ÍNDICE: - Sítio Espeleológico de Claudio M anuel......................................................02 Estudo Faciológico dos Depósitos de C avernas........................................ 05 Reunião em Unaí discute a preservação da G ruta Tamboril.................... 10 O cupação U rbana em Areas de M ineração do Período C olonial...........14 Espeleotem as: Crescim entos Fractais...........................................................22 As Pinturas Rupestres de São Raim undo Nonato - PI..............................29 Lapa do Carlucio - Itacarambi -M G .............................................................36 Congresso Brasileiro de Espeleologia..........................................................39 S O C IE D A D E E X C U R S IO N IST A E E S C O L A D E M IN A S E S P E L E O L O G I A Órgao de informação da Sociedade Excursionista e EspeleológicaSEE Cx.P.- 68 CEP 35.400-000 OURO PRETO - MG E-mail:[email protected] Edição Numeral Tiragem 1000 exemplares Diagramação: Milton Pereira Filho. José Adilson D. Cavalcanti Corpo EditoriahJosé Adilson D. Cavalcanti. Gesner J. I. dos Santos, Milton Pereira Filho Revisão:Cláudio M.T.Silva Presidente: Gesner J. Ilário dos Santos Secretário:Milton Pereira Filho Tesouraria: Arildo Henrique de Oliveira Diretor de Materiais: Marcus Vinícius Oliveira Lopes Diretor de Documentação e Arquivo:Luciano Mozer Diretor de Imprensa e Divulgação: José Adilson D. Cavalcanti £ Os autores dos artigos assinados responsabilizam-se integralmente pelo conteúdo dos mesmos. £ Qualquer matéria da Revista ESPELEOLOGIA poderá ser reimpressa em outras publicações desde que sejam citados fonte e autor. £ Críticas, artigos e sugestões serão bem aceitos, podendo estes serem publicados ou não de acordo com a disponibilidade de espaço e importância das discussões. ED 1TO K IA I A S.E.E. - S ociedade E xcursionista c E spcicológica. com m uita honra c felicidade volta a ed itar a revista ESPELEO LO G IA depois d e m ais do duas décadas ausente, d esd e 1975. À s vésperas dos 60 anos da SEE, esta edição torna-se parte das com em orações d esta instituição. A rev ista pretende lev ar ao conh ecim en to da co m u n id ad e espcicológica brasileira c internacional os trabalhos realizados pela SPE nas décadas de 80 e 90 c também incentivar a publicação de outros. Esta edição apresenta artig o s diversos, aparentem ente heterogêneos, porem com conteúdos de interesses afins ã E spelcologia. O correm cm Claudio Manuel, distrito d e M ariana-M G. duas furnas cm q u an /ito s dobrados e falhados . de grande iinportácia para o ecossistem a local devido a presença dc surgências que abastecem de água potável a com unidade local. C om o conseqüência apresentase um a caracterização espcicológica prelim inar resultante de trabalhos executados cm uma d as Furnas O próxim o artigo aborda a utilização do conceito de “ fácies" no estudo dos depósitos d c cavernas carbonáticas com a observação em conjunto do condicionam ento estrutural, m odo dc ocorrência, tipo e form a dos m esm os. O au to r apresenta um exem plo de aplicação deste estudo na L apa dos Borges, m unicípio de Pedro L eopoldo - MG. A conteceu em U naí - MG um a reunião com FEA M , IB AM A. SEE. Prefeitura M unicipal. BRITA CA L, IGF, A M A e Polícia Florestal para a tom ada de decisão e definição das obrigações no sentido de se preservar a G ruta Tam boril d e ações predatórios antrópicas. O resultado destas ações e dc um a avaliação no interior du caverna ú o que representa o relatório de avaliação espcicológica executado por representantes do IBA M A . FEA M e SEE. O trabalho apresentado sobre a ocupação urbana em áreas dc m ineração do p erío d o co lo n ial da S erra d e O uro P relo-M G trata d o s p ro b lem as de d eslizam en to s, cscorregam entos. desabam entos e contam inação de águas nestas áreas O trabalho é parte integrante do projeto dc iniciação cjentíllca “ A ntigas m inas de O uro Preto - Im pactos físicos e sócio-culturais". O presente trabalho é realizado por m em bros da SEE e é tratado com o E spelcologia Urbana. A revista ESPELEO LO G IA tam bém vem inform ará com unidade Espcicológica B rasileira c Internacional sobre a organização d o XXIV C O N G R E SS O BRA SILEIRO DE E SPELEO LO G IA . qu e será realizado na cidade de O uro Preto em Julho de 1997. E S P E L K O I.O G IA ANO-VIII N*-VIII Janeiro 1997 1 SÍTIO ESPELEOLÓGICO DE CLÁUDIO MANUEL Nota Preliminar M ilton Pereira Filho - SF.F Introdução O sítio espeleológico em questão localiza-se a noroeste da cidade dc M ariana-M G no distrito de C láudio M anuel. H c a ra c lc ri/a d o p ela ex istên cia de dois cavem am cntos cm q u art/jto bastante peculiares pela situarão geológica cm que estão inseridos. A s duas grutas são denom inadas localm ente por fum as sendo que apôs o térm ino dos trabalhos de exploração e ma|>eamcnto pela Sociedade Excursionista e Espcicológica foram denom inadas por F urnas I c 11. O síiio en c o m ra-sc na p ro p ried ad e do Sr. N ilo F erreira, p eq u en o pecuarista d o distrito e c freqüentado pela população local nas horas dc lazer pois ó lá que se encontra a nascente dc um córrego. G eologia L ocal O distrito ile C láudio M anuel situa-se em região próxim a ã borda sudeste d o q u adrilátero fcrrffcro nos dom ínios do em basam ento cristalino em um afloram ento dc rocha quartzosa na qual a presença de S erieita cm quantidade gera xistosidades. o que denota se re sta u m a " ilha" de rochas m ctam órficas n o em basam ento critalino. O pacote rochoso tem atitude 60/12N E em estratos dc expessura decim ctrica. São encontradas nas cavernas dohras d o tipo se propagando por todos os estratos, o que nos faz classificar a área con^o sendo um a zona de intenso cisalhamento. F u rn a 1 G ruta de volum e m uito grande em relação às dem ais grutas em q u art/ilo conhecidas, foi gerada pela erosão do lençol frcático atuando no quartzito xistoso. A erosão e prom ovida pelas águas d o lençol Ireático que ao encontrar a rocha xistosa dissolve a serieita presente gerando ali um plano de fraqueza que associado às diáclases existentes na rocha prom ove os abatim entos, um a curiosidade c que são poucos os blocos no chão testem unhando o a b a tim e n to fato este o ca sio n a d o po r s e r e s te q u a rtz o -sc ric ita -x isto m u ito friável. desagregando-se cm areia q ue recobre todo o piso d a gruta Existem quatro surgências no interior d a gruta. A prim eira se encontra no alto d o pequeno conduto à direita da entrada principal. H a que possui m aior vazão gerando um a ducha dc água. O utras três surgcncias se encontram no piso do grande salão do final da gruta. O salão dá acesso a um a clarabóia que nos conduz ao topo do afloram ento o abatim ento no teto deste salão dividiu as furnas. O correm cspclcotcm as gerados pela precipitação d a serieita dissolvida tais co m o m icrotravertinos. cortinas, cscorrim entos c estalactites. Todos os espeleotem as ES P K L E ()L O (> I A ANO-VIII N--VIII Janeiro 1997 2 Foto: S urgência dc m aior vazão d a F urna I s3o de c o r ocre a acastanhado, argilosos que acreditam os tratar-se dos m inerais o p ala e alofana. A água que provém da gruta 6 a principal fonte do córrego que abastece de água lim pa a propriedade onde se encontram as grutas e outras onze casas situadas a ju san te do córrego. F u rn a II C om entrada situada próxim o â clarabóia d a F u m a I. acredita-se ser esta um a antiga conexão com a F u m a i, a gruta tem seu prim eiro salão cm um a dolina onde se en contra o u tra surgència cujo fluxo de água nos leva em direção à Furna I. C abem ainda novos trabalhos para a caracterização da m esm a. E S P E L E O L O G I A ANO-VIII NM /III Janeiro 1997 3 E S P E L E O L O G IA ANO-Vlll N9-VIII Janeiro 1997 4 ESTUDO FACIOLÓGICO DOS DEPÓSITOS DE CAVERNAS CARBONÁTICAS José A dilson I). C avalcanti- SEE Os aspectos observados cm um conjunto de espeleotem as dc um a caverna m uitas v e /c s nos dão idéia das características m arcantes dos m ecanism os d e deposição que deram >rigem à form ação de tais depósitos quím icos ou elásticos. Desta form a, quando observam os as ocorrências de espeleotem as. vários fatores condicionanics podem ser observados. S ecundo Lopes L iado (1970) eles podem apresentarse nas form as /.en itais(n o teto), parietais (nas p are d es)e form as pavim eniárias (no piso). Já G uim arães (1966) dá destaque aos m ecanism os e processos de deposição de espeleotem as. O utras classificações são propostas com o a de Eraso (1966) que relaciona o fluxo caudal (l/s) e a pressão parcial de C 0 2 na solução. C om este estudo pretendo abordar o grupam ento d e espeleotem as e outros depósitos que ocorrem nas cavernas sob a ó tica d e sua lorm a. geom etria e orientação com o base nas classificações com o as supra citadas, adaptadas ao novo estudo faciológico de espeleotem as. 0 conceito de íácics. hoje m uito difundido nas geocicncias, aborda o conjunto de elem entos ou aspectos de um a form ação, sejam cies locais, podendo d esta form a analisar a geom etria, a form a c o s fatores que condicionaram essas form ações. N o caso da E spelcologia fica fácil inserir este conceito para o estu d o das ocorrências d o s espeleotem as. pois os m esm os se distribuem de form a caótica ao longo das cavernas c. m uitas vezes, agrupados com características m arcantes, sejam elas distribuição espacial, form a, condicionam entos estruturais, natureza e m ecanism os d e deposição. C om essas ferram entas podem os d escrever o conjunto de espeleotem as numa c a v ern a analisan d o à luz de suas características m orfo g en éticas. estiu tu rais, m odo d e ocorrência, tipo de depósito, delineando a su a form a (ocorrência). Argumentação A o observar um conjunto de espeleotem as num a caverna podem os delinear fácics que serão descritas obscrv ando-se os fatores que atuaram ua form ação deste depósito. 