FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Enfermagem PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: MUDANÇA DE HÁBITOS PARA ADESÃO AO TRATAMENTO Juliane Pereira de Oliveira PARACATU-MG 2010 JULIANE PEREIRA DE OLIVEIRA PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2: MUDANÇA DE HÁBITOS PARA ADESÃO AO TRATAMENTO Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora Temática: Professora Íris Leda Camargos Nery Ferreira Supervisor: Geraldo Benedito Batista de Oliveira PARACATU-MG 2010 Oliveira, Juliane Pereira. Portador de Diabetes Mellitus Tipo 2: mudança de hábitos para adesão ao tratamento. /Juliane Pereira Oliveira. Paracatu, 2010. 65p. Orientadora: Íris Leda Camargos Nery Ferreira Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel em Enfermagem. 1. Diabetes Mellitus Tipo 2. 2. Estilo de vida. 3. Adesão ao tratamento. I. Ferreira, Íris Leda Camargos Nery. II. Faculdade Tecsoma. III. Título. CDU 616.379.008.64 Juliane Pereira de Oliveira Portador de diabetes mellitus tipo 2: mudança de hábitos para adesão ao tratamento Monografia apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. _______________________________________________ Íris Leda Camargos Nery Ferreira Orientadora Temática _______________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira Professor Supervisor Paracatu, 21 de junho de 2010. Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ter me concedido esta oportunidade de estudo e a toda a minha família. AGRADECIMENTO Primeiro a Deus por estar sempre ao meu lado, dando-me essa oportunidade de estudo, por tudo que aprendi ao freqüentar este curso. Agradeço aos meus pais - a minha mãe Eunice e meu pai Milton pelo apoio e dedicação, que sempre batalharam muito, sacrificando muitas vezes seus sonhos em favor dos meus, muito obrigado! Ao meu irmão pelo incentivo e colaboração. Ao meus patrões Davi Gonçalves e Joana Gomes pela paciência e tolerância quando estive ausente do trabalho. À fonoaudióloga Rose, Elidê, Lorrane e Gleice pelo incentivo e colaboração. À orientadora Iris Leda e ao professor Geraldo Benedito pelo incentivo e colaboração no auxilio às atividades e discussões sobre o andamento dessa monografia. A todos os professores pela dedicação demonstrada ao longo curso. A todos os colegas de classe em especial Juliana Faria, Lilia conceição, Élida, Renata, Fernanda Andrade, Fátima Ulhoa, Isabela Borges, Adolfo Medeiro e Maria de Lourdes pela espontaneidade na troca de informação e materiais um demonstração de amizade e solidariedade. À coordenadora do curso Rosalba e aos funcionários da Faculdade tecsoma. À Unidade de Saúde PSF Aeroporto e à enfermeira Elisângela, aos funcionários e portadores de diabetes cadastrados pela colaboração da pesquisa. LISTA SIGLAS DM - Diabetes Mellitus DM2 -Diabetes Mellitus Tipo dois HDL- Lipoproteínas de Alta Densidade IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística HIPERDIA - Sistema de cadastro e acompanhamento de hipertensos e diabéticos LDL- Lipoproteínas de Baixa Densidade MG - Minas Gerais OMS - Organização Mundial de Saúde OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde PSF - Programa Saúde da Família SIAB - Sistema de Informação de Atenção Básica RESUMO O presente estudo objetivou conhecer o portador de diabetes mellitus do tipo 2 quanto à mudança de hábitos para adesão ao tratamento, cadastrados na Unidade de Saúde Programa Saúde da Família Aeroporto, em Paracatu-MG. É um estudo descrito quantitativo, com uma amostragem de 30 pessoas. Os resultados apresentaram maioria 76,7% do sexo feminino, a faixa etária prevalente foi 61 a 70 anos com 46,6%, quanto à renda familiar, 60% sobrevivem com apenas um salário mínimo por mês, em relação à escolaridade, 70% possuem o ensino fundamental e 23,3% eram analfabetos. 80% dos diabéticos procuram o serviço de saúde para realizar a consulta e exames uma vez por mês. 70% não sabem a diferença entre produto diet e light, 67% não praticam atividade física, e entre os que praticam atividade física 90% aderem à caminhada e 10% à caminhada e hidroginástica, sendo 50% com freqüência diária. 57% possui alguma doença associada ao diabetes, sendo que destes, 70% referiram hipertensão. 97% fazem uso de medicamentos para controle glicêmico. Concluise que é imprescindível a mudança de fatores modificáveis no estilo de vida para adesão ao tratamento no intuito de controlar a doença e evitar complicações. Palavras-chaves: Diabetes mellitus tipo 2, estilo de vida, adesão ao tratamento. ABSTRACT This study aimed to identify the bearer of type 2 diabetes mellitus as the changing habits of adherence to treatment, enrolled in the Health Unit Family Health Program Airport in Paracatu. It described a quantitative study with a sample of 30 people. The results showed the majority 76.7% of females, the most prevalent age group was 61-70 years with 46.6%, with regard to family income, 60% survive with just one minimum wage per month in terms of education, 70% have primary education and 23.3% were illiterate. 80% of diabetic patients seeking health services to carry out the consultation and examination once a month. 70% do not know the difference between diet and light products, 67% not physically active, and among those who perform physical activities adhere to the 90% and 10% walk to walking and water aerobics, and 50% with daily frequency. 57% have a disease associated with diabetes, and of these, 70% reported high blood pressure. 97% use of medications for glycemic control. We conclude that it is essential to changing factors modifiable lifestyle to adhere to treatment in order to control the disease and prevent complications. Keywords: Diabetes mellitus type II, lifestyle, adherence to treatment LISTA DE TABELAS TABELA 1 Perfil socioeconômico dos diabéticos entrevistados, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ............................................................................... 33 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: Distribuição dos entrevistados em relação a freqüência que procura o serviço de saúde ................................................................................................. 34 GRÁFICO 2: Distribuição dos entrevistados, em relação as orientações recebidas diante do diagnóstico de Diabete Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................................... 35 GRÁFICO 3: Distribuição dos entrevistados, por categoria profissional que fornece orientações sobre Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ...... 35 GRÁFICO 4: Distribuição dos entrevistados quanato às orientações fornecidas pelo PSF sobre a dieta do Diabetes Mellitus foi orientado PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 36 GRÁFICO 5: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme grupo de alimentos consumidos no dia-a-dia, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 36 GRÁFICO 6: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme conhecimento sobre a diferença entre produtos diet e light, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................................................................................... 37 GRÁFICO 7: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre o consumo de produtos diet, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 37 GRÁFICO 8: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre o consumo de produtos light, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 38 GRÁFICO 9: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à prática de atividades físicas, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ................. 38 GRÁFICO 10: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à atividade física praticada, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 39 GRÁFICO 11: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto aos motivos para a não realização da atividade física, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 39 GRÁFICO 12: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à freqüência com que praticam exercícios físicos, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 40 GRÁFICO 13: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto ao uso de bebida alcoólica, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ..................... 40 GRÁFICO 14: Distribuição dos entrevistados quanto aos portadores possuir alguma doença associada ao Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 . 41 GRÁFICO 15: Distribuição dos entrevistados portadores, quanto às doenças associadas ao Diabetes Mellitus, que possuem, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 . 41 GRÁFICO 16: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto a estar cientes em relação às possíveis complicações crônicas nos pés, rins, coração ou PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ................................................... 42 GRÁFICO 17: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, fazem uso de medicamentos para o controle glicêmico, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 42 GRÁFICO 18: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme medicamentos utilizados para controle glicêmico, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................... 43 GRÁFICO 19: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre a participação na Associação dos Diabéticos, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 ....................................................................................................................... 43 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1.1 Justificativa ............................................................................................. 1.2 Objetivos ................................................................................................. 1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................... 13 14 15 15 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 2.1 diabetes mellitus tipo 2 ........................................................................... 2.2 Complicações do Diabetes Mellitus Tipo 2 .......................................... 2.3 Política de atenção ao diabetes ............................................................ 2.4 Fatores modificáveis no Diabetes Mellitus Tipo 2 ............................... 2.4.1 Atividade física .................................................................................... 2.4.2 Dieta Alimentar .................................................................................... 2.5 Tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2 ............................................... 2.5.1 Tratamento medicamentoso ............................................................... 