O AUTOCONHECIMENTO
COMO RECURSO
DE PRIORIDADE MÁXIMA
PARA O
DESENVOLVIMENTO
HUMANO
- uma proposta para o
ensino formal -
Jair Tércio Cunha Costa
Salvador – Bahia | 2014
Projeto Gráfico e Editoração:
Sathyarte – Arte e Mídia Ltda
[email protected]
068
COSTA, Jair Tércio Cunha / O autoconhecimento como
recurso de prioridade máxima para o desenvolvimento
humano. Salvador: Sathyarte, 2014.
86p.: il.; 15x21 cm.
v.1
1 Maçonaria. 2 Educação. 3 Título.
133.9
CDD20. ed.
1ª Edição - Salvador/Bahia, 2014.
Direitos desta edição reservados à editora,
que permite e estimula a reprodução de parte do livro,
desde que seja citada a fonte.
Jair Tércio Cunha Costa
O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................... 5
1 ABORDAGENS CONCEITUAIS ACERCA DO
AUTOCONHECIMENTO ..................................... 17
2 EDUCAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO ......................29
3 ASPECTOS LEGAIS QUE RESPALDAM
A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO
PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO ...
4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DA DISCIPLINA
AUTOCONHECIMENTO NO SISTEMA FORMAL
DE ENSINO .............................................................63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................... ....79
REFERÊNCIAS...............................................................85
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Jair Tércio Cunha Costa
O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
O AUTOCONHECIMENTO COMO RECURSO
DE PRIORIDADE MÁXIMA
PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO
- uma proposta para o ensino formal -
APRESENTAÇÃO
O Deus verdadeiro só advém quando há autointegração;
portanto, autoconhecimento por parte do individuo,
mas em sua individualidade.
Todo conhecimento é inspirado;
e todo autoconhecimento é inspirador.
O autoconhecimento é individual,
mas só acontece nas relações.
Esta tese intitulada “O autoconhecimento como
recurso de prioridade máxima para o desenvolvimento
humano”, será proposta pelo Sereníssimo Grão-Mestre
da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia – GLEB, na
XLIII Assembleia Geral Ordinária da Confederação da
Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, a ser realizada
em Belo Horizonte/MG.
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uma proposta para o Ensino Formal.
Trata, como o título sugere, de uma proposta de
inserção da disciplina AUTOCONHECIMENTO nos currículos
formais de ensino, no âmbito do Ensino Superior, cujo foco
seja, senão a eterna e intensa transformação radical, pelo
menos a reforma e/ou mudança do ente humano pelo
conhecimento de si mesmo, através do despertamento,
conhecimento, desenvolvimento, manutenção e uso do seu
potencial humano pessoal individual; a sua auto-integração;
o
seu
autoconhecimento;
portanto,
o
seu
autodesenvolvimento; e o seu bem ser e estar social.
Vislumbra-se, com esta disciplina, promover no
âmbito da educação superior, o estudo do Ser Humano
como um todo e da sua consciência, visto que,
observável e verificável o fato de que, quem pratica o
autoconhecimento, de forma consciente, mantém e/ou
torna a mente educada, lúcida e penetrante, por
conseguinte, vive ampliando cada vez mais o seu grau
de inteligência; o seu grau de sensibilidade; enfim, o seu
grau de humanidade.
É fato notório que, atualmente, toda atenção do
Ser Humano voltou-se para rever o todo do Planeta,
incluindo o seu modo de agir, enquanto parte
integrante deste universo. Isto se tornou preocupação
de todos, e mais ainda daqueles para quem já é óbvio o
estado de desintegração, de degeneração e de
degradação destas grandes obras da Divina Criação: a
Obra Homem e a Obra Planeta, as quais hoje somos e
habitamos, respectivamente.
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uma proposta para o Ensino Formal.
Os seres humanos um tanto quanto mais
sensíveis, felizmente, têm demonstrado a intenção
factual de investigar o assunto de maneira
completamente lúcida e livre, inclusive, de críticas,
lisonjas ou aceitações, com uma persistente atenção,
honesta observação e sensibilidade significativa.
Até que se prove o contrário, estamos convivendo
com uma crise que parece não ter fim nem precedentes,
tanto no Ser Humano, ou seja, individualmente; quanto
na sociedade, ou seja, coletivamente; como no mundo,
ou seja, globalmente. Eis porque muito importa
investigarmos,
tempo
em
que
indagarmos,
reflexivamente: qual a origem desta crise afinal?
É notório o fato de que o Ser Humano está diante
de uma profunda crise de sentido de vida, refletida na
crise de valores, da moral, da ética e da estética, o que
demarca a decepção, a dor e o sofrimento, quais a
corrupção, a violência e a volúpia sociais denunciam.
Nesse sentido, a cultura atual empobrece e frustra
essa busca fundamental do Ser Humano por sentido de
vida, de profundidade, de integração com a vida, enfim,
de procura por Algo Maior, verdadeiro e significativo no
seu viver.
Evidentemente que não se encontrando a origem
deste caos, à partir do Ente Humano, atualmente
caracterizada, inclusive, pela corrupção, violência e
volúpia na sociedade, e, respectivamente, no mundo,
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caracterizada pela colonização, guerra e promiscuidade,
para que possamos extirpá-la pela raiz, é lógico que, no
mínimo, sutilmente, tal crise irá, como que se
enraizando, a partir de nós, para crescer, florescer e
frutificar, enfim, se expandir desde a sociedade mais
próxima até a mais distante, portanto, no mundo, como
o éter se faz quando solto no ar; como erva daninha,
enquanto despercebida a crescer no pasto; como fogo,
quando ateado em capim seco em campo aberto e o
vento a favor.
E parece-nos claro que só tenderemos a enxergar o
seu produto - caos - em todo o nosso redor, quando suas
proporções atingirem níveis alarmantes no todo que
fazemos parte, com características que parecem ser de
caráter irreversível, fomentando um futuro, no mínimo,
duvidoso e sombrio.
Com isso, demonstramos nossa, senão falta,
pouca sensibilidade para antever qual a tendência de
nossas ações, enquanto elas não se baseiam em valores
insofismáveis, caracterizados, por exemplo, como
códigos perenes e imutáveis de Leis Naturais que regem
o universo. Ora, com o advento do Século das Luzes, já
aprendemos, por exemplo, que vivemos num mundo de
causalidades; e nele, toda ação provoca uma reação
igual e em sentido contrário. Ainda que, para encontrálos, conhecê-los, senti-los, bem como utilizá-los, como
padrão de ação do nosso dia-a-dia de relações, seja algo
tido, para uns, como uma coisa distante; para outros,
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uma coisa difícil, e, para a maioria, praticamente uma
coisa impossível.
Bem verdade que, encontrar valores insofismáveis
caracterizados por códigos perenes e imutáveis de Leis
Naturais que regem o Universo, é uma jornada, senão
impossível, muitíssimo difícil. Daí porque dizer-se árdua!
Porém, vale dizer que é essencialmente necessário e
racionalmente justificável. Então, porque não se iniciar
logo nesta senda?
Ora, se queremos chegar ao longe, temos que
começar pelo que está mais próximo de nós: nós
mesmos. Não se pode ir adiante sem dar o primeiro
passo. Enquanto não temos a determinação de iniciar,
em nós, tal jornada, então, quando a necessidade exige,
a Lei Natural manifesta-se, nos dando uma mostra clara
do quanto estamos vivendo fora de seus códigos
indubitáveis, através da manifestação da decepção, dor
e/ou sofrimento.
Senão a maioria, muitos de nós ainda insistem em
colocar a poeira embaixo do tapete; em colocar sua
forma de viver, pouco inteligente, embaixo de sua
vaidade dispensável, autossugestionando de que tudo
vai muito bem.
Importa que abramos os nossos olhos o bastante
para observarmos ao nosso redor e tenhamos coragem
de verificar, por nós mesmos, se o mundo e a
humanidade estão ou não, em caos, inclusive, não só
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ecológicos, mas também psicológicos, respectivamente.
Se sensíveis poderemos perceber a verdade que nisto se
encerra e, poderemos ter a noção exata, para identificar
de quem é realmente a culpa de toda esta situação em
que nos encontramos.
E daí entende-se poder inutilizá-lo, mutilá-lo,
chaciná-lo e/ou destruí-lo, em seguida evidenciar o
porquê de a isso fazer, justificando com uma qualquer
ideia, como hoje ainda é feito, pois estamos, inclusive, a
matar os nossos irmãos, daqui e do outro lado do
oceano, em nome da “democracia”. Pura mediocridade!
Durante todo o tempo de nossa existência, já
brigamos por terras, por seres, por dinheiro, por
pessoas, por móveis, imóveis etc., mas desta feita a
coisa não está na esfera do objetivo, mas sim no campo
da subjetividade. Se bem observamos, a nossa crise está
afeita à maneira de pensar, posto que o que temos feito
e convivido, até prova em contrário, é através de
padrões de ideias, criados e propalados, inclusive, pela
nação, pela ciência, pela religião, enfim, pelos sistemas,
que tem nos deixado, não raro armados, condicionados,
enfim, moldados e, à sociedade, adequados, e vivemos
assim todos disputando, uns com os outros, as coisas da
vida, justificando através destas ideias dos padrões de
ações, as nossas ações do nosso dia-a-dia de relações.
Eis que importa saber que o Ser Humano necessita
realmente de valores insofismáveis, tais como, por
exemplo, já dito e redito, de códigos perenes e
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imutáveis de Leis Naturais que regem este Universo do
qual é parte integrante, e não de ideias e/ou opiniões;
por mais magnânima, sóbria e soberbamente edificada
que sejam, pois sempre estarão fadadas a ruir. E é o que
se nos acontece hoje no mundo, a vida humana, sem
beleza, riqueza e/ou significação alguma, pois o Ser
Humano tornou-se títere da sociedade, tornou-se um
ser sem nenhuma importância; no entanto, as opiniões
e ideias, não raro, tidas e/ou ditas “sui generis”
tomaram e subiram o podium no espetáculo da vida e
tornaram-se de tamanha relevância, que o Ser Humano
sequer tem alguma importância e significação neste
contexto.
Pois bem, é notório o fato de que o nosso caos é
imensurável, logo para exauri-lo, a partir de nós
mesmos, enfim, para olvidá-lo, nos é necessário uma
ação também de valor imensurável, sob pena de
causarmos mais caos, quando agirmos com, de nós, uma
parte, tentando dizimar o todo do problema. Afinal, o
todo sem a parte não é o todo; bem como a parte sem o
todo não é a parte não. O todo, em partes, demonstra
no todo as partes que tem. Aquele que, em si mesmo,
as partes do todo reconhece, quando age, demonstra,
no todo, as partes que, do todo, é e tem. O que implica
dizer que é o Ser Humano que precisa ser regenerado e
não a sociedade, isso deve se realizar já, porque o
futuro é agora e não amanhã.
E não se pode fazê-lo com ideias, mas sim, quando
através do processo genuíno da compreensão dos fatos,
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através sua análise, com base nos códigos perenes e
imutáveis das Leis Naturais que regem o Universo; é
evidente que assim exaurir-se-á a confusão. Afinal, a
análise dos fatos elimina a confusão.
Nós, Maçons, no trabalho inevitável de
aperfeiçoamento da Pedra Bruta que somos, devemos
levar em conta que as reformas e mudanças que, não raro,
tanto nos satisfazem, não passam de transformações
adiadas. Contudo, a Lei nos impulsiona também quanto à
transformações e não só a meras reformas ou mudanças.
