O AUTOCONHECIMENTO COMO RECURSO DE PRIORIDADE MÁXIMA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO - uma proposta para o ensino formal - Jair Tércio Cunha Costa Salvador – Bahia | 2014 Projeto Gráfico e Editoração: Sathyarte – Arte e Mídia Ltda [email protected] 068 COSTA, Jair Tércio Cunha / O autoconhecimento como recurso de prioridade máxima para o desenvolvimento humano. Salvador: Sathyarte, 2014. 86p.: il.; 15x21 cm. v.1 1 Maçonaria. 2 Educação. 3 Título. 133.9 CDD20. ed. 1ª Edição - Salvador/Bahia, 2014. Direitos desta edição reservados à editora, que permite e estimula a reprodução de parte do livro, desde que seja citada a fonte. Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .......................................................... 5 1 ABORDAGENS CONCEITUAIS ACERCA DO AUTOCONHECIMENTO ..................................... 17 2 EDUCAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO ......................29 3 ASPECTOS LEGAIS QUE RESPALDAM A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO ... 4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DA DISCIPLINA AUTOCONHECIMENTO NO SISTEMA FORMAL DE ENSINO .............................................................63 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................... ....79 REFERÊNCIAS...............................................................85 Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. O AUTOCONHECIMENTO COMO RECURSO DE PRIORIDADE MÁXIMA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO - uma proposta para o ensino formal - APRESENTAÇÃO O Deus verdadeiro só advém quando há autointegração; portanto, autoconhecimento por parte do individuo, mas em sua individualidade. Todo conhecimento é inspirado; e todo autoconhecimento é inspirador. O autoconhecimento é individual, mas só acontece nas relações. Esta tese intitulada “O autoconhecimento como recurso de prioridade máxima para o desenvolvimento humano”, será proposta pelo Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia – GLEB, na XLIII Assembleia Geral Ordinária da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, a ser realizada em Belo Horizonte/MG. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 5 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Trata, como o título sugere, de uma proposta de inserção da disciplina AUTOCONHECIMENTO nos currículos formais de ensino, no âmbito do Ensino Superior, cujo foco seja, senão a eterna e intensa transformação radical, pelo menos a reforma e/ou mudança do ente humano pelo conhecimento de si mesmo, através do despertamento, conhecimento, desenvolvimento, manutenção e uso do seu potencial humano pessoal individual; a sua auto-integração; o seu autoconhecimento; portanto, o seu autodesenvolvimento; e o seu bem ser e estar social. Vislumbra-se, com esta disciplina, promover no âmbito da educação superior, o estudo do Ser Humano como um todo e da sua consciência, visto que, observável e verificável o fato de que, quem pratica o autoconhecimento, de forma consciente, mantém e/ou torna a mente educada, lúcida e penetrante, por conseguinte, vive ampliando cada vez mais o seu grau de inteligência; o seu grau de sensibilidade; enfim, o seu grau de humanidade. É fato notório que, atualmente, toda atenção do Ser Humano voltou-se para rever o todo do Planeta, incluindo o seu modo de agir, enquanto parte integrante deste universo. Isto se tornou preocupação de todos, e mais ainda daqueles para quem já é óbvio o estado de desintegração, de degeneração e de degradação destas grandes obras da Divina Criação: a Obra Homem e a Obra Planeta, as quais hoje somos e habitamos, respectivamente. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 6 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Os seres humanos um tanto quanto mais sensíveis, felizmente, têm demonstrado a intenção factual de investigar o assunto de maneira completamente lúcida e livre, inclusive, de críticas, lisonjas ou aceitações, com uma persistente atenção, honesta observação e sensibilidade significativa. Até que se prove o contrário, estamos convivendo com uma crise que parece não ter fim nem precedentes, tanto no Ser Humano, ou seja, individualmente; quanto na sociedade, ou seja, coletivamente; como no mundo, ou seja, globalmente. Eis porque muito importa investigarmos, tempo em que indagarmos, reflexivamente: qual a origem desta crise afinal? É notório o fato de que o Ser Humano está diante de uma profunda crise de sentido de vida, refletida na crise de valores, da moral, da ética e da estética, o que demarca a decepção, a dor e o sofrimento, quais a corrupção, a violência e a volúpia sociais denunciam. Nesse sentido, a cultura atual empobrece e frustra essa busca fundamental do Ser Humano por sentido de vida, de profundidade, de integração com a vida, enfim, de procura por Algo Maior, verdadeiro e significativo no seu viver. Evidentemente que não se encontrando a origem deste caos, à partir do Ente Humano, atualmente caracterizada, inclusive, pela corrupção, violência e volúpia na sociedade, e, respectivamente, no mundo, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 7 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. caracterizada pela colonização, guerra e promiscuidade, para que possamos extirpá-la pela raiz, é lógico que, no mínimo, sutilmente, tal crise irá, como que se enraizando, a partir de nós, para crescer, florescer e frutificar, enfim, se expandir desde a sociedade mais próxima até a mais distante, portanto, no mundo, como o éter se faz quando solto no ar; como erva daninha, enquanto despercebida a crescer no pasto; como fogo, quando ateado em capim seco em campo aberto e o vento a favor. E parece-nos claro que só tenderemos a enxergar o seu produto - caos - em todo o nosso redor, quando suas proporções atingirem níveis alarmantes no todo que fazemos parte, com características que parecem ser de caráter irreversível, fomentando um futuro, no mínimo, duvidoso e sombrio. Com isso, demonstramos nossa, senão falta, pouca sensibilidade para antever qual a tendência de nossas ações, enquanto elas não se baseiam em valores insofismáveis, caracterizados, por exemplo, como códigos perenes e imutáveis de Leis Naturais que regem o universo. Ora, com o advento do Século das Luzes, já aprendemos, por exemplo, que vivemos num mundo de causalidades; e nele, toda ação provoca uma reação igual e em sentido contrário. Ainda que, para encontrálos, conhecê-los, senti-los, bem como utilizá-los, como padrão de ação do nosso dia-a-dia de relações, seja algo tido, para uns, como uma coisa distante; para outros, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 8 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. uma coisa difícil, e, para a maioria, praticamente uma coisa impossível. Bem verdade que, encontrar valores insofismáveis caracterizados por códigos perenes e imutáveis de Leis Naturais que regem o Universo, é uma jornada, senão impossível, muitíssimo difícil. Daí porque dizer-se árdua! Porém, vale dizer que é essencialmente necessário e racionalmente justificável. Então, porque não se iniciar logo nesta senda? Ora, se queremos chegar ao longe, temos que começar pelo que está mais próximo de nós: nós mesmos. Não se pode ir adiante sem dar o primeiro passo. Enquanto não temos a determinação de iniciar, em nós, tal jornada, então, quando a necessidade exige, a Lei Natural manifesta-se, nos dando uma mostra clara do quanto estamos vivendo fora de seus códigos indubitáveis, através da manifestação da decepção, dor e/ou sofrimento. Senão a maioria, muitos de nós ainda insistem em colocar a poeira embaixo do tapete; em colocar sua forma de viver, pouco inteligente, embaixo de sua vaidade dispensável, autossugestionando de que tudo vai muito bem. Importa que abramos os nossos olhos o bastante para observarmos ao nosso redor e tenhamos coragem de verificar, por nós mesmos, se o mundo e a humanidade estão ou não, em caos, inclusive, não só Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 9 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. ecológicos, mas também psicológicos, respectivamente. Se sensíveis poderemos perceber a verdade que nisto se encerra e, poderemos ter a noção exata, para identificar de quem é realmente a culpa de toda esta situação em que nos encontramos. E daí entende-se poder inutilizá-lo, mutilá-lo, chaciná-lo e/ou destruí-lo, em seguida evidenciar o porquê de a isso fazer, justificando com uma qualquer ideia, como hoje ainda é feito, pois estamos, inclusive, a matar os nossos irmãos, daqui e do outro lado do oceano, em nome da “democracia”. Pura mediocridade! Durante todo o tempo de nossa existência, já brigamos por terras, por seres, por dinheiro, por pessoas, por móveis, imóveis etc., mas desta feita a coisa não está na esfera do objetivo, mas sim no campo da subjetividade. Se bem observamos, a nossa crise está afeita à maneira de pensar, posto que o que temos feito e convivido, até prova em contrário, é através de padrões de ideias, criados e propalados, inclusive, pela nação, pela ciência, pela religião, enfim, pelos sistemas, que tem nos deixado, não raro armados, condicionados, enfim, moldados e, à sociedade, adequados, e vivemos assim todos disputando, uns com os outros, as coisas da vida, justificando através destas ideias dos padrões de ações, as nossas ações do nosso dia-a-dia de relações. Eis que importa saber que o Ser Humano necessita realmente de valores insofismáveis, tais como, por exemplo, já dito e redito, de códigos perenes e Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 10 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. imutáveis de Leis Naturais que regem este Universo do qual é parte integrante, e não de ideias e/ou opiniões; por mais magnânima, sóbria e soberbamente edificada que sejam, pois sempre estarão fadadas a ruir. E é o que se nos acontece hoje no mundo, a vida humana, sem beleza, riqueza e/ou significação alguma, pois o Ser Humano tornou-se títere da sociedade, tornou-se um ser sem nenhuma importância; no entanto, as opiniões e ideias, não raro, tidas e/ou ditas “sui generis” tomaram e subiram o podium no espetáculo da vida e tornaram-se de tamanha relevância, que o Ser Humano sequer tem alguma importância e significação neste contexto. Pois bem, é notório o fato de que o nosso caos é imensurável, logo para exauri-lo, a partir de nós mesmos, enfim, para olvidá-lo, nos é necessário uma ação também de valor imensurável, sob pena de causarmos mais caos, quando agirmos com, de nós, uma parte, tentando dizimar o todo do problema. Afinal, o todo sem a parte não é o todo; bem como a parte sem o todo não é a parte não. O todo, em partes, demonstra no todo as partes que tem. Aquele que, em si mesmo, as partes do todo reconhece, quando age, demonstra, no todo, as partes que, do todo, é e tem. O que implica dizer que é o Ser Humano que precisa ser regenerado e não a sociedade, isso deve se realizar já, porque o futuro é agora e não amanhã. E não se pode fazê-lo com ideias, mas sim, quando através do processo genuíno da compreensão dos fatos, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 11 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. através sua análise, com base nos códigos perenes e imutáveis das Leis Naturais que regem o Universo; é evidente que assim exaurir-se-á a confusão. Afinal, a análise dos fatos elimina a confusão. Nós, Maçons, no trabalho inevitável de aperfeiçoamento da Pedra Bruta que somos, devemos levar em conta que as reformas e mudanças que, não raro, tanto nos satisfazem, não passam de transformações adiadas. Contudo, a Lei nos impulsiona também quanto à transformações e não só a meras reformas ou mudanças. Portanto, devemos estar cônscios de que não se pode transformar o que se deseja ser, mas se pode transformar o que no momento das relações se é. Pois que, ao contrário do que, se é, o que se deseja ser não existe, assim, nada pode ser feito por ele quanto a tal. Eis que, muito importa estarmos atentos, pois, o