30/06/2014 FISIOLOGIA Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES DA MICÇÃO Prof. Hélder Mauad Departamento de Ciências Fisiológicas/CCS QUEM FAZ SUCESSO ? 1 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 Micção • É o processo pelo qual a bexiga se esvazia quando está cheia • Envolve 2 passos: • 1º: a bexiga se enche PROGRESSIVAMENTE até que a tensão na parede atinja um nível limiar • 2º: ocorre o REFLEXO DE MICÇÃO (reflexo nervoso) ESVAZIA a bexiga ou causa um desejo consciente de urinar REFLEXO DE MICÇÃO • É um reflexo autônomo da medula espinhal, mas pode ser INIBIDO ou FACILITADO por centros no Córtex ou Tronco Cerebrais. 2 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES Bexiga: É uma câmara de músculo liso, composta de 2 partes principais: • CORPO: parte principal, armazenamento da urina • COLO: é uma extensão afunilada do CORPO 30/06/2014 ANATOMIA FISIOLÓGICA E CONEXÕES NERVOSAS DA BEXIGA Colo da Bexiga Parte inferior do Colo da Bexiga = COLO VESICAL = URETRA POSTERIOR, devido a sua relação com a uretra 3 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 MÚSCULO LISO VESICAL: • É chamado de músculo DETRUSOR • Se estende em todas as direções • Quando contraído pode aumentar a pressão no interior da bexiga para 40 a 60 mmHg A contração do m. Detrusor é o passo principal para o esvaziamento da bexiga • Células Musculares Lisas do m. Detrusor: = são acopladas eletricamente por junções de baixa resistência O Pot. Ação se difunde por todo o músculo causando a contração de toda a bexiga, conjuntamente 4 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 TRÍGONO • Pequena área triangular localizada na parede posterior da bexiga, imediatamente acima do COLO VESICAL • Nos ângulos superiores do Trígono, os 2 URETERES entram na bexiga • TRÍGONO se difere do restante da mucosa vesical pelo fato de sua mucosa (revestimento interno da bexiga) ser LISA, enquanto que o restante é PREGUEADO e formado por RUGAS. COLO VESICAL (Uretra Posterior) • Tem 2 a 3 cm de comprimento • É composto de m. Detrusor entrelaçado com uma grande quantidade de tecido elástico = musculatura denominada ESFÍNCTER INTERNO Seu tônus mantêm o COLO VESICAL e URETRA VAZIOS, portanto, EVITA o esvaziamento da bexiga até que haja um aumento de pressão na porção principal acima de um limiar crítico. 5 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 Além da Uretra Posterior, a URETRA passa pelo DIAFRAGMA UROGENITAL, que contém uma camada muscular denominada = ESFÍNCTER EXTERNO da bexiga Está sob controle voluntário do Sistema Nervoso Músculo do tipo ESQUELÉTICO VOLUNTÁRIO (diferente do corpo vesical e colo que é do tipo liso) Pode ser usado para EVITAR CONSCIENTEMENTE a micção, até mesmo quando os controles voluntários tentam esvaziar a bexiga Bexiga (m. liso) Colo da Bexiga Assoalho Pélvico (m. estriado) m. estriado da Uretra m. liso da Uretra 6 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 INERVAÇÃO DA BEXIGA INERVAÇÃO DA BEXIGA SNC Fibras SENSORIAIS: detectam o grau de DISTENSÃO da parede vesical = sinais de distensão são os principais responsáveis pelo início do reflexo de micção para o esvaziamento da bexiga Fibras MOTORAS PARASSIMPÁTICAS (nervos pélvicos) 7 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 INERVAÇÃO DA BEXIGA SNC Fibras MOTORAS ESQUELÉTICAS: são fibras somáticas que inervam e controlam o músculo esquelético voluntário do esfíncter externo (nervos pélvicos) INERVAÇÃO DA BEXIGA SNC Inervam e estimulam principalmente os vasos sanguíneos. *Contraem esfincter interno e inibem m. Detrusor (!!??) FIBRAS NERVOSAS SENSORIAIS SIMPÁTICAS podem ser importantes na sensação de PLENITUDE e em alguns casos de DOR (nervos hipogástricos) 8 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 TRANSPORTE DE URINA DO RIM À BEXIGA ATRAVÉS DOS URETERES • A URINA que é expelida pela bexiga tem essencialmente a mesma composição do líquido que sai dos ductos coletores • O FLUXO DE URINA dos ductos coletores para o interior dos cálices renais distende-os e aumenta sua atividade marca-passo inerente Iniciam-se CONTRAÇÕES PERISTÁLTICAS que se difundem para a pelve renal e ao longo do ureter, propelindo a urina da pelve renal em direção à bexiga Assim como ocorre com outras musculaturas lisas, as contrações peristálticas no ureter são aumentadas pela estimulação parassimpática e inibidas pela estimulação simpática 9 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 Cálices Pelve Renal Constrações Peristálticas TRANSPORTE DE URINA DO RIM À BEXIGA ATRAVÉS DOS URETERES (continuação) • O tônus normal do m. Detrusor comprime a parte do ureter inserida na parede vesical, evitando o REFLUXO de urina da bexiga quando há aumento de pressão intravesical durante a micção ou compressão