Portanto, devemos estar cônscios de que não se
pode transformar o que se deseja ser, mas se pode
transformar o que no momento das relações se é. Pois
que, ao contrário do que, se é, o que se deseja ser não
existe, assim, nada pode ser feito por ele quanto a tal.
Eis que, muito importa estarmos atentos, pois, o
que somos sempre nos assalta, em nossas relações e se
o vemos aproximar-se, de dentro para fora de nós
mesmos, ele não nos surpreenderá. Assim, o nosso
maior empreendimento é o autoconhecimento. Afinal, a
Lei é clara, ela diz que o Ser Humano não vive sem o
saber, enfim, sem o conhecimento; no entanto, o único
conhecimento que ele não deve nem pode desprezar é
o conhecimento de si mesmo.
Portanto, considerando as principais dimensões de
atuação de uma Potência Maçônica, dentre as quais
destacamos o seu papel de promover o desenvolvimento
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intelectual, moral e/ou espiritual do Ser Humano, a
presente tese tem por objetivo apresentar reflexões
significativas acerca do autoconhecimento e sua
importância para a formação integral da criatura
humana, especialmente em face do evidente estado
atual de degradação do meio no qual estamos inseridos.
Esta tese busca, ainda, fortalecer, cada vez mais, a
Maçonaria na sociedade brasileira, a partir da
proposição de ações educacionais efetivas, que se
entende serem relevantes para, enquanto não extingue,
no mínimo, minimiza e/ou contém o caos individual, e
consequentemente, o caos social.
A Maçonaria, buscando cumprir com o seu papel,
tem se destacado por sua efetiva contribuição também
no âmbito educacional, bem como pela propagação de
valores morais, éticos e estéticos relevantes, no meio em
que está inserida. Isto porque, entende que o Maçom
tem por dever moral empreender na transformação
social, a partir de si mesmo.
Nesta perspectiva, é evidente que os princípios
maçônicos eminentemente coadunam-se com o todo do
conhecido, possível e/ou disponível acerca dos valores
insofismáveis de Leis Naturais que regem o Universo.
Portanto, não só do conhecimento adquirido pela razão,
mas também pela intuição advindos dos planos divinos; das
experiências armazenadas na alma sob a forma de
sentimentos; bem como pelas pesquisas específicas dos
seres humanos abnegados em manter a unidade das coisas.
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uma proposta para o Ensino Formal.
Numa iniciativa pessoal, implantamos na cidade de
Salvador/BA, a partir da A R L S Cavaleiros da Luz
– Nº 147, instituições de ensino, formais e não-formais,
as quais laboram sistematicamente em prol da reforma
da criatura humana pelo conhecimento de si mesma.
No ano de 1986, instituímos a Fundação
Ocidemnte, a qual, em seus 30 anos de existência, vem
desenvolvendo experiências nos mais diversos campos
do conhecimento, buscando sempre criar e inovar na
área educacional, estimulando, inclusive, atividades de:
autoconhecimento; despertamento, construção e
desenvolvimento da consciência; bem como de
responsabilidade social, com o intuito de contribuir na
construção de uma sociedade cada vez mais justa e
solidária, dentro de uma visão global, que se destaque a
construção e o desenvolvimento de ações integradoras
do Ser Humano, considerando a razão de sua existência.
A partir de tal experiência, criamos e mantemos
três instituições de ensino e pesquisa, em nível de
Educação Infantil e Fundamental, Ensino Médio e Ensino
Superior, respectivamente, dedicadas à programas de
projeto e construção, bem como execução de todo
conhecimento teórico/prático, religioso, filosófico e/ou
científico sobre a vida, como um todo, mais
particularmente o Ser Humano, relativo a valores
insofismáveis caracterizados por códigos perenes e
imutáveis de Leis Naturais que regem o Universo.
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uma proposta para o Ensino Formal.
Buscamos, com tais iniciativas, auxiliar o Ser
Humano, quanto a despertar, construir e/ou
desenvolver sua consciência, inclusive através da
educação, como fim de fazê-lo resgatar o seu potencial
humano pessoal, segundo o faz conhecer, autoconhecer
e autorrealizar.
Nesta perspectiva, objetivamos ser “locus” de
referência em educação no Estado da Bahia e, em
especial na região de Salvador, assumindo o
compromisso de promover o desenvolvimento
educacional da região, conforme prevê os princípios
maçônicos que norteiam as diversas áreas de atuação
de uma Potência Maçônica.
Enfim, esta tese propõe evidenciar a importância de
laborar-se na integração das três dimensões do Ser Humano
(física, psíquica e moral/espiritual), através do
autoconhecimento, bem como do despertamento,
construção e/ou desenvolvimento da sua consciência, que
entendemos deve ser considerada imprescindível para a
transformação individual e, consequentemente, social, em
prol da, cada vez melhor, autossustentabilidade do gênero
humano.
Ora, o Ser humano é maior; ele pode muito mais do
que saber construir caos.
Questão de determinação!
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1 ABORDAGENS CONCEITUAIS
ACERCA DO AUTOCONHECIMENTO
A melhor religião é a verdade;
a melhor forma de praticá-la é o autoconhecimento;
e a única forma de realizá-lo é pensando sem o pensamento,
ou melhor, usando a inteligência sem a participação do pensamento.
Quem não autoconhece o bastante
não conhece o seu valor,
nem o do seu semelhante.
Quem se autoconhece se torna
Senhor do seu tempo.
A discussão que envolve a importância do
autoconhecimento atravessa gerações e diversas
tradições culturais, desde o oriente ao ocidente,
construindo marcos civilizatórios entre os povos que
plasmaram pelos tempos, tendo como referência
significativa a epígrafe que se encontrava no templo de
Apolo, em Delfos, sobejamente realçada por Sócrates:
Conhece-te a ti mesmo.
Essa asserção foi traduzida durante os séculos
como uma premissa mandatória de compreensão do
conhecimento como modo de condução dos indivíduos
ao interior de si mesmos através de um caminho
virtuoso caracterizado pela prática do bem e da justiça.
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A tradição cultural ocidental que se estabeleceu
nos tempos modernos privilegiaram a busca do
conhecimento científico de cunho exterior, do
entendimento das coisas externas da vida, criando
barreiras e obscurecendo o caminho da subjetividade,
do autoconhecimento.
Durante esse período a identidade humana foi
esquecida e/ou inobservada, ou até mesmo perdida,
pois hoje, bem como em séculos atrás, nos deparamos
com uma busca incessante pela nossa identidade, em
que muitos de nós estamos a nos perguntar: Quem
somos? De onde viemos? Para onde vamos?
São perguntas que o Ser Humano faz a si mesmo
no sentido de entender suas ações, reações, objetivos, e
refletir na busca de si mesmo e do outro. Nesta busca
pela compreensão da nossa identidade, muitos autores
tem
apresentado
importantes
e
relevantes
considerações quanto ao autoconhecimento.
No conceito de Skinner (1993), autoconhecimento é
um comportamento verbal discriminativo; expressa um
conhecimento sobre o próprio comportamento. Já Gilbert
Ryle (1963) nos seus manuscritos considera que o
autoconhecimento não ocorre pela consciência ou
introspecção. Tais objetos são mitos. O autoconhecimento
ocorre pelo mesmo modo através do qual conhecemos
outras pessoas, onde conhecer sobre si é o mesmo que
conhecer sobre o outro, utilizando das observações dos
próprios comportamentos. (APUB, 2004).
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Nas reflexões de Hoga (2004), ele considera que
autoconhecimento é vital para o estabelecimento de
um relacionamento interpessoal adequado, onde
conhecer-se a si mesmo possibilita à pessoa tomar
ciência das próprias limitações, fragilidades e também
descobrir e permitir melhor usufruto de suas
potencialidades.
Weber (2005) traz uma concepção que
autoconhecimento
é
autoconsciência,
com
autodiscriminação de comportamentos e estímulos a
eles relacionados.
Neste contexto, podemos observar que diferentes
comportamentos e estímulos nas diversas relações
sociais (familiares, profissionais, educacionais etc)
tornam o autoconhecimento uma relevante temática a
ser vivenciada, pois o indivíduo é frequentemente
solicitado a relatar o seu próprio comportamento ou as
contingências a que foi exposto, uma vez que os
autorrelatos permitem que a comunidade entre em
contato com eventos aos quais apenas o indivíduo tem
acesso (sentimentos, desejos, pensamentos, ideias etc).
As ocorrências do cotidiano que afetam as
pessoas, aparentemente inofensivas, porém frequentes,
prejudicam profundamente, e de forma cada vez mais
significativa, as grandes tragédias a que elas estão
sujeitas na vida. Assim, o conhecimento, o
enfrentamento e a possibilidade de autorregulação após
o processo de confronto dos problemas do dia a dia são
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importantes para o bem-estar, a saúde mental e para
um viver cada vez mais pleno, dos seres humanos.
No dia a dia das relações familiares, com amigos,
colegas, superiores e subordinados hierárquicos, o
autoconhecimento é por demais importante, pois
contribui, inclusive, na resolução das angústias; na
maior resistência às frustrações; no combate aos
medos, estresses e depressão. Irá promover a
harmonização, portanto, das relações familiares, das
relações interpessoais, e também da melhoria no nível
de convivência com vizinhos, comportamento no
trânsito e na qualidade de vida em geral. Porquanto,
quem autoconhece, o bastante, conhece o seu limite,
bem como a sua sabedoria, a sua força e a sua beleza.
É verificável o fato de que a falta de
conhecimento de si mesmo é também fruto de
condicionamento social e cultural (formação, modelos
mentais, paradigmas) que impôs e impõe ao Ser
Humano a inércia existencial. Essa inércia lhe
impossibilita condições de praticar a coragem de olhar
para si mesmo, levando à compreensão do seu
processo de mutabilidade, onde muitas vezes utiliza-se,
de forma satisfatória, a construção do seu Ser, a partir
de suas auto-imagens idealizadas, e das imagens
construídas de forma alheia.
As emoções humanas, tais como: medo, raiva,
tristeza, alegria, podem ser geradas pelo pensamento, e
definem que o indivíduo, no seu desenvolvimento
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pessoal, sofre influências que estabelecem uma origem
particular, através das emoções individuais de cada um.
Educar é a orientação para que o Ser Humano
possa absorver, em si mesmo, a verdade que reside no
fato do autoconhecimento, ou seja, quando do grande
encontro do Ser Humano consigo mesmo. Faz parte da
educação emocional, o desenvolvimento da empatia,
capacidade de reconhecer corretamente as emoções do
outro e de compreender seus sentimentos e
perspectivas, respeitando as diferenças com que as
pessoas encaram as coisas, permitindo convívio
harmônico de uns com os outros. Não há sociedade
equilibrada sem personalidade educada; e não há razão
desperta sem instintos moderados.
A importância do autoconhecimento ao longo da
vida de cada pessoa reflete diretamente nas escolhas e
na futura carreira do profissional, pois atualmente ser
considerado um talento para a organização na qual se
está inserido significa não ter apenas habilidades
técnicas, mas principalmente saber reconhecer e lidar
com suas emoções no alcance do melhor desempenho e
da excelência profissional.
Autoconhecer é manter-se naquele estado de
observação, inclusive de si mesmo. Com a aplicação
prática do autoconhecimento nas relações profissionais,
identificam-se talentos com a capacidade que cada um
tem de explorar os frutos da experiência pessoal para
alcançar a realização como um todo. O reconhecimento
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de aptidões e habilidades permite a criação de uma
trajetória pessoal e profissional diferenciada e bemsucedida. No mundo dos negócios o conhecimento e o
capital intelectual não são tudo. O sucesso acontece
naturalmente para as pessoas que têm a coragem e a
simplicidade de serem elas mesmas, na medida em que
se autoconhecem.