que somos sempre nos assalta, em nossas relações e se o vemos aproximar-se, de dentro para fora de nós mesmos, ele não nos surpreenderá. Assim, o nosso maior empreendimento é o autoconhecimento. Afinal, a Lei é clara, ela diz que o Ser Humano não vive sem o saber, enfim, sem o conhecimento; no entanto, o único conhecimento que ele não deve nem pode desprezar é o conhecimento de si mesmo. Portanto, considerando as principais dimensões de atuação de uma Potência Maçônica, dentre as quais destacamos o seu papel de promover o desenvolvimento Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 12 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. intelectual, moral e/ou espiritual do Ser Humano, a presente tese tem por objetivo apresentar reflexões significativas acerca do autoconhecimento e sua importância para a formação integral da criatura humana, especialmente em face do evidente estado atual de degradação do meio no qual estamos inseridos. Esta tese busca, ainda, fortalecer, cada vez mais, a Maçonaria na sociedade brasileira, a partir da proposição de ações educacionais efetivas, que se entende serem relevantes para, enquanto não extingue, no mínimo, minimiza e/ou contém o caos individual, e consequentemente, o caos social. A Maçonaria, buscando cumprir com o seu papel, tem se destacado por sua efetiva contribuição também no âmbito educacional, bem como pela propagação de valores morais, éticos e estéticos relevantes, no meio em que está inserida. Isto porque, entende que o Maçom tem por dever moral empreender na transformação social, a partir de si mesmo. Nesta perspectiva, é evidente que os princípios maçônicos eminentemente coadunam-se com o todo do conhecido, possível e/ou disponível acerca dos valores insofismáveis de Leis Naturais que regem o Universo. Portanto, não só do conhecimento adquirido pela razão, mas também pela intuição advindos dos planos divinos; das experiências armazenadas na alma sob a forma de sentimentos; bem como pelas pesquisas específicas dos seres humanos abnegados em manter a unidade das coisas. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 13 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Numa iniciativa pessoal, implantamos na cidade de Salvador/BA, a partir da A R L S Cavaleiros da Luz – Nº 147, instituições de ensino, formais e não-formais, as quais laboram sistematicamente em prol da reforma da criatura humana pelo conhecimento de si mesma. No ano de 1986, instituímos a Fundação Ocidemnte, a qual, em seus 30 anos de existência, vem desenvolvendo experiências nos mais diversos campos do conhecimento, buscando sempre criar e inovar na área educacional, estimulando, inclusive, atividades de: autoconhecimento; despertamento, construção e desenvolvimento da consciência; bem como de responsabilidade social, com o intuito de contribuir na construção de uma sociedade cada vez mais justa e solidária, dentro de uma visão global, que se destaque a construção e o desenvolvimento de ações integradoras do Ser Humano, considerando a razão de sua existência. A partir de tal experiência, criamos e mantemos três instituições de ensino e pesquisa, em nível de Educação Infantil e Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior, respectivamente, dedicadas à programas de projeto e construção, bem como execução de todo conhecimento teórico/prático, religioso, filosófico e/ou científico sobre a vida, como um todo, mais particularmente o Ser Humano, relativo a valores insofismáveis caracterizados por códigos perenes e imutáveis de Leis Naturais que regem o Universo. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 14 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Buscamos, com tais iniciativas, auxiliar o Ser Humano, quanto a despertar, construir e/ou desenvolver sua consciência, inclusive através da educação, como fim de fazê-lo resgatar o seu potencial humano pessoal, segundo o faz conhecer, autoconhecer e autorrealizar. Nesta perspectiva, objetivamos ser “locus” de referência em educação no Estado da Bahia e, em especial na região de Salvador, assumindo o compromisso de promover o desenvolvimento educacional da região, conforme prevê os princípios maçônicos que norteiam as diversas áreas de atuação de uma Potência Maçônica. Enfim, esta tese propõe evidenciar a importância de laborar-se na integração das três dimensões do Ser Humano (física, psíquica e moral/espiritual), através do autoconhecimento, bem como do despertamento, construção e/ou desenvolvimento da sua consciência, que entendemos deve ser considerada imprescindível para a transformação individual e, consequentemente, social, em prol da, cada vez melhor, autossustentabilidade do gênero humano. Ora, o Ser humano é maior; ele pode muito mais do que saber construir caos. Questão de determinação! Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 15 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. 1 ABORDAGENS CONCEITUAIS ACERCA DO AUTOCONHECIMENTO A melhor religião é a verdade; a melhor forma de praticá-la é o autoconhecimento; e a única forma de realizá-lo é pensando sem o pensamento, ou melhor, usando a inteligência sem a participação do pensamento. Quem não autoconhece o bastante não conhece o seu valor, nem o do seu semelhante. Quem se autoconhece se torna Senhor do seu tempo. A discussão que envolve a importância do autoconhecimento atravessa gerações e diversas tradições culturais, desde o oriente ao ocidente, construindo marcos civilizatórios entre os povos que plasmaram pelos tempos, tendo como referência significativa a epígrafe que se encontrava no templo de Apolo, em Delfos, sobejamente realçada por Sócrates: Conhece-te a ti mesmo. Essa asserção foi traduzida durante os séculos como uma premissa mandatória de compreensão do conhecimento como modo de condução dos indivíduos ao interior de si mesmos através de um caminho virtuoso caracterizado pela prática do bem e da justiça. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 17 17 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. A tradição cultural ocidental que se estabeleceu nos tempos modernos privilegiaram a busca do conhecimento científico de cunho exterior, do entendimento das coisas externas da vida, criando barreiras e obscurecendo o caminho da subjetividade, do autoconhecimento. Durante esse período a identidade humana foi esquecida e/ou inobservada, ou até mesmo perdida, pois hoje, bem como em séculos atrás, nos deparamos com uma busca incessante pela nossa identidade, em que muitos de nós estamos a nos perguntar: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? São perguntas que o Ser Humano faz a si mesmo no sentido de entender suas ações, reações, objetivos, e refletir na busca de si mesmo e do outro. Nesta busca pela compreensão da nossa identidade, muitos autores tem apresentado importantes e relevantes considerações quanto ao autoconhecimento. No conceito de Skinner (1993), autoconhecimento é um comportamento verbal discriminativo; expressa um conhecimento sobre o próprio comportamento. Já Gilbert Ryle (1963) nos seus manuscritos considera que o autoconhecimento não ocorre pela consciência ou introspecção. Tais objetos são mitos. O autoconhecimento ocorre pelo mesmo modo através do qual conhecemos outras pessoas, onde conhecer sobre si é o mesmo que conhecer sobre o outro, utilizando das observações dos próprios comportamentos. (APUB, 2004). Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 18 18 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Nas reflexões de Hoga (2004), ele considera que autoconhecimento é vital para o estabelecimento de um relacionamento interpessoal adequado, onde conhecer-se a si mesmo possibilita à pessoa tomar ciência das próprias limitações, fragilidades e também descobrir e permitir melhor usufruto de suas potencialidades. Weber (2005) traz uma concepção que autoconhecimento é autoconsciência, com autodiscriminação de comportamentos e estímulos a eles relacionados. Neste contexto, podemos observar que diferentes comportamentos e estímulos nas diversas relações sociais (familiares, profissionais, educacionais etc) tornam o autoconhecimento uma relevante temática a ser vivenciada, pois o indivíduo é frequentemente solicitado a relatar o seu próprio comportamento ou as contingências a que foi exposto, uma vez que os autorrelatos permitem que a comunidade entre em contato com eventos aos quais apenas o indivíduo tem acesso (sentimentos, desejos, pensamentos, ideias etc). As ocorrências do cotidiano que afetam as pessoas, aparentemente inofensivas, porém frequentes, prejudicam profundamente, e de forma cada vez mais significativa, as grandes tragédias a que elas estão sujeitas na vida. Assim, o conhecimento, o enfrentamento e a possibilidade de autorregulação após o processo de confronto dos problemas do dia a dia são Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 19 19 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. importantes para o bem-estar, a saúde mental e para um viver cada vez mais pleno, dos seres humanos. No dia a dia das relações familiares, com amigos, colegas, superiores e subordinados hierárquicos, o autoconhecimento é por demais importante, pois contribui, inclusive, na resolução das angústias; na maior resistência às frustrações; no combate aos medos, estresses e depressão. Irá promover a harmonização, portanto, das relações familiares, das relações interpessoais, e também da melhoria no nível de convivência com vizinhos, comportamento no trânsito e na qualidade de vida em geral. Porquanto, quem autoconhece, o bastante, conhece o seu limite, bem como a sua sabedoria, a sua força e a sua beleza. É verificável o fato de que a falta de conhecimento de si mesmo é também fruto de condicionamento social e cultural (formação, modelos mentais, paradigmas) que impôs e impõe ao Ser Humano a inércia existencial. Essa inércia lhe impossibilita condições de praticar a coragem de olhar para si mesmo, levando à compreensão do seu processo de mutabilidade, onde muitas vezes utiliza-se, de forma satisfatória, a construção do seu Ser, a partir de suas auto-imagens idealizadas, e das imagens construídas de forma alheia. As emoções humanas, tais como: medo, raiva, tristeza, alegria, podem ser geradas pelo pensamento, e definem que o indivíduo, no seu desenvolvimento Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 20 20 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. pessoal, sofre influências que estabelecem uma origem particular, através das emoções individuais de cada um. Educar é a orientação para que o Ser Humano possa absorver, em si mesmo, a verdade que reside no fato do autoconhecimento, ou seja, quando do grande encontro do Ser Humano consigo mesmo. Faz parte da educação emocional, o desenvolvimento da empatia, capacidade de reconhecer corretamente as emoções do outro e de compreender seus sentimentos e perspectivas, respeitando as diferenças com que as pessoas encaram as coisas, permitindo convívio harmônico de uns com os outros. Não há sociedade equilibrada sem personalidade educada; e não há razão desperta sem instintos moderados. A importância do autoconhecimento ao longo da vida de cada pessoa reflete diretamente nas escolhas e na futura carreira do profissional, pois atualmente ser considerado um talento para a organização na qual se está inserido significa não ter apenas habilidades técnicas, mas principalmente saber reconhecer e lidar com suas emoções no alcance do melhor desempenho e da excelência profissional. Autoconhecer é manter-se naquele estado de observação, inclusive de si mesmo. Com a aplicação prática do autoconhecimento nas relações profissionais, identificam-se talentos com a capacidade que cada um tem de explorar os frutos da experiência pessoal para alcançar a realização como um todo. O reconhecimento Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 21 21 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. de aptidões e habilidades permite a criação de uma trajetória pessoal e profissional diferenciada e bemsucedida. No mundo dos negócios o conhecimento e o capital intelectual não são tudo. O sucesso acontece naturalmente para as pessoas que têm a coragem e a simplicidade de serem elas mesmas, na medida em que se autoconhecem. O processo histórico do conhecimento vem demonstrando, que mesmo de maneira inexorável, o Ser Humano vem acumulando saberes. O desejo de compreender a realidade gerou a filosofia, que surge desde o momento em que o Ser Humano começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana. A filosofia é, portanto, a base e essência de todos os conhecimentos, pois sem ela o Ser Humano aceitaria as perguntas e respostas como elas estão. Assim, é necessário pelo tempo, para termos contribuições e dos proporcionadas pelos estudiosos. fazermos uma breve viagem a compreensão das grandes avanços da humanidade pensadores, filósofos e Os sofistas foram os primeiros mestres na arte da argumentação. Eram sábios que tinham por missão ensinar a filosofia como um modo de viver a vida pública. Eles ensinavam a arte de argumentar. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 22 22 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. A partir do pressuposto “só sei que nada sei”, que consiste justamente na sabedoria de reconhecer a própria ignorância, começa a busca do saber. Sócrates desejou demonstrar as contradições entre ideias e atos, instigar o homem a distinguir por si mesmo o justo do injusto e a agir corretamente. A teoria das ideias, uma das principais contribuições filosóficas de Platão, procurava solucionar o problema da realidade e das aparências, da unidade ou pluralidade do ser. Ele considerava que as coisas que percebemos são imagens, sombras projetadas em nossa estreita caverna, de realidades superiores que existem imutáveis no mundo das ideias, presididas pela ideia do bem. Na filosofia medieval surge a Escolástica (produção filosófico-teológica), uma inspiração aristotélica nos caminhos de Deus, tendo como maior representante, São Tomás de Aquino. Com a filosofia moderna surge o Renascimento, movimento que defendia o retorno de seus ideais de exaltação do ser humano e de seus atributos, como razão e liberdade. O renascimento propiciou o desenvolvimento de uma mentalidade racionalista. Expressando maior disposição para investigar os problemas do mundo, o indivíduo moderno aguçou seu espírito de observação sobre a natureza, dedicou mais tempo à pesquisa e às experimentações. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 23 23 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. O Racionalismo, em cuja base se encontra a confiança na capacidade absoluta da razão para alcançar o conhecimento, serviu-se do método dedutivo para suas elaborações teóricas. O maior representante do racionalismo foi René Descartes, iniciador do subjetivismo moderno. O pensamento de Descartes fundamenta-se numa primeira evidência -- "penso, logo existo" -- a partir da qual já era possível a aquisição de novas ideias. A garantia da certeza dessas últimas se produzia quando cumpriam a condição de serem claras, distintas e não contraditórias. Já o Empirismo defendia a tese de que qualquer conhecimento se origina da experiência sensível, ou seja, dos sentidos. O Iluminismo, também conhecido como Ilustração ou Esclarecimento – foi um movimento intelectual e filosófico trouxe valores fundamentais defendidos pelos iluministas: igualdade, tolerância, liberdade e propriedade privada. Com a filosofia contemporânea surge o Positivismo, fundada na extrema valorização do método científico das ciências positivas (baseadas nos fatos e na experiência); o Marxismo, que propôs como objeto da reflexão filosófica o estudo das relações econômicas e sociais e afirmou que a missão da filosofia, que até então tinha sido a de pensar o mundo, devia ser agora a sua transformação. Marx procurou compreender a história real dos seres humanos em sociedade a partir das condições materiais nas quais eles vivem. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 24 24 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. A partir da segunda metade do século XIX surgem diversas tendências filosóficas, entre as quais: o pragmatismo de William James; o irracionalismo de Soren Kierkegaard; a filosofia da vontade de Schopenhauer; o vitalismo de Nietzsche, e o evolucionismo do naturalista Charles Darwin. A partir do começo do século XX teve início uma reflexão radical sobre a natureza da filosofia, sobre a determinação de seus métodos e objetivos. No que diz respeito ao método, destacaram-se as novas reflexões sobre a epistemologia ou ciência do conhecimento, surgidas a partir do estudo analítico da linguagem, e o impulso dado à filosofia da ciência. Se o Ser Humano não tivesse exercido seu poder de questionamento era capaz de até hoje a sociedade não ter evoluído. Então, um dos principais papéis da filosofia é tentar trazer soluções para a humanidade. Daí surge a necessidade de pensarmos num conhecimento mais penetrante acerca de si mesmo, um conhecimento que busque compreender a raiz do Ser Humano, sua natureza interna, sua essência, estamos falando do autoconhecimento. A filosofia vem a longo da história contribuindo com diversas teorias para a evolução humana. Urge, assim, algo ainda mais profundo que possa penetrar no profundo em si da criatura humana. Estamos falando de uma nova teoria que busca aliar razão e experiência sensível; sujeito e objeto; homem e mundo; interioridade e alteridade; Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 25 25 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. subjetividade e objetividade. Essa teoria trata do autoconhecimento, e o autoconhecimento procura dar conta do conhecimento de si e do conhecimento do mundo, num processo dialético, estabelecendo uma dialogicidade entre atenção e reflexão. Atenção sobre o mundo e reflexão do homem e sua interação com o mundo, de maneira equilibrada. Proeminente, faz-se, então, alinhar a educação a esse conceito de visão de mundo, despertado no século XX, que compreende o Ser Humano como parte do todo, integrado ao universo, e não destacado do cosmo, permitindo-nos a auto-integração através da aproximação entre o sentir, o pensar e o agir, pois somos um Ser que deve aprender a sentir, pensar e agir, num só ato de integração, sob pena de, ao agir, só criar desintegração. É papel do pensador na atualidade, buscar dentro desta diversidade geradora uma verdade criadora, ampliando de maneira sintética as teorias pré-existentes e indo além, pois a consciência necessita da busca do que está por vir; porquanto, a ciência deve paramentarse com as múltiplas cores da verdade; seu elemento deve ser a verdade; esta que deve ser seu espírito, enfim, sua maior aspiração e sua vida, para que assim possa ser ela, a ciência, discutida à Luz trina do conhecimento científico, filosófico e religioso. Portanto, do experimento direto, correto e completo; do honesto raciocínio; e do desperto sentimento. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 26 26 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Ora, a Maçonaria mantém em seu meio a provadamente verdadeira teoria de que o Ser Humano é um Ser Trino composto de Espírito, Alma e Corpo Físico, criado por Deus, através do Espírito, com a finalidade de ajudar ao planeta em sua descondensação, pois o Universo não tem preferência por energia condensada. Para tanto, o autoconhecimento, pois enquanto só investimos em conhecer nos mantemos cada vez mais superficiais, pois fomos projetados para conhecer, autoconhecer e autorealizar para os devidos fins. Até porque o Ser Humano deve imitar o Universo; ele deve viver organizando o todo ao seu redor segundo associa partes interdependes e subordinadas, cuja relação e propriedades são determinadas por sua função no todo. Nesse sentido, e intencionando suscitar o autoconhecimento e a autotransformação, entendemos que o primeiro passo para a educação é sair da visão separatista rumo à visão integradora do Ser Humano e da realidade. Bem vindos ao Século das Luzes! Questão de socialização! Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 27 27 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. 2 EDUCAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO O que somos é muito intricado; eis a importância do autoconhecimento. Autoconhecimento: investimento crucial para o autocrescimento, factual. Deus nos dá a consciência e nós provamos isso, na medida em que a utilizamos para autoconhecer; pois verdade alguma pode ser dispensada, principalmente a de nós mesmos. O mundo contemporâneo vem experimentando um acelerado processo de transformações científicas, revolucionando as formas de produzir, pensar e aprender. Essas transformações iniciaram no fim do século XVIII, na Grã-Bretanha e nos Países Baixos, através de métodos de produção, e que criaram, em todo o mundo, uma nova sociedade: a sociedade industrial de nossos dias que, inevitavelmente, refletiu no modus operandi mecanicista da educação. Na sociedade industrial o desejo de adquirir, manter e/ou aumentar propriedades com fins de obtenção de lucro é a mola propulsora. Os donos dos meios de produção são admirados e caracterizados como Seres Superiores criando-se um círculo vicioso no qual o indivíduo é orientado para o “ter” estabelecendo Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 29 29 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. um padrão dominante no qual ninguém quer ser marginal (FROMM, 1987). Ter e Ser significam duas atitudes existenciais em oposição, um crucial dilema humano. A atitude possessiva do ter diminui o ser e reduz a liberdade pessoal. Aquele que é possuído pelas posses e se valoriza somente pelo que tem, investe energia para preservar e cuidar delas, pois, a qualquer momento, pode perdê-las e por isso não tem liberdade para cuidar do seu ser. Corre-se o risco de perder a identidade como pessoa, acompanhada de frustração, ansiedade e a sensação de não se chegar a lugar nenhum. Esse lugar nenhum está relacionado ao seu Ser - pessoa, potencial, individualidade (FROMM, 1987, p. 27). Essa educação mecanicista reproduziu uma civilização globalizada, de ritmo acelerado, de ideologias consumistas e imediatistas que tentam resignar a complexa condição humana à mera busca do “ter”. Nas décadas recentes o modelo de globalização que se disseminou pelo mundo agravou o quadro social e econômico, porquanto redefiniu o papel do Estado, através da intensificação dos processos de privatização, transformações produtivas aceleradas e novas divisões do trabalho. Nesse momento histórico a educação é pensada e defendida como um instrumento a serviço do desenvolvimento, orientada para a produção e as Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 30 30 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. transformações do mundo do trabalho. Afinal, a produção de conhecimento, no âmbito educacional, tem assegurado um lugar no modelo de desenvolvimento econômico vigente, pois se vincula com a noção de crescimento e transformação produtiva. Uma inversão que fomenta os indivíduos focar no acúmulo de renda e status na estrutura social, em detrimento de uma formação ética, cidadã, enfim, consciente do seu papel individual e social. O grande discurso que envolve o sistema educativo atual esquece-se da discussão sobre o Ser Humano e volta-se para melhoramento da produção, vez que, é sobre a base de recursos humanos que se pode produzir a competitividade entre as nações com critérios internacionais de qualidade e processo de produção baseado na eficácia e eficiência, ou seja, voltado para o mundo da produção e do trabalho. O Ser Humano passa a existir, nesse círculo produtivo, por possuir um conjunto de habilidades técnicas inerentes à participação na vida produtiva da sociedade moderna, compreendendo o uso de tecnologias, capacidades básicas de leitura, escrita e cálculo. A educação é reduzida a um indicador de desenvolvimento, o qual representa o vetor de crescimento social e passa a ser conceituada como único mecanismo de mudança e progresso técnico que Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 31 31 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. uma sociedade almeja ser. Através desse modelo espera-se que seja formada mão-de-obra profissional e técnica necessárias à industrialização. No bojo desse modelo forma-se, apenas, um profissional moldado para produzir e competir, inclusive, internacionalmente, que consiga adquirir e ampliar seu conhecimento técnico. Decifrar os códigos da modernidade transforma-se em diferencial competitivo entre as nações. De acordo com Ouspensky (1985) o homem moderno caracteriza-se pela ausência de unidade em si mesmo e o seu desenvolvimento decorre em duas vertentes: o Saber e o Ser. Tais vertentes avançam juntas, porém em desequilíbrio, pois existe a valorização do saber em detrimento do Ser, caracterizando uma dualidade como afirma o autor: “o saber de uma coisa é ligado à ignorância de outra; (...) o saber do detalhe ligado à ignorância do todo; o saber da forma, ignorante da essência” (Id. Ibid, p. 85). A inversão de valores sobre o real papel da educação é percebida pelo lançamento de programas educativos que empregam termos econômicos associados à educação tais como: reengenharia pedagógica, aprendizagem cooperativa, descentralização, gestão democrática entre outros. Para o controle de qualidade são estabelecidas termos expressos em taxas de retenção, taxa de promoção ou comparação internacional do rendimento escolar. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 32 32 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. São duas forças que trabalham com objetivos distintos e não complementares: economia e educação. Para discutirmos a educação em seu sentido stricto é pertinente pensarmos numa força norteadora e propulsora do processo de autotransformação humana como um todo. A sociedade demanda um novo “tipo” de educação. Uma educação atemporal que se liberte de raízes mecanicistas e que leve em conta todas as dimensões do Ser Humano. Nicolescu (2000. p. 19) sustenta que a “educação só pode ser viável ser for uma educação integral do homem; uma educação que se dirige à totalidade aberta do Ser Humano e não apenas a um de seus componentes”. A grande realização do processo educacional é habitar o Ser Humano a tornar-se capaz de experimentar em si mesmo, a razão da existência, manifestada através dos movimentos incessantes da vida em sua imensidade. Enfim, torná-lo, de fato, integrado com si mesmo e com a sociedade na qual está inserido. Essa demanda responde aos anseios da educação para o século XXI, configurada no Relatório Internacional da educação para o século XXI, da Unesco, intitulado Educação – um tesouro a descobrir (1998), o qual enfatiza, claramente, os quatro pilares da educação. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 33 33 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Esse relatório afirma que a única possibilidade de responder a essa demanda de integração humana é atribuir à educação a organização em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida do indivíduo, serão de algum modo para cada um, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta (DELORS, 1998, p.90) No âmbito desse relatório, o aprender a conhecer significa a aprendizagem dos conhecimentos científicos e culturais que nos ajudam a distinguir o que é real e o que é ilusório, e a ter, assim, o domínio dos saberes de nossa época. Nesse contexto, o espírito científico é considerado uma aquisição fundamental e indispensável para se integrar à sociedade. Esse pilar também significa ser capaz de estabelecer pontes entre os diferentes saberes, entre esses saberes e seus significados para nossa vida cotidiana, entre esses saberes e significados e nossas capacidades interiores. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 34 34 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. O aprender a fazer significa a aquisição de habilidades e competências para uma profissão, ou seja, dos conhecimentos e práticas que lhe estão associados, e toda profissão, no futuro, deve estar ligada, no interior do Ser Humano, aos fios que a ligam a outras profissões. Por fim, aprender a fazer é um aprendizado da criatividade, ou seja, um “fazer” que também significa fazer o novo, criar, trazer suas potencialidades criativas à luz. Quando se contextualiza a necessidade de respeito às normas que regem as relações entre os seres que compõem uma coletividade estamos nos referindo à aprendizagem do viver juntos. Todavia essas normas devem ser realmente compreendidas, admitidas interiormente por cada sujeito, compartilhadas e não sentidas como pressões externas. Envolve, diretamente, reconhecer-se a si mesmo frente ao outro. Trata-se de um aprendizado permanente, que deve começar na mais tenra infância e continuar ao longo da vida. Por fim, o aprender a ser significa formar-se integralmente. A construção de um Ser Humano passa inevitavelmente pelas tensões entre o interior e o exterior, entre o mundo objetivo e o subjetivo. Aprender a ser é aprender a conhecer e respeitar aquilo que liga o Sujeito e o Objeto. Os três primeiros pilares da educação assentam-se sobre o quarto, ou seja, o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a viver juntos só fazem sentido se estiverem assentados no aprender a ser. Esse Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 35 35 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. último corresponde ao ser que integra, em si, as diversas dimensões da vida, que nele se assentam. Portanto, é função da educação contribuir para o desenvolvimento total da pessoa humana, primando por sua liberdade e autonomia. De acordo com o Relatório: Desde sua primeira reunião, a Comissão reafirmou, energicamente, um princípio fundamental: a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo o Ser Humano deve ser preparado, especialmente graças à educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida (DELORS,1998, p.99). Diante do exposto, é possível observar que, de fato, existe uma interrelação evidente entre os quatro pilares propostos para a educação do século XXI e a visão de uma educação integral. Jacques Delors e os demais educadores que escreveram o Relatório da UNESCO entendem que um dos objetivos fundamentais da educação é levar à descoberta, ao reconhecimento e à compreensão do outro, a partir da relação dialética com a vivência do autodescobrimento. Fundamentados nesse consenso, ressaltam que a inserção de disciplinas no currículo escolar direcionadas Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 36 36 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. para a vivência do autoconhecimento do educando e do educador é um procedimento pedagógico indispensável a todo processo de ensino-aprendizagem. Reconhece-se que a abordagem disciplinar é caracterizada pela visão monodisciplinar numa relação do Ser Humano com o objeto do conhecimento. Esta visão, é compreendida como uma dissociação de saberes que fragmenta o conhecimento em várias ciências. O paradigma da disciplinaridade trata da relação do Ser Humano com o processo disciplinar de produção e/ou aquisição do conhecimento. Porém, é o primeiro passo para se promover a discussão, reflexão, sensibilização e implantação de uma nova cultura em prol do desenvolvimento humano de forma integrada. É mister ampliar os objetivos da educação mantendo-a fiel ao seu objetivo de integrar o Ser Humano consigo mesmo e com a sociedade na qual é parte integrante. De acordo com o Relatório (DELORS, 1998) devem ser transformadas, nos âmbitos internacional e nacional, a orientação para qualquer reflexão ou elaboração de projetos e práticas educacionais no século XXI: Tudo nos leva, pois, a dar novo valor à dimensão ética e cultural da educação e, deste modo, a dar efetivamente a cada um os meios de compreender o outro, na sua especificidade, e de compreender o mundo na sua marcha caótica para uma certa Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 37 37 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. unidade. Mas antes, é preciso começar por se conhecer a si próprio, numa espécie de viagem interior guiada pelo autoconhecimento, pela meditação e pelo exercício da autocrítica. Esta mensagem deve orientar qualquer reflexão sobre educação, em conexão com o desenvolvimento e o aprofundamento da cooperação internacional, no âmbito da qual se alcançarão as soluções aqui propostas. (DELORS, 1998, p. 16-17). Assim, a educação não pode se contentar com objetivos limitados a partes do todo, não pode endereçar seus objetivos apenas para situar o Ser Humano no mundo econômico. Se o Ser Humano é uma totalidade, então, a educação deve voltar-se para essa totalidade, para a ordem universal, para os laços que nos unem ao mundo natural e cósmico, para a unicidade da vida e não para a separação entre os mundos mineral, vegetal, animal, humano e espirirual, que são interdependentes, e cuja sobrevivência comum depende do respeito à sua harmonia. A sociedade necessita, urgentemente, de uma educação que esteja voltada para a totalidade do Ser Humano e não apenas a uma ou outra de suas dimensões, ou a um ou outro dos seus níveis de consciência. Uma educação que não privilegie, prioritariamente, nem a espiritualidade, nem a racionalidade, nem a corporalidade; nem a individualidade, nem a coletividade; nem a subjetividade nem a objetividade. Mas que integre Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 38 38 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. todas essas dimensões da realidade e níveis de consciência. Ao refletir sobre a constituição do Ser Humano e sua finalidade para com a vida Morin (2000, p.14, p.17) apresenta em sua obra ‘Os sete saberes necessários à educação do futuro’, preconizada pela UNESCO: O Ser Humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social, histórico. Esta unidade complexa da natureza humana é totalmente desintegrada na educação por meio das disciplinas, tendo-se tornado impossível aprender o que significa Ser Humano. É preciso restaurá-la, de modo que cada um, onde quer que se encontre, tome conhecimento e consciência, ao mesmo tempo, de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros humanos. Desse modo, a condição humana deveria ser o objeto essencial de todo o ensino. Somente uma compreensão concreta da multidimensionalidade do Ser Humano (integração das dimensões sensorial, racional e espiritual) pode embasar uma educação que não leve os seres humanos a servirem ao mercado, mas o mercado e o mundo a servirem ao desenvolvimento do Ser Humano. Afinal, educar é também um processo em que o indivíduo convive com o outro e, na convivência, se transforma espontaneamente, “de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 39 39 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. com o do outro no espaço de convivência” (MATURANA, 2002, p. 76), e de maneira recíproca. É, portanto, um processo de desenvolvimento humano que se caracteriza na legitimação do outro enquanto outro, a partir da legitimação de si enquanto sujeito. Essa é a premissa fundamental do processo de autoconhecimento na educação uma vez que é inquisitivo que o papel da educação ultrapasse a visão tradicional e, não menos importante, de produzir, reproduzir, divulgar e conservar o conhecimento. Sordi (2005, p.31) coadunada com esse argumento ao sustentar que [...] é preciso que haja o compromisso com uma educação que emancipe o homem, que respeite e amplie a sua capacidade de pensar criticamente. Pensar sobre si e o mundo em que vive, entendendo as forças que nele atuam e retroagem. Pensar para compreender e para agir no sentido da mudança das condições sócio-políticoeconômicas que expropriam o homem da sua própria humanidade. A vivência do autoconhecimento do Ser Humano é pré-requisito, não somente para a autocompreensão do indivíduo e a compreensão do outro, mas também para ser possível instaurar um novo valor à dimensão ética e cultural de uma educação direcionada para o desenvolvimento humano (DELORS, 1998). Questão de consciência! Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 40 40 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. 3 ASPECTOS LEGAIS QUE RESPALDAM A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO O primeiro direito do Ser Humano é viver materialmente; e o primeiro dever é viver espiritualmente. A verdade, assim como a arte, a ciência e a espiritualidade estão nos olhos de quem olha, mas a ponto de ver. Arte, ciência e espiritualidade devem caminhar juntas, para o bem do Ser Humano, portanto, da humanidade. Os princípios fundamentais para o Sec. XXI definidos pela UNESCO, juntamente com diversos educadores de vários países surgem numa perspectiva de melhor aproveitamento do campo fértil que é a educação para o cultivo dos valores humanos, em face do mundo tão conturbado por conflitos sociais. Deve ser fim da educação desenvolver cidadãos íntegros e integrados consigo e com o ambiente que o cercam. Contudo, o que ela vem fazendo é formar seres humanos fragmentados, cujo resultado se vê refletido nos conflitos individuais e sociais. Nunca estivemos tão confusos como agora. Nunca fizemos tantas guerras como atualmente! Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 41 41 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. A educação atual, até então, tem pautado suas ações pedagógicas no agir e pensar do Ser Humano, ao passo que o sentir tem sido deixado de lado, esquecendo-se que o indivíduo é um ser trino, composto de corpo físico, alma e espírito. Bom que se rediga! Contudo, é preciso ir além, visto que aprender a sentir é indispensável para o processo de autoconhecimento; e, consequentemente, para o despertamento, construção e desenvolvimento da consciência do Ente Humano. Neste contexto, o grande desafio da educação é favorecer a formação integral do Ser Humano. O Ser Humano não pode evitar conhecer, autoconhecer e autorrealizar; eis que, conhecer é saber que existe; autoconhecer é localizar-se em si mesmo; e autorrealizar é localizar-se em Deus. É factível que a posição dos indivíduos na sociedade será determinada pelo conhecimento que puderam adquirir. Contudo, tão importante quanto o conhecimento é o autoconhecimento, ou seja, é o que se sente do que se sabe, pois somente o sentimento pode ser transformado em experiência, que, por sua vez, poderá ser aplicada no dia a dia de relações. Estima-se que a sociedade do futuro investirá em inteligência, baseada em educação e aprendizagem, com as quais cada indivíduo construirá seu perfil educacional pessoal, mas a inteligência baseada no intelecto é, senão nada, pouco. É preciso ir além; é preciso ir lá para as dimensões da inteligência, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 42 42 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. favorecendo o desenvolvimento, também, da consciência do Ser Humano; o que só se dá através do autoconhecimento. Eis que, a educação deve contemplar a formação integral dos educadores e educandos, sendo coerente com a indivisibilidade das dimensões física, psíquica e moral/espiritual de cada indivíduo. Assim como cada Ser Humano possui diferentes limites, possui também diversas potencialidades que poderão, ou não, ser desenvolvidas e expressas, a partir das formações e transformações que ocorrem durante toda a vida. Neste sentido, a educação deve ser um processo intencional, contínuo e transformador, que nos leve à integralidade e que repercuta durante toda a vida. Estas são as preocupações expressas em documento da Comissão Européia, de 1997 - The White Paper - Teaching and learning: towards the learning society - cujo objetivo é abrir o debate sobre a posição atual e futura da educação e do treinamento nas relações sociais. Diversos projetos, abrangendo vários países, estão em desenvolvimento, dirigidos principalmente a jovens. Hoje a sociedade da informação é uma realidade, a globalização, o desenvolvimento acelerado da ciência e da tecnologia, são denominadores comuns para todos os países. Para os considerados "emergentes" estes são também os grandes obstáculos a serem superados. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 43 43 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. No que se refere ao Brasil, maior país em extensão territorial da comunidade latino-americana, a questão da educação apresenta-se com alto grau de prioridade. Descuidada durante décadas, a educação deve recuperar, em muito pouco tempo, a distância que nos separa do mundo dito, e ou tido, como desenvolvido. A atenção é requerida em todos os níveis: da educação infantil aos cursos superiores; das grandes cidades aos pontos mais remotos do país; da educação acadêmica à formação profissional. Neste particular, é imprescindível atingir o maior número de brasileiros, com o máximo possível de qualidade, cuidando especialmente da aquisição de competências para a cidadania e para o mundo do trabalho, em profunda mudança. Em 1990 o Brasil participou da Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, convocada pela Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial. Dessa conferência, assim como da Declaração de Nova Delhi — assinada pelos nove países em desenvolvimento de maior contingente populacional do mundo —, resultaram posições consensuais na luta pela satisfação das necessidades básicas de aprendizagem para todos, capazes de tornar universal a educação fundamental e de ampliar as oportunidades de aprendizagem para crianças, jovens e adultos. A educação constitui-se um dos principais ativos e mecanismos de transformação de um povo e é papel da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 44 44 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. escola, de forma democrática e comprometida com a promoção do Ser Humano na sua integralidade, estimular a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as características próprias de grupos e minorias. Assim, a educação é essencial no processo de formação de qualquer sociedade e abre caminhos para a ampliação da cidadania de um povo. A Educação Infantil, como primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade; ao passo que o Ensino Fundamental tem por objetivo a formação básica do cidadão. No que se refere ao Ensino Médio, destaca-se a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura, a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania. De acordo com a LDB, as propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 45 45 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. O Ensino Fundamental, por sua vez, atingirá o seu objetivo primeiro de propiciar a formação básica do cidadão mediante: a) desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; b) compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; c) desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; d) fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 46 46 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. O Ensino Médio, como etapa final da Educação Básica, tem como finalidades: a) consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento dos estudos; b) preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; c) aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; d) compreensão dos fundamentos científicotecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. A proposta pedagógica das instituições de Educação deve ter como objetivo garantir ao indivíduo acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 47 47 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal n. 9.394), aprovada em 20 de dezembro de 1996, em seu Art. 22, prevê que a Educação Básica, da qual o Ensino Fundamental é parte integrante, deve assegurar a todos “a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecerlhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”, fato que confere ao ensino fundamental, ao mesmo tempo, um caráter de terminalidade e de continuidade. Quanto ao Ensino Religioso, a LDB manteve a orientação já adotada pela política educacional brasileira, de matrícula facultativa, respeitadas as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis (Art. 33). O ensino proposto pela LDB está em função do objetivo maior do Ensino Fundamental, que é o de propiciar a todos formação básica para a cidadania, a partir da criação na escola de condições de aprendizagem para, inclusive, o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; bem como o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (Art. 32). Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 48 48 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. O Parecer CNE/CEB nº 07/2010 julga oportuno e necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social da Educação Básica, a sua centralidade, que é o estudante. A Câmara entende que educar exige cuidado; cuidar é educar, envolvendo acolher, ouvir, encorajar, apoiar, no sentido de desenvolver o aprendizado de pensar e agir, cuidar de si, do outro, da escola, da natureza, da água, do Planeta. Educar é, enfim, enfrentar o desafio de lidar com gente, isto é, com criaturas tão imprevisíveis e diferentes quanto semelhantes, ao longo de uma existência inscrita na teia das relações humanas, neste mundo complexo. Educar com cuidado significa aprender a amar sem dependência, desenvolver a sensibilidade humana na relação de cada um consigo, com o outro e com tudo o que existe, com zelo, ante uma situação que requer cautela em busca da formação humana plena. Nesse contexto, a Câmara ainda alerta que apenas pelo cuidado não se constrói a educação e as dimensões que a envolvem como projeto transformador e libertador. A relação entre cuidar e educar se concebe mediante internalização consciente de eixos norteadores, que remetem à experiência fundamental do valor, que influencia significativamente a definição da conduta, no percurso cotidiano escolar. Não de um valor pragmático e utilitário de educação, mas do Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 49 49 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. valor intrínseco àquilo que deve caracterizar os comportamentos de seres humanos, que respeitam a si mesmos, aos outros, à circunstância social e ao ecossistema. Este valor está fundamentado na ética e na estética, que rege a convivência do indivíduo no coletivo, que pressupõe relações de cooperação e solidariedade, de respeito à alteridade e à liberdade. Cuidado, por sua própria natureza, inclui duas significações básicas, intimamente ligadas entre si. A primeira consiste na atitude de solicitude e de atenção para com o outro. A segunda é de inquietação, sentido de responsabilidade, isto é, de cogitar, pensar, manter atenção, mostrar interesse, revelar atitude de desvelo, sem perder a ternura, compromisso com a formação do sujeito livre e independente daqueles que o estão gerando como Ser Humano capaz de conduzir o seu processo formativo, com autonomia e ética. Cuidado é, pois, um princípio que norteia a atitude, o modo prático de realizar-se, de viver e conviver no mundo. Por isso, na escola, o processo educativo não comporta uma atitude parcial, fragmentada, recortada da ação humana, baseada somente numa racionalidade estratégico-procedimental. Inclui ampliação das dimensões constitutivas do trabalho pedagógico, mediante verificação das condições de aprendizagem apresentadas pelo estudante e busca de soluções junto à família, aos órgãos do Poder Público, a diferentes segmentos da sociedade. Seu horizonte de ação abrange a vida humana em sua globalidade. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 50 50 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. É essa concepção de educação integral que deve orientar a organização da escola, o conjunto de atividades nela realizadas, bem como as políticas sociais que se relacionam com as práticas educacionais. Em cada criança, adolescente, jovem ou adulto, há uma criatura humana em formação e, nesse sentido, cuidar e educar são, ao mesmo tempo, princípios e atos que orientam e dão sentido aos processos de ensino, de aprendizagem e de construção da pessoa humana em suas múltiplas dimensões. (BOFF, 1999, p. 143) Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam, dentre os diversos objetivos do Ensino Fundamental, que os alunos sejam capazes de: • compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; • perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; • desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 51 51 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; • questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. Contemplar essas dimensões significa a revisão dos ritos escolares e o alargamento do papel da instituição escolar e dos educadores, adotando medidas proativas e ações preventivas. (CORDÃO, 2011). Dos 60 artigos da resolução que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação merece destaque, por exemplo, a orientação de que os sistemas educativos devem prever currículos flexíveis, com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda seus interesses, necessidades e aspirações, para que se assegure a sua permanência na escola, com proveito, até a conclusão da Educação Superior. Para democratizar a educação, é preciso mobilizar toda a sociedade. O Ministério da Educação - MEC tem a missão de promover a união de esforços com os governos Estaduais e Municipais, ONG’s, Sindicatos, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 52 52 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Associações Profissionais e de Moradores e toda Sociedade Civil organizada, contando com a cooperação de todos para ampliar o acesso, garantir a permanência e contribuir para o aprimoramento de práticas e valores dos sistemas de ensino. O desenvolvimento de capacidades, como as de relação interpessoal, as cognitivas, as afetivas, as motoras, as éticas, as estéticas de inserção social, tornase possível não somente mediante o processo de construção e reconstrução de conhecimentos, mas, sobretudo, através do autoconhecimento do Ser Humano. Conhecer é saber; autoconhecer é sentir; e autorealizar é ser. Essa aprendizagem é exercida com o aporte pessoal de cada um, o que explica por que, a partir dos mesmos saberes, há sempre lugar para a construção de uma infinidade de significados, e não a uniformidade destes. As problemáticas sociais são integradas na proposta educacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais como Temas Transversais. Não constituem novas áreas, mas antes um conjunto de temas que aparecem transversalizados nas áreas definidas, isto é, permeando a concepção, os objetivos, os conteúdos e as orientações didáticas de cada área, no decorrer de toda a escolaridade obrigatória. A transversalidade pressupõe um tratamento integrado das áreas e um compromisso das relações interpessoais e sociais escolares com as questões que estão envolvidas nos temas, a fim de que haja uma coerência entre os valores Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 53 53 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. experimentados na vivência que a escola propicia aos alunos e o contato intelectual com tais valores. O último ano do Plano Desenvolvimento com Inclusão Social e Educação de Qualidade (PPA 20082011), estabeleceu as metas e as prioridades a serem cumpridas pelo Governo, ao mesmo tempo em que foram referências ao setor privado. Nesse contexto, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é elemento essencial dessa estratégia e sua consolidação veio reafirmar o compromisso de que a educação estivesse no topo das prioridades nacionais. As ações implementadas pelo Ministério da Educação (MEC) são estratégicas na responsabilização do Estado para o processo de democratização de oportunidades e para a oferta de uma educação de qualidade para toda a população, traduzindo-se em importante alicerce para o alcance das metas contidas em planos nacionais, como o Plano Nacional de Educação (PNE) e o Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDE). Assim, a proposta apresentada nesta tese encontrase fundamentada no que preconizam as Legislações Educacionais vigentes no país, bem como nos atuais Paradigmas e Teorias Educacionais, dentre os quais destacamos: a) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394, de 20 de Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 54 54 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. dezembro de 1996), que define apenas dois níveis para a educação escolar: o nível da Educação Básica, que compreende as etapas da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio; e o nível da Educação Superior; e que traz como princípios e fins da Educação Nacional o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho; b) O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil que indica que a construção da identidade e da autonomia do educando diz respeito ao conhecimento, desenvolvimento e uso dos recursos pessoais para fazer frente às diferentes situações da vida; bem como prevê que para que as crianças possam aprender a gerenciar suas ações e julgamentos conforme princípios outros que não o da simples obediência, e para que possam ter noção da importância da reciprocidade e da cooperação numa sociedade que se propõe a atender o bem comum, é preciso que exercitem o autogoverno, usufruindo de gradativa independência para agir, tendo condições de escolher e tomar decisões, participando do estabelecimento de regras e sanções; c) Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, previstos pela Lei Federal Nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, que definem as diretrizes e Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 55 55 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. bases da educação nacional, e estabelece como objetivo geral, tanto para o ensino fundamental (primeiro grau, com oito anos de escolaridade obrigatória) quanto para o ensino médio (segundo grau, não obrigatório), proporcionar aos educandos a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de autorrealização, preparação para o trabalho e para o exercício consciente da cidadania; d) O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, implementado em 2007, por meio do Decreto Nº 6.094, que estabelece 28 diretrizes e um conjunto de metas a serem atingidas por cada escola, cada município e cada estado. Trata-se da conjugação dos esforços da União, Estados e Municípios, em regime de colaboração, da melhoria da qualidade da educação básica; e) O Parecer do Conselho Nacional da Educação CNE/CEB - Nº 07/2010, que estabelece as bases para a definição das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, que está posta pela emergência da atualização das políticas educacionais que consubstanciam o direito de todo brasileiro à formação humana e cidadã e à formação profissional, na vivência e convivência em ambiente educativo; e que busca na Constituição Federal os Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 56 56 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. “fundamentos que orientam a nação brasileira” para a construção de um “Estado democrático de direito”, que tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo político. Tal Parecer traz ainda, em relação às formas de organização curricular para a Educação Básica, o entendimento de que currículo é o conjunto de valores e práticas que proporcionam a produção e a socialização de significados no espaço social e que contribuem, intensamente, para a construção de identidades sociais e culturais dos estudantes. O parecer reitera, ainda, que deve difundir os valores fundamentais do interesse social, dos direitos e deveres dos cidadãos, do respeito ao bem comum e à ordem democrática, bem como considerar as condições de escolaridade dos estudantes em cada estabelecimento, a orientação para o trabalho, a promoção de práticas educativas formais e não formais; f) A edição da Lei Nº 9.475/1997, que alterou o Art. 33 da LDB, prevendo a obrigatoriedade do respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil; g) A nota constante do Parecer do CNE/CP - Nº 11/2009, que apreciou proposta do MEC de experiência curricular inovadora do Ensino Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 57 57 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Médio: “Quanto ao entendimento do termo ‘disciplina’, este Conselho, pelo Parecer CNE/CEB - Nº 38/2006, tratou da inclusão obrigatória da Filosofia e da Sociologia no currículo do Ensino Médio, assinalando a diversidade de termos correlatos utilizados pela LDB. São empregados, concorrentemente e sem rigor conceitual, os termos disciplina, estudo, conhecimento, ensino, matéria, conteúdo curricular, componente curricular. O referido Parecer retoma outro, o CNE/CEB – Nº 5/97, que trata da Proposta de Regulamentação da Lei Nº 9.394/96, que, indiretamente, unifica aqueles termos, adotando a expressão componente curricular. Considerando outros (Pareceres CNE/CEB – Nº 16/2001 e CNE/CEB – Nº 22/2003), o Parecer CNE/CEB – Nº 38/2006 assinala que não há, na LDB, relação direta entre obrigatoriedade e formato ou modalidade do componente curricular (seja chamado de estudo, conhecimento, ensino, matéria, conteúdo, componente ou disciplina). Ademais, indica que, quanto ao formato de disciplina, não há sua obrigatoriedade para nenhum componente curricular, seja da Base Nacional Comum, seja da Parte Diversificada. As escolas têm garantida a autonomia quanto à sua concepção pedagógica e para a formulação de sua correspondente proposta curricular, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 58 58 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar, dando-lhe o formato que julgarem compatível com a sua proposta de trabalho”; h) A Resolução CNE/CEB - Nº 3/1998, fundamentada no Parecer CNE/CEB - Nº 15/1998, que destacam em especial a interdisciplinaridade, assumindo o princípio de que “todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos”, e que o ensino deve ir além da descrição e constituir nos estudantes a capacidade de analisar, explicar, prever e intervir, objetivos que são mais facilmente alcançáveis se as disciplinas, integradas em áreas de conhecimento, puderem contribuir, cada uma com sua especificidade, para o estudo comum de problemas concretos, ou para o desenvolvimento de projetos de investigação e/ou de ação; i) Os sete saberes necessários à educação do futuro, postulado pelo renomado educador Edgar Morin (2000) e respaldado pela UNESCO; j) O Relatório da Comissão Internacional da UNESCO sobre a Educação para o Século XXI, coordenado por Jacques Delors, que passou a integrar os eixos norteadores da política educacional mundial, e que estabelece os Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 59 59 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. quatro pilares da educação contemporânea, a saber: aprender a ser, a fazer, a viver juntos e a conhecer, os quais constituem aprendizagens indispensáveis que devem ser perseguidas de forma permanente pela política educacional de todos os países; k) Os Oito Jeitos de Mudar o Mundo, estabelecidos pela organização das Nações Unidas – ONU, que se configura como um conjunto de ações que visam melhorar a qualidade da educação, reduzir as desigualdades entre gêneros, erradicar a mortalidade infantil e garantir a sustentabilidade ambiental; l) A Declaração dos Direitos Humanos, promovida pela Organização das Nações Unidas – ONU, cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento econômico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial. Neste contexto, a partir da compreensão de que o desenvolvimento integral do Ser Humano, em suas diferentes dimensões e necessidades, é imprescindível, fundamentarmos o convite à necessária ressignificação da finalidade da educação, do conhecimento, da função da escola e do papel do educador. Até porque, a prática educativa deve transcender o saber do mundo externo, dando vazão à interioridade. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 60 60 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Ora, a Maçonaria não nos ensina a ser Cientista de Exterioridade. Esse papel é o Espírito Acadêmico; do Espírito Universitário; que, inclusive, o faz muito bem. Não temos dificuldade alguma em vencer o mundo. A Maçonaria nos ensina a sermos Cientistas de Interioridade; nosso escopo é a virtude e não a construção de prédios. E precisamos fazer isso; e fazê-lo muito bem. É mister redimensionarmos os interesses do conhecimento, a sua utilidade e serventia, voltando a atenção ao nosso interior. É preciso despertar valores, a partir do interior de cada Ser Humano e que contribuam para a constituição de uma sociedade cada vez mais justa e igualitária, mais harmônica e promissora, que tenha o seu reflexo nas relações cotidianas. Questão de sensibilização! Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 61 61 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. 4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DA DISCIPLINA AUTOCONHECIMENTO NO SISTEMA FORMAL DE ENSINO O CONHECIMENTO, o AUTOCONHECIMENTO e a AUTORREALIZAÇÃO, assim como SABER, SENTIR e SER, são fases inegáveis, inevitáveis e inalienáveis da evolução do gênero humano; e o Ser Humano tem o dever moral de fazê-lo cada vez mais voluntária, consciente e cientemente, pois o conhecimento é da Vontade; o autoconhecimento é da Consciência; e a autorrealização é da Ciência. Nada nos trará paz, senão o conhecimento de nós mesmos; o autoconhecimento. Quem autoconhece o bastante conhece a sua sabedoria, a sua força e a sua beleza. É necessário alinhar os princípios a educação formal ao conceito de educação integral de forma que se compreenda o Ser Humano como parte do todo, integrado ao universo, não destacado do cosmo, permitindo a auto-integração através da aproximação entre o sentir, o pensar e o agir. Nesse sentido, é factível suscitar o autoconhecimento. Entendemos que o primeiro passo Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 63 63 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. para a educação é sair da visão separatista rumo à visão integradora do Ser Humano e da realidade. Ora, o autoconhecimento é o início de todos os conhecimentos; é o início da verdadeira sabedoria; é o único poder de transformação da nossa Pedra Bruta em Pedra Cúbica. Ele, o autoconhecimento, é a primeira e última, enfim, a única atividade-meio humana que implica, provoca e produz transformações, que embora muito dolorosas, são muito proveitosas, porquanto essencialmente necessárias. A disciplina AUTOCONHECIMENTO deve buscar inclusive, integrar a estratégia de despertamento, desenvolvimento, moralização e socialização do educando. Nesse escopo, as ações são embasadas em valores, quando não insofismáveis, no mínimo, racionais. Valores estes atrelados às Leis Universais, tais como amor, causa e efeito, equilíbrio, amizade, honestidade etc. Pauta sua estrutura teórica/prática em todo conhecimento disponível não só pela ciência, mas também, pela filosofia e religião, possibilitando transformar a definição em compreensão; o conhecimento em consciência; enfim, que o explanado pela religião, filosofia e ciência se transforme em experiências diretas, corretas e completas, portanto, em autoconhecimento; e, por fim, em autorrealizações. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 64 64 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. A citada disciplina objetiva, dentre outros, auxiliar aos pais/educadores/educandos, no que respeita à construção do caráter, na medida em que desperta seus sentimentos e organiza seus pensamentos, a fim de que seus atos reflitam o todo dessa construção de forma significativa; além de oferecer uma base sólida para a construção do pensamento, segundo a noção de virtude e tudo que equivalha. Até o presente momento, a temática AUTOCONHECIMENTO já faz parte da estrutura curricular de escolas privadas, na cidade do SalvadorBahia, que oferecem Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Superior. No ensino superior, esta temática já foi inserida em diversos cursos de graduação, em faculdades e universidades privadas e públicas do estado da Bahia e Mato Grosso, nas modalidades presencial e a distância. Foi consolidada também em cursos de pós-graduação lato e stricto sensu nas áreas de ciências humanas e ciências sociais aplicadas. Esta disciplina tem sido oferecida como um dos componentes curriculares dos respectivos cursos, com carga horária média de 36 horas, e apresenta os seguintes objetivos: auxiliar a que o Ser Humano observe a relação entre a sua constituição física/psíquica/moral e a sua maneira de sentir, pensar e agir, enfim, Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 65 65 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. de realizar, segundo as exigências de suas necessidades básicas individuais e sociais; favorecer ao Ser Humano o estudo da relação das raças/corpos e suas maneiras de ser e estar em relação a si e ao meio, no qual se insere, conforme suas realizações, estudando a sua conduta psicossocial e verificando o grau de sua consciência individual e social; bem como, oportunizar o despertamento e/ou construção do seu caráter, segundo aquilo que indica a moral, ética e estética elevadas. No sentido de favorecer o presente estudo junto aos educadores, sugerimos a implantação de um Núcleo específico, a saber: NIAC – Núcleo de Investigações do Autoconhecimento, nas escolas, faculdades e universidades, com realização de seminários quinzenais acerca das temáticas Autoconhecimento e Consciência. Afinal, conforme Morin (2001): “consciência sem ciência e ciência sem consciência são radicalmente mutiladas e mutilantes”. Em função da repercussão de tal proposta, bem como pela percepção da real necessidade de favorecer o estudo do Autoconhecimento em prol da formação humana, além da formação profissional dos educandos, a disciplina em voga já faz parte da matriz curricular de cursos de Master Businness Administration (MBA), da Universidade Federal do Mato Grosso, e vem se Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 66 66 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. expandindo não só na área das ciências humanas como também nas outras áreas do conhecimento, em diferentes instituições de ensino. Além da proposição da disciplina, sugerimos que a disciplina seja trabalhada de forma transdisciplinar, nos espaços educacionais, de forma a envolver não só os educadores e educandos, mas os demais atores que estão vinculadas à instituição, nas suas mais diversas funções, especialmente através de práticas continuadas e permanentes de sensibilização e capacitação quanto à temática, bem como através de murais interativos, com pensamentos reflexivos diários. Desde 2001, a disciplina faz parte da matriz curricular do Programa de Mestrado Profissional Multidisciplinar em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, da Fundação Visconde de Cairu, Salvador-Bahia, aprovado pela CAPES/MEC, visando contribuir para uma melhor qualidade de vida do gênero humano, a partir dos processos de integração do seu sentir, pensar e agir, no cotidiano das relações. Além da disciplina, a referida instituição implantou, no ano de 2004, o Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência – NIAC, vinculado ao Programa stricto sensu, supracitado, que vem desenvolvendo pesquisas e gerando produtos científicos de valor significativo, a saber: Livro “Ícones Mundiais - a humanidade como prioridade”, bem como o Livro paradidático “A Consciência é mais do que ela diz - os Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 67 67 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. grandes movimentos sociais/revolucionários, a partir da consciência dos seus ícones”, além de diversas dissertações de mestrado com essa temática. O NIAC tem o papel de promover o estudo da disciplina, através de aulas para educadores e os capacitando para como eles devem dar as aulas também. E não têm que ser todos pedagogos. Também filósofos, sociólogos, psicólogos podem estar inseridos neste contexto. Outro processo de preparação são os cursos à distância para o Brasil. Ademais, outras experiências vêm sendo realizadas, a fim de promover o fortalecimento da sinergia em torno dessa temática como pilar essencial da ciência, afinal, fazer ciência sem autoconhecimento e sem consciência fragmenta o corpo físico e deforma a alma humana. As experiências de implantação da disciplina Autoconhecimento têm possibilitado a humanização e ampliação da percepção dos educandos, impactando, diretamente, no desenvolvimento do aspecto cognitivo, conforme relato das Diretoras da Ananda – Escola e Centro de Estudos e do Instituto Ananda, instituições que vem trabalhando esta disciplina por mais de dez anos. É necessário centrar a base de formação do Ser Humano num foco que o propicie construir noções de moral, ética e estética elevadas, isto é, laborar em prol do Autoconhecimento e do despertamento, construção Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 68 68 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. e desenvolvimento da Consciência do Ser Humano. Implementar, em sala de aula, um momento específico para este fim é, além de urgente, inteligente para a garantia deste trabalho na Educação. Já implantamos a disciplina Iniciação à Ciência, parece-nos claro ser este o momento de implantarmos outra, autoconhecimento, porquanto antes de nos tornamos cientistas somos seres humanos. Ora, já aprendemos que a ciência sem autoconhecimento é manca. Disciplina esta, na qual as crianças refletirão sobre valores universais, tais como: liberdade, justiça, direitos e deveres, amor, moral, amizade, dentre outros. Neste sentido, para a criação, implantação e manutenção de tal disciplina, de forma a tornar regular e sistemático o trabalho na sua construção, as unidades escolares devem formar núcleos de estudo regulares sobre o autoconhecimento como meio de capacitar os educadores a trabalhar com a referida disciplina. Essa é a grande chave para a melhoria da qualidade da educação, para atingir a educação integral do Ser Humano; e expandir a percepção do educando para poder compreender a existência como um todo, a vida, a finalidade de sua existência no mundo, o seu propósito de estar aqui. Lembrando que ele não é só um ser parcial: tem a psíquica (pensa), física (age) e a moral (sente). Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 69 69 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Assim, a vinculação da referida disciplina com a educação formal, em prol do desenvolvimento integral do Ser Humano, envolve as seguintes ações: a) A criação de um Núcleo de Investigações do Autoconhecimento - NIAC, em instituições educacionais, visando aprofundamento do estudo da temática, bem como a ampla divulgação da mesma no âmbito acadêmico e social; b) A realização de cursos de sensibilização e capacitação (extensão) sobre a temática Autoconhecimento; c) A implantação de disciplina curricular diretamente voltada para o estudo do Autoconhecimento, visando a formação dos educandos. Como estratégia de implantação da disciplina AUTOCONHECIMENTO, objeto da presente proposta, sugerimos o que segue: Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 70 70 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 71 71 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 72 72 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 73 73 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. No que se refere às premissas educacionais que são basilares para a implementação da disciplina AUTOCOCNHECIMENTO, apresentamos o que segue: Criatividade APRENDIZAGEM ATIVA >> Aprendizagem atingida, através de diferentes formas de apresentação de conteúdos didáticos com foco no desenvolvimento de competências e habilidades. Para efetivação de aprendizagem ativa utilizam-se recursos audiovisuais e multimídia com ações de atividades específicas onde os Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 74 74 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. estudantes pesquisam respostas, organizam o conhecimento, socializam e discutem com seus pares. CRIATIVIDADE >> O conteúdo é apresentado de forma instigante, interativa e motivante, capaz de despertar, desenvolver e/ou dinamizar o potencial criativo dos educadores e dos educandos. USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS >> A mobilidade para acesso aos conteúdos educacionais é fundamental no processo de implantação de um projeto de reformulação curricular. A disciplina será desenvolvida para ser acessada também por dispositivos móveis – tablets e smartphones. DESIGN EDUCACIONAL PERSONALIZADO >> Modelo de arquitetura de informações textuais, audiovisuais e multimídia, pautado em teorias pedagógicas voltadas para o ensino superior e adequado às necessidades de aprendizagem dos estudantes. APRENDIZADO COLABORATIVO >> Fomento ao aprendizado colaborativo será estimulado através da integração de estratégias educacionais às redes sociais educativas, porquanto pessoas com interesses comuns se reúnem para compartilhar os seus conhecimentos. Frente ao contextualizado, baseamo-nos em Moraes para delinear o perfil do docente desejado para atender às demandas do novo milênio. A autora o descreve como um profissional habilitado a conduzir o Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 75 75 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. educando ao crescimento como um todo, sendo capaz de auxilia-lo a desenvolver habilidades e competências consideradas fundamentais à sua sobrevivência e transcedência. (MORAES, 2008, p.213). Entre estas capacidades está a de ajudar o aprendiz a olhar para dentro de si mesmo, para dentro de seu próprio ser para que possa reconhecer-se não só como pessoa, descobrir seus talentos e competências, sua criatividade e sensibilidade, tendo flexibilidade estrutural em relação ao processo de construção do conhecimento. É também fundamental reconhecer a presença da intuição em sua vida, que facilita sua capacidade de antecipação e de adaptação às situações emergentes caracterizadoras de nossa realidade mutante. Nesse contexto, cabe à escola, enquanto instituição, o papel de estimular o educador a olhar para si mesmo como forma de compreender o outro, na medida que compreende a si mesmo. Para tanto, cabe à escola desenvolver práticas educativas que busquem, além de despertar o indivíduo para o seu processo de autoconhecimento, desenvolver atividades e estudos que o façam compreender os direitos e deveres do Ente Humano, do cidadão, da família e do estado, preparando-o para o novo milênio e para a nova humanidade. Assim, sugerimos que a implantação da disciplina AUTOCONHECIMENTO esteja embasada na Teoria Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 76 76 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Criativista, esta que permite a compreensão do valor das relações e sua importância no processo de conhecimento do mundo, bem como do autoconhecimento. A prática Criativista pressupõe ser a mediação direta, correta e completa a base para que os sujeitos construam o conhecimento, mas à partir do conhecimento de si mesmo, ou seja, do autoconhecimento. Neste processo, faz-se primordial o respeito às diferenças e aos processos individuais de desenvolvimento de aprendizagem, bem como da aquisição do saber. O autoconhecimento é disciplina que se impõe, propõe e dispõe ser utilizada na educação do Ser Humano, afinal, quem não autoconhece é um desprovido do Belo, Rico e Significativo. Vale ressaltar que as ações aqui propostas objetivam, sobretudo, a formação integral do Ser Humano, percebendo-o como um ser possuidor de uma estrutura física, psíquica e moral/espiritual, que sente, pensa e age, concomitantemente. Bom que se rediga! A concepção da proposta teve ainda como objetivo conceder ao educador instrumentos que o possibilitem atuar com flexibilidade para favorecer a construção do conhecimento, ampliando, de acordo com os parâmetros da Teoria Criativista, o processo Ensino-Aprendizagem para Ensino-Aprendizagem- Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 77 77 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Sentimento. O que, consequentemente, favorece o desenvolvimento cognitivo, comportamental, afetivo, emocional, motor e moral/espiritual do Ser Humano, através de vivências que produzam movimentos internos e externos nos seres humanos envolvidos no processo educativo para que, através de reflexões, ou algo equivalente, o real significado seja absorvido. Ações essas desenvolvidas e entrelaçadas ao autoconhecimento e autodesenvolvimento, objetivando libertar o Ser Humano, para que este se integre não somente com a vida, mas consigo mesmo, as quais propomos no intuito de conspirar para que os seres humanos possam aprender sobre sentimentos, emoções e aspectos espirituais, deixando de sustentar padrões que promovem fragmentação e incentivando uma educação que faça o Ser Humano se apropriar da liberdade. Questão de autoconvocação! Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 78 78 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Quem prima pelo autoconhecimento e o pratica, de forma voluntária, consciente e ciente, conhece melhor aos outros. A boa revolução é aquela que fazemos em nós mesmos; para tanto, autoconhecimento. Quanto maior é o grau de nossa inteligência, maior é a nossa capacidade de autoconhecer; quanto mais autoconhecemos, mais nos iluminamos; quanto mais nos iluminamos, mais nos ampliamos de dentro para fora; e quanto mais assim, mais alcançamos, do todo, tudo que ele tem para oferecer. No decorrer desta tese foi sustentada a premissa de que uma das funções da educação para o Século XXI é capacitar a humanidade para ter condições de dominar o seu próprio desenvolvimento humano (DELORS, 1998, p. 82). Para o autor (Id. Ibid.) este desenvolvimento também é sustentado pela vivência do autoconhecimento. Ele compreende que uma das contribuições da educação para este processo de Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 79 79 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. desenvolvimento é ajudar o estudante a tomar consciência de si mesmo. Ao destacarem a necessidade da vivência do autoconhecimento, através de uma ação educativa que convide o estudante a vivenciar o processo de uma ‘viagem no interior de si mesmo’, os autores evidenciam a importância do Ser Humano, empreender em reformas, mudanças e transformações significativas, visto que, ao contrário das reformas e mudanças, as transformações não advêm de atos de vontade, enfim, da aplicação de conhecimento algum senão do autoconhecimento. Contudo, é sabido que todo tipo de trabalho acarreta dificuldades e responsabilidades, sobretudo àqueles ligados aos processos de conscientização do Ser Humano quanto à razão de sua existência; e que esses empecilhos, não raro, se transformam em verdadeiras muralhas, devido ao estado de negatividade no qual nos encontramos atualmente. O nosso desafio é vencer estas barreiras pela paciência, persistência e inteligência, bem como pelo despertamento, construção e/ou desenvolvimento de nossa potência latente, focando a nossa atenção no conhecimento que mais importe para se saber acerca da evolução, inclusive, abreviada do gênero humano: o AUTOCONHECIMENTO; praticando, por exemplo, a reflexão sobre os mesmos, a fim de que possam ser colocados na prática no dia-a-dia de nossas relações. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 80 80 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Não é preciso muita análise para se concluir que a razão não se recusa aceitar a teoria de que a virtude cresce conosco. E que a virtuosidade de um Ser Humano, por exemplo, está na razão direta de sua prevenção aos riscos e perigos desnecessários e a superação dos obstáculos sem danos. Assim, a falta de beleza, riqueza e significação na vida do Ser Humano, caracterizada pelas dificuldades, tanto individuais, quanto sociais, pelas quais passa, está diretamente ligada ao fato da sua falta de virtuosidade significativa. Todavia, a felicidade não é um fim, mas um meio; e ainda que como um meio não é um fim. Ela só advém com a virtuosidade; que advém do autoconhecimento. Temos dito! Para tanto, inteligência em grau cada vez mais significativo. A síntese aqui apresentada demonstra a viabilidade e emergência da nossa proposta, diante do evidente caos social, factualmente comprovado pelos evidências de situações que envolvem corrupção, violência e volúpia. Contudo, os argumentos aqui apresentados só farão sentido se forem não só integrados, mas também compreendidos e utilizados por fortes líderes e lideranças sensibilizadas, com causas nobres e valores virtuosos. Dessa forma, líderes, lideranças, liderados que importam, trabalham em prol do grupo, como um todo, bem como do meio no qual se inserem. Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 81 81 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. Isto porque, primeiro, é notório o fato de que somos seres inteligentes que sentem, pensam e agem, concomitantemente; os nossos sentimentos criam, vivificam e conduzem os nossos pensamentos, que juntos criam, vivificam e conduzem nossos atos; que criam, vivificam e conduzem as nossas obras. E segundo, nós, o mundo e a humanidade somos uma e a mesma coisa; nós os fazemos como atualmente são e estão; eis que precisamos fazer, cada um, a sua parte, para que o todo viva em harmonia. Bom que se rediga! Oxalá seja possível que todos compreendam que o autoconhecimento impulsiona o despertamento da consciência, esta que está sempre dirigida a algo, demonstrando não existir objeto sem razão, sem função, sem objetivo. Até porque, absolutamente tudo aflora de dentro para fora de cada um de nós; do nosso inconsciente para o nosso consciente, que deve estar sempre presente, caso queiramos e desejemos avançar, de fato. Ademais, não é excessivo lembrar da importância social, para o sistema educacional brasileiro, da perfeita e legal implantação da mencionada disciplina, que tem como base fundamental a formação integral dos seres humanos. Nada existe isolado neste Universo. Oxalá integremos os conhecimentos advindos da religião, filosofia e ciência, através de suas culturas, levando em conta a razão de suas existências, em função das Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 82 82 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. necessidades fundamentais do gênero humano. Que a educação, bem como todas as formas de cultura utilizadas pelo Ser Humano para o bem comum, realmente o sejam no seu genuinismo. Acreditamos, a partir da presente proposta, estar contribuindo ao convite da UNESCO, expresso no Relatório Internacional da Educação para o Século XXI, intitulado ‘Educação – Um Tesouro a Descobrir’ (1999), quando conclama os educadores a desenvolver trabalhos científicos que contemplem a vivência do autoconhecimento com o objetivo de reconstruir o mundo através da compreensão do Ser Integrado. A Maçonaria é maior; a Maçonaria pode mais. Urge o tempo, e qualquer ação humana, religiosa, filosófica e/ou científica realizada, senão em favor de conter, minimizar e/ou extinguir o caos mundial, a partir de cada um de nós, em nossa individualidade, só mais nos afligirá. Afinal, tudo deve ser unificado e não diversificado, porquanto, só o uno é realmente ativo; eis que precisamos fazer da diversidade a unidade, a partir de nós mesmos em nossa individualidade. Bom que se rediga! Questão de iniciativa! Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia - GLEB 83 83 Jair Tércio Cunha Costa O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano: uma proposta para o Ensino Formal. REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. Campinas: Papirus, 2003. ARANTES, Valéria Amorim (org). Educação e valores: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 10520: informação e trabalhos: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 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