particularidades a comunicação, empatia… Na execução das tarefas deve orientar com vista à obtenção de resultados satisfatórios enquadrados em um pensamento analítico sem esquecer a organização de todo o trabalho de forma compreensiva e comprometedora, para incutir autoconfiança e capacidade de discussão e optimismo no seio da organização. Sabendo que os desafios na busca de talentos e a interacção no seio da organização para reter ou desenvolver uma ligação positiva entre os líderes e impedir o abandono constante de trabalhadores da organização, o responsável da Accenture aponta alguns caminhos de liderança que podem definir o sucesso de qualquer estrutura. “É importante explicar os resultados da empresa aos colaboradores, dar a conhecer a visão da organização, estar presente e ser visível”, lembra Diego Léon. É também importante criar uma cultura de mobilidade interna e externa para aproveitar melhor os técnicos. faustino Diogo Emídio Pinheiro, CEO do BFA, apontou a inovação e dinâmica como questões importantes no mercado financeiro em que actua, mas o grande problema na banca assenta na mobilidade dos trabalhadores que provocou uma “fuga” da instituição de 8% de técnicos. No entanto, assume que o banco tem um quadro de profissionais significativo e procura permanentemente gente que vê uma oportunidade de sucesso ao trabalhar na sua instituição. Fernando Assunção, administrador da Mundial Seguros, disse que o crescimento do sector obrigou a empresa a contratar alguns estrangeiros por falta de opções. Mas têm apostado na formação para alterar o quadro, embora em algumas áreas muito dificilmente o cenário vai alterar-se. “Para retermos os nossos quadros temos condições atractivas. Temos apostado em quadros jovens sobretudo na área comercial. E ainda temos um plano de carreira que permite aos funcionários identificarem onde vão estar depois de um certo tempo”, concluiu. José Manuel Ganga Júnior, director da Sociedade Mineira do Catoca, apontou a multiplicidade de especialidades no desenvolvimento da actividade mineira como um entrave na obtenção de técnicos. Para contornar esta situação está em curso um programa da academia corporativa para criar um programa sustentável dentro do projecto Catoca. A mobilidade de técnicos também é uma realidade nesta organização. F.D. Quintiliano dos Santos 16 Março 2012 09 Opinião Rota meridional “Daqui ... da minha mutala! José Severino* Jonuel Gonçalves O Garimpo da água A água continua a ser um dos maiores “calcanhares de Aquiles” da economia e da sociedade em Angola, com margens deficitárias reconhecidamente desproporcionais ao manancial nacional. No inicio deste mês, o PCA da EPAL, Leonídio Ceita, mencionou um tema agravante de grandes proporções: o roubo do produto com perfuração das condutas. Acompanho este tema com alguma assiduidade desde 1993 quando constatei o facto numa conduta da barragem de Calueque. Atribuí então a facilidade com que a pratica ocorria à lo- calização remota daquela instalação e à então fase de guerra. Mais tarde constatei que, com o avanço do mercado hídrico paralelo, a mesma virou moeda corrente na capital e outras cidades do país. É uma perda considerável e suplementar, já que nas redes de distribuição - mesmo em metrópoles desenvolvidas - parte da produção perde-se e nem chega ao consumidor. Por exemplo, em São Paulo perdem-se quase 2 mil milhões de litros diários, ou seja 28,5% do que entra nas condutas. A maior parte dessas perdas relacionam-se com a idade da tubulação mas também com desvios clandestinos. Tóquio tem na matéria um desempenho notável com apenas 4,7% de perdas. No caso luandense, considerando que a EPAL tem uma produção mensal média da ordem dos oito mil milhões de litros - tomando como representativo junho de 