O processo histórico do conhecimento vem
demonstrando, que mesmo de maneira inexorável, o Ser
Humano vem acumulando saberes. O desejo de
compreender a realidade gerou a filosofia, que surge desde
o momento em que o Ser Humano começou a refletir sobre
o funcionamento da vida e do universo, buscando uma
solução para as grandes questões da existência humana. A
filosofia é, portanto, a base e essência de todos os
conhecimentos, pois sem ela o Ser Humano aceitaria as
perguntas e respostas como elas estão.
Assim, é necessário
pelo tempo, para termos
contribuições e dos
proporcionadas pelos
estudiosos.
fazermos uma breve viagem
a compreensão das grandes
avanços da humanidade
pensadores, filósofos e
Os sofistas foram os primeiros mestres na arte da
argumentação. Eram sábios que tinham por missão
ensinar a filosofia como um modo de viver a vida
pública. Eles ensinavam a arte de argumentar.
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uma proposta para o Ensino Formal.
A partir do pressuposto “só sei que nada sei”, que
consiste justamente na sabedoria de reconhecer a
própria ignorância, começa a busca do saber. Sócrates
desejou demonstrar as contradições entre ideias e atos,
instigar o homem a distinguir por si mesmo o justo do
injusto e a agir corretamente.
A teoria das ideias, uma das principais contribuições
filosóficas de Platão, procurava solucionar o problema da
realidade e das aparências, da unidade ou pluralidade do
ser. Ele considerava que as coisas que percebemos são
imagens, sombras projetadas em nossa estreita caverna,
de realidades superiores que existem imutáveis no mundo
das ideias, presididas pela ideia do bem.
Na filosofia medieval surge a Escolástica
(produção
filosófico-teológica),
uma
inspiração
aristotélica nos caminhos de Deus, tendo como maior
representante, São Tomás de Aquino.
Com a filosofia moderna surge o Renascimento,
movimento que defendia o retorno de seus ideais de
exaltação do ser humano e de seus atributos, como
razão e liberdade. O renascimento propiciou o
desenvolvimento de uma mentalidade racionalista.
Expressando maior disposição para investigar os
problemas do mundo, o indivíduo moderno aguçou seu
espírito de observação sobre a natureza, dedicou mais
tempo à pesquisa e às experimentações.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
O Racionalismo, em cuja base se encontra a
confiança na capacidade absoluta da razão para alcançar
o conhecimento, serviu-se do método dedutivo para
suas elaborações teóricas. O maior representante do
racionalismo foi René Descartes, iniciador do
subjetivismo moderno. O pensamento de Descartes
fundamenta-se numa primeira evidência -- "penso, logo
existo" -- a partir da qual já era possível a aquisição de
novas ideias. A garantia da certeza dessas últimas se
produzia quando cumpriam a condição de serem claras,
distintas e não contraditórias. Já o Empirismo defendia a
tese de que qualquer conhecimento se origina da
experiência sensível, ou seja, dos sentidos.
O Iluminismo, também conhecido como Ilustração
ou Esclarecimento – foi um movimento intelectual e
filosófico trouxe valores fundamentais defendidos pelos
iluministas: igualdade, tolerância, liberdade e
propriedade privada.
Com a filosofia contemporânea surge o
Positivismo, fundada na extrema valorização do método
científico das ciências positivas (baseadas nos fatos e na
experiência); o Marxismo, que propôs como objeto da
reflexão filosófica o estudo das relações econômicas e
sociais e afirmou que a missão da filosofia, que até
então tinha sido a de pensar o mundo, devia ser agora a
sua transformação. Marx procurou compreender a
história real dos seres humanos em sociedade a partir
das condições materiais nas quais eles vivem.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
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A partir da segunda metade do século XIX surgem
diversas tendências filosóficas, entre as quais: o
pragmatismo de William James; o irracionalismo de
Soren Kierkegaard; a filosofia da vontade de
Schopenhauer; o vitalismo de Nietzsche, e o
evolucionismo do naturalista Charles Darwin.
A partir do começo do século XX teve início uma
reflexão radical sobre a natureza da filosofia, sobre a
determinação de seus métodos e objetivos. No que diz
respeito ao método, destacaram-se as novas reflexões
sobre a epistemologia ou ciência do conhecimento,
surgidas a partir do estudo analítico da linguagem, e o
impulso dado à filosofia da ciência.
Se o Ser Humano não tivesse exercido seu poder
de questionamento era capaz de até hoje a sociedade
não ter evoluído. Então, um dos principais papéis da
filosofia é tentar trazer soluções para a humanidade. Daí
surge a necessidade de pensarmos num conhecimento
mais penetrante acerca de si mesmo, um conhecimento
que busque compreender a raiz do Ser Humano, sua
natureza interna, sua essência, estamos falando do
autoconhecimento.
A filosofia vem a longo da história contribuindo com
diversas teorias para a evolução humana. Urge, assim, algo
ainda mais profundo que possa penetrar no profundo em
si da criatura humana. Estamos falando de uma nova
teoria que busca aliar razão e experiência sensível; sujeito
e objeto; homem e mundo; interioridade e alteridade;
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
subjetividade e objetividade. Essa teoria trata do
autoconhecimento, e o autoconhecimento procura dar
conta do conhecimento de si e do conhecimento do
mundo, num processo dialético, estabelecendo uma
dialogicidade entre atenção e reflexão. Atenção sobre o
mundo e reflexão do homem e sua interação com o
mundo, de maneira equilibrada.
Proeminente, faz-se, então, alinhar a educação a
esse conceito de visão de mundo, despertado no século
XX, que compreende o Ser Humano como parte do todo,
integrado ao universo, e não destacado do cosmo,
permitindo-nos a auto-integração através da
aproximação entre o sentir, o pensar e o agir, pois
somos um Ser que deve aprender a sentir, pensar e agir,
num só ato de integração, sob pena de, ao agir, só criar
desintegração.
É papel do pensador na atualidade, buscar dentro
desta diversidade geradora uma verdade criadora,
ampliando de maneira sintética as teorias pré-existentes
e indo além, pois a consciência necessita da busca do
que está por vir; porquanto, a ciência deve paramentarse com as múltiplas cores da verdade; seu elemento
deve ser a verdade; esta que deve ser seu espírito,
enfim, sua maior aspiração e sua vida, para que assim
possa ser ela, a ciência, discutida à Luz trina do
conhecimento científico, filosófico e religioso. Portanto,
do experimento direto, correto e completo; do honesto
raciocínio; e do desperto sentimento.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Ora, a Maçonaria mantém em seu meio a
provadamente verdadeira teoria de que o Ser Humano é
um Ser Trino composto de Espírito, Alma e Corpo Físico,
criado por Deus, através do Espírito, com a finalidade de
ajudar ao planeta em sua descondensação, pois o
Universo não tem preferência por energia condensada.
Para tanto, o autoconhecimento, pois enquanto só
investimos em conhecer nos mantemos cada vez mais
superficiais, pois fomos projetados para conhecer,
autoconhecer e autorealizar para os devidos fins. Até
porque o Ser Humano deve imitar o Universo; ele deve
viver organizando o todo ao seu redor segundo associa
partes interdependes e subordinadas, cuja relação e
propriedades são determinadas por sua função no todo.
Nesse sentido, e intencionando suscitar o
autoconhecimento e a autotransformação, entendemos
que o primeiro passo para a educação é sair da visão
separatista rumo à visão integradora do Ser Humano e
da realidade.
Bem vindos ao Século das Luzes!
Questão de socialização!
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
2 EDUCAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO
O que somos é muito intricado;
eis a importância do autoconhecimento.
Autoconhecimento: investimento crucial
para o autocrescimento, factual.
Deus nos dá a consciência e nós provamos isso,
na medida em que a utilizamos para autoconhecer;
pois verdade alguma pode ser dispensada,
principalmente a de nós mesmos.
O mundo contemporâneo vem experimentando
um acelerado processo de transformações científicas,
revolucionando as formas de produzir, pensar e
aprender. Essas transformações iniciaram no fim do
século XVIII, na Grã-Bretanha e nos Países Baixos,
através de métodos de produção, e que criaram, em
todo o mundo, uma nova sociedade: a sociedade
industrial de nossos dias que, inevitavelmente, refletiu
no modus operandi mecanicista da educação.
Na sociedade industrial o desejo de adquirir,
manter e/ou aumentar propriedades com fins de
obtenção de lucro é a mola propulsora. Os donos dos
meios de produção são admirados e caracterizados
como Seres Superiores criando-se um círculo vicioso no
qual o indivíduo é orientado para o “ter” estabelecendo
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
um padrão dominante no qual ninguém quer ser
marginal (FROMM, 1987).
Ter e Ser significam duas atitudes
existenciais em oposição, um crucial dilema
humano. A atitude possessiva do ter
diminui o ser e reduz a liberdade pessoal.
Aquele que é possuído pelas posses e se
valoriza somente pelo que tem, investe
energia para preservar e cuidar delas, pois,
a qualquer momento, pode perdê-las e por
isso não tem liberdade para cuidar do seu
ser. Corre-se o risco de perder a identidade
como pessoa, acompanhada de frustração,
ansiedade e a sensação de não se chegar a
lugar nenhum. Esse lugar nenhum está
relacionado ao seu Ser - pessoa, potencial,
individualidade (FROMM, 1987, p. 27).
Essa educação mecanicista reproduziu uma
civilização globalizada, de ritmo acelerado, de ideologias
consumistas e imediatistas que tentam resignar a
complexa condição humana à mera busca do “ter”.
Nas décadas recentes o modelo de globalização
que se disseminou pelo mundo agravou o quadro social
e econômico, porquanto redefiniu o papel do Estado,
através da intensificação dos processos de privatização,
transformações produtivas aceleradas e novas divisões
do trabalho.
Nesse momento histórico a educação é pensada e
defendida como um instrumento a serviço do
desenvolvimento, orientada para a produção e as
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
transformações do mundo do trabalho. Afinal, a
produção de conhecimento, no âmbito educacional,
tem assegurado um lugar no modelo de
desenvolvimento econômico vigente, pois se vincula
com a noção de crescimento e transformação produtiva.
Uma inversão que fomenta os indivíduos focar no
acúmulo de renda e status na estrutura social, em
detrimento de uma formação ética, cidadã, enfim,
consciente do seu papel individual e social.
O grande discurso que envolve o sistema
educativo atual esquece-se da discussão sobre o Ser
Humano e volta-se para melhoramento da produção,
vez que, é sobre a base de recursos humanos que se
pode produzir a competitividade entre as nações com
critérios internacionais de qualidade e processo de
produção baseado na eficácia e eficiência, ou seja,
voltado para o mundo da produção e do trabalho.
O Ser Humano passa a existir, nesse círculo
produtivo, por possuir um conjunto de habilidades
técnicas inerentes à participação na vida produtiva da
sociedade moderna, compreendendo o uso de
tecnologias, capacidades básicas de leitura, escrita e
cálculo.
A educação é reduzida a um indicador de
desenvolvimento, o qual representa o vetor de
crescimento social e passa a ser conceituada como
único mecanismo de mudança e progresso técnico que
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
uma sociedade almeja ser. Através desse modelo
espera-se que seja formada mão-de-obra profissional e
técnica necessárias à industrialização.
