MANEJO DO TRATAMENTO DE PACIENTES COM HIPERTENSÃO – PARTE I CAUSAS OBJETIVO Capacitar o farmacêutico para implementação do serviço de aferição de pressão arterial e manejo do paciente com hipertensão, conforme preconiza a Resolução RDC nº 44/09. CAUSAS INTRODUÇÃO PA = VS, FC, Contratilidade X DC RVP Volemia SNP Na+ Mineralocorticóides Constritor α Dilatador β Humoral Baroceptores Dilatação PG Cininas Constrição ATII Catecolaminas Endotélio NO PGG PGH EDHF ET ATII Classificação da Hipertensão Arterial Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg) Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85 130 – 139 85 – 89 Estágio I (leve) 140 – 159 90 – 99 Estágio II (moderado) 160 – 179 100 – 109 Estágio III (grave) ≥ 180 ≥ 110 Sistólica isolada ≥ 140 < 90 Limítrofe Hipertensão Quando as pressões sistólica e diastólica de um paciente situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão arterial. Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), 2006 Fonte: O que é HAS? Sociedade Brasileira de Cardiologia ♦ Hipertenso baixo - moderado risco. ♦ Hipertenso alto risco e/ou diabético. ♦ Hipertenso alto risco com proteinúria. CAUSAS FATORES DE RISCO Na maioria das vezes não é possível saber com precisão a causa da hipertensão arterial, mas sabe-se que muitos fatores podem ser responsáveis. Fonte Imagem: http://www.colegiomilitarpmvr.com.br/noticia.php? NotID=91 Fonte Imagem: http://www.culturalivre.net/2008/11/21/n ego-aco/negrosjpg/ Fonte Imagem: http://www.gandaiabr.net/2008/06/tipos-econsequencias-da-obesidade.html Fonte Imagem:http://mamaequeroserpop.w ordpress.com/2009/11/26/ideias/ Fonte Imagem: http://danielaoas.blog.uol.com.br/arch200 9-02-22_2009-02-28.html Lipidemia Fonte Imagem: http://www.stimed.com.br/modeloedu/e tilsig.html Sal em excesso Fonte Imagem: http://escoladaalimentacao.blogspot.com/2008/03/principaiserros-alimentares-dos.html Fonte Imagem: http://www.nossanoite.com.br/divadomasini/Index.asp?p=61 CAUSAS SINTOMAS A pressão alta é silenciosa. Normalmente os sintomas só aparecem quando a hipertensão já existe há algum tempo e um pouco antes de complicações como infartos, acidentes vasculares e problemas nos rins. CAUSAS FISIOPATOLOGIA RECEPTORES E SUAS ATIVIDADES CORAÇÃO β-1 RIM β-1 VASOS α-1 VASOS AT II VASOS ET CAUSAS PORQUE TRATAR? Epidemiologia - Brasil Estimativas: • 17 milhões de portadores de hipertensão arterial, • 35% da população de 40 anos ou mais, • 4% das crianças e adolescentes. No Brasil a Hipertensão é responsável por: • 25% das mortes por doença arterial coronariana, • pelo menos 40% das mortes por AVE, • 50% dos casos de IR terminal, em combinação com o diabetes. BRASIL. Ministério da Saúde – 2006. MORTALIDADE CARDIOVASCULAR Risco relativo ajustado de mortalidade cardiovascular por níveis da pressão arterial sistólica (PAS) em homens Arch Intern Med 1993; 153: 186-208 ALTERAÇÕES IDADE-DEPENDENTES NA PA (EUA) Alterações idade-dependentes na pressão arterial sistólica e diatólica nos Estados Unidos Hypertension 1995; 25:305-313 COMPONENTES DA ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES COM HIPERTENSÃO •Componentes da síndrome metabólica; TGF = Taxa de filtração glomerular • JAMA 2003: 289: 2560 - 2572 Estagiamento da pressão arterial Avaliação do risco cardiovascular Pistas para HAS secundária Lesões de órgãos-alvo Causas Identificáveis de HAS Apneia do sono Induzida por drogas (licitas e ilícitas) Doença renal crônica Aldosteronismo primário Doença renovascular Síndrome de Cushing - uso de corticosteroides Feocromocitoma Coarctação da aorta Doença tireoidiana ou paratireoidiana JNC 7 Indícios de hipertensão secundária • Início da hipertensão antes dos 30 anos •Tríade do feocromocitoma: palpitações, sudorese e cefaleia em crises • Uso de medicamento e drogas que possam elevar a pressão arterial • Fácies ou biotipo de doenças que cursam com hipertensão: doença renal, hipertiteoidismo, acromegalia, síndrome de Cushing • Presença de massas ou sopros abdominais • Diminuição da amplitude ou retardo do pulso femoral • Aumento da creatinina sérica • Hipopotassemia (< 3,0 mEq/1) • Exame de urina anormal (proteinúria ou hematúria) MODELO DE TERMO DE CONSENTIMENTO TERMO DE CONSENTIMENTO O Sr.