2011 conforme balanço daquele semestre do Programa de Governo - as perdas causadas pelo estado de parte da rede são já em si elevadas, ou seja, o que a empresa envia para o consumidor é superior ao que a este chega. Se alem desse problema, as perfurações dão lugar a captação ilegal avultada, - como acontece - temos de facto uma diminuição enorme no abastecimento concreto e uma agressão económica caracterizada. É matéria suficiente para uma investigação sobre as quantidades roubadas e seu destino tão detalhado quanto possível. Por duas razões: 1) há perfurações para auto-abastecimento, quer dizer, de pequenos grupos populacionais desprovidos de fornecimento canalizado ou em torneiras publicas ou ainda sem meios para pagar o paralelo; 2) há perfurações com objetivos comerciais, geradores de elevados lucros e incidência até na taxa de inflação. Estamos a falar de investigação técnico-socioló- gica. A vertente judicial é para ser acionada à parte: ou após os resultados da pesquisa técnica ou em casos de flagrante delito. Outro aspecto do consumo e produção de água que agrava as insuficiências do produto e põe em risco a viabilidade das empresas, é o não pagamento do serviço. Em Benguela e Lobito foi noticiada a persistência desse fator, duas cidades onde a faturação ainda se faz por estimativa, mas mesmo assim não há justificativa para fuga ao pagamento. É bom lembrar que a água, a partir do momento em que é captada e enviada para as infraestruturas, passa a ser um produto, com inserção de tecnologia e mão de obra, implica investimentos e custos Se não for paga pelo consumidor na proporção do consumo, será inevitavelmente paga pelos contribuintes ou por transferência de recursos oriundos de outros setores. Ao mesmo tempo, ficamos a saber que nas cinco zonas do município de Benguela foram distribuídos em fevereiro cerca de 725 milhões de litros (conforme despacho da Angop expresso em metros cúbicos ) equivalente a um per capita diário de pequena dimensão. Nestas condições é fácil imaginar os efeitos e o significado dos desvios. Redigido segundo o acordo ortográfico A produção de cereais, os argentinos e nós Quando um especialista ligado ao sector público vem definir que o objectivo fundamental é chegarmos a 15.000.000 (quinze milhões) de toneladas de cereais, mas referindo sem titubear que só previmos para este ano de 2012 um aumento de 300.000 (2.0%) e só, todos o sabemos, então as barrigas continuam à espera da importação e por muitos anos, o que é grave para quem tem potencial para ser celeiro em África. Os recursos que o BDA tem são suficientes, digamos, apenas para três ou quatro províncias e nós somos 18 e como a manta é curta, então a gestão dos financiamentos tem de ser esticadinha, morosa ou tornar-se numa mantinha de retalhos. Nessa condição, sem se criarem cadeias técnicas sustentáveis e evolutivas e apenas de ténues esperanças, que se dissipam quando se vê que a nossa produção de cereais, no quadro da SADC, mesmo que especulando, não chega a 10.0% do que a África do Sul produz. A nossa alimentação de base passa muito pelo milho, seja farinha, seja fuba (são coisas diferentes), mas carne e ovos, também dele precisam, pois suínos e galináceos vivem dele (do milho). Até mesmo as vacas leiteiras! Numa altura de invasão argentina, o celeiro da América latina, será pois bom que não venham apenas com tanta quinquilharia como a concorrência da China e do Brasil, como em autênticos assaltos à nossa balança de pagamentos, por via das suas exportações, mas que partam para o interior e mostrem por que são hoje dos maiores produtores mundiais de trigo e de milho. Claro que isto também depende de nós, BDA, tutelas e outros, devendo entenderse que agricultura não depende apenas de quem a tutela, mas