1 - C ondicionam ento Estrutural: Presente na rocha onde se encaixa a caverna, esses elem entos são responsáveis pelo desenvolvim ento da ca v en n a e são m arcantes tam bém na lorm ação dos espeleotem as. orientando tais depósitos e até m esm o condicionando o seu m odo de ocorrência, estes podem ser: - F ratu ras e /o u m icrofrO turas - F alhas c/ou m icrofalhas - Juntas de estratificação (superfície de aeam am ento) - Diáclases. dobras e outros 2 • M odo de ocorrênea Este critério localizacional pode sei ad ap tad o à classificação tie Lopes L iado (1970) para caracteri/a r o lugar onde se en contra esta unidade, estas são: - Form as /.enitais E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 5 • Form as parictais - F o rm a s p av im en taria* - F orm as sobrepostas 3 - T ipo dc depósito: O m ecanism o e o processo d e deposição são elem entos i|u e podem caracterizar os grupam entos d e espeleotem as. com o descrito por G uim arães (1966) c adaptado a este estudo, podem sei: D epósitos d e água circulante (g o tcjam e n to .c sco rn m c n to e turbilhonam cm o) - D epósitos de água estagnada * D epositos de água d e exudação - D epósitos d e origem biológica D epósitos d c origem m isia 4 - F orm a: E ste elem ento pode ser esti itam ente influente na caracterização de um a fácics. pois. a form a c o condicionam ento final do depósito. A p licação O estudo faciológico d o s depóstos dc cavernas pode ser aplicado no estu d o da ev o lu ção da caverna e de seus depósitos, nos quais podem se asso ciar sítios arqueológicos e paleontológicos. e ate m esm o ao m icro clim a de um a região num passado distante. A través deste estudo busco elem entos que caracterizam a evolução dc uma caverna, traços m arcantes dc sua evolução e da evolução dos cspcleoicm as c outros depósitos. E stu d o d a L a p a dos B orges L o ca liz aç ão : A L apa d o s B orges lo c aliza -se na F a/.cnda dos B o rg es no m u n ic íp io de P edro L eo p o ld o . M inas G erais. A co m p an h an d o -se a este ira ro lan te da C E M IN A S pelo asfalto, dcixa-sc pouco depois o m esm o tom ando-se à direita, em estrada de terra, passando por um rcflorestam enio dc eucaliptos, percorre-se uns 200m até chegai à sede d a fazenda referida. O acesso à gruta se faz a pé poi trilha dc anim ais, até o encontro de um p a re d ã o c a lc á rc o o n d e ha u m a d o lin a . o n d e se e n c o n tra a g ru ta. E sta d o lin a c o casionalm ente usada para plantações D escrição: A Lapa dos B orges desenvolve-se linearm ente segundo a direção N 45E com estreitam ento d o conduto ao aproxim ar-se do final. O teto apresenta estruturas dc fluxo frcátieo em form a de caixa dc ovos. P ode-se dizer que esta caverna acom panha um padrão lincar-horizontal-triangular. segundo F erreira <1993). O s espeleotem as localizados no teto tem forte alinham ento N E e ocupam porção interm ediária do teto d a caverna. O ch ão é com posto basicam ente por argila verm elha e ao final tem -se que transpor u m a ca sca -fin a de uns 2 m etros de altura para continuai o cam inham ento. O final da cav ern a é caracterizado p o r escorrim entos e travertinos com sentido d o fluxo para SNV A cav ern a apresenta escavações ao longo de quase toda a sua extensão, com profundidade de at<?2 m etros (fig.OI). C aracterização Faciológico: -F ácics Z cnital (z) E sta encontra-se no teto ao longo d e quase toda a extensão da caverna, alinhada estruturalm ente por um a fratura N 45E . c c form ada basicam ente por depósitos dc águas circu lantes por gotejam en to (estalactites), eseorrim etos c alguns depósitos dc exudação (coralóidcs). Esta fácics tem a form a alongada segundo o eix o dc desenvolvim ento da caverna E S P E L l i O L O t i 1A ANO-VIII N-M/lll Janeiro 1997 6 que tam bém coincide* com a direção principal d c fratum m cnto, ocorrc um a inflexão no inicie» da caverna, na cniruda lateral, quando está condicionada por um a fratura conjugada NW Esta fácics aparece lam bem no fundo da caverna. * Fácics Pavim entaria Terrígena (PT) Esta fácics ocorre ao longo dc quase toda a extensão d a caverna, é icrrigcna (depósitos de argila) e cobre todo o piso m asearando assim a form a d o conduto. Sobre este depósito encontram -se ninhos de pérolas e conchas dc E strophochcilos. A o longo de todo o piso há escavações arqueológicas Fácics Pavim entária Q uím ica (PQ ) C o m p o s ta p o r e s p e le o te m a s d c á g u a s c ir c u la n te s p o r g o te ja m e n to . turbilhonam ento c cscorrim ento. orientando o fluxo da água para SW. Esta fácies encontra-se sobre um a casca fina no final da eavem a. coberta por travertines, estalagm ites e escorrim entos M odelo d ep o sicio n al C om base no estudo faciológico dos depósitos na L apa dos BorgCN podem os m ontar um esquem a evolutivo. .De form a sucinta, a sua evolução pode ser assim descrita: 1. A bertura d o conduto principal alinhado segundo um a grande fratura NW. através de água vadosa sob prcssáo.dcixando feições de fluxo (tipo caix a dc ovos) no teto d enotando um regim e fluvial de alta energia; 2. Preenchim ento parcial do conduto com argila verm elha: (PT) V Inicio da deposição quím ica 110 teto (estalactites, cscorrim entos. cortinas e coralóides) e sobre o piso (chãocslalagm ítico. estalagm ites, travertinos e ninhos de pérolas); 4. Erosão parcial do piso da cav ern a dando origem a casca fina. q feição típica do rctrabalham cnto de sedim entos terrígenos. Hoje. observa-se que o piso sofreu ação antrópica devido a escavações palcontológicas ao longo de quase todo o conduto principal, co m o pode ser observado no perfil principal d a caverna. Kv.«!ucl<> «Jiit ilqw wit.». w vlnnm U ic* qulm m »» c cláxbcn* n a l i t u t i K S P IC M ÍO L O (í I A I ta ty o ANO-VIII N«-V1II Janeiro 1997 7 E S P E L i:O L O ( ; IA ANO-VIII N9-VIII Janeiro 1997 8 B IB L IO G R A F IA A L L IE V I. J. & LINO. C.F. 1980. C avernas B rasileiras. Ed. M elhoram entos, SP. 168 p. F IL G U E IR A S , R .R . 1975. C o n trib u iç ã o ao g lo ssá rio e s p e le o ló g ic o b ra sile iro . Rev. E spelcologia. ano VII. n° 7. Ed. R.E.M . O uro Prelo - M G . p. 22. G U IM A R Ã E S, J.E.P. 1966. G rutas calcárias. B oletim 47, Inst. G eog. G eol. See. Agr., 9-70, S. Paulo - Reed. Boi. G eog. Inst. Bras. G eog. - Fund. IBGE. 213:50-89, nov/dez 1969. RJ. HALLIDAY, W.R. 1962. C aves o f C alifórnia. W estern Spcleo Survey - USA H ILL, C. A. & FORTI, P. 1986. C ave m inerals o f the w orld. Nat. Spelco. Soc.. H untsville, A labam a. USA. JIM E N E Z , A .N . 1984. C uevas y Carsos. Ed. M ilitar. Havana. C uba, 430 p. LEA L. J.R.L.V. 1971. O rigem dos espeleotem as. Rev. E spelcologia, ano II. n °3-4, p. 53. Ed. R.E.M . O uro Prcto - MG. LIN O . C.F. 1989. C avernas: o fascinante Brasil subterrâneo. Ed. Rios L tda. S. Paulo. S.P. Português/Inglês. 279 p. S.E.E. 1987. C urso de Introdução à E spelcologia. A postila. Ed. Im p. Univ. UFOP. 35 p. S.E.E. 1991. Sinopse do C urso de Introdução à E spelcologia. 35 p. SILVA, C.M .T. 1992. Teoria C aos (G eom etria Fractal) x P rincípio Ú nico (F ilosofia O riental): aplicações na G eologia. S.E.E./D EG EO /U FO P. Inédito. E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N°-VIII Ja ne iro 1997 9 REUNIÃO EM UNAÍ-MG DISCUTE A PRESERVAÇÃO DA GRUTA TAMBORIL Z ilm ar C elestino Pinheiro FHAM - BH R e la tó rio R euniram -se na P refeitura M unicipal de U naí - M G . no dia 02 de ju lh o de 19% . ju n la m e n te com representantes de órgãos públicos: IBÁ M A /Brasília, IlEl-VUnai, Polícia F lorestal, P refeitura e en tid ad es civ is:, A M A . A corda U naí. S indicato Rural e S ociedade E xcursionista e EspelcológicaDeu«se início, à reu n ião com a apresentação de todos os participantes, em seguida o representante d o IB A M A R icardo M arra salientou sobre a participação do IB AM A no processo de proteção ã caverna, através de exigências feitas pelo órgão à Britacal. em cu m prim ento a o decreto Federal n° 9 9 .5 5 6 de 01/10/90. Falou-se tam bém do potencial turístico d a G ruta Tam boril e do aproveitam ento da m esm a, porém após o desenvolvim ento de um projeto esp ecífico de m anejo que poderá sei desenvolvido pela S ociedade Brasileira dc E spelcologia - S B E . que detém convênio com o IBAMA Foi por mim colo cad o sobre a situação am biental da G ruta verificada durante a vistoria realizada em setem bro de 1995. Foi constatada grande degradação através da q u ebra de espeleotem as, pichnçõcs e deposição de lixo. Esses im pactos decorrem da visitação d escontrolada e não tia atividade m inerdna. D ecidiu-se que a FEA M deverá en v iar um a m inuta de convênio para a prefeitura, visando o rientação para o trabalho de proteção. Foi c o lo c a d o p e lo re p re se n ta n te d o S in d ic a to R u ral Sr. A ltir. a im portância e necessidade da Britacal com o geração de em pregos e recursos para o município. Mas salientou em particular a grande im portância da proteção da G ru ta T am boril. Registrou tam bém a ausên cia dos candidatos à P refeitura, futuros ad m in istrad o res do m unicípio. D estacou-se o co n flito entre m ineração/m eio am biente. C olocou-se sobre a ida tia A corda-U naí há m ais ou m enos 6 m eses ã caverna e lam entou a situação am biental d a m esm a, em função d o s im pactos observados. Disse que c com um encontrar espeleotem as em residências c fazendas locais . retirados da gruta Tam boril. servindo de ornam entações c outros tins. Enfatizou tam bém que essas pessoas desconhecem a im portância científica da g ru ta e o tem po necessário para a sua form ação. O T écn ico d a F E A M . responsável pelo p ro cesso do licenciam ento am biental salientou que a Britacal desenvolve suas atividades m incrárias. segundo as diretrizes propostas no term o de COmpromissso firm ado junto a CO PA M , de acordo com os estudos apresentados, d e controle de vibrações e velocidade de partículas e desm onte. O representante d a Britacal. Sr. Antonio, disse que a em presa tem grande interesse na conservaçfio e preservação da gruta. Em função d isso vem cum prindo todas as exigências feitas pelos órgãos am bientais. Salientou também que as exigências leitas atualm ente pelo IB A M A d everão ficar bem claras q u an to a topografia externa, escala, autorização para desm ate e indicação d c topógrato especializado no assunto. E tam bém quanto a p o s s i b i l i d a d e dc parte do m apeam ento topográfico ser realizado através de acrorestituição baseada cm K S P E I.E O I.O C I A ANO-VIII N9-VIII Janeiro 1997 10 o n o fo to s d e escala I : l().