2.6 Atuação da Enfermagem no Diabetes Mellitus Tipo 2 ........................ 16 18 20 23 24 25 26 26 27 28 3 METODOLOGIA ......................................................................................... 31 4 RESULTADOS ............................................................................................ 33 5 DISCUSSÃO ............................................................................................... 44 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 52 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 54 APÊNDICES .................................................................................................. 61 13 1 INTRODUÇÃO A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença de importância mundial que vem se tornando um problema de saúde pública, tomando proporções crescentes no que se refere ao aparecimento de novos casos. (GRILLO; GORINI, 2007). Para Assunção e Ursine (2008), o Diabetes Mellitus consiste em uma síndrome metabólica crônica, de evolução grave, lenta e progressiva. Caracterizada pela falta ou produção diminuída de insulina e/ ou da incapacidade dessa em exercer adequadamente seus efeitos metabólicos, levando á hiperglicemia e glicosúria. Segundo Smeltzer e Bare (2005), a Diabetes Mellitus são classificados em Diabetes Mellitus tipo 1, Diabetes Mellitus tipo 2, Diabetes Mellitus gestacional, Diabetes Mellitus associado a outras condições ou síndromes são mais raro. Silva e outros (2006), afirma que a doença não tem cura, mas que pode ser controlada, desde que sejam efetuadas mudanças no seu cotidiano, com adaptações de rotinas, inclusão de novos hábitos, enfim, as pessoas precisam ter limites e novas obrigações. Segundo Assunção, Santos e Costa (2002), o Diabetes Mellitus é uma doença com diagnósticos bem definidos, porém, uma vez seu diagnostico aborda a terapêutica medicamentosa envolve mudanças nos hábitos de vida dos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2. Cabe aos profissionais de saúde estar atentos na identificação das pessoas com risco para o Diabetes Mellitus e intensificar as ações para promover o seu controle, entre os já diagnosticados. (PACE; NUNES; OCHOA-VIGO, 2003). Quando ocorre a descoberta é preciso deixar hábitos anteriores e adquirir mudanças de hábitos por toda vida, para garantia de sucesso no plano terapêutico. É necessário que a equipe de saúde desenvolva ações educativas e de acolhimento para que o portador de Diabetes assuma a sua doença, percebendo a importância de seguir o regime terapêutico, o envolvimento da família no tratamento, com um maior conhecimento sobre sua patologia e de possíveis complicações. É necessário, portanto, que os serviços de saúde orientem melhor os portadores do Diabetes Mellitus tipo 2, para adesão aos fatores modificáveis de seu estilo de vida para uma melhor qualidade de vida. 14 1.1 Justificativa De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), o Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, tornando-se problema de saúde publica no Brasil e no mundo, associada seu aumento a vários fatores envolvidos como o envelhecimento da população, a urbanização crescente, a adoção de estilos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo. De acordo com McLellan e outros (2006), o Diabetes Mellitus representa um considerável encargo econômico para o indivíduo e para a sociedade, especialmente quando mal controlada, sendo a maior parte dos custos diretos de seu tratamento relacionada às suas complicações, que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, e que, muitas vezes, podem ser reduzidas, retardadas ou evitadas. Conforme o exposto torna-se evidente a necessidade de se conhecer os fatores que facilitam e/ou dificultam a modificação do estilo de vida, bem como a adesão ao tratamento. A idéia de desenvolver este trabalho surgiu, através dos ensinos clínicos, de Semiologia e Saúde Coletiva onde, presenciei inúmeros pacientes portadores de diabetes com os níveis de glicose sanguíneos descompensados, bem como a presença de complicações, como, por exemplo: pé diabético, amputações entre outras alterações. Buscou-se através da pesquisa conhecer os portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 do município de Paracatu, para compreender até que ponto esses diabéticos estão priorizando a redução dos fatores modificáveis do Diabetes Mellitus tipo 2, entendendo que a enfermagem tem um papel fundamental de educador, promovendo ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida e promoção da saúde, visando prevenir as possíveis complicações decorrentes do diabetes. 15 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Conhecer os aspectos que interferem na adesão e tratamento dos Diabéticos tipo 2, cadastrados no Programa Saúde Família Aeroporto do município de Paracatu-MG. 1.2.2 Objetivos Específicos Identificar o perfil dos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 cadastrados no Programa de Saúde da Família Aeroporto , em Paracatu; Verificar os fatores que interferem junto ao portador de Diabetes Mellitus tipo 2 na adesão à dieta e atividade física; Verificar junto ao portador de Diabetes Mellitus tipo 2 a presença de patologias associadas. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO A primeira referência ao diabetes foi feita por Aretaeus da Capadócia, em 250 d.C. que escreveu sobre as pessoas que tinham „derretimento da carne em urina‟. (DELIBERATO, 2002). Dados de 2005 da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2005 apud KATZER, 2007), anunciaram que uma em cada vinte mortes que acontecem podem ser atribuídas ao diabetes, cerca de 8.700 mortes por dia, seis mortes por minuto e ainda pelo menos uma de dez mortes nos adultos com idade entre 35 e 64 anos são atribuídas ao diabetes. Estudo epidemiológico brasileiro realizado em nove capitais brasileiras, verificou prevalência de 7,6% de diabetes na população urbana entre 30 e 69 anos de idade. (MATHIAS; JORGE, 2004). De acordo com Paiva, Bersusa e Escuder (2006), a prevalência do diabetes mellitus no Brasil atinge 7,6% da população com idade entre 30 a 69 anos e 20% na população acima de 70 anos. Nos últimos 10 anos, a população brasileira com idade igual ou superior a 60 anos aumentou mais do que a população jovem, sendo que o envelhecimento da população acarreta um significativo aumento da carga das doenças cardiovasculares. Para Engel e outros (2003, p. 13) “a prevalência do DM2 em nosso meio é de 8% entre adultos maiores de 30 anos, sendo de 17% entre os idosos maiores de 60 anos. Esta prevalência é semelhante à estatística americana e européia”. De acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004) citada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2007), a Diabetes Mellitus foi a terceira causa de morte nas mulheres e a nona nos homens. Representa 4,6% entre as cinco primeiras causas de morte entre mulheres e, representa 28,5% das principais causas de morte envolvendo pessoas com idade superior a 60 anos. Entre os americanos, o diabetes é a principal causa de insuficiência renal e de cegueira do adulto e uma causa importante de amputações dos pododáctilos, pés e pernas. Cerca de dois terços das pessoas com diabetes apresentam formas leves a severas de lesão nervosa, acarretando uma diminuição da sensibilidade das mãos e 17 dos pés, retardamento do esvaziamento gástrico e síndrome do túnel do carpo. (NIEMAN, 1999). Para Deliberato (2002): Os sinais e sintomas do Diabetes mellitus são poliúria diurna e noturna, polipsia, boca seca, polifagia, mialgia, fadiga constante, fraqueza generalizada, turbamento da visão, emagrecimento acelerado e prurido corporal. O diagnóstico é determinado pelos exames laboratoriais. A glicose sanguínea em jejum superior a 110 mg/dl é sugestiva, enquanto níveis superiores a 126 mg/dl confirmam o diagnóstico. O exame de urina com glicosúria também é determinante para o diagnóstico definitivo. A presença de anticorpos antiinsulínicos (ac-ai) mostra que há comprometimento do pâncreas. (DELIBERATO, 2002, p. 86). A principal meta do tratamento do diabetes consiste em normalizar a atividade de insulina e os níveis sangüíneos de glicose para reduzir o desenvolvimento de complicações vasculares e neuropáticas. (SMELTZER; BARE, 2005). Para Nieman (1999), o tratamento para qualquer tipo de diabetes procura obter o que o corpo humano normalmente realiza: manter um equilíbrio adequado entre a glicose e a insulina. A alimentação faz com que a glicemia aumente enquanto a insulina e o exercício fazem com que ela diminua. O importante é manipular os três fatores para manter o nível de glicose dentro de uma faixa estreita. O Diabetes Mellitus representa um considerável encargo econômico para o indivíduo e para a sociedade, especialmente quando mal controlada, sendo a maior parte dos custos diretos de seu tratamento relacionada às suas complicações, que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, e que, muitas vezes, podem ser reduzidas, retardadas ou evitadas. (MCLELLAN et al., 2007). Para Portero e Cattalini (2005), as doenças crônicas não transmissíveis com implicações nutricionais, como o Diabetes mellitus (DM), representam, por sua alta prevalência, sério problema de saúde pública em nosso meio. A progressiva ascensão delas, no Brasil, impõe a necessidade de uma revisão das práticas dos serviços de saúde pública, com a implantação de ações de saúde que incluam estratégias de redução de risco e controle dessas doenças. A educação em saúde, enquanto medida de prevenção ou retardo do Diabetes Mellitus, é uma ferramenta importante para a redução de custos para os serviços de saúde. As intervenções que focalizam aspectos múltiplos dos distúrbios metabólicos, incluindo a intolerância à glicose, a hipertensão arterial, a obesidade e 18 a hiperlipidemia, poderão contribuir para a prevenção primária do Diabetes Mellitus. (FRANCO, 1998 apud MCLELLAN et al., 2007). Nesse trabalho será focado o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou seja, diabetes não insulino-dependente. 