No bojo desse modelo forma-se, apenas, um
profissional moldado para produzir e competir,
inclusive, internacionalmente, que consiga adquirir e
ampliar seu conhecimento técnico. Decifrar os códigos
da modernidade transforma-se em diferencial
competitivo entre as nações.
De acordo com Ouspensky (1985) o homem
moderno caracteriza-se pela ausência de unidade em si
mesmo e o seu desenvolvimento decorre em duas
vertentes: o Saber e o Ser. Tais vertentes avançam
juntas, porém em desequilíbrio, pois existe a valorização
do saber em detrimento do Ser, caracterizando uma
dualidade como afirma o autor: “o saber de uma coisa é
ligado à ignorância de outra; (...) o saber do detalhe
ligado à ignorância do todo; o saber da forma, ignorante
da essência” (Id. Ibid, p. 85).
A inversão de valores sobre o real papel da educação
é percebida pelo lançamento de programas educativos
que empregam termos econômicos associados à educação
tais como: reengenharia pedagógica, aprendizagem
cooperativa, descentralização, gestão democrática entre
outros. Para o controle de qualidade são estabelecidas
termos expressos em taxas de retenção, taxa de promoção
ou comparação internacional do rendimento escolar.
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uma proposta para o Ensino Formal.
São duas forças que trabalham com objetivos
distintos e não complementares: economia e educação.
Para discutirmos a educação em seu sentido stricto é
pertinente pensarmos numa força norteadora e
propulsora do processo de autotransformação humana
como um todo.
A sociedade demanda um novo “tipo” de
educação. Uma educação atemporal que se liberte de
raízes mecanicistas e que leve em conta todas as
dimensões do Ser Humano. Nicolescu (2000. p. 19)
sustenta que a “educação só pode ser viável ser for uma
educação integral do homem; uma educação que se
dirige à totalidade aberta do Ser Humano e não apenas
a um de seus componentes”.
A grande realização do processo educacional é
habitar o Ser Humano a tornar-se capaz de
experimentar em si mesmo, a razão da existência,
manifestada através dos movimentos incessantes da
vida em sua imensidade. Enfim, torná-lo, de fato,
integrado com si mesmo e com a sociedade na qual está
inserido.
Essa demanda responde aos anseios da educação
para o século XXI, configurada no Relatório
Internacional da educação para o século XXI, da Unesco,
intitulado Educação – um tesouro a descobrir (1998), o
qual enfatiza, claramente, os quatro pilares da
educação.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Esse relatório afirma que a única possibilidade de
responder a essa demanda de integração humana é
atribuir à educação a organização em torno de quatro
aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a
vida do indivíduo, serão de algum modo para cada um,
os pilares do conhecimento:
aprender a conhecer, isto é adquirir os
instrumentos da compreensão; aprender a
fazer para poder agir sobre o meio
envolvente; aprender a viver juntos a fim
de participar e cooperar com os outros em
todas as atividades humanas; finalmente
aprender a ser, via essencial que integra as
três precedentes. É claro que estas quatro
vias do saber constituem apenas uma,
dado que existem entre elas múltiplos
pontos de contato, de relacionamento e de
permuta (DELORS, 1998, p.90)
No âmbito desse relatório, o aprender a conhecer
significa a aprendizagem dos conhecimentos científicos
e culturais que nos ajudam a distinguir o que é real e o
que é ilusório, e a ter, assim, o domínio dos saberes de
nossa época. Nesse contexto, o espírito científico é
considerado uma aquisição fundamental e indispensável
para se integrar à sociedade. Esse pilar também significa
ser capaz de estabelecer pontes entre os diferentes
saberes, entre esses saberes e seus significados para
nossa vida cotidiana, entre esses saberes e significados
e nossas capacidades interiores.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
O aprender a fazer significa a aquisição de
habilidades e competências para uma profissão, ou seja,
dos conhecimentos e práticas que lhe estão associados, e
toda profissão, no futuro, deve estar ligada, no interior do
Ser Humano, aos fios que a ligam a outras profissões. Por
fim, aprender a fazer é um aprendizado da criatividade, ou
seja, um “fazer” que também significa fazer o novo, criar,
trazer suas potencialidades criativas à luz.
Quando se contextualiza a necessidade de
respeito às normas que regem as relações entre os seres
que compõem uma coletividade estamos nos referindo
à aprendizagem do viver juntos. Todavia essas normas
devem ser realmente compreendidas, admitidas
interiormente por cada sujeito, compartilhadas e não
sentidas como pressões externas. Envolve, diretamente,
reconhecer-se a si mesmo frente ao outro. Trata-se de
um aprendizado permanente, que deve começar na
mais tenra infância e continuar ao longo da vida.
Por fim, o aprender a ser significa formar-se
integralmente. A construção de um Ser Humano passa
inevitavelmente pelas tensões entre o interior e o
exterior, entre o mundo objetivo e o subjetivo.
Aprender a ser é aprender a conhecer e respeitar aquilo
que liga o Sujeito e o Objeto.
Os três primeiros pilares da educação assentam-se
sobre o quarto, ou seja, o aprender a conhecer, o
aprender a fazer, o aprender a viver juntos só fazem
sentido se estiverem assentados no aprender a ser. Esse
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uma proposta para o Ensino Formal.
último corresponde ao ser que integra, em si, as
diversas dimensões da vida, que nele se assentam.
Portanto, é função da educação contribuir para o
desenvolvimento total da pessoa humana, primando por
sua liberdade e autonomia. De acordo com o Relatório:
Desde sua primeira reunião, a Comissão
reafirmou, energicamente, um princípio
fundamental: a educação deve contribuir
para o desenvolvimento total da pessoa –
espírito e corpo, inteligência, sensibilidade,
sentido estético, responsabilidade pessoal,
espiritualidade. Todo o Ser Humano deve
ser preparado, especialmente graças à
educação que recebe na juventude, para
elaborar pensamentos autônomos e
críticos e para formular os seus próprios
juízos de valor, de modo a poder decidir,
por si mesmo, como agir nas diferentes
circunstâncias da vida (DELORS,1998, p.99).
Diante do exposto, é possível observar que, de
fato, existe uma interrelação evidente entre os quatro
pilares propostos para a educação do século XXI e a
visão de uma educação integral. Jacques Delors e os
demais educadores que escreveram o Relatório da
UNESCO entendem que um dos objetivos fundamentais
da educação é levar à descoberta, ao reconhecimento e
à compreensão do outro, a partir da relação dialética
com a vivência do autodescobrimento.
Fundamentados nesse consenso, ressaltam que a
inserção de disciplinas no currículo escolar direcionadas
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uma proposta para o Ensino Formal.
para a vivência do autoconhecimento do educando e do
educador é um procedimento pedagógico indispensável
a todo processo de ensino-aprendizagem.
Reconhece-se que a abordagem disciplinar é
caracterizada pela visão monodisciplinar numa relação
do Ser Humano com o objeto do conhecimento. Esta
visão, é compreendida como uma dissociação de
saberes que fragmenta o conhecimento em várias
ciências. O paradigma da disciplinaridade trata da
relação do Ser Humano com o processo disciplinar de
produção e/ou aquisição do conhecimento. Porém, é o
primeiro passo para se promover a discussão, reflexão,
sensibilização e implantação de uma nova cultura em
prol do desenvolvimento humano de forma integrada.
É mister ampliar os objetivos da educação
mantendo-a fiel ao seu objetivo de integrar o Ser
Humano consigo mesmo e com a sociedade na qual é
parte integrante.
De acordo com o Relatório (DELORS, 1998) devem
ser transformadas, nos âmbitos internacional e nacional,
a orientação para qualquer reflexão ou elaboração de
projetos e práticas educacionais no século XXI:
Tudo nos leva, pois, a dar novo valor à
dimensão ética e cultural da educação e,
deste modo, a dar efetivamente a cada um
os meios de compreender o outro, na sua
especificidade, e de compreender o mundo
na sua marcha caótica para uma certa
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
unidade. Mas antes, é preciso começar por
se conhecer a si próprio, numa espécie de
viagem
interior
guiada
pelo
autoconhecimento, pela meditação e pelo
exercício da autocrítica. Esta mensagem
deve orientar qualquer reflexão sobre
educação,
em
conexão
com
o
desenvolvimento e o aprofundamento da
cooperação internacional, no âmbito da
qual se alcançarão as soluções aqui
propostas. (DELORS, 1998, p. 16-17).
Assim, a educação não pode se contentar com
objetivos limitados a partes do todo, não pode
endereçar seus objetivos apenas para situar o Ser
Humano no mundo econômico. Se o Ser Humano é uma
totalidade, então, a educação deve voltar-se para essa
totalidade, para a ordem universal, para os laços que
nos unem ao mundo natural e cósmico, para a unicidade
da vida e não para a separação entre os mundos
mineral, vegetal, animal, humano e espirirual, que são
interdependentes, e cuja sobrevivência comum
depende do respeito à sua harmonia.
A sociedade necessita, urgentemente, de uma
educação que esteja voltada para a totalidade do Ser
Humano e não apenas a uma ou outra de suas
dimensões, ou a um ou outro dos seus níveis de
consciência. Uma educação que não privilegie,
prioritariamente, nem a espiritualidade, nem a
racionalidade, nem a corporalidade; nem a
individualidade, nem a coletividade; nem a
subjetividade nem a objetividade. Mas que integre
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todas essas dimensões da realidade e níveis de
consciência.
Ao refletir sobre a constituição do Ser Humano e
sua finalidade para com a vida Morin (2000, p.14, p.17)
apresenta em sua obra ‘Os sete saberes necessários à
educação do futuro’, preconizada pela UNESCO:
O Ser Humano é a um só tempo físico,
biológico, psíquico, cultural, social, histórico.
Esta unidade complexa da natureza humana é
totalmente desintegrada na educação por
meio das disciplinas, tendo-se tornado
impossível aprender o que significa Ser
Humano. É preciso restaurá-la, de modo que
cada um, onde quer que se encontre, tome
conhecimento e consciência, ao mesmo
tempo, de sua identidade complexa e de sua
identidade comum a todos os outros
humanos. Desse modo, a condição humana
deveria ser o objeto essencial de todo o
ensino.
Somente uma compreensão concreta da
multidimensionalidade do Ser Humano (integração das
dimensões sensorial, racional e espiritual) pode
embasar uma educação que não leve os seres humanos
a servirem ao mercado, mas o mercado e o mundo a
servirem ao desenvolvimento do Ser Humano.
Afinal, educar é também um processo em que o
indivíduo convive com o outro e, na convivência, se
transforma espontaneamente, “de maneira que seu
modo de viver se faz progressivamente mais congruente
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
com o do outro no espaço de convivência” (MATURANA,
2002, p. 76), e de maneira recíproca. É, portanto, um
processo de desenvolvimento humano que se
caracteriza na legitimação do outro enquanto outro, a
partir da legitimação de si enquanto sujeito.
Essa é a premissa fundamental do processo de
autoconhecimento na educação uma vez que é
inquisitivo que o papel da educação ultrapasse a visão
tradicional e, não menos importante, de produzir,
reproduzir, divulgar e conservar o conhecimento. Sordi
(2005, p.31) coadunada com esse argumento ao
sustentar que
[...] é preciso que haja o compromisso com
uma educação que emancipe o homem,
que respeite e amplie a sua capacidade de
pensar criticamente. Pensar sobre si e o
mundo em que vive, entendendo as forças
que nele atuam e retroagem. Pensar para
compreender e para agir no sentido da
mudança das condições sócio-políticoeconômicas que expropriam o homem da
sua própria humanidade.