deve ser entendida como tarefa transversal, quer central quer local e que o sector privado não pode ser olhado como um mal necessário, seja ele micro ou extensivo. Como tal, entendemos que não é tempo de se adoçar a pílula com promessas sobre promessas, e orientarmo-nos, sim, para mudanças profundas, se queremos alterar o quadro. Assim, nós, agricultores angolanos, nesta corrida para a Produção e com ela não querendo continuar a parasitar à volta dos barris de petróleo e por isso, deve ficar bem expresso que nunca se atirará com a toalha ao chão. Essa ....não! Mas sim e por isso a nossa chamada de atenção. (*)PRESIDENTE DA ASSIOCIAÇÃO INDÚSTRIAL DE ANGOLA (AIA) Numa altura de invasão argentina, o celeiro da América latina, será pois bom que não venham apenas com tanta quinquilharia como a concorrência da China e do Brasil 10 16 Março 2012 Mercados Dados cedidos pelo ACTIVIDADE ECONÓMICA Sentimento de confiança da economia alemã sobe bruscamente O índice de confiança alemão de €1 bilião ($1,3 biliões) feita lares e os sinais de melhoria ZEW cresceu no mês de Março, pelo BCE ao mercado financei- na crise da dívida soberana. superando as previsões dos ro, para desbloquear o crédito Segundo a publicação feita economistas, após a injecção das empresas e dos particu- pelo Centro de Estudos Euro- Indicadores da Actividade Económica (1º trimeste de 2012) taxa de juro Balança Actividade económica peu (ZEW Center for European Economic Research), o índice subiu de 5,4 em Fevereiro para 22,3 pontos em Março. As “terras raras” chinesas no centro de todas as atenções As restrições chinesas sobre as exportações de terras raras, minerais indispensáveis à indústria, estão novamente no coração de um conflito perante a Organização Mundial do Comercio (OMC), depois dos EUA, a União Europeia e o Japão terem apresentado uma queixa. Washington, Bruxelas e Tóquio pediram “consultas” sobre o assunto, antes de um futuro julgamento da Organização sedeada em Genebra. O conflito concerne a 17 elementos químicos chamados “terras raras”, tendo em conta que são difíceis a encontrar e extrair, assim como dois outros metais, ou seja, o tungsténio e o molibdénio. O Presidente americano Barack O PIB da Itália navega em águas profundas O país, ancorado na austeri- consecutivos. Em ritmo anual, dade, entrou em recessão no o PIB recuou 0,4% no quarto fim de 2011 com o recuo do seu trimestre contra uma primeira PIB de 0,7% no quarto trimestre estimativa de -0.5% publicada em termos homólogos, confir- no dia 15 de Fevereiro, salientou mou na Segunda-feira dia 12, a ISTAT no seu comunicado. No segundo a publicação do Insti- conjunto de 2011, a Itália registuto de Estatísticas ISTAT na sua tou um crescimento de 0,5% em estimativa definitiva. Esta nova números corrigidos contra 0,4% contracção da economia, depois previsto inicialmente. O PIB do daquela de 0,2% registada no país baixou no quarto trimestre terceiro trimestre, marca a en- devido a uma queda da procura trada da terceira maior economia (importações em baixa de 2,5% da Zona Euro na recessão, carac- em relação ao terceiro trimestre terizada por um recuo do PIB du- e o consumo recuou 0,7%). Sem rante pelo menos dois trimestres apoio claro para a retoma eco- Obama, acusou nesta Terçafeira a China de violar as regras do comércio internacional, impondo restrições nas suas exportações de “terras raras”. “Se a China deixasse simplesmente o mercado funcionar por ele próprio, nós não teríamos nenhuma objecção, mas a política o trava actualmente e viola as regras que a China aceitou seguir”, declarou Barack Obama numa intervenção transmitida em directo na televisão. “Temos uma boa relação económica construtiva com a China, e cada vez que isso é possível, comprometemonos a trabalhar