(XM) caso exista disponibilidade da m esm a, ju n to à C EM IG . F o i c o lo c a d o p e la p r o fe s s o r a d e C iê n c ia s - L u z ia C a rv a lh o rep resentante d a A M A . q ue h á cerca de um ano. qu an d o v isitaram a G ruta T am boril, constataram q ue havia um bloco abatido e que possivelm ente tenha sido provocado pela atividade m ineradora, conform e relato feito por um a g eóloga que a acom panhava. O representante do IF F -Ju a re z d e M elo Santo - sugeriu que as atividades da em presa deveriam ser suspensas im ediatam ente até que houvesse o licenciam ento ambiental do COPAM . O J o s á lv a ro , re p re s e n ta n te d a F E A M , s a lie n to u q u e n ão h a v ia justificativas para tal procedim ento um a vez que não existe graves am eaças ao patrim ônio espeleológico e ao m eio am biente. D estacou tam bém q u e a em presa funciona anteriorm ente à legislação am biental vigente, estando em processo final de L icenciam ento Corretivo. O Sr. José L uis - P M U . falou da im portância de se desenvolver um trab alh o em ergencial para p roteção e co n serv ação da G ru ta e co n tro le da m ineração. A presentou a proposta de criação do CO D EM A no m unicípio, que será apresentada à C âm ara para discussão e posterior votação. D isse ainda q ue será criado um Fundo objetivando captar recursos, oriundos dos im postos pagos pelas em presas m ineradoras. E sses recursos deverão servir para o controle d a visitação e preservação d a G ruta. Solicitou que a F E A M deverá enviar um a m inuta do C onvênio para a Prefeitura, visando orientação para o referido trabalho de proteção. O R icardo M arra - IBA M A enfatizou a im portância da preservação d a cobertura vegetal sobre o am biente cavem ícola. u m a vez q u e os ecossistem as são interligados. A representante do IE F - M aria Julieta destacou o trabalho desenvolvido no m unicípio com m eninos d e rua, denom inado "F undação V ida", cujos m enores poderão ser aproveitados nas ativiade de proteção à Caverna. O Prof. d a UFOP, Eng. C láudio M aurício colocou à disposição do m unicípio a SEE p ara realização de cursos de E spelcologia e m apeam entos de outras G rutas e . para isso necessitado apoio do Executivo M unicipal e Com unidade, quanto a hospedagem e alimentação dos participantes. E sclareceu tam bém que a U FO P colo ca a disposição veículo, com bustível e m otorista para tais atividades. A B ritacal se dispôs a colaborar c o m a Prefeitura, se necessário, na construção de um a guarita e m anutenção de guardas, com vistas ao controle e orientação dos visitantes da Gruta. O A ntonio Justino - IB AM A /B rasília, se dispôs a enviar folders existentes no órgão, sobre o rientação espeleológica. Foram definidas as seguintes providências: - A F E A M deverá levantar a existência de ortofotos da área ju n to à C EM IG e dar continuidade ao processo de licenciam ento am biental. - A o IB A M A com pete auxiliar na indicação de um topógrafo para execução do trabalho externo do m aciço calcário e, se necessário, em itir autorização para abertura de picadas necessário ao trabalho topográfico. - A P olícia Florestal deverá apoiar, executando fiscalização quanto aos desinates no afloram ento calcáreo e auxiliar no controle e esclarecim ento aos visitantes. - A Em presa deverá providenciar os serviços topográficos com locação da E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 11 entrada d a C avern» c d;is (rentes d c lavra. N o m apa topográfico d everá ser p lo ta d o o c o n to iu o interim da G ruta, para posteriorm ente ser lim itado o entorno com m arcos de con creto c bandeirolas p ara visualização no icrreno de 250 m . ate que se façam outros estudos específicos para d efin ição exata d o lim ite de proteção. A escala a ser usada é de 1:2.000 com curvas de níveis de 2 (dois) cm 2 (dois) m etros ou d e 5 (cinco) em 5 (cinco) m etros, con fo rm e a viabilidade d a ex e cu ç ão d o trabalho. - Á C o m u n id a d e , a tra v é s d o s ó rg ão p ú b lic o s lo c ais e O N G -s. c a b e rá a fiscalização e orientação, prelim inar e im ediata, dos visitantes da G ruin nos lins de sem ana e feriados. - Q uanto ao s prazos decidiu-se que: L evantam ento das ortofotos - K dias - FEA M ; . IB A M A - 30 dias; B ritacal • 90 dias a partir do cum prim ento do IBA M A C om unidade e P olícia Florestal - im ediato. A tarde das 16:30 às 21:00 h. realizou-se vistoria técnica à G ruta Tam boril, co m os o b jetiv o s de avaliar os im pactos am bientais causados pela atividade m inerária e visitação pública, com os seguintes participantes: - A ntonio Justino - IB A M A /B rasília - Jo sá lv aro G uim arães - FEAM - Z ilm ar P inheiro ■ FEAM - Prol C láu d io M aurício U FO P /SE E - M aria Julieta - IEF/A M A S oldados P edro c S ousa - Policia F lorcslal/U naí D urante a vistoria constatou-se a existência dc grande q uantidade d e b lo co s e esp ele o tem as ab a tid o s, q ue dificu ltam o cam in h am cn lo no interior da C av ern a. E stes abatim entos estão lig a d as à origem da cavidade subierrânca. Esta provavelm ente passou por duas fases distin tas durante sua evolução. Na prim eira fase houve a form ação de grandes espeleotem as (estalagm ites, estalactites, cortinas, colunas, etc.) q u e devido a m ovim entos icclônicos pretéritos provocaram seus desm oronam entos. Posteriorm ente houve retom ada da atividade de reco n stru ção cspclcogcnética, q ue prom oveu o desenvolvim ento de novos espeleotem as. inclusive sobre os abatidos. N ão foi conslatad o durante esta vistoria nenhum abatim ento recente dc blocos, o que não im pede h av e r a existência do m esm o cm locais não vistoriados. O acesso ao interior da C averna é relativam ente difícil c com plicado, devido ao abatim ento do b locos anteriorm ente citados, ao piso escorregadio p ela um idade existente, relevo acidentado, ausên cia d e ventilação, q ue provoca o aum en to da tem peratura interna e a presença dc um lago sazonal localm ente profundo. N o entanto, a G ruta Tam boril se destaca pela sua extraordinária beleza cênica, d ev id o à o rnam entação abundante po r espeleotem as diversificad o s e porte dos m esm os, destacando-se estalactites e estalagm ites com plexos, represas d c travertinos. ninhos dc pérolas, flores de aragonita. canudos, hclictitcs e outros excêntricos,* alem da p resen ça dc co lô n ias dc m orcegos com centen as de indivíduos, não hem atófagos. C onsjatou-se a existência dc d epredação no interior da G ruta, provocadas por ações anirópicas. tais com o: pichações. q u eb ra de espeleotem as e deposição dc resíduos sólidos (garrafas, cordas, plásticos, latas diversas). K S P E L K O L O G IA ANO-VIII NMMII Janeiro 1997 12 üm função das üillculdadcs diversas verificadas, d eve-se fa /e r urn esludo detalhado de viabiliadade para im plantação dc projeio de aproveitam ento turístico para a G ruta Tam boril. Sugerim os que se l aça um estudo prelim inar de avaliação d o fluxo d e visitação atual. Sugere-se tam bém a criação de um grupo espeleológico local, objetivando orientar, controlar, m onitoras, guias e fiscalizar os visitantes. O IB A M A / Brasília juntam ente com os inieressdos locais, d everá contactar as agências de turism o da cidade para Ibrnecer esclarecim entos quanto ao uso devido da G ruta Tam boril. para se evitar as depredações futuras. E S P E L K O L C X » I A ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 13 OCUPAÇÃO URBANA EM AREAS DE MINERAÇÃO DO PERÍODO COLONIAL: IMPACTOS FÍSICOS E SÓCIOCULTURAIS José A dilson D .C avalcanti-SE E M arcello C rispi-SE E U ernani M ota de L im a foio 01 d etalh e d a c alh a c sc u lp id u c m itab irito n a lateral g a le n a p rin cip al d a M in a d o S c lia r. O levantam ento e estudo das características da m ineração do ouro ocorrida nos séculos XVIII e XIX. na região d a S erra de O uro Preto, levou-nos à identificação dc vários sítios arqueológicos históricos. Estes sítios estão localizados nas áreas onde ocorreram as principais m inerações descritas por W. L. von Eschw ege (1833) tais com o: L avra dos Pelúrios, no M orro São Sebastião; L avra de Padre Viegas. no M orro Santana; L avra do M oreira, no M orro d a Piedade ; L avra do Padre Bernardo, no S um aré e L avra do C oronel Veloso. no M orro do Vcloso. A tualm ente estas áreas possuem ruínas, escavações subterrâneas, m undéus, canais dc condução de água, e até artefatos usados no processo de extração do E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N°-VIII Janeiro 1997 14 M AM r O l ’O O K \ F I C O D A Q l ' . x D M I C U l A H i C O M I O C A l . l Z ÀO . i -r i n < i i w i s i m d a d u s < ; k o i .(' k ; i c : a d a s p r in c ip a is c ja l k r ia s s K À R K A URBANA llivn 1 . 1. d. Í W I I j. V/'ur.m nvx. ^ H U M llilliw n i iu n jii ia i - ,1 0 0 m uh. i -1 I r f .x i /M t i J .a i , I l . i k .l V a i a M k 'n J n i h a *Mlc -- a A -- - - - - - - - 1*:S P E L I Í O L O r . I A ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 15 ouro. E stes sítios estão desaparecendo devido a ocupação urbana sem critério, de form a desordenada, em áreas que tam bém são potencialm ente de risco devido à instabilidade causada p elo s trabalhos m ineiros superficiais c subterrâneos e pela própria natureza g eológica dos terrenos. Iniciam os a exploração pela quadrícula 113. região central da cidade, nos bairros d a s L ages e A n tô n io D ias. N esta q u a d ríc u la foram c a d a s tra d a s e d escrita s 24 m inas sub terrân eas e caracterizada um a grande feição gerada pelos trabalhos m ineiros. Foram elab o rad as cartas topográficas d c detalhe (escala l:2(X)) na M ina do Scliar, M ina do C hico Rei c M ina d a Ferraria. A s outras áreas ainda não foram alvo de estudo. R ealizaram -se excursões de reconhecim ento a o longo de lodo o flanco sul do A nticlinal de M ariana, ultrapassando os lim ites d a área. O bservam os um grande volum e de trabalhos m ineiros sejam ele superficiais c/ou subterrâneos, obras com o m undéus. canais para coduçâo de água, área de tratam ento e separação do m inério, buracos de sarilho (poços) e galerias, além dc term os encontrado alguns artefatos d e eorninuição do m inério, próxim o a área de tratam ento, no B airro Taquaral. São im portantes sítios arqueológicos históricos, onde é possível reco n stitu ir cenas dos trabalhos m ineiros do sceulo X V III. H oje estes sítios, que até então estavam preservados, passaram a ser alv o de destruição devido a ocupação com o espaço urbano (M orro da Q ueim ada) e pela c o n stru ção d e um loteam ento residencial no local (B airro Taquaral). GEOLOGIA LOCAL A S erra de O uro Preto é um segm ento do A nticlinal de M ariana, situado na região sudeste d o QI5. I* um a região de grande com plexidade estrutural e dc grande im portância d ev id o às m inerali/açõ es de ouro que ocorrem ao longo de toda a estrutura e tam bém onde vigoraram as explorações de ouro no período colonial. A cidade d c O u ro O u io P reto está localizada n o Q uadrilátero F errífero e apresenta um a seção quase com pleta da clássica cstratigrafia do Q uadrilátero Ferrífero. pred o m in an do rochas d o Supergrupo M inas (C arvalho. 1987). As rochas do S upergrupo R io das Velhas estão representadas, principalm ente, p ela unidade m atassedim entar clástica do G rupo N ova Lim a e estão m u ito alteradas com exposições de m a qualidade e são suceptívcis a ravinam entos e escorregam cntos superficiais, geralm ente condicionados pela xistosidade (Carvalho. 