A vivência do autoconhecimento do Ser Humano é
pré-requisito, não somente para a autocompreensão do
indivíduo e a compreensão do outro, mas também para
ser possível instaurar um novo valor à dimensão ética e
cultural de uma educação direcionada para o
desenvolvimento humano (DELORS, 1998).
Questão de consciência!
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3 ASPECTOS LEGAIS QUE RESPALDAM
A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO
PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO
O primeiro direito do Ser Humano é viver materialmente;
e o primeiro dever é viver espiritualmente.
A verdade, assim como a arte, a ciência e a espiritualidade
estão nos olhos de quem olha, mas a ponto de ver.
Arte, ciência e espiritualidade devem caminhar juntas,
para o bem do Ser Humano, portanto, da humanidade.
Os princípios fundamentais para o Sec. XXI
definidos pela UNESCO, juntamente com diversos
educadores de vários países surgem numa perspectiva
de melhor aproveitamento do campo fértil que é a
educação para o cultivo dos valores humanos, em face
do mundo tão conturbado por conflitos sociais.
Deve ser fim da educação desenvolver cidadãos
íntegros e integrados consigo e com o ambiente que o
cercam. Contudo, o que ela vem fazendo é formar seres
humanos fragmentados, cujo resultado se vê refletido
nos conflitos individuais e sociais.
Nunca estivemos tão confusos como agora. Nunca
fizemos tantas guerras como atualmente!
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A educação atual, até então, tem pautado suas
ações pedagógicas no agir e pensar do Ser Humano, ao
passo que o sentir tem sido deixado de lado,
esquecendo-se que o indivíduo é um ser trino,
composto de corpo físico, alma e espírito. Bom que se
rediga! Contudo, é preciso ir além, visto que aprender a
sentir é indispensável para o processo de
autoconhecimento; e, consequentemente, para o
despertamento, construção e desenvolvimento da
consciência do Ente Humano. Neste contexto, o grande
desafio da educação é favorecer a formação integral do
Ser Humano.
O Ser Humano não pode evitar conhecer,
autoconhecer e autorrealizar; eis que, conhecer é saber
que existe; autoconhecer é localizar-se em si mesmo; e
autorrealizar é localizar-se em Deus. É factível que a
posição dos indivíduos na sociedade será determinada
pelo conhecimento que puderam adquirir. Contudo, tão
importante
quanto
o
conhecimento
é
o
autoconhecimento, ou seja, é o que se sente do que se
sabe, pois somente o sentimento pode ser
transformado em experiência, que, por sua vez, poderá
ser aplicada no dia a dia de relações.
Estima-se que a sociedade do futuro investirá em
inteligência, baseada em educação e aprendizagem,
com as quais cada indivíduo construirá seu perfil
educacional pessoal, mas a inteligência baseada no
intelecto é, senão nada, pouco. É preciso ir além; é
preciso ir lá para as dimensões da inteligência,
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uma proposta para o Ensino Formal.
favorecendo o desenvolvimento, também, da
consciência do Ser Humano; o que só se dá através do
autoconhecimento.
Eis que, a educação deve contemplar a formação
integral dos educadores e educandos, sendo coerente
com a indivisibilidade das dimensões física, psíquica e
moral/espiritual de cada indivíduo. Assim como cada Ser
Humano possui diferentes limites, possui também
diversas potencialidades que poderão, ou não, ser
desenvolvidas e expressas, a partir das formações e
transformações que ocorrem durante toda a vida. Neste
sentido, a educação deve ser um processo intencional,
contínuo e transformador, que nos leve à integralidade
e que repercuta durante toda a vida.
Estas são as preocupações expressas em
documento da Comissão Européia, de 1997 - The White
Paper - Teaching and learning: towards the learning
society - cujo objetivo é abrir o debate sobre a posição
atual e futura da educação e do treinamento nas
relações sociais. Diversos projetos, abrangendo vários
países,
estão em desenvolvimento, dirigidos
principalmente a jovens.
Hoje a sociedade da informação é uma realidade,
a globalização, o desenvolvimento acelerado da ciência
e da tecnologia, são denominadores comuns para todos
os países. Para os considerados "emergentes" estes são
também os grandes obstáculos a serem superados.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
No que se refere ao Brasil, maior país em extensão
territorial da comunidade latino-americana, a questão
da educação apresenta-se com alto grau de prioridade.
Descuidada durante décadas, a educação deve
recuperar, em muito pouco tempo, a distância que nos
separa do mundo dito, e ou tido, como desenvolvido. A
atenção é requerida em todos os níveis: da educação
infantil aos cursos superiores; das grandes cidades aos
pontos mais remotos do país; da educação acadêmica à
formação profissional.
Neste particular, é imprescindível atingir o maior
número de brasileiros, com o máximo possível de
qualidade, cuidando especialmente da aquisição de
competências para a cidadania e para o mundo do
trabalho, em profunda mudança.
Em 1990 o Brasil participou da Conferência
Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, na
Tailândia, convocada pela Unesco, Unicef, PNUD e
Banco Mundial. Dessa conferência, assim como da
Declaração de Nova Delhi — assinada pelos nove países
em desenvolvimento de maior contingente populacional
do mundo —, resultaram posições consensuais na luta
pela satisfação das necessidades básicas de
aprendizagem para todos, capazes de tornar universal a
educação fundamental e de ampliar as oportunidades
de aprendizagem para crianças, jovens e adultos.
A educação constitui-se um dos principais ativos e
mecanismos de transformação de um povo e é papel da
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
escola, de forma democrática e comprometida com a
promoção do Ser Humano na sua integralidade,
estimular a formação de valores, hábitos e
comportamentos que respeitem as diferenças e as
características próprias de grupos e minorias. Assim, a
educação é essencial no processo de formação de
qualquer sociedade e abre caminhos para a ampliação
da cidadania de um povo.
A Educação Infantil, como primeira etapa da
Educação
Básica,
tem
como
finalidade
o
desenvolvimento integral da criança, até seis anos de
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da
comunidade; ao passo que o Ensino Fundamental tem
por objetivo a formação básica do cidadão.
No que se refere ao Ensino Médio, destaca-se a
educação tecnológica básica, a compreensão do
significado da ciência, das letras e das artes; o processo
histórico de transformação da sociedade e da cultura, a
língua portuguesa como instrumento de comunicação,
acesso ao conhecimento e exercício da cidadania.
De acordo com a LDB, as propostas pedagógicas
de Educação Infantil devem respeitar os seguintes
princípios:
 Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
meio ambiente e às diferentes culturas,
identidades e singularidades.
 Políticos: dos direitos de cidadania, do
exercício da criticidade e do respeito à ordem
democrática.
 Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da
ludicidade e da liberdade de expressão nas
diferentes manifestações artísticas e culturais.
O Ensino Fundamental, por sua vez, atingirá o seu
objetivo primeiro de propiciar a formação básica do
cidadão mediante:
a) desenvolvimento da capacidade de aprender,
tendo como meios básicos o pleno domínio da
leitura, da escrita e do cálculo;
b) compreensão do ambiente natural e social, do
sistema político, da tecnologia, das artes e dos
valores em que se fundamenta a sociedade;
c) desenvolvimento
da
capacidade
de
aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de
atitudes e valores;
d) fortalecimento dos vínculos de família, dos
laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
O Ensino Médio, como etapa final da Educação
Básica, tem como finalidades:
a) consolidação
e
aprofundamento
dos
conhecimentos
adquiridos
no
Ensino
Fundamental, possibilitando o prosseguimento
dos estudos;
b) preparação básica para o trabalho e a cidadania
do educando, para continuar aprendendo, de
modo a ser capaz de se adaptar com
flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores;
c) aprimoramento do educando como pessoa
humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;
d) compreensão dos fundamentos científicotecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática, no ensino
de cada disciplina.
A proposta pedagógica das instituições de
Educação deve ter como objetivo garantir ao indivíduo
acesso a processos de apropriação, renovação e
articulação de conhecimentos e aprendizagens de
diferentes linguagens, assim como o direito à proteção,
à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação
com outras crianças.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei Federal n. 9.394), aprovada em 20 de
dezembro de 1996, em seu Art. 22, prevê que a
Educação Básica, da qual o Ensino Fundamental é parte
integrante, deve assegurar a todos “a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecerlhes meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores”, fato que confere ao ensino fundamental,
ao mesmo tempo, um caráter de terminalidade e de
continuidade.
Quanto ao Ensino Religioso, a LDB manteve a
orientação já adotada pela política educacional
brasileira, de matrícula facultativa, respeitadas as
preferências manifestadas pelos alunos ou por seus
responsáveis (Art. 33).
O ensino proposto pela LDB está em função do
objetivo maior do Ensino Fundamental, que é o de
propiciar a todos formação básica para a cidadania, a
partir da criação na escola de condições de
aprendizagem para, inclusive, o desenvolvimento da
capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a
formação de atitudes e valores; bem como o
fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
solidariedade humana e de tolerância recíproca em
que se assenta a vida social (Art. 32).
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
O Parecer CNE/CEB nº 07/2010 julga oportuno e
necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar,
em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a
função social da Educação Básica, a sua centralidade, que
é o estudante. A Câmara entende que
educar exige cuidado; cuidar é educar,
envolvendo acolher, ouvir, encorajar, apoiar,
no sentido de desenvolver o aprendizado de
pensar e agir, cuidar de si, do outro, da
escola, da natureza, da água, do Planeta.
Educar é, enfim, enfrentar o desafio de lidar
com gente, isto é, com criaturas tão
imprevisíveis
e
diferentes
quanto
semelhantes, ao longo de uma existência
inscrita na teia das relações humanas, neste
mundo complexo. Educar com cuidado
significa aprender a amar sem dependência,
desenvolver a sensibilidade humana na
relação de cada um consigo, com o outro e
com tudo o que existe, com zelo, ante uma
situação que requer cautela em busca da
formação humana plena.
Nesse contexto, a Câmara ainda alerta que
apenas pelo cuidado não se constrói a
educação e as dimensões que a envolvem
como projeto transformador e libertador. A
relação entre cuidar e educar se concebe
mediante internalização consciente de eixos
norteadores, que remetem à experiência
fundamental do valor, que influencia
significativamente a definição da conduta, no
percurso cotidiano escolar. Não de um valor
pragmático e utilitário de educação, mas do
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
valor intrínseco àquilo que deve caracterizar
os comportamentos de seres humanos, que
respeitam a si mesmos, aos outros, à
circunstância social e ao ecossistema. Este
valor está fundamentado na ética e na
estética, que rege a convivência do indivíduo
no coletivo, que pressupõe relações de
cooperação e solidariedade, de respeito à
alteridade e à liberdade. Cuidado, por sua
própria natureza, inclui duas significações
básicas, intimamente ligadas entre si.
A primeira consiste na atitude de solicitude e
de atenção para com o outro. A segunda é de
inquietação, sentido de responsabilidade, isto
é, de cogitar, pensar, manter atenção, mostrar
interesse, revelar atitude de desvelo, sem
perder a ternura, compromisso com a
formação do sujeito livre e independente
daqueles que o estão gerando como Ser
Humano capaz de conduzir o seu processo
formativo, com autonomia e ética. Cuidado é,
pois, um princípio que norteia a atitude, o
modo prático de realizar-se, de viver e
conviver no mundo. Por isso, na escola, o
processo educativo não comporta uma atitude
parcial, fragmentada, recortada da ação
humana,
baseada
somente
numa
racionalidade
estratégico-procedimental.