com este país para informar sobre os nossos receios. nómica, o país deverá conhecer novamente níveis do PIB só co- nhecidos durante a crise financeira de 2008. Evolução do PIB Italiano Fonte: Bloomberg movimentos não foram anunciados. A SEC está investigar se as negociações não tinham exposto os investidores a fraude, porque as empresas de capital fechado não são obrigadas a divulgar números chaves, tais como receitas, fluxo de caixa e o nível de endividamento, e frequentemente carregam restrições, inclusive sobre vendas de acções. Felix Investmet, sedeada em Nova Iorque, cria veículos comuns de investimentos através dos quais os investidores podem comprar acções de empresas não cotadas, incluindo o Facebook Inc. e Twitter Inc.. A SharesPost, enquanto, ajuda, através da sua plataforma, os compradores e vendedores das acções a encontrarem-se. O fundo hedge Paulson & Co. perde um Director e ganha um concorrente financeiras há quatro anos, deverá sair do Fundo Hedge, Paulson & Co., que tem $23 mil milhões em activos sob gestão, para criar o seu próprio fundo hedge em acções. rá recuar 5% relativamente a 2011. Para o responsável europeu da marca nipónica, Didier Leroy, as previsões da Toyota “são cautelosas” ten- do em conta a incerteza de como os consumidores se vão comportar perante a crise económica. No ano passado, a Toyota vendeu 822 mil veí- A Toyota conquista o mercado europeu O gigante automobilístico Toyota teve vendas muito superiores este ano no mercado europeu. Apesar do clima económico de crise, o grupo es- pera vender 835 mil veículos na Europa, incluindo no mercado russo, em 2012, mas que na Europa Ocidental, o número de carros vendidos pode- de RD para BFitch sobe rating da Grécia quatro níveis após conclusão do perdão de dívida. 2,40% 2,30% 3,30% -0,26% 5,50% 3,90% 6,25% 4,60% 8,30% -3,00% -8,25% 0,25% 0,51% 2,11% - 1,00% 0,99% - 8,60% -2,00% - 0,50% 0,96% 2,32% 4,50% 1,70% - 0,10% 0,24% 1,06% 10,50% - 6,00% -2,20% -2,45% 9,88% - - - 3,50% - - - 6,50% - -4,30% - 5,50% 5,74% 6,80% 6,00% -0,20% 7,13% 8,57% - - Taxas de JURO TBC- 63 dias TBC- 182 dias EURIBOR 1 M EURIBOR 6 M EURIBOR 12 M LIBOR 1 M LIBOR 6 M LIBOR 12 M MOEDA AKZ AKZ EUR EUR EUR USD USD USD 12-Mar-12 6,73 6,80 0,482 1,193 1,527 0,242 0,744 1,055 Var. Sm. Bp 24 0 -4 -5 -5 0 0 0 Var. Ac. Bp -36 0 -63 -47 -46 -5 -6 -7 Var. Sem. 0,00% -0,41% -0,30% -0,67% -1,47% -0,23% 4,91% 0,30% Var. Acum. 0,03% 2,12% 7,94% 0,75% 0,15% -5,90% -0,88% 0,51% Taxas de CÂMBIO SPOT Cotação USD/AKZ EUR/AKZ ZAR/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/ZAR USD/BRL USD/CNY 12-Mar-12 95,547 126,246 12,720 1,3147 1,5638 7,5645 1,8211 6,326 12-Mar-12 12.951,42 1.371,09 2.977,02 5.941,47 66.315,83 5.571,12 9.889,86 Var.Sem. 0,33% 0,50% 0,63% 1,13% -0,96% -1,43% 1,97% Var.Acum. 3,97% 7,36% 12,39% 4,24% 12,39% -2,28% 16,97% Commodities EMPRESAS Robert Lacoursiere, Director dos investimentos em acções 2,10% -0,30% 0,40% 1,65% 1,90% 8,00% 2,40% 3,70% Índice DOW JONES S & P 500 NASDAQ FTSE 100 BOVESPA PSI 20 Nikkei 225 SEC: a policia da bolsa americana identifica fraudes vem investigar a comercialização de participações em sociedades de capital fechado há mais de um ano, também vai tomar providências em relação à SharesPost Inc., uma plataforma para negociação de títulos de startups de capital fechado, segundo duas pessoas, com conhecimento na matéria, que não quiseram ser identificadas porque os EUA Zona Euro Reino Unido Japao Brasil China África do Sul Russia Mercados Accionistas mercados A Securities and Exchange Commission (SEC) está preparar uma sanção contra a Felix Investments LLC sobre negociações de acções de empresas privadas. Esta é a primeira acção a emergir a partir de uma ampla investigação das transacções envolvendo empresas “start up” não cotadas. A reguladora norte-americana de valores mobiliários, que PAÍS Var. PIB IPC Desmp Externa/ Fiscal/ Banco 3 Meses Notas 10 Real (A/A) Anos C. PIB PIB (A/A) 22,3 pontos Confiança alemã, no mês de Março, no melhor nível dos últimos 2. Matérias primas Brent Crud oil (Angola) Gas Natural Ouro Spot Platina 12-Mar-12 129,05 106,34 2,27 1.701,63 1.688,10 Var. Sem. 1,76% -0,36% -3,86% 0,05% 1,63% Var.Acum. 19,12% -4,71% -99,96% 8,70% 21,10% culos na Europa, apesar do terramoto e do tsunami que atingiu o Japão em Março e que interrompeu a cadeia de produção e de abastecimento da empresa. A Toyota conquista o mercado europeu O gigante automobilístico Toyota teve vendas muito superiores este ano no mercado europeu. Apesar do clima económico de crise, o grupo espera vender 835 mil veículos na Europa, incluindo no mercado russo, em 2012, mas que na Europa Ocidental, o número de carros vendidos poderá recuar 5% relativamente a 2011. Para o responsável europeu da marca nipónica, Didier Leroy, as previsões da Toyota “são cautelosas” tendo em conta a incerteza de como os consumidores se vão comportar perante a crise económica. No ano passado, a Toyota vendeu 822 mil veículos na Europa, apesar do terramoto e do tsunami que atingiu o Japão em Março e que interrompeu a cadeia de produção e de abastecimento da empresa. 8,4% Desemprego no Reino Unido atinge, no trimestre terminado em Janeiro, o nível mais elevado dos últimos 17 anos. 16 Março 2012 Fecho 11 O secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, José Amaro Taty, considerou no Huambo, preocupante o estado de degradação em que se encontram alguns institutos de investigação agronómica e veterinária Empreendedorismo em Angola abordado em livro O livro “Empreendedorismo em Angola. Entre as ideias e a acção”, foi apresentado na quarta-feira, 14, em Luanda. A obra é de autoria do jornalista angolano Sebastião Marques. Numa linguagem clara, com exemplos práticos, o autor leva os seus leitores a uma viagem pela história do empreendeorismo. Nas cerca de cem páginas, Sebastião Marques mostra a sua preocupação com os aspectos didácticos da comunicação e a realidade empreendedora em Angola que é abordada nos seus mais diversos momentos históricos. Por outro lado, o autor indica também alguns dos principais sectores para investir em Angola, naquilo que chamou de “minas para empreendedores”, onde destaca o agro-negócio enquanto conjunto de comércio relacionado com a agricultura. No livro, Marques diz que “é na espiral de crescimento que nascem cada vez mais iniciativas de promoção de novos empreendedores locais”, numa combinação de criação de instituições profissionalizantes, “mudança legislativa para a fa- cilitação de criação de pequenas e medias empresas e promoção junto dos bancos comerciais”. Para dar substância concreta à sua crença na capacidade empreendedora dos angolanos, o autor selecciona na base de um inquérito, vinte jornalistas económicos, um conjunto de 52 empreendedores nacionais, constantes de uma lista elaborada pelo mesmo. Segundo Sebastião Marques estes empreendedores foram “citados como fazedores de diferença no país”. Investir na diversificação Presente no acto de lançamento, Francisco Queiroz, mestre em Ciências Jurídicas e Económicas, disse que a obra de Sebastião Marques é um “grande contributo” no domínio intelectual dos empreendedores. Para além das acções práticas que qualquer pessoa desenvolve para a realização de um negócio, é necessário compreender que do ponto de vista da ciência e da técnica, a questão da formação específica motiva qualquer pessoa a empreender. Sobre o estado do empreendedoris- mo em Angola, o também professor universitário disse que é um sector em franco crescimento e o Executivo tem dado