(a) _________________________________________foi devidamente informado sobre a finalidade deste atendimento e quanto ao sigilo dos seus dados, concordando livremente com o registro destas informações. O paciente também foi informado que poderá retirar o seu consentimento a qualquer momento, sem que seja aplicada nenhuma penalidade e sem nenhum prejuízo do seu atendimento neste estabelecimento. Assinatura:___________________________________ Nome legível:______________________________ RG:____________________ ___________(local),___(data) de _____________(mês) de _______(ano). OUTROS REQUISITOS LEGAIS Somente são considerados regulares os serviços farmacêuticos devidamente indicados no licenciamento de cada estabelecimento (art. 61 § 3º da RDC nº44/09); A autoridade sanitária realizará prévia inspeção para verificação do atendimento aos requisitos mínimos (art. 61 § 4º da RDC nº44/09); O estabelecimento deve disponibilizar uma lista dos estabelecimentos públicos de saúde mais próximos, contendo o endereço e o telefone. 30 A Pressão Arterial deve ser aferida com técnica adequada, utilizando-se aparelhos confiáveis e devidamente calibrados, respeitando-se as recomendações para este procedimento. Art. 71. Para a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímico permitidos deverão ser utilizados materiais, aparelhos e acessórios que possuam registro, notificação, cadastro ou que sejam legalmente dispensados de tais requisitos junto à Anvisa. Parágrafo único. Devem ser mantidos registros das manutenções e calibrações periódicas dos aparelhos, segundo regulamentação específica do órgão competente e instruções do fabricante do equipamento. (RDC 44/09) • Ao adquirir um aparelho novo, exija que ele contenha a marca de verificação inicial, que pode estar afixada no instrumento ou na embalagem. • Conforme determinam as Portarias Inmetro 153/2005 e 96/2008, a verificação periódica dos esfigmomanômetros deve ser realizada anualmente e a verificação eventual deve ser realizada após reparo ou manutenção ou mediante solicitação do detentor do instrumento. Deve-se preferir locais designados pelo Inmetro ou dependências dos órgãos da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade – RBMLQ (IPEMs – Institutos de Pesos e Medidas Estaduais). www.ipem.sp.gov.br www.inmetro.gov.br Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) Telefone: 0800-0130522 Dados importantes: 1. Calibração somente de aparelhos aneroides (não calibração de digital); 2. Aparelho deve ser acompanhado de carta com dados da empresa, marca e quantidade de aparelhos; 3. É facultativo solicitar com certificado ou não (validade de 1 ano); 4. Custo: R$ 9,00 cada aparelho e R$ 7,00 reais cada certificado (emissão de boleto em 10 dias); 5. Recomenda-se ligar para saber qual regional atende a sua cidade; 6. Recomenda-se enviar primeiro para manutenção e depois para calibração, pois caso o aparelho necessitar de manutenção, será cobrado o custo da calibração da mesma forma; 7. As empresas autorizadas estão em uma relação no site; 8. Maiores informações no site do IPEM (http://www.ipem.sp.gov.br/3emp/instrumento.asp?vpro=esfigmo#) CAUSAS PACIENTES ESPECIAIS Idosos Desaparecimento dos sons na ausculta durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de Korotkoff. Medidas falsamente aumentadas devido à rigidez arterial. Gestantes Fonte – imagem: http://www.portalmidia.net/wp-content/uploads/16_MHG_1601_mul_gravidez.jpg Obesos Bolsa inflável estreita Bolsa inflável larga PA falsamente elevada PA falsamente baixa Outras Situações Especiais Paciente com fístula (shunt); Pacientes