Inclui ampliação das dimensões constitutivas
do trabalho pedagógico, mediante verificação
das condições de aprendizagem apresentadas
pelo estudante e busca de soluções junto à
família, aos órgãos do Poder Público, a
diferentes segmentos da sociedade. Seu
horizonte de ação abrange a vida humana em
sua globalidade.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
É essa concepção de educação integral que
deve orientar a organização da escola, o
conjunto de atividades nela realizadas, bem
como as políticas sociais que se relacionam
com as práticas educacionais. Em cada criança,
adolescente, jovem ou adulto, há uma criatura
humana em formação e, nesse sentido, cuidar
e educar são, ao mesmo tempo, princípios e
atos que orientam e dão sentido aos processos
de ensino, de aprendizagem e de construção
da pessoa humana em suas múltiplas
dimensões. (BOFF, 1999, p. 143)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam,
dentre os diversos objetivos do Ensino Fundamental,
que os alunos sejam capazes de:
• compreender a cidadania como participação
social e política, assim como exercício de
direitos e deveres políticos, civis e sociais,
adotando,
no
dia-a-dia,
atitudes
de
solidariedade, cooperação e repúdio às
injustiças, respeitando o outro e exigindo para
si o mesmo respeito;
• perceber-se integrante, dependente e agente
transformador do ambiente, identificando seus
elementos e as interações entre eles,
contribuindo ativamente para a melhoria do
meio ambiente;
• desenvolver o conhecimento ajustado de si
mesmo e o sentimento de confiança em suas
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
capacidades afetiva, física, cognitiva, ética,
estética, de inter-relação pessoal e de inserção
social, para agir com perseverança na busca de
conhecimento e no exercício da cidadania;
• questionar
a
realidade
formulando-se
problemas e tratando de resolvê-los, utilizando
para isso o pensamento lógico, a criatividade, a
intuição, a capacidade de análise crítica,
selecionando procedimentos e verificando sua
adequação.
Contemplar essas dimensões significa a revisão
dos ritos escolares e o alargamento do papel da
instituição escolar e dos educadores, adotando medidas
proativas e ações preventivas. (CORDÃO, 2011).
Dos 60 artigos da resolução que define as
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
merece destaque, por exemplo, a orientação de que os
sistemas educativos devem prever currículos flexíveis,
com diferentes alternativas, para que os jovens tenham
a oportunidade de escolher o percurso formativo que
atenda seus interesses, necessidades e aspirações, para
que se assegure a sua permanência na escola, com
proveito, até a conclusão da Educação Superior.
Para democratizar a educação, é preciso mobilizar
toda a sociedade. O Ministério da Educação - MEC tem a
missão de promover a união de esforços com os
governos Estaduais e Municipais, ONG’s, Sindicatos,
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Associações Profissionais e de Moradores e toda
Sociedade Civil organizada, contando com a cooperação
de todos para ampliar o acesso, garantir a permanência
e contribuir para o aprimoramento de práticas e valores
dos sistemas de ensino.
O desenvolvimento de capacidades, como as de
relação interpessoal, as cognitivas, as afetivas, as
motoras, as éticas, as estéticas de inserção social, tornase possível não somente mediante o processo de
construção e reconstrução de conhecimentos, mas,
sobretudo, através do autoconhecimento do Ser
Humano. Conhecer é saber; autoconhecer é sentir; e
autorealizar é ser. Essa aprendizagem é exercida com o
aporte pessoal de cada um, o que explica por que, a
partir dos mesmos saberes, há sempre lugar para a
construção de uma infinidade de significados, e não a
uniformidade destes.
As problemáticas sociais são integradas na
proposta educacional dos Parâmetros Curriculares
Nacionais como Temas Transversais. Não constituem
novas áreas, mas antes um conjunto de temas que
aparecem transversalizados nas áreas definidas, isto é,
permeando a concepção, os objetivos, os conteúdos e
as orientações didáticas de cada área, no decorrer de
toda a escolaridade obrigatória. A transversalidade
pressupõe um tratamento integrado das áreas e um
compromisso das relações interpessoais e sociais
escolares com as questões que estão envolvidas nos
temas, a fim de que haja uma coerência entre os valores
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
experimentados na vivência que a escola propicia aos
alunos e o contato intelectual com tais valores.
O último ano do Plano Desenvolvimento com
Inclusão Social e Educação de Qualidade (PPA 20082011), estabeleceu as metas e as prioridades a serem
cumpridas pelo Governo, ao mesmo tempo em que
foram referências ao setor privado. Nesse contexto, o
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é
elemento essencial dessa estratégia e sua consolidação
veio reafirmar o compromisso de que a educação
estivesse no topo das prioridades nacionais.
As ações implementadas pelo Ministério da
Educação (MEC) são estratégicas na responsabilização
do Estado para o processo de democratização de
oportunidades e para a oferta de uma educação de
qualidade para toda a população, traduzindo-se em
importante alicerce para o alcance das metas contidas
em planos nacionais, como o Plano Nacional de
Educação (PNE) e o Plano Nacional de Desenvolvimento
da Educação (PDE).
Assim, a proposta apresentada nesta tese encontrase fundamentada no que preconizam as Legislações
Educacionais vigentes no país, bem como nos atuais
Paradigmas e Teorias Educacionais, dentre os quais
destacamos:
a) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB (Lei nº 9.394, de 20 de
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
dezembro de 1996), que define apenas dois
níveis para a educação escolar: o nível da
Educação Básica, que compreende as etapas da
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino
Médio; e o nível da Educação Superior; e que
traz como princípios e fins da Educação
Nacional o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho;
b) O Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil que indica que a construção
da identidade e da autonomia do educando diz
respeito ao conhecimento, desenvolvimento e
uso dos recursos pessoais para fazer frente às
diferentes situações da vida; bem como prevê
que para que as crianças possam aprender a
gerenciar suas ações e julgamentos conforme
princípios outros que não o da simples
obediência, e para que possam ter noção da
importância da reciprocidade e da cooperação
numa sociedade que se propõe a atender o
bem comum, é preciso que exercitem o
autogoverno, usufruindo de gradativa
independência para agir, tendo condições de
escolher e tomar decisões, participando do
estabelecimento de regras e sanções;
c) Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs,
previstos pela Lei Federal Nº 5.692, de 11 de
agosto de 1971, que definem as diretrizes e
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
bases da educação nacional, e estabelece como
objetivo geral, tanto para o ensino fundamental
(primeiro grau, com oito anos de escolaridade
obrigatória) quanto para o ensino médio
(segundo grau, não obrigatório), proporcionar
aos educandos a formação necessária ao
desenvolvimento de suas potencialidades
como
elemento
de
autorrealização,
preparação para o trabalho e para o exercício
consciente da cidadania;
d) O Plano de Metas Compromisso Todos pela
Educação, implementado em 2007, por meio
do Decreto Nº 6.094, que estabelece 28
diretrizes e um conjunto de metas a serem
atingidas por cada escola, cada município e
cada estado. Trata-se da conjugação dos
esforços da União, Estados e Municípios, em
regime de colaboração, da melhoria da
qualidade da educação básica;
e) O Parecer do Conselho Nacional da Educação CNE/CEB - Nº 07/2010, que estabelece as bases
para a definição das Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais para a Educação Básica, que
está posta pela emergência da atualização das
políticas educacionais que consubstanciam o
direito de todo brasileiro à formação humana
e cidadã e à formação profissional, na vivência
e convivência em ambiente educativo; e que
busca
na
Constituição
Federal
os
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
“fundamentos que orientam a nação brasileira”
para a construção de um “Estado democrático
de direito”, que tem como fundamentos: a
soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
humana, os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa, e o pluralismo político. Tal
Parecer traz ainda, em relação às formas de
organização curricular para a Educação Básica,
o entendimento de que currículo é o conjunto
de valores e práticas que proporcionam a
produção e a socialização de significados no
espaço social e que contribuem, intensamente,
para a construção de identidades sociais e
culturais dos estudantes. O parecer reitera,
ainda, que deve difundir os valores
fundamentais do interesse social, dos direitos
e deveres dos cidadãos, do respeito ao bem
comum e à ordem democrática, bem como
considerar as condições de escolaridade dos
estudantes em cada estabelecimento, a
orientação para o trabalho, a promoção de
práticas educativas formais e não formais;
f) A edição da Lei Nº 9.475/1997, que alterou o
Art. 33 da LDB, prevendo a obrigatoriedade do
respeito à diversidade cultural e religiosa do
Brasil;
g) A nota constante do Parecer do CNE/CP - Nº
11/2009, que apreciou proposta do MEC de
experiência curricular inovadora do Ensino
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Médio: “Quanto ao entendimento do termo
‘disciplina’, este Conselho, pelo Parecer
CNE/CEB - Nº 38/2006, tratou da inclusão
obrigatória da Filosofia e da Sociologia no
currículo do Ensino Médio, assinalando a
diversidade de termos correlatos utilizados pela
LDB. São empregados, concorrentemente e
sem rigor conceitual, os termos disciplina,
estudo, conhecimento, ensino, matéria,
conteúdo curricular, componente curricular. O
referido Parecer retoma outro, o CNE/CEB – Nº
5/97,
que
trata
da
Proposta
de
Regulamentação da Lei Nº 9.394/96, que,
indiretamente, unifica aqueles termos,
adotando a expressão componente curricular.
Considerando outros (Pareceres CNE/CEB – Nº
16/2001 e CNE/CEB – Nº 22/2003), o Parecer
CNE/CEB – Nº 38/2006 assinala que não há, na
LDB, relação direta entre obrigatoriedade e
formato ou modalidade do componente
curricular (seja chamado de estudo,
conhecimento, ensino, matéria, conteúdo,
componente ou disciplina). Ademais, indica
que, quanto ao formato de disciplina, não há
sua obrigatoriedade para nenhum componente
curricular, seja da Base Nacional Comum, seja
da Parte Diversificada. As escolas têm
garantida a autonomia quanto à sua
concepção pedagógica e para a formulação de
sua correspondente proposta curricular,
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
sempre que o interesse do processo de
aprendizagem assim o recomendar, dando-lhe
o formato que julgarem compatível com a sua
proposta de trabalho”;
h) A Resolução CNE/CEB - Nº 3/1998,
fundamentada no Parecer CNE/CEB - Nº
15/1998, que destacam em especial a
interdisciplinaridade, assumindo o princípio de
que “todo conhecimento mantém um diálogo
permanente com outros conhecimentos”, e
que o ensino deve ir além da descrição e
constituir nos estudantes a capacidade de
analisar, explicar, prever e intervir, objetivos
que são mais facilmente alcançáveis se as
disciplinas, integradas em áreas de
conhecimento, puderem contribuir, cada uma
com sua especificidade, para o estudo comum
de problemas concretos, ou para o
desenvolvimento de projetos de investigação
e/ou de ação;
i) Os sete saberes necessários à educação do
futuro, postulado pelo renomado educador
Edgar Morin (2000) e respaldado pela UNESCO;
j) O Relatório da Comissão Internacional da
UNESCO sobre a Educação para o Século XXI,
coordenado por Jacques Delors, que passou a
integrar os eixos norteadores da política
educacional mundial, e que estabelece os
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
quatro pilares da educação contemporânea, a
saber: aprender a ser, a fazer, a viver juntos e a
conhecer, os quais constituem aprendizagens
indispensáveis que devem ser perseguidas de
forma permanente pela política educacional de
todos os países;
k) Os Oito Jeitos de Mudar o Mundo, estabelecidos
pela organização das Nações Unidas – ONU, que
se configura como um conjunto de ações que
visam melhorar a qualidade da educação, reduzir
as desigualdades entre gêneros, erradicar a
mortalidade infantil e garantir a sustentabilidade
ambiental;
l) A Declaração dos Direitos Humanos, promovida
pela Organização das Nações Unidas – ONU,
cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação
em matéria de direito internacional, segurança
internacional, desenvolvimento
econômico, progresso
social, direitos
humanos e a realização da paz mundial.