2.1 diabetes mellitus tipo 2 O Diabetes Melittus tipo 2 (DM2) é mais comum em adultos acima de 40 anos, principalmente se estes estão acima do peso. Crianças e adolescentes acima do peso também podem ter este tipo de diabetes. O diabetes tipo 2 é mais comum do que o tipo 1 e costuma ser chamado de diabetes independente de insulina (O pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina nos casos de diabetes tipo 1). (DIABETES MELLITUS TIPO 2, 2009). De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006), a incidência de Diabetes mellitus tipo 2 na atualidade atinge proporções epidêmicas, demandando um alto custo tanto econômico quanto social. Nesse sentido, atenção tem sido dispensada aos diferentes níveis preventivos da doença. A prevenção terciária, em que complicações já ocorreram, e, ainda hoje, a que consome a maior parte dos investimentos. A prevenção secundaria tem merecido discussões desde os resultados dos grandes ensaios, mostrando a importância do tratamento adequado do diabético sem complicações. A prevenção primaria, de interesse mais recente e enfoque dessas diretrizes, tem como finalidade impedir o aparecimento da doença. Na visão de Deliberato (2002) o Diabetes mellitus tipo 2: Acomete pessoas com mais de 40 anos, frequentemente obesas, a taxa de insulina pode ser normal ou mesmo aumentada, porém ela não está ativa (deficiencia), é rara a presença de anticorpos antiinsulina e há presença de hipoglicemia. (DELIBERATO, 2002, p. 85). O Diabetes mellitus tipo 2 aparece geralmente após os 40 anos, tem forte fator hereditário e freqüentemente está associado à obesidade e ao sedentarismo. Neste tipo, a insulina pode estar até aumentada, mas não funciona adequadamente: 19 é o que chamam de resistência à insulina. Representa aproximadamente 90% dos casos de diabetes. (MALAMAN, 2006). O Diabetes Mellitus se insere no grupo de doenças crônicas não transmissíveis e atualmente vem se configurando como grave problema de saúde pública no Brasil. A doença tem alcançado altos níveis epidêmicos e está associado a complicações que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos acarretando em altos custos para seu controle metabólico e tratamento das complicações decorrentes da doença. “O diabetes é uma doença com critérios diagnósticos bem definidos, porém com manejo complexo, uma vez que sua abordagem além da terapêutica medicamentosa envolve uma séria mudança nos hábitos de vida”. (ASSUNÇÃO; SANTOS; COSTA, 2002). Na visão de Nieman (1999), os sintomas do diabetes mellitus não insulinodependente podem incluir qualquer um ou todos os sintomas do diabetes mellitus insulino-dependente que são micção excessiva e freqüente, fome insaciável, sede intensa, perda de peso inexplicável, visão borrada, náuseas e vômitos, fraqueza, tontura, irritabilidade e fadiga extrema, mas frequentemente são negligenciados porque tendem a se manifestar gradualmente e serem menos pronunciados. Outros sintomas podem incluir formigamento ou amortecimento nas pernas, pés ou mãos, infecções freqüentes ou recorrentes da pele, gengiva ou bexiga e cortes ou escoriações que apresentam cicatrização lenta. O início do diabetes mellitus não insulino-dependente usualmente ocorre após os 30 anos de idade e aumenta regularmente com o avançar da idade. De acordo com Sartorelli e Franco (2003), as evidências apontadas sobre as alterações no estilo de vida, com ênfase na alimentação e prática de atividades físicas, associadas ao aumento da esperança de vida dos brasileiros são apontados atualmente como os principais fatores responsáveis pelo aumento da prevalência do Diabetes mellitus tipo 2 observado no país. Portanto, a importância da prevenção primária de obesidade e diabetes no Brasil tem sido enfatizada por diversos epidemiologistas. A Diabetes mellitus tipo 2 é responsável por cerca de 80 a 90% dos casos registrados da doença. Diz-se que o início da doença ocorre a partir dos 40 anos de idade, sendo mais freqüente entre 50 e 60 anos, e desenvolve-se de forma gradual. (GUYTON; HALL, 2006). 20 Para Sherwin (2000), da população diabética total, entre 85% e 90% dos indivíduos manifesta o DM2 enquanto 10% a 15% têm o diabetes tipo 1. A causa precisa do DM2 não é conhecida. No entanto, à medida que as pessoas envelhecem ou ganham peso, estão mais propensas a terem diabetes, pois o pâncreas pode não funcionar adequadamente, ou as células podem se tornar incapazes de usar a insulina produzida por ele. Hereditariedade é também um importante fator. (DIABETES MELLITUS TIPO 2, 2009). Já para Guyton e Hall (2006), o Diabete Mellitus do tipo 2 ou não insulino-dependente é causada pela redução da sensibilidade dos tecidos alvo ao efeito metabólico da insulina, sendo descrita como resistência á insulina. Na visão de Figueiredo (2005), o DM2 tem como origem um forte componente genético evidenciado pelo padrão familiar, ocorrendo com mais frequência em adultos com mais de quarenta anos e obesos. Para Smelzter e Bare (2005), os dois principais problemas relacionados com a insulina no DM2 são a resistência à insulina e a secreção de insulina comprometida. A resistência à insulina refere-se à redução da sensibilidade tecidual à insulina. O mecanismo exato que leva à resistência à insulina e à secreção prejudicada pela insulina do DM2 é desconhecido, embora se acredite que os fatores genéticos desempenhem algum papel. Para Macedo (2001) citado por Portero e Cattalini (2005), os portadores de DM2 são freqüentemente assintomáticos, independentemente da taxa de glicemia e relatam falta de atividade física vida sedentária e hábitos alimentares inadequados, evoluindo dessa forma para complicações crônicas. Entre os motivos desse comportamento nas pessoas com DM, são relevantes a falta de sintomas e distúrbios em geral bem como a dificuldade de receber e aceitar as informações específicas sobre a doença que poderiam prevenir ou pelo menos retardar o surgimento das complicações. 2.2 Complicações do Diabetes Mellitus Tipo 2 Para Sartorelli e Franco (2003), devido ao fato do diabetes estar associado a maiores taxas de hospitalizações, a maiores necessidades de cuidados médicos, a 21 maior incidência de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, cegueira, insuficiência renal e amputações não traumáticas de membros inferiores, pode-se prever a carga que isso representará para os sistemas de saúde dos países latinoamericanos, a grande maioria ainda com grandes dificuldades no controle de doenças infecciosas. Sabe-se, há vários anos que os pacientes com diabetes têm maior risco de desenvolverem e de morrerem de doenças cardiovasculares. Muitos dos grandes estudos cardiovasculares prospectivos têm demonstrado que os pacientes com diabetes têm risco muito alto de virem a desenvolver cardiopatia coronariana, e incluindo também doenças vasculares encefálicas e as vasculopatias dos membros inferiores. A doença vascular periférica é freqüente nos pacientes com diabetes e é a causa de quase metade das amputações por doença vascular. (ORCHARD, 1997). Embora o diabetes esteja associado a uma gama de desordens com mecanismos patogênicos distintos, a resistência insulínica é um fator que geralmente está presente na maioria das comorbidades graves, a exemplo da obesidade, hipertensão arterial e doença vascular (arterial e venosa). A história natural da doença está geralmente associada a várias sequelas micro e macrovasculares capazes de causar cegueira, insuficiência renal, amputação de extremidades e aterosclerose que pode culminar com infarto agudo do miocárdio. (HIATT, 2000). De acordo com Ramos (1999), achados em diabéticos indicam aumento em triglicerídeos, elevação nos níveis de colesterol LDL e baixa nos níveis de colesterol HDL. Para a maioria dos pacientes (aproximadamente 75%), o DM2 é detectado por acaso (p. ex. quando os exames laboratoriais rotineiros ou exames oftalmoscópicos são realizados). Uma conseqüência do diabetes não detectado é que as complicações do diabetes a longo prazo (p. ex. doença ocular, neuropatia periférica, doença vascular periférica) podem ter se desenvolvido antes que o diagnóstico real do diabetes fosse feito. (SMELTZER; BARE, 2005, p. 1220). Como a resistência à insulina está relacionada à obesidade, o tratamento primário do DM2 é a perda de peso. O exercício também é importante na estimulação da eficácia da insulina. Os agentes hipoglicemiantes podem ser adicionados quando a dieta e o exercício não são bem-sucedidos no controle dos níveis sanguíneos de glicose. Quando as doses máximas de uma única categoria de agentes orais falham em reduzir os níveis de glicose até os níveis satisfatórios, 22 podem ser empregados outros agentes orais. A insulina pode ser adicionada à terapia com agente oral ou os pacientes podem mudar para a terapia total com insulina. Alguns pacientes precisam de insulina em uma base contínua, e outros podem precisar de insulina em uma base temporária durante os períodos de estresse fisiológico agudo como a doença ou cirurgia. (SMELTZER; BARE, 2005). A ação da insulina é feita nos receptores celulares de insulina, que são os locais onde a insulina vai se unir às células, levando a glicose para o seu interior, permitindo liberar, então a energia nela contida. Os receptores são como uma espécie de fechaduras nas células e a insulina é a chave que abre as portas para o açúcar entrar. No DM2 os receptores se tornam mais resistentes aos efeitos da insulina. Essa resistência à ação da insulina se torna mais acentuada e precoce com o excesso de peso (80% dos diabéticos são obesos). A resistência celular aumenta com a ociosidade e diminui com a atividade física. (RAMOS, 1999). Segundo Rossi e Pace (2003), a retinopatia é uma das complicações mais graves do diabetes podendo causar cegueira, e sua prevenção é decorrente da detecção precoce, juntamente com o controle glicêmico. A retinopatia diabética ocorre em quase 100% dos diabéticos do tipo 1 após 20 anos, tratados com a terapia convencional e em 60 a 80% dos pacientes diabéticos tipo 2 após o mesmo período, no DM1 a retinopatia começa a aparecer após 5 anos de doença, enquanto que em alguns diabéticos tipo 2 já apresentam retinopatia quando do seu diagnóstico. Estima-se que no diabético tipo 2 esta complicação apareça após 5 a 8 anos do início da hiperglicemia (ENGEL et al., 2003). Gouvêa (2004) afirma que a nefropatia diabética é a síndrome clínica que ocorre em conseqüência do processo de microangiopatia, acometendo pacientes com, diabetes do tipo 1 e tipo 2, que tem a capacidade de evoluir ao longo do tempo, danificando, de modo progressivo e irreversível, os rins e reduzindo a expectativa de vida dos indivíduos afetados. Na nefropatia diabética, o comprometimento renal decorrente do diabetes mellitus se dá no nível do glomérulo, sendo que a glomerulipatia diabética é um importante fator contribuinte para a mortbi-mortalidade dos pacientes diabéticos. No DM2 a incidência gira em torno de 20%. Estes pacientes costumam ser assintomáticos do ponto de vista renal, porém já possuem uma glomerulopatia avançada que leva ao estado de rins terminais em menos de 7 anos. Alguns 23 pacientes, antes de evoluírem para insuficiência renal avançada podem desenvolver proteinúrias na faixa nefrótica, eventualmente com repercussão clínica (síndrome nefrótica). (ENGEL et al., 2003). Outra complicação do diabetes é o pé diabético, de acordo com Castro e Knackfuss (2004), é a designação dada a transtornos tróficos que ocorrem na pele e estrutura osteoarticular do pé de indivíduos diabéticos podendo levar a ulceração, infecção e gangrena. Cerca de 15% dos diabéticos desenvolvem ulceração no é em alguma fase da evolução da doença, configurando uma das complicações crônicas com grande potencial incapacitante e alta morbimortalidade. 