mastectomizadas; Pacientes cateterizados; Ingestão recente de bebida alcoolica, café, fumo e distensão vesical; Exercícios físicos antes da medida; Hipertensão do “jaleco branco” Mais frequente nos idosos (Fotherby and Potter, 1993) Medidas domiciliares Monitorização ambulatorial da PA Índice de Massa Corpórea (IMC) IMC = Peso (kg) Altura2 (m) Classificação IMC (kg/m2) Risco de co-morbidade Normal 18,5− −24,9 Baixo 25− −29,9 30,0− −34,9 35,0− −39,9 ≥ 40,0 Pouco aumentado Moderado Grave Muito grave Sobrepeso Obeso classe I Obeso classe II Obeso classe III Fonte: Organização Mundial de Saúde, 1998. Redução do consumo de bebidas alcoólicas Consumo máximo diário de álcool / etanol Homens - 30g por dia Cerveja - (4% álcool) - 30g = 720ml -(uma garrafa ou duas latinhas) Vinho - (12% álcool) - 30g = 240ml - (dois copos) Destilados - (40% álcool) - 30g = 60ml - (duas doses) Mulheres - 15g por dia Metade das quantidades acima Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas. Recomendações para parar de fumar • Marque uma data para o abandono: o ideal é que seja dentro de duas semanas; • Avise amigos, familiares e colegas de trabalho e peça apoio (a presença de outros fumantes em casa dificulta o abandono). • Retire os cigarros de casa, carro e local de trabalho e evitar fumar nesses locais. • Reflita sobre o que deu errado em outras tentativas de abandono. • Preveja as dificuldades, em especial a síndrome de abstinência. • Abstinência total é essencial: não dê a primeira tragada; • Alerta: a bebida alcoólica está fortemente associada com recaídas. É preciso ser persistente no seu objetivo. • Medicamentos para abandonar o vício: somente com orientação e acompanhamento médico. BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção clínica de doenças cerebrovasculares e renais - Cadernos de Atenção Básica, n. 14 - 2006 cardiovasculares, Princípios gerais do tratamento medicamentoso O medicamento deve ser eficaz por via oral. Deve ser bem tolerado. Administração do menor número preferencialmente dose única diária. possível de tomadas diárias, Iniciar com as menores doses efetivas preconizadas, com aumento gradual/ou associação. Respeitar o período mínimo de 4 semanas para se proceder ao aumento da dose e/ou à associação de drogas, salvo em situações especiais. Instruir o paciente sobre a doença, sobre os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados e sobre a planificação e os objetivos terapêuticos. Considerar as condições sócio-econômicas. Escolha do fármaco HAS sem indicação compulsória Estágio 1 Baixo e médio risco Monoterapia inicial HAS com indicação Compulsória* Estágio 1 Alto risco Combinações iniciais Busca das metas (avanço protocolos) MNEMO TÉCNICA Se PAS > 20 mm/Hg → COMBINAÇÃO Se PAD > 10 mm/Hg → COMBINAÇÃO Estágio ≥ 2 Combinações iniciais Classe Meia dose padrão (↓ potência%) Dobro dose padrão (↑ potência%) TZ 16 14 BB 16 16 IECA 21 21 ARA II 21 14 BCC 34 34 Média 20 18 Meta análise Law et al (Combinações de Fármacos) Diuréticos - Alça Célula epitelial tubular Sangue Alça de Henle Na ATP K K Cl Luz Tubular Na K Cl K Mg, Ca Diuréticos Tiazídicos Célula epitelial tubular Sangue Túbulo inicial distal PTH Luz Tubular Na Na ATP Cl K Ca Ca Na Diuréticos – Poup K+ Célula epitelial tubular Túbulo distal final e coletor Luz Tubular Sangue Na Na ATP K + K + MPA Aldosterona Cl Simpatolíticos Betabloqueadores β1 X NA NA X β1 renina Sensibilidade á insulina x BB Ce lip ro lo Ca l rv ed ilo Di l le va lo l Pi nd ol ol At en ol M ol et op r Pr ol ol op ra no lo l 40 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 X β2 Antagonistas canal de cálcio PH PH PO BCC PO PH PO PH PO Inibidores da ECA ↑ ↑ IECA Inibidores dos receptores Angiotensina II SELETIVIDADE AT1 Candesartan, Irbesartan, Telmisartan =Valsartan. FENÔMENO DO ESCAPE AGO ARP + 150% ARP + 200% ARP - 70% AT I ECA ↓ QUIMASE AT II ARAII Recep AT II O escape dos IECA e