1987). N o m eio da drenagem das Lages, na parte m ais alia afloram xistos intercalados com cam adas m étricas de quartzítos m uito friávcis. onde encontram os um a m ina subterrânea. A s form ações tio G rupo C araça afloram raram ente na encosta d a serra por e s ta re m q u a s e se m p re s o b r e p o s ta s p e lo ita b ir ito d a F o rm a ç ã o C a u é. P o d em s e r individualizadas em duas form ações: M oedá e Batatal. O s quartzítos da Fm . M oeda aparecem nas L ages e na parte m ais alta do M orro S antana e bordejando a Serra de O uro Preto. Em outros locais esta form ação aflora em escarpas verticais. O s planos dc fraturam ento com binados com a xistosidade favorece a form ação dc blocos rochosos que se depositam a m eia encosta, co m o nas Lages. Q uando m ais alterados podem sofrer escorregam cntos translacionais. no plano dc xistosidade. A Fm. Batatal é constituída de níveis decim étrico s a m étricos de lllito cin za escu ro grafitoso. O contato d a Fm. Batatal com a Fm. C auê é tectônico, ocorrendo grandes qu antidades dc veios dc q u a rt/o m incrali/.ado em ouro cm toda a sua extensão do K S P K L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 16 contato, isto é. desde a S erra de O uro Preto, passando pelo nariz da estru tu ra e seguindo em direção a S erra de A ntônio P ereira (N alini, 1993). Tais veios toram intensam ente explorados, ocorrendo inúm eras entradas de galerias. A pesar dc su a pequena espessura tem um importante papel no com portam ento da encosta e na instabilidade das m inas, é praticam ente impermeável, favorecendo a acum ulação d c águas c a erosão. A erosão deste m aterial provoca solapam ento d e blocos de itabirito e cangas, gerados po r sistem as de fraturam entos sub-verticais com a form ação d e depósitos de tálus e m eia encosta e d esabam ento de galerias (Sobreira, 1990). O itabirito C auê do G rupo Itabira cobre as form ações d o G rupo C araça e distribui-se am plam ente na porção norte da cidade, desde o Bairro Veloso até o Taquaral e. geralm ente, encontra-se recoberto po r um a crosta lim onítica proveniente d a alteração//» situ, F o to 02 : d c sp la c a m en to dc ita b irito n u m a g a le ria d a M in a d o C h ic o R ei. E slcs d c sp la c a in cn to s p o d e m cm isar su b sid é n c ia no s terren o s v o b rejaw cn tci form ando encostas convexas, com o no M orro d a Q ueim ada, onde encontra-se um d os mais im portantes silios arqueológicos históricos de O uro Prelo. A estrutura m ais m arcante nos itabiritos é a alternância d e lâm inas m ilim étricas a centim étricas dc quartzo e ó xidos d e ferrro (hem atila, m agnetita, etc) e ocre. S ão com uns feições tipo ponta de lança voltadas para m ontante, que podem ser vistas entre o B airro A ntônio D ias e Lages. D esde que rem ovida a canga, por escavações ou pela queda de blocos, nas escarpas, o itabirito se erode facilm ente, pois. m uitas vezes é um a ro ch a friável. A m aioria das m inas subterrâneas foram escavadas nas form ações ferríferas. passam pelo filito Batatal até atingir o quartzito onde se fecham . A Form ação C ercadinho. base do G rupo Piracicaba, é a unidade de maior expressão na cidade. A s rochas estão bastante alteradas e. o quartzito em alguns pontos se E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 17 ■— «o V o B fl ? iff - , - í _ 4 D ir f. V ■ i - . . aâ J | * * ' \ . ;V • >• ; ,\ * . ■ t .: **• - 8 ] /i j> I1 ll* ff I* // // / / J Fonte: A rquivo Público M unicipal dc O uro Preto (G uim arães Pinto 1913) K S P E L E O L O G IA ANO-VIII N'-’-VIII Janeiro 1997 18 desagrega pela sim ples ação do vento. l;. onde está instalada grande parte da área u rb a n iz a d a m ais antiga. A s encostas nesta form ação podem ter o pendor concordante. d isc o rd a n te ou oblíquo a atitude geral das rochas (Carvalho. 19X7) Não existem minas de ouro nesta form ação. S obreira (1990) dividiu a cidade d e O uro P reto em cinco /.onas d istin ta s caracterizadas pela litologia existente, pela m orfologia resultante e pelas características típ icas d e seus terrenos, que estão condicionados pelos tipos litológicos. A área dc m aior in te resse para o projeto é a região norte, dom ínio da S erra de O uro Preto, onde afloram as fo rm a çõ e s M oeda. Batatal c C auê. d o Supergrupo M inas, sobrepostos aos xistos N ova L im a Á rea o nde ocorrem as m inerali/açõcs de ouro e c onde o ouro loi explorado durante os sé c u lo s X V I lle X lX . G E O L O G IA DA Q U A D R ÍU L A B3 A quadrícula B3 posieiona-sc na região central d a cidade d e O u ro P relo onde estão inseridos os bairros Lajes. A ntônio D ias. Palácio Velho c a borda oeste do M o it o da Queim ada, As rochas que aparecem nesta quadrícula correspondem às que ocorrem no d o m ín io norte da cidade, na encosta da Serra de O uro Preto, são prcdom inaicm cnte form ações ferrí feras, filhos, quartzítos. xistos c um a cobertura de canga latcrítica. Estas form ações estão relacionadas na co luna cstratignífíca local. A s atividades m incradoras têm grande expressão cm áreas onde os d e p ó s ito s são resultantes do enriquecim ento supergçnico. ou seja. nas cangas lateríticas que se form aram sobre as form ações ferríferas. N estas áreas a exploração é rea li/a d a através d e b u ra c o s de sarilho conto no M orro da Q ueim ada e Taquaral, são construídos canais para c o n d u ç ã o de água e reservatórios (m undéus) e tam bém o desm onte a céu aberto arrasando gran d es areas, com o na borda leste do M orro da Q ueim ada Iem m enor expressão cm arcas onde o co rrem enxam es d e veios, geralm ente cm rochas q u art/íticaS. m ais duras c m ais difíceis de ex p lo rar, onde são escavadas gelerias seguindo a orientação d os veios. M u ita s m inas su b te rrâ n e a s fo ram e s c a v a d a s a c o m p a n h a n d o um n ív e l m ineralizado. que se posiciona paralelam ente a um a lineação que coincide com as z o n a s de ch am eiras da dobras, nas form ações ferríferas. de onde se pode m edir o />////#.gr. XISTO S (relacionados ao G rupo N ova L im a - indtvtso) A parecem nas partes m ais altas d a Serra de O u ro Prelo e entre as d ren ag en s profundas com o nas L ages, listão m uito alterados com níveis q u art/o so s e veios de q u a rtz o m uitas vezes houdinados. Ali. várias galerias foram escavadas na /.ona de contato entrc-xistos e quartzítos. São pequenas galerias de exploração que não devem ter sid o alvo da e x tra ç ã o do ouro. F.m outros locais, com o atrás da Santa C asa dc M isericórdia, não foram a lv o da m ineração, mas são áreas de risco geológico. Q U A R TZÍTO S (relacionados a F orm ação M oeda, do G rupo C araça) O co rre m , p rin c ip a lm e n te , na áre a c e n tra l da q u a d ríc u la . c o m o c ita d o an tcrio n ncntc um a série dc galerias foram escavadas na zona de contato com os x isto s . A M ina B3-0I possui desenvolvim ento acim a de 5(H) m etros e em m uitos locais o b serv am -se relíquias do suposto nível m ineralizado que é o que determ ina o desenvolvim ento d a m ina. A s m inas B3-06 e B 3 -I2 foram totalm ente escavadas cm rochas q u artzín cas e, na m aio ria das vezes, seguindo a orientação dc veios de quartzo subvcrticais e carvoeiras. E S P K L IÍO L O G I A ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 19 O s lilito s cinza. grafitoxos. não Icm ex pressão arcai nu inapã geológico. pois. alem d c possuir pequena espessura (aproxim adam ente. um m etro), geralm ente, estão cobertos pelos itabiritos d aF orm ação C aue. A parece sob o leito d o córrego dos L eitões, já no B airro A ntônio Dias. próxim o ã M ina B3-06. N as m inas que foram escavadas cm form ações ferríferas e m u ito co m um q ue estas atin jam a cam ad a de lllito e ate tenha seu desen v o lv im en to relacionado a este contato, que é onde aparece o nível m ineralizado, um a zona de eisalham ento. d eíin id ú p o r estru tu ras do tipo SC listes Contatos são zonas m uito instáveis nas galerias, g eralm ente associam -se a desabam entos. ITA B IR ITO S (relacionados as form ações ferríferas bandadas da Form ação C aue. d o G rupo Itabira) A parecem em dois blocos, um a noroeste d a quadrícula. atrás da E scola de M inas ate o alto d o m irante e o u tro b loco entre os bairros das Lages. A ntônio D ias e P alácio Velho. Form am escarpas verticais co m grandes blocos cm form a d e “ ponta dc lança” voltada para m ontante, com o no A ntônio D ias. O bloco noroeste c o n d e se encontra a M ina da F erraria ( B3-05). q u e c u m a m ina d estinada à captação de água e que. atualm ente, esta sendo utilizad a para o turism o. E ste bloco não possui m ina dc ouro. Já no o u tro bloco, no A ntônio D ias. enco n tram -se d uas g randes m inas que já foram alvo dc estudo: as m inas d o C hico Rei (B 3 -0 8 ) e S c lia r (B 3 -0 4 ). S ão m in a s q u e po ssu em v estíg io s d a e x tra ç ã o de m aterial m ineralizado, co m o pode ser visto nos seus desenvolvim entos, seguindo prováveis níveis m in e rali/ad o s. com o zonas de eisalham ento vistas nos pilares de um salão na m in a d o Scliar e g alerias seguindo a o rientação tie veios d e q uartzo subverticais. C A N G A S (cobertura laterítica) O c o rre m s o b re as fo rm a ç õ e s f e r rífe ra s o n d e o c o rre ra m im p o rta n te s m ineralizações dc o u ro devido ao enriquecim ento supergênico. N estas áreas, com o no M orro d a Q ueim ada e no Taquaral, foram escavadas m alhas de buracos dc sarilhos com profundidades de ate 10 melros. N estas áreas, praticam ente não ocorre erosão superficial, tom ando as entradas d o s b u rac o s m u ito e s tá v e is e p re se rv a d a s, além d e p ro tejer a en c o sta de p o ssív eis escorregam cntos cau sad o s pela erosão superficial e subterrânea. C O N S ID E R A Ç Õ E S G E O T É C N IC A S D A S M IN A S A m ineração d o o u ro nos séculos XVIII e XIX concentrou-se nas form ações ro ch o sas do A nticlinal de M ariana. E sta estrutura é com po sta pela Serra d e O uro Preto, M orro de S anto A ntônio dc Passagem de M ariana e S erra d e A ntônio Pereira. A encosta da S erra d e O uro Preto, é earactcrísticam cnie um a área de riscos geológicos e atualm ente o g ran d e p ro b lem a q u e a cid ad e en fren ta é a o cu p ação urb an a, sem nenhum Controle, ev idenciando m uitos problem as g eo téc n ico sq u e ocorreram cm várias épocas, principalm ente na estação chuvosa, apesar dos estudos realizados po r C arvalho (19871 e Sobreira (1990). Na quadrícula estudada, principalm ente onde afloram as form ações ferríferas já o co rreram vários incidentes relacionados a escorregam cntos. D u as m inas nos cham aram atenção: M ina da F erraria (B 3-05) ocorreu o e sc o rrc g am e n to d c um g ran d e bloco de rocha q u e penetrou na residência e deixou um saldo de duas morles. listei d eslisatn en to aco n teceu próxim o à en trad a d a m ina. E provável qu e o incidente tenha sido causado por um a situação g eológica favorável, com o pares dc fraturas subverticais conjugadas com a IC S P E L E O L O C IA ANO-VIII N^-VIII Janeiro 1997 20 ero são subterrânea q ue ocorrem nos níveis dc silica das form ações ferríferas. que c urna rocha tn u ilo perm eável, provocando o deslisam ento dc grandes blocos d e rocha com o nesse caso. M ina do Scliar (B3-0-I) - o problem a c com plciam enle diferente, a m ina tem seu desenvolvim ento distribuído em quatro níveis, sendo que em alguns pontos form am -se salões. N o nível 2. segm ento I. há um salào que c m arcado por um intenso desabam ento e sobre ele. na superfície d a encosta encontra-se um a residência. Q uando sobrepom os ao m apa topográfico o m apa da m ina ficou evidenciado que as paredes que contornam a casa contornam o salão d a mina, que está logo abaixo. E um problem a que precisa ser estudado com mais d etalh e . M as. d esd e já . é n o ta d am e n te o b se rv a d o q u e os d e sa b a m e n to s podem estar relacionados ao peso das construções cm superfície. B IB L IO G R A F IA C A L Ó G ER A S, P. - 1905 A s M inas d o Brasil (3 vol.) CA RVA LH O, E T . - 1987 - C a r ta G co tc c n ic a d e O u ro P re to . R esum o da Tese. A BG E. São Paulo. 