2.3 Política de atenção ao diabetes O instrumento que atualmente orienta as estratégias de controle do Diabetes é a Portaria do Ministério da Saúde, 371/GM de 04 de março de 2002, que cria o Plano de Reorganização e Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus (HIPERDIA). O plano estabelece a organização da assistência e Promoção da Saúde a vinculação dos usuários à rede, a implementação de programa de educação permanente em Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus e demais fatores para doenças cardiovasculares e determina como responsabilidade das secretarias municipais de saúde, além do oferecimento de consultas médicas e medicação, a “implementação de outras ações de promoção de hábitos e estilos de vida saudáveis voltados para a melhoria do controle clínico destas doenças” (inciso III item e da Portaria que institui o Plano de Reorganização e Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus e o cadastro HIPERDIA. (BRASIL, 2001). A coordenadoria nacional do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus reconhece que, “uma etapa difícil para prevenir a Hipertensão Arterial e o Diabetes Mellitus é convencer o doente de que ele precisa mudar seu comportamento. É uma etapa minuciosa, pois tem que lidar com o estilo de vida das pessoas. O Ministério estabelece as diretrizes e o município desenvolve o trabalho”. (BRASIL, 2001). Essas diretrizes enfatizam os cuidados com uma alimentação saudável e a necessidade da prática de exercícios físicos no controle da doença. As 24 complicações do diabetes são geralmente incapacitantes e acarretam ao doente, limitações importantes no campo da visão e da locomoção e aos serviços de saúde longos períodos de internações, pois além disso há grandes possibilidades de recidivas. (MALAMAN, 2006). Porém, tal plano não especifica como essas atividades devem se dar. As secretarias municipais de saúde têm toda liberdade de montar o seu plano de Educação em Saúde para os usuários e decidir quais os profissionais incluídos, os requisitos deles exigidos e as estratégias pedagógicas a serem adotadas para o alcance dos objetivos pretendidos, que é o de “mudar o estilo de vida das pessoas”. (MALAMAN, 2006). Para Gomes (2004), o paciente diabético interna-se com uma freqüência duas vezes mais do que o indivíduo não-diabético, tendo um maior tempo de permanência no hospital. Esse fato foi enfatizado ao demonstrar que 7,9% das internações em um Hospital Universitário foram devidas ao diabetes e suas complicações, sendo as principais causas as doenças cardiovasculares. 2.4 Fatores modificáveis no Diabetes Mellitus Tipo 2 De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes de (2006), estudos têm demonstrado que a modificação do estilo de vida é praticamente duas vezes mais efetiva que o tratamento farmacológico. Além disso, as políticas de prevenção do diabetes que focalizam modificações no estilo de vida, especialmente perda de peso e atividade física regular, apresentam benefícios adicionais para a saúde, particularmente no que tange à diminuição do risco cardiovascular. Tais modificações devem levar em conta metas realistas que possam ser incorporadas na rotina diária dos pacientes da maneira mais agradável possível. O aumento das taxas de sobrepeso e obesidade associado às alterações do estilo de vida e ao envelhecimento populacional, são os principais fatores que explicam o crescimento da prevalência do DM2. As modificações no consumo alimentar da população brasileira - baixa freqüência de alimentos ricos em fibras, aumento da proporção de gorduras saturadas e açúcares da dieta - associadas a um estilo de vida sedentário compõem um dos principais fatores etiológicos da 25 obesidade, DM2 e outras doenças crônicas. Programas de prevenção primária do diabetes vêm sendo desenvolvidos em diversos países, cujos resultados demonstram um impacto positivo sobre a qualidade de vida da população. (SARTORELLI; FRANCO, 2003). 2.4.1 Atividade física A adoção de atividades físicas regulares e o planejamento alimentar são de suma importância para o controle da doença, assim como para a melhoria da qualidade de vida. (NIEMAN, 1999). O exercício físico deve ser considerado um complemento ao tratamento, e não como único objetivo terapêutico. Deverá ser realizado sob orientação de profissional preparado, adequando as possibilidades e as limitações do paciente, de forma regular e gradativa - exercícios exagerados sem preparo, em vez de trazerem benefícios, podem causar transtornos à saúde. Conforme o grau de controle, o paciente deverá alimentar-se antes do início da atividade física. Além disso, deve sempre contar com alimento rico em açúcares de rápida absorção, utilizando-o assim que surgirem os sintomas indicativos de hipoglicemia. (BRASIL, 1993). A atividade física é indicada aos diabéticos do tipo 2 porque ajuda no tratamento, podendo oferecer melhor controle da glicose, sendo que o exercício obriga o organismo a utilizar maiores quantidades de glicose, melhorando assim a relação glicose – insulina – tecidos, através do aumento da sensibilidade dos tecidos à insulina, diminuindo, desta maneira a necessidade de insulina no transporte de glicose para dentro do tecido. (RAMOS, 1999). Esse efeito pode levar à redução na administração de insulina, ou seja, o diabético que pratica esporte rotineiramente tem um controle mais estável com menos doses de insulina. (OLIVEIRA, 1995). De acordo com Engels e outros (2003), o exercício físico regular é fundamental para os diabéticos tipo 2 por auxiliar na correção da obesidade e da hipertensão arterial, além de reduzir diretamente o risco cardiovascular, recomendase um exercício aeróbico por 30 minutos diários pelo menos 5 vezes por semana. 26 2.4.2 Dieta Alimentar Quanto ao planejamento alimentar, a adoção de uma dieta balanceada tem por objetivo manter as condições energéticas necessárias ao organismo para manter o peso ideal, proporcionar boa saúde e bem-estar e prevenir as complicações do diabetes. O acompanhamento nutricional deve ser feito por profissional preparado, mas algumas dicas são importantes para o paciente portador de DM2. (FIGUEIREDO, 2005). De acordo com Sartorelli e Franco (2003), a obesidade tem sido apontada como um dos principais fatores de risco para o DM2. Estima-se que entre 80 e 90% dos indivíduos acometidos por esta doença são obesos e o risco está diretamente associado ao aumento do índice de massa corporal. 2.5 Tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2 De acordo com Figueiredo (2005), os objetivos do tratamento são aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir as complicações, reduzir a mortalidade e tratar as doenças associadas. Na visão de Smeltzer e Bare (2005), a meta terapêutica para o tratamento do diabetes é a de conseguir níveis sanguíneos normais de glicose (euglicemia) sem hipoglicemia e sem romper gravemente a atividade e o estilo de vida usual do paciente. Na visão dessas autoras, o tratamento é dividido em cinco componentes: tratamento nutricional, exercício físico, monitoração, terapia farmacológica e educação. Para Costa e Almeida Neto (1992), o DM2 é uma patologia em que o compromisso e a participação do paciente no processo de controle da sua patologia é fundamental. No tratamento do diabetes os recursos medicamentosos são empregados geralmente em um segundo momento da terapêutica diante da incapacidade de controlar níveis glicêmicos pela prática de dieta e exercícios físicos (se possível). 27 O tratamento varia por causa das alterações no estilo de vida e estados físico e emocional, bem como pelos avanços nos métodos de tratamento. Portanto, o tratamento do diabetes envolve a avaliação constante e a modificação do plano de tratamento por profissionais de saúde e os ajustes diários na terapia pelo paciente. Embora a equipe de saúde direcione o tratamento, é o paciente que deve controlar o complexo regime terapêutico. Por essa razão, a educação do paciente e da família é um componente essencial do tratamento do diabetes e é tão importante quanto todos os outros componentes do regime. (SMELTZER; BARE, 2005). Mais do que um conjunto de sintomas clínicos ou desconfortos, a doença (DM2) representa uma alteração na estrutura social e cultural em que o paciente se insere e a percepção e a aceitação da doença pelo usuário são fatores importantes para a adesão deste ao tratamento proposto. Segundo Adam e Herzelich (2001), o doente estabelece uma relação destrutiva com a doença, se a mesma interrompe suas atividades e impossibilita sua integração social. “Ele (o doente) se esforçará para lutar contra esta situação, chegando a negar a doença enquanto for possível”. (ADAM; HERZELICH, 2001, p. 70). Para Engels (2003), a base estratégica terapêutica dos pacientes portadores de DM2 está centrada no controle dos fatores de risco para aterosclerose, ou seja, tratar de forma agressiva a hipertensão arterial, corrigir a obesidade e a dislipidemia. Bem como parar de fumar e sair do sedentarismo. Os grandes estudos mostram que estas medidas são fundamentais para diminuir a morbi-mortalidade nesses pacientes. 2.5.1 Tratamento medicamentoso O tratamento para o diabetes poderá ser medicamentoso ou não. O tratamento medicamentoso para DM2 consiste no uso de hipoglicemiantes orais, em caso da dieta não ser suficiente para o controle da doença. Para o DM2 não controlado é necessário administrar insula. (FIGUEIREDO, 2005). O tratamento segue desde educação até adoção de medidas para o estilo de vida saudável, que inclui a interrupção de tabagismo, aumento da atividade física, hábitos alimentares corretos e se necessário, o uso de medicamentos. O portador de 28 DM2 onde a insulina não foi indicada e não se atingiu níveis de controle desejáveis da glicemia, deve ser usado medicamento oral. A preferência do tipo de medicamento deve levar em consideração o nível de glicemia e hemoglobina glicosilada do paciente, a ação anti-hiperglicemiante do medicamento, o efeito sobre o peso, idade, doenças e possíveis interações medicamentosas, reações adversas e contra-indicações. (VIGGIANO, 2003). 