Ciências da Saúde/Imunologia/Imunologia Geral AVALIAÇÃO DO FATOR DE CRESCIMENTO DE COLÔNIA DE GRANULÓCITOS (G-CSF) NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA – EFEITO DO TRATAMENTO EM CÉLULAS MONONUCLEARES Luizza Gomes dos Santos Carvalho [email protected] Graduanda em Medicina – Universidade Salvador - UNIFACS Juliana Fraga Vasconcelos Profa. Dra./Orientadora Introdução Os macrófagos são elementos essenciais de interação entre a resposta imune inata e adaptativa, assim como as células dendriticas, eles são células apresentadoras de antígeno (CAA) capazes de ativar os linfócitos por apresentação de moléculas antigênicas concomitantemente a expressão de moléculas coestimulatórias. Os macrófagos são classificados em subgrupos, expressando diferentes padrões de quimiocinas, marcadores de superfície e enzimas metabólicas, caracterizados atualmente como populações M1 e M2. A resposta inflamatória inicial é predominantemente mediada por macrófagos ativados pela via clássica (M1), potencializada pela presença de micróbios e/ou citocinas Th1, tais como IFN-γ ou IL-12, produtores de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IFN-γ, IL-6 e IL-12) e de espécies reativas de oxigênio, como o NO por ativação da enzima óxido nítrico sintase induzível (NOS2). Em contraste, a resolução da inflamação é direcionada por macrófagos ativados pela via alternativa (M2) que são ativados através da exposição a IL-4, IL-13 e IL-10, produzindo citocinas anti-inflamatórias como também induzindo o aumento da expressão do receptor de manose e arginase. Foi demonstrado in vivo a ação imunomodulatória do G-CSF sendo o objetivo desse trabalho avaliar sua ação sobre as populações de macrófagos. Métodos Foram realizadas cultura de macrófagos obtidos duas fontes, as células foram plaqueadas e estimuladas com: IFN-, LPS, TNF, IL-4, IL-10 ou IL-13, tratadas ou não com G-CSF. O sobrenadante de cada poço foi coletado para realização de ELISA e dosagem de NO, e as células foram removidas com TriZol®Reagent para análise da expressão gênica por PCR em tempo real. Resultados e Discussão A produção de TNF foi maior no sobrenadante da cultura de macrófagos estimulado com IFN e LPS e a adição de G-CSF foi capaz de reduzir essa produção, enquanto promoveu também aumento de IL-10. Já a produção de NO, IFN-y e IL-6 não foram reduzidos nos poços tratados com G-CSF. Após a chegada dos novos recombinantes, foram realizados novos experimentos, adicionando o estímulo com IL-4 e IL-13. A produção de NO foi maior nos poços tratados com IFN e LPS e reduzida naqueles tratados com IL-4 e IL-13, no entanto não foi observada diferença significativa de IL-10 entre os poços. Foi também avaliado a expressão dos genes Arg1 e MRC1, sem diferença significativa entre os grupos. O entendimento dos papeis dos macrófagos é de grande importância, visto que em doenças crônicas, como a Doença de Chagas, há uma disputa entre a lesão e a regeneração tecidual dependendo assim da imonomodulação na evolução do curso crônico da doença. Geralmente o perfil M2 possui uma baixa produção de citocinas pró-inflamatórias e elevada produção de citocinas anti-inflamatórias, o que auxilia na promoção da remodelagem e reparo tecidual e em alguns casos aumenta a capacidade de lutar contra a infeção parasita. Conclusões A polarização de macrófagos tem importância no tratamento de doenças que cursam com injúria ao tecido, a exemplo, temos a Doença de Chagas. Enquanto os macrófagos do fenótipo M1 atuam como pró-inflamatórios, os macrófagos M2 são importantes para a imunorregulação, produzindo agentes anti-inflamatórios. A diferenciação dos macrófagos em M1 e em M2 irá depender do microambiente. Diante disto, o entendimento dos papeis dos macrófagos é de grande importância, pois há uma disputa entre a lesão e a regeneração tecidual dependendo assim da imonomodulação na evolução do curso crônico da doença. Geralmente o perfil M2 possui uma baixa produção de citocinas pró-inflamatórias e elevada produção de citocinas anti-inflamatórias, o que auxilia na promoção da remodelagem e reparo tecidual e em alguns casos aumenta a capacidade de lutar contra a infeção parasita. Nesse trabalho padronizamos a polarização de macrófagos M1 ativados mas ainda há necessidade de confirmar a padronização M2. Observamos ainda que o G-CSF tem a capacidade de reduzir a ativação dos macrófagos M1, contribuindo para o fortalecimento da sua utilização como agente anti-inflamatório, inclusive na doença de Chagas. Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq Trabalho de Iniciação Científica Palavras chaves: Imunomodulação; Macrófagos M1; IFN e LPS; G-CSF.