TRANSCRIAÇÕES E INSPIRAÇÕES: A POESIA NO ESPAÇO URBANO
Aluno: ALAN CARDOSO
Colaboradores:
Orientador: ANNA PAULA SOARES LEMOS
Curso / Instituição de Ensino Superior: PPG HUMANINDADES, CULTURAS E ARTES
Introdução / Objetivos / Material e Métodos / Conclusões / Resultados / Referências Bibliográficas
2014 foi o ano de Julio Cortazar. 100 anos de seu nascimento e 30 anos de sua morte. Propôs-se, então, em homenagem,
a leitura e análise de contos do livro "Todos os fogos, o fogo" e "O jogo da amarelinha". Tratar dos contos de "Todos os
fogos, o fogo" e de "O jogo da amarelinha", onde os personagens oscilam e brincam com o leitor, gera material que
provoca análise do mundo contemporâneo apontando em Cortázar uma atualidade possível em um mundo midiatizado
com múltiplas vozes e possibilidades. A figura de Julio Cortazar na literatura gera contradições e opiniões diversas. Há
quem ache que é uma literatura menor e que é supervalorizada no Brasil. No entanto, seu valor como literatura
contemporânea é inegável. Um autor que rompe com a estrutura linear do romance clássico, vale ser apresentado a
alunos que tem em média 16-17 anos e que já se educaram em um processo polifônico e em que a não-linearidade e a
velocidade são o que impera.
Durante o desenrolar desta pesquisa, é posta em prática uma dinâmica interdisciplinar entre projetos de iniciação
científica para alunos do ensino médio. Juntamente como os projetos dos professores José Carlos Sebe e Joaquim
Oliveira, se define uma proposta comum: Bruna Beber, Carolina Maria de Jesus e Júlio Cortázar lidos por todos, pela
perspectiva da Filosofia, da História e das Letras. Propõe-se, então, uma metodologia que estimula a livre interpretação
através de desenhos, de paráfrases e paródias, de intertextos diversos. Com tal metodologia se visa promover o capital
individual dos alunos, trançando questões estéticas com análise de conteúdo.
Alguns motivos nos fazem acreditar nos resultados positivos que se podem colher dessa prática interdisciplinar também
com os projetos de ensino médio. Acima de tudo, é preciso entender que alunos, numa faixa etária entre 15 e 17 anos,
gostam de trabalhar em grupo. Fazer leituras e apresentar um autor, para eles ainda desconhecido, em uma conversa
entre professor e aluno, sem compartilhar os saberes com meninos da mesma idade, parece improdutivo e desmotivante.
Movidos pelo diapasção do afeto, esses três professores de áreas variadas, trabalhando com autores diferentes, em
contos, poemas e diários, reúnem-se para descobrir o mesmo horizonte dentro de suas propostas individuais: o estímulo
à leitura e a perspectiva do relato, do sonho e da interpretação da cidade como pontos em comum. Uma atitude
interdisciplinar lúdica, estimulante de invenção de regras, em riscos e rabiscos que começam contando e recontando os
contos de cada um dos autores propostos até chegarem a jogos oníricos.
O resultado desse trabalho interdisciplinar integra o livro "Aventuras oníricas, experiências pedagógicas em narrativas,
textos e imagens", já finalizado e no prelo, de autoria desses mesmos professores e do mestrando Felipe Trianni. Obra
que também conta com a apresentação da pesquisa empírica sobre narrativas oníricas realizada por estudantes do
mestrado deste programa, que também contou com a orientação desses professores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACHELARD, G. A poética do espaço. Rio de Janeiro: Eldorado, s.d..
BEBER, B. Rua da padaria. Rio de Janeiro: Record, 2013.
COLI, J. A obra ausente. In: SAMAIN, E. (org.) Como pensam as imagens. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2012.
CORTÁZAR, Júlio. O jogo da amarelinha. Edição comemorativa 50 anos. RJ: Civilização Brasileira, 2013.
CORTÁZAR, J. Todos os fogos, o fogo. Tradução: Gloria Rodrigues. RJ: Civilização Brasileira, 2002.
JESUS, C. M. de. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. Editora Ática: São Paulo, 2004.
MARTINS, J. de S. (Org.).(Des)Figurações. A vida cotidiana no imaginário onírico da metrópole. São Paulo: 1996
Bolsa de Iniciação Científica (IC):
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PROPEP 2015