2.6 Atuação da Enfermagem no Diabetes Mellitus Tipo 2 Nas últimas décadas o Enfermeiro tem ampliado sua área de atuação nas instituições tanto nos aspectos assistenciais quanto administrativos. De acordo com Vanzin e Nery (1996), ele precisa associar ao conhecimento, a flexibilidade e habilidade na abordagem de problemas com o cliente no núcleo familiar e no contexto social. Para Vasconcelos e outros (2000) oprofissional de enfermagem deve ser crítico e atuante, executando suas funções juntamente com os demais membros da equipe de saúde no sentido de fornecer ao paciente o que necessita, seja a respeito da cura e recuperação, orientações, bem como auxiliar no controle de complicações. Ajudar ao diabético a alcançar melhor qualidade de vida é um desafio para a equipe de saúde. Segundo Damasceno (1997), há um vasto referencial escrito por diferentes categorias profissionais que aborda desde aspectos fisiológicos, epidemiológicos e técnicos, até aqueles relacionados com o ensino do auto-cuidado. Os enfermeiros precisam ensinar o auto-cuidado aos pacientes sob sua responsabilidade, como forma de garantir mudança de comportamento e participação no tratamento. (VASCONCELOS et al., 2000). A Promoção da Saúde configura-se uma vertente de atuação em saúde que objetiva a adoção de hábitos e estilos de vida favoráveis à saúde individual e coletiva e a inter-relação saudável das pessoas com seus ambientes pessoais, domiciliar, de trabalho e de lazer. Para Malaman (2006), as atividades educativas têm um importante papel no tratamento das doenças crônicas. Mais do que transmitir orientações sobre uma doença com a qual o indivíduo deverá conviver por toda a sua vida cabe à equipe 29 auxiliar o usuário na adequação do seu cotidiano, ou mesmo o de toda família, a diferentes hábitos de vida, necessários ao controle dos parâmetros vitais normais do usuário. A enfermagem atua no processo educativo que engloba reeducação alimentar, atividade física, tratamento medicamentoso e cuidados com o pé diabético e também como motivação no processo de interação social. (NASCIMENTO; SILVA, 2005). Quanto à eficácia do tratamento de Diabetes Mellitus tipo 2, a reeducação alimentar se insere como estratégia, como apontado por Smeltzer e Bare (2005) que elegem cinco componentes do tratamento do Diabetes Mellitus tipo II, entre eles o tratamento nutricional, exercício, monitoração, terapia farmacológica e educação. De acordo com silva (1985) citado por Vasconcelos e outros (2000), a assistência de enfermagem junto ao cliente portador de diabetes mellitus consiste de um conjunto de orientações para a saúde visando a conscientização e mudança de comportamento frente a sua problemática, com o propósito de levá-lo a atuar preventivamente, diminuindo os danos decorrentes da evolução natural da doença, investindo no desenvolvimento da capacidade e das habilidades do indivíduo para o auto - cuidado, o enfermeiro pode contribuir ativamente para que ele leve uma vida mais independente. O relacionamento terapêutico enfermeiro-paciente ocorre de diversas formas: através da motivação; de uma comunicação eficiente, ou seja, de um diálogo franco e aberto; de demonstrações de carinho pelo ato de tocar o paciente; pela disponibilidade em atender e explicar suas dúvidas e questionamentos; pelo simples sorriso, entre outras. (NASCIMENTO; SILVA, 2007). No estudo de Luciano Moreira, Maria de Fátima Moreira e Adriana Nunes (2009), notou-se que uma das justificativas mais freqüentes para a evasão das consultas no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João pessoa na Paraíba, é a distância do centro de referência à residência dos pacientes que muitas vezes residem muito longe. Portanto, a capacitação de profissionais no atendimento e manuseio do diabético nas unidades de origem, contribuiria para facilitar o acesso dos pacientes e, consequentemente, a aderência ao tratamento. A reeducação alimentar, o tratamento continuado em parceria com o tratamento medicamentoso, a realização de atividade física e os cuidados com o pé diabético somam-se para um processo educativo eficaz na redução dos índices de 30 complicações diabéticas. A atuação do enfermeiro no enfrentamento de possíveis complicações voltando-se para a educação em saúde se mostrou peça fundamental para que tais complicações sejam uma ameaça cada vez mais distante na população estudada por Nascimento e Silva (2007). Porém, podem ser ainda mais efetivas se a formação dos profissionais responsáveis pela condução dessas atividades contempla as técnicas de abordagem em grupo desde a sua graduação, com abordagens das diferentes técnicas e dinâmicas de condução de grupos. 31 3 METODOLOGIA O presente estudo foi desenvolvido com portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 cadastrados na Unidade de Saúde Programa Saúde Família PSF Aeroporto que foi implantado no ano 2000 pela gestão do prefeito Almir Paraca Cristovão Cardoso, sendo a 6ª unidade implantada no município de Paracatu-MG. A cidade de Paracatu está situada na região noroeste de Minas Gerais, a população total de 83.560 habitantes. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população estimada é de 83.560 habitantes. O nome significa "rio bom" em língua tupi. Os limites municipais são - ao Norte: UnaiMG, ao Sul: Vazante-MG e Guarda-Mor-MG, ao Leste: João Pinheiro-MG e Lagoa Grande-MG, ao Oeste: Cristalina-GO. Distante a 220 km de Brasília (Capital Federal), e a 500 km de Belo Horizonte. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010). O município de Paracatu apresenta um clima tropical semi-úmido, com verões chuvosos e com período seco durando entre quatro e cinco meses por ano (PARACATU, 2009a). A agricultura é uma das principais atividades econômicas do município de Paracatu, que está quase toda concentrada na área do cerrado, que é muito extensa (MELLO, 2007). Conforme Richardson e outros (1999) citados por Lakatos e Marconi (2006, p. 269) o “método quantitativo caracteriza pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas”. A população de estudo foi composta por 30 pacientes de ambos sexos com idade de 30 a 70 anos cadastrados no PSF Aeroporto, este trabalho iniciou-se com a solicitação (Apêndice A) à enfermeira responsável pela unidade o número de portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 cadastrados no PSF Aeroporto, onde foi feito um levantamento do nome portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 e endereço totalizando 30 portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 que representou a amostragem total. De acordo com secretaria Municipal de Saúde (PARACATU, 2009b), conforme dados do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), constam 32 cadastrados no município de Paracatu 720 diabéticos tipo 2 , sendo que destes 296 fazem parte da Unidade de saúde Bela Vista. Foi realizada uma coleta de dados através de entrevista semi-estruturada padronizada por meio de um questionário com 15 perguntas fechadas e abertas, as entrevista foram realizadas pela própria pesquisadora nos meses fevereiro e março de 2010, através de visita domiciliar a cada portador. Segundo Lakatos e Marconi (2006), a entrevista (Apêndice B) é um instrumento de coleta dados que serve de apoio ao pesquisador quando se pretende atingir um numero considerável de pessoas. Constituindo por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito com uma presença do entrevistador, com objetivo de conhecer as opiniões e a sua realidade. Cada participante recebeu um termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice C) que apresentou os objetivos do trabalho, seguindo as observâncias éticas que referem à garantia de privacidade, do anonimato e do sigilo das informações dos colaboradores, conforme a Resolução 196 de 10 de outubro de 1996, preceituadas pelo Conselho Nacional de Saúde. (FONTINELE JÚNIOR, 2003). Após assinatura do portador, procedeu-se a entrevista. A partir do mês de abril iniciou-se a tabulação e análise dos dados coletados, e em conseqüência o referencial teórico e conclusão do presente trabalho. 33 4 RESULTADOS Foram realizadas 30 entrevistas domiciliares com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, em Paracatu- MG. TABELA 1 Perfil socioeconômico dos diabéticos entrevistados, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010 (continua) Perfil socioeconômico Nº % Feminino 23 76,7 Masculino 7 23,3 30 a 40 2 6,7 41 a 50 9 30,0 51 a 60 5 16,7 61 a 70 14 46,6 10 33,3 Aposentado 8 26,8 Motoristas 3 10,0 Auxiliar serviços gerais 3 10,0 Doméstica 2 6,7 Cabeleireira 1 3,3 Vigilante 1 3,3 Lavrador 1 3,3 Auxiliar administrativo 1 3,3 18 60,0 1 5 6 3,3 16,7 20,0 7 23,3 21 70,0 2 6,7 Gênero Faixa etária Ocupação Do lar Estado Civil Casado Solteiro Divorciado Viúvo Escolaridade Analfabeto Ensino Fundamental (1ª a 8ª) Ensino Médio 34 (conclusão) Perfil socioeconômico Nº % Até um Salário Mínimo 18 60,0 De 2 a 3 salários 12 40,0 Renda familiar mensal TOTAL 30 100,0 Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Na tabela 01: 23 diabéticos (76,7%) eram do sexo feminino e 7 (23,3%) sexo masculino. Quanto à faixa etária o maior número de caso se encontra entre 61 e 70 anos com 14 portadores DM (46,7%), Dois portadores se encontram entre 30 a 40 anos (6,7%). Em relação à ocupação, 10 portadoras são do lar (33,3%) e 8 (26,8%) aposentados. Quanto ao estado civil 18 (60%) são casados e 6 (20%) viúvos. Em relação à escolaridade 21 (70%) possuíam o ensino fundamental (1ª à 8ª séries) e 7 (23,3%) são analfabetos. A renda familiar de 18 portadores (60%) correspondia a um salário mínimo. Doze portadores (40%) recebiam entre 2 e 3 salários mínimo. 7% Uma vez por mês Duas vezes por mês Nenhuma 13% 80% GRÁFICO 1: Distribuição dos entrevistados em relação a freqüência que procura o serviço de saúde, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Em relação à freqüência com que os portadores de DM2 procuram o serviço de saúde para realizar a consulta e exames, verificou-se que 24 (80%) vão ao serviço de saúde uma vez por mês; 4 (13%) vão até duas vezes por mês e 2 (7%) não procuram o serviço de saúde. 35 15% 32% Dieta Sobre medicação Orientações diversas Atividade física 25% 28% GRÁFICO 2: Distribuição dos entrevistados, em relação as orientações recebidas diante do diagnóstico de Diabete Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 2 se refere às orientações recebidas após o diagnóstico de DM2. constatou-se que 17 (32%) foram orientados quanto à dieta, 15 (28%) quanto à medicação, 13 (25%) receberam orientações diversas e 8 (15%) referiram ser orientados quanto à prática de atividade física. 14% 0% Médico Enfermeiro Agente Com. Saúde Técnico em Enfermagem 30% 56% GRÁFICO 3: Distribuição dos entrevistados, por categoria profissional que fornece orientações sobre Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 3 apresenta que 28 (56%) das orientações sobre DM2, são fornecidas pelo médico, 15 (30%) pelo enfermeiro e 7 (14%) pelo agente comunitário de saúde. Não houve relatos de orientações pelos técnicos de enfermagem. 