ARAII decorre do efeito compensador sobre a APR teoricamente minimizado pelo alisquireno. O que não é destacado na monografia é a queda nos níveis de AT 1-7!!! Sugestões para leitura MANEJO DO TRATAMENTO DE PACIENTES COM HIPERTENSÃO – PARTE II • ACOLHIMENTO • ELABORAÇÃO DO PERFIL FARMACOTERAPÊUTICO • ACOMPANHAMENTO – AFERIÇÃO PA – MEV – DETECÇÃO DE PRM Ainda que o farmacêutico não seja o responsável pelo diagnóstico de hipertensão arterial e tratamento farmacológico, seu papel passa por colaborar com o médico na detecção precoce, controle e seguimento desta patologia crônica. Desta forma, deve-se conhecer todos os aspectos vinculados com o diagnóstico e tratamento da hipertensão para cumprir sua função de forma adequada. Processo educativo na HAS: uma abordagem interdisciplinar • Conhecer preliminarmente as atitudes, crenças, percepções, pensamentos e práticas do portador de hipertensão da região em questão; • Incentivar e permitir uma participação ativa dos pacientes no tratamento; • Levar em consideração as necessidades do paciente em questão e não apenas as indicações dos profissionais; • Estabelecer uma adequada comunicação e interação entre pacientes e profissionais da saúde, dando ênfase ao diálogo, à interação e à reflexão; • Saber escutar e buscar compreender o portador de hipertensão arterial e também ter uma fala que seja acessível ao paciente; • Trabalhar os aspectos cognitivos e psicossociais do paciente atendido; • Buscar o envolvimento da família no tratamento do portador de hipertensão arterial. Rev Saúde Pública 2003;37(5):635-42 Péres DS et al A participação dos farmacêuticos no controle da hipertensão arterial sistêmica consiste na seleção, gerenciamento do estoque, do armazenamento correto e na dispensação dos medicamentos, mas, principalmente, na promoção da Atenção Farmacêutica ao paciente. Rev Latino-am Enfermagem 2006 maio-junho; 14(3):435-41. Lyra Júnior DP, Amaral RT, Veiga EV, Cárnio EC, Nogueira MS, Pelá IR. RDC nº 44/2009 da Anvisa Art 81 ... §3º É proibido utilizar a Declaração de Serviço Farmacêutico com finalidade de propaganda ou publicidade ou para indicar o uso de medicamentos para os quais é exigida prescrição médica ou de outro profissional legalmente habilitado. §4º A Declaração de Serviço Farmacêutico deve ser emitida em duas vias, sendo que a primeira deve ser entregue ao usuário e a segunda permanecer arquivada no estabelecimento. Art. 82. Os dados e informações obtidos em decorrência da prestação de serviços farmacêuticos devem receber tratamento sigiloso, sendo vedada sua utilização para finalidade diversa à prestação dos referidos serviços. CAUSAS REQUISITOS - INFRA-ESTRUTURA MÍNIMA SALA DE SERVIÇOS FARMACÊUTICOS Deve possuir: Mobiliário compatível com as atividades e serviços a serem oferecidos; Lavatório contendo água corrente; Toalha de uso individual e descartável; Sabonete líquido; SALA DE SERVIÇOS FARMACÊUTICOS Gel bactericida; Lixeira com pedal e tampa; Piso, parede e teto – superfície lisa e impermeável; Boas condições de higiene; SALA DE SERVIÇOS FARMACÊUTICOS Área protegida contra insetos, roedores e outros animais; Ventilação e iluminação compatível com atividade a ser desenvolvida. O ambiente de serviço farmacêutico não pode dar acesso a sanitário. OUTROS REQUISITOS LEGAIS Somente são considerados regulares os serviços farmacêuticos devidamente indicados no licenciamento de cada estabelecimento (art. 61 § 3º da RDC nº44/09); A autoridade sanitária realizará prévia inspeção para verificação do atendimento aos requisitos mínimos (art. 61 § 4º da RDC nº44/09); O estabelecimento deve disponibilizar uma lista dos estabelecimentos públicos de saúde mais próximos, contendo o endereço e o telefone. 