55p. C O U T O . J V. - 1994 .M em ória s o b re a C a p ita n ia d a s M in a s G e ra is , seu te rr itó r io , clim a e p ro d u ç õ e s m e tá lic a s. Estudo crítico, transcrição e pesquisa: Ju n ia F erreira Furtado. F undação João Pinheiro - C entro de Estudos H istóricos e C ulturais. C oleção M ineiriana. Belo H orizonte.I04p. D O RR. J.V. 1969 - P h isio g ra flc , S tra tig r a p h ic a n d S tr u c tu r a l D ev elo p m en t o f th e Q u a d r ilá te r o F e r ríf e ro , M in a s G e ra is , B ra z il. U.S. P rofissional Paper 641-a. W ashington. P. 14*67. E S C H W E G E , W.L. von - 1833 P lu to B ra silic n sis. Ed. Itatiaia / S ão P aulo. Ed. da U niversidade de S ão Paulo. 2\ Publicado em 1979. Tradução de D om icio.de Figueiredo M urta. IBRA M . Instituto B rasileiro d e M ineração - 1992 - M in e ra ç ã o e M eio A m b ie n te . C om issão T écnica do M eio Am biente. G rupo de T rabalho dc R edação. B rasília. 47-52p JU L 1A N E . C .; B E IJA V S H IS . P.: JU LIA N 'E. I..J.C .O . & G A R D A . G .M . - 1995 - As M in erali/.açõ cs d e O u ro d c G u a r u lh o s e os M é to d o s de s u a L a v r a no P erío d o co lo n ial. G E O LO G IA C iência e T écnica - C entro P aulista de Estudos G eológicos • C E PE G E . USP. São Paulo. (13). 08-25p. N A L IN E IR.. H.A. 1993 A n alise e s tru tu ra l.d e s c ritiv a e c in c m á tic a d o flan c o sul e te rm in a ç ã o p eric lin a l do a n tic lin a l d e M a ria n a e a d ja c ê n c ia s, re g iã o su d e ste do Q F, M inas G e ra is, B rasil. D issertação dc M estrado. IG C/U FM G I32p. O L IV E IR A , T B 1977 O O u ro cm M in a s G e ra is - Sim pósio sobre o o u m - X V II S em ana d c Estudos - S IC E G . P. 17-58. S O B R E IR A . F.G. - 1990 • L e v a n ta m e n to d e A re as d e R isco G eológico no E sp aço U rb a n o d e O u ro P re to . Relatório Final. C onvênio M iuc/U FO P. O uro Preto. X5p. SUSZC7.INSK1. E. 1977- G ên e se d a s ja z id a s a u r íf e r a s d o Q u a d r ilá te r o F e rrífe ro . S in/xisio sobre o ouro - XVII Sem ana de E studos - SICEG 13 7 - 186p. VASCONCELOS. D.P.R 1994 - B reve d escrição g eo g ráfica, física e po lítica tia C a p ita n ia d a s M in a s G e ra is. E studo crítico: C arla M aria Julia A nastasia c M arcelo C ândido da Silva. F undação João Pinheiro. • C entro de E studos H istóricos e C ulturais. Coleção M ineiriana Belo Hori/x»ntc.l88p. E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N2-VIII Janeiro 1997 21 ESPELEOTEM AS: CRESCIM ENTOS FRACTALS C laudio M aurício T. da Silva - SHE In tro d u ç ã o E speleotem as: são depósitos em cav ern as (speluion = cavernas + ilu nuix = depósitos, form ações) (L eal. 1971). Processos: quím icos, físicos e físieo-quíinicos. D ep ó sito s m in e ra is em c a v e rn a s D epósitos alóctones: sedim entos clásticos (cascalhos. etc.) D epósitos autóctones: sedim entos quím icos (espeleotem as) O s q ue m ais nos interessam são os depósitos autóctones de origem quím ica, po is são os que ornam entam e dão beleza cênica à caverna. E q u a ç ã o fu n d a m e n ta l d o c a rste H 2O + CO2 ■ -> H 2C O 3 + C aC O i Ca(HC03)2 < = » C a C O i +H20 + CO* F igura 01: E quação F undam ental do C arsu K S P E L IC O L O G IA ANO-VIII N'M/111 J a n e ir o 1997 22 F a to re s q u e co n d icio n a m a fo rm a ç ã o dos esp eleo tem as Estruturais: posição, espessura, extensão; Variações texturais da rocha porosidade e acam am cnto Açflo biológica (m icroorganism os) no capeam ento do m aciço - Clim a - Saturação e pressão C O (na solução c interior cavidade) - Velocidade e v a /ã o da solução ( 1 = lluxo) - T em peratura/um idade - F orças eletrom agnéticas <I*.xs.: choque elétrico na M eandro A bism antc: d ispersão radial das ■'flores") G cn ese: g e o m e tria fra c ta l (T e o ria d o C aos) . A o rn am en tação d c um a c a v e rn a é um siste m a d in â m ic o , n ão -lin ear. im previsível, portanto caótico (Silva. 1992. inédito). . A s variáveis (fatores condicionam os) são m uitas (infinitas ?) e qu alq u er alteração nas condições iniciais de qualquer um a delas im põe m udanças aleatórias d e forma, com infinitas possibilidades. A s form as geom étricas dos espeleotem as são fractals ( fracionárias), ocorrem em qu alq u er escala. A precipitação/dissolução c caótica e só ocorre devido ã pequenas catástrofes am bientais (gotejam cnto. p. ex.). . A desordem , fluxo turbulento <Yang), segue-se a ordem , precipitação (Yin). . O processo genético dc form ação de espeleotem as c de fácil entendim ento pela geom etria fractal: A solução ao depositar "cristais" de cal cita, p. ex., o laz so b a forma de "film es" ou "frações" pelicularcs que recobrem o se ajuntum aleatoriam ente, cu jo resultado final são os esco m m cn to s (espeleotem as) de "calcita cintilante", que são as u n tila ç õ e s de falsas faces cristalinas, q ue refletem a luz aleatoriam ente. . De "fração" em "fração" ou de “ fractal em fractal" constrói-se todo o edifício cristalin o dos espeleotem as q ue se desenvolvem com econom ia de energia, seg u n d o as coiuhcionantcs do sistem a C lassificação g en é tic a em fu n ção d e f/p C <>2 (segundo M ontoriol & T hom as (1953» c E raso (1963). in: Jim enez. 1984) T ipos: - lluxo • clim áticos * m istos C ujas form ações ocorrem sob as condições: - d ificuldade de cessão de C G ao ar. que é m aior quanto m ais volum oso seja o caudal hídrico, c - quantidade de CaCO . disponível: é m aior quanto m ais abundante seja o caudal hídrico. O s principais tipos m orfológicos de espeleotem as Segundo o valor da relação entre caudal do aporte hídrico (fluxo = 1). em l/s. e a pressão parcial dc C O .. em atins (pC O :). E S r K L E O L O C í I A ANO-VIII N--VIII Janeiro 1997 23 C onform e tabela: T ip o f/pco2 1 - Escorri m entos 2 - Travertinos < 1 3 - m ites m istas 1 4 - m ites pagodes entre 1,0 e 1,5 5 - m ites d e tluxo ou palm eira 1,5 6 -tite s clim áticas 2,0 7 - m ites 2.5 8 - tites de tluxo 3,0 9 - tites m istas 10 - helictites 11 - exsudaçõcs (coralóides) > 3 .0 Possíveis com binações d e 6 form as sim ples de espeleotem as. secundo Eraso (1 9 6 3 ), íig.( 03). 1. E stalagm ite m ista sem estalactite, caudal (fluxo) e pressão parcial de C O . relativam ente ahundantcs. 2. Estalagm ite de fluxo e tiic clim ática, fluxo abundante e pressão dc C O , escasso. 3. Estalagm ite clim ática e titc dc fluxo raso e pressão parcial dc C O , abundante. 4. E stalactite m ista e sem m ite, fluxo c pC O , escassos. D a relação acim a vam os analisar prim eiram ente, o fluxo (caudal): q u ando há pouco, as gotas d a solução perm anecem m uito tem po no céu (teto) d a cavcrna facilitando o desenvolvim ento das tiics; quando há m uito fluxo a solução co nserva o C O , até c air ao piso. o que facilita a form ação das estalagm ites. A s causas clim áticas são determ inadas pela pressão parcial de C O , ( p C O j na atm osfera da cavidade: sob m enor pressão parcial de C O , mais facilm ente as gotas d e água cedem o C O ,, facilitando a deposição d o C uCO , e a form ação de tites; sob m aior pC O , as gotas de água cedem o C O , m ais lentam ente e dão lugar ã form ação das mites. E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 24 5 0 - F lu x o (L /s) P C O r PressOo p a rcia l dc CO? na a tm o s fero da caverna Crcso. <963, in Jimonc?, 1984 Fiji- (02) C lassificação dos espeleotem as em função d a pressão dc C O C lassific aç ão g en é tic a, se g u n d o G u im a rã e s (1966, in : I J n o , 1989) cni fu n ç ã o do p ro ce sso d eposicio n al Introdução N ão existe um a classificação padrão universalm ente aceita. Loppis-LIado (1970) utiliza o critério localizacional: - formas zenitnis (teto) - form as parietais (parede) - form as pavim entai ias (piso) Na term inologia de H alliday (1962): - gravitam órficos: crescim ento vertical, grnvitaoional - não gravitam órficos: sem orientação definida. Posteriorm ente ocorrem descrições de novas form as sem p reocupação de sistem atizaçSo, baseados cm com parações inorfológicas. N enhum a levando em conta o "processo de form ação". P reocupação esta im plícita no term o estalactite (indo-europeu: “star* = urinar, pingar) i|u e em g reg o deu "cstalaclos": gotejar, crescer p o r gotejam ento. O term o portanto destaca o m ecanisiho e <* processo de deposição. Assim G uim arães (1966) em um prim eiro esforço de sistem ati/.ação propôs o agrupam ento em três grandes categorias: - depósitos de águas circulantes - depósitos ile águas d e cxsudação - depósitos de águas estagnadas depósitos tie origem biológica (biotem as) - depósitos d c origem mista. K S P K L E O L O G 1 A ANO-VIII N?-VIII Janeiro 1997 25 J Fig- (03) - F o rm as sim ples dc espeleotem as D ep ó sito s d e á g u a s c irc u la n te s O fluxo aq u o so ocorre por gotejnm ento, esco rrím en to c turhilhonaincnio. a) estalactites tipo especial: espirocones (saca-rolha e s p ira l) b) cortinas: “ buncon"; serrilhada c) estalagm ites: terraçadas (pilhas de prato): cônicas (bolo de noiva, “ buda", etc.); co m plexas (“cactu s", etc.) d ) cálice c) torres de culcita (cham inés de fada) I) colu n as (tite + m ite, ou só crescim ento exag erad o de um deles) g) cscorrim cnlos d e calcitn: “cascatas"; “ó rgãos’1; "lu stres", sinos; patas de cav alo (elefante) ou conchas h) trom pas i) represas d e tra verti nos (“ gours") (dim ensões fractals; de m icro a m acro) D ep ó sito s d e á g u a s d c ex.su d aç ão Form adas po r capilaridade, solução pcico lan d o nos poros da rocha c va/.ios intersticiais. a) helictitcs (excêntricos): do grego “ helix" = espiral, caóticos h eligm ites: q u an d o originados nos pise» ou sobre outros espeleotem as, crescendo no sentido ascendente. S egundo H ill & Forti (19X6) os helictites poderiam se classificar cm : - filiform es: filam entos m uito finos < I a I m m . sem elhantes a lios de cabelos em rosário; co n tas (dc 0.5 a 2 m m ) dc aragonita. interligadas - v erm ifo rm es: m ais co m u n s. E sp irais, an /.