Neste contexto, a partir da compreensão de que o
desenvolvimento integral do Ser Humano, em suas
diferentes dimensões e necessidades, é imprescindível,
fundamentarmos o convite à necessária ressignificação
da finalidade da educação, do conhecimento, da função
da escola e do papel do educador. Até porque, a prática
educativa deve transcender o saber do mundo externo,
dando vazão à interioridade.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Ora, a Maçonaria não nos ensina a ser Cientista de
Exterioridade. Esse papel é o Espírito Acadêmico; do
Espírito Universitário; que, inclusive, o faz muito bem.
Não temos dificuldade alguma em vencer o mundo. A
Maçonaria nos ensina a sermos Cientistas de
Interioridade; nosso escopo é a virtude e não a
construção de prédios. E precisamos fazer isso; e fazê-lo
muito bem.
É mister redimensionarmos os interesses do
conhecimento, a sua utilidade e serventia, voltando a
atenção ao nosso interior. É preciso despertar valores, a
partir do interior de cada Ser Humano e que contribuam
para a constituição de uma sociedade cada vez mais
justa e igualitária, mais harmônica e promissora, que
tenha o seu reflexo nas relações cotidianas.
Questão de sensibilização!
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO
DA DISCIPLINA AUTOCONHECIMENTO
NO SISTEMA FORMAL DE ENSINO
O CONHECIMENTO, o AUTOCONHECIMENTO e a AUTORREALIZAÇÃO,
assim como SABER, SENTIR e SER,
são fases inegáveis, inevitáveis e inalienáveis
da evolução do gênero humano;
e o Ser Humano tem o dever moral de fazê-lo
cada vez mais voluntária, consciente e cientemente,
pois o conhecimento é da Vontade;
o autoconhecimento é da Consciência;
e a autorrealização é da Ciência.
Nada nos trará paz,
senão o conhecimento de nós mesmos;
o autoconhecimento.
Quem autoconhece o bastante
conhece a sua sabedoria, a sua força e a sua beleza.
É necessário alinhar os princípios a educação
formal ao conceito de educação integral de forma que
se compreenda o Ser Humano como parte do todo,
integrado ao universo, não destacado do cosmo,
permitindo a auto-integração através da aproximação
entre o sentir, o pensar e o agir.
Nesse sentido, é factível suscitar o
autoconhecimento. Entendemos que o primeiro passo
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
para a educação é sair da visão separatista rumo à visão
integradora do Ser Humano e da realidade.
Ora, o autoconhecimento é o início de todos os
conhecimentos; é o início da verdadeira sabedoria; é o
único poder de transformação da nossa Pedra Bruta em
Pedra Cúbica. Ele, o autoconhecimento, é a primeira e
última, enfim, a única atividade-meio humana que
implica, provoca e produz transformações, que embora
muito dolorosas, são muito proveitosas, porquanto
essencialmente necessárias.
A disciplina AUTOCONHECIMENTO deve buscar
inclusive, integrar a estratégia de despertamento,
desenvolvimento, moralização e socialização do
educando. Nesse escopo, as ações são embasadas em
valores, quando não insofismáveis, no mínimo,
racionais. Valores estes atrelados às Leis Universais, tais
como amor, causa e efeito, equilíbrio, amizade,
honestidade etc.
Pauta sua estrutura teórica/prática em todo
conhecimento disponível não só pela ciência, mas
também, pela filosofia e religião, possibilitando
transformar a definição em compreensão; o
conhecimento em consciência; enfim, que o explanado
pela religião, filosofia e ciência se transforme em
experiências diretas, corretas e completas, portanto, em
autoconhecimento; e, por fim, em autorrealizações.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
A citada disciplina objetiva, dentre outros, auxiliar
aos pais/educadores/educandos, no que respeita à
construção do caráter, na medida em que desperta seus
sentimentos e organiza seus pensamentos, a fim de que
seus atos reflitam o todo dessa construção de forma
significativa; além de oferecer uma base sólida para a
construção do pensamento, segundo a noção de virtude
e tudo que equivalha.
Até o presente momento, a temática
AUTOCONHECIMENTO já faz parte da estrutura
curricular de escolas privadas, na cidade do SalvadorBahia, que oferecem Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Educação Superior.
No ensino superior, esta temática já foi inserida
em diversos cursos de graduação, em faculdades e
universidades privadas e públicas do estado da Bahia e
Mato Grosso, nas modalidades presencial e a distância.
Foi consolidada também em cursos de pós-graduação
lato e stricto sensu nas áreas de ciências humanas e
ciências sociais aplicadas.
Esta disciplina tem sido oferecida como um dos
componentes curriculares dos respectivos cursos, com
carga horária média de 36 horas, e apresenta os
seguintes objetivos:
 auxiliar a que o Ser Humano observe a relação
entre a sua constituição física/psíquica/moral e
a sua maneira de sentir, pensar e agir, enfim,
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
de realizar, segundo as exigências de suas
necessidades básicas individuais e sociais;
 favorecer ao Ser Humano o estudo da relação
das raças/corpos e suas maneiras de ser e estar
em relação a si e ao meio, no qual se insere,
conforme suas realizações, estudando a sua
conduta psicossocial e verificando o grau de
sua consciência individual e social; bem como,
 oportunizar o despertamento e/ou construção
do seu caráter, segundo aquilo que indica a
moral, ética e estética elevadas.
No sentido de favorecer o presente estudo junto
aos educadores, sugerimos a implantação de um Núcleo
específico, a saber: NIAC – Núcleo de Investigações do
Autoconhecimento, nas escolas, faculdades e
universidades, com realização de seminários quinzenais
acerca das temáticas Autoconhecimento e Consciência.
Afinal, conforme Morin (2001): “consciência sem ciência
e ciência sem consciência são radicalmente mutiladas e
mutilantes”.
Em função da repercussão de tal proposta, bem
como pela percepção da real necessidade de favorecer o
estudo do Autoconhecimento em prol da formação
humana, além da formação profissional dos educandos,
a disciplina em voga já faz parte da matriz curricular de
cursos de Master Businness Administration (MBA), da
Universidade Federal do Mato Grosso, e vem se
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
expandindo não só na área das ciências humanas como
também nas outras áreas do conhecimento, em
diferentes instituições de ensino.
Além da proposição da disciplina, sugerimos que a
disciplina seja trabalhada de forma transdisciplinar, nos
espaços educacionais, de forma a envolver não só os
educadores e educandos, mas os demais atores que
estão vinculadas à instituição, nas suas mais diversas
funções, especialmente através de práticas continuadas
e permanentes de sensibilização e capacitação quanto à
temática, bem como através de murais interativos, com
pensamentos reflexivos diários.
Desde 2001, a disciplina faz parte da matriz
curricular do Programa de Mestrado Profissional
Multidisciplinar em Desenvolvimento Humano e
Responsabilidade Social, da Fundação Visconde de
Cairu, Salvador-Bahia, aprovado pela CAPES/MEC,
visando contribuir para uma melhor qualidade de vida
do gênero humano, a partir dos processos de integração
do seu sentir, pensar e agir, no cotidiano das relações.
Além da disciplina, a referida instituição
implantou, no ano de 2004, o Núcleo de Investigações
Avançadas da Consciência – NIAC, vinculado ao
Programa stricto sensu, supracitado, que vem
desenvolvendo pesquisas e gerando produtos científicos
de valor significativo, a saber: Livro “Ícones Mundiais - a
humanidade como prioridade”, bem como o Livro
paradidático “A Consciência é mais do que ela diz - os
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
grandes movimentos sociais/revolucionários, a partir da
consciência dos seus ícones”, além de diversas
dissertações de mestrado com essa temática.
O NIAC tem o papel de promover o estudo da
disciplina, através de aulas para educadores e os
capacitando para como eles devem dar as aulas
também. E não têm que ser todos pedagogos. Também
filósofos, sociólogos, psicólogos podem estar inseridos
neste contexto. Outro processo de preparação são os
cursos à distância para o Brasil.
Ademais, outras experiências vêm sendo
realizadas, a fim de promover o fortalecimento da
sinergia em torno dessa temática como pilar essencial
da ciência, afinal, fazer ciência sem autoconhecimento e
sem consciência fragmenta o corpo físico e deforma a
alma humana.
As experiências de implantação da disciplina
Autoconhecimento têm possibilitado a humanização e
ampliação da percepção dos educandos, impactando,
diretamente, no desenvolvimento do aspecto cognitivo,
conforme relato das Diretoras da Ananda – Escola e
Centro de Estudos e do Instituto Ananda, instituições que
vem trabalhando esta disciplina por mais de dez anos.
É necessário centrar a base de formação do Ser
Humano num foco que o propicie construir noções de
moral, ética e estética elevadas, isto é, laborar em prol
do Autoconhecimento e do despertamento, construção
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
e desenvolvimento da Consciência do Ser Humano.
Implementar, em sala de aula, um momento específico
para este fim é, além de urgente, inteligente para a
garantia deste trabalho na Educação.
Já implantamos a disciplina Iniciação à Ciência,
parece-nos claro ser este o momento de implantarmos
outra, autoconhecimento, porquanto antes de nos
tornamos cientistas somos seres humanos. Ora, já
aprendemos que a ciência sem autoconhecimento é
manca. Disciplina esta, na qual as crianças refletirão
sobre valores universais, tais como: liberdade, justiça,
direitos e deveres, amor, moral, amizade, dentre outros.
Neste sentido, para a criação, implantação e
manutenção de tal disciplina, de forma a tornar regular
e sistemático o trabalho na sua construção, as unidades
escolares devem formar núcleos de estudo regulares
sobre o autoconhecimento como meio de capacitar os
educadores a trabalhar com a referida disciplina.
Essa é a grande chave para a melhoria da qualidade
da educação, para atingir a educação integral do Ser
Humano; e expandir a percepção do educando para
poder compreender a existência como um todo, a vida, a
finalidade de sua existência no mundo, o seu propósito
de estar aqui. Lembrando que ele não é só um ser parcial:
tem a psíquica (pensa), física (age) e a moral (sente).
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Assim, a vinculação da referida disciplina com a
educação formal, em prol do desenvolvimento integral
do Ser Humano, envolve as seguintes ações:
a) A criação de um Núcleo de Investigações do
Autoconhecimento - NIAC, em instituições
educacionais, visando aprofundamento do
estudo da temática, bem como a ampla
divulgação da mesma no âmbito acadêmico e
social;
b) A realização de cursos de sensibilização e
capacitação (extensão) sobre a temática
Autoconhecimento;
c) A implantação de disciplina curricular
diretamente voltada para o estudo do
Autoconhecimento, visando a formação dos
educandos.
Como estratégia de implantação da disciplina
AUTOCONHECIMENTO, objeto da presente proposta,
sugerimos o que segue:
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
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uma proposta para o Ensino Formal.