36 9% 3% Retirada de açúcares e redução de gorduras e carboidratos Retirada de açúcares 15% Redução de carboidratos 73% Redução de gorduras GRÁFICO 4: Distribuição dos entrevistados quanto às orientações fornecidas pelo PSF sobre a dieta do Diabetes Mellitus foi orientado PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 4 refere-se às orientações da dieta ao portador de DM2, onde 24 (73%) receberam diversas orientações sobre a eliminação do açúcar, redução de gorduras e carboidratos. Cinco (15%) referiram terem sido orientados sobre a eliminação do açúcar e três (9%) sobre os carboidratos. Somente um (3%) portador referiu receber orientações sobre a redução da gordura. 22% 49% Carboidratos Açúcares Proteínas 29% GRÁFICO 5: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme grupo de alimentos consumidos no dia-a-dia, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Quanto aos alimentos consumidos pelo portador no seu dia-dia, 87 (49%) consomem carboidratos, 39 (29%) proteínas e 51 (22%) consomem açúcares. 37 Não Sim 30% 70% GRÁFICO 6: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme conhecimento sobre a diferença entre produtos diet e light, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 6, demonstra o conhecimento dos portadores de Diabetes Melittus Tipo 2 quanto à diferença entre diet e light, demonstrando que 21 (70%) não sabem a diferença entre diet e light e apenas 9 (30%) sabem diferenciar. Não Sim 37% 63% GRÁFICO 7: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre o consumo de produtos diet, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 7 demonstra que 19 (63%) não utilizam produtos diet, e apenas 11 (37%) usam produtos diet. 38 Não Sim 20% 80% GRÁFICO 8: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre o consumo de produtos light, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 8 demonstra que 24 (80%) não usam produtos light e 6 (20%) usam produtos light. Não Sim 33% 67% GRÁFICO 9: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à prática de atividades físicas, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Em relação à prática de atividades físicas 20 (67%) portadores de Diabetes Mellitus 2 não realizam exercícios físicos e apenas 10 (33%) praticam exercícios físicos. 39 10% Caminhada Caminhada e Hidroginástica 90% GRÁFICO 10: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à atividade física praticada, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Quanto à atividade física, dos 10 (33%) que afirmaram praticar, 9 (90%) referiram realizar caminhada, e somente um (10%) referiu praticar caminhada e hidroginástica. 9% 9% 35% 17% Falta de tempo Sente dores Dificuldade de locomoção Não gosta Ausência de companhia 30% GRÁFICO 11: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto aos motivos para a não realização da atividade física, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Quanto aos 20 (67%) que afirmaram não realizar atividade física, relataram os seguintes motivos: 8 (35%) alegaram falta de tempo, 7 (30%) sente dores nos membros inferiores, 4 (17%) por dificuldade de locomoção, 2 (9%) não gostam e 2 (9%) não praticam exercícios físicos devido à ausência de companhia. 40 20% Diariamente Duas vezes por semana Três vezes por semana 50% 30% GRÁFICO 12: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto à freqüência com que praticam exercícios físicos, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Dos dez que praticam exercício físico 5 (50%) praticam diariamente, 3 (30%) duas vezes por semana e 2 (20%) três vezes por semana. 20% Diariamente Duas vezes por semana Três vezes por semana 50% 30% GRÁFICO 13: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto ao uso de bebida alcoólica, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Quanto ao uso de bebida alcoólica notou-se que 27 (90%) dos entrevistados não faz o uso e 3 (10%) que sim. 41 Sim Não 43% 57% GRÁFICO 14: Distribuição dos entrevistados quanto aos portadores possuir alguma doença associada ao Diabetes Mellitus, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 14 demonstra que 17 (57%) dos portadores além de ter DM2 possui outras doenças associadas e 13 (43%) não sabiam se possuíam outra doença associada ao DM. 9% 4% Hipertensão Doença de Chagas Osteoporose Bronquite 17% 70% GRÁFICO 15: Distribuição dos entrevistados portadores, quanto às doenças associadas ao Diabetes Mellitus, que possuem, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Sobre as doenças associadas que os 57% dos portadores referiram possuir, estão assim distribuídas: 16 (70%) acometidos por hipertensão, 4 (17%) por doença de chagas, 2 (9%) por osteoporose e 1 (4%) por bronquite. Sendo que em alguns casos, um mesmo portador referiram possuir mais de uma doença associada. 42 7% Sim Não 93% GRÁFICO 16: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, quanto a estar cientes em relação às possíveis complicações crônicas nos pés, rins, coração ou PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. Em relação aos portadores ter conhecimento das possíveis complicações do DM, notou-se que 28 (93%) estão cientes e 2 (7%) não tem conhecimento quanto às possíveis complicações do Diabetes Mellitus. 3% Sim Não 97% GRÁFICO 17: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, fazem uso de medicamentos para o controle glicêmico, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 17 demonstra que 29 (97%) usam comprimidos hipoglicemiantes ou insulina para o tratamento e 1 (3%) não utiliza hipoglicemiantes. 43 Comprimido hipoglicemiante 17% Insulina NPH Comprimido Hipoglicemiante + Insulina 24% 59% GRÁFICO 18: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, conforme medicamentos utilizados para controle glicêmico, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2,cadastrados no PSF Aeroporto 2010. Dos portadores que fazem uso de medicamentos, 17 (59%) referiram usar comprimido hipoglicemiante, 7 (24%) usam insulina e 5 (17%) fazem uso de comprimido hipoglicemiante mais insulina. 3% Não Sim 97% GRÁFICO 19: Distribuição dos entrevistados portadores de Diabetes Mellitus, sobre a participação da Associação dos Diabéticos, PSF Aeroporto, Paracatu, 2010. Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo através de entrevista realizada com portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, cadastrados no PSF Aeroporto, no período de fevereiro e março de 2010. O gráfico 19 demonstra que 29 (97%) não participam da Associação Diabéticos de Paracatu e que apenas 1 portador (3%) participa da Associação. 44 5 DISCUSSÃO A grande maioria da população estudada é composta por portadores do sexo feminino com 23 (76,7%). Neste estudo houve a predominância da faixa etária de 61 a 70 anos, 14 (46,7%). No estudo de Assunção e Ursine (2008), encontrou-se 164 diabéticos cadastrado no PSF do Centro de Saúde Ventosa, em Belo Horizonte, também com predominância do sexo feminino 71,9% e apenas 28,1% portadores de masculino; sendo que a faixa etária prevalente de 60 a 75 anos 31,7%. Sobre ocupação demonstrou que a predominância foi do lar 10 (33,3%) e aposentados 8 (26,8%). Quanto ao estado civil 18 (60%) são casados. Pelo fato de que a amostra foi composta por portadores da faixa etária de 30 a 70 anos. Na pesquisa de Rodrigues e outros (2009), verificou-se 69,5% eram aposentados ou que apenas desenvolvia atividade do lar, neste mesmo estudo houve mais números de casados com 68,3%. A população estudada apresentou-se um baixo nível de escolaridade sendo 21 (70%) ensino fundamental e baixas condições socioeconômicas 18 (60%) sobrevivendo com apenas 1 salário mínimo, justificando que o maior número da amostra são de mulheres que realizam atividades domésticas em suas próprias casas e não tem nenhuma remuneração e as profissões prevalentes não exigem um grau de escolaridade mais avançado. No estudo de Grillo e Gorini (2007), realizado com 206 portadores de diabetes mellitus tipo 2, 65,6% dos entrevistados também apresentaram de 1 a 5 anos de estudo, correspondendo à parte do ensino fundamental, onde afirmam que a importância de analisar o grau de instrução se deve ao fato de que a condição da escolaridade pode dificultar o acesso às informações e trazer menores oportunidades de aprendizagem quanto ao cuidado com a saúde, pois os pacientes diabéticos desenvolvem, em grande parte, o seu auto-cuidado. No trabalho realizado por Viegas-Pereira, Rodrigues e Machado (2008), verificou-se que dos 439 portadores de diabetes mellitus tipo dois 92,3% recebiam até 1 salário mínimo, sendo 61,3% da amostra era composta por aposentados. Diante das características socioeconômicas observadas, acrescentadas às limitações que a doença impõe, torna-se imprescindível a necessidade de se repensar as ações de educação em saúde realizadas pela equipe multiprofissional 45 da Unidade Básica de Saúde, principalmente no tocante às orientações para o autocuidado, respeitando o contexto social e cultural da comunidade, aproveitando os recursos disponíveis, de acordo com a sua realidade, para adquirir hábitos mais saudáveis, implementando os cuidados do paciente diabético. Lembrando sempre que a renda e a escolaridade influenciam significativamente na aderência de forma adequada ao tratamento. O estudo mostrou que 24 (80%) procuram o serviço de saúde uma vez por mês para a realização da consulta. No estudo de Francisco e outros (2010), em relação ao uso de serviços de saúde, aos conhecimentos e às práticas de controle da doença, verificou-se que 75,2% dos idosos diabéticos visitam periodicamente o médico/serviço de saúde. No tocante às orientações recebidas após o diagnóstico de DM2, constatouse que 17 (32%) são orientados quanto à dieta, 15 (28%) sobre medicação, 13 (25%) recebem orientações diversas e 8 (15%) referiram ser orientados quanto à prática de atividade física. Para Pieniz e outros (2007), a adesão do paciente ao tratamento dietético não é fácil, pois há necessidade de mudanças nos padrões alimentares e introdução de novos hábitos. Para isso é importante a participação ativa do paciente e de familiares na terapia, uma vez que a nutrição é um dos componentes essenciais do tratamento para portadores de DM. No estudo de Grillo e Gorini (2007), outros aspectos analisados foram as dificuldades das pessoas em aderir à dieta e em conviver com a doença e pôde-se observar que 55,2% apresentavam dificuldade em aderir à dieta e a maioria delas 73,6% encontravam dificuldade em conviver com a doença. Em relação ao gráfico 3, 28 (56%) das orientações sobre DM2, são fornecidas pelo médico, 15 (30%) pelo enfermeiro e 7 (14%) pelo agente comunitário de saúde. De acordo com Rossi e Pace (2003), o enfermeiro é o elemento que tem o poder de integrar o paciente junto à equipe multidisciplinar, além da sua função indispensável na realização de abordagens educativas sobre questões psicológicas, sociais e biológicas relacionados à patologia. As consultas médicas são cada vez mais curtas e centradas apenas na adequação da dose de medicamentos deixando para a enfermagem todas as demais atividades tanto