vesical 10 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 SENSAÇÃO DE DOR NOS URETERES • Os ureteres são bem supridos com fibras nervosas para DOR • Quando um ureter se torna obstruído por cálculos renais, ocorrem contrações reflexas intensas, associadas a DOR GRAVE. • REFLEXO URETERORRENAL: importante para evitar o fluxo excessivo de líquido para o interior da pelve renal quando o ureter está obstruído IMPULSO DE DOR REFLEXO SIMPÁTICO NOS RINS CONSTRIÇÃO DAS ARTÉRIAS RENAIS DIMINUI O VOLUME DE URINA CISTOMETROGRAMA – Enchimento da bexiga e Tônus da Parede Vesical Mostra ∆ ~ pressão intravesical com o enchimento da bexiga pela urina 11 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 REFLEXO DE MICÇÃO Se sobrepõem ao tônus basal REFLEXO DE MICÇÃO Reflexo de Estiramento Receptores Sensoriais de Estiramento da Parede Vesical Uretra Posterior 12 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 REFLEXO DE MICÇÃO Quanto mais a bexiga se enche >>> os Quando REFLEXOS a bexiga DE MICÇÃO está parcialmente tornam-secheia, mais frequentes estas >>> causam contraçõescontrações mais fortes do de m. micção DETRUSOR DESAPARECEM ESPONTANEAMENTE após uma fração de minutos Uma vez iniciado, o REFLEXO DE MICÇÃO é AUTO-REGENERATIVO Ocorre RELAXAMENTO do m. DETRUSOR e causa uma DIMINUIÇÃO da PRESSÃO para a linha de base CONTRAÇÃO INICIAL DA BEXIGA AUMENTAM AS CONTRAÇÕES DA BEXIGA ATÉ ALCANÇAR ALTO GRAU DE CONTRAÇÃO ESTIRAMENTO DE RECEPTORES SENSORIAIS DA PAREDE DA BEXIGA E DA URETRA POSTERIOR Após alguns segundos ou minutos, há FATIGA >>> Interrompe-se o CICLO >>> BEXIGA relaxa Pressão Vesical O ciclo normal da micção FASE DE ENCHIMENTO FASE DE ENCHIMENTO MICÇÃO Viktrup L, et al. Prim Care Update Ob/Gyns 2003;10:261-4 13 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 REFLEXO DE MICÇÃO É um ciclo único e completo com: 1. Aumento rápido e progressivo da pressão intravesical 2. Período de pressão sustentada 3. Retorno da pressão ao tônus basal da bexiga * A inibição pode ocorrer por alguns minutos até mais de uma hora, antes que outro reflexo ocorra ** Conforme a bexiga torna-se cada vez mais cheia, o REFLEXO de MICÇÃO passa a ocorrer MAIS FREQUENTE e MAIS EFICAZ *** Quando o REFLEXO de MICÇÃO se torna suficiente para esvaziar a bexiga, produz outro reflexo para RELAXAR O ESFÍNCTER EXTERNO através dos NERVOS PUDENDOS. RELAXA O ESFÍNCTER EXTERNO 14 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 REFLEXO DE MICÇÃO - continuação *** Quando o REFLEXO de MICÇÃO se torna suficiente para esvaziar a bexiga, produz outro reflexo para RELAXAR O ESFÍNCTER EXTERNO através dos NERVOS PUDENDOS. Quando o REFLEXO DE RELAXAMENTO DO ESFÍNCTER EXTERNO É mais potente que a INIBIÇÃO VOLUNTÁRIA = MICÇÃO A MICÇÃO não ocorrerá até que a bexiga se encha mais até que o REFLEXO DE INIBIÇÃO seja mais potente que a INIBIÇÃO VOLUNTÁRIA MICÇÃO VOLUNTÁRIA 2º - AUMENTA A PRESSÃO INTRAVESICAL 1º - O indivíduo contrai voluntariamente a MUSCULATURA ABDOMINAL 3º - Uma quantidade extra de urina entra no COLO VESICAL e na URETRA distendendo a parede 4º - Estimula RECEPTORES DE ESTIRAMENTO 5º - DISPARA REFLEXO DE MICÇÃO 15 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 REFLEXO DE MICÇÃO E O SNC REFLEXO DE MICÇÃO é a causa básica da micção É um reflexo espinhal totalmente autônomo, mas pode ser INIBIDO ou FACILITADO por CENTROS CEREBRAIS: 1. Centros localizados na Ponte (Tronco Cerebral) 2. Vários Centros localizados no Córtex Cerebral (são principalmente inibitórios, mas podem ser excitatórios) 16 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 REFLEXO DE MICÇÃO E O SNC Normalmente exercem o controle final da micção: • Os centros superiores mantêm o reflexo da micção parcialmente inibido, exceto quando se tem a vontade de urinar • Os centros superiores podem evitar a micção, até mesmo quando o reflexo da micção está presente, pela contração tônica do esfíncter vesical externo até o momento conveniente para o esvaziamento • No momento da micção, os centros corticais podem auxiliar os centros sacrais a iniciar um reflexo de micção e ao mesmo tempo inibir o esfíncter urinário externo, de forma que a micção ocorra 17 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 18 Prof. Dr. Hélder Mauad/UFES 30/06/2014 PMC = Centro Miccional Pontino ou núcleo de Barrington • Estimulação promove relaxamento do esfíncter uretral e contração detrusora • É um ponto de convergência de estímulos pró- e antimicção. PCC = Centro Pontino da Continência • É o responsável por parar a micção, excitar a musculatura pélvica e contrair o esfíncter uretral PAG = Subst. Cinzenta Periaquedutal • Recebe informações de aferentes vesicais, além de constituir um grande centro integrador de informações com outras estruturas centrais. FIM 19