70 CAUSAS PROCEDIMENTOS Direta Cateterização Arterial Registro Contínuo Indireta Técnica auscultatória ou Oscilométrica Contínua Intermitente Casual Automático Coluna de Mercúrio Aneroide Preciso Fácil manutenção Não perde calibração Práticos Fácil transporte Fácil manuseio Calibração com aparelho de mercúrio Precisão e manutenção questionáveis Cuidados - mercúrio Difícil transporte Esfigmomanômetro: os tipos mais usados são os de coluna de mercúrio e o ponteiro (aneróide), possuindo, ambos, um manguito inflável que é colocado em torno do braço do paciente; Estetoscópio: é o instrumento que amplifica os sons e os transmite até os ouvidos do operador; Fita métrica: para medição da circunferência do braço do paciente e escolha do manguito adequado. CAUSAS TÉCNICA 1. Prepare o material separando o estetoscópio, o esfigmomanômetro, caneta e papel para registro, fita métrica; 2. Certifique-se de que o estetoscópio e o esfigmomanômetro estejam íntegros e calibrados; 3. Certifique-se de que o manguito esteja desinsuflado antes de ser ajustado ao membro do paciente; 4. Lavar e fazer antissepsia das mãos utilizando técnica apropriada; 5. Posicione o paciente em local calmo e confortável, com o braço apoiado ao nível do coração, permitindo 5 minutos de repouso; 6. Esclareça o paciente sobre os procedimentos aos quais será submetido, a fim de diminuir a ansiedade; certifique-se de que o paciente não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos 60 a 90 minutos antes da medida, não ingeriu bebidas alcoólicas, café e não fumou nos 30 minutos que antecedem a tomada da pressão arterial; TÉCNICA 1. Descubra o membro a ser aferido e meça a circunferência do braço para assegurar-se do tamanho do manguito; 2. Selecione o tamanho ideal da bolsa inflável a ser utilizada - deve corresponder a 40% da circunferência braquial, para a largura; e 80% para o comprimento; 3. Meça a distância entre o acrômio (ombro) e o olecrano (cotovelo) colocando o manguito no ponto médio; Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente flexionado; 5. Solicitar que o paciente não fale durante a medição; 6. Palpe a artéria braquial e centralize a bolsa inflável ajustando o meio da bolsa sobre a artéria, mantendo- a de 2 a 3 cm de distância da sua margem inferior à fossa antecubital, permitindo que tubos e conectores estejam livres e o manômetro em posição visível, sem deixar folgas. Para identificar o centro da bolsa inflável basta dobrá-la ao meio e colocar esta marcação sobre a artéria palpada; 7. Com a mão “não dominante”, palpe a artéria radial e simultaneamente, com a mão dominante, feche a saída de ar (válvula da pêra do esfigmomanômetro), inflando rapidamente a bolsa até 70 mmHg e gradualmente aumente a pressão aplicada até que perceba o desaparecimento do pulso, inflando 10 mmHg acima deste nível; 8. Desinsufle o manguito lentamente, identificando pelo método palpatório a pressão arterial sistólica; 10. Posicione corretamente as olivas do estetoscópio no canal auricular, ausculta adequada na campânula (a 9. Aguardecertificando-se 1 minuto parada inflar novamente o manguito; posição correta das olivas do estetoscópio é para frente em relação ao diafragma, pois permite maior adequação ao conduto auricular, diminuindo a interferência de ruídos ambientais externos); 11. Posicione a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial, palpada abaixo do manguito na fossa antecubital, sem compressão excessiva, e simultaneamente, com a mão dominante, feche a saída de ar (válvula da pêra do esfigmomanômetro), com a mão “não dominante” palpe a artéria braquial e em seguida, novamente com a mão dominante, insufle o manguito gradualmente até o valor da pressão arterial sistólica estimada pelo método palpatório e continue insuflando rapidamente até ultrapassar em 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica; 12. Desinsufle o manguito lentamente, de modo que a pressão caia de 2 a 4 mmHg por segundo, identificando pelo método auscultatório a pressão sistólica (máxima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente ao primeiro ruído regular audível - 1ª fase dos sons de Korotkoff, que é um som fraco seguido de batidas regulares ; 13. Aumentar ligeiramente a velocidade de deflação, com atenção voltada ao completo desaparecimento dos sons e identificar a pressão diastólica (mínima) em mmHg, observando no manômetro o ponto correspondente à cessação dos ruídos (5ª fase dos sons de Korotkoff, no adulto); 14. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa até que o manguito desinsufle por completo; 15. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero; • Fase I: aparecimento do primeiro som. É fraco, seguido de batidas regulares. • Fase II: sons suaves e longos. Podem sumir • Fase III: sons mais crispados • Fase IV: sons sofrem nítido abafamento • Fase V: desaparecimento dos sons. Korotkoff 1 Fonte sons: http://vsites.unb.br/fs/enf/nipe/korotkoff.html . Acesso em 02/03/2010. Korotkoff 2 Fonte Imagem: http://www.uftm.edu.br/ligahiper/aulas/AVIligahiper091125123510.ppt 16. Esperar 1 a 2 minutos antes de novas medições; 17. Informe ao paciente o valor da pressão aferida; 18. Retire o aparelho do membro do paciente, deixando- o confortável; 19. Registre a posição em que o paciente se encontrava no momento da verificação da pressão arterial, o tamanho do manguito utilizado, o membro utilizado e os valores da pressão arterial (em mmHg); 20. Guarde os aparelhos em local adequado e lave as mãos após terminar qualquer procedimento; PREENCHIMENTO • Cada atendimento – 2 medidas (braços diferentes); • 1° Atendimento – ambos os membros superiores utilizar o de maior pressão; • Posição sentada; • Posição ortostática – idosos, diabéticos, disautonomias, alcoólicos, uso de anti-hipertensivos. Outras Situações especiais Paciente com fístula (shunt); Pacientes mastectomizadas; Pacientes cateterizados; Ingestão recente de bebida alcoolica, café, fumo e distensão vesical; Exercícios físicos antes da medida; COLOCANDO EM PRÁTICA COLOCANDO EM PRÁTICA Dividir em grupos de 3 farmacêuticos, alternando as seguintes funções: (1) Farmacêutico que afere a PA; (2) Paciente que tem sua PA aferida e, (3) Observador que anota a desenvoltura do farmacêutico no check list fornecido pelo docente. Cada observador deverá fornecer a devolutiva para o colega farmacêutico, entregando o check list com suas anotações. A postura deverá ser colaborativa, evitando-se críticas destrutivas. Dinâmica de grupo Exercitando a relação farmacêutico e paciente hipertenso Etapa 1 Divisão dos grupos: Dividir os participantes em quatro grupos (grupo 1, grupo 2, grupo 3 e grupo 4), designando os números 1, 2, 3 e 4 para cada um, distribuindo-os nos quatro cantos da sala. (1 a 2 minutos) Etapa 2 Denominação dos grupos: Grupo 1: farmacêuticos Grupo 2: pacientes Grupo 3: observadores de farmacêutico Grupo 4: observadores de paciente (1 a 2 minutos) Etapa 3 Distribuição das tarefas dos grupos: Grupo 1 (farmacêuticos): levantamento dos possíveis problemas relacionados ao tratamento da HAS; Grupo 2 (pacientes): construir um personagem em uma situação clínica que envolva a HAS; Grupo 3 (observadores de farmacêutico) e Grupo 4 (observadores de paciente): elaboração de ficha de avaliação dos farmacêuticos e pacientes, respectivamente, elencando indicadores que possam monitorar o desempenho de cada um. (20 a 30 minutos). Etapa 4 Reorganização dos grupos: Nova formação do grupo, construído ao acaso, buscando não escolher propositalmente um ou outro colega: Integrante 1: farmacêutico Integrante 2: paciente Integrante 3: observador de farmacêutico Integrante 4: observador de paciente. (2 a 5 minutos) Etapa 5 Dramatização Grupo busca um lugar reservado na sala, colocando-se o paciente à frente do farmacêutico; observadores sentam ao lado, porém sem ficar muito próximo. Inicia-se a simulação de orientação farmacêutica Paciente, de forma dramatizada, expõe seu problema ao farmacêutico, que fornece a orientação; os observadores anotam a