REBRACIM – Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informações sobre Medicamentos CIM-RS – Centro de Informações Sobre Medicamentos Faculdade de Farmácia/UFRGS Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul 14 anos CIM-RS: a informação a seu alcance Solicitação: Existe algum registro na literatura a respeito da temperatura ideal para armazenamento de medicamentos? Resposta: Vários aspectos devem ser observados para o adequado armazenamento dos medicamentos: a(s) substância(s) ativa(s), outros componentes da formulação, a forma farmacêutica, a presença de conservantes, tipo de embalagem, entre outros. As seguintes informações foram localizadas nas referências consultadas1,2,3,4,5,6,7, relacionadas à temperatura de armazenamento para medicamentos em geral e podem auxiliar na questão: Existe um livreto do Ministério da Saúde sobre Boas Práticas de Estocagem de Medicamentos que divide a forma de armazenamento dos medicamentos em: estocagem sob aspectos gerais, estocagem de medicamentos termolábeis, de medicamentos imunobiológicos e de medicamentos de uso controlado1. Estocagem sob aspectos gerais: inclui métodos usuais de armazenamento, como inspeção freqüente dos medicamentos para verificar degradação; estocagem ao abrigo da luz, calor, poeira, insetos; obedecer a datas de validade1. Estocagem de medicamentos termolábeis: requer pouca variação de temperatura (em torno de 20ºC); as medições de temperatura devem ser feitas de maneira constante e seguras, com registros escritos; deverão existir sistemas de alerta que possibilitem detectar defeitos no equipamento de ar condicionado para pronta reparação1. Os medicamentos termolábeis requerem temperatura refrigerada (2-8˚C) ou fresca (8-15˚C)2. Estocagem de medicamentos imunobiológicos: deve-se ter prioridade em relação aos outros, necessitando de ótimas condições de estocagem. Para isso, deve-se evitar a exposição, ao máximo, desses produtos, a qualquer tipo de luz; as áreas de estocagem devem ser em refrigeradores (4ºC a 8ºC), “freezers” (não superior a –10ºC) e câmaras frias (8ºC a 15ºC); as temperaturas devem ser medidas diariamente e registradas; a distribuição dos produtos dentro dos equipamentos frigoríficos deve permitir a circulação uniforme do ar frio entre as embalagens; entradas e retiradas de produtos do equipamento devem ser programadas, visando diminuir as variações de temperatura; todos os equipamentos devem possuir um sistema de alarme que indique qualquer anormalidade de funcionamento1. É descrito que a temperatura é a condição ambiental diretamente responsável pelo maior número de alterações e deteriorações nos medicamentos. Os medicamentos devem ser armazenados em locais ventilados, a maioria deles à temperatura ambiente em torno de 25ºC, sendo aceitável uma variação no intervalo entre 15 e 30ºC2. As faixas farmacopeicas de temperatura são as seguintes: Em congelador: de acordo com a Farmacopeia Brasileira 5º ed (FB 5): temperatura de -20ºC a 0ºC3. De acordo com a Farmacopeia Americana 36 ed. (USP 36): temperatura entre -25ºC e -10ºC4. Em refrigerador: FB 5 e USP: temperatura entre 2ºC e 8ºC3,4. Local fresco: FB 5 e USP 36: temperatura entre 8ºC e 15ºC3,4. Local frio: FB 5 e USP 36: temperatura não excedendo a 8ºC3,4. Temperatura ambiente: FB 5: temperatura entre 15ºC e 30ºC3. Temperatura ambiente controlada: USP 36: temperatura entre 20ºC e 25ºC, que eventualmente pode variar entre 15ºC e 30ºC. Elevações passageiras de temperatura não superiores a 40°C são permitidas contanto que não durem mais de 24 horas. Medicamentos que necessitem armazenamento a temperatura ambiente controlada alternativamente podem ser armazenados em local fresco ou refrigerado, a menos que se especifique algo diferente na monografia individual ou no rótulo4. Av. Ipiranga, 2752 – 2º Andar – Porto Alegre/RS – Fone/Fax: 0 XX 51 3308 52 81 e-mail: [email protected] blog: http://cimrs.blogspot.com Boletim Informativo: http://www.ufrgs.br/boletimcimrs/ 1 de 2 REBRACIM – Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informações sobre Medicamentos CIM-RS – Centro de Informações Sobre Medicamentos Faculdade de Farmácia/UFRGS Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul 14 anos CIM-RS: a informação a seu alcance Tanto a FB 5 como a USP 36 descrevem que, a menos que especificado diferente, quando um fármaco necessita ser conservado em local fresco, o mesmo pode ser conservado em refrigerador 3,4. Porém, é necessário cuidado, pois a refrigeração, apesar de ser freqüentemente recomendada para aumentar a estabilidade química5,6 ou retardar o crescimento microbiano, pode provocar problemas de precipitação em certas soluções5. Quando as condições de estocagem não forem especificadas no rótulo4 ou na seção de estocagem da monografia3,4, estas incluem armazenamento em temperatura ambiente controlada5, proteção contra umidade3,4, contra o congelamento3, calor3,5 e frio5 excessivos, e quando necessário, protegido da luz5. Além dessas orientações gerais, é importante ressaltar que devem ser seguidas as recomendações de armazenamento descritas pelos laboratórios. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. VALERY, P. P. T. Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos. Brasília: Central de Medicamentos, 1990. 22p. MARIN, N. et al. Assistência Farmacêutica para Gerentes Municipais. Rio de Janeiro: Opas/ OMS, 2003. FARMACOPÉIA Brasileira. 5.ed. São Paulo: Atheneu, 2010. USP 36 - The United States Pharmacopeia. Philadelphia: United States Pharmacopeial, Convention, 2013. THOMPSON, J. E. A Prática Farmacêutica na Manipulação de Medicamentos. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. GOMES, M.S.V.M.; REIS, A.M.M. Ciências Farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2000. GENNARO, A. R (Ed.). Remington: the science and practice of Pharmacy. 22. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2013. Resposta elaborada por: Farm.Clarissa Ruaro Xavier e Fernanda Waechter em: 30 de setembro de2013. Revisada por: Farm. Clarissa Ruaro Xavier em: 30 de setembro de 2013. Av. Ipiranga, 2752 – 2º Andar – Porto Alegre/RS – Fone/Fax: 0 XX 51 3308 52 81 e-mail: [email protected] blog: http://cimrs.blogspot.com Boletim Informativo: http://www.ufrgs.br/boletimcimrs/ 2 de 2