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uma proposta para o Ensino Formal.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
No que se refere às premissas educacionais que
são basilares para a implementação da disciplina
AUTOCOCNHECIMENTO, apresentamos o que segue:
Criatividade
APRENDIZAGEM ATIVA >> Aprendizagem atingida, através
de diferentes formas de apresentação de conteúdos
didáticos com foco no desenvolvimento de
competências e habilidades. Para efetivação de
aprendizagem ativa utilizam-se recursos audiovisuais e
multimídia com ações de atividades específicas onde os
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
estudantes pesquisam respostas, organizam o
conhecimento, socializam e discutem com seus pares.
CRIATIVIDADE >> O conteúdo é apresentado de forma
instigante, interativa e motivante, capaz de despertar,
desenvolver e/ou dinamizar o potencial criativo dos
educadores e dos educandos.
USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS >> A mobilidade para acesso
aos conteúdos educacionais é fundamental no processo
de implantação de um projeto de reformulação
curricular. A disciplina será desenvolvida para ser
acessada também por dispositivos móveis – tablets e
smartphones.
DESIGN EDUCACIONAL PERSONALIZADO >> Modelo de
arquitetura de informações textuais, audiovisuais e
multimídia, pautado em teorias pedagógicas voltadas
para o ensino superior e adequado às necessidades de
aprendizagem dos estudantes.
APRENDIZADO COLABORATIVO >> Fomento ao aprendizado
colaborativo será estimulado através da integração de
estratégias educacionais às redes sociais educativas,
porquanto pessoas com interesses comuns se reúnem
para compartilhar os seus conhecimentos.
Frente ao contextualizado, baseamo-nos em
Moraes para delinear o perfil do docente desejado para
atender às demandas do novo milênio. A autora o
descreve como um profissional habilitado a conduzir o
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
educando ao crescimento como um todo, sendo capaz
de auxilia-lo a desenvolver habilidades e competências
consideradas fundamentais à sua sobrevivência e
transcedência. (MORAES, 2008, p.213).
Entre estas capacidades está a de ajudar o
aprendiz a olhar para dentro de si mesmo, para dentro
de seu próprio ser para que possa reconhecer-se não só
como pessoa, descobrir seus talentos e competências,
sua criatividade e sensibilidade, tendo flexibilidade
estrutural em relação ao processo de construção do
conhecimento. É também fundamental reconhecer a
presença da intuição em sua vida, que facilita sua
capacidade de antecipação e de adaptação às situações
emergentes caracterizadoras de nossa realidade
mutante.
Nesse contexto, cabe à escola, enquanto
instituição, o papel de estimular o educador a olhar para
si mesmo como forma de compreender o outro, na
medida que compreende a si mesmo. Para tanto, cabe à
escola desenvolver práticas educativas que busquem,
além de despertar o indivíduo para o seu processo de
autoconhecimento, desenvolver atividades e estudos
que o façam compreender os direitos e deveres do Ente
Humano, do cidadão, da família e do estado,
preparando-o para o novo milênio e para a nova
humanidade.
Assim, sugerimos que a implantação da disciplina
AUTOCONHECIMENTO esteja embasada na Teoria
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Criativista, esta que permite a compreensão do valor
das relações e sua importância no processo de
conhecimento
do
mundo,
bem
como
do
autoconhecimento.
A prática Criativista pressupõe ser a mediação
direta, correta e completa a base para que os sujeitos
construam o conhecimento, mas à partir do
conhecimento de si mesmo, ou seja, do
autoconhecimento. Neste processo, faz-se primordial o
respeito às diferenças e aos processos individuais de
desenvolvimento de aprendizagem, bem como da
aquisição do saber.
O autoconhecimento é disciplina que se impõe,
propõe e dispõe ser utilizada na educação do Ser
Humano, afinal, quem não autoconhece é um
desprovido do Belo, Rico e Significativo.
Vale ressaltar que as ações aqui propostas
objetivam, sobretudo, a formação integral do Ser
Humano, percebendo-o como um ser possuidor de uma
estrutura física, psíquica e moral/espiritual, que sente,
pensa e age, concomitantemente. Bom que se rediga!
A concepção da proposta teve ainda como
objetivo conceder ao educador instrumentos que o
possibilitem atuar com flexibilidade para favorecer a
construção do conhecimento, ampliando, de acordo
com os parâmetros da Teoria Criativista, o processo
Ensino-Aprendizagem
para
Ensino-Aprendizagem-
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Sentimento. O que, consequentemente, favorece o
desenvolvimento cognitivo, comportamental, afetivo,
emocional, motor e moral/espiritual do Ser Humano,
através de vivências que produzam movimentos
internos e externos nos seres humanos envolvidos no
processo educativo para que, através de reflexões, ou
algo equivalente, o real significado seja absorvido.
Ações essas desenvolvidas e entrelaçadas ao
autoconhecimento e autodesenvolvimento, objetivando
libertar o Ser Humano, para que este se integre não
somente com a vida, mas consigo mesmo, as quais
propomos no intuito de conspirar para que os seres
humanos possam aprender sobre sentimentos, emoções
e aspectos espirituais, deixando de sustentar padrões
que promovem fragmentação e incentivando uma
educação que faça o Ser Humano se apropriar da
liberdade.
Questão de autoconvocação!
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quem prima pelo autoconhecimento e o pratica,
de forma voluntária, consciente e ciente,
conhece melhor aos outros.
A boa revolução é aquela que fazemos em nós mesmos;
para tanto, autoconhecimento.
Quanto maior é o grau de nossa inteligência,
maior é a nossa capacidade de autoconhecer;
quanto mais autoconhecemos, mais nos iluminamos;
quanto mais nos iluminamos, mais nos ampliamos
de dentro para fora;
e quanto mais assim, mais alcançamos, do todo,
tudo que ele tem para oferecer.
No decorrer desta tese foi sustentada a premissa
de que uma das funções da educação para o Século XXI
é capacitar a humanidade para ter condições de
dominar o seu próprio desenvolvimento humano
(DELORS, 1998, p. 82).
Para o autor (Id. Ibid.) este desenvolvimento
também
é
sustentado
pela
vivência
do
autoconhecimento. Ele compreende que uma das
contribuições da educação para este processo de
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
desenvolvimento é ajudar o estudante a tomar
consciência de si mesmo.
Ao destacarem a necessidade da vivência do
autoconhecimento, através de uma ação educativa que
convide o estudante a vivenciar o processo de uma
‘viagem no interior de si mesmo’, os autores evidenciam
a importância do Ser Humano, empreender em
reformas, mudanças e transformações significativas,
visto que, ao contrário das reformas e mudanças, as
transformações não advêm de atos de vontade, enfim,
da aplicação de conhecimento algum senão do
autoconhecimento.
Contudo, é sabido que todo tipo de trabalho
acarreta dificuldades e responsabilidades, sobretudo
àqueles ligados aos processos de conscientização do Ser
Humano quanto à razão de sua existência; e que esses
empecilhos, não raro, se transformam em verdadeiras
muralhas, devido ao estado de negatividade no qual nos
encontramos atualmente.
O nosso desafio é vencer estas barreiras pela
paciência, persistência e inteligência, bem como pelo
despertamento, construção e/ou desenvolvimento de
nossa potência latente, focando a nossa atenção no
conhecimento que mais importe para se saber acerca da
evolução, inclusive, abreviada do gênero humano: o
AUTOCONHECIMENTO; praticando, por exemplo, a
reflexão sobre os mesmos, a fim de que possam ser
colocados na prática no dia-a-dia de nossas relações.
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uma proposta para o Ensino Formal.
Não é preciso muita análise para se concluir que a
razão não se recusa aceitar a teoria de que a virtude
cresce conosco. E que a virtuosidade de um Ser
Humano, por exemplo, está na razão direta de sua
prevenção aos riscos e perigos desnecessários e a
superação dos obstáculos sem danos.
Assim, a falta de beleza, riqueza e significação na
vida do Ser Humano, caracterizada pelas dificuldades,
tanto individuais, quanto sociais, pelas quais passa, está
diretamente ligada ao fato da sua falta de virtuosidade
significativa.
Todavia, a felicidade não é um fim, mas um meio;
e ainda que como um meio não é um fim. Ela só advém
com a virtuosidade; que advém do autoconhecimento.
Temos dito! Para tanto, inteligência em grau cada vez
mais significativo.
A síntese aqui apresentada demonstra a
viabilidade e emergência da nossa proposta, diante do
evidente caos social, factualmente comprovado pelos
evidências de situações que envolvem corrupção,
violência e volúpia. Contudo, os argumentos aqui
apresentados só farão sentido se forem não só
integrados, mas também compreendidos e utilizados
por fortes líderes e lideranças sensibilizadas, com causas
nobres e valores virtuosos. Dessa forma, líderes,
lideranças, liderados que importam, trabalham em prol
do grupo, como um todo, bem como do meio no qual se
inserem.
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
Isto porque, primeiro, é notório o fato de que
somos seres inteligentes que sentem, pensam e agem,
concomitantemente; os nossos sentimentos criam,
vivificam e conduzem os nossos pensamentos, que
juntos criam, vivificam e conduzem nossos atos; que
criam, vivificam e conduzem as nossas obras. E segundo,
nós, o mundo e a humanidade somos uma e a mesma
coisa; nós os fazemos como atualmente são e estão; eis
que precisamos fazer, cada um, a sua parte, para que o
todo viva em harmonia. Bom que se rediga!
Oxalá seja possível que todos compreendam que o
autoconhecimento impulsiona o despertamento da
consciência, esta que está sempre dirigida a algo,
demonstrando não existir objeto sem razão, sem
função, sem objetivo. Até porque, absolutamente tudo
aflora de dentro para fora de cada um de nós; do nosso
inconsciente para o nosso consciente, que deve estar
sempre presente, caso queiramos e desejemos avançar,
de fato.
Ademais, não é excessivo lembrar da importância
social, para o sistema educacional brasileiro, da perfeita
e legal implantação da mencionada disciplina, que tem
como base fundamental a formação integral dos seres
humanos.
Nada existe isolado neste Universo. Oxalá
integremos os conhecimentos advindos da religião,
filosofia e ciência, através de suas culturas, levando em
conta a razão de suas existências, em função das
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
necessidades fundamentais do gênero humano. Que a
educação, bem como todas as formas de cultura
utilizadas pelo Ser Humano para o bem comum,
realmente o sejam no seu genuinismo.
Acreditamos, a partir da presente proposta, estar
contribuindo ao convite da UNESCO, expresso no
Relatório Internacional da Educação para o Século XXI,
intitulado ‘Educação – Um Tesouro a Descobrir’ (1999),
quando conclama os educadores a desenvolver
trabalhos científicos que contemplem a vivência do
autoconhecimento com o objetivo de reconstruir o
mundo através da compreensão do Ser Integrado.
A Maçonaria é maior; a Maçonaria pode mais.
Urge o tempo, e qualquer ação humana, religiosa,
filosófica e/ou científica realizada, senão em favor de
conter, minimizar e/ou extinguir o caos mundial, a partir
de cada um de nós, em nossa individualidade, só mais
nos afligirá. Afinal, tudo deve ser unificado e não
diversificado, porquanto, só o uno é realmente ativo; eis
que precisamos fazer da diversidade a unidade, a partir
de nós mesmos em nossa individualidade. Bom que se
rediga!
Questão de iniciativa!
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O AUTOCONHECIMENTO como recursos de prioridade máxima para o desenvolvimento humano:
uma proposta para o Ensino Formal.
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