educativas como até mesmo o exame físico do paciente e a verificação de sinais vitais. É como se ele recebesse de cada membro da equipe uma parte da informação que unidas formam o atendimento integral, mas nem sempre as informações são complementares 46 ou discutidas e nem sempre há uma uniformidade nesses dizeres. (MALAMAN, 2006, p. 47). Quanto às orientações da dieta ao portador de DM2, 24 (73%) receberam diversas orientações sobre a eliminação do açúcar, redução de gorduras e carboidratos, 5 (15%) referem terem sido orientados sobre a eliminação do açúcar e 3 (9%)sobre os carboidratos. Apenas 1 (3%) referiu receber orientações sobre a redução da gordura. A Organização Mundial da Saúde considera que a dieta do diabético é um dos fatores responsáveis para manter os níveis glicêmicos dentro de limites desejáveis. (RIQUEL; SOARES; MEIRELLES, 2002). Embora existam controvérsias sobre a quantidade e tipos de carboidratos recomendados a orientação atual preconiza que uma dieta com alto conteúdo de carboidratos complexos e ricos em fibras, tais como frutas inteiras, legumes, verduras, grãos e cereais, melhora o controle glicêmico e lipídico, a sensibilidade à ação da insulina, além de favorecer a perda de peso. (PÉRES; FRANCO; SANTOS, 2006). Quanto aos alimentos consumidos pelo portador no seu dia-dia, 87 (49%) consomem carboidratos, 39 (29%) proteínas e 51(22%) consomem açúcares. Notase que os portadores estão consumindo muitos carboidratos e açúcares, o que é justificado pelo fato da população estudada ter uma condição socioeconômica baixa e por ser uma categoria de alimentos mais baratos. No estudo de Brito, Buzo e Salado (2009), revelaram que 95,18% dos entrevistados consomem carboidratos e derivados todos os dias. Já em relação aos doces 57,83% referem não consumir, sendo este resultado significativo por serem portadores de DM. Com relação a legumes e verduras 67,47% referem consumir diariamente, considerando-se esta conduta muito importante, pois ajuda no controle da glicemia. Quanto o conhecimento dos portadores de Diabetes Melittus Tipo 2 quanto à diferença entre diet e light 21 (70%) não sabem a diferença entre light e diet e apenas 9 (30%) sabem diferenciar; 19 (63%) não utilizam produtos diet, e apenas 11 (37%) usam produtos diet; 24 (80% ) não usam produtos light e 6 ( 20%) usam produtos light. Este estudo demonstrou baixo nível de conhecimento dos portadores de diabetes mellitus tipo 2 quanto a diferença entre diet e light e também no consumo desses alimentos pode estar relacionado ao baixo nível de escolaridade e baixas condições socioeconômicas, famílias sobrevivendo com apenas 1 salário mínimo. Um estudo de Talamone (2009), demonstrou que o portador diabetes mellitus tipo 2 desconheciam a diferença entre os produtos diet e light de ser 47 produtos consumidos com freqüência. E também mostrou que a população não têm o hábito de leitura do rótulo dos produtos e, ainda, não se preocupa com a quantidade utilizada e nem sabe da importância do rodízio do uso de adoçantes, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse rodízio é importante para que não haja acúmulo de uma determinada substância no organismo como, por exemplo, açúcar, gordura e sódio. (TALAMONE, 2009). Tanto os produtos diet como os light só poderão ser utilizados após análise de sua composição para verificar se são ou não adequados para o consumo do diabético. (SEYFFARTH; LIMA; LEITE, 2000). O diabético deve ter conhecimento de que os ingredientes do produto podem ser calóricos e devem ser incluídos no cálculo da dieta, além de existir a possibilidade de conter sacarose ou glicose mesmo em teores menores que os produtos originais, o que contra-indica o seu uso indiscriminado. (SEYFFARTH; LIMA; LEITE, 2000, p. 31). 20 (67%) dos diabéticos não praticam atividades físicas, o que predomina também no estudo de Grillo e Gorini (2007), onde 66,4% dos participantes do estudo não as praticam. Ao serem questionados quanto ao motivo de não praticarem atividade física, 8 (35%) justificou-se ser por falta de tempo. No entanto, os motivos são incoerentes uma vez que neste estudo predominou a ocupação do lar e aposentados, não seria talvez dificuldade em adaptar às mudanças no estilo de vida ou seria desinteresse dos portadores? De acordo com Teixeira, Silva e Santos (2006), a dificuldade que os portadores de diabetes mellitus encontram em mudar os velhos hábitos está relacionada à renda, escolaridade e tempo da evolução da afecção, causando a falta de aderência ou uma pseudo-aderência ao tratamento, o que justifica a dificuldade da equipe multiprofissional em realizar o acompanhamento de forma adequada. Mudar hábitos na vida de alguém é uma atividade bastante complexa, pois a ação que se aplica a esse cliente não deverá durar apenas uma hora ou o tempo de permanência dele na unidade de saúde, exige uma atividade continua e de caráter duradouro. Portanto, o papel das atividades educativas é agir como facilitador deste processo. Quanto à atividade física, 10 (33%) dos que praticam – ou seja, 90% fazem caminhada e 1 (10%) referiu a prática de hidroginástica e caminhada. No presente estudo vê-se pouca adesão na prática de exercício físico. Para Fechio e Malerbi (2004), o exercício físico regular ajuda a diminuir ou manter o peso e diminuir a 48 resistência da insulina que melhora o controle glicêmico, o que para os portadores é essencial a adesão da atividade física tendo a mesma importância como o uso de medicamento e da dieta. Conforme gráfico 12 dos que praticam exercício físico 5 (50%) praticam diariamente, 3 (30%) duas vezes por semana e 2 (20%) três vezes por semana. Neste estudo, a prática de exercícios físicos dos portadores que realizam foi 5 (50%) praticam diariamente. Segundo Katzer (2007), foi comprovada atuação nos glicotransportadores, na prática do exercício físico o aumento da sensibilidade celular a insulina fica mais eficiente, este efeito tem a duração de dois a três dias, por este fato prescrevem-se rotina de no mínimo três dias intercalados por semana atividades física. 27 (90%) dos diabéticos não fazem uso de bebida alcoólica, demonstrando que não há o risco dos portadores de diabetes com a interação de bebida alcoólica com medicamento sabendo-se que o uso do fármaco é contínuo. Também foi verificado no estudo de Brito, Buzo e Salado (2009), que 89,16% referiram não ingerir nenhum tipo de bebida alcoólica e 10,84% referem beber mais de uma vez por semana. Em relação ao uso de cigarros, 91,57% referem não fumar, enquanto 8,43% referem fumar mais de um cigarro ao dia. Não há uma relação causal direta entre bebida alcoólica e diabetes apesar de várias incidências do DM2 entre estes. No estudo de Geraldo e outros (2008), realizado com 42 portadores de Diabetes Mellitus participantes do projeto de atendimento nutricional da Universidade Federal de Viçosa-MG, notou-se que 61,9% dos participantes também não consumiam bebida alcoólica. Os portadores além de ter DM2 possuem outras doenças, sendo que 17 (57%) são acometidos por outras doenças. Percebe-se que o portador necessita de uma equipe multidisciplinar para um sucesso terapêutico, ou seja, além de ter o diabetes, possuem outras doenças e a mudanças no estilo de vida. No estudo de Grillo e Gorini (2007), as comorbilidades associadas ao DM2 são a hipertensão 76,8%, dislipidemia 48% e 83,2% foram classificados no grupo pré-obesos, obesos classe I e II. Sobre as doenças associadas que o portador referiu possuir, com predominância foram 16 (70%) acometidos por hipertensão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2003, 2006), a presença de hipertensão em portador diabetes é duas vezes mais comum do que em indivíduos não diabéticos. 49 Um estudo Gack-Ghelman, Souza e machado (2009), realizado com 197 pacientes atendidos em consulta de enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde no Rio Janeiro, demonstrou a presença de hipertensão arterial em 66% dos pacientes. Sobre as demais doenças associadas que o portador referiu possuir, 4 (17%) por doença de chagas, 2 (9%) por osteoporose e 1 (4%) por bronquite. Os portadores tem conhecimento das possíveis complicações do DM, notouse que 28 (93%) estão cientes e 2 (7%) não tem conhecimento quanto às possíveis complicações do Diabetes Mellitus. Percebe-se que os portadores estão sendo orientados quanto às complicações DM no atendimento do serviço de saúde e as equipe estão trabalhando na prevenção ao orientar sobre o risco do não cumprimento do plano terapêutico das complicações que podem surgir, no momento das entrevistas, os mesmos citaram as possíveis complicações nos olhos (retinopatia), pé diabético e problemas renais. 29 (97%) usam comprimidos hipoglicemiantes ou insulina, durante a entrevista alguns dos pacientes relataram ter começado o tratamento com alteração alimentar e exercícios físicos e não conseguiram atingir o controle dos níveis glicêmicos e então foi necessário utilizar a medicação, outros iniciaram já com uso de medicamentos, alterações alimentares e realização de atividade física. No estudo de Geraldo e outros (2008), realizado com 42 portadores de Diabetes Mellitus participantes do projeto de atendimento nutricional da Universidade Federal de Viçosa-MG o uso de hipoglicemiante e/ou insulina foi relatado por 90,47% dos portadores. Dos portadores que fazem uso de medicamentos para o controle glicêmico 17 (59%) referiram usar comprimido hipoglicemiante, 7 (24%) usam insulina e 5 (17%) fazem uso de comprimido hipoglicemiante mais insulina. No entanto, os medicamentos de primeira escolha foram os fármacos de via oral, nota-se que os pacientes precisaram utilizar medicação para controle glicêmico - só com a priorização de uma dieta adequada e atividade física não foi possível este controle, sendo adotado um conjunto terapêutico nutricional, exercício físico e fármaco. No estudo de Grillo e Gorini (2007), foi encontrado que 54,4% faz uso de comprimido hipoglicemiante oral, 12% comprimido hipoglicemiante mais insulina e 8,8% usam insulina. Estudou-se também o tipo de tratamento medicamentoso realizado pelos pacientes, para tratar o diabetes e suas comorbidades e pôde-se verificar que 24,8% não realizavam tratamento medicamentoso, 54,4% utilizavam hipoglicemiante oral, 50 12,0% utilizavam além da medicação oral a insulina e 8,8% utilizavam apenas insulina. Quanto ao tratamento para hipertensão, do total de 96 hipertensos, 68,5% faziam uso de medicação. No que se refere ao tratamento da dislipidemia, do total de 60 pessoas, 20% utilizavam medicação; as demais não faziam uso de medicação, assim como não seguiam a dieta indicada à doença. (GRILLO; GORINI, 2007). Na pesquisa de Malaman (2006), uma das maiores dificuldades relatadas pelos usuários é a mudança dos hábitos de vida, principalmente os relacionados à