ó is. an éis, raizes, b o rb o letas, cachim bos. ram ificadas (arborescentcs): diâm etro > 15 cm . talo roto com “chifres de V". b) agulhas de aragonita: cristais finos. I a 2 m m de diâm etro, com até 30 cm de com prim ento (raros). E S P E L E O L O G I A ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 26 c) flores dc caverna (antodites): m edusas, ouriços do mar. etc. d) flores d e gipsita: cristais estriados e retorcidos e) “algod3o" e “cabelo d e anjo" 0 agulhas d e gipsita (sulfatos) g) coralóides: nódulos e ram ificações de calcita - bastões, corais, couve-flor, pipocas, cachos de uva ou cogum elos. h) pinheiros ou abetos de argila: estruturas cônicas ponteagudas form adas por argilas carbonatadas no interior dos travertinos i) folhas de calcita ou calcita trepadora: folhas ascendentes ou pétalas, recobrindo estalagm ites. j) E scudos ou discos: planos de form a circular ou sem i circular, que se projetam obliquam ente ou perpendicularm ente às paredes d as cavernas. k) esferas ou "b listers" em m eio de corais, protuberâncias esféricas 1) cotonetes: helictitcs ou flores de aragonita com extrem idades envolvidas por pequenos tufos brancos porosos (sulfato ?) D epósitos d e á g u a s e s ta g n a d a s D epósitos erráticos (caóticos), sem orientação preferencial, irregulares com elem entos com m uitas faces cristalinas. a) geodos de calcita: dentes d e cão; triângulos: pirâm ides; estrelas b ) jangadas: estruturas planares, m icrocristalinas. form ações irregulares com até 25 cm de diâm etro. c) bolhas de calcita d ) plataform as c) clavas, espigas, castiçais f) pérolas g) vulcões: acúm ulo de jangadas sob gotejam ento D epósitos d e o rig em biológica (b io te m as) a) leite de lua ("m oon-m ilk"): pasta d e co r branca, quando sêca sem elh an te a giz. b) salitre (ou guano): ação bacteriológica sobre depósitos de m orcego. D epósitos d e o rig e m m ista a) clavas, espigas e ilhas: tites + dentes de cão b ) anem olites: tites e m ites inclinados co n tra d ireção d o vento -> m aior evaporação, consequentem ente m aior precipitação c) tites esféricas: "bolhas" de C aC O , + argila sobre tites d ) cotonetes: helictites com "florações" de aragonita nas extrem idades C o n sid e ra ç õ e s g e ra is - Sob o ponto de vista do retorno à síntese, não nos devem os preocupar com "classificações" pois. no local, devem os descrever apenas a m orfologia do espeleotem a e especular sobre sua gênese especial. - Sob a ó tica da geom etria fractal, a classificação dc Eraso (1963) é mais consistente (razão f/pC O ;), c perm ite visualização fácil d as condições reinantes durante a E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 27 form ação e evolução d o cspelcotcm a. cm função dt> fluxo (c a u d a l) e pressão parcial de C O no am biente tia cavidade, O processo d e dissolução/reação e precipitação, da equação fund carste, c um processo ca ó tic o em que ordem e desordem se sucedem num ''continuum *'. A p recipitação d a calcita o c o rre quando há liberação de C O . o que acontece sob condições "catastró ficas" (gotejam ento. turbilhonam ento. coagulação. etc.) B IB L IO G R A F IA A L L IfiV I. J. & L IN O . C.F. 1980. C avernas B rasdeiras. Ed. M elhoram entos. SP. 168 p. G U IM A R Ã E S , J.E.P. 1966. G rutas calcárias. Boletim 47. Inst. G eog. G eol. See. Agr.. 9-70. S. Paulo - Recd. B oi. G eog. Inst. Bias. G eog. - Fund. IBG E, 213:50-89, no v/de/. 1969. RJ. HALLIDAY. W.R. 1962. C av es o f C alifórnia. W estern Spcleo Survey - USA H1LL. C .A . & FO R TI, P. 1986. Cave m inerals o f the w orld. Nat. Spcleo. Soc., H untsville. A labam a, USA. JIM E N E Z , A.N. 1984. C u ev as v Carso's. Ed. M ilitar. H avana. C uba. 4 3 0 p. L EA L, J.R.L.V. 19 7 1 Q rig cm dos espeleotem as. Rev E speleologia. ano II. n” 3-4. p. 53. Ed. R .E .M . O uro P relo - M G . LIN O . C.F. 1989. C avernas: o fascinante Brasil subterrâneo. Ed. Rios Ltda. S. Paulo. S.P. Português/Inglês. 279 p.+ SILVA, C.M .T. 1992. T eoria C aos (G eom etria Fractal) x P rincípio Ú nico (Filosofia O riental): aplicações na G eologia. S .E.E./D EG EO /U FO P. Inédito. K S P E L liO L O C IA ANO-VIII N--VIII Janeiro 1997 28 AS PINTURAS RUPESTRES DE SÃO RAIMUNDO NONATO - PI R ubens Pereira da Silva- SFF. O estudo dos registros rupestres " , co n siderado de pouca im portância até a década de 6 0 tornou-se, atualm ente, um a dos fontes m ais ricas em inform ações para a pesquisa arqueológica. A té então, atribuíam -se as pinturas ou gravuras em abrigos e paredes rochosas, aos indígenas aqui encontrados pelos colonizadores M as sabe-se. atualm ente, q u e a prática d a pintura rupestre em toda a A m érica é m uito antiga, existind o desde o Pleistoceno Final O s registros rupestres são assim , m anifestações que evidenciam a existência do hom em pré-histórico. Fornecendo d ados q ue ajudam a com plem entar a reconstituição da sua vida. Portanto, torna-se necessário considerá-los com o um a fonte dc dados, do m esm o teor que qu alq u er outro constituinte da sua cultura m a te ria l. N o Brasil, um a região com grande diversidade de paisagens naturais e de ecossistem as, q ue reúnem as características de um grande centro de desenvolvim ento de sociedades pré-históricas. O nde encontra-se um a grande concentração de Sítios A rqueológicos, contendo registros rupestres, é o sudeste do listado d o Piauí, ocupando um a superfície de aproxim adam ente -10.000 K m ', lim itada pelos 8®e9° 3 0 ‘ d e latitude sul e 41® 30* - 43° 30* de longitude oeste, m ais exatam ente na Á rea A rqueológica d c São Raim undo N onato-PI. onde tam bém se lo c a li/a o PARNA - Parque Nacional da Serra d a C apivara Todas essas inform ações, contudo, foram conseguidas graças ao trabalho de Niòdc G uidon e sua equipe, que desde 1970. vem pesquisando a região. U m a região de beleza cênica sem igual, com paisagens extrem am ente belas, e ao m esm o tem po extrem am ente adversas, q uando se trata d a ocupação hum ana. Pois situa-se em um a área qu e fn/. parte d o p olígono das secas, possui vegetação de caatin g a e rios intermitentes. p<»r isso durante a estação das secas só se encontra água nos Caldeirões, profundas cavidades naturais, geralm ente localizadas nas drenagens, que arm azenam a àgua d as chuvas durante toda a estação seca. M as é só cair um a chuvinha. para que toda vegetação, seja nos Ifa ixõ es. Vales, ou B o q u eirõ es volte a ficar verde novam ente, e os tatus, as onças, os veados, os zabelês e as juritis. dem onstrem com o é diversificada e rica a fauna dessa região, apesar de quase serem dizim ados nas épocas de m aior seca |>ela escassez de recursos c pela caça. C ontudo existem indícios dc que esta área. até o final do pleistoceno era bem m ais úm idu que hoje e com a entrada d o holoceno. teria ocorrido um a m udança clim ática que se traduz atualm ente por um processo de desertificação. Situada sobre duas form ações geológicas, a B acia Sedim entar M aranhão - Piauí, do D cvoninno-Pem iiano. e a D epressão Periférica P rc-cam briana d»* rio S ão Francisco t G uidon- 1989). esta área possui um a grande quantidade de abrigos, cuja a m aior parte apresenta m anifestações de atividades gráficas rupestres que. segundo as pesquisas arqueológicas disponíveis, foram efetuadas desde m uito cedo na Pré-H istória, por diversos grupos étnicos que habitaram a região. Por este m otivo houve a criação do parque, exatam ente para proteger c preservar todo esse legado pré- histórico. P ode-se afirm ar que a área do PARNA S erra da C apivara vem sendo ocupada I ) K S P E L E O L O G 1 A ANO-VIII N^-VIII Janeiro 199729 pelo hom em a cerca de pelo m enos 60.000 anos 01, pois as cam ad as pleistocenicas d c três sítios arqueológicos, revelaram vestígios resultantes d e ações antrópicas. O prim eiro foi escavado durante 10 anos e o s dois últim os foram unicam ente sondados. A Toca do Sítio do Boqueirão da Pedra F urada forneceu vestígios que evidenciam 15 fases de ocupação, que podem ser agrupadas em 3 fases culturais: - C om preendendo os grupos do pleistoceno. a prim eira fase denom inada F ase Pedra Furada; - A segunda fase, denom inada Fase Serra Talhada, corresponde aos g rupos que ocuparam o abrigo de 12.000 anos, ou seja. desde o início d o holoceno. até cerca de 7 .000/ 6 .000 . * Por últim o a terceira fase, que parece indicar a ch egada de um nov região, os povos de tradição A greste.. Pinturas da T radição A greste Na Toca do Boqueirão da Pedra Furada, ao lado de um fogão d atado dc 17.000 +/- 400 anos B.P.. tam bém encontrou-se, um bloco com endo duas retas paralelas que são seguram ente a prim eira m anifestação d a p rática d a arte rupestre na área arqueológica. Um a classificação prelim inar d a arte rupestre desta área foi proposta, então, dividindo-a em 6 tradições''1' , sendo três de pinturas e três de gravuras. D as quais d u as foram muito bem datadas, graças ü descoberta de blocos caídos da parede, em cam adas datadas pelo C ' \ ou então de restos d c fragm entos preparados ou em estado bruto. U m a delas é a tradição N ordeste ( G U ID O N . 1989 ), predom inante nos sítios localizados na B acia S edim entar M aranhão-Piauí, onde situa-se a Á rea N uclear da Z ona de Pesquisas. É caracterizada pela presença de grafism os reconhecíveis0 * e d e grafism os puros'ft\ E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 30 csIc.s últim os por sua vez são nitidam ente m inoritários. Esses grafism os são frequentem ente eonfcecionados de form a a representar ações, cujo tem a ás vezes, é reconhecível < PESS1S. 1989.). as figuras hum anas e de anim ais são proporcionais entre sí. m as m ais num erosas que as representações de objetos e de figuras fltom orfas As representações de ações ligadas ao cotidiano, a cerim ônias ou m itos são abundantes. C onjuntam ente ã Tradição Nordeste, aparecem em determ inados sítios da Bacia Sedim entar M aranhão-Piauí. grafism os da T radição A greste. Esta pode ser caracterizada pela predom inância de grafism os reconhecíveis, especialm ente os A ntropom orlos, sendo raros <» zoom orfos. Os objetos inexistem . assim com o as figuras fltom orfas. Tam bém são raros os grafism os que representam ações, existindo apenas caçadas, com as figuras sendo representadas paradas, não havendo m ovim ento ou dinam ism o.O s grafism os puros dessa tradição, são m uito m ais abundantes que os da tradição anterior, possuindo um a m orfologia bem diferente e diversificada, í G U ID O N . 1989.». Essas Pinturas Rupestres retratam com detalhes a evolução sõcio-cultural dos grupos que habitaram essa região, pois podem ser observadas m udanças nas técnicas de pintura ou de gravura utilizadas, nas variações das tem áticas bem co m o na form a co m o são essas últim as são representadas. Tudo isto é resultado dc um a lenta transform ação social, m anifestada em d ilercn tcs aspectos da vida desses grupos étnicos. Para que possam os analisar estes registros rupestres, sem cair no cam po das interpretações hipotéticas, existem os quatro níveis de trabalho para o estudo da arte rupestre, propostos pela D ra Anne- M arie Pessis ( PESSIS. 