O adolescente e os sites de relacionamento virtual:Tipos de uso, III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação auto-estima e apoio social PUCRS Autor:Mestranda Rosane Cristina Pereira Spizzirri [email protected] Orientadora: Dra. Adriana Wagner [email protected] PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE PSICOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA Grupo de Pesquisa “Dinâmica das Relações Familiares” Av.Ipiranga,6681 Porto Alegre-RS Resumo Esta pesquisa busca conhecer o perfil de adolescentes que utilizam a Internet para se comunicar, a partir de uma abordagem quantitativa.Trata-se de um estudo de caráter exploratório que irá investigar o tipo de uso, a finalidade, a freqüência, os dados sociobiodemográficos, a auto-estima e o apoio social percebido pelos 500 adolescentes da amostra . Introdução No contexto familiar contemporâneo convive um novo integrante, o universo virtual. A exemplo disto, o uso do site de relacionamento virtual Orkut, predominantemente por jovens, fez do Brasil o país com maior índice de uso: 60% dos usuários na proporção mundial. Frente a este panorama, esta pesquisa buscará conhecer o perfil deste usuário considerando a relevância deste fenômeno social amplamente divulgado. Há apenas 12 anos atrás, a virtualidade, a globalização eletrônica e outros recursos associados à tecnologia da informação deixaram de fazer parte da ficção. Em 24 de outubro III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2008 de 1995, foi aprovada nos Estados Unidos pelo Federal Networking Council, a resolução que definiu o termo “internet”. O nome foi criado pelos membros da rede Word Wide Web (WWW). A partir deste fato histórico se pode afirmar que a tecnologia virtual revolucionou o mundo e, consequentemente, as relações. Os relacionamentos virtuais favorecem na fase da adolescência uma possibilidade de “refúgio estratégico”, diante da demanda afetiva própria da “crise normal da adolescência” (Knobel & Aberastury,1977). Estar só e, ao mesmo tempo, em meio a uma multidão de amigos, virtuais ou não, parece ideal. Entretanto, pesquisas apontam para a importância do tipo de comunicação que se estabelece nas famílias. Os resultados apontados na pesquisa “A comunicação em famílias com filhos adolescentes”(Wagner, Falke, Silveira & Mosmann,2002) levantam o aspecto do lugar ocupado pela mãe dentro da dinâmica familiar.Dentre as pessoas apontadas pelos adolescentes, ela atingiu um índice de 48% sendo a mais procurada para conversar, seguida pelo irmão mais velho com 17,6% , o pai atingiu 12,2% e o irmão mais novo 2,4%. Nesta pesquisa realizada com 295 adolescentes, 96% afirmaram ter um bom nível de comunicação (real) em casa. No Brasil, existem poucas pesquisas abrangentes na área que apontem para o efeito da comunicação realizada de forma virtual e excessiva, mas a Internet já é classificada como um dos tipos de entretenimento que conduzem ao vício. Isto é o que estudam os psicólogos e psiquiatras do Programa de Orientação e Atendimento de Dependentes (Proad), do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Estima-se que cerca de 2,5 milhões de brasileiros podem ser viciados em Internet, abrangendo 10% da população entre homens e mulheres, de qualquer idade ou classe social (Dados do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo - Projeto de Dependentes de Internet do Ambulatório Integrado dos Transtornos dos Impulsos). Metodologia Este estudo segue uma abordagem quantitativa delineada a partir de um levantamento de caráter exploratório. Essa metodologia de pesquisa tem como finalidade explorar as características psicossociais de adolescentes entre 12 a 18 anos em relação ao uso do computador com a finalidade de se comunicar com as pessoas. O delineamento dessa investigação também visa estabelecer o perfil discriminante dos participantes quanto ao uso de sites de relacionamento e sua relação com as variáveis do estudo.Para atingir os objetivos desta pesquisa, foram aplicados os seguintes instrumentos.1.O instrumento original (Questionari per a nois i noies), construído e validado pela III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2008 equipe do IRQV, da Universidade de Girona, Espanha, (Casas,2007) traduzido e adaptado para jovens brasileiros pela equipe do grupo de pesquisa: “Dinâmica das relações familiares”, sob a coordenação de minha orientadora, Dra.Adriana Wagner.2.O questionário específico sobre a utilização de sites de relacionamento composto por 20 perguntas. Resultados Na literatura e nas bases de dados consultadas, aparecem resultados que apontam uma tendência ao fim da separação entre o mundo virtual e o mundo real.Os diálogos por mensagens são tão intensos quanto um encontro cara a cara e, muitas vezes até mais “íntimos”, segundo Chaves & Luz (2007). Quanto à freqüência, há entre os jovens que utilizam da Internet para se comunicar, diferenças em relação ao gênero e idade. Os adolescentes ainda, cada vez mais, utilizam a web como um laboratório social, para testar os limites do relacionamento.Este estudo encontra-se em fase de coleta de dados amostrais, portanto os resultados definitivos ainda não foram levantados. Referências ABERASTURY, Arminda & KNOBEL, Maurício. La adolescencia normal: um enfoque psicanalítico Buenos Aires Paidós,1977. BRUST, G. O vírus da comunicação. Zero Hora. Porto Alegre, 14 outubro 2006. Caderno Cultura. GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Monografia, Dissertação e Tese. São Paulo: Avercamp, 2004 SOUZA, O. & ZAKABI, R. Imersos na tecnologia - e mais espertos. Veja, São Paulo: Abril, ano 39, n. 1938, p. 66–75, 11 jan. 2006. WAGNER, Adriana. Como se perpetua a família? A transmissão dos modelos familiares. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005. WAGNER,A.;FALKE,D.;SILVEIRA,L.M.O.B.;MOSMANN,C.P..Comunicação famílias com filhos adolescentes .Psicologia em Estudo,Maringá,v.7,p.75-80,2002 III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2008 em