o devido apoio e incentivo para o surgimento de novos empresários. Prova disso, disse o académico, é a criação do Balcão Único do Empreendedor (BUE), criado por decreto presidencial. Fracisco Queiroz afirmou que, o “BUE” nasce em função das preocupações do executivo angolano de auscultar os empresários e a sociedade no seu todo sobre as suas principais dificuldades e anseios. Na verdade “já era sem tempo a criação de um órgão desta natureza para facilitar a criação de negócios sem burocracia e, sobretudo a descentralização do empreendedorismo de Luanda para as outras províncias”. “Com esse decreto, a esperança é que os empresários e os empreendedores angolanos prossigam com a sua actividade de forma mais simplificada e que com isso a economia se diversifica”, referiu Queiroz. Numa fase em que se assiste em Angola à expansão do investimento privado a todo o vapor, Fracisco Queiroz realçou que o investimento é livre em qualquer área. Mas, segundo o mestre, aquilo que parece ser a grande preocupação do Executivo e dos programas do Governo é o urgente investimento “a sério” no domínio da agricultura, turismo, agro-indústria, pescas e outras áreas que contribuam para diversificar a economia, de forma a não torná-la refém do sector extractivo (petróleo e diamantes). Todavia, o investimento que se poder fazer nas outras áreas e que contribuem para a diversificação e aumento das exportações e a diminuição das importações são, de acordo com Francisco Queiroz, sempre bem-vindos. DOMINGOS BENTO Refriango continua a investir em novos produtos Blue com sabor tropical “Tropical morango” é o novo sabor da marca Blue, que foi apresentado na sexta-feira, 9, em Luanda. O novo gosto que vem somando mais um nos dez paladares já existentes, perfazendo assim um total de onze sabores, é o novo desafio da empresa Refriango para os seus consumidores. Eurico Feliciano, director de marketing operacional da Refriango, empresa detentora da marca, disse que o objectivo é fazer do “tropical morango” um sucesso de venda ao mesmo nível de comercialização como têm sido os outros sabores da blue. Cerca de oitocentos mil dólares é o valor investido para a produção da nova bebida. De acordo com Eurico Feliciano, a empresa vai ter um investimento maior agora em termos de activação da marca no mercado, porque segundo o mesmo, são cus- tos internos que a organização terá com a equipa de desenvolvimento do produto, marketing e vendas. “No fundo é a conjugação dessas três equipas que fazem com que os sabores sejam lançados e mantidos no mercado”, afirmou aquele responsá- vel. Feliciano lembra que a empresa não lança nenhum produto sem que antes o consumidor final aprove através de estudos rigorosamente efectuados. O profissional da Refriango fez saber ainda que, em termos de produ- ção, prevê-se chegar aos dez milhões de litros do novo sabor ao longo de 2012, um ano que se perspectiva de enormes desafios, tendo em conta a necessidade que a empresa tem neste momento em consolidar cada vez mais os seus produtos noutros seis países em que está presente (Moçambique, Namíbia, Benin, Congo, Togo e Portugal). Questionado sobre o estado das vendas no único país europeu para onde exportam, Portugal, Eurico Feliciano explicou que a crise económica na zona euro não tem influenciado a comercialização das marcas da Refriango naquele mercado. Segundo disse, a aposta da empresa no circuito português é um trabalho que está “a começar a ser construído agora e que tem pela frente um longo caminho a percorrer”. DOMINGOS BENTO Questionado sobre o estado das vendas no único país europeu para onde exportam, Portugal, Eurico Feliciano explicou que a crise económica na zona euro não tem influenciado a comercialização das marcas da Refriango naquele mercado