desenvoltura dos seus observados de acordo com os indicadores por ele elencados. (10 a 15 minutos) Etapa 6 Devolutiva dos observadores Observadores apresentam ao farmacêutico e ao paciente o resultado de suas anotações, comentando sua visão de cada indicador. Farmacêutico e paciente poderão solicitar esclarecimento dos indicadores e emitir sua opinião. (2 a 5 minutos) Etapa 7 Retorno e partilha no interior do grupo de origem Debate no grupo de origem (grupo dos farmacêuticos, pacientes e observadores de farmacêutico e de paciente). Cada participante apresenta seu relato da percepção, emoção, destacando as principais dificuldades encontradas durante o processo de dramatização. Convidar cada um dos grupos a destacar um relator, que expressará as observações de todos os integrantes. (3 a 5 minutos) Etapa 8 Partilha com toda a sala Relatores a expõem os pontos importantes na discussão do grupo de origem, com destaque às percepções de cada um e às principais dificuldades encontradas. Buscar pontos importantes para um debate proveitoso, correlacionando as dificuldades apresentadas e o baixo desempenho nos indicadores apontados pelos observadores. (5 a 10 minutos). Etapa 9 Aprofundamento Proporcionar um novo momento de reflexão individual. Esta reflexão deverá girar em torno da comparação feita entre as diferentes percepções, emoções e sensações observadas no grupo de partilha. (2 a 5 minutos) Etapa 10 Aprendizagem Objetivo: discutir a importância da comunicação na relação farmacêutico e paciente como um recurso pedagógico profissional, no desenvolvimento do processo de Atenção Farmacêutica. Desenvolver a percepção dos fatores que interferem na comunicação interpessoal, potencializando as habilidades necessárias para o processo. Trabalhar a criatividade, a autoconfiança, o trabalho em equipe e o compromisso ético. Permitir a experiência da escuta de nós mesmos, dos outros. Exercitar o respeito às diferenças e a convivência solidária. (1 a 3 minutos) Benson, Herbert; Stark. Marg. Medicina Espiritual: o poder essencial da cura. Editora Elsevier-Campus, 11ª Edição, 1998 Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum – para si ou para os outros – abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tenteo tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma. (Carlos Castañeda). Referências Bibliográficas CECIL, Russell Lafayette. Tratado de medicina interna. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 2 v. Semiologia Cardiovascular – 2005. Prof. Cláudio Leinig Pereira da Cunha –UFPR. Disponível em www.hc.ufpr.br/acad/clinica.../Semiologia%20Cardiovascular.ppt. Acesso em 09/03/2010 Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis. Brasil, 15 capitais e Distrito Federal 2002–2003. Texto elaborado pela Coordenação Geral de Agravos e Doenças Não Transmissíveis, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, a partir das tabelas fornecidas pela CONPREV/INCA/ Ministério da Saúde. Disponível em www.inca.gov.br/inquerito/docs/hipertensaoarterial.pdf. Acesso em 06/03/10 VEIGA, E.V. Medida de Pressão Arterial – Oficina de Projetos em Esfigmomanometria. Departamento de Enfermagem Geral e Especializada - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo. Disponível em: <http:// www.eerp.usp.br/ope/eugenia.ppt>. Acesso em:11/01/2010. Referências Bibliográficas O que é HIPERTENSÃO ARTERIAL? Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: http://prevencao.cardiol.br/campanhas/hipertensao/2008/arquivos/O_que_e_Hipertens ao_arterial.ppt Acesso em: 26/02/2010 Tratamento da Hipertensão Arterial: “Principais Classes Medicamentosas”. VII Curso da Liga de Hipertensão Arterial da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. 20 de Março de 2.009. Prof: Marco Antonio Vieira da Silva . Disponível em: http://www.uftm.edu.br/ligahiper/aulas/AVIligahiper091125123510.ppt. 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