1984 ). onde: - No nível m orfológico, a análise tem por finalidade reco n h ecer a form a delim itada pelo traçado das representações, ou seja, a sua parte pintada ou gravada. N o nível ecnográlico, o prim eiro nível de interpretação na ordem d e rigor cientifico decrescente, no qual a análise refere-se aquilo que é representado pelas figuras antropom orfas. zoom orfas. fltom orfas, etc. O reconhecim ento dessas figuras é d ad o pelo seu traçado, pois estam os ainda, no cam p o das constatações, sobre o qual farem os um a prim eira leitura. - N o nível hipotético, segundo nível de interpretação no qual a análise centralizase no reconhecim ento dos indícios fornecidos pelo que é mostrado nas representações rupestres e no registro exterior17'. - N o quarto nível, o nível conjectural últim o nível dc interpretação, onde os resu ltad o s o b tid o s d o s d em ais n ív e is, leva o p esq u isa d o r a su p o siçõ es n atu ralm en te contestáveis. S ão suposições fundam entadas em fatos conhecidos, mas que o pesquisador não está cm condições de provar. A ntes de tudo. é necessário considerar os R egistros Rupestres, um a fonte de dados com o qualquer outro com ponente da cultura m aterial E ntendem os que estes devem ser estudados de form a a reunir os resultados cm um a reconstituição pré-histórica, transíorm andoos cm um caracterizador cultural. Estes são caraclcrizadorcs culturais, por serem produzidos segundo técnicas próprias a cada grupo cultural c tam bém , poi fornecer inform ações sobre os procedim entos técnicos, típicos d e qualquer atividade d a sua cultura m aterial, e sobre um a dim ensão sociocultural que não poderia ser abordada d c outra m aneira. E S P E L E O I.O t; I A ANO-VIII N'M/111 Janeiro 1997 31 A o depararm o-nos com um conjunto de registros rupestres, im ediatam ente é feito um prim eiro ordenam ento em função d a possibilidade ou não do reconhecim ento, daquilo que pode ser visto. Este critério perm ite estabelecer um lim ite, entre o nível m orfológico e os outros três níveis. N o prim eiro nível, a análise se restringe à constatação puram ente d escritiv a do 1 . vVv jj V. O S F *v4a*‘- >7 ■; r c ** + .1 bui pi *; >*• £ : . Foto 01 - Pinturas d a T radição N ordeste traçado, nos o u tro s três, a co n stataçã o do m ostrado é p o n to de p artid a e o b je tiv o da interpretação. Para a definição d o nível m orfológico, an tes d e tudo, é necessário considerar os cham ados, grafism os puros, que não perm item nenhum tipo d e reconhecim ento. D essa fo rm a , no estudo d e um conjunto d e registros rupestres não reconhecíveis, a etapa inicial é a escolha de um critério q ue perm ita a delim itação do painel e dos grafism os puros C om o os grafism os puros podem ser os únicos elem entos d c um conjunto de registros rupestres, ou podem fazer parte de outro conjunto, onde tam bém estejam presentes grafism os reconhecíveis. E xiste portanto, um a prim eira classificação que com preendeS • C onjuntos com postos por grafism os puros e grafism os reconhecíveis. 1 - A análise dos grafism os puros não pode ser separada da análise dos grafism os reconhecíveis, pois todo o conjunto poderá ser interpretado. É provável que os grafism os puros tenham um a função ligada à função dos grafism os reconhecíveis. 2 - C onjuntos HomogCneÒs de grafism os puros. Para este grupo o prim eiro E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 32 > problem a existente é o processo <lc segregação dos grallsm os contidos no painel, isto c. a m aneira de estabelecer as unidades gráficas. A ausência de reconhecim ento im pede qualquer divisão de unidades dc significação H necessário um critério arbitrário com o instrum ento dc trabalho. Dc forma arbitrária, considerarem os com o unidade gráfica, e p o rta n to com o graJtsiHo p u ro , o conjunto do painel, tal com o ele é desenhado sobre o suporte, com posto por um a distribuição dc traçados e espaços vazios. As vezes, porém, poderem os nos defrontar com alguns grafism os idênticos em dois ou m ais painéis. Por isso. terem os dois tipos d e grafism os puros : - O gral!sm o puro identificado de início com o um a unidade; - O grafism o puro que form a o restante dos traçados d o painel cm questão. Para o caso dos painéis que perm item o reconhecim ento do que é mostrado, podem os distinguir os grafism os reconhecidos, ou seja. grafism os cujo reconhecim ento é im ediato, e os grafism os reconhecíveis, cujo reconhecim ento é problem ático. O s grafism os reconhecíveis não podem ser reconhecidos im ediatam ente, de form a clara e precisa, mas no entanto, possuem elem entos através dos quais podem ser rec o n h e c id o s, sem serem c la ssific a d o s c o m o g ra fism o s p u ro s. P orém são o b je to dc reconhecim ento hipotético Para os grafism os de reconhecim ento im ediato, em prim eiro lugar, devem os considerar com o determ inar os elem entos constituintes essenciais ã atividade vital, existentes em um a representação material, a partir dos quais pode-se reconhecer aquilo que é m ostrado pela representação, ou seja, quais são os seus “ tra ç o s d e id e n tifica çã o " (M O N ZO N , 1984. PESSIS. 1984 p. 104). O* traços de identificação s.'i<». portanto, o co n ju n to m iním o d c traços de I constituição indispensáveis para a identificação da representação rupestre. C ontudo, para a determ inação do m ínim o essencial, pode ser necessário exam inar os dados provenientes do registro exterior. À s inform ações provenientes do m ostrado por cada painel reunem -se os dados fornecidos pelo conjunto dos registros rupestres e os d ad o s fornecidos pelo meio. M as acim a de tudo. deve-se levar em consideração o critério da congruência, principal fundam ento da análise dos traçados q ue constituem cad a representação identificável. N o plano biológico c técnico, os constituintes reconhecíveis podem ser: - C ongruentes: No plano biológico é possível m ostrar os elem entos específicos vitais para a existência, com o cabeça, o eixo d a coluna vertebral, os m em bros, etc. Toda am b ig ü id ad e é d escartad a pela p resença d o s traço s q ue rep resen tem estes elem en to s Congruentes com o reconhecim ento. - A usentes: F requentem ente pode-se encontrar no conjunto dos grafism os, representações onde faltam um ou mais constituintes biológicos e até m esm o elem entos essenciais â atividade vital. O objetivo d o estudo dessas ausências é a de definir o tipo e o no de ausências, independente das quais o reconhecim ento é possível. Isto torna possível a distinção entre os elem entos essenciais para atividade vital e os que não o são. Pode-se. assim , estabelecer as m odalidades de equilíbrio entre os elem entos, de tal form a que a ausência de alguns é com pensada pela existência de outros. - incongruentes: S ão os traços incom patíveis com a identificação dc um a representação. U ltrapassa-se, então, o lim ite que separ.i o nível da constatação pura c sim ples. E S P E L E O L O ÍÍiA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 33 p ara as suposições, ou sejo. paia um a construção hipotética. O s d ados obtidos da análise do co n ju n to <ios registros rupestres fundam entarão as hipõtcscs. N otas 1 - ...D efinição m ais accitacnirc alguns arqueólogos para substituir a consagrada ex p re ssão arte ru p e stre , p rete n d e lib erar da co n o taç ão p u ram en te e sté tic a a lg o que. scguram cnie. é a prim eira m anifestação estética do hom em ... M ARTIN. G . Registro rupestre e registro arqueológico do nordeste d o Brasil.In: Revista dc A rq u eo lo g ia . Suo Paulo, ( I ):p.293, 1994. 2 G U ID O N . N tV PESSIS, A .-M ..R egistros R upestres e C a ra ctcri/a ção das etn ias pré-históricas. In: G rajisnio Indígena. E stu d o s d e A n tro p o lo g ia E stética. Lux Vidal ( O r g .)- S ão Paulo: Studio N obel: E ditora da U niversidade dc S ão Paulo : Fapesp. 1992.p. 19. 3 Parque N acional Serra da C apivara. D o cu m en to lia se - P lano d e A ções E n terg ênciais. FU M D H A M ,-------------- .p 53. 4 .. O conceito de tradição com preende a representação visual de todo um u n iv erso sim bólico prim itiv o q ue pode ter sido transm itid o d u ran te m ilênios sem que. necessariam ente, as pinturas d e um a tradição pertençam aos m esm os grupos étnicos, que poderiam estar separados no tem po por cronologias m uito d is ta n te s ... M A RTIN , G Op. cit. p.3 ... "C es traditions sont définies par Ie type de figures representes ( hum aines. anim ales. végétales. d 'o b je js el figures géom ctriqucs ou signes ) ei par leurs proportions relatives. I .es traditions s' étendeni sur des longues períodes et occupent des vastos tei i ítoircs. Le style est defini par les techniques de realisation ( de dessin. de peinture ou de gravure )"... . G uidon. N Peintures préhistoi iques du Brésil 5 ... D enom inação que substitui o term o geral g rafisin o d e com posição utili/ado até o m om ento para designar os tipos d e grafism os susceptíveis dc reconhecim ento.... PESSIS. A .-M . M étodos de Interpretação d a Arie Rupestre. A nálises Prelim inares por N íveis.In: C I.IO - R e v ista dc» C u rs o d e M e s tra d o cm H istó ria - U .F.PK ., S é rie A rq u e o ló g ic a 1.. 1984.P. 104. õ ... "Term o u tili/a d o pelo Prof.or L croi-G ourham , em su as aulas do C ollege d e F ra n c e a partir d e 1969. para classificar um dos níveis m orfojógicos por ele denom inado nível g eo m étric o p u r o , foi inirodu/.ido na nom eclalura brasileira por N G uidon c os*membros de sua equipe. São figuras desprovidas dc traços d e identificação, im possíveis de serem reconhecidos pela s im p lo análise v is u a l" .... A G U IA R . A. A T radição A greste: estudo sobre arte rupestre em Pem am buco.In: C lio - R evista do C u rso d e M e stra d o cm H istó ria - U.K. PE.» S é r ie A rq u e o ló g ic a 3., 1986. P.9. 7 Pode-se classificar as fontes dc inform ação utilizadas para estudai a arte ru p estre em: registro c e n lra l-q u e é procedente tias inform ações fornecidas unicam ente pelo m ostrado, registro anexo- que c procedente dos dados relativos às técnicas d c rea li/a çã o das figuras; tipo de suporte, tipo d e sítio, etc: e registro exterior que são os dados fornecidos por o u tras disciplinas com o a G eografia, a A rqueologia e a E tnologia. PESSIS. A M. O p. cit p ág .4 . X P E S S IS A .-M . M éto d o s d e In terp reta çã o da A rte R u p estre. A nálises P relim inares por N ív eis.In: C L IO - R e v ista d o C u rs o d c M e s tra d o em H istó ria - U.F.PF... S é rie A rq u e o ló g ic a I 1984.P. 100. I:S P I:L F .( ) L ( X ;I A ANO-VIII MM/!!! Ja ne iro 1997 34 B ib lio g rafia: A G U IA R , A lice. A tra d iç ã o A g re ste : E stu d o S o b re A rte R u p estre cm Pernam buco. C L /O - Revista do C u r\o dc M estrado em H istória. U.F.PE. Série A rqueológica .V Recife. NO 8. 