II Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica – Santo Ângelo – 2012 OS MAPAS CONCEITUAIS COMO INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE ARGUMENTATIVA 1 Altamir Souto Dias1, Alessandra Gomes Brandão2 UEPB/Licenciatura em Ciências da Natureza/[email protected] UEPB/Licenciatura em Ciências da Natureza/[email protected] 2 Os mapas conceituais consistem em diagramas envolvendo conceitos hierarquicamente organizados. A organização hierárquica dos conceitos envolvidos dá-se em função de seu grau de generalidade, o que fundamenta a associação dos mapas conceituais à Teoria da Aprendizagem Significativa notadamente no que toca à ideia de subsunçor (cf. Moreira, 1988, 1997). Os mapas conceituais foram propostos na década de setenta por Joseph Novak e outros na Universidade de Cornell, nos EUA. Seu potencial como instrumento heurístico e didático contribuiu para sua introdução no cenário educacional brasileiro, sobretudo no ensino da física, difundido principalmente pelo Prof. Marco Antônio Moreira na década de oitenta. Para além dos modismos que acompanharam as três últimas décadas na Didática das Ciências e as mudanças nos enfoques da pesquisa em Ensino de Ciências nesse período, os mapas conceituais continuam preservando a qualidade de útil ferramenta heurística indiferente à matéria que possa vir a servir. Em conformidade com esta assertiva situa-se a proposta que se pretende fundamentar neste trabalho, isto é, a ideia de que é possível desenvolver a capacidade argumentativa de professores de ciências em formação inicial a partir do recurso aos mapas conceituais. Tal proposta afina-se com o interesse crescente da pesquisa em Ensino de Ciências pela prática argumentativa (v.p.ex. Driver, Newton e Osborne, 2000; Santos, Mortimer e Scott, 2001; Jiménez Aleixandre e Agraso, 2006; Lawson, 2009;), como evidenciam alguns levantamentos bibliográficos sobre a pesquisa na área da argumentação e o ensino de ciências (v.p.ex. Bozzo e Motokane, 2009), e sugere que a construção dos mapas conceituais envolve competências requeridas também na elaboração de um bom argumento. Considerando que a qualidade da argumentação envolve as dimensões lógica e retórica, e que, num primeiro plano, a compreensão da validade e invalidade lógica é elemento essencial para o desenvolvimento da habilidade argumentativa, os mapas conceituais, assim como os enunciados constitutivos dos argumentos, apresentam proposições as quais exprimem relações entre conceitos e, se compreender a elaboração de tais proposições parece uma tarefa assaz complexa quando se pensa em termos de argumentos, o mesmo não se pode dizer quando se pretende construir um mapa conceitual. Assim, tomando como ilustração os mapas elaborados por estudantes da Licenciatura em Ciências da Natureza da UEPB, no âmbito das disciplinas de Ciências da Natureza e Mecânica Clássica, pretende-se mostrar que a evolução na elaboração destes mapas, medida em função da expressão de significado nas proposições, pode implicar no desenvolvimento da capacidade de argumentar em torno de questões científicas. URI, 27-29 de junho de 2012.