alimentação. Mesmo fazendo o uso correto da medicação indicada pelo médico e algum tipo de atividade física, os usuários não conseguem controlar seus parâmetros de glicemia devido a hábitos alimentares inadequados. O tratamento do paciente diabético é feito por um conjunto de ações que envolvem uma tríade constituída por dieta, medicação e exercícios físicos. (DELIBERATO, 2002). A adesão do indivíduo diabético às formas não farmacológicas de tratamento é baixa, a maioria dos indivíduos, se inicialmente aceitam a prescrição dietética, por exemplo, com o passar dos anos, terminam por abandoná-la. (MCLELLAN et al., 2007). Atualmente tem havido uma tendência para a valorização de medidas não convencionais de assistência ao paciente com doenças crônicas, ou seja, das centradas no tratamento não medicamentoso, destacando-se as práticas contínuas e muitas vezes diárias de exercícios físicos e de caminhadas. Incentiva-se também a valorização da alimentação adequada, a qual passa a ser vista mais com o benefício do que como castigo. (FERNANDES et al., 2005). Mudar hábitos na vida de alguém é uma tarefa bastante complexa e exige uma ação em tempo contínuo. A atividade educativa tem o papel de fornecer subsídios para que o paciente mude seus hábitos de vida em prol da melhora de seus sintomas, porém essa é uma alteração que envolve não só o usuário, mas todo seu círculo familiar e social. Segundo Adam e Herzelich (2001), as modificações dos comportamentos dos usuários baseiam-se em crenças, aceitação das informações dada pelo corpo médico, crença na realidade da ameaça e suas conseqüências e crença na eficácia das medidas preventivas. Apenas 1 (3%) dos entrevistados participam da Associação Diabéticos de Paracatu. De acordo com dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2000), publicado na Revista de Hipertensão Arterial e Diabetes sobre a Associação de Diabéticos do Distrito Federal a entidade realiza desde a detecção do diabetes e o encaminhamento à assistência médica necessário até o acompanhamento por 51 nutricionista e psicólogo, bem como o suporte à família do diabético, onde afirma que o esclarecimento da família é fundamental para a adaptação do portador de diabetes aos cuidados que a doença exige. 52 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa e dados obtidos com este estudo sabe-se que o diabetes é uma doença crônica não transmissível que demanda uma adesão ao tratamento, sendo imprescindível a mudança de hábitos por toda vida e auto-cuidado, para o controle dos níveis glicêmicos a fim de prevenir ou retardar complicações e diminuir o número de internações devido ao diabetes. Porém, mudar hábitos não é tarefa fácil e requer esforço e disciplina, as condições socioeconômicas influenciam principalmente o consumo de alimentos apropriados, como os produtos diet e light e conhecimento desses produtos, os resultados deste estudo apontaram pouca adesão na atividade física e o consumo de produtos diet e light e um número elevado de portadores acometidos por outras doenças, sabe-se que o portador precisa estabelecer mudanças de hábitos no seu cotidiano, desistir de hábitos anteriores não saudáveis, neste caso a colaboração da família e dos profissionais de saúde no sentido de orientar, motivar dando suporte no esclarecimento de dúvidas. E o trabalho da equipe multidisciplinar com práticas holísticas em saúde de integração com o paciente para um sucesso terapêutico, nesta equipe de multiprofissionais de saúde encontra-se o enfermeiro que contribui e desenvolve ações de promoção e prevenção com um papel de educador, através de atividades educativas levando conhecimento sobre a doença, a importância de adaptar-se às mudanças do estilo de vida, e incluir a família nestas mudanças de hábitos que são tão saudáveis e trabalhando no modelo preventivo com esses membros da família para evitar o aparecimento de diabetes. E um olhar focalizado com o portador de diabetes no seu contexto sócio-cultural com práticas de educação em saúde através de grupo educativo com a administração de palestras e oficinas de saúde que leva informações e orientações, mais que agrega o conhecimento da patologia e das mudanças no estilo de vida em relação aos hábitos alimentares como as restrições do açúcar, a importância da leitura dos rótulos dos produtos diet e ligt e os benefícios das práticas de exercícios. No entanto, é necessário que haja maior participação do portador na entidade implantada que luta por seus interesses para melhoria da qualidade de vida 53 do portador e a colaboração do serviço de atendimento aos diabéticos para divulgação dessa Associação. 54 REFERÊNCIAS ADAM, Philippe; HERZLICH, Claudine. Saúde, doença e suas interpretações culturais e sociais. In: ADAM. Philippe; HERZLICH, Claudine. Sociologia da Doença e da Medicina. São Paulo: EDUSC, 2001. 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Assunto: Autorização para coleta de dados para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso Prezado Coordenador, Vimos através deste apresentar a solicitação de autorização para coleta de dados como requisito para realização do trabalho de conclusão de curso intitulada: “Portador de diabetes mellitus tipo 2: mudança de hábitos para adesão ao tratamento”, que será desenvolvido pela acadêmica Juliane Pereira Oliveira, regularmente matriculada no 7º Período do Curso de Enfermagem . Para realização deste trabalho a acadêmica necessita coletar dados junto aos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 cadastrados no PSF Aeroporto do município Paracatu. Em nenhum momento este trabalho tem como objetivo denegrir valores e sim rever conceitos referentes ao assunto tão importante. Este trabalho não visa lucros, nem vai gerar encargos à instituição e sim, melhorar a qualidade de vida dos portadores de diabetes mellitus tipo 2. Solicitamos, portanto a colaboração e permissão de Vossa Senhoria para a coleta das informações necessárias ao estudo. Sem mais para o momento, Atenciosamente. ____________________________ Íris Leda Carmargos Nery Ferreira Professor Orientador Temática ___________________________ Juliane Pereira Oliveira Acadêmica curso de enfermagem À enfermeira responsável pela Unidade de saúde PSF Aeroporto Paracatu – Minas Gerais 62 Apêndice B - Questionário Nome: _________________________ Idade: ________________________ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Profissão: _____________________ Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) divorciado(a) ( ) Viúvo(a) Escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ens. Fund.– 1ª a 8ª série ( ) Ensino médio completo ( ) Superior completo Renda mensal familiar: ( ) até um salário mínimo ( até $510.00) ( ) de 2 a 3 salários mínimos (até $1530.00) ( ) Acima de 4 salários mínimos ( mais de $2040.00 ) 1) Com qual freqüência procura o serviço de saúde para a realização da consulta para diabetes para controle glicêmico? ( ) uma vez por mês ( ) duas vezes mês ( ) nenhuma 2) Quais as orientações foram fornecidas frente ao diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2 ? ( ) sobre medicação ( ) dieta ( ) atividades físicas ( ) possíveis complicações ( ) diversas orientações 3) De qual categoria profissional você recebeu orientação sobre Diabetes Mellitus tipo 2 pela 1ª vez? ( ) Médico ( ) Enfermeiro ( ) Técnico de Enfermagem ( ) Agente Comunitário de Saúde ( ) outras, quais? ______________ 4) Quais tipos de dietas foram orientadas sobre o Diabetes Mellitus Tipo 2? ( ) eliminação de açúcares ( ) redução carboidratos ( ) redução gorduras em geral ( ) eliminação de açucares, redução carboidrato e gorduras em geral 5) Quais dos grupos de alimento abaixo você consome no seu dia a dia? ( )arroz ( ) folhas verdes ( ) batata ( ) beterraba ( ) massas ( ) refrigerantes ( ) biscoitos ( ) bolos ( ) bolacha 6) Você sabe a diferencia entre os produtos diet e light? ( ) sim 7) Você usa produtos diet? ( ) sim ( ) não 8) Você usa produtos light? ( ) sim ( ) não ( ) não 63 9) Você pratica atividade física? ( ) sim ( ) não 9.1 Se sim, quais? ____________________________________________ 9.2 se não Por quê? ___________________________________________ 10) Com que freqüência você pratica exercício físico? ( ) diariamente ( ) 2 vezes na semana ( ) 3 vezes na semana 11) Você faz uso de bebida alcoólicas ( ) sim ( ) não 12) Possui alguma doença associada ao Diabetes Mellitus tipo 2? ( ) sim ( ) não Se sim Quais? _____________________________ 13) Você sabe que o portador de Diabetes Mellitus tipo 2 pode desenvolver complicações crônicas nos pés, rins, coração ou olhos? ( ) Sim, devido o controle inadequado das taxas de glicose ( ) não sabe 14) Você faz uso de medicamentos por via oral comprimidos hipoglicemiante para o controle glicêmico? ( ) sim ( ) não Se sim, quais? _______________________________________________ 15 Você participa da associação de diabéticos de Paracatu? ( ) sim ( ) não 64 Apêndice C – Termo de consentimento livre e esclarecido Nome do (a) paciente: ____________________________________________ Pesquisadora responsável: Acadêmica de Enfermagem do 7º período da Faculdade Tecsoma, Juliane Pereira de Oliveira. O presente trabalho, “Portador de diabetes mellitus tipo 2: mudança de hábitos para adesão ao tratamento“ tem como objetivo, conhecer os aspectos que interferem na adesão ao tratamento de Diabetes Mellitus tipo 2, bem como conhecimento sobre a patologia e suas possíveis complicações na população diabética adulta na faixa etária de 30 a 70 anos, cadastrada no PSF Aeroporto de Paracatu-MG, através da aplicação de questionário, visando à investigação dos fatores modificáveis no estilo de vida dos diabéticos, que poderiam melhorar o controle da doença e qualidade de vida dos mesmos, conhecendo assim as dificuldades encontradas pelo portador de Diabetes Mellitus do tipo 2, envolvendo o tratamento medicamentoso e mudança no estilo de vida. O paciente terá a liberdade de recusar a participar ou cancelar o seu consentimento sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento e cuidado. É garantido o sigilo e privacidade dos dados envolvidos na pesquisa. Os dados e informações provenientes deste trabalho serão utilizados como fins de produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) à Faculdade Tecsoma. Eu _________________________________________________, venho por meio deste, manifestar meu consentimento em participar da amostragem da pesquisa acima referida pela acadêmica de enfermagem do 7º período de Enfermagem da Faculdade Tecsoma, Juliane Pereira de Oliveira, estando consciente sobre sua justificativa, objetivos e procedimentos a serem utilizados. Paracatu, _____ /______ /_______ Familiar/Paciente:________________________________________________ Acadêmica Juliane Pereira de Oliveira: _______________________________