1986. FUN D A ÇÃ O M U SEU do H O M EM A M ERICA N O . Parque Nacional d a Serra da C apivara. D ocum ento Base - Plano dc A ções E m ergênciais. 1994 G U ID O N N iede. A arte pré-lustórica da Á rea A rqeológica de S ão Raim undo N onato. S íntese de D e / anos dc Pesquisas. C l.IO - Revista do ( urso d e M estrado em H istória U .F.PE., Série A rqueológica 2. Recife, NO 7. 1985 ________________. Tradições Rupestres da área arqueológica de Sào Raim undo N onato. Piaui. Brasil. C l.IO - Revista do C urso de M estrado em H istória U.F.PE.. Série A rqueológica 5. Recife. 1989. ________________ . Pcintures piéhislonquos du Brésil. L a r t rupestre du Piauí. France. 1991. VIDAL. Lux (Org.). Cirafismo Indigena. E studos d c A ntropologia Estética A nne-M arie Pessis & N iède G uidon. R egistros Rupestres e C aracterização das E tnias P^el listóricas. São Paulo. Estúdio Nobel: Editora da U niversidade dc São Paulo: Fapcsp.1992. MARTIN. G abriela Registro Rupestre e R egistro arqueológico d o Nordeste do Brasil. Revista de arqueologia. São Paulo. 1 1). 1994 M ONZON. Susana. A nálise dos Traços de Identificação - Estudo de um Caso: A Toca d a Entrada do B aixâo tia Vaca. C l.10• Revista do C urso dc M estrado em H istória U.F.PE.. Série A rqueológica I. Recife. NO6. 1984. P E S S IS . A n n e -M a rie . M é to d o s de I n te r p r e ta ç ã o d.i A rte R u p e stre A náliseprclim inares por Níveis. C L !O - Revista d o C urso dc M cstradoem H istória U.F.PE., Série A rqueológica I . Recife. NO 6. 1984. _____________________ . A p re sen taç ão G rá fic a e A p re sen taç ão S o cia l na Tradição N ordeste de pintura rupestre do Brasil. CLIO - R evista do C urso d e M estrado em H istória U . F . P E Série A rqueológica. Recife, NO 5. E S P E L E O L O G IA ANO-VIII NV-VIII Janeiro 1997 35 LAPA DO CARLÚCIO (MG-067) - ITACARAMBI-MG Ucnalo Vieira Passos - SEE Intro d u çã o O Vale do Peruaçú localiza-se a noroeste do Estado de Minas Gerais, na divisa de m unicípios de Januária e Itacarambi formada pelo rio homônimo. O acesso é feito a partir de Belo Horizonte pela BR - 040. tomando a seguir a BR -1 3 5 para o município de Januária. distando aproximadamente 585 km. Desta cidade segue-se em estrada semi-asfaltada para o povoado de Fabião, por volta de 60 km. O trabalho aqui apresentado é fruto da excursão realizada em fevereiro de 1993, quando foi m apeada a Lapa do Carlúcio, cujo mapa é aqui apresentado. A sp e c to s R eg io na is A região do Vale do Rio Peruaçu, encontra-se constituída por calcários cinza escu ro s pertencentes a Formação Sete Lagoas (ou Formação Januária) que corresponde a uma unidade química do Grupo Bambuí. A deposição destes calcários data do Neoproterozóico. por volta de 650 M.a.. em um am biente marinho numa bacia intracrotônica. O s calcários, em geral calcarenitos e calcilutitos. ocorrentes na região do vale possuem m ergulho subhorizontal, com camadas da ordem de centímetros e presença de cam adas de brechas intraformacionais. Entre as camadas de calcarenito e/ou calcilutito pode-se observar finas camadas de pelitos. É bastante comum a presença de nódulos de sílex de forma lenticular na massa calcária. O calcário encontra-se fraturado, podendo inclusive observar o deslocamento dos nódulos de sílex. G e o m o rfo lo g ia O Rio Peruaçu é um afluente da margem esquerda .Francisco, perene durante todo o ano. Nos contrafortes da Serra do Cardoso das Minas, este rio percorre a área do denominado Vale do Peruaçu, onde é o responsável pela formação de um carste tipicamente fluvial (Koheler 1994). Este carste é muito característico e é constituído por canyons, vales cegos, ou secos, sum idouros e ressurgéncias, arcos, pontes, dolinas e maciços, que encontram-se lapiezados, com lapiáz verticais e horizontais. O curso do rio é ora superficial, ora subterrâneo. É nas encostas dos maciços calcários ou no curso atual do rio. o qual encontra-se no nível de cerca de 500 m. que se encontram as grutas do lugar. As quais são m uito bonitas, bastante decoradas por espeleotemas e em geral fáceis de se percorrer L a p a d o C a r l ú c i o (M G -067) E S P K L E O L O G IA ANO-VIII N9-VIII Janeiro 1997 36 A Lapa do Carlúcio. localiza-se nas coordenadas UTM 8332180 N e 579350 E (fig.01). a aproximadamente 720 m de altitude, a 2.5 Km da casa do Sr. Silu. na margem esquerda do Rio Peruaçú. município de Itacarambi-MG. possuindo cerca de 250 m de desenvolvimento linear. A gruta possui a forma de um meandro, é bastante volumosa, de perfil horizontal e corte retangular, devido aos desabamentos do teto da gruta segundo o acamamento da rocha (fig.02). A primeira parte da caverna, de desenvolvimento na direção N/S. encontra-se na zona fótica; tem aproximadamente 75 m de comprimento e a s altura máxima é na boca da caverna quando alcança 16 m de altura e 45 m largura. Na entrada pre do m in a m blo cos a b a tid o s, alguns e scorrim entos e espeleotemas abatidos. Os espeleotemas presentes nesta parte da gruta adquirem uma tonalidade esverdeada devido a presença de luminosidade. Colunas enfileiradas. segundo alinhamento N35 W. extremamente ornamentadas, em formas arborecentes ocorrem no fim do primeiro salão. Este salão encontra-se delimitado informamente do segundo salão por grandes travertinos. de dimensões métricas, que formam uma barreira. O segundo salão, ou a parte mais interna da gruta é mais ornamentada do que a primeira, com diversas colunas, estalactites, travertinos e escorrimentos, muitos deles abatidos. Que conferem uma grande beleza a caverna. A presença de espeleotemas abatidos é um indicio da maturidade da caverna. A qual é também verificada pela ausência de gotejamentos. A forma da gruta, bem como a sua localização na encosta do canyon do rio Peruaçu nos leva a interpretar que esta gruta se originou pela ação deste rio quando este estava nesta cota. O mapeamento espeleológico foi realizado segundo o método de levantamento BCRA e grau de precisão 5D. Tal mapeamento foi realizado nos dias 16 e 17/02/93. por uma equipe da SEE. constituída por: Rubens Pereira da Silva. Paulo Rodrigo G. Simões, Eliany La Salvia, José Antônio Matteu, Marcelo Crispi, Renato Vieira Passos e Reinaldo M.T. Silva. I Figura 2 - Mapa em anexo. E S P K L 1*10 L O G I A ANO-VIII NM /III Janeiro 1997 37 Fig. 1- Mapa de localização E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N?-VIII Janeiro 1997 3 I XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ESPELEOLOGIA Espeleologia e Sociedade 60 ANOS da SEE 1997 - Ouro Preto - MG 2 a C ir c u la r A SO CIED A D E EXCURSIONISTA E E SPE L E O L Ó G IC A tem o p rn /e rd e inform ar a toda a com unidade Espcicológica que o C ongresso Brasileiro dc E speleologia dc 1997 realizar-se-á na cidade dc O uro Preto • M G entre os dias 0 9 c 12 dc ju lh o dc 1997. O tem a Jcsic C ongresso é ‘’Espeleologia e Sociedade*' que visa a integração da com unidade com as ati\ idades Espeléológicas. A program ação *1«»Congress' *inclui apresentação dc trab alh o s. exposições, concurso dc fotografias, m ostras d e vídeo c slides, m esas redondas sobre os tem as d a atualidade. nuccei á tam bém o Pré -C ongresso onde cursos dc áreas específicas serão m inistrados. O alojam ento dos participantes se dará em hotéis c repúblicas da cidadc. no caso das repúblicas reservas deverão se r feitas com urgência por cartas à com issão organizadora. O prazo de entrega dos trabalhos foi estipulado para o data dc 15/03/97 e deverão ser enviados para a coordenação técnica. Na próxim a circular serão divulgados os cursos que serão m inistrados Serão destinados espaços para a m ontagem dc estandes aos interessados, ao preço dc RS 150.00. r C o n g resso : 0 9 /0 7 - A b e rtu ra o f ic ia l d o X X IV C O N G R E S S O ESPELEO LO G IA 10/07 - S im pósios - T rabalhos T écnicos 11/07 - S im pósios - T rabalhos C ientíficos 12/07 • Encerram ento dos Trabalhos Reunião SBE C onfraternização P ré-C o n g resso: 07/07 - C ursos 08/07 - C ursos 09/07 - Excursão B R A S IL E IR O DE 1 'o rm a s p a r a a p re s e n ta ç ã o e p u b lic a ç ã o dc tra b a lh o s * O s trabalhos deverão estar relacionados à Espeleologia. O s trabalhos deverão scr entregues digitados cm editor de texto W ord ou sim ilar cHi .disquete 3 W . incluindo cópia im pressa. A form atação: papel A4, tipos tam anho 12 , espaçam ento 1.5. folhas num eradas, m argem dc 3 cm. E S P E L E O L O G IA ANO-VIII N M /III Janeiro 1997 39 - O b serv ar u seguinte seqüência: I)* T ítu lo 2) -A u to res 3)- Instiiuçun(õcs) c cndereço(s) 4) - A bstract com liuilo cm inglcs 5) K eyw ords (>)- Resum o cm português 7) Palavras chave 8) - T exto c figuras 9 ) - A gradecim entos 10) - R eferências Bibliográficas. - O s trabalhos deverão t e r n o m á x im o 12 p á ü i n a s . incluindo figuras, m apas, etc - Toda caverna Brasileira apresentada cm m apa ou texto deve vir acom panhada de seu núm ero no C adastro Nacional de C avidades Naturais. - R eferências. No lexto com o se segue: “SILVA & LIMAI (1993) afirm am ... '* ou " (PE R E IR A et al. 1994)". A s referências d everão ser listadas cm ordem alfabética no final do texto c seguirão us norm as da A BN T, à exceção do que d iz respeito ao an o de publicação que virá logo após os autores. N as referências bibliográficas devem constar o nom e dc todos os autores m esm o que referidos no texto com o et al N o rm a s p a r a a exposição d e p ain cis: - A os interessados estará a disposição painéis paro afixação de trabalhos (fotos, m apas c cartazes). Cada expositor deverá responsabilizar-se pela afixação c identificação de seus m ateriais nos locais destinados para tal. * A s dim ensões do painel devem ser dc 1.20 m de altura e 0.80 m de largura, já afixados cm um plano único. - T odos os painéis deverão ser inscritos. N o rm a s p a r a o co n c u rso fo to g rá fico : - A s fotografias devem ser inéditas e o tem a deve ser relativo à E spelcologia. C ada participante deverá concorrer, no m áxim o com três fotografias sejam elas c o lo rid a s o u p re to e b ran co . - A s am pliações deverão ter um tam anho m ínim o dc 20x25cm c deverão ser em papel brilhante. A escolha das m elhores fotografias será realizada pelos próprios congressistas com exceção d o s fotógrafos expositores. C o m issã o O rg a n iz a d o ra P re sid e n te : A rildo H enrique dc O liveira S e c re tá rio M ilton Pereira Filho T eso u re iro M arcus V ínicius C. de O liveira Lopes C o o rd e n a ç ã o T é c n ic a c d e Im p re n s a e D ivulgação: G csnci Ilário d o s Santos L uciana Vetei C ruz R ogério Junqueira de M elo Bárbara E. P. Fonseca C o rre sp o n d ê n c ia s - S ociedade E xcursionista c E spcicológica - C aixa Postal 68 - O uro Preto - MG C E P 35.400-000 • E -m aih sp efàd eg eo ,ufop.br E S P E L E O L O G IA ANO-VIII Np-VIII Janeiro 1997 40 SEE S O C IE D A D E